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na zo ul
Jornal de Coleção • Ano 5 • Nº 57 • JULHO 2013 • 10.000 Exemp. • Tel. (51) 3268.4984 •
20 CENTAVOS?
Distribuição gratuita
Desacelere-se
A doença institucional do país chegou às raias do absurdo, provocando a revolta histórica
PET
Animal de estimação no local de trabalho melhora o ambiente e aumenta a produtividade
GUIA SAÚDE
Mel e própolis aumentam a imunidade e combatem doenças
Viver no ritmo biológico natural, desfrutar dos bons momentos e optar por qualidade são alguns dos beneficios da desaceleração.
Bem Estar • Nº 57 • Julho 2013 • 2
Lições de Vida
O empresário americano e o pescador mexicano Uma bela história que reflete o paradigma vigente da nossa civilização.
U
m homem de negócios, americano, no ancoradouro de uma aldeia da costa mexicana, observou um pequeno barco de pesca que atracava naquele momento, trazendo um único pescador. No barco, vários grandes atuns de barbatana amarela. O americano deu parabéns ao pescador pela qualidade dos peixes e lhe perguntou quanto tempo levara para pescá-los. - “Pouco tempo” - respondeu o mexicano. Em seguida, o americano perguntou por que ele não permanecia no mar mais tempo, o que lhe teria permitido uma pesca mais abundante. O mexicano respondeu que tinha o bastante para atender as necessidades imediatas de sua família. O americano voltou à carga: - “Mas o que é que você faz com o resto de seu tempo?” O mexicano respondeu: - “Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, tiro a sesta com minha mulher, Maria, vou todas as noites à aldeia, bebo um pouco de vinho e toco violão com meus amigos. Levo uma vida cheia e ocupada, senhor”. O americano assumiu um debochado ar de pouco caso e disse: - “Eu sou formado em Administração de empresas
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O Jornal BEM ESTAR é excelente.
Devemos nos ajudar, mas, infelizmente a sociedade está muito egoísta. No momento em que se vive, devemos fazer o possível pra trazer a solidariedade e comunhão entre as pessoas. Parabéns! Verenise Goeritz
em Harvard, perito em ‘Qualidade’ e poderia ajudá-lo. Você deveria passar mais tempo pescando e, com o lucro, comprar um barco maior. Com a renda produzida pelo novo barco, poderia comprar vários outros. No fim, teria uma frota de barcos pesqueiros. Em vez de vender pescado a um intermediário, venderia diretamente à uma indús-
LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Manual da Associação Psiquiátrica Americana classifica diversos comportamentos habituais como doenças. Recebe fortes críticas de todas as partes do mundo. E aplausos da indústria farmacêutica.
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O jornal BEM ESTAR, é bem interativo, com uma visão ampla, nos ensinado a viver melhor cada dia mais. A equipe está de parabéns! Fernanda Nacimento
CENTRAL BEM ESTAR Informações de Qualidade Ralph Viana Editor de Conteúdo e Arte Érico Vieira Diretor de Relacionamento
Eu adoro o jornal BEM ESTAR, te-
nho vários guardados, porque é sempre bom reeler as matérias! Acho excelente o trabalho dessa equipe! Monique Barbosa
simples jornal e sim O JORNAL que visa a nos ajudar a sermos seres humanos melhores. Parabéns! Laura Kroffer
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Impressão: Zero Hora
O BEM ESTAR é um jornal imprescindível, que ajuda a ampliar a nossa consciência, divulgando matérias em prol do bem estar de cada um e da coletividade, que ajuda a cuidar da nossa casa. Parabéns! Andréia Meinerz
O BEM ESTAR, não é apenas um
tria processadora e, no fim, poderia ter sua própria indústria. Poderia controlar o produto, o processamento e a distribuição. Precisaria deixar esta pequena aldeia costeira de pescadores e mudar-se para a Cidade do México, em seguida para Los Angeles e, finalmente, para Nova York, de onde dirigiria sua empresa em expansão”. - “Mas, senhor, quanto tempo isso levaria?” - perguntou o pescador, com os olhos arregalados. - “15 ou 20 anos” - respondeu triunfante o americano. - “E depois, senhor?” O americano riu, e disse que essa seria a melhor parte. - “Quando chegasse a ocasião certa, você poderia abrir o capital de sua empresa ao público e ficar muito, muito rico. Ganharia milhões”. - “Milhões, senhor? E depois?” - “Depois...” - explicou o americano - “...Você se aposentaria... Mudaria para uma pequena aldeia costeira, onde dormiria até tarde, pescaria um pouco, brincaria com os seus netos, tiraria a sesta com a sua esposa, iria à aldeia todas as noites, onde poderia tomar vinho e tocar violão com os amigos...” - “Pois é, senhor... É exatamente assim que eu já vivo hoje!” - concluiu, sorrindo, o pescador..
Max Bof Diretor de Operações Jornalista responsável: Max Bof (mtb 25046) Material: Revistas CUERPOMENTE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY TODAY, BUENA SALUD, THE QUEST, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.
