Jornal Bem Estar Zona Sul Ed.54

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Jornal de Coleção • Ano 5 • Nº 54 • ABRIL 2013 • 10.000 Exemp. • Tel. (51) 3268.4984 •

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O amigo que ajuda a entender da vida

GUIA SAÙDE

Muitos nutrientes se concentram na casca dos alimentos!

Distribuição gratuita


Lições de Vida

A OBSESSÃO PELO MELHOR Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só se preocupa em saber do “melhor”. Leila Ferreira

E

stamos obcecados com “o melhor”. Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só se preocupa em saber do “melhor”. Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho. Bom não basta. O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com “o melhor”. Isso até que outro “melhor” apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter. O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação per-

e-mails Envie seu comentário para: zonasul @ jornalbemestar.com.br Gratos

 “Um jornal diferenciado! Falam do que a

gente mais precisa saber e se preocupar, que é a nossa saúde. Com a falta de tempo, cuidar da saúde muitas vezes é deixado de lado, ter dicas simples e básicas em um jornal criativo e dinâmico, faz todos pararem para ler.” Greice

manente, num eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí a gente não relaxa, porque tem

que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa? E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o “melhor chef”? Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo “melhor cabeleireiro”?

Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em comunicação em Londres, que optou por viver uma vida mais simples, em Belo Horizonte

LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Escolher uma direção na vida e tentar segui-la implica em delicadas renúncias. Sem elas, é tão difícil amadurecer como alcançar os objetivos.

PORTO ALEGRE ZONA SUL Renato Guariglia Editores - Zona Sul Fábio Ferreira Arte Final Renato Guariglia Comercial Impressão: Grupo Sinos Tiragem: 10 mil exemplares Contato: (51) 3268.4984

 “O jornal BEM ESTAR sem dúvida é

zonasul

uma iniciativa maravilhosa! Suas matérias são excelentes, pois retratam coisas que vivenciamos no nosso dia a dia.” Luciana de Jesus

@

jornalbemestar.com.br CENTRAL BEM ESTAR

 “O jornal BEM ESTAR é excelen-

Informações de Qualidade

te em todos os aspectos! Pois resgata e mostra às pessoas as virtudes que não deveriam ser esquecidas em tempo algum.” Rita A. Pedro Bom

 “Acho que o Jornal coloca em primeiro lugar, justamente o que está em último na vida de cada um de nós. Tive conhecimento deste jornal só há um mês, e desde a primeira leitura tenho feito a maior propaganda, não só pelo marketing, mas principalmente pela iniciativa dos temas saúde, amor, fraternidade, igualdade, crença etc. Temas que são muito pouco abordados no dia a dia de nós seres humanos. Parabéns a equipe do jornal BEM ESTAR!” Priscila Duarte Pinto

Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o “bom” que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe. O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens “perfeitos”. As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo... O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem. O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer. Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e na busca do “melhor” a gente nem percebeu? “Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos.” Shakespeare

Ralph Viana Editor de Conteúdo e Arte Érico Vieira Diretor de Relacionamento Max Bof Diretor de Operações Jornalista responsável: Max Bof (mtb 25046) Material: Revistas CUERPOMENTE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY TODAY, BUENA SALUD, THE QUEST, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

UMA VIDA PLENA EXIGE BOAS INFORMAÇÕES

BEM ESTAR

Pessoas inteligentes adoram ler. E anunciar.

Informes publicitários, textos e colunas assinadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam felicidade para todos os seres.


3 • Nº 54 • Abril 2013 • Bem Estar

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ma querida senhora polonesa comentou comigo na feira: “vocês jogam o melhor no lixo. Há tanto desperdício aqui e ao mesmo tempo tanta miséria, é difícil de entender!”. É fato, as estatísticas de desperdício de alimentos no Brasil são as mais altas do mundo. Descartamos folhas da maioria dos legumes, e elas são ótimas. Jogamos fora quase todas as cascas e elas são as partes mais nutritivas de incontáveis vegetais. A casca dos alimentos guardam importantes nutrientes, às vezes, em maior quantidade do que em seu interior. As das frutas, legumes e verduras, por exemplo, possuem grande porção de fibras, que auxiliam no funcionamento do intestino e podem ajudar também na perda de peso. Segundo a nutricionista Andréia Naves, muitas pessoas eliminam as cascas com receio dos agrotóxicos utilizados por produtores agrícolas. Mas ela ressaltou que não existe como se livrar deles, pois muitos penetram nos alimentos. O ideal, claro, é preferir produtos orgânicos, isentos dos defensivos que envenenam os alimentos brasileiros. Conheça os benefícios das cascas de alguns alimentos:  Abacaxi: além de fibras, a casca dessa fruta é rica em vitamina C, bromeliQuinn Dombrowski/flickr/BE

Informações importantes para sua saúde e bem-estar

Tudo de Bom nas Cascas Tome nota: muitos nutrientes e vitaminas se concentram na casca dos alimentos!

