Bem Estar Zona Sul Dezembro 2009 by Renato Silva

na zo ul

Jornal de Coleção • Ano i1 • Nº 16 • DEZEMBRO 2009 • 10.000 Exemp. • Tel. (51) 3273.4984 • distribuição Gratuita

ecologia

Nova sessão traz dicas de como ser ecológico no dia a dia 

TELEVISÃO

O melhor lugar para a TV nas residências é... NA SALA! 

fique alerta

Revolução da Longevidade

Nunca, em toda a história, viveram no planeta tantas pessoas com mais de cinquenta Cuidados com a escova de dente

anos e jamais tantos chegaram aos cem. Que mudanças de mentalidade são necessárias para melhorar essa vida que, por tantos fatores, aumenta cada dia mais?

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É PROIBIDO Pablo Neruda

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar, Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram, Esquecer seu passado e pagá-Io com seu presente.

É proibido chorar sem aprender, Levantar-se um dia sem saber o que fazer Ter medo de suas lembranças. proibido É não rir dos problemas Não lutar pelo que se quer, Abandonar tudo por medo, Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não tentar compreender as pessoas, Pensar que as vidas deles valem mais que a sua, Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

É proibido não demonstrar amor Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor. É proibido deixar os amigos Não tentar compreender os que viveram juntos Chamá-los somente quando necessita deles. É proibido não ser você mesmo diante das pessoas, Fingir que elas não te importam. Ser gentil só para que se lembrem de você, Esquecer aqueles que te gostam.

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“É proibido não buscar a felicidade, não viver sua vida com uma atitude positiva.” É proibido não fazer as coisas por si mesmo, Ter medo da vida e de seus compromissos, Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido não criar sua história, Deixar de dar graças a Deus por sua vida, Não ter um momento para quem necessita de você, Não compreender que o que a vida te dá, também te tira. É proibido não buscar a felicidade, Não viver sua vida com uma atitude positiva, Não pensar que podemos ser melhores, Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Gentileza gera amor e paz!

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Guia Saúde

Informações importantes para sua saúde e bem-estar

Boas Razões Para Comer Gengibre

Água Contra Sobrepeso Infantil

No oriente ele é considerado um remédio poderoso e cada vez mais vem conquistando espaço entre nós.

Em pesquisa, crianças que beberam mais água tiveram 31% menos chance de ter excesso de peso.

lém de seu conhecido uso no combate à gripe, pesquisas comprovaram que o gengibre tem a capacidade de diminuir o crescimento de tumores no ovário e no estômago. Também já foi estudada e comprovada por pesquisas na Dinamarca e Estados Unidos a eficácia de seu uso contra enjoos. “Estudos apontam que o gengibre melhora a náusea causada pela quimioterapia”, informa a endocrinologista Alessandra Fonseca. Na culinária caseira, a raiz é referência no tratamento de doenças típicas de inverno. Ferver o gengibre com limão e colocar mel a gosto é uma boa receita contra a gripe. Além disso, ter em casa a raiz in natura, em forma de balas ou cristais, é uma saída para quando a garganta começar a incomodar, já que ela ajuda a higienizar a área. Além disso, sua ingestão aumenta a temperatura do corpo, ativando o metabolismo e fazendo, assim, o organismo gastar mais energia para executar as mesmas atividades. “O gengibre é um dos segredos da longevidade dos japoneses”, conta a nutricionista The-

mis Dovera. Mais do que nutrir, o gengibre ajuda o organismo a combater doenças. A substância responsável pelos princípios positivos da raiz é o gingerol, seu principal componente, que confere o sabor refrescante. Uma receita de gengibre contra dor de cabeça. Rende duas porções de 140 kcal. Ingredientes: 1 Iogurte desnatado (150ml), 1 colher (sopa) de aveia em flocos, 1 banana, 1 maçã, 1/2 mamão,1 colher (chá) de mel, gengibre cortado em lascas a gosto,100 ml de água. Misture bem todos os ingredientes ou bata-os no liquidificador. Despeje em um copo e beba sempre que a dor de cabeça começar a incomodar.

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ma pesquisa realizada pelas universidades de Dortmund e de Witten-Herdecke, na Alemanha, e de Londres, no Reino Unido, concluiu que o aumento do consumo de água em escolas diminuiu o risco de excesso de peso. O estudo foi conduzido em grupos escolares de áreas pobres dos dois países, onde o risco de obesidade é maior, e envolveu 32 grupos escolares de nível elementar, somando 2.950 crianças. Para promover o consumo, bebedouros foram instalados nas escolas e os professores deram aulas sobre os benefícios da bebida para o organismo. As crianças foram incentivadas com recompensas e brindes como garrafas d’água. Embora não tenha havido redução no consumo de refrigerantes, os alunos das 17 escolas que receberam a intervenção beberam cerca de um copo a mais de água diariamente. Os resultados mostraram que, em um ano, houve queda de 31% no risco de excesso de peso nesse grupo, mas não houve redução no IMC (índice de massa corporal). As crianças que não participaram da cam-

panha tiveram um leve aumento no peso no mesmo período. “A água é fundamental para o funcionamento de todo o metabolismo”, afirma João César Castro Soares, endocrinologista e nutrólogo da Unifesp. Para metabolizar 1 g de gordura, são usados 15 ml de água. Quando o processo de queima de gordura funciona melhor, sua eliminação do organismo também fica mais fácil. Ingerir água reduz a retenção de líquidos, o que influencia na diminuição do peso. Por outro lado, bebidas artificiais como refrigerantes contêm mais sais e açúcares que nosso corpo e por isso, dão mais sede. Beber água também causa uma sensação de saciedade que pode inibir por algum tempo a compulsão alimentar. “Um copo de 200 ml dá um volume considerável no estômago de uma criança em idade escolar”, explica Castro. A má alimentação infantil contribui para o aparecimento de doenças crônicas como diabetes, artrose e gastrite. Segundo o Ministério da Saúde, 13% dos brasileiros são obesos e 43,3% estão acima do peso.

