Teatro | Nomen

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Cia do Caminho Velho e Cia do Pรกssaro Voo e Teatro


NOMEN Em NOMEN, uma garota, seu pai doente e um soldado estão enclausurados nos escombros de uma guerra que leva o mundo ao apocalipse. Peste, morte, dilúvio e um levante de esfomeados dizimam a humanidade. No processo criativo da peça a dramaturgia exige a tomada de decisões. Em vários momentos nos perguntamos, por exemplo, quem eram as figuras identificadas no texto como ELE e ELA. Para nós, ELA é uma menina prestes a se transformar em mulher, condenada a cuidar de um pai moribundo. ELE, um soldado angustiado que resiste em nome de algo que possa chamar de honra. Neste universo, a encenação aponta para a reconstrução do mundo após o Armagedon, agora não mais a partir da honra, mas de uma outra perspectiva: o feminino.

A DRAMATURGIA Mutilar ou apagar o nome de uma pessoa é condená-la à impotência ou à morte. Paradoxalmente é também o nome das coisas que determinam sua função e desígnio e, desta maneira, a confina em um modo de ser no mundo. Em NOMEN, a natureza das coisas, tal como as conhecemos, está arruinada. Dilúvio e barbárie dissolvem os sentidos e signos produzidos e praticados pela humanidade, os nomes instituídos perdem seu lastro com a realidade e nada mais é passível de definição. Em colapso, este universo desorientado não revoga suas bases e subverte leis e sistemas no intuito de substituí-los ou renová-los, mas esfacela sua substância: o nome de todas as coisas. Escrevi este texto pela necessidade em dar forma a um mal-estar permanente incrustado em nossa existência, esse tumulto interior incapaz de ser capturado por um nome.

BRUNO FELDMAN




OS ATORES Carolina Erschfeld trabalhou como assistente de direção de Antunes Filho na peça Nossa Cidade, melhor direção pelo Prêmio Shell de Teatro e espetáculo teatral pela APCA. Como atriz integrou os elencos de Nekrópolis na Cia Club Noir e Antessala Mostra no coletivo Antessala, projeto contemplado pelo prêmio PROAC. É atriz fundadora do coletivo Cia do Caminho Velho, onde atua na peça Bonita, e é responsável pelo treinamento dos atores da peça Piche. Dawton Abranches é ator, diretor teatral e um dos fundadores da Cia do Pássaro. Atualmente, cursa a Escola de Arte Dramática (EAD/ ECA/USP). Sua formação artística conta com passagens pelo Centro de Pesquisa Teatral do Sesc e pela Cia Club Noir. Como integrante da Cia do Mofo atuou nos espetáculos Hotel Trombose e Mamute. Já na Cia do Pássaro atuou em Anjo Caído, dirigiu Oriki, indicado ao Prêmio Aplauso Brasil nas categorias de melhor espetáculo e arquitetura cênica, Titio e BAQUAQUA, contemplado pelos prêmios PROAC e Zé Renato.

O DIRETOR Alex Araújo é formado em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo e em Dramaturgia pela SP Escola de Teatro. É fundador do coletivo Cia do Caminho Velho, no qual ministra cursos de extensão em parceria com a UNIFESP. Esteve como ator na primeira turma do NAC - Núcleo de Artes Cênicas e como diretor integrou o Núcleo de Direção da Escola Livre de Teatro. Com o coletivo Antessala co-dirigiu Antessala Mostra. Na Cia do Caminho Velho dirigiu as peças Sereias, Bonita e Piche, nesta última assina também como dramaturgo.

O DRAMATURGO Bruno Feldman formou-se como ator pela Escola de Arte Dramática (EAD) da Escola de comunicações e Artes (ECA - USP) e pela Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT). Como dramaturgo formou-se na SP Escola de Teatro, sob a orientação de nomes expoentes da dramaturgia contemporânea. Seu texto Cartas sobre o final foi publicado em Ouvir contar, realização da SPET. Escreveu Paisagem, que integrou o projeto Antessala Mostra. Como ator participa da peça Hotel Mariana.


CIA DO CAMINHO VELHO E CIA DO PÁSSARO A Cia do Caminho Velho nasceu em 2007 e é um coletivo de teatro que, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo, investiga em cena dramaturgias contemporâneas, que explorem diferentes formatos estruturadores do texto. A Cia do Pássaro foi criada em 2011, interessada em desenvolver parcerias com novos autores para desvendar novas estéticas. A dramaturgia de NOMEN, escrita por Bruno Feldman, foi o que uniu os dois coletivos em 2015, quando iniciou-se o processo de pesquisa e montagem da peça. A parceria se deu pela vontade dos dois grupos em priorizar o ator na sua relação com o texto dramatúrgico e em posicionar-se tendo o “feminino” como contraponto a atual visão de mundo dominante.

FICHA TÉCNICA Direção e iluminação: Alex Araújo Elenco: Carolina Erschfeld e Dawton Abranches Dramaturgia: Bruno Feldman Sonoplastia e operador de som: Carlos Ronchi Cenário e figurino: Paloma Neves e Carolina Erschfeld Operação de luz: Daiane Sousa Idealização gráfica: Felipe Uchôa Fotografia: Rodrigo Baroni 16 anos. 50 min

AGRADECIMENTOS

Airá Fuentes Tacca, Alessandro Marba, Ana Cláudia Romano, Anna de Campos, Carlos Marques, Denilson Oliveira, Dione Carlos, Felipe Uchôa, Janes Jorge, Lavinia Silvares, Marta Jardim, Simone Nacaguma e UNIFESP.



De 09 de março a 08 de abril de 2018 Sextas 21h30 Sábados 19h30 Domingos 18h30 Exceto dias 25 e 30/03

Sesc Ipiranga  Rua Bom Pastor, 822  CEP: 04203-000  São Paulo – SP Tel.: +55 11 3340.2000  /sescipiranga

sescsp.org.br/ipiranga


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