gerina, limão): além de fibras, a casca dessas frutas apresenta 20% mais antioxidantes que a polpa. Auxiliam na diminuição do colesterol.  Frutas vermelhas: possuem antocianinas (composto bioativo), o antioxidante dá pigmentação às frutas e protege contra doenças cardiovasculares e o câncer.  Kiwi: concentra três vezes mais antioxidante que a polpa. A casca do kiwi gold é mais doce e possui menos pêlos.  Pera, maçã, ameixa, pêssego, cereja: possuem fibras insolúveis que

melhoram o funcionamento do intestino.  Tomate: apresenta licopeno. O antioxidante diminui o risco de câncer, sobretudo o de próstata. A substância também está presente na melancia e na goiaba;

na (enzima que protege o estômago e auxilia na digestão das proteínas). Há várias receitas de sucos e balas feitos de sua casca.  Abóbora, cenoura, manga, mamão e damasco: possuem grande

concentração de betacaroteno, antioxidante que diminui o risco de câncer e doenças cardiovasculares. A substância é responsável pelo tom alaranjada desses alimentos.  Banana: concentra fibra, mas

também possui luteína, o antioxidante protege os olhos contra a exposição ultravioleta e combate a catarata.  Berinjela: apresenta antocionida (antioxidante cerebral), potássio, magnésio e fibras;  Batata inglesa: a casca desse alimento é rica em fibras, potássio, ferro, fósforo, zinco e vitamina C.  Frutas cítricas (laranja, tan-

 Uva, berinjela, frutas vermelhas, tangerina, limão e hortaliças: têm flavonóides – com-

postos bioativos antioxidantes que diminuem o risco de câncer e doenças cardiovasculares. Compre produtos orgânicos, limpe bem as cascas e use-as em diversas receitas (é fácil conseguir). Uma nova realidade se impõe ao mundo: evitar o desperdício. Ainda mais de partes tão saudáveis e nutritivas de nossos alimentos.


Bem Estar • Nº 54 • Abril 2013 • 4

Uma Vitamina que Não pode Faltar! Mais da metade dos idosos têm falta de Vitamina D. E sua deficiência está relacionada ao aumento da incidência de quedas, diminuição da força muscular e deterioração do equilíbrio.

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ais de 50% dos idosos brasileiros têm falta de vitamina D, concluiu uma pesquisa do Delboni Medicina Diagnóstica. A análise usou como amostra os 2.735 exames feitos entre junho e setembro de 2012, com pacientes acima de 60 anos. A pesquisa detectou que 53,6% das mulheres e 53,4% dos homens têm necessidade de reposição desta vitamina. De acordo com a responsável pela pesquisa, a endocrinologista Myrna Campagnoli, os valores de referência usados em exames de vitamina D são: deficiência para menos de 20 ng/mL, insuficiência para 20 a 30 ng/mL, normal ou suficiência para 30 a 100 ng/mL, hipervitaminose (excesso) para acima de 100 ng/mL. Entre as pacientes, 24% apresentaram deficiência e 30,3% insuficiência. Ou seja, 54,3% das pacientes estavam abaixo dos índices normais (na amostra, 44,8% apresentaram suficiência e 0,6% hipervitaminose). Já no público masculino, 21,4% apresentou deficiência, 32% insuficiência (53,4% abaixo do normal), 46,3% suficiência e 0,3% hipervitaminose.

vïkïng/flickr/be

A especialista afirma que os idosos que apresentam falta de vitamina devem iniciar um tratamento de reposição da substância por meio de remédios, além de incluir pelo menos 15 minutos de banho de sol na rotina diária.

FUNDAMENTAL PARA OS OSSOS Segundo a especialista, a vitamina D, por meio das ações no intestino, rim, osso e glândulas paratiroides, é um hormônio fundamental para o desenvolvi-

mento de um esqueleto saudável. Ela é formada na pele pela ação dos raios solares ou obtida por meio de alimentos como leite e derivados, óleo de fígado de bacalhau, peixes e camarões. A deficiência de vitamina D, que é bastante comum em idosos, tem sido relacionada a um aumento da incidência de quedas, diminuição da força muscular e deterioração do equilíbrio, devido a uma oscilação do corpo na postura ereta. “As pesquisas têm indicado que a suplementação associada de cálcio e vitamina D em idosos deficientes contribui para melhorar aspectos da função neuromuscular”, acrescentou. A deficiência de vitamina D é considerada um dos principais determinantes da osteoporose senil. “Estudos também têm mostrado uma relação entre o diabetes e a falta de vitamina D”, afirma Myrna. Importante, portanto, que você faça um exame, para saber como andam as suas taxas, e que cuide melhor de sua alimentação, além de incluir em seus hábitos o saudável e gostoso banho de sol.


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Alimentação MORANGO MARAVILHA

Fruta linda que combate os cálculos renais, reumatismo e anemia. E é também amiga do sistema nervoso!