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Alimentação

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saúde SAÚDE com COM sabor SABOR

Hábitos alimentares saudáveis e saborosos, eis uma ótima conjunção para evitar doenças e disfunções, com muito prazer.

nutróloga Jane Coron escreveu, junto com a chef Flávia Quaresma, o livro “Saboreando Mudanças” (ed. Senac Rio), com a proposta de ser um casamento equilibrado entre o paladar e a alimentação saudável. Em sua quarta edição, o livro tem conquistado o público feminino com propostas para aliviar problemas de TPM e disfunções causadas pela menopausa. A solução para amenizar as alterações físicas e comportamentais pode estar, segundo as autoras, na incorporação de alguns hábitos alimentares. A seguir algumas dicas alimentares da nutróloga Jane Corón.

ALIMENTOS FUNCIONAIS Os alimentos funcionais fazem parte da nossa dieta. É a matéria-prima que o organismo usa para produzir as proteínas necessárias para executar todas as funções. A maioria das pessoas, entretanto, tem

uma alimentação viciada e esquece de consumi-los com a frequência que deveria. Neles, estão contidos os ácidos graxos essenciais, que o nosso corpo não fabrica, como é o caso do ômega 3, que pode ser obtido quando consumimos os peixes de água fria. Outra fonte de ômega é a semente de linhaça, que atualmente está sendo consumida com mais regularidade, mas que até há pouco tempo era desconhecida pela maioria das pessoas.

como o brócolis, a couve-flor, o repolho e a couve-de-bruxelas, reduzem o risco de câncer, melhoram o sistema imunológico e equilibram o metabolismo dos hormônios sexuais.

ENVELHECIMENTO COM SAÚDE Devemos adquirir bons hábitos alimentares: consumir desde cedo os pré-bióticos, os chamados lactobacilos, que encontramos no iogurte. Eles melhoram o sistema imunológico e, principalmente, facilitam muito a função intestinal. No caso de uma salada, por exemplo, em vez de usarmos maionese, podemos substituí-la por iogurte.

MENOPAUSA As mulheres se beneficiam muito quando, desde cedo, aderem a uma alimentação rica, porque conseguem regular o ciclo hormonal e passam a produzir um tipo de estrogênio mais fraco. Alguns alimentos funcionais, em especial os ricos em enxofre,

ALIMENTOS A SEREM EVITADOS

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SOLIDARIEDADE

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Tudo o que existe na natureza deve ser consumido com mais frequência, e o que for industrializado, com moderação. Nosso organismo está adaptado para produzir to-

das as proteínas com os elementos que fizeram parte da nossa dieta na fase de evolução. O fígado, por exemplo, funciona melhor quando não é muito “poluído” com corantes, acidulantes, agrotóxicos, conservantes etc. Para chegar ao atual estágio de evolução, o homem usou o que a natureza oferecia: os alimentos cultivados em águas e em terras sem poluição. Não podemos estragar nosso corpo com substâncias estranhas, como os agrotóxicos. Para continuarmos evoluindo sem doenças degenerativas, devemos nos aproximar mais da natureza, caso contrário, teremos uma população maior de pessoas idosas com Alzheimer, osteoporose, hipertensão e diabetes, entre outras doenças.

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Fique Alerta

Sua saúde merece cuidado Notícias para ler e repassar

Cuidado com a Escova de Dente Escova de dente não deve ficar na pia, nem ser enxugada na toalha, afinal, o banheiro é o local mais contaminado da casa.

uente, úmido e abafado - assim é o ambiente ideal para a proliferação de bactérias. E assim fica sua escova de dente quando você a guarda no armário do banheiro ou em estojo próprio. Apesar disso, a população não cultiva o hábito de higienizar a escova de dente regularmente, segundo pesquisa feita na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP (Universidade de São Paulo). “Se não for feita a higienização correta da escova após o uso, ela se torna propícia à multiplicação das bactérias naturalmente presentes na boca e que, durante a escovação, alojam-se nas cerdas”, explicou o professor Paulo Nelson Filho, da Forp, à Agência USP de Notícias. Ele explica que, na boca, se encontram cerca de 900 espécies de bactérias, capazes de viver até 24 horas entre as cerdas das escovas dentais. Os micro-organismos se multiplicam e tornam a entrar em contato com a boca na próxima escovação, o que aumenta a probabilidade de doenças como a cárie dental, alterações gengivais e lesões da mucosa bucal. Para o pesquisador, a higienização da escova dental deve entrar para a rotina das pessoas. “Assim como ninguém reutiliza fio

dental ou veste a mesma roupa por dias seguidos, a desinfecção desse item é um hábito de higiene pessoal que deve ser adquirido”, completa o especialista. Apesar de não existirem estudos comparativos entre indivíduos que desinfetam suas escovas e aqueles que as guardam sem qualquer procedimento higiênico, Nelson Filho afirma que já foram detectados casos de pacientes cuja incidência de lesões na mucosa diminuiu depois de adotado o hábito de higienização.

