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PÁSSARO BATE-BATE

Paulo Socha | MA

Para mais informações do autor, ver pp. 17 e 163.

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Paulo Socha, catarinense radicado no Maranhão, tem a brincadeira no gene. Segundo sua definição, seu avô era “inventor e fazia coisas muito loucas, às vezes quando não dava certo uma invenção, voavam coisas pela janela. Seu perfeccionismo alemão fazia seu humor esquentar em busca da resolução das engenharias que bolava”. Já seu pai tinha uma marcenaria que habitava um arsenal maravilhoso de todas as ferramentas de mestre inventor. Chegou até a construir um carro de madeira, uma espécie de jipe em tamanho natural que acoplou motor e rodava pela cidade. Paulo Socha sempre teve um trânsito livre pelos espaços de criação adulta. Seu avô e pai compartilhavam o ambiente de trabalho com o menino inventor que desde cedo aprendeu o ofício dos dois.

Neste meio fértil em conhecimento, ferramentas, materiais e adultos disponíveis em compartilhar seus afazeres e brincadeiras é que o menino Paulo vive sua infância de plena invencionice: confeccionando brinquedos, engenhocas e até mesmo instrumento musical. Com 10 anos fez um violão no qual aprendeu a tocar. Até hoje confecciona instrumentos musicais, como Kalimba e inusitados instrumentos de sopro e corda.

Foi ainda na marcenaria de seu pai que, além de gostar de brincar de olhar atentamente os objetos para ver no que eles iriam se transformar, descobriu o gosto também pela fotografia aos 15 anos. Deixaram uma câmera fotográfica empenhada pela troca de um trabalho que transformou a vida de Paulo; da brincadeira de olhar nasceu também a profissão de fotógrafo. Seu trabalho correu exposições no Brasil e na Europa.

Na década de 1970, mudou-se para São Luís – MA, onde até hoje faz seu trabalho como fotógrafo e construtor de brinquedos e instrumentos musicais.

No contexto em que viveu, criar tornou-se algo natural em sua vida. Sua escola estava no cotidiano de sua casa.

Possibilidades lúdicas e educativas

Inspirados no ambiente altamente propício à criação da vida familiar de Paulo, por que não aproximar mais a família e a escola no sentido de conviver em um espaço do brincar criativo, no qual adultos e crianças compartilham seu fazer? Por que não fazer oficinas de criação frequentes para que o fortalecimento do vínculo familiar via construção de brinquedos e o compartilhamento de brincadeiras possam ser um dos pilares da escola?

Com a invenção da indústria de brinquedos, cada vez mais as famílias vêm perdendo o conhecimento de fazer brinquedos, às vezes até de um trivial papagaio ou pipa. Por isso, torna-se ainda mais relevante o papel da escola em compartilhar a construção de brinquedos não só com as crianças mas também com os adultos.

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