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Jornal de Coleção • Ano 2 • Nº 23 • AGOSTO 2010 • 10.000 Exemp. • Tel. (51) 3268.4984 • distribuição Gratuita
ECOLOGIA
Ideias lúcidas sobre como lidar com nossa dependência inevitável
Deputado propõe retrocesso de sete décadas em nosso Código Florestal
ATENÇÃO
Uso indiscriminado de medicamentos diminui os efeitos curativos
lições de vida
Uma Visão Multifacetada dos Vícios A solidão e o encontro da paz de espírito
Entre o café e a morfina existe uma infinidade de drogas legais e ilegais que podem influir na consciência. Estudá-las livre de preconceitos é a forma mais racional de evitar seus abusos e perigos.
Bem Estar • Nº 23• Agosto 2010 • 2
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ão é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal. A palavra de ordem deste século é
Estar sozinho Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.
Flavio Gikovate parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não a preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem. O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar
ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, em nova feição e significado, visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará
para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventálo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um. O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
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Guia Saúde
Dieta do Peito
Informações importantes para sua saúde e bem-estar
Dicas para Evitar Problemas Cardíacos
Estudo mostra que bebê que mama no peito controla melhor o apetite.
Conhecimentos naturalistas ensinam alguns exercícios simples que evitam problemas cardíacos
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rianças que mamam só no peito nos primeiros meses controlam mais o apetite após o desmame do que as que tomam mamadeira, diz estudo americano realizado com 1.250 bebês. Dos que só mamaram no peito, apenas 27% tomavam toda a mamadeira do 6º ao 12º mês. Dos alimentados com mamadeira, 68% bebiam tudo. Segundo os médicos, a diferença é causada pelo uso da mamadeira. Para os
pesquisadores, os pais estimulam os filhos a terminarem a mamadeira, por isso eles comem mais. No peito, o próprio bebê controla a quantidade. Simples, não? Mais um ponto positivo para os inumeráveis benefícios trazidos pela amamentação natural, que além do mais beneficia fundamentalmente a vinculação entre mãe e filho e estrutura a base emocional da criança, o que vai se refletir para sempre em sua vida.
Antes do banho, exercite a panturrilha (levantar o corpo na ponta dos pés). Primeiro rápido até esquentar as panturrilhas e depois uma sequência de 10 movimentos lentos. Esse exercício bombeia o sangue para o coração, melhora os batimentos cardíacos e evita obstrução das veias. Pode acontecer de, no começo, se a pessoa estiver com excesso de peso, ela emagreça da cintura para baixo e, a partir dos seis meses seguintes, da cintura para cima. Este exercício melhora o problema de micro varizes.
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Ao chegar em casa, coloque os seus pés em uma bacia com água bem quente (o famoso escalda pés). Além de relaxar, esse processo desencadeia a dilatação dos vasos sanguíneos dos pés, melhora o cabelo e, inclusive, a visão. Esse processo foi pesquisado com pessoas dia-
béticas e o resultado evidenciou a melhora na circulação sanguínea, diminuindo os casos de gangrena, o quadro geral de saúde dos pesquisados melhorou e, como um fato relevante, a melhora da visão.
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Ao acordar, deitado de barriga para cima pedalar 120 vezes no ar. Esse exercício melhora o posicionamento da coluna e da postura, diminuindo ou retardando o encurvamento das costas e aliviando as dores na região posterior do corpo.
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Ao perceber que a pressão subiu, coloque as pernas até os joelhos dentro de um balde com água bem gelada. Permaneça nesta imersão por 20 min. Este processo fará com que o organismo, na busca de aquecer os membros inferiores, faça com que o acúmulo de sangue na cabeça desça, baixando a pressão.
Dica
de saúde
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Hidrocolonterapia
BENEFÍCIOS
Terapia de desintoxicação profunda A limpeza intestinal promove uma profunda desintoxicação do organismo trazendo ótimos resultados.
É
sabido que hoje em dia nosso organismo está exposto a muitos agentes tóxicos, como aditivos alimentares (conservantes, corantes, etc) agrotóxicos, medicamentos, poluição, stress, entre outros, ocasionando malefícios a saúde. O Relatório Orion do Dr. Márcio Bontempo - livro foi publicado em 1986 - já trazia a público a denúncia de todos estes aditivos a que estamos expostos e que causam doenças. Então o que fazer para obtermos uma boa saúde? Várias pesquisas apontam que o equilíbrio do organismo depende bastante do funcionamento ideal dos órgãos excretores. A doença significa um esforço do corpo para se estabilizar, por isso é necessário diminuir o nível de intoxicação. É preciso repensar o quanto ingerimos e o quanto excretamos já que nosso intestino é o órgão responsável pela desintoxicação e também pela absorção de nutrientes como vitaminas e minerais, além de ser responsável por grande parte do nosso sistema imunológico e pelo neurotransmissor serotonina, que está relacionado com o estado de bem-estar. Este órgão excretor tem aproximadamente 12 metros e está dividido em funções; e de acordo com pesquisas seria necessário manter uma média de 2 a 3
evacuações diárias para um funcionamento ideal. Caso isto não ocorra poderemos acumular de 3 a 4 kilos de matérias não eliminadas que ficam envenenando o sangue, os tecidos, asfixiando as células, provocando o envelhecimento e auto-intoxicação. Essa matéria não eliminada se fixa as paredes do intestino formando uma massa pastosa que só é removida através de desintoxicação do intestino.