Como fazer a higienização? O professor da FORP recomenda a utilização de agentes antimi-

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crobianos disponíveis no mercado (como enxaguantes bucais), acondicionados pelo próprio paciente em frascos de plástico ou vidro, em forma de spray. O produto deve ser borrifado nas cerdas e na cabeça da escova uma vez ao dia, após a escovação noturna. O professor complementa, ainda, que o próprio creme dental pode colaborar para a higienização da escova. Os mais indicados, segundo ele, são aqueles que contêm flúor. Além disso, o usuário deve estar atento para a higienização em água corrente antes da próxima escovação, para retirar as bactérias mortas. “Depois do uso, deve-se bater o cabo da escova na pia, para eliminar o excesso de água, mas nunca secá-la em toalha de ba-

nho ou rosto”, recomenda Paulo, que indica três meses, em média, como o tempo ideal entre a troca da escova velha por uma nova.

“Assim como ninguém reutiliza fio dental ou veste a mesma roupa por dias seguidos, a desinfecção da escova de dente é um hábito de higiene pessoal que deve ser adquirido”.

Como guardar a escova? Em relação ao armazenamento, Paulo Nelson Filho recomenda que a escova não deve ficar sobre a pia. “O banheiro é o local mais contaminado de uma casa. Temos pesquisas que comprovam a presença de coliformes fecais alojados em escovas, em função das descargas e da proximidade com o vaso sanitário”, expõe ele. Portanto, o melhor é guardar a escova desinfetada no armário do banheiro. E manter a tampa do vaso sanitário fechada na hora da descarga!

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Comportamento

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LUGAR DA TELEVISÃO É... A TV no quarto de dormir interfere nas pessoas de várias maneiras. Prejudica desde a socialização até seu funcionamento energético e sexual. Então complete a frase com as duas palavras que faltam: NA SALA!

Alguns se lembram de quando a televisão adentrou os lares brasileiros: ela ficava num canto da sala, em frente ao sofá, onde todos se espremiam e comentavam alegremente os programas e as notícias do “Repórter Esso”. Hoje, a TV é instrumento de um processo de individualização - cada um com sua televisão, seu celular, seu computador.

lguns se lembram de quando a televisão adentrou os lares brasileiros: ela ficava num canto da sala, em frente ao sofá, onde todos se espremiam e comentavam alegremente os programas e as notícias do “Repórter Esso”. Um aparelho para toda a família. Hoje, manter uma TV em cada aposento é parte do processo de individualização pelo qual o mundo está passando - cada com sua televisão, seu celular, seu computador. Colocar a televisão no seu lugar de origem é a orientação de psicólogos, neurologistas e terapeutas sexuais entrevistados. Afinal, a velha piada de que a TV é um excelente método anticoncepcional ainda é atual. No quarto, a telinha brilhante e barulhenta rouba a cena, e a outra pessoa fica esquecida no travesseiro ao lado. Queixas sobre o potencial “broxante” da TV são tão frequentes que, quando um casal procura um terapeuta sexual, a primeira orientação que recebe é: devolva o aparelho para a sala. Àqueles que insistem em manter o aparelho no quarto, o conselho é desligá-lo na “hora H”. “Com a televisão ligada, a audição e a visão ficam comprometidas”, explica Mara Barasch, da Sbrash (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana). Se não há entrega sensorial, o ato

sexual não é totalmente satisfatório. A vida sexual não é a única prejudicada pela televisão. O hábito de assisti-la no quarto pode empobrecer os relacionamentos e causar problemas de saúde. Entre as décadas de 50 e 70, a TV era um símbolo de status, orgulhosamente exibida no principal ambiente da residência. Os moradores se reuniam e podiam interagir enquanto viam a programação. Com preços mais acessíveis, a televisão se transformou em um objeto funcional de decoração e entretenimento, diz o arquiteto Marcelo Tramontano, coordenador do Nomads (Núcleo de Estudos sobre Habitação e Modos de Vida) da USP. Segundo dados do Ibope, 54% dos paulistas possuíam TV no quarto em 2002. “Antes, era apenas um telefone ou um computador voltados para a família nuclear. Hoje, cada membro possui a sua própria TV”, diz Tramontano. “Principalmente nas camadas mais altas da população, existe a individualização de tudo o que se usa, como celular, automóvel, banheiro”, afirma a psicóloga Ana Mercês Bahia Bock. Ter um aparelho no quarto pode ser cômodo, porque cada um assiste ao que quer e quando quer, reconhece a psicóloga, mas, mesmo assim, ela acredita que a televisão seja, obrigatoriamente, um aparelho coletivo.

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Cartola

Motivos não faltam. Leia e veja se não vale à pena bancar esta proposta em sua casa.

PARA CRIANÇAS E IDOSOS Em quarto de criança, a televisão é uma “tentação desnecessária”, diz Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha de São Paulo. “A criança pode ver o que quiser, e os pais podem nem ficar sabendo.” Isso foi comprovado por uma pesquisa publicada recentemente na revista da Academia Americana de Pediatria, a qual concluiu que muitos pais não sabem quais programas seus filhos costumam ver nem quanto tempo passam diante da telinha. Esse problema poderia ser evitado se ver TV fosse um hábito coletivo. “É preciso educar a criança a assistir televisão comentando a importância de tal programa ou discutindo tal desenho, assim ela sai da passividade e passa a ser crítica em relação ao que vê”, diz Bock. A passividade pode afetar também os idosos que, sozinhos em seus quartos, passam grande parte do tempo assistindo à televisão. “A TV isola o idoso do convívio com a família. Passa a impressão de que ele está fazendo algo de útil, mas, na verdade, não está, pois fica passivo”, diz a psicóloga especialista em maturidade Maria Celia de Abreu. Esse isolamento pode até encobrir um distúrbio psicológico: não se sabe se o idoso não sai do quarto porque está mesmo interessado na programação ou porque está deprimido, diz Abreu. Muitas vezes, o aparelho é, infelizmente, a única companhia dos mais velhos, que também não têm acesso a outras formas de entretenimento. Distraídos pela TV, eles podem protelar o horário de dormir. “O idoso dorme menos do que necessita e pode acordar irritado, cansado e com baixa concentração”, afirma a psicogeriatra Márcia Menon. O sono é um dos aspectos mais afetados pela TV no quarto. “É um estimulante, pois as pessoas dormem mais tarde quando deixam o aparelho ligado”, diz o neurologista do Institu-