UMA VIDA PLENA EXIGE BOAS INFORMAÇÕES
BEM ESTAR
Pessoas inteligentes adoram ler. E anunciar.
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Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam felicidade para todos os seres.
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Informações importantes para sua saúde e bem-estar
Nozes Contra Diabetes
Com a Ajuda das Abelhas...
Oleaginosa tem excelente efeito de proteção contra a doença.
Geleia real, mel e própolis aumentam a imunidade e combatem doenças.
U
m estudo com quase 140 mil mulheres nos Estados Unidos mostra que o consumo regular de pequenas porções de nozes pode ter um importante efeito protetor contra a diabetes. Mulheres que consumiam um pacote de 28 gramas de nozes pelo menos duas vezes na semana tinham 24% menos chances de desenvolver diabetes tipo 2. A descoberta, publicada no “Journal of Nutrition”, não é o primeiro a mostrar o efeito das nozes contra a diabetes, mas este é um dos maiores estudos sobre os benefícios do consumo regular destas oleaginosas. Embora tenha sido feito com mulheres, acredita-se que os resultados também possam ser aplicados aos homens.
Cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston, rastrearam 137.893 enfermeiras de idades entre 35 e 77 anos por um período de dez anos para estudar o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Seus hábitos de alimentação foram acompanhados de perto, incluindo detalhes do quão frequente elas consumiam oleaginosas, especialmente as nozes. Os pesquisadores mostraram que comer nozes de uma a três vezes no mês reduziu o risco em 4%; uma vez na semana, em 13%; e duas vezes na semana, em 24%. “Estes resultados sugerem que um maior consumo de nozes está associado a um risco significativamente menor de diabetes tipo 2 em mulheres”, concluiu o relatório.
C
om a chegada do outono e a queda da temperatura, começa também a preocupação com as indesejadas gripes, viroses e infecções, frequentes nessa época do ano. No inverno o sistema imunológico fica ainda mais vulnerável, aumentando as chances de sermos pegos por essas enfermidades. Nessa época a abelha pode ser uma grande aliada! Os produtos apícolas, como mel, própolis e geleia real, ajudam a combater alguns problemas de saúde típicos do período frio. Veja o que cada um desses produtos pode fazer por você. Geleia Real A secreção, produzida pelo organismo da abelha, é rica em proteínas, vitaminas, minerais antioxidantes e gorduras boas. Além disso, a geleia tem ação anti-inflamatória. A geleia real é usada como complemento alimentar e indicada para melhorar o funcionamento do organismo, porque diminui o cansaço físico e mental, melhora o apetite, fortalece o sistema imunológico e reduz os níveis de colesterol. Pode ser en-
contrada em cápsulas ou in natura. Pólen - Rico em proteínas, aminoácidos essenciais e vitaminas A, C e E, o pólen é um pequeno grão que ajuda na formação de anticorpos, reparação do tecido muscular e no combate ao envelhecimento. O grão contém ainda cálcio, magnésio e fósforo, minerais fundamentais para a saúde dos ossos e dos dentes. O pólen pode ser consumido puro ou adicionado em alimentos, como sucos, iogurtes, saladas e bolos. Mel - Além de ser delicioso, o mel tem ação bactericida e antisséptica e contém substâncias que agem como antibióticos naturais. É um produto que auxilia o tratamento de problemas pulmonares e da garganta. Própolis - Rica em flavonóides de ação antioxidantes, que auxiliam no combate às doenças que atacam o organismo humano. Por isso, o própolis atua como “antibiótico natural” em casos de inflamação e infecção e auxilia também no combate a tosse. fotos stock.xchng/BE
Posicionamento
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NEM AO MENOS VINTE CENTAVOS! A doença institucional do País chegou às raias do absurdo, provocando a revolta histórica e nossos gritos por ‘Decência já!’ Ralph Viana
“N
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/be
o Brasil o Estado está contra a sociedade. O Estado virou representante de si próprio, cuida de seus interesses (manter-se, agigantar-se e usufruir dos confortos do poder). À sociedade resta pagar a conta e agradecer ao Estado proxeneta o direito de votar, para ver logo depois seus eleitos cooptados e corrompidos pelo sistema de poder.” (Silas Sarmento). Em meio à revolta que tomou conta do País, vários analistas escreveram que “ninguém estava entendendo o que está acontecendo”. A complexidade e amplitude das reivindicações e a ausência de lideranças para expor uma pauta concreta ajudou nesta sensação. Mas, por outro lado, é bastante claro o ‘conjunto da obra’ dos diversos governos que se sucedem e que, como conta gotas de indecências, acabou por encher e fazer transbordar o copo e o saco dos cidadãos.