COMO FUNCIONA A HIDROCOLONTERAPIA A Hidrocolonterapia, ou hidroterapia do cólon é um processo de limpeza intestinal com água morna previamente purificada e ozonizada, que desintoxica através da remoção de fezes retidas no intestino grosso. Essa irrigação livra o cólon de detritos. Muitos pacientes emagrecem com este procedimento e sentem uma nova vitalidade. Nas mulheres, observa-se uma redução significativa da celulite. Ao cuidar do sistema digestivo melhoramos o sistema imunológico, retardando sinais de envelhecimento. A hidrocolonterapia é um processo facilitador, pois a limpeza proporciona uma desintoxicação pro-
- Alivia hemorróidas e exercita os músculos do cólon devolvendo-lhes a tonicidade e o peristaltismo, regularizando todo o ciclo intestinal; - Revitaliza a flora intestinal; - Recupera a digestão e absorção de nutrientes;
funda do intestino grosso, que tem como principal função a eliminação das fezes e a reabsorção de água e nutrientes. Dentre inúmeros benefícios deste procedimento ainda pode-se observar também um a longo prazo, pois ao estimular a motricidade do cólon ela o reeduca de maneira a permitir exercer corretamente a função excretora. Essa ginástica da musculatura é também um dos efeitos efetivos da hidrocolonterapia. As mucosas do cólon são sede de zonas reflexas do corpo (assim como a planta dos pés e as orelhas). A estimulação dessas regiões produz um efeito em todo o organismo o que explica a melhora em casos de enxaquecas, amigdalites, cistites crônicas, problemas de fígado e outras patologias. A saúde é um processo no qual participam todos os órgãos do corpo, em um estado de contínua renovação, se nos proporcionamos boa atitude, pensamentos positivos, exercícios físicos, correta respiração, alimentação natural, contato com a natureza, somada a limpeza , desintoxicação e hidratação periódica do intestino. Fonte: www.hidrocolon.com.br
- Promove uma depuração profunda do sangue que, ao tornar-se mais limpo, fino e oxigenado, nutre com maior eficácia todos os tecidos do organismo; -Remove e extrai os materiais acumulados, evitando a reabsorção através dos intestinos e auto-intoxicação; - Ajuda no esvaziamento da vesícula biliar, assim como drena e purifica o fígado dos produtos que causam irritação devido à liberação da pressão exercida pela impactação da matéria fecal; - Purifica outros órgãos como rins e pulmões de toxinas que são absorvidas através da corrente sanguínea, melhorando seu funcionamento; - Desintoxica em casos de alcoolismo e drogas; - Regula o colesterol, triglicéridos, glicemia e ácido úrico; - Revitaliza o sistema imunológico e melhora a regeneração celular; - É coadjuvante em tratamentos de estética, prevenção e redução de celulite; - Combate o estresse porque elimina sintomas secundários de intoxicação como: irritabilidade, cansaço e debilidade;
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Vida mais curta
Má Comida Para Solitários Alimentos inadequados são os preferidos por aqueles que moram sozinhos e não têm o hábito de cozinharem para si.
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em aumentando o número de jovens, adultos separados ou viúvos e idosos que moram sozinhos. Por estarem desacompanhados, a tradicional e sadia comida caseira brasileira, vem sendo aos poucos substituída pela facilidade dos alimentos industrializados pré-preparados. Os professores Carlos Augusto Monteiro, titular de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, e Inês Rugani Ribeiro de Castro, do Instituto de Nutrição da UERJ, assinalam em artigo publicado na revista “Ciência e Cultura” ser imprescindível a regulamentação da publicidade de alimentos, como já ocorre com bebida e tabaco. Explicam que tem sido observado um crescimento no consumo de alimentos prontos ou quase prontos no Brasil de baixo valor nutricional, contendo óleos, gorduras, farinhas, amido, açúcar e sal, acrescidos de aditivos alimentares como conservan-
tes (para o alimento durar mais tempo), estabilizantes (para manter a aparência do produto), flavorizante (que realça cheiro e sabor do alimento) e corantes, que têm por função tornar o alimento o mais parecido possível com o produto recém-preparado. Eles tendem a apresentar excesso de gordura, açúcar e sal, como foi comprovado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) ao analisar 30 alimentos industrializados, entre eles bolinhos e salgadinhos, amplamente consumidos, particularmente por crianças e adolescentes. Uma opção saudável de alimentação, segundo os nutricionistas, depende de políticas fiscais e de abastecimento que aumentem o acesso da população a alimentos frescos e de leis que diminuam a exposição das pessoas ao marketing de alimentos industrializados prontos para o consumo.
