Prancha final

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Está localizado a cerca de 8 graus ao sul do equador. Isto signica que a RMR está na faixa de maior insolação da Terra, recebendo os raios solares quase perpendiculares superfície e, pela baixa latitude, com horas de insolação praticamente constantes entre os meses de verão (de maior insolação) e inverno (de menor insolação), de maneira que a diferença de horas de sol ao longo do ano para o Recife é de apenas 25 minutos, enquanto em Porto Alegre este valor chega a ser de duas horas. O efeito desta constância reete-se nas temperaturas, estáveis ao longo de todo o ano. Assim o Recife registra uma diferença anual de apenas 3°C entre Janeiro e Julho, mas a diferença média entre a temperatura máxima e mínima em 24 horas é de mais de 6°C.

CARTA BIOCLIMÁTICA

GRÁFICO DE TEMPERATURA, PRECIPITAÇÃO E AMPLITUDE TERMICA

VENTOS - FREQÜÊNCIA DA OCORRÊNCIA

Recife-PE

Recife-PE

Recife-PE

Carta bioclimática com as estratégicas para a Cidade do Recife. Fonte Lamberts, p. 140, 1997.

ESTRATÉGIAS

A alta temperatura é constante durante o ano inteiro. Com uma temperatura média de 26.9 °C, Janeiro é o mês mais quente do ano. A temperatura média em Julho, no inverno, é de 24.1 °C sendo está a temperatura média mais baixa de todo o ano. O período chuvoso inicia-se em março e vai até o nal de agosto (as pessoas de Recife e do Nordeste em geral referem-se ao período chuvoso como 'inverno', ainda que de fato a estação seja outono), similar ao que ocorre em outras cidades da região. Outra característica interessante é que raios e trovoadas são muito raros no Recife. Isso porque as chuvas nessa região são decorrentes do processo de evaporação e condensação da água, o que não gera atritos e descargas elétricas. Devido a proximidade da cidade com a costa marítima onde as liberações do calor pelas águas do oceano são mais lentas, sendo assim, a temperatura não diminui rapidamente em relação com as cidades situadas mais ao continente.

OUTONO INVERNO

PRIMAVERA VERÃO

CARTA SOLAR COM TEMPERATURAS

Insolação: Na planta inicial foram identicados os problemas de poucas aberturas e mal orientadas para aproveitamento da ventilação cruzada e ventos predominantes. Layout: muitas paredes no layout interno,sem espaços uidos. Proteções solares: sem proteção de brises, venezianas. Insolação Fachadas: As fachada mais crítica em termos de insolação combinadas ao horário e estação do ano é a fachada 3 a NO e a mais amena é a fachada 2 a SE. Ventos: A cidade de Recife tem boa frequência de ventos o ano todo, principalmente para SE em todas as estações, e por velocidade chega a 6 m/s na primavera em variadas direções.Pela cidade estar muito bem servida, o aproveitamento dos fortes e constantes ventos irão contribuir para reduzir as temperaturas internas na edicação.

N

DETALHAMENTO BRISE

AA

35° J09

160

C

35°

75°

RESULTADO DAS ANALISES

J06 185

Na fachada 1, orientação SO, a uma pequena ocorrência de ventos no outono e no inverno, e há uma menor necessidade de proteção solar para as aberturas. Propusemos, portanto, um cobogó de 80x210cm nessa fachada. Sua função é para que ocorra ventilação cruzada na cozinha. Foi orientado a 70° de forma que o mesmo proteja verticalmente o ambiente da incidência solar. O pergolado acima servirá de proteção horizontal para a abertura. A janela 11, utilizada para o efeito chaminé, possui apenas brise horizontal, pois a edicação bloqueia o sol verticalmente. Este brise horizontal garantirá uma proteção solar das 11 às 16 horas no verão.