POR QUE TIRAR A TELEVISÃO DO QUARTO

Crianças

O hábito pode afetar as funções cognitivas. A criança escolhe sozinha o que ver, e, se é vista sem critério, a TV limita a imaginação e não estimula o raciocínio, o que pode causar empobrecimento psicossocial. n

Idosos n Por isolar o idoso, assistir à TV no quar-

O ambiente com uma TV possui uma carga de energia estática que atinge o corpo e altera o funcionamento energético natural. Daí que se recomenda certa distância do aparelho, para diminuir a ação dessa radiação. to do Sono da Unifesp Ademir Baptista Silva. Mas para alguns a TV funciona como uma espécie de sonífero eletrônico - só conseguem pegar no sono se o aparelho estiver ligado. Mas esse é um péssimo hábito, porque impede que se atinja o estado de sono profundo, fundamental para manter o equilíbrio orgânico. “Os flashes de imagem e a mudança de sons não acordam, mas mantêm o sono no estágio superficial, e é necessário dormir profundamente para que o organismo produza proteínas que formam a memória”, explica Silva.

ASPECTOS ENERGÉTICOS Terapeutas bioenergéticos e radiestesistas chamam a atenção para outro fato importante: a televisão irradia muito energia, mesmo quando desligada (basta aproximar o braço da tela para ver os pelos serem atraídos. O ambiente com uma TV possui uma carga de energia estática muito maior que um ambiente tranquilo e arejado. Esta energia atinge o corpo e altera de alguma forma o funcionamento energético na-

tural. Daí que se recomenda certa distância do aparelho, para diminuir a ação dessa radiação. Também chamam a atenção para o alto grau de excitação que a televisão provoca no cérebro. Sabe-se que a alternância vertiginosa entre claro e escuro (observe este fenômeno olhando de fora um quarto escuro com a TV ligada) altera as ondas cerebrais (em casos específicos pode desencadear crises, como as epiléticas). Portanto, o sono perante uma televisão ligada nunca será profundo e reconfortante, pois mesmo com os olhos fechados, o cérebro continua a receber os estímulos luminosos que passam pelas pálpebras. No ato de ver a televisão por períodos maiores recomendase manter a luz ligada para minimizar o efeito de alternância.

to pode encobrir distúrbios psicológicos, como depressão. Se dormir pouco por causa desse hábito, ele pode acordar irritado e se sentindo cansado. Isolamento

Quanto mais tempo uma pessoa passa diante da TV, sozinha em seu quarto, maior o distanciamento social e familiar. n

Sexo

A vida sexual pode ser prejudicada. Além de desviar a atenção visual e auditiva, a TV é usada como “álibi” por muitos casais que não querem manter relações sexuais. n

Sono

Estimulada pela televisão, a pessoa tende a dormir mais tarde do que deveria, o que pode ser ruim para quem precisa acordar cedo. Se adormecer com o aparelho ligado, a qualidade do sono será comprometida. As imagens e os sons da televisão mantêm o sono no estágio superficial, impedindo que a pessoa atinja o estágio profundo, que é fundamental para o equilíbrio orgânico. n

Postura

Assistir à TV geralmente leva a um relaxamento físico, e, sem se dar conta, a pessoa, muitas vezes, fica deitada em posições que prejudicam a coluna e as articulações. n

Fontes: as psicólogas Mara Barasch, Ana Mercês Bahia Bock e Maria Celia de Abreu; a psicogeriatra Márcia Menon; e os neurologistas Ademir Batista e Dalva Poynares e Ana Paula de Oliveira.

Matéria

A REVOLUÇÃO Os que queriam mudar o mundo nos anos ‘60 estão chegando aos sessenta anos.Nunca, em toda a história, viveram no planeta tantas pessoas com mais de cinquenta anos

Theodore Roszak

década de 60 foi em todo o mundo um período notável de protestos, rebelião e mudanças. Nela se lançaram algumas iniciativas “contraculturais” que passaram a tomar parte na nossa sociedade convencional: os movimentos a favor da liberação da mulher, dos homossexuais, da justiça racial, da defesa dos consumidores e do meio ambiente. Aqueles de nós que viveram de perto este turbulento período, ficam às vezes com a sensação de que tudo acabou, que o livro se fechou e a história terminou. Mas, com exceção dos que nos abandonaram prematuramente, os protagonistas destes movimentos continuam presentes e atuantes. São pessoas com algo mais que cinquenta e sessenta anos cuja criatividade cultural e insurgência política juvenis não desapareceram: continuam fazendo parte de suas recordações históricas. A geração que era jovem nos anos sessenta e setenta está se convertendo agora numa geração madura muito especial, que reinterpretará o sentido de idade de um ser humano. Quando digo “especial” não me refiro somente ao número de seus

integrantes, que por si só é notável (nos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra Mundial, houve o maior incremento demográfico jamais visto no país, tanto que esta geração recebeu um nome especial: os baby boomers, consequência do “auge dos bebês” acontecido após o final da guerra). Mas além de ser numerosa, a geração dos baby boomers foi melhor educada, mais viajada e mais potencialmente influente no aspecto político. No meu livro “A criação de uma contracultura” ocupei-me destes jovens dos anos sessenta e de suas realizações. Agora, no “A revolução da longevidade”, abordo o tema desta mesma geração trinta ou quarenta anos depois. Dentro em breve ela será a geração aposentada, passará a uma etapa da vida que guarda notáveis paralelos com aquela outra que se encontrava nesta posição quando estavam no secundário ou na universidade. Com efeito, logo deixarão para trás a luta competitiva, a necessidade de destacarem-se e de aprovarem a si mesmos na carreira profissional, na lide de ganhar dinheiro, de criar um lar – todos esses objetivos humanos que permeiam a idade mediana em