Atual geração de crianças pode viver menos que seus pais.
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a abertura da reunião da rede mundial contra as doenças não contagiosas, Margaret Chan, diretora-geral da OMS, afirmou que a atual geração de crianças pode ser a primeira, em muito tempo, cuja expectativa de vida é menor do que a de seus pais. De acordo com Chan, das 35 milhões de mortes anuais por doenças não contagiosas, cerca de 40% são mortes prematuras causadas por infarto, diabetes e asma. Ela lembrou que a incidência dessas doenças é cada vez maior em jovens e crianças, que atualmente desenvolvem hipertensão e diabetes, doenças comumente associadas ao envelhecimento. “No Brasil, estamos vendo crianças e adolescentes com hipertensão e diabetes tipo 2, algo que não imaginávamos há uma ou duas gerações. Esta geração está desenvolvendo mais fatores de risco, e um dos mais importantes é o aumento de obesidade e sobrepeso em crianças”, diz a endocrinologista Claudia Cozer, dire-
estão fortemente concentradas em grupos pobres e desfavorecidos”, afirmou Margaret.
tora da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). “Temos um grande problema que parece destinado a crescer ainda mais. As doenças não contagiosas, por muito tempo consideradas companheiras próximas das sociedades ricas, mudaram de lugar. Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas e distúrbios mentais agora impõem o seu alto ônus aos países de renda média e baixa. Doenças antes associadas com abundância agora
Segundo Claudia Cozer, cerca de 24% das crianças brasileiras estão acima do peso. A diretora-geral da OMS também alerta que, no mundo todo, 43 milhões de crianças em idade pré-escolar são obesas ou apresentam sobrepeso. “Pensem no que isso significa no decorrer da vida em termos de riscos para a saúde e de custos com os cuidados durante toda a vida”, disse. Claudia Cozer diz que 80% dos obesos têm a síndrome metabólica, conjunto de sintomas que levam ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão, colesterol alto etc. “Isso aumenta diretamente o risco de infartos, derrames, tromboses e outras doenças cardiovasculares. Além disso, a obesidade está associada ao aumento do risco para alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, e de depressão, entre outros problemas.”
Fique
de
Olho
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Resistência aos medicamentos Um problema atual
Apesar dos enormes avanços da ciência nas últimas décadas, muitos dos novos medicamentos não cumprem sua função e podem ajudar a aumentar a resistência dos vírus aos tratamentos mais tradicionais.
A
cada ano que passa, graças à introdução da ideia no imaginário coletivo da sociedade de que os avanços da pesquisa médica oferecem produtos químicos – remédios - que proporcionam uma cura mais rápida e eficaz do que seus antecessores, as pessoas acreditam que a solução de seus males está no último lançamento da indústria farmacêutica. Os remédios se proliferam como se fossem produtos da moda, com lançamentos a cada estação, com consumidores ávidos por experimentarem as novas drogas. O outro lado da moeda, pouco mostrado, é que os vírus estão se tornando mais resistentes e mais fortes, fazendo com que variantes extremamente comuns de doenças sejam cada vez mais difíceis de curar. Hoje é muito comum que uma aspirina já não seja suficiente para
aliviar uma dor de cabeça. Este exemplo serve para perceber claramente em que estado se encontra o sistema imunológico dos indivíduos que vivem nas sociedades de consumo atuais: o bombardeio constante sobre as doenças com drogas e remédios de todos os tipos fez com que os vírus que as causam tenham desenvolvido resistência aos agentes neutralizantes que anteriormente as eliminavam. Mesmo tratando-se de um simples resfriado ou de doenças mais graves (incluindo câncer), é cada vez mais comum não encontrar tratamentos que ajudem a curar essas condições, ou pelo menos a diminuir seus efeitos. No caso do vírus da gripe e resfriados, a baixa resposta das doses típicas de medicamentos leva a aumentar a medicação. Assim, não cura a doença, mas acrescenta sua resistência a tratamentos futuros.