60

FACHADA 1

75°

°

62

J05

70°

70°

70°

J11

150

J03

60

250

°

JANELA 8 JANELA 2

J01 J06

J08

BB

CORTE AA BB 185

70°

J10 75°

J09

JANELA 5 e JANELA 11

35°

J09 J10 70°

FACHADA 2 Foi observado que na fachada 2 há uma necessidade menor de proteção solar e por estar localizado na orientação SE, possui uma maior frequência de ocorrência de ventos nas quatros estações. Concluímos, portanto, que deveríamos colocar o maior quantidade/metragem de aberturas nessa fachada. Nos quartos colocamos duas janelas de 200x160x50cm com proteção vertical das venezianas e horizontal do beiral do telhado. A janela do banheiro também está localizada nessa fachada. Por ser um local de alta umidade resultante dos chuveiros, forma-se fungos, assim sendo, o sol da manhã evitará essa formação, além de conter um caráter desinfetante. O beiral possui uma angulação de 62° a partir da janela desse ambiente, isso permitirá o sol penetre das 6:00 da manhã até as 7:30, após esse horários, protegerá o espaço todos os dias do ano. Na sala há uma parede de cobogó de 220x210cm para uma ventilação adequado do ambiente. A proteção realização para essa abertura foi da combinação de brises horizontais de 35°, criam uma espécie de pergolado. A distancia entre a parede paralela a esse cobogó é de apenas 175cm, permite que a mesma em conjunto com o pergolado proteja-o adequadamente. A janela 9, utilizada para o efeito chaminé, possui apenas brise horizontal, pois a edicação bloqueia o sol verticalmente. Esta receberá insolação até as 10h na estação verão.

espelho d'agua

Na fachada 3 foi vericado que há uma necessidade maior de proteção e praticamente nenhuma frequência de ocorrência de ventos. Portanto, no quarto 1 e na sala colocamos grandes aberturas. Essas aberturas possuem a nalidade de permitir uma ventilação cruzada, proeminente da janela 1 para a 7, ventilando o quarto. Na janela 7 foi projetado venezianas verticais de 75° e realizado o prolongamento do pergolado para a proteção horizontal. O mesmo dimensionamento foi utilizado na janela 8, porém, a proteção vertical será dada pelo prolongamento da parede e a proteção horizontal pelo beiral do telhado. A janela 10, utilizada para o efeito chaminé, possui apenas brise horizontal, pois a edicação bloqueia o sol verticalmente.Este efeito irá retirar o ar mais quente dos ambientes.

A fachada 4 possui uma necessidade maior de proteção solar. Juntamente com a análise da rosa dos ventos de Recife, vericamos que a orientação NE, apenas na primavera e verão há uma frequência na ocorrência de ventos. Sendo assim, concluímos que é uma fachada pouco favorável para o projeto. Localizamos, portanto, a janela da cozinha nessa fachada. Para a proteção da mesma foi projetado um beiral de 120 de comprimento, e um brise de madeira a partir do término do beiral até o chão. Esse brise irá garantir sombreamento e passagem dos ventos para amenizar as altas temperaturas, principalmente da primavera/verão. Como a cozinha gera diversos odores e fumaças, com uma proteção muito perto da abertura, poderia não dispersar adequadamente levando condições perigosas e riscos a saúde do morador. Também criamos um cobogó que irá do chão até a laje no quarto 2, para que seja efetivada a ventilação cruzada em todos os periodos do dia. O cobogó foi projetado para ele mesmo proteja o ambiente da incidência solar, não necessitando de proteção secundária.

