Abril | 2018
Ser humano significa ser por meio de outros. Dirk Louw
Psicólogo e filósofo da África do Sul
No mês de abril, o Sesc Ipiranga realiza a Mostra Ser, que traz por meio da linguagem do cinema o tema gênero e sexualidade. Longas, médias e curtas-metragens apresentam um olhar sobre a vida de pessoas LGBTTQI, seus cotidianos, modos de viver e amar. A programação inclui exibição de filmes, bate-papos com diretores e um curso sobre a representatividade LGBT no cinema brasileiro, além da criação de um ambiente acolhedor e convidativo no formato de sala de estar, onde serão exibidos curtas-metragens. Na abertura, a cantora, compositora, atriz e ativista transexual Linn da Quebrada apresentará um pocket show logo após a exibição do documentário em que participa – Meu corpo é político, de Alice Riff. Sinta-se em casa!
Mostra de Curtas
Mostra de Longas
De 3 a 29. Ter a sáb, 10h às 21h30. Dom, 10h às 18h
+ Atividades Integradas
Eu não quero voltar sozinho
Dia 26. Qui, às 19h
Não gosto dos meninos
Meu corpo é político + Pocket-show com Linn da Quebrada
A arte de andar pelas ruas de Brasília Antes das palavras
Dia 27. Sex, às 16h
Nosso amor existe
Meu nome é Jacque + Bate-papo com Angela Zoé e Ana Ferri
Curso De 10 a 26. Terças e quinta, das 19h às 21h30 LGBTS no cinema brasileiro Panorama histórico nos séculos XX e XXI Com Lufe Steffen
Dia 28. Sáb, às 16h Vozeria + Bate-papo com Raphaela Comisso e Ana Ferri Dia 29. Dom, às 16h Guigo Offline + Bate-papo com René Guerra, Daniel Ribeiro, Rafaela Camelo e Ana Ferri Sessões extras, dias 17 e 18. Ter e qua, 9h
Foto: Reprodução
MOSTRA DE CURTAS
De 3 a 29 Terça a sábado, das 10h às 21h30 Domingo, das 10h às 18h Área de Convivência
EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO A vida de Leonardo, um adolescente deficiente visual, muda com a chegada de Gabriel, um novo aluno em sua escola. O jovem vive a inocência da descoberta do amor e da homossexualidade, ao mesmo tempo em que lida com o ciúme da amiga Giovana. Direção: Daniel Ribeiro. Ficção. BRA. 2010. 17 min. Livre
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
NÃO GOSTO DOS MENINOS
A ARTE DE ANDAR
Inspirado no projeto It gets Better, André Matarazzo e Gustavo Ferri mostram diferentes histórias – que gostaríamos de ter visto antes – de brasileiros gays, bis, trans contando de suas experiências, escolhas, dilemas, desejos, fases e soluções na intenção de mostrar que, independentes de nossas escolhas afetivas, todos podem ser felizes.
PELAS RUAS DE BRASÍLIA
Direção: André Matarazzo e Gustavo Ferri. Documentário. BRA. 2011. 18 min. Livre
Todos os dias Ana e Leila se encontram em um dos vagões do metrô. Dali saem para passar o tempo pelas ruas da cidade. A superquadra, a W3 e os blocos das superquadras de Brasília são os cenários escolhidos para viverem experiências da adolescência como o primeiro cigarro, o primeiro porre e o primeiro beijo. Direção: Rafaela Camelo. Ficção. BRA. 2011. 18min. Livre
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
ANTES DAS PALAVRAS
NOSSO AMOR EXISTE
Uma narrativa fragmentada da crescente atração entre Célio e Dário, dois colegiais que são aproximados por encontros acidentais e uma ingênua curiosidade. Ao mesmo tempo eles tentam entender esta inesperada conexão entre eles, Sofia, a namorada de Célio, também busca entender o que existe entre os dois garotos.
O documentário apresenta histórias de casais homoafetivos, abordando temas como relacionamento, medos, angústias, preconceito, desafios, e claro, amor. O curta faz parte da campanha Nosso Amor Existe, que reúne histórias de casais LGBTs, em vídeos e fotos pela fanpage no Facebook, que tem como objetivo proporcionar visibilidade às relações homoafetivas, compreendendo a importância da representatividade.
Direção: Diego Carvalho Sá. Ficção. BRA. 2013. 13 min. Livre
Direção: Ricardo Puppe e Theo Borges. Documentário. BRA. 2016. 16 min. Livre
Foto: Matheus Rocha
curso
De 10 a 26 Terças e quinta, das 19h às 21h30 Espaço de Tecnologias e Artes
LGBTS NO CINEMA BRASILEIRO PANORAMA HISTÓRICO SÉCULOS XX E XXI A partir de uma linha cronológica, desde o século XX até os dias atuais, o curso discutirá a representatividade LGBT no cinema brasileiro. Para compor essa trajetória, serão citados, comentados e debatidos diversos filmes com exibição de pequenos trechos. Com Lufe Steffen
+ATIVIDADES INTEGRADAS De 26 a 29 Quinta a domingo Teatro + Área de Convivência
Foto: Reprodução
Mostra de longas
MEU CORPO É POLÍTICO O documentário Meu Corpo é Político destaca a rotina de homens e mulheres transexuais, especialmente negros e moradores das periferias de grandes cidades. O resultado é um painel diversificado sobre quatro pessoas que superam dificuldades para terem trabalhos fixos e laços afetivos como quaisquer cidadãos cisgêneros. Direção e roteiro: Alice Riff. Com Fernando Ribeiro, Giu Nonato, Linn Santos e Paula Beatriz. Documentário. BRA. 2017. 71 min. 14 anos Dia 26. Qui, às 19h. Teatro
Foto: Filipa Aurelio
pocket-show LINN DA QUEBRADA A artista multimídia Linn da Quebrada, direto da Fazenda da Juta - quebrada da Zona Leste de São Paulo - apresenta-se com repertório baseado em seu disco de estreia, Pajubá (2017). No show, Linn vem acompanhada de sua banda, formada pela performer e cantora Jup do Bairro, o DJ Pininga e as percussionistas Ariane Molina e Victória dos Santos, mais conhecidas como MBeji. Dia 26. Qui, após a exibição do filme. Teatro
Foto: Reprodução
MEU NOME É JACQUE A história de vida de Jaqueline Rocha Côrtes, uma mulher transexual brasileira, que vive com HIV há mais de 20 anos. Militante pela causa, Jacque tem a vida marcada por lutas e conquistas, chegando a trabalhar como representante do governo brasileiro e na Organização das Nações Unidas. Atualmente, é casada e mãe de dois filhos, mora em uma pequena cidade e leva uma vida voltada para a maternidade, família e espiritualidade. Direção: Angela Zoé. Documentário. BRA. 2016. 80 min. 12 anos Dia 27. Sex, às 16h. Área de Convivência bate-papo ANGELA ZOÉ + ANA FERRI (mediadora) Ana Ferri é psicóloga, psicodramatista e psicoterapeuta formada pela PUC SP. Atua há anos com as temáticas de direitos humanos, sexualidade, gênero e diversidade sexual. Dia 27. Sex, após a exibição do filme. Área de Convivência
Foto: Reprodução
VOZERIA Vozeria é uma “ressonância de múltiplas vozes”. O filme leva esse nome porque articula depoimentos de oito pessoas importantes do movimento social, que trazem à tona reflexões sobre gênero, sexualidade e direitos humanos, tendo em vista os papéis que a linguagem assume na produção e manutenção de violências. O documentário entrevista personalidades importantes, tais como João W. Nery, Amelinha Teles e Luana Hansen, entre outros. Direção: Raphaela Comisso. Documentário. BRA. 2015. 55 min. 10 anos Dia 28. Sáb, às 16h. Área de Convivência bate-papo RAPHAELA COMISSO + ANA FERRI (mediadora) Dia 28. Sáb, após a exibição do filme. Área de Convivência
Foto: Reprodução
GUIGO OFFLINE Guigo é apaixonado por Sabrina, com quem troca mensagens pelo celular. Numa viagem, para uma pescaria com seu pai, Roberto, a falta de sinal de internet deixa Guigo desnorteado e ansioso para marcar um encontro com a garota. Além disso, ele ainda terá de lidar com outra situação: antes que Roberto conte ao filho, Guigo descobre que o amigo de seu pai, que os acompanha no passeio, na verdade, é seu namorado. Direção: René Guerra. Drama. BRA. 2016. 52 min. Livre Dias 17 e 18. Ter e qua, às 9h. Teatro Dia 29. Dom, às 16h. Área de Convivência bate-papo RENÉ GUERRA (diretor de Guigo Offline), DANIEL RIBEIRO (diretor de Eu não Quero Voltar Sozinho), RAFAELA CAMELO (diretora de A Arte de Andar pelas Ruas Brasília) + ANA FERRI (mediadora) Dia 29. Dom, após a exibição do filme. Área de Convivência
Palavras das diretoras
Foto: Divulgação
“Como saber o que é amor, se nunca se amou? A intensidade do viver algo pela primeira vez é o que me motivou a fazer esse curta e a escolher o ponto de vista de personagens adolescentes. É muito comum ver meninas da idade das personagens se abraçando, andando de mãos dadas e tendo uma liberdade de toque muito grande – maior ainda se comparada a dos meninos da mesma faixa etária. E quando foi a minha vez de passar por isso, lembro de sentir algo diferente, especial, por uma de minhas amigas. Misturando um pouco de ficção às lembranças de adolescência – das cartinhas trocadas com ela à vontade de experimentar o que era proibido – me veio a inspiração para a história.” Rafaela Camelo A Arte de Andar pelas Ruas de Brasília
Foto: Divulgação
“Fazer filmes para mim é refletir sobre que histórias a gente conta, que imagens devem ser produzidas. O corpo é político assim como o cinema é político, cada cena ou sequência não está à toa. Há uma história hegemônica, contada a partir de um único ponto de vista: a do opressor. A militância transexual está lutando por visibilidade e por ocupar os espaços na educação, mercado de trabalho, política... Fiz um filme que retratasse a vida de pessoas trans como uma aliada à militância, compreendendo o que vinha escutando no processo de pesquisa. Até mesmo as escolhas estéticas do filme estão condicionadas por essa intenção.” Alice Riff Meu Corpo é Político
Foto: Divulgação
“O documentário Meu Nome é Jacque aborda a diversidade através da história de vida de Jaqueline Rocha Côrtes, uma mulher transexual brasileira que vive com Aids, que conheci quando fizemos campanhas sobre a violência contra mulher. Nesse momento, eu que sempre quis fazer filmes com cunho ativista e feminino e retratar mulheres poderosas no cinema, tive certeza que o mundo deveria ouvir sua história. A história da Jacque poderia ser um relato triste, uma tragédia, ou ainda apenas uma lição, mas no fim, eu acredito que é simplesmente o retrato de uma grande mulher guerreira, da sua força ao superar cada uma das barreiras que foram impostas em sua vida, e sobre o amor e a tolerância que tornaram sua felicidade algo tangível mesmo em meio a tantos desafios.” Angela Zoé Meu Nome é Jacque
Sesc Ipiranga Rua Bom Pastor, 822 CEP: 04203-000 | São Paulo/SP Tel.: +55 11 3340.2000 /sescipiranga sescsp.org.br/ipiranga