A

limento de muitas virtudes, o morango é nutritivo, tônico, mineralizante, antitérmico, diurético, antiartrítico. Combate ainda bronquite, cálculos renais, reumatismo e anemia. Segundo o Dr. Flávio Rotman, a medicina popular sempre se valeu de suas raízes, folhas e frutos. A raiz se presta a cozimentos diuréticos e adstringentes, cujo alto teor de tanino é responsável pela cor rosada da urina de quem os consome. Outros médicos também indicam suas folhas como depurativo nas inflamações e para catarro das vias respiratórias superiores e digestivas. O Dr. J. Valnet, autor do livro “Traitement des Maladies par les Légumes, les fruits et les Céréales” aponta ainda outras propriedades do morango no uso interno: hipotensor, desintoxicante, favorecedor das defesas naturais, laxativo, regulador hepático, do sistema nervoso, das glândulas endócrinas e bactericida.

Quem se beneficia

As propriedades tônicas e mineralizantes dos morangos favorecem as pessoas debilitadas. Batidos com nata são indicados aos diabéticos (o açúcar dos morangos é de levulose, o que os torna permiti-

do aos portadores de diabete). Convalescentes encontram nos morangos fonte abundante de vitamina C. O óxido de silício que nele contém é recomendado aos cancerosos e arterioscleróticos. Os que sofrem de prisão de ventre encontram neles remédio eficaz, pois são laxativos. E o ácido salicílico presente nos morangos faz com que artríticos, reumáticos, gotosos, auto-intoxicados, hepáticos e de temperamento biliosos e sanguíneos encontrem neles alívio para seus males.

Contra indicações Apesar de suas virtudes terapêuticas, há pessoas que devem evitar o consumo de morangos. Entre estes encontram-se os que sofrem de transtornos digestivos em geral, por serem estas frutas pouco digeríveis por estômagos delicados. Portadores de doenças cutâneas e alérgicos igualmente devem evitá-los, pois estarão sujeitos a irritação e ardor na pele.

Curas de morangos O Dr. Emest Schneider recomenda a dieta de morangos (vários dias repetidos nos quais se comerá até I Kg e meio da fruta) no tratamento de prisão de ventre, hemorróidas, estagnação da circulação, reumatismo articular e gota, além de doenças dos rins, perturbações circulatórias e, com vigilância médica, no diabete e doenças hepáticas. E para as sardas, indica tratamento à base de suco de morangos com limão, em fricções sobre a pele. Há pessoas que temem a urticária e, assim, abstêm-se dos morangos. Salvo os casos de alergia comprovada, não são os morangos que produzem urticária, mas os resíduos amoniacais da decomposição de substâncias utilizadas como adubo de morangueiro. Importante: como também são utilizados muitos agrotóxicos em sua cultura é fundamental que os frutos sejam lavados cuidadosamente, deixando-os pre-

parados meia hora antes de servir, para que recuperem o aroma.

Beleza e vida longa Longevos atribuem a longa vida também ao consumo regular de morangos. Durante a estação, devem ser ingeridos diariamente, em jejum, na proporção de 250 a 500 g. Contra vermes intestinais, comer 500 g de morangos pela manhã, em jejum, e abster-se de qualquer outra alimentação até o meio dia. Feições repousadas, combate às rugas, pele clara e luminosa se obtém com a máscara de morangos: à noite, ao deitar, aplicar abundantemente pasta de morangos esmagados; deixar secar durante a noite e, na manhã seguinte, lavar com bastante água. Receita ainda mais prática: espremer o suco de cinco morangos grandes através de pano branco fino e misturar uma clara de ovo batida em neve. Adicionar 20 gotas de água de rosas e 10 gotas de tintura de benjoim. Aplicar sobre o rosto com ajuda de pincel ou chumaço de algodão. Depois de uma hora, lavar com água bicarbonatada (15 g de bicarbonato de sódio por um litro de água).

Fonte: Jornal VIDA INTEGRAL


Bicho de Estimação

Bem Estar • Nº 54 • Abril 2013 • 6

O amigo que ajuda a entender a vida Presentear uma criança com um animal de estimação traz benefícios para o seu desenvolvimento.

É

cada vez mais comum a convivência entre crianças e bichos de estimação nos lares brasileiros. Os mais solicitados acabam sendo os cães e gatos, que de acordo com especialistas, são os mais indicados, pois permitem um contato físi-

co e harmonioso. “Conviver com um cãozinho, por exemplo, significa ajudar na formação e no comportamento das crianças. Elas aprendem que em troca do carinho, terão uma companhia gostosa para brincar. Além disso, ter que auxiliar na criação, limpar a

sujeira e fiscalizar as vacinas faz com que elas se sintam tutoras dos bichinhos, contribuindo para a formação do senso de responsabilidade”, afirma o psiquiatra José Raimundo Lippi. De acordo com o especialista, as tarefas domésticas e as exigências do

animal mostram à criança que outros seres vivos precisam desses cuidados para sobreviver. Estudos recentes revelam a importância da convivência com os animais, uma vez que ajuda no desenvolvimento da sociabilidade e da autoestima das crianças. “A partir dos quatro anos a criança já pode ganhar um animal de estimação e assumir, junto com o adulto, algumas das responsabilidades”, acrescenta.