60

°

JANELA 3

J01

J02

120

J05 J01 110

J07 75

JANELA 9

J08 J06

°

ESPELHO D’ÁGUA

60

°

°

100

60

PLANTA BAIXA

JANELA 4

CORTE BB

JANELA 2

MATERIAIS

COBERTURA

Telha cerâmica natural com capa e canal separados, diferente entre si e linhas predominantes retas Inclinação do telhado: 40% Resistência térmica: 0,361 m².K/W Transmitância térmica: 1,75 W/m².K Atraso térmico: 1,2 horas Capacidade térmica: 21

PISO

FACHADA 3

A vegetação foi utilizada como sombreamento a longo prazo, não sendo considerados no dimensionamento dos brises. A vegetação pode ser utilizada como um eciente elemento externo de proteção solar, onde podem ser utilizadas árvores de copa larga que auxiliem no sombreamento inclusive da cobertura. O tipo de vegetação indicada para este tipo de clima são aqueles que não barrem a passagem dos ventos e façam sombra o ano todo e sombreamento grande, preferencialmente arvores de médio a grande porte com folhagem perene e copa larga. Exemplo: Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi.): Nativa, altura de 5 a 10,0 m, copa globosa, folhagem perene, oração esbranquiçadas

JANELA 6

J02

PAREDE

Tijolo cerâmico maciço 10x6x22 cm Resistência térmica: 0,104 m².K/W Transmitância térmica: 3,65 W/m².K Atraso térmico: 2,7 horas Capacidade térmica: 158 Cor: pintura branca Reetância solar: 0,80 Absorve 0,20 Emite 0,90

MURO (cobogó)

JANELA 7, JANELA 8 e JANELA 10

Comprimento: 39cm Largura: 39cm Espessura: 7cm Rendimento: 6,5pcs/m² Aproveitamento da ventilação natural: 55%

Cor: pintura branca Reetância solar: 0,80 Absorve 0,20 Emite 0,90

JANELAS

FACHADA 4

Cor: pintura branca Reetância solar: 0,80 Absorve 0,20 Emite 0,90

Cimento queimado, por todos os ambientes, tanto seco quanto molhado. Inclinação do telhado: 40% Cor: cor natural Resistência térmica: 0,058 m².K/W Reetância solar: 0,18 Transmitância térmica: 3,73 W/m².K Absorve 0,65 Atraso térmico: 2,4 horas Emite 0,91 Capacidade térmica: 220

JANELA 1, JANELA 6 e JANELA 9

IMPLANTAÇÃO

JANELA 1

J04

J04

AA

N

PROJETO

pergolado

O pergolado foi projetado criando um patio central no projeto, protegendo assim, diversas janelas. De grande aplicação no nordeste do país, é um exemplo de sistema misto em escala reduzida (BITTENCOURT, 1988) que além de proporcionar sombreamento, permitem a ventilação e iluminação, com a manutenção da segurança e privacidade dos ambientes. Os brises verticais alinhados lado a lado, é um sistema de sombreamento bastante eciente e que também favorece a circulação de ar através dele, o que reduz as transferências térmicas para o interior.

TBS > 25°C

135

75°

SOMBREAMENTO

20°C < TBS < 25°C

OUTONO INVERNO

50

VENTILAÇÃO NATURAL

O efeito chaminé foi projetado para que o telhado possua com inclinação de 40% para gerar um uxo de ar ascendente retirando o ar mais quente através de aberturas. Terá proteção de um brise horizontal, oferecendo uma resistência mínima ao uxo de ar ascendente, para permitir que o ar ua livremente para fora do edifício.

10°C < TBS < 14°C 14°C < TBS < 20°C

CORTE LONGITUDINAL E TRANSFERSAL

PLANTA BAIXA C/ LAYOUT

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO

Ventilação cruzada foi utilizada em todos os ambientes da casa. O uxo de ar interno será determinado pela posição das aberturas de entrada com relação ao exterior e das aberturas de saída com relação a corrente de ar interna. Se o vento é obrigado a mudar de direção dentro do ambiente uma maior parcela do ambiente

TBS < 10°C

ANALISE ANTERIORES INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

Utilizando espelho d’agua do lado externo da casa, o ar é resfriado pelo processo de evaporação, tornando-se mais denso e aumentando a pressão dentro do espaço fechado do pátio se este for sombreado, o que potencializa as correntes de convecção forçando o ar resfriado por aberturas voltadas para o pátio e a saída do ar quente através de aberturas de saída para o exterior.