D Eu aos 29

a de

Capa

longevidade qualquer sociedade humana. Um vasto número de pessoas entrará neste período da vida que chamamos “aposentadoria” e que nos acostumamos a ver como um grande vazio, mas que pode brindar o ser humano com grande liberdade e enormes oportunidades. E esta idade da aposentadoria vai durar mais do que nunca. O que faremos com esse tempo? Que uso daremos a este presente que a vida nos deu?

CEM ANOS NÃO É NADA

DA e aos

anos

Eu passei trinta ou mais anos de minha vida convencido de que iria morrer a qualquer momento, em função de uma enfermidade grave que tinha. Há pouco mais de 15 anos, no final dos anos 80, um milagre médico me salvou. Mas logo descobri que para os médicos e cirurgiões que o realizaram não se tratava em absoluto de um milagre, mas sim de uma operação de rotina. Mais recentemente, minha esposa esteve também a ponto de perder a vida e novamente a medicina a salvou com uma operação cirúrgica. Quando perguntei ao seu cirurgião se já havia feito a mesma operação muitas vezes, respondeu-me que centenas. Dei-me conta que este homem acudia a este trabalho rotineiro de salvar vidas todos os dias e que há apenas três décadas seria inviável. Isso me abriu os olhos. Somos herdeiros de uma formidável tradição da ciência médica e do resgate de conhecimentos

seculares. Cada uma das medidas de saúde que são adotadas – trate-se de campanhas contra o fumo, do uso de cintos de segurança nos carros, dos brinquedos infantis não perigosos, as recomendações para uma alimentação mais saudável etc. – aumentam nossa média de vida coletiva e dentro em pouco será normal chegar aos cem anos de idade, além de todas as inovações da biotecnologia, com suas promessas de esticar a vida em várias décadas. Assim, nunca em toda a história existiram no planeta tantos indivíduos com mais de cinquenta anos, nem tampouco tantos com cem anos ou mais (inclusive proporcionalmente). As pessoas que ultrapassam os cem anos compõem o grupo etário que mais velozmente aumenta em nossa era. Quando superei meu problema médico pessoal, me dei conta que eu era simplesmente uma pequena parte de uma enorme mudança que estava impulsionando a vida humana mais além da barreira dos oitenta, dos noventa e ainda, dos cem anos. E compreendi que este é um dom muito especial.

INFORMAÇÃO OU SABEDORIA? Em nossa cultura temos uma super abundância de informação, mas uma escassez muito grande de sabedoria. E a sabedoria costuma ser um atributo das pessoas mais velhas. A geração dos mais

e jamais tantos chegaram aos cem. Que mudanças de mentalidade são necessárias para melhorar essa vida que, por tantos fatores, aumenta cada dia mais?

Bem Estar • Nº 16 • Dezembro 2009 • 10 falta de sabedoria no mundo, é que não idosos tem sido relegada, lhe concedem o lugar que merece! sobretudo nos países industrializados do ociConceder lugar e poder à sadente, a um lugar muibedoria implica respeitá-la muito to marginal. Têm demais que a informação ou a perísempenhado um pacia de um especialista. Uma das pel ínfimo na vida da sosituações mais tremendas de ciedade. A palavra “velho” se nossa época é que ante um tornou quase pejorativa, um problema de qualquer tipo sinônimo de “pobre”. Salvo (social, energético, cultural) que o idoso tenha uma sólinos voltamos para especiada posição econômica e siga listas que invariavelmenoperando no mercado, ente nos inundam de cifras, tende-se que velho é um de estatísticas e de análises. ser dependente, privado de Tudo o que mostram são sua capacidade de ganhar diconhecimentos livrescos, nheiro. técnicos, até erudição específica - que não são desEssas coisas começaram a denháveis, em absoluto -, modificar-se. Estamos diante de mas também não são sauma nova geração de idosos, uma bedoria. A sabedoria é o geração muito numerosa, habilifruto do exame da pródosa e que se encontra em perpria experiência. Quanmanente contato com os meios de to mais oportunidades comunicação e entre si. À medida se dão a pessoa para que nos acercamos dos nossos oireexaminar sua experitenta, noventa ou cem anos, todos ência – e uma vida mais lonestaremos muito mais intercomuniga é uma dessas oportunidacáveis que antes e, como gru“A geração que des -, mais sábia ela se torna. po, procuraremos reafirmar era jovem nos anos nossa presença como jamais No entanto, não temos sessenta e setenta aconteceu na história. encontrado a maneira de caestá se convertendo nalizar esta dita sabedoria O que nossa velhice traagora numa geração para a política. Frente a um sérá então à vida social? Por certo que não será informa- madura muito especial, rio problema ambiental, por exemplo, o que necessitamos ção. Será sabedoria. A saque reinterpretará o é um par de almas sábias; de bedoria se dá com os anos, sentido de idade de pessoas que tenham vivido como um atributo óbvio, uma um ser humano.” nesse lugar ou nas vizinhanças consequência da experiência e o conheçam por sua experidiária. Salvo que nos encontremos num estado de coma, todos os dias ência pessoal. Talvez necessitemos de um araprendemos algo novo. O problema não é a tista, ou alguém que simplesmente viveu uma

“O que nossa velhice aportará então à vida social? Por certo que não será informação. Será sabedoria. O problema não é a falta de sabedoria no mundo, o problema é que não lhe concedem o lugar que merece!” vida rica e plena, a quem possamos perguntar o que se pode fazer a respeito. E reconhecer que sua experiência tem tanto valor quanto a de um cientista ou técnico. E sem dúvida, mais do que a de um político.