A AUTOMEDICAÇÃO A energia que atualmente se requer para manter o ritmo de vida que a nossa sociedade exige tem levado notavelmente ao crescimento da automedicação e ao uso indiscriminado de medicamentos de venda livre. Como cada vez mais nos indicam que precisamos nos aliviar o mais rápido possível (remédios são divulgados e vendidos quase como poções mágicas – lembram do “tomou doril a dor sumiu’?), é muito comum se fazer a autoprescrição de medicamentos. O caso dos antibióticos é um exemplo claro desta situação: muitas variedades que se revelaram eficazes no passado, hoje só alcançam seus efeitos em menos de 50% dos casos. Além de fazer surgir um possível aumento na dependência de fármacos, esta conduta dificulta o
“Atualmente a autoprescrição de medicamentos é comum, já que cada vez mais nos indicam que precisamos nos aliviar o mais rápido possível. Muitas variedades de antibióticos, por exemplo, que se revelaram eficazes no passado, hoje só alcançam seus efeitos em menos de 50% dos casos.”
7 • Nº 23• Agosto 2010 • Bem Estar tratamento futuro de qualquer doença. Com a presença constante em nosso organismo dos componentes químicos dos remédios, alguns agentes externos evoluem para um estado de resistência maior, o que lhes permite infectar o corpo, mesmo com esses componentes presentes. Por isso, precisa-se de uma maior dose de remédio para eliminá-los, caso não tenham já desenvolvido uma completa resistência aos mesmos. O circulo vicioso se estabelece a partir de doses cada vez mais altas ou novas drogas mais fortes indicadas para problemas que antes eram resolvidos de forma mais simples.
VOLTANDO AO NATURAL Para lidar com o aumento da resistência às drogas, é bom manter o corpo o máximo possível longe dos tratamentos invasivos, a menos que seja uma doença muito complicada e em fase avançada. Antes de tudo, é importante saber evitar a influência das campanhas de publicidade massivas feitas por muitos laboratórios para promover seus produtos, e que criam a noção (totalmente falsa) de que certos medicamentos fornecem uma cura rápida e definitiva para doenças específicas. Lembre-se que profissionais de saúde também estão envolvidos nestas campanhas, como tem sido continuamente denunciado. Em segundo lugar, evite o excesso de automedicação, mesmo que seja apenas uma ou duas aspiri-
“É importante valorizar o retorno ao uso de tratamentos caseiros e preventivos, para que, quando seja necessária, no caso das doenças perigosas, a medicina tradicional possa ajudar.” nas. Para aliviar as doenças mais comuns do organismo (constipações, tosse, resfriados crônicos, dores de cabeça, etc. não recorra imediatamente aos produtos oferecidos nas farmácias. Lembre-se que existem outras terapêuticas eficazes e menos agressivas, como a homeopatia, além dos medicamentos e terapias tradicionais, que surgem como uma boa opção aos agentes que estão causando a doença - por seus menores efeitos colaterais e também porque atacam
a raiz do problema- , e atuam não apenas junto aos sintomas externos através dos agentes químicos. É importante valorizar o retorno ao uso de tratamentos caseiros e preventivos, para que, quando seja necessária, no caso das doenças perigosas, a medicina tradicional possa ajudar. Comente esta matéria
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Matéria
Uma abordagem inteligente das drogas
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questão das drogas assumiu uma importância fundamental em nossa sociedade. Os meios de comunicação constantemente associam a violência descontrolada das nossas cidades unicamente ao tráfico e ao consumo de drogas; políticos prometem acabar com as drogas pelos meios mais repressivos e violentos, campanhas terroristas são lançadas frequentemente; pais ficam atônitos e sem saber lidar com esta questão com seus filhos... E o consumo aumenta cada vez mais. Todos localizam a questão externamente, como se as drogas pudessem simplesamente ser extirpadas da sociedade e acreditam em slogans e jargões, em frases e soluções mágicas. Parece que todos precisam de uma fórmula tranquilizadora, mesmo que seja uma enorme mentira. Essas abordagens são, na minha opinião, superficiais e encobrem uma realidade mais profunda. Colocar a questão das drogas como a única desencadeadora da violência neste quadro social depravado que vivemos é tampar o sol com uma peneira de paralelepípedos. Acreditar nos discursos dos políticos e moralistas que prometem acabar com as dro-
gas (com um whisky numa mão e um cigarro na outra), é brincadeira.Tratar usuários como criminosos é um absurdo, e só serve para aumentar o valor da propina paga aos policiais. Com a intenção de romper com esta hipocrisia anestesiante, trazemos nesta edição do BEM ESTAR uma reflexão mais ampla e profunda, tanto do ponto de vista social quanto do individual. O Dr.Andrew Weil é um investigador formado por Harvard e autor de vários best-sellers na área da medicina natural e “uma das 20 pessoas mais influentes dos Estados Unidos”, segundo a revista Time.Tem uma grande experiência em assuntos ligados às drogas, sendo constantemente requisitado em perícias judiciais. Foi também consultor do Governo dos EUA. Ele oferece uma reflexão que vale a pena ser lida com atenção e a mente aberta. E reflitam, suas ideias e informações podem ser de grande valia para você. Afinal, como já dizia Yoko Ono, “vício é o segundo copo d’água quando o primeiro já matou a sede”.