PRIMAVERA VERÃO

Predominância de ventos dos setores: lestenordeste (ENE), leste (E), leste-sudeste (ESE), sudeste (SE) ou sul-sudeste (SSE). Ventos dos Recife-PE setores sul (S), sul-sudoeste (SSW) e sudoeste (SW) foram registrados apenas no período de março e agosto, época chuvosa na área do Recife. As intensidades médias mensais foram maiores no segundo semestre do ano, período em que a alta subtropical do Atlântico Sul é dominante. As intensidades variaram entre 3 m/s em maio, quando os setores sudoeste (SW) e sul-sudeste (SSE) predominaram (freqüências em torno de 20%), e 6,7 m/s em setembro, mês em que o setor sul-sudeste (SSE) dominou, com freqüência acima de 40%. A circulação local (brisa) teve ventos do quadrante noroeste no período noturno e início da manhã (brisa terrestre), e do quadrante sudeste no período diurno (brisa marítima), com intensidade menor (maior) no início e nal do ano (abril a agosto) (disponibilizados pelo Comando da Aeronáutica).

250

NOME: AMABILE CUNHA, KETELIN, PATRICIA INDALENCIO, SHIRLEY FERNANDES, TURMA A- NOTURNO

BRASIL, PERNAMBUCO, RECIFE

banheiro (janela 2)

VENEZIANAS (brises) Madeira Freijó com acabamento castanho Reetância solar: 0,12 Absorve 0,88 Fator solar 0,19

ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL Lampadas incandecente em todos os ambientes. São as lâmpadas que possuem melhor desempenho, por essa razão são as mais indicadas para iluminação de interiores. Possui alta eciência, seu uso é indicada por razões de economia.

cozinha (janela 4)

DIRETRIZES CONSTRUTIVAS Cor: transparente Espessura do vidro: 6mm Reetância solar: 0,83 Absorve: transparente

janela basculante

janela camarão

JANELAS DIMENSIONAMENTO

JANELA 3 e JANELA 4

JANELA 1: 160cmx200cmx50cm JANELA 2: 60cmx90cmx160cm JANELA 3: Cobogó, dimensionado conforme a analise solar JANELA 4: 110cmx120cmx100cm JANELA 5: Cobogó, dimensionado conforme a analise solar JANELA 6: Cobogó, dimensionado conforme a analise solar

JANELA 7: 40cmx290cmx170 JANELA 8: 40cmx340cmx170 JANELA 9: 75cmx 360cmx310cm JANELA 10: 75cmx 670cmx310cm JANELA 11: 75cmx 175cmx310cm O tamanho das aberturas, visto NBR 15220, devem ser grandes, então serão alteradas para tamanhos maiores de 40% da área do ambiente.

PORTA As portas internas da edicação optou-se pelo modelo que contém ventilação permanente através de venezianas embutidas, para ventilação cruzada

ZONA 8

REFERENCIA Casa Trancoso

Local: Trancoso/BA, Brasil Arquiteta: Renata Romero Conclusão da obra: 2007 Área do terreno: 2.500 m² Área construída: 350 m²

Como no nosso projeto da residência nessa casa tem diversos fatores que trazem conforto térmico e eciência energética: ● Fechamentos de concreto e madeira ,paredes de madeira no piso superior diminuindo a inércia térmica ● Grandes aberturas em madeira. ● Janelas camarão que se abrem totalmente aproveitando ao máximo a abertura. ● Aberturas basculantes. ● Venezianas na parte de cima da janela que permitem a entrada permanente de ventilação. ● Cor branca nas paredes reetindo a luz solar ● Pergolado na varanda, sombreando a fachada ● Grandes beirais para sombreamento das aberturas ● Teto elevado mantendo a casa arejada e fresca ● Cobertura leve e reetora, forro e estrutura do telhado em madeira. ● Espaços integrados e uidos

JANELA 10


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