PIOR QUE NA REVOLUÇÃO FRANCESA O descaso e cinismo histórico dos nossos governantes talvez só encontre parale-
los na corte francesa pré-revolução, se tanto! “Se não têm tem pão, comam bolos”, a famosa frase de Maria Antonieta é repetida à exaustão em nosso País tropical por nossos insensíveis e narcisísticos poderosos. Recentemente fomos contemplados com a notícia de que juízes que ganham rendimentos em torno de 20 mil reais (um salário mínimo por dia!), em média, concederam-se (e de forma retroativa) um ‘auxílio alimentação’. Isto além do ‘auxílio residência’ que recebem, mesmo que morem em casa própria. Pode ser ‘legal’, claro, pois a lei é feita pelos privilegiados de sempre, mas é indecente, especialmente num país onde existem tantos pobres e miseráveis. Este pequeno exemplo, na verdade é uma norma. Parlamentares decidem seus próprios aumentos salariais e mordomias; muitos do governo têm cartões corporativos, com os quais compram o que quiserem, sob ‘sigilo’; ministros e apaniguados ganham extras fantásticos ‘participando’ de conselhos de estatais (ganham ‘extras’ até para verem jogos da copa!); cargos de alta remuneração, técnicos, são cedidos a políticos e partidos, com ‘porteira fechada’ para todo tipo
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Posicionamento
de transações escusas..., vários escalões governamentais têm salários e vantagens nababescas e tudo isso é noticiado com naturalidade, cotidianamente!
CORRUPÇÕES ÀS CLARAS Tudo o que foi citado acima é ‘dentro das leis’, sem nos estendermos à parte subterrânea das corrupções em todos os níveis em ações governamentais. Essa é monstruosa e também uma norma, bastando citar o dado do Tribunal de Contas que encontrou indícios de corrupção em 89% dos municípios brasileiros. Nos ‘grandes negócios’, envolvendo governos estaduais e o federal, os números são inacreditáveis, e os escândalos (a parte que aparece) são quase que semanais. Sempre com uma certeza: não haverá punidos, pois fazem parte da mesma ‘famiglia’, da eterna elite nacional. O convívio e conluio entre mega empresas e políticos (e juízes etc) é tido como algo normal e imutável. Governadores viajam e confraternizam com empresários que ganham obras superfaturadas e financiam suas campanhas. Juízes recebem benesses de empresas de quem julgam causas. No pequeno escalão, vereadores fazem ‘cursos turísticos’ e corrupções diversas e debocham abertamente dos eleitores, secretários de estado e municipais liberam concessões em troca de benefícios pessoais ou partidários etc, e tudo às claras, noticiado, e também nas diversas ‘Caras’, onde mostram seus egos e casas monumentais. E insensibilidade social idem. Todo o sistema político brasileiro é feito e funciona para o autorefastelamento. Se Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/be
“Todo o sistema político brasileiro é feito e funciona para o autorefastelamento. Se alguém somar os custos de nossa ‘democracia’ chegará a dados tão surreais que parecerão ficção.”
alguém somar os custos de nossa ‘democracia’ chegará a dados tão surreais que parecerão ficção. Temos o parlamento mais caro do mundo, suplantando o segundo lugar em cinco vezes. O orçamento do Senado, onde um pequeno punhado de políticos – Sarneys, Renans, Barbalhos, etc (muitos sem terem recebido nenhum voto) - defendem seus interesses pessoais, é maior que muitos pro-
gramas assistenciais do governo e mesmo de estados inteiros. No Congresso se dá o mesmo, com adendos inacreditáveis. Além ‘foro especial’, se concederam o direito de só serem cassados (nunca) por seus pares, quando pegos em ‘tenebrosas transações’. E agora querem limitar as investigações sobre suas falcatruas, tirando esse poder do Ministério Público (PEC 37). E se oferecem mordomias ini-
magináveis e sempre crescentes: apartamentos, carrões, motoristas, impressão de livros e publicidade pessoais, passagens, dezenas de funcionários (inclusive um no aeroporto, para fazer seu check in), lap tops, planos de saúde, aposentadorias etc etc etc – sempre ‘especiais’, claro. Indecências, mais ainda levando em conta o quanto ganham. Os partidos políticos recebem milionários recursos governamentais do (poço sem) ‘fundo partidário’ e governam para seus próprios interesses, preenchendo a cada troca de poder milhares de ‘cargos de confiança’, que nada mais são que cabides de emprego para suas militâncias, emperrando o funcionamento governamental. E votam quase sempre contra os interesses da população e a favor de mais máquina política, como a que está preparando a criação de mais centenas de municípios, com os gastos infindáveis com mais prefeitos, vereadores, secretários etc etc etc. Tudo isso mentido por bilionárias campanhas publicitárias, em que os governantes usam nosso dinheiro para dizerem que tudo está maravilhoso, se auto-homenagearem e fazerem campanhas pessoais.