Ralph Viana
ANDREW WEIL Doutor e pesquisador formado na Universidade de Harvard, autor de vários best-sellers de medicina natural e uma das 20 personalidades mais influentes dos Estados Unidos, segundo a revis-
ta “Time”. Tem uma grande experiência na questão das drogas, sendo frequentemente convocado como perito em julgamentos legais. Foi consultor para o assunto do governo dos Estados Unidos.
Entre o café, que facilita o trabalho de tantas pessoas, e a morfina, que as ajuda a morrer em paz, existe uma infinidade de drogas legais e ilegais que podem influir na consciência. Estudá-las livre de preconceitos é a forma mais racional de poder aproveitar suas virtudes, evitando o abuso e seus perigos.
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Capa
Do Café à Morfina Ideias lúcidas sobre como lidar com nossa dependência inevitável Andrew Weil
A
história nos ensina que as drogas não irão desaparecer e que todo esforço para erradicá-las está condenado ao fracasso. Neste século, o Ocidente tem enfrentado o problema pela via negativa: por meio de leis repressivas, propaganda escandalosa e a perseguição a consumidores e fornecedores. Apesar de tudo isso, atualmente há mais pessoas que abusam das drogas do que houve no passado e a juventude cresce em um mundo repleto delas. Dado que toda droga é perigosa, é importante que esses jovens possam receber uma informação verdadeira e imparcial que os advirta dos estragos que podem ocorrer. Para melhorar o atual problema com as drogas é necessário mudar rapidamente a estratégia que se tem tomado até agora. O primeiro passo necessário é aprender a distinguir entre o uso e o abuso das drogas.
Um consumidor de drogas não é necessariamente um drogado. A diferença consiste em que o primeiro usa de forma inteligente determinadas substâncias, ao contrário do segundo, que se encontra imerso numa má relação com a droga que o prejudica em muitos aspectos de sua vida. Para prevenir o abuso que se pode ter com as drogas há dois caminhos. Um deles é mostrar às pessoas, em especial aos jovens, como satisfazer suas necessidades e desejos sem recorrer às drogas. O outro é ensinar a maneira de estabelecer boas relações com essas substâncias, de forma que se possa extrair o melhor delas e seu consumo não se converter numa dependência compulsiva. Grande parte do peso dessa tarefa recai sobre os pais, dado que fornecer aos filhos um modelo inteligente para utilizar substâncias que estão ao seu alcance é a melhor forma de prevenir que os filhos não abusem delas.
É interessante falar sobre a droga neste momento, porque ela está oculta em nossa cultura. O alcoolismo não é de nenhum modo mais importante que o vício ao café. Em certo nível se trata da mesma coisa, é o mesmo processo, é o mesmo desejo incontrolável de possuir algo além de si mesmo para se sentir bem. Onde se origina esse desejo? Qual é a solução?
O QUE É E O QUE NÃO É DROGA A decisão de chamar drogas a certas substâncias muitas vezes é arbitrária, e muitas vezes não fica clara a diferença entre alimento, droga e veneno. O sal e o açúcar são drogas? Muitas pessoas sentem que não podem viver sem esses produtos, que podem prejudicar seriamente ao seu organismo. O álcool é um alimento, uma droga ou um veneno? O corpo pode usá-lo como combus-
tível, mas também pode intoxicar, e, em doses elevadas, matar. Muitas pessoas que bebem álcool lutam contra o abuso de outras drogas sem reconhecer que elas mesmas estão brincando com uma muito poderosa. De modo igual, muitos adeptos ao tabaco ou ao café não conhecem a potência dessas drogas. Normalmente se aprovam algumas drogas enquanto se desaprovam outras, e a distinção que se faz entre drogas boas e más é um fenômeno cultural e variante. Em nossa sociedade, a maioria olha com receio toda droga que não seja o álcool, o tabaco ou o café, enquanto os índios norte-americanos que usam o cacto do peyote e o tabaco em rituais religiosos consideram o álcool uma terrível maldição. Essencialmente, as drogas não são boas nem más, são substâncias poderosas que podem colocar-se a serviço de fins maus ou bons.
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Bem Estar • Nº 23• Agosto 2010 • 10 as ações. Chamamos essas substâncias de drogas endógenas, o que significa “produzidas dentro”. Essas substâncias se parecem muito em sua composição química a outras que se usam para variar o estado de consciência. Assim, por exemplo, as endorfinas são os “narcóticos” do próprio cérebro e produzem efeitos similares a opiáceos como a heroína e a morfina, com as quais compartem receptores cerebrais. Isso convida a pensar que se busca nas drogas externas um efeito que se pode produzir no próprio organismo.