CRIANÇAS ANCIÃS Ali pelos anos sessenta, um dos principais alvos dos movimentos de protesto eram os especialistas. Nos Estados Unidos, os experts da Guerra Fria que nos falavam das bombas e dos mísseis, configuravam a política exterior do país e assim contribuíram para gerar a Guerra do Vietnã. Presentearam-nos com o equilíbrio do terror. A geração desses anos viveu, desde então, rodeada de especialistas que

frequentemente violavam o senso comum e assim criaram um ceticismo em torno de si. A partir daí aumentaram gradativamente nossas suspeitas e nossa rejeição para com os especialistas, e hoje é maior do que nunca. Maior até do que seria saudável, porque às vezes os especialistas são necessários. Minha postura é que sua influência deve equilibrar-se com a experiência reexaminada dos homens sábios. Em nossas sociedades ainda será necessário desenvolver um processo que quero chamar de “ancianização das crianças”, especialmente dos meninos. Isto se vincula com os casos tão frequentes e ressonantes ultimamente de garotos que pegam armas e disparam contra seus colegas e professores na escola. Um denominador comum desses casos é que se

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Matéria

trata de meninos. Como parte da revolução da vens vulneráveis. longevidade, o tema do gênero é um dos que O poeta Robert Bly colocou este assunmais mudanças terá que sofrer. to brilhantemente ao dizer que estes meninos Terminaremos com uma visão totalmen- não estão crescendo numa sociedade de peste distinta do masculino e feminino, do que é soas mais velhas que eles, mas numa sociedapróprio do homem e de que é possível chada mulher. Muitos desmar de “a sociedade dos cupinchas”, cujas ses garotos têm uma bases são uma renúnimagem do masculicia ao crescer. Somenno obtida dos prograte quando uma pessoa mas de televisão. Ainda está disposta a amanão estão todos desdurecer sem o temor viados de seus rumos da velhice se encontra por ela, mas é um núem situação de oferemero suficiente para cer algo autêntico aos causar grandes danos. mais jovens: um modeEsses meninos necessilo sobre uma forma de tam de uma concepção crescer com graça no muito mais ampla e samundo. dia do que implica ser um ser humano, em luTemos nos regar de preocupar-se ferido à possibilidade em ser homem, macho de que as pessoas teportando uma arma. nham mais vida e uma vida mais longa. E a No contexto da vida é a riqueza maior revolução dos longede qualquer pessoa ou vos, o que vai acon“Somente quando uma pessoa país. John Ruskin repetecer quando ficarem está disposta a amadurecer sem tia uma frase que para para trás as relações o temor da velhice se encontra mim constitui um gransexuais ou eróticas, as em situação de oferecer algo de ensinamento: “A relações entre os gêvida é a única riqueza”. autêntico aos mais jovens.” neros, quando as pessoas já tiverem terminado com esse jogo e ainda lhes restarem vinte ou trinta anos para seguir investigando o Publicado em NEW DIMENSIONS. THEODORE ROZAK, professor de História, que significa ser homem ou mulher, ser masé autor de “A Criação de uma Contracultura”, “Persona/ culino ou feminino? Quando o sexo e a reproPlaneta”, “Onde Termina a Terra Baldia” e “O Culto dução já não contarem, entrará em foco uma da Informação” dentre outros. Sua obra mais série de novos fatores, e começará a quebrarrecente, “A Revolução da Longevidade”, expande as ideias apresentadas neste artigo. se este estereótipo rígido adotado pelos jo-

Capa

HUMOR E AMOR

Aos 92 anos, o cirurgião José Maria Mainetti, criador da Fundação para o Progresso da Medicina (dedicada à Oncologia), desce do cavalo que anda todos os dias e nos oferece suas receitas para um bom envelhecer.

ado que a medicina conseguiu eliminar muitas doenças infecciosas, todos passamos a ter uma sobrevida maior. O poder da medicina se deve ao triunfo sobre a enfermidade. Mas isto não é suficiente.

Em épocas passadas, certo tipo de espiritualismo considerava o corpo um estorvo do qual havia apenas que ocupar-se. Hoje entendemos que, ao contrário, o espírito tem que viver num bom hotel, que é o seu corpo. Porque não há espírito sem corpo, nem corpo sem espírito. Todas essas mudanças fizeram subir o índice de sobrevivência e cada vez há mais pessoas de 90 e 100 anos. É evidente que temos outras coisas não tão positivas e que terão de ir sendo corrigidas: a instrução piorou e os hábitos higiênicos não são muito bons. A qualidade de vida será melhor à medida que o ser humano faça uma boa dieta biológica, uma dieta psíquica e uma dieta espiritual.

A biológica é conhecida, sai em todas as boas publicações: comer mais fibras, menos gordura e açúcar, menos carne, mais verdura fresca... Todas essas coisas que se conhecem desde muito tempo, mas que só recentemente está se aprendendo. A dieta psíquica inclui o bom trato com o ambiente e com os semelhantes. É importante que o homem se rodeie de menos tensões, porque o estresse é uma grande causa de enfermidades, igual ao esgotamento. Logo vem a dieta espiritual, que é o amor. Isso é fundamental: o amor desinteressado, o querer aos demais e preocupar-se com eles. Quer dizer, superar o eu, o ego. Essa é a melhor dieta, a mais completa, porque um homem tem várias dimensões: a biológica, a psíquica, a espiritual e a social. Todas essas dimensões não estão separadas, compõem um conjunto holístico, uma integração sistêmica. Mais que curar a enfermida-

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Bem Estar • Nº 16 • Dezembro 2009 • 12

QUE FAÇO COM ESTA RUGA?

“O segredo para chegar aos 92 anos e estar bem é dar um bom alimento ao corpo e à mente. Há que alimentar o cérebro melhor que o estômago, não dar-lhe porcarias para comer. E, sobretudo, ter muito humor e muito amor”. de, a medicina agora deve prevenir e cuidar do enfermo. Algo que a medicina não sabe fazer suficientemente bem é cuidar. Os médicos receitam medicamentos, mas se esquecem de outras dimensões do ser humano. Em geral, a medicina que se exerce é reducionista: trata a dimensão biológica do enfermo e não outras dimensões. Por isso há uma grande necessidade de humanizar o mundo da saúde. É certo que toda a humanidade está desumanizada. Uma sociedade de consumo, hedonista, que tolera as injustiças e também a destruição do meio ambiente é uma sociedade enferma. Para curá-la será necessário voltar um pouco atrás, para a espiritualidade. No meu caso pessoal, aos 92 anos, tenho que dizer que nunca acreditei que podia ser velho... Nunca pensei nisso! Somente agora, depois de ter sofrido muitas contrariedades, me dou conta que estou um pouquinho velho (risos).

Ana Maria Campoy é uma conhecida atriz argentina e tem 75 anos. Conta com bom humor como enfrentou as suas rugas.

O que tem de bom em ter chegado a essa idade? Que a pessoa fica mais além do bem e do mal, que já não tem desejos perversos (mais risos), se descarrega de tudo isso e já está mais tranquilo. Eu recém agora estou me descarregando. Mas na realidade não me sinto velho para nada, estou muito contente, porque para sentir-se jovem é necessário ter sempre um projeto, e até agora continuo com eles. No dia que não tiver mais projetos, me deixo morrer. Mas por agora, tenho muito que fazer. O segredo para chegar aos 92 anos e estar bem é dar um bom alimento ao corpo e à mente. Vivemos graças à força mental. É o que nos mantém jovens. Há que alimentar o cérebro melhor que o estômago, não dar-lhe porcarias para comer. E, sobretudo, ter muito humor e muito amor.

J. M. Mainetti, cirurgião.

m dia me dei conta que haviam chegado os anos. Olhei-me no espelho e disse: “Uh, dormi mal, a almofada me deixou uma marca no rosto”. Mas a marca não se foi mais: era uma ruga. Assim que refleti sobre a ruga, pensei: “Que faço com as rugas?” E como tive a sorte de só entrar numa sala de cirurgia para parir, disse a mim mesma: “Bom, vamos tratar de rejuvenescer outras coisas. Minha mente, minha conduta, aprender a não julgar, a aceitar”. Assim me pus jovem. É verdade que tive muita sorte. Sou atriz, de família, por saga: na Itália meus pais foram atores e meus avós também. E ser ator tem suas vantagens, porque há muita fantasia, muito voo. Tive uma vida maravilhosa, mas não posso generalizar. A vida me sorriu e não quero menosprezar aquelas pessoas que não tiveram a minha sorte. Creio que mais importante do que uma pessoa se tornar uma pessoa de mais idade, são certos tipos de cuidados como o amor, a boa vida afetiva. Há muita gente de mais idade que não tem o suficiente para sobreviver e os filhos não podem ajudar porque também estão com dificuldades. Isso é o verdadeiro sofrimento. Há todo um sistema de vida que agride as pessoas mais idosas.

Já não a chamo velhice porque não me sinto velha... Mas sou. Na realidade, creio que o que chamam “velhice” é um erro da vida, que está mal organizada. A pessoa vai ficando mais velha e vai adquirindo mais experiência, conhecimentos, vai enriquecendo. Podem chegar os netos, que são uma benção, e vai vendo envelhecer o companheiro que amou jovem e que continua amando. Se eu quisesse ver Pepe como quando o conheci, seria uma estúpida. Se quisesse não envelhecer e ser eternamente jovem, seria uma louca de pedra. A vida te dá muitas coisas e, sobretudo, te dá filosofia de vida. Tem que saber que isto é assim, como a morte. Todos sabemos que a morte tem que vir. Mas temos que tratar, se possível, de nos colocarmos bem de saúde para morrermos bem. Aquela ruga não pode comigo. E as que vieram depois, que foram em quantidade, muito menos. Quando iam aparecer eu acabava com elas, porque buscava uma forma de combatê-las, pois é esta atitude que tenho e com minha admiração e amor pela juventude.

A. M. Campoy, atriz.

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POR QUE OS VELHOS NÃO GOSTAM DE SER CHAMADOS DE “VELHOS”? Quando alguém não aceita que o definam com “velho” é provável que esteja dizendo que ele, como pessoa, não consiste somente num corpo ou um papel social ou familiar. Um ser humano, em qualquer idade que seja, é muito mais que isso.

m nossas pesquisas, quando perguntamos aos entrevistados quando considerariam que uma pessoa é velha e como a caracterizariam, fomos surpreendidos pela frequência de certas respostas de valorização francamente negativas. Em termos gerais, a contestação habitual aponta a ideia de “sentir-se velho”, “entregar-se”, “vida carente de objetivos”. Minha primeira interpretação foi a que frequentemente se tem nesses casos, no sentido de que pareceria confirmar o preconceito generalizado de assemelhar velhice à patologia e de que assim se rechaçaria a condição de velho, por fazê-la sinônimo de tudo o que é negativo. Mas, depois de refletir e contrastar estas respostas com outras desses mesmos sujeitos e de sentido contrário – pois, por outro lado, manifestavam uma boa aceitação da velhice – pude adotar um diferente enfoque, que me pareceu poder acrescentar uma interpretação diferente à questão. Para entender porque “os velhos” rechaçam que os definam assim (ainda que não rechacem o ser velhos), devemos nos remeter à dimensão psíquica da velhice. Pode-se falar de “velho” em termos de

ser humano fazendo referência aos aspectos biológicos e aos aspectos sociais. No biológico: os órgãos, as funções, o organismo envelhece e se deteriora. Na ordem social: a pessoa ou os demais nos consideram velhos para determinadas atividades, determinados ambientes. Há marcas biológicas e marcas sociais da velhice. Mas quando alguém não aceita que o definam com “velho” é muito provável que esteja dizendo que ele, como pessoa, não seja somente um corpo ou um papel social ou familiar. Um ser humano, em qualquer idade, é muito mais do que isso: transcende a idade. Está dizendo ao nos dirigimos a ele como “velho”: não se refira a mim, ao meu aspecto ou a minha colocação social, não me estratifique, veja-me como um ser humano antes de tudo. Melhor é que, todos os que viveram mais tempo, sejam chamados de pessoas de maior idade pela sua condição humana e pelo respeito que merecem como tais: como adultos maiores em sua totalidade.

Um ser humano, em qualquer idade, é muito mais do que isso: transcende a idade.

GRACIELA ZAREBSKI, no livro “Para um bom envelhecer”, Ed. Emecé.

Boas Notícias

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Informações e serviços de Qualidade para você

Verão com Música Na Katia Escola de Música Desenvolvimento Humano e Cultural Nos meses de Janeiro e Fevereiro acontecerão os Cursos Intensivos de Instrumentos e Canto, com descontos especiais. As novidades deste verão serão o Piano em Grupo e Oficina de Percussão e Ritmo. De acordo com a Lei 11.769, as escolas de ensino básico deverão ter a música nos seus currículos. Estaremos iniciando o Curso de Capacitação aos professores generalistas. Para alegrar as tardes teremos Happy Hour Musical, com a participação de diferentes músicos. A Katia escola de Música fica na Av. Otto Niemeyer, 2406 – sala 201- Tristeza. Fone: 3072 2372.

Nova Praça em Porto Alegre Em frente ao Barrashoppingsul Até o final de fevereiro, Porto Alegre ganhará uma nova praça. Será em frente ao BarraShoppingSul, na Avenida Diário de Notícias, na Zona Sul. As melhorias serão realizadas por meio de Termo de

Compensação Ambiental firmado entre a prefeitura de Porto Alegre e a empresa Multiplan, incorporadora do BarraShoppingSul, dentro do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa). Considerando que o espaço tem 250 metros entre as duas pontas (a partir do Arroio Sanga da Morte, no Pontal do Estaleiro) e 80 metros até o Guaíba, a área a ser urbanizada totaliza cerca de 20 mil metros quadrados. A obra será dividida em duas etapas: a primeira compreende execução de muro de pedra granítica e tratamento paisagístico, com terraplenagem, construção de taludes, plantio de gramado e de árvores nativas. A segunda etapa terá a pavimentação do passeio até a ciclovia, também construída como contrapartida da Multipan e inaugurada em novembro de 2008. Nesse trecho, também haverá canteiros, nos quais está previsto plantio de árvores. A empresa também fará a iluminação da praça, cujo prazo contratual para conclusão seria em abril de 2010, mas o objetivo é entregá-la o mais rápido possível à comunidade, facilitando o contato com o Guaíba.

Excelente Novidade! O Rio Grande do Sul agora tem uma Escola Waldorf Depois de cinco anos de árduo esforço de pais e pedagogos, foi aprovada pela Secretaria de Educação e Cultura

Quer saber mais? Acesse os sites: www.ewq.com.br; www.federacaoescolaswaldorf.org.br ou ligue para (51) 3266.0150 / 3246.1555.

Otto Grill do Estado a criação da primeira Escola Waldorf de Ensino Fundamental do Rio Grande do Sul. Em parceria com a Escola Infantil Arco-Íris, que existe há mais de 18 anos no bairro Jardim Isabel, zona sul de Porto Alegre, a Escola Waldorf Querência vinha funcionando como um projeto-piloto desde 2002 e já conta com 55 alunos. A Pedagogia Waldorf, pensada em 1919 pelo filósofo e cientista austríaco Rudolf Steiner, baseia-se na Antroposofia, fundamentação filosófico-antropológica que estuda o ser humano de forma holística em seus três aspectos: corpo, alma e espírito. O currículo de uma Escola Waldorf oferece ricas vivências, alternando ritmicamente matérias do âmbito do pensar (matemática, ciências), com aquelas do sentir (artes) e do agir (esportes, trabalhos manuais). As matrículas de 2010 estão abertas para as turmas até a sexta série, uma vez que a implantação acontece gradativamente, almejando o Ensino Fundamental completo até 2013.

Sob nova direção Desde o dia 09 de outubro o Restaurante Otto Grill está sob a direção do Sr. João Carvalho. O Restaurante agora abre também à noite, além do almoço. A partir das 19 horas o espaço está aberto para receber os colegas happy hour e lanches. No jantar deliciosos pra tos especiais da casa com à la minuta e à la carte.

500 mil exemplares É ameta da campanha de arrecadação do Banco de Livros do Rio Grande do Sul. As caixas de colete estão em vários pontos da Capital. O slogam criado pela Agência Escala diz tudo: “Um livro fechado é uma hitória que niguém conhece”.

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