TODOS OS DIAS, AS MESMAS NOTÍCIAS O noticiário diário dos jornais relata com cândida naturalidade os diversos ‘acertos’ - subornos de todas as espécies, este o nome verdadeiro – que regem as relações parlamentares entre eles e com o Executivo. As notícias inacreditáveis de mau uso do dinheiro público - de to-
a
Posicionamento dos, ressalte-se -, de desperdícios de toda ordem, de obras mal feitas ou inacabadas, ou superfaturadas etc, só encontra uma pauta à altura nas notas sobre hospitais deteriorados, escolas caindo aos pedaços, professores pessimamente pagos e a violência inacreditável com que temos que conviver. Ler jornais e ver televisão no Brasil é um ato que exige estômago de avestruz, porque é difícil digerir tanta tragédia humana – as que vivem os pobres, concretamente, e a psicopatia inigualável de nossa elite. Esse pinga pinga de más notícias vai entrando e formando esse senso de que o governo está contra a população. E na prática cada um vive isso diariamente, com a burocracia que nos esmaga com irracionalidades e impedimentos à nossa vocação empreendedora, com os constantes achaques de agentes do Estado, exigindo propinas para quase tudo. E com o pior dos agravantes: somos nós que pagamos por tudo isso. Nossos impostos são dos maiores do mundo. Cada trabalhador brasileiro trabalha 5 meses e meio por ano para o governo, para pagar seus impostos e bancar esta loucura. E paga para ser mal tratado nos hospitais, para ter péssima educação pública, para andar que nem sardinha e por várias horas em ônibus, e trens também mal tratados, e ser ameaçado por violências que pipocam por todos os lados – dos bandidos e da polícia, sejamos francos. Ser pobre no Brasil não é fácil; na verdade, o cotidiano de um brasileiro ‘da comunidade’ é quase um inferno. Só não é total porque temos a nossa música, nosso futebol, nosso jeitinho, nossa solidariedade próxima, esse conjunto de coisas que nos faz vi-
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“As notícias inacreditáveis de mau uso do dinheiro público, de desperdícios de toda ordem, de obras mal feitas ou inacabadas, ou superfaturadas, só encontra uma pauta à altura nas notas sobre hospitais deteriorados, escolas caindo aos pedaços, professores pessimamente pagos e a violência com que temos que conviver.”
ver com um inacreditável sorriso no rosto, apesar de tudo.
NÃO CABE NA PLACA Uma das expressões mais criativas das manifestações foi a ‘Por mais saúde, edu-
cação, e tantas outras coisas, que não cabe na placa’. Realmente, não dá pra listar tantas mazelas nacionais. São tantas outras que esse texto poderia virar um livro, fácil. E se fôssemos aprofundar na nossa história ou na psiquê de nossos governantes ele viraria um ‘filme de terror’. Melhor parar por aqui.
Mas creio que só com esta ‘introdução’ já é possível responder àquela questão inicial, a de entender o que está acontecendo. Imaginem que dentro desse quadro surrealista que vivemos, com todas essas mazelas sendo noticiadas diariamente, alguns usuários ousaram reclamar publicamente por 20 centavos, isso mesmo: 20 centavos em cada viagem, que fazem diferença em seus orçamentos mensais. E o que receberam em troca? Uma truculência policial conhecida: desmedida, brutal, sem critérios, desproporcional, violentíssima! A partir daí as ondas de solidariedade e indignação ganharam corpo e se transformaram neste fenômeno histórico. Então, é por isso também, pelos meros 20 centavos negados. E por terem tanto, não querendo dar nada, centavos que sejam; por ‘terem transformado o País inteiro num puteiro, só pra ganhar mais dinheiro’ (Cazuza); por serem doentiamente gananciosos e egoístas; por nos roubarem a saúde e educação; por usarem o suor e as dores de nossos corpos para acumularem riquezas que nem sequer usam, de tanto que têm. Ousaram inclusive nos surrupiar a esperança, depois de tantos anos de crença num partido ético, que se entregou ao ‘que todos sempre fizeram’. Mas ela, a esperança, como dizem os poetas, é a última que morre. Então, ‘Ó nóis aqui outra veiz’. Essas são algumas das causas ‘externas’. As ‘internas’, nosso individualismo, alienação, conformismo etc, não estão em vigor neste momento. E esperamos que diminuam constantemente, à medida que formos nos apropriando de nossos destinos. Vem pra rua, vem, você também!
Marcello Casal Jr/ABr
Filho Adolescente? Quando conversar for difícil
A
adolescência é, para muitos pais, a fase mais difícil quando falamos em interações e diálogo com os filhos. O que acontece é que os jovens desenvolvem vários mecanismos para se proteger do que eles acreditam ser invasão e intromissão em suas coisas mais particulares, tornando-se especialistas em desvios, fugas e recuos. Diante disso se comunicar não é fácil e, como a comunicação é a melhor fonte de informação sobre o que ocorre em suas vidas, isto torna-se um grande problema. Daí que, muitos pais, se angustiam por não saber o que está se passando com os filhos. Alguns dizem que nem tem ideia do que se passa na cabecinha deles e acabam adotando uma postura de cobrança de mais presença e os interrogam para saber o que acontece fora de casa. Porem isto é sempre algo muito incomodo e que, normalmente, não funciona, pois pode tornar-se uma batalha onde um tenta avançar e o outro se defende. Nos bate-papos que realizo com os pais uma fala comum é: mas eu só quero trocar umas ideias e o meu filho/a não diz nada, só escuta e de repente pergunta: Terminou? Um tipo de comportamento que desanima e dá a ideia de que existe um abismo entre pais e filho. Mas o que fazer nestes casos? Em primeiro lugar eu diria que entender que este
distanciamento é “normal” e até esperado. Eu venho tratando disso em muitos dos meus textos e conversas com pais, sempre na tentativa de desmistificar muitos dos comportamentos da fase, tranquilizar os pais e assim melhorar não só as interações, mas a compreensão do que acontece com os filhos. É preciso ter claro que, em muitos níveis, este afastamento ocorre para que se possam realizar as diferenciações de identidade e que o tipo de relação que se estabelecer favorecerá a construção da noção de liberdade-responsabilidade, um dos maiores desafios dos jovens de hoje. Portanto, busque descobrir um bom jeito de conversar com seu filho tentando dar voz a ele, respeitando as suas ideias e especialmente descobrindo jeitos de lidar com as
“fantasias” e construções de valores dele – as vezes diferentes dos seus. Acredite, só ouvindo e acolhendo as ideias deles é que você vai conseguir ser ouvido nas suas e, assim continuar ensinando. O momento é de ouvir mais do que falar e, com boas doses de paciência, tente desenvolver a “arte de observar”. Em todas as fases a observação e o exemplo ajudam muito, mas especialmente nesta fase onde muitas tentativas de explicar são tratadas como discurso moralista. Esteja presente e observe; escute e demonstre. Ajuda bastante também conhecer os amigos e, nas chances, conversar com eles, muitas vezes estes são menos defensivos. Pais venham participar do Bate-papo Com os Pais no dia 26/07/2013 as 14hs e discutir os seus melhores jeitos de interagir com seus filhos. O evento será aberto ao publico e se realizará na Rua Armando Barbedo 480 sala 503 no Bairro Tristeza. Os interessados devem inscrever-se no telefone (51) 33337052. Vagas limitadas!
Claudia Guglieri - Psicóloga graduada pela PUC/RS, com especialização em Gestalt- terapia e Medicina Tradicional Chinesa pelo Instituto Sohaku-in/ RJ. Com formação em adolescência e psicoterapia de grupo pelo Instituto de Psicologia Social de Porto Alegre Pichon Rivière. Atende a adultos e adolescentes na clínica individual, coordena grupos terapêuticos, orienta a jovens e pais através dos bate-papos com adolescentes e com os pais.
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Des acelere-se T
odos os dias pela manhã a agenda de compromissos do dia pisca intermitentemente em sua cabeça. Você pula da cama, sem o despertador tocar, sem se espreguiçar, sem dar bom dia. Neste momento, começa a corrida contra o tempo que - se tudo der certo - termina 13 ho-
ras depois. Pior do que isso: você chega e tem dificuldades de dormir, antecipando as tarefas do dia seguinte. Você vê a vida passar numa ampulheta e em contagem regressiva. Há alguns anos atrás, o jornalista britânico Carl Honoré esperava no aeroporto, quando passou os olhos
Matéria
Um movimento mundial, que passa por decisões individuais, desafia um dos pilares da cultura global, a rapidez. Viver no ritmo biológico natural, desfrutar momentos, optar pela qualidade são alguns dos benefícios da desaceleração.
por um jornal e leu um artigo que começaria a mudar a sua vida. “Eu estava lendo o jornal e vi um artigo cujo título era ‘Histórias para fazer dormir em um minuto’. No começo aquilo me deu um estalo. É uma grande ideia. Mas logo pensei: é ridículo. E, como jornalista, achei que tinha que escrever sobre esse tipo de
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coisa”. Foi o que o levou a desenvolver o conceito de Slow Movement. Honoré, um ex-speedholic que tinha mania de trabalhar, comer e até ler histórias para seus filhos na beira da cama o mais rápido possível, descobriu uma resistência global contra a cultura da velocidade materializada em grupos que vêm repensando o cozinhar e o comer (o já conhecido Slow Food), o urbanismo, o design e até o sexo. Ao invés do “Tempo é Dinheiro”, contrapõem: “Mais tempo é mais vida”. Ou seja, o slogan “Mais Devagar” não só descreve as investidas desses revolucionários dos tempos modernos, como parece mostrar que o contra-ataque está ficando cada dia mais organizado.
Calma: um movimento mundial de cidades O movimento contra a pressa é mundial. A Itália deu o primeiro pontapé com a criação do slow food (comer lentamente, com prazer), que já conta com mais de cem mil associados mundo afora e tem filiais no Brasil. Daí surgiram as “cidades lentas” e os adeptos da vida numa outra rotação: pessoas trocando o carro pela bicicleta, a TV pela meditação, encontrando tempo para o lazer no corre-corre. Já existem várias cidades adeptas do movimento na Itália (Orvieto, Positano, Fontanellato, Castelnovo nè Monti), na Espanha (Mungia), no Reino Unido (Ludlow, Alysham, Norfolk, Mold), e até no Brasil (Antônio Prado - RS e Tiradentes - MG). O movimento Città Slow desenvolveu estatutos com os princípios de uma slow city e uma Carta de Associação ao movimento que deve ser assinada pela cida-
“Quando a vida é acelerada, há uma falta de equilíbrio entre necessidades profissionais e desejos pessoais. Não há tempo para dedicar a amigos, família e a pequenas coisas que fazem a vida valer a pena.” de que queira aderir. Só podem aderir ao movimento cidades com menos de 50.000 habitantes que respeitem os 55 critérios definidos nos estatutos. Estes estão divididos em seis categorias principais: políticas ambientais, qualidade do tecido urbano, situação dos produtos locais, hospitalidade e existência de sensibilização para o tema. Para poder apelidar-se de Città Slow a cidade deve ser avaliada e regularmente visitada por inspetores que garantem que os padrões são mantidos. O objetivo é resistir à homogeneização, apoiar a diversidade cultural e as especialidades locais. O secretário de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Tiradentes, Marcelo Gomes, diz que a cidade de 7 mil habitantes não precisou mudar de ritmo para ser certificada - as características do bem-viver já estavam presentes. “Nossa preocupação é mantê-las”, diz. A participação no movimento não diminuiu a atividade econômica. A geógrafa Ciane Fochesatto, de 25 anos, funcionária pública em Antônio Prado, enca-
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Matéria
Dicas de Jean Carl Honoré para começar a praticar o “slow movement”
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A primeira coisa é fazer menos. Olhe para seu calendário e corte as coisas que não são essenciais - isso pode significar ver menos TV, reduzir as atividades extracurriculares das crianças, dizer não a alguns convites de eventos sociais ou trabalhar menos. É importante aceitar que não podemos fazer tudo. Encontre momentos para desligar a tecnologia. Celulares e laptops são maravilhosas ferramentas, mas todos nós precisamos de tempo desligados deles. Nós precisamos de momentos de silêncio para recarregar e refletir. Até as grandes companhias de tecnologia entendem isso.
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Inclua no seu dia uma atividade que te force a desacelerar. Pode ser qualquer coisa - yoga, jardinagem, ler um livro, fazer uma caminhada com o telefone desligado, entrar na banheira. Finalmente, para muitas pessoas desacelerar significa fazer menos (ou deixar coisas de lado). Mas esse é um preço pequeno a pagar por ter tempo para fazer bem as coisas importantes e aproveitá-las mais. Qualidade antes de quantidade. E porque desacelerar nos torna mais produtivos, também significa fazer as coisas melhor e até, mais rápido.
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de
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minhou a candidatura da cidade, que recebeu o selo slow city em 2001. “Temos um dos maiores patrimônios históricos do Brasil, com 48 edifícios tombados. Adaptamos todo o cotidiano à preservação dessa história e do meio ambiente urbano”, relata. Segundo ela, a população resistiu à ideia num primeiro momento. “Aos poucos compreenderam a ideia e a adesão é praticamente unânime”, descreve. A prefeitura lançou uma cartilha de educação patrimonial, desenvolveu coleta seletiva intensa, dedicou grande cuidado ao saneamento e implantou a educação ambiental nas escolas. O movimento mundial de desaceleração está relacionado com a antiglobalização, o budismo, o ecologismo e o biológico porque na essência o que defende é que sigamos os ritmos da natureza, dando tempo ao tempo. A alimentação saudável também é importante. Ingerir frutas, legumes e outros alimentos frescos e bem cozinhados. Comer com tempo, de preferência, num restaurante tradicional.
O movimento mundial de desaceleração está relacionado com a antiglobalização, o budismo, o ecologismo e o biológico porque na essência o que defende é que sigamos os ritmos da natureza, dando tempo ao tempo.
Conversar e conviver com os amigos. Fazer exercício físico. Andar a pé. Apreciar e proteger o ambiente. Respeitar a cultura e as tradições. No fundo, levar uma vida calma e sentir-se bem no local onde se vive, é um desejo de muitos, num mundo cada vez mais veloz e exigente.
Devagar também no corpo Levar em conta as emoções do corpo também é fundamental, garante a pesquisadora Eliane Volchan, do Instituto de Biofísica da UFRJ. Ela comprova com pesquisas que coordena com níveis de hormônio na saliva, batimentos cardíacos, respiração e sudorese de voluntários que o fato de se racionalizar o estresse - entender que trabalhar muito é necessário ou que a violência é inerente à vida humana - pode acalmar a mente, mas não impede que o corpo continue a reagir de maneira implícita. Sem que a pessoa “saiba”, as taxas altas de adrenalina, a frequência cardíaca e as dificuldades respiratórias vão alterando o metabolismo, minando o sistema imunológico e pronto: doença grave à vista! Para médicos e terapeutas especializados em tratamento do estresse, há medidas que desaceleram e melhoram a qualidade de vida. No ranking dessas atividades, eles destacam a meditação (estudos feitos na Universidade Harvard, pelo cientista Herbert Benson, mostraram que meditar libera endorfina, analgésico natural, e reduz a hipertensão, a insônia, a enxaqueca), a práti-
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11 • Nº 57 • Julho 2013 • Bem Estar ca de atividade física, o contato com a natureza, um maior convívio com a família e os amigos, o lazer e até mesmo o ócio. Técnicas de biofeedback e fitoterápicos também ajudam. Para Meir Schneider, o ritmo acelerado de vida leva também ao pouco descanso. E o repouso - do corpo e da mente - é fundamental. Para compensar, as pessoas tomam drogas, exercitam-se de maneira errada, compulsivamente, e vivem de estimulantes. Antigamente, as pessoas dormiam de acordo com as estações do ano. Repousavam mais no inverno e menos no verão. Agora todos ignoram seu relógio interno. 0 estilo de vida errado não deixa a pessoa perceber que o corpo está cansado. Repousar é preciso, seja meditando, dormindo, deitando-se na cama, sem ler, e fazendo o palming, comenta ele, referindo-se a uma técnica eficaz contra o estresse, que consiste em cobrir os olhos com as duas mãos, sem pressionar, imaginando escuridão total. Para os especialistas em tratamento de estresse, não há uma fórmula universal, mas alguns métodos mostram-se mais eficazes. No ranking das preferências, a meditação, o exercício e o lazer. Meditar e se exercitar são ótimos para desacelerar e reforçar a imunidade. Mas cada um tem sua preferência. Caminhar na natureza e manter o convívio social tem bom efeito. “Há fitoterápicos que aumentam a capacidade de suportar o estresse, como ginseng e rodiola rósea”, explica o médico AIex Botsaris, autor de “0 complexo de Atlas” (Objetiva), que mostra como lidar com o estresse.
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de
Capa
“Aprenda a gastar conscientemente o seu tempo. Vá devagar no seus dias, permita-se pequenas pausas. Tire o relógio num momento de descanso. Passe tempo com quem gosta” O terapeuta Alexandre Von Ajs prefere as massagens para diminuir o ritmo. “Também o tai chi chuan e a meditação com mantras desaceleram”, recomenda. Para a terapeuta Marion Kelson, é fundamental trabalhar a concentração e a percepção corpórea, pois cada um tem uma necessidade. “Pode ser uma dança, uma massagem ou um banho de ofurô”, exemplifica.
Desacelerar é dificil Carl Honoré, o jornalista que escreveu “Devagar - Como um movimento mundial está desafiando a cultura da velocidade” (Editora Record), que se tornou best-seller, reconhece que a velocidade é uma droga de nosso tempo. Aceleramos por um vício do corpo, para evitar pensar sobre questões profundas e porque ser rápido é sinônimo de prestígio na nossa cultura. Então, desacelerar é difícil. “Uma ironia é que nós somos tão impacientes hoje que até queremos desacelerar rápido! Leva tempo”,
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uando nos sentimos estressados, agitamos nossos pensamentos, que por sua vez estimulam as glândulas sebáceas provocando um asfixiamento do folículo piloso. Todo cabelo oleoso na raiz é desidratado nos fios; muitas vezes o cabelo não cresce e também pode arrebentar facilmente. Temos que observar como está a raiz, pois o fio é uma consequência da mesma. Nos meus estudos, observei que nossos cabelos “são como nossas antenas” e estão ligados diretamente ao nosso lado emocional. Nosso trabalho é tratar o ser humano como um todo. É um aprendizado sobre controle do stress, olhando-se internamente e dando algum sentido a nossa vida. Lembre-se: todo estresse começa pela agitação dos pensamentos. Desidratação Caspa Oleosidade Tratamento pós-implante
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Bem Estar • Nº 57 • Julho 2013 • 12 evidencia. “Mas quando você percebe que velocidade não é sempre bom, que muito da nossa pressa não faz sentido (como correr para chegar rápido ao farol vermelho) então é possível ir mais devagar”, complementa. Para quem quer tentar, ele enumera uma série de atitudes necessárias. A primeira é eleger prioridades na vida profissional e pessoal - não dá para fazer tudo de uma vez, e é preciso aceitar isso. Dessa forma, sobra tempo para se concentrar no que é importante. Quando estamos muito acelerados, comemos mal, não temos tempo para descansar, erramos no trabalho por causa da correria e perdemos relacionamentos por não darmos atenção suficiente para eles. “Viver devagar significa fazer tudo melhor e aproveitar mais. Você é mais saudável porque seu corpo tem tempo para descansar, mais produtivo no trabalho porque está relaxado, concentrado e mais criativo. E seus relacionamentos são mais fortes porque você pode dedicar sua completa atenção para as pessoas”, defende Honoré. Por que andar devagar se se tem pressa? Lothar I. Seiwert, autor do livro “Se tiver pressa, ande devagar” em parceria com Ann McGee Cooper, ressalta que o estressado perde a visão geral, cai no ativismo cego. A concentração vai para pequenos problemas, gastando tempo e energia. Com calma, podemos distinguir o que é ou não importante. Com calma vamos, sim, trabalhar mais e ganhar tempo, porque nos concentraremos no essencial. A concentração bowdenimages/ITOCKPHOTO/BE
“Viver devagar significa fazer tudo melhor e aproveitar mais. Você é mais saudável porque seu corpo tem tempo para descansar, mais produtivo no trabalho porque está relaxado, concentrado e mais criativo. E seus relacionamentos são mais fortes porque você pode dedicar sua completa atenção para as pessoas” é o segredo da vida mais relaxada. “Quando a vida é acelerada, há uma falta de equilíbrio entre necessidades profissionais e desejos pessoais. Não há tempo para dedicar a amigos, família e pequenas coisas que fazem a vida valer a pena” destaca ele. E continua: “Aprenda a gastar conscientemente o seu tempo. Vá devagar no seus dias, permita-se pequenas pausas. Tire o relógio num momento de descanso. Passe tempo com quem gosta”.
Andar na contramão do tempo é perigoso. “A pressa é uma doença que leva a males no coração, pressão alta, úlcera e nervosa, tensão e até depressão profunda”, frisa.
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Bicho de Estimação
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AMIGO DO TRABALHO Animal de estimação no local de trabalho melhora o ambiente e aumenta a produtividade.
Mario Alberto Magallanes Trejo/stock.xchng/BE
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“O animal é um facilitador. Sua presença no ambiente de trabalho eleva a autoestima, diminui o estresse, a solidão e a ansiedade.”
evar os bichos de estimação para o trabalho é uma prática comum em países como os Estados Unidos e o Canadá. Para algumas empresas, como o Google, a presença de pets é um modo de descontrair o escritório e gerar resultados positivos. Uma campanha norte-americana intitulada “Take Your Dog to Work Day” incentiva empregadores a permitir o acesso de animais ao ambiente de trabalho. E esta tendência já chegou aqui no Brasil há algum tempo. Em algumas empresas isso já é permitido, outras têm seus próprios mascotes. Isso mesmo, a empresa tem seus pets que passam o dia entre os funcionários do local e andam livremente nas instalações da empresa. Muita gente parece não acreditar, mas muitas empresas bus-
cam ter animais para motivar e aumentar a produtividade do local. O animal ajuda a aliviar a tensão e o stress do local, além de deixar o ambiente de trabalho com cara de “casa”, mais descontraído e leve.
Menos estresse Os benefícios não são apenas teoria dos apaixonados por animais. Segundo a psicanalista Silvana Prado, membro do Inata (Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais), 15 a 20 minutos de interação com um cão são suficientes para potencializar o elo entre o funcionário e a empresa. “O animal é um facilitador. Sua presença no ambiente de trabalho eleva a autoestima, diminui o estresse, a solidão e a ansiedade.” O contato entre o animal e o homem também tende a favorecer o rendimento. “Pode ser o ca-
minho para um problema cuja solução o funcionário não consegue encontrar.” De acordo com a psicanalista, estudos comprovam que a presença de animais reduz a pressão arterial e a frequência cardíaca. “O contato ativa um neurotransmissor que libera a serotonina, substância sedativa e calmante, além de hormônios como a oxitocina - responsável pela confiança e a prostatina, o hormônio do vínculo social”, explica.
Estudo americano Outro estudo, de autoria da Associação Americana de Produção de Produtos para Animais (APPMA, na sigla em inglês) revela que ter um animal no local de trabalho aumentou a produtividade laboral em 73 por cento das empresas que participaram, ao mes-
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15 • Nº 57 • Julho 2013 • Bem Estar mo tempo que ajudou a combater o absentismo. “Com pessoas a quem dizíamos bom dia e pouco mais, acabamos por parar e conversar por alguns minutos, nos conhecer bem melhor e sem dúvida que assim se estabelece uma relação humana tendo por base os animais de estimação”, explica Paulo Lopes, dono de uma Dogue Alemão, cuja empresa onde trabalha promove a ‘Petweek’ (semana do animal de estimação). O estudo norte-americano mostrou também que esta parceria traz igualmente benefícios para a saúde como a redução da pressão arterial, menores índices de stress e a melhoria da saúde mental e física. Todas as empresas participantes concordaram que os animais acalmavam os empregados.
Pesquisa com cães Há quem aposte em salas de jogos ou espaços de repouso nos ambientes de trabalho para aumentar a produtividade dos funcionários, mas uma pesquisa realizada na Universidade da Virgínia revelou que permitir a presença de cachorros nesses locais pode ser outra alternativa bastante eficaz para estimular a produção da equipe. O estudo, que analisou 75 contratados de uma empre-
O animal ajuda a aliviar a tensão e o stress do local, além de deixar o ambiente de trabalho com cara de “casa”, mais descontraído e leve.
sa, atestou que, nos dias em que os funcionários levavam seus cachorros para o emprego, o nível de stress de toda a equipe durante o expediente era menor e a autoestima, maior. Como consequência, a produtividade aumentava. E mais: a iniciativa de ajudar os companheiros de trabalho e o comprometimento com a empresa também cresciam na presença dos au-aus. Para que a prática dê certo, no entanto, o estudo alerta que é preciso que as companhias propiciem um bom ambiente para os cachorros, com lugar para que possam comer, beber água e fazer xixi e cocô. E, claro, é necessário que os cães sejam bem comportados, já que não dá para levar à empresa um animal que ficará mordendo os calcanhares de todos por debaixo da mesa. Uma coisa é certa: ter animais de estimação como colegas de trabalho deixam qualquer lugar mais divertido. Andreas Krappweis/stock.xchng/BE
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