7 • Nº 54 • Abril 2013 • Bem Estar ACIMA DOS QUATRO ANOS Lippi observa que crianças muito novas – abaixo dos quatro anos - ainda não sabem diferenciar bem o seu brinquedo de pelúcia do animal doméstico e podem pegá-lo de maneira desajeitada, machucá-lo, apertar demais, jogar para o alto ou mesmo agredi-lo para recriminar algo que o animalzinho tenha feito. Neste caso, os pais têm que estar sempre presentes, conversando com os filhos sobre como cuidar e lidar com o animal. “As crianças acima dos cinco anos já podem assumir maiores responsabilidades. Sob a orientação de um adulto elas já conseguem levar o bichinho para passear, dar banho, comida, carinho e controlar as vacinas”, observa o especialista. Para adotar um bicho de estimação os pais devem tomar alguns cuidados. “Deve-se optar pelos animais mais dóceis para conviver com crianças. Cabe aos pais acompanhar a relação entre o filho e o animal e ensinar os principais cuidados de higiene e convivência”, alerta.

AJUDA NA SOCIALIZAÇÃO Ter um animal de estimação com certeza vai ajudar o mepethealthlibrary/divulgação/BE

“A convivência com os animais ajuda no desenvolvimento da sociabilidade e da autoestima das crianças. Além disso, auxilia na criação, limpar a sujeira e fiscalizar as vacinas, contribue para a formação do senso de responsabilidade.”

nino ou a menina a conviver também com outras pessoas. O simples fato de assumir certos cuidados, dar carinho, medicá-lo quando necessário e dividir um pedaço de pão favorece o desenvolvimento pessoal, o vínculo afetivo e a relação com os mais diversos sentimentos, desde a alegria até a tristeza com a morte. “É nesta relação entre a vida e a morte que o animal de estimação também tem um papel muito importante, pois a criança aprende a entender a vida, a importância da troca entre pessoas e a relação com a perda e a dor”, explica Lippi. Fonte: www.maisnoticia.com.br


Matéria

“O olhar e a mente de uma criança são como as bases de um espelho cristalino, onde as coisas são percebidas de forma direta, radiante e viva. Esse olhar é parte da percepção primordial, que vê as coisas como elas são”.

Sérgio Veleda

GUIA

A definição mais simples e, ao mesmo tempo, mais clara do que seja meditação, remete a uma forma de estabilização da atenção no presente, melhorando nosso estado de presença. Com a estabilização da atenção obtemos níveis mais claros de percepção da realidade que nos cerca e de nós mesmos. O estado de consciência da meditação é semelhante ao grau de curiosidade e vivacidade da atenção de uma criança. Uma condição desperta e alegre, que jamais deixa passar o assombro da beleza presente nas cores, nas formas, nas nuances mais sutis. O interesse pela meditação e por uma educação contemplativa é recente no mundo ocidental. Historicamente, a educação da atenção não esteve – e ainda não está - presente nos progra-

Guarde e consul te sempre!

mas pedagógicos de de produção, de trab mento de criatividad prática da atenção, n ações onde se reque tia, presença e ética com o outro. Um bom nível d tralidade no presente mento da energia vita persão. A energia c de melhor aos conta mos e, ao mesmo t sença fica mais desp momento. A prática da me importância nos nív contato humano. Som sar, a deduzir e a int plo. Porém, não som


de

Capa

ensino. Nas funções balho, de desenvolvide pouco se fez pela nem mesmo em situer um grau de empaa de um ser humano

de atenção e de cene interrompe o vazaal decorrente da disconcentrada responatos que estabelecetempo, a nossa preperta, de momento a

editação é da maior veis relacionais e de mos educados a penterpretar, por exemmos ensinados a man-

ter a presença e o contato com alguém ou com o que estamos fazendo. Há nisso uma importância crucial quanto ao rumo do desenvolvimento da sociedade humana, no sentido de maior atenção ao que fazemos, às relações interpessoais e à motivação para a presença criativa e perceptual. Existe uma distância entre se estar presente ao que está acontecendo, e, estarmos pensando sobre o que está acontecendo. Tais perspectivas podem alterar nossa relação com a realidade cotidiana. Em um determinado nível, vivenciamos diretamente o que estamos fazendo, experimentando os acontecimentos de forma penetrante e total; em outro patamar, nos mantemos separados da experiência direta, interpretando e compartimentando a realidade em blocos.

A profecia de Alan Watts - o guru da contracultura dos anos 60, nos Estados Unidos - sobre o fato de lamas tibetanos descerem dos Himalaias para estudarem em universidades ocidentais, e de executivos ocidentais viajarem para Índia e adotarem a meditação como caminho, não causa mais nenhum estranhamento.

