Teatro | Histórias de Alexandre - Grupo 59 de Teatro

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histรณrias de alexandre

Agosto e Setembro de 2018


É só embarcar Venha! Venha! Pode chegar!

Seu Alexandre abriu a torneira e suas histórias irá contar De um mundo bem distante, para toda gente lembrar

Que o que foi nem sempre será

E que o mundo de hoje veio de lá Cá nós estamos pra embaralhar

Esses tempos, esses pensamentos Esses desejos costurados pelo ar

O nosso jeito de olhar o mundo

Muda a nossa forma de caminhar

Nesse outro mundo nem tão distante

Tanta coisa podia, tanta coisa acontecia Que, Deus nos livre, aqui nem pensar! Evoluiu o tempo, o pensamento e o modo de olhar Muita coisa mudou, mas também nem tanto

Tanto que chega até assombrar!

Muita coisa era bem mais bonita antes Ou talvez seja só o nosso jeito de olhar daqui pra lá?


Queremos brincar de voltar no tempo Construir uma ponte

Alargar o horizonte do pensar

Emprestar poesia, derramar fantasia Nessa nossa gente de cá Venha, Seu Alexandre

Contador de trilhas e tramas, tão vividas e bem sonhadas

Que fala bonito e sem invenção Ou melhor, que só inventa o que cabe na imaginação Na casa pequena,

Seu Libório, cantador de emboladas Mestre Gaudêncio, curandeiro Cego preto Firmino

Das Dores, benzedeira de quebranto Abrem os ouvidos!

E Cesária, mulher de Alexandre

Atenta, se prepara para socorrer o homem Quando o trilho da história descarrilhar Ou então quando Seu Firmino vier perguntar...

Assim carinhosamente pedimos licença para adentrar Com cantos e contos o seu espaço de sonhar

Venha! Venha! É só embarcar!


A peça As Histórias de Alexandre foram contadas, primeiro, pelo escritor Graciliano Ramos, que reuniu em um livro contos lá da sua região: o Nordeste. Desse livro, o Grupo 59 de Teatro escolheu algumas histórias para recontá-las, à sua maneira, mas usando as mesmas palavras do autor. O grupo, que sempre gostou muito de trabalhar com música, criou várias canções inspiradas no livro e também trouxe um pouco do cancioneiro popular brasileiro. Tem embolada, repente, reza, canções populares e modas de viola que o grupo usa para “contar cantando” e “cantar contando” as Histórias de Alexandre para crianças de todas as idades, convidando para a deliciosa aventura de imaginar o possível e o impossível.

O espetáculo foi premiado em três categorias do Prêmio SP de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2017: Melhor Trilha Adaptada (Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar), Melhor Direção (Cristiane Paoli Quito) e Prêmio Especial para o Grupo 59 de Teatro, pelo domínio criativo dos recursos de narração de histórias. A direção e a dramaturgia do espetáculo também concederam à Cristiane Paoli Quito o Prêmio APCA 2017.


O autor

Graciliano Ramos, também conhecido como o velho Graça, teve uma vida tão interessante que dava um livro – e na verdade deu mesmo: são várias as biografias e estudos de sua vida e obra. Ele foi um dos mais importantes escritores brasileiros. Escreveu obras fundamentais da nossa literatura como Vidas Secas, São Bernardo, Angústia, Infância e Memórias do Cárcere. Seus livros já ganharam adaptações para o cinema, o teatro e a televisão. Grande parte dos seus trabalhos foram escritos para os adultos, mas o autor também fez algumas obras para crianças e jovens. Histórias de Alexandre foi um caso desses. Publicado originalmente em 1938, o livro reúne uma coleção de histórias que foram coletadas do folclore nordestino, resgatando crenças, costumes e mitos da região.


O Grupo 59 de Teatro O grupo nasceu em uma importante escola de teatro de São Paulo: a Escola de Arte Dramática (EAD/ECA/USP), em 2011. Era a turma número 59 e os espetáculos que eles criaram foram tão bons que, mesmo depois de terminarem a escola, foram apresentados em muitos lugares e fizeram um sucesso enorme.

Agora, com a encenação de Histórias de Alexandre o grupo dá continuidade a uma investigação que começou lá atrás, quando montaram a peça O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, também dirigida por Cristiane Paoli Quito: se comunicar com as crianças e jovens por meio de um jogobrincadeira de contação de história.

O Grupo 59 de Teatro já se apresentou mais de 300 vezes, participou de diversos festivais no Brasil e no exterior e recebeu o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro na categoria Grupo Revelação em 2011.

Usando a palavra e o corpo dos atores, o Grupo 59 de Teatro procura estimular nos espectadores a criatividade, a imaginação e a inventividade típicas daquelas brincadeiras de rua e de quintais.


Músicas O veado no monte (Pois é) Autores: Carol Faria, Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar Sete dias de festa Autor: Gabriel Bodstein De ribeira a ribeira/ Canção do Bode Autores: Felipe Gomes Moreira, Felipe Alves, Gabriel Bodstein e Thomas Huszar Cesária Autor: Felipe Gomes Moreira (Música incidental: De papo pro ar, de autoria de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano) Bendito do Rosário Reza tradicional brasileira, cantada pelos Trovadores do Vale

Desafio de Alexandre e Seu Firmino Autores: Carol Faria, Felipe Gomes Moreira, Fernando Oliveira, Gabriel Bodstein e Thomas Huszar (Música incidental: Voa, Sabiá, refrão tradicional de viola) Embolada do olho Autora: Nathália Ernesto Revanche de Seu Firmino Autores: Carol Faria e Fernando Oliveira Adeus, meu lindo amor Canção da chegança dos marujos cantada por Manuel Lima e Antônio Tavares em Penha (RN) e anotada por Mário de Andrade em 1928.


Ficha técnica

Direção geral quem comandou toda a equipe foi a Cristiane Paoli Quito. Roteiro a partir da obra original de Graciliano Ramos, o Grupo 59 de Teatro e a diretora Cristiane Paoli Quito criaram a sua forma de contar as Histórias de Alexandre. Elenco os personagens são interpretados pelos atores Carol Faria, Felipe Gomes Moreira, Fernando Oliveira, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes, Nathália Ernesto, Nilcéia Vicente, Ricardo Fialho e Thomas Huszar. Músicos convidados quando um dos artistas que toca algum instrumento musical precisa ser substituído, quem entra no lugar deles é o Alex Huszar ou a Aline Reis Cardoso Vieira. Figurinos as roupas que eles usam na peça foram inventadas pela Claudia Schapira.


Iluminação e ambientação as luzes e o cenário da peça foram pensados pela Cristina Souto. Direção Musical quem organizou todas as músicas, letras, melodias e instrumentos foi o Felipe Gomes Moreira e o Thomas Huszar. Preparação corporal para que os atores conseguissem fazer movimentos e personagens tão interessantes eles tiveram aulas com a Letícia Sekito. Operação de luz na cabine que fica no fundo do teatro, dois técnicos controlam as luzes durante o espetáculo: o Alexandre Souto e o Gabriel Greghi.

Operação de som para que as vozes dos atores e o som dos instrumentos cheguem perfeitos aos nossos ouvidos, quem está sempre atento é o Nicholas Rabinovitch. Arte gráfica e ilustrações todos esses desenhos foram feitos pela Nina Farkas. Produção quem trabalhou para fazer o espetáculo acontecer e chegar ao Sesc Ipiranga foi todo o Grupo 59 de Teatro. Realização e isso tudo foi feito com a ajuda do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo (3ª edição) e do Sesc São Paulo.


Essas palavras fazem parte das Histórias de Alexandre. Você já conhecia? Pinte as figuras e dê ainda mais cores para essas histórias.

Caititu Candeeiro O velho Graça

objeto usado para iluminar. Pode ser a gás ou óleo.

também conhecido como porco-do-mato.

Guariba é um macaco, de grito peculiar. Os machos, quando velhos, ostentam longas barbas.

Bacuraus pássaros noturnos de canto assustador.

Arreios peças colocadas no cavalo para montaria.


Flor de sabugueiro

Xique-xique

é utilizada no preparo de chás para tratamento de febre, tosse e dor de garganta.

planta típica do Nordeste que pode atingir quatro metros de altura, tem espinhos pontiagudo e dá frutos comestíveis.

Cepo pedaço de tronco de árvore, “toco”, onde as pessoas se sentam.

Renda de bilros Mandacaru é um cacto enorme, típico da caatinga.

é uma renda produzida sobre uma almofada com a ajuda de alfinetes e pequenas peças de madeira, os bilros, onde estão os fios da renda, que são manejados pela rendeira seguindo o desenho desejado.


Histórias de Alexandre

12/8 a 30/9. Domingos, das 11h às 12h (exceto dia 2/9) Teatro

Duração: 60 min Livre

Sesc Ipiranga

Rua Bom Pastor, 822 CEP 04203-000 - São Paulo/SP Tel.: +55 11 3340 2000 /sescipiranga

sescsp.org.br/ipiranga


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