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JACARÉ E BORBOLETA DE EMPURRAR

João Luiz de Souza Silva | SE

João Luiz de Souza Silva é pedagogo, artesão e pesquisador de jogos e brinquedos artesanais em madeira. Usa seu acervo para a divulgação da cultura lúdica.

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Artesão há mais de 20 anos, teve uma encomenda específica para escola e se encantou com o mundo dos brinquedos. Foi por conta do brinquedo que fez Pedagogia há 6 anos. Hoje faz recreação em escolas e constrói jogos para instituições educativas e de lazer, com um repertório de mais de 70 modelos.

No Brasil e no mundo todo, há curiosos brinquedos de empurrar, com cabos de madeira, roda e alguma simples e genial engenhoca que faz com que o brinquedo produza movimento quando acionado pela força mecânica da criança que o empurra. São pássaros, borboletas e outros animais voadores que batem asas. Também jacarés que abrem e fecham a boca ao serem empurrados, ciclistas que pedalam e carrosséis que giram, dando oportunidade para que as crianças que ensaiam os primeiros passos brinquem de fazer andar e movimentar com uma infinidade de engenhocas divertidas feitas por João Luiz e também por muitos outros artesãos de brinquedos brasileiros, como Dim, Mestre Saúba e Miro.

Possibilidades lúdicas e educativas

Brinquedos de empurrar são muito especiais para se ter como acervo lúdico da primeira infância, principalmente para que crianças que aprenderam a andar possam se movimentar cada vez mais de forma ágil. Brinquedos que instigam o movimento dos pequenos e novas possibilidades como correr, guiar outros brinquedos e divertir-se com as novas conquistas de equilíbrio e coordenação são mais do que bem-vindos.

Tais brinquedos se prestam, antes de tudo, ao encantamento que geram ao serem manipulados pelas crianças. Elas observam curiosas os mecanismos das engenhocas que os fazem funcionar e que envolvem destreza para deslocar-se no espaço por meio da possibilidade de andar, correr, desviar.

Vale ter na escola uma coleção dessas preciosidades que temos no Brasil e também procurar ver com os familiares das crianças se conhecem novos brinquedos de empurrar e se sabem confeccioná-los para elas. Em enquetes como essa, podemos descobrir divertidas engenhocas feitas com sobras de caixa de madeira de frutas, cabos de vassoura, rodos, rodas de carrinhos de bebês que perderam a utilidade ou de algum brinquedo quebrado.

E para os pais que não fazem brinquedos como esses vale essa socialização, a fim de que estejam atentos às qualidades daqueles feitos para empurrar quando levarem os filhos a parques infantis, feiras de artesanato e lojas de brinquedos artesanais. Do mesmo jeito que algumas escolas sugerem bons livros de leitura, por que não sugerir também bons brinquedos para o desenvolvimento e a experiência sensível com o mundo?

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