A meditação tem adquirido ares de uma prática secular (cotidiana), desvinculada da religião, aproximando-se das pessoas mais comuns e dos contextos urbanos. Não causa mais espanto saber que um gerente de operações de uma empresa de valores, bem como um administrador de investimentos e operadores do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), tenham inserido a meditação em suas vidas. Caso peculiar é o projeto de mais de seis anos, criado pelo laboratório Valda no Rio de Janeiro, que transformou uma sala, dentro da própria empresa, em ambiente contemplativo próprio para a prática. Seus diretores afrouxam as gravatas, tiram os calçados, sentam em almofadas e meditam durante meia hora. No Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo também ocorrem práticas regulares de meditação. Com o apoio das monjas do Templo Zu Lai foi criada uma sala para meditação. Nesse espaço, funcionários, enfermeiros e médicos sentam para meditar. Em fevereiro de 2006, o Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa - vinculado ao Instituto Nacional de Saúde e ligado às pesquisas de

saúde nos EUA - reconheceu a meditação como tratamento complementar. Ela passou a ser entendida em tratamentos convencionais como Medicina Integrativa. Em maio do mesmo ano, surgiu no Brasil a pouco conhecida Portaria MS/GM nº 971, de 03 de maio de 2006, que é, em linhas gerais, um incentivo do Ministério da Saúde ao uso da meditação, bem como a aplicação de práticas integrativas e complementares em hospitais e postos do Sistema Único de Saúde - SUS.

A qualidade do relaxamento proveniente da meditação é superior ao relaxamento convencional e ao sono. Vale ressaltar que a meditação não é uma prática de relaxamento, em que nos abandonamos. Ao contrário, é uma prática que gera relaxamento de forma atenta e desperta. Esse diferencial é qualitativo. Quando terminamos a meditação, o nível de disposição e alerta é compatível com qualquer tipo de ação que poderemos vir a investir. O cortisol, também chamado de hormônio do estresse, é reduzido com a prá-

“Existe uma distância entre se estar presente ao que está acontecendo, e estarmos pensando sobre o que está acontecendo”. tica de meditação, permitindo maior produção de endorfinas, os hormônios ligados ao estado de bem-estar. Por meio da meditação, o óxido nítrico aumenta no organismo, barrando também a produção de cortisol no sangue. O córtex pré-frontal é o local no cérebro vinculado a atividade pensante. Do córtex são emitidas ondas para o sistema límbico, onde são geradas as nossas emoções. Quando um pensamento produz emoções, o hipotálamo é ativado. O hipotálamo liga o sistema nervoso ao endócrino (glândulas). A desordenada atividade pensante (confusão) produzirá no organismo uma cascata de liberação hormonal, preparando o organismo contra perigos que até podem existir. Porém, esses geralmente são mais gerados por nossas fantasias do que pela realidade em si. A relação entre pensamentos e emoções é um tema de importância relevante na meditação. A estabilidade da atenção, por meio da prática da meditação, muda as condições físicas e vitais. Por outro lado, sentimentos e pensamentos tornam-se mais claros. Na maioria dos distúrbios - sejam os mesmos de cunho psicológico ou físico a prática de meditação ajuda devido à mudança de comportamento de quem medi-


Bem Estar • Nº 54 • Abril 2013 • 10 ta. Ao mudar seu comportamento, a pessoa que medita altera o contexto que gera determinadas doenças. A conclusão do neuroanatomista espanhol Ramón y Cajal, ainda em 1913, de que o cérebro adulto era fixo e imutável, deixou de ser sustentada. Os neurocientistas da atualidade, depois de muitas observações, compreenderam que o cérebro não é fixo, estático, irrevogável. O cérebro se adapta, sendo dotado de plasticidade. Ele molda-se de acordo com suas experiências. A compreensão da plasticidade do cérebro se aproxima muito da estreita relação entre mudança de comportamento e meditação. O documentário Vipassana, Tempo de Espera mostra o experimento da meditação de Goenka, um hindu que popularizou essa prática no mundo. A prisão de Tihar, na Índia, é uma das maiores do mundo, alojando cerca de dez mil prisioneiros. Kiron Bendi, a diretora, implantou a meditação no presídio. A mudança de comportamento, tanto dos prisioneiros quanto dos guardas, foi marcante. Essa mesma idéia vem sendo aproveitada no Espírito Santo, com a ajuda do Mosteiro Zen Morro da Vargem, que desenvolve a prática dentro de um projeto de humanização da polícia militar daquele estado.

GUIA

Naturalmente, muitas crianças se relacionam com o mundo de forma meditativa. Se não reduzirmos a meditação a uma técnica, vamos compreender que o “estado” de muitas crianças é meditativo. Ao

Guarde e consul te sempre!

“Naturalmente, muitas entender tal prátiisso é meditação e ca como a capacique silenciar é uma crianças se relacionam com o dade de se estar forma de “viajar”. mundo de forma meditativa. totalmente em Elas apreciarão Ao entendermos a meditação algo, veremos a linguagem e o como a capacidade de se que as crianças método. meditam. estar totalmente em algo, O experiOcorre que mento de mediveremos que as crianças você não poderá tação em contexmeditam”. colocar uma crianto educativo é ça, antes de qualquer usado há muitos outra coisa, a sentar e anos em Monteficar quieta. Isso será imvidéu, no Uruguai, possível, pois não condiz com na escola Idejo. Essa tanta energia que elas trazem dentro de não é uma escola convencional, si e a qual busca e necessita se manifestar. mas uma escola com forte ênTeremos de ter uma prática de meditação fase humanista, que estimula o adequada às crianças, que podem aprofun- contato e o desenvolvimento da dar o estado ao qual já estão presentes. atenção e da meditação. O egípcio Isso lhes ajuda a centrar a sua energia, tor- Fernando Mirza, que criou tal pronando-as mais vivas, mais criativas e me- jeto, inseriu a prática da meditanos reprimidas. ção entre as crianças como As práticas de meditação ativa (canto, um exercício de auto-equimovimento, respiração, liberdade para o líbrio. Desde o momencorpo) presentes em tradições muito an- to em que entram na escotigas, como é o caso dos sufis e, em épo- la, os pequenos são ensinacas mais recentes, criadas por Osho (Raj- dos a fecharem os olhos e a neesh), podem ser benéficas às crianças e ficarem em silêncio por dez minutos, ao chegar e ao sair também aos adultos. Uma atividade em que as crianças da escola. As idéias de Mirpossam cantar, gritar, dançar e sacudir-se, za foram publicadas de forma dirigida e, depois, elas fiquem no livro Uma Esum tempo deitadas ou sentadas, quietas, cola do Novo pode ser muito estimulante. Então, pode- Milênio (edito-se colocar uma música sugestiva e viva, ra Peirópolis, com muitos sons (da natureza) e que in- 1999). centivem a produção de imagens. CertaA primeira mente, elas estarão receptivas ao silêncio. escola neo-humanisÉ o momento de levá-las a entender que ta brasileira surgiu em

Porto Alegre com o movimento Ananda Marga, que segue a filosofia do indiano Sri Anandamurty. A importância desta escola na educação é a prática da meditação: suas crianças desde muito pequenas aprendem a sentar em atitude meditativa. Como salienta a terapeuta e escritora Evânia Reichert, autora do livro Infância a Idade Sagrada, a prática de meditação para crianças pode influenciar a formação de suas personalidades. Poucos minutos de meditação diária, ao longo dos anos da Infância, possibilitará o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, que é uma forma de se falar em meditação, em termos reichianos. Evânia ressalta – obviamente – que para cultivar auto-regulação com as crianças, os adultos também terão que se auto-regular.

ehsan namavar


11 • Nº 54 • Abril 2013 • Bem Estar

A prática central criada pelo Buda é a meditação de plena atenção - de momento a momento. Para Buda, a atenção é o fundamento de todas as práticas e da espiritualidade. Na prática sentada é escolhido um objeto de atenção para estabilizar a mente. Isso é feito juntamente com a observação da entrada e da saída do ar em nosso corpo. Os olhos permanecem semicerrados ou abertos. Essa prática vai se sofisticando na medida em que avançamos, de acordo com as diferentes linhagens budistas.

O zen é uma via do Budismo. O za-zen é a sua prática de meditação em que o meditador senta e fica voltado para uma parede clara, com os olhos abertos, deixando os pensamentos desaparecerem. Enquanto isso, ele mantém sua atenção voltada à postura e à respiração. Za quer dizer sentar, e zen meditação.

Os mantras são meditações feitas por meio de vocalizações. São muito difundidas entre os hindus, os budistas, os tibetanos e os japoneses. Geralmente, são palavras e sí-

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labas na linguagem sânscrita (língua hindu), na japonesa ou na tibetana. Elas possuem determinada sonoridade que ajuda na meditação. Entre os hindus o praticante deve focalizar toda a atenção no som, e na reverberação que o mesmo faz em seu corpo. Om, por exemplo, é um mantra popularmente conhecido. Ao ser recitada, a sílaba “o” produz uma forte ressonância na caixa toráxica, relaxando o peito. Quando o “mmm...” é recitado, esse produz uma ressonância em todo o crânio. A potencialidade do mantra é fazer uma limpeza, tanto na energia nervosa do corpo quanto no campo psicológico, nos pensamentos e nas emoções.

Maharishi Mahesh Yogui foi o guru dos Beatles, ainda nos anos 60. A meditação apresentada por ele foi baseada principalmente no uso dos mantras. Diversas pesquisas foram feitas na época, devido à sua popularidade. Recentemente, David Lynch, o diretor de cinema, se tornou um importante divulgador dessa meditação.

As meditações em que se usa o recurso da imagem servem para focalizar o

de

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olhar em um ponto ou, então, no contexto da imagem. O olhar é dirigido para o centro da figura e aí se estabiliza a atenção. As mandalas são predominantemente mais coloridas, enquanto os yantras são geralmente mais geométricos e com linhas mais retas.

Caminhar cultivando determinada atitude e atenção é uma forma de meditar com movimento. No Zen se usa o kin-hin, uma prática de meditação em que se dá meio passo a cada vez. Os passos devem estar sincronizados com a entrada e a saída do ar da respiração. Quando um pé se levanta do chão, observamos o ar entrar, e, quando ele toca o solo percebemos a saída do ar. Cada passo equivale a uma respiração.

As meditações com visualizações internas são diversificadas. As variações vão desde o visualizar de lugares e de objetos até os fenômenos (luz) e as divindades. Elas requerem, desde o começo, a base da prática de plena atenção, para que possamos manter a imagem visual dentro de nós. Em alguns casos, não só construímos a imagem interna, como também chegamos a nos tornar a própria imagem.

Entre os sufis é muito conhecida a cerimônia em que a audição de música e, às vezes, o uso de dança ou de movimentos, convertem-se no desenvolvimento da meditação. Sama é uma dessas formas, incluindo a dança giratória dos dervixes da Turquia. Ela se tornou mais popular devido à figura do poeta persa, Jalaludin Rumi, seu criador.

Entre os monges cristãos hesicastas a meditação se faz presente na chamada “meditação do coração” ou “oração do coração”. Deve-se cultivar uma profunda atitude de zelo com as coisas, com a atenção do coração. Tal meditação não só produz silêncio, mas uma emotividade refinada e profunda.

Dinâmica é uma meditação criada por Osho, na Índia, no começo dos anos 60, e que ficou muito conhecida no mundo ocidental. Ele dava ênfase às meditações


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“A meditação não existe apenas sob uma forma. Existem diferentes nomes e formas de meditar, que se alteram dependendo das necessidades, do temperamento e dos estágios da prática”. com movimento e até mesmo com grande liberação emocional, para assim o meditador chegar ao silêncio, sem nenhum esforço mais. A partir desta visão ele criou as “meditações ativas” tais como: a Kundalini (chacoalhar, dançar e silenciar), a Nataraja (dançar muito e depois silenciar), a Rosa Mística (rir, chorar, silenciar), entre outras. Em sua visão, Osho buscou fazer uma fusão entre Oriente e Ocidente, e em suas meditações, uma aproximação entre terapia e meditação.

Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, desenvolveu uma prática de terapia cognitiva da atenção baseada nos princípios da meditação. Ela baseia-se na concentração sobre as sensações que o corpo experimenta. Depois de focalizar as sensações em certas áreas do corpo, a pessoa deve se concentrar na respiração. Reconhece-se, então, quando a mente divaga como “consciência amiga” voltando-se novamente à respiração. Dessa forma, os pensamentos sãos percebidos imparcialmente, compreendendo-se que os mesmos não são fatos. Essa prática se tornou proveitosa não só para pessoas deprimidas, mas também para obsessivos, saneando a confusão entre pensamentos e realidade. Seu fundamento é que os pensamentos não são fatos.

prática da meditação pode ser entendida como um caminho de resgate do olhar inocente, límpido e claro de uma criança. É uma forma de silenciarmos a mente (os pensamentos) e abrirmos os sentidos para todas as coisas. As cores se tornarão mais vívidas, os sons mais claros, as sensações mais intensas, os cheiros rarefeitos e a pele mais ardente. Ao contrário do mundo adulto, racionalizado, estreito e demasiadamente insensível, a meditação desperta a intensa inocência de como as crianças enxergam as coisas. Cabe aqui dimensionar essa sensação mais viva e mais interativa com o mundo, por meio do modo como as crianças experimentam a vida e a desfrutam de forma lúdica. Essa dimensão

contemplativa da meditação foi brilhantemente descrita por Alan Watts, que profetizou que a meditação, na forma urbana e rotineira, afetaria o mundo ocidental. Segundo Watts, “se estamos em harmonia com nós mesmos, com o peso e com a energia (seguindo suas linhas de menor resistência), descobriremos que todas as vibrações da natureza são extáticas, eróticas, serenas. A existência é um orgasmo. É o que explica porque a filosofia vedanta chama o sistema de vibrações de sat-chit-ananda – realidade-consciência-beatitude”. Sérgio Veleda é terapeuta, poeta e professor de meditação e artes contemplativas. Diretor da Escola Aberta Vale do Ser.

José Avelar de Melo Curitiba-PR

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u pratico meditação ativa, três vezes por semana, há 28 anos. Sempre busquei o recanto de harmonia existente no interior de cada ser humano. Com a meditação, tudo fica mais leve, piso mais leve no chão. Consigo perceber o quanto sou feliz por estar viva e ter um corpo sadio. Aumenta a vontade de viver. Osho, líder espiritual indiano, falava que a melhor maneira de meditar é amar verdadeiramente, pois as técnicas para ensinar a meditar fazem com que a pessoa permaneça presa a mente.

esde que comecei a praticar Yoga venho tentando entender porque meditamos. Quando paramos para meditar percebemos os obstáculos que nos cercam e tentamos nos desviar deles, aí entramos em contato com nossa essência. Pratico a meditação budista, que visa trazer lucidez. Uma mente lúcida é uma mente meditativa. A clara visão e a adequação são benefícios da meditação. Tu aprendes a não se embolar nos obstáculos. Quando a mente está direcionada, aprendemos a não ficarmos submetidos à ela.

omecei a meditar em 96, pois me interessava muito pelo auto-conhecimento. Como medito, sei quando eu estou com o “copo cheio”, ou seja, quando penso, penso e penso, mas não é produtivo. E é o que todo mundo faz. As pessoas são competitivas, querem ser umas melhores que as outras, sempre se preocupando com a aparência e a estética. Elas não estão acostumadas a enxergar o seu “dentro”. A meditação serve para nos auto-conhecermos, para resgatarmos nossa essência .

omecei a meditar há uns dois anos. Fiz um curso de formação de Yoga e o objetivo era a meditação. Hoje medito com um professor e percebo que não reajo às coisas da mesma maneira. Consigo parar e pensar melhor. É preciso ter a prática diária, se tu tiveres quinze minutos no teu dia, já é válido. Parar, respirar, e levar a atenção para dentro já muda a qualidade de vida. Medito todos os dias, nem que seja um pouquinho.

Laura, professora de educação física

Cíntia Miró, 50 anos, professora de Yoga

Tatiana Telesca, 38 anos, empresária

Vanessa Oliveira, 45 anos, profissional liberal

[ Em fevereiro de 2006, o Centro Nacio- [ O cortisol, também chamado de hor-

nal de Medicina Complementar e Alternativa, nos EUA, reconheceu a meditação como tratamento complementar. Embora poucos saibam disso, o Ministério da Saúde do Brasil, através de uma portaria também em vigor desde 2006, está incentivando o uso da meditação, bem como a aplicação de práticas integrativas e complementares, em hospitais e postos de saúde.

mônio do estresse, é reduzido com a prática de meditação, permitindo maior produção de endorfinas, os hormônios ligados ao estado de bem-estar.

[ A prisão de Tihar, na Índia, é uma das maiores do mundo, alojando cerca de dez mil prisioneiros. Kiron Bendi, a diretora, implantou a meditação no presídio. Após a

implantação da nova prática, a mudança de comportamento, tanto dos prisioneiros quanto dos guardas, foi marcante.

[ A meditação é uma forma de silenciarmos a mente (os pensamentos) e abrirmos os sentidos para todas as coisas. As cores se tornarão mais vívidas, os sons mais claros, as sensações mais intensas, os cheiros rarefeitos e a pele mais ardente.


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Comunhão

Crenças e Verdades Krishnamurti crença é uma questão puramente individu“A al, e não podemos nem devemos organizá-la. Se assim o fizermos, ela morrerá, ficará cris-

talizada; tornar-se-á um credo, uma seita, uma religião para ser imposta aos outros. É isso o que todos no mundo inteiro estão tentando fazer. A Verdade é confinada e transformada em um brinquedo para os fracos, para os que estão momentaneamente insatisfeitos. A Verdade não pode ser trazida para baixo; é o indivíduo que deve fazer o esforço de ascender até ela. Se você tem muitas janelas coloridas ou sujas e quer ver a clara luz do Sol, precisa limpar ou abrir as janelas, ou sair de casa. Da mesma forma, para descobrir o que é a verdadeira religião, você deve primeiro ver o que a verdadeira religião não é, e pôr isso à parte. Então poderá descobrir - porque, então, h a v e rá percepção direta.”

Osho

Lobos Internos U

m velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça: “Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio àqueles que ‘aprontaram’ tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos”. E ele continuou: “É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta.

Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil de conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito”. O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou: “Qual deles vence, vovô?” O avô sorriu e respondeu baixinho: “Aquele que eu alimento mais frequentemente”.

s homens vivem como ilhas, e daí vem toda a miséria. Através dos séculos a humanidade tem tentado viver independentemente do restante da existência, mas, pela própria natureza das coisas, isso não é possível. O homem não pode ser independente nem dependente. A existência é um estado de interdependência: tudo depende de todo o resto. Não há hierarquia, ninguém esta acima ou abaixo. A existência é uma comunhão, um relacionamento amoroso eterno. Essa ideia na qual o homem insiste - de ser superior, especial, mais elevado - cria confusão. O homem não precisa ser nada, precisa dissolver-se na totalidade das coisas.”

“O

S S

QUEM LÊ O BEM ESTAR?



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