Mudanças na consciência
Conselhos para os pais Provar as drogas pode ser uma fase normal da adolescência, um rito de passagem perigoso que a maioria dos filhos atravessa a salvo. Os pais de um adolescente deveriam esforçar-se por: 4 Apoiar o filho mostrando confiança nele e dando-lhe informações confiáveis, e não a típica “antidroga” que sabem que é incompleta. 4 Aproximar-se dos filhos com a mente aberta, sem pensar que por consumir algumas substâncias é um “drogado”. 4 Tentar dar um modelo inteligente para o consumo de drogas. Tanto o excesso como o tabu podem afetar a conduta do filho. 4 Não culpar aos filhos dizendo que o desejo de experimentar outros estados de consciência é anormal e seja pecado. 4 Estabelecer regras e fixar limites para os filhos no consumo de drogas que sejam realistas e que eles possam aceitar.
A razão básica pela qual as pessoas consomem drogas é porque elas produzem mudanças em sua experiência consciente. A busca e a vontade de mudar o estado de consciência são normais e inerentes ao ser humano. Ouvir música, meditar ou namorar também podem variar esse estado, como muitas outras coisas. Podemos ver essa necessidade inclusive nas crianças, quando se sentem atraídas pelas cócegas ou por girar sobre si ou em círculo. O atrativo das drogas reside em fornecer um fácil e rápido acesso a essas experiências marcadas pelos sentimentos de euforia, o que geralmente chamam de sentir-se fortalecido. Mas as pessoas têm consumido e consomem drogas por muitos outros motivos: como uma via para a exploração da mente, para mudar estados de ânimos desagradáveis, como a ansiedade ou a depressão; com a intenção de escapar do aborrecimento e da desesperança; para relacionar-se socialmente ou para aumentar a criatividade e o rendimento, entre muitas outras razões. É importante que as pessoas possam distinguir se estão abusando ou não das drogas e que aprendam a empregá-las de forma útil sem cair num mau hábito. Uma boa relação com a droga se caracteriza quando o consumidor é consciente de que o que consome é uma droga, quando ele conhece seus efeitos, quando as sensações produzidas não diminuem com o tempo, quando ele pode deixar de consumir a substância facilmente e quando ela não lhe ocasiona efeitos adversos sobre a saúde e a conduta. Uma má relação começa por ignorar a natureza da substância, segue com a diminuição do efeito de-
A satisfação está dentro de cada um de nós sejado apesar do aumento na frequência e nas doses, e termina com a dificuldade crescente para abandoná-la, além de problemas de saúde e conduta. Recordemos que as drogas são produtos de certo modo familiares para o organismo. O corpo humano e o dos animais, em especial seu cérebro, fabricam substâncias químicas que afetam poderosamente o estado de ânimo, os pensamentos e
“A razão básica pela qual as pessoas consomem drogas é porque elas produzem mudanças em sua experiência consciente. A busca e a vontade de mudar o estado de consciência são normais e inerentes ao ser humano”.
É fácil para uma pessoa não se dar conta – ou não querer dar-se conta - de até que ponto as dependências, seja para uma droga ou para qualquer outra coisa, podem reger sua vida. A dependência limita a liberdade pessoal e se converte em um problema quando requer grandes quantidades de tempo, energia e dinheiro. Além disso, gera sentimento de culpa e ansiedade. A essência da dependência é o anseio impetuoso de uma experiência ou objeto que faça sentir-se bem. É o desejo de algo distinto do eu, ainda que se fale do mundo mental. A dependência é algo fundamentalmente humana: afeta a todos. A dependência é um problema profundamente arraigado ao ser humano. A maior parte de nós tem sofrido algum tipo de decepção. Temos ânsia de plenitude e de realização e, muito frequentemente, buscamos a satisfação dessas aspirações fora de nós mesmos. O irônico é que, seja qual for
11 • Nº 23• Agosto 2010 • Bem Estar a satisfação que conseguimos com a droga, a comida, o sexo, o dinheiro e outras fontes de prazer, a satisfação nasce, na verdade, dentro nós mesmos. Projetamos nosso poder sobre substâncias e desencadeantes externos, aos quais permitimos que nos façam sentir melhor por algum tempo. A dependência pode curar-se apenas quando nos fazemos conscientes desse processo, quando reivindicamos nosso poder de voltar e reconhecemos que só podemos curar nossas feridas a partir de dentro.
Alternativas naturais
“Há muitas maneiras de mudar o estado de consciência, porém se alguém recorre às drogas tem de saber que não são fáceis de ser administradas e que falharão se utilizadas com frequência”.
O desejo de modificar o estado de consciência é normal e possivelmente benéfico, posto que as pessoas que o conseguem de forma construtiva podem estar mais sadias e percebem a si e ao mundo que lhes rodeia de forma mais satisfatória. A pessoa busca a droga para se sentir melhor que nunca, cheia de energia, realizada, expansiva, criativa e em boa comunicação com os demais. Mas há pessoas que conseguem isso sem necessidade de nenhuma droga, enquanto outras que as tomam podem deixar de sentir os efeitos que buscam. Na verdade, o potencial desses estados está sempre presente em cada um e existem muitas técnicas para ativá-lo. A meditação, a respiração, o jejum, o yoga, o canto, certas técnicas corporais e a expressão artística são alternativas reais às drogas, porque todas as experiências que possam ter com substâncias são acessíveis por outras vias. A maior vantagem das drogas, comparadas com essas técnicas, é que operam imediata e poderosamente. A maior desvanta-
gem é que reforça a idéia de que esse estado desejado vem de fora de nós mesmos. Essa suposição, não apenas pode criar problemas de abuso, mas também faz as pessoas sentirem-se inaptas e incompletas ao necessitar se apoiar nelas. As técnicas citadas não atuam tão depressa nem tão intensamente como uma droga, pois requerem tempo e esforço, porém seus efeitos se acrescentam com a prática regular, geralmente ao contrário do que acontece com os métodos rápidos. Há muitas maneiras de mudar o estado de consciência, as drogas são uma delas, e cada pessoa pode escolher em cada momento a que lhe resulta mais efetiva. Porém se alguém recorre às drogas tem de saber que não são fáceis de ser administradas e que falharão se utilizadas com frequência.
Este artigo foi extraído do livro “Del café a la morfina”, do Dr. Weil.
Matéria
de
Bem Estar • Nº 23• Agosto 2010 • 12
Capa
DROGAS: Sempre presentes na vida humana A
ssim como a diferença entre droga e medicina às vezes apenas depende da dose, todas as drogas não podem ser colocadas em um mesmo saco. Se nos atermos ao seu efeito no ânimo, na consciência, na sensibilidade ou nos ritmos de vigília e sonho podemos classificá-las em:
ESTIMULANTES Quatro tipos de drogas As drogas que poderíamos chamar naturais são aquelas provenientes de plantas que têm um ou vários princípios ativos. Podem ser apresentadas na forma crua ou bem refinadas quando se extrai e purifica o princípio ativo (morfina, cocaína ou mescalina). As formas cruas podem ser menos tóxicas e mais seguras. Quem as usam tendem a ter uma relação racional com elas. Outros tipos de drogas são as semi-sintéticas, obtidas ao produzir variações na estrutura química das drogas naturais. É o caso do LSD. A última categoria é composta pelas sintéticas, produzidas por completo em laboratório, como o PCP ou a fenilciclina (Valium).
Proporciona um controle temporal sobre as subidas e descidas de ânimo, fazem diminuir a fome e melhoram certos rendimentos físicos e mentais. Mas não dão energia, somente forçam o corpo a liberar parte da que tem em reserva. Por isso, quem não tolera essa sensação de “queda”, cai em um padrão de usos contínuos que pode conduzir à dependência. Entre elas encontramos o café, a cocaína, as anfetaminas, o tabaco e plantas estimulantes diversas Se alguém decidir tomá-los deveria estabelecer um limite, um propósito concreto, manter bons hábitos de alimentação, de descanso e de exercícios.
DEPRESSORAS Em doses baixas conseguem que as pessoas se sintam contentes e relaxadas. Em doses altas podem induzir o sonho. As overdoses são capazes de matar ao interferir em funções cerebrais. Entre elas encontramos os que são hipnóticos-sedantes como o álcool, os barbitúricos (as pastilhas para dormir) e os tranqüilizantes menores como o Valium. Outro grupo é o dos anestésicos gerais que se usam em cirurgias e por último o dos narcóticos derivados do ópio, como a morfina, a codeína ou a heroína. Esses últimos podem ser sedutores para algumas pessoas porque as afastam do desconforto e da dor, criando um mundo interno seguro e cômodo.
ALUCINÓGENAS Têm baixo potencial de abuso e nem as overdoses matam, pois muitas pessoas as tomam durante toda a vida sem sofrer danos físicos ou dependência. Em mãos hábeis podem inclusive produzir espetaculares curas
de doenças físicas e mentais. Mas também podem causar aterrorizadoras experiências e deixar cicatrizes psicológicas de larga duração. Muitos povos primitivos as empregavam ainda em práticas mágicas, médicas e religiosas como o xamanismo. Entre elas encontramos substâncias como o LSD, a ibogaína, o peyote ou a mescalina, e outras sintéticas como o SPT, o MDA ou o MDMA entre outras. Dado que podem conduzir tanto ao céu quanto ao inferno e o corpo se insensibiliza ante elas, o melhor é prová-las junto a alguém experiente e reservá-las para ocasiões muito especiais. A maconha, que possui propriedades estimulantes e depressoras, pode ter também efeitos psicodélicos e é um capítulo à parte. Se não se pode suspender o consumo, é possível que se necessite de ajuda exterior.
OUTRAS DROGAS Há muitos outros grupos de drogas, entre eles os solventes e os inalantes, as drogas chamadas delirantes, as drogas medicinais prescritas pelos médicos e algumas ervas da fitoterapia.
Espiritualidade
A PRÁTICA DA FELICIDADE Dan Millman
“Não há caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho. Não há caminho para a paz. A paz é o caminho”
F
elicidade é um tema que vale a pena considerar profundamente, pois nós, seres humanos, podemos ter vários tipos de motivação de como viver nossas vidas diárias. Alguns de nós dão mais valor ao dinheiro, outros ao respeito ou o reconhecimento, outros ainda ao prazer. Buscamos todo tipo de atividade, experiência, prazer. Nós adquirimos ou doamos bens, buscamos trabalhos recompensadores e relacionamentos. Todo o teatro da vida revela uma busca da felicidade - ou, mais especificamente, buscamos maneiras de sentir-nos bem pela
maior parte do tempo e sentir-nos mal a menor parte do tempo possível. A felicidade parece representar o “pote de ouro no final de cada arco-íris”, o objetivo de toda pesquisa. O que é que nós realmente queremos, ao comprar o carro novo ou uma casa, encontrar um companheiro maravilhoso, ter filhos ou viajar para lugares exóticos? Todos têm a promessa de satisfação, realização - felicidade. Certamente a Felicidade é Real e podemos encontrá-la. Todos nós já passamos por momentos de felicidade. Temos poucas
ou muitas lembranças felizes (algumas criadas após muito tempo passado o fato). Sabemos também como é sentir infelicidade. Nossa experiência de vida diz-nos que podemos encontrar a felicidade, porque a temos. Sabemos também que não dura. Pelo menos não como uma emoção duradoura. Muito disto, como em toda a investigação psicológica, depende de como nós definimos um estado. Alguém pode sentir-se triste ou com raiva, mas também relatar a felicidade como um padrão básico, sob a perturbação temporária? Eu acho que sim, a maioria de nós concordaria com base em nossa própria experiência. Eu posso estar triste com a perda de meu trabalho, mas feliz por ter uma esposa amorosa e uma família, feliz por estar vivo. Desta forma é uma questão de perspectiva. Como o meu antigo mentor, um homem que eu chamo de Sócrates, lembroume: “Este não é o caminho PARA O Guerreiro Pacífico, é o Caminho DO Guerreiro Pacífico. Ou você está tranquilo agora, ou você não está; você mostra o espírito de um guerreiro agora, ou não. Não há caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho. Não há caminho para a paz. A paz é o caminho. Ele nunca me disse para me sentir feliz, porque este não é um conselho realista. Aconselhou-me, em vez disso, para a prática da felicidade - a felicidade irracional.
Dan Millman foi campeão mundial de acrobacia, treinador de ginástica em Stanford e professor da Universidade de Oberlin. Seus livros já inspiraram milhões de leitores em todo o mundo. Os seminários e workshops de Dan continuam a influenciar homens e mulheres, inclusive líderes no campo dos negócios e finanças, da saúde, da psicologia, da educação, da política, do entretenimento, dos esportes e das artes. O Caminho do Guerreiro Pacífico tornou-se uma das mais queridas sagas espirituais da nossa época e inspirou homens e mulheres em todas as idades. Seus 14 outros livros, dentre eles 6 traduzidos para o Português, tocaram as vidas de milhões de leitores em 29 idiomas. Dan faz conferências em todo o mundo, apresentando maneiras realistas de viver com um coração pacífico e um espírito guerreiro. Fará a palestra de encerramento do VII Congresso Transpessoal Internacional ALUBRAT em setembro.
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Reflexão
Essa pequena INQUIETUDE “A dependência é o problema fundamental. Está no coração do ser humano e também no centro de todos os problemas específicos que temos hoje no mundo.”
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arece que as filosofias espirituais do Oriente, especialmente o Budismo, são as que mais têm a dizer sobre a dependência. A primeira nobre verdade de Buda é que a vida é, de algum modo, incompleta e insatisfatória, de maneira que em tudo o que fazemos há algo que nos falta. Há uma sensação de que deveria haver mais, algo que não está suprido pelas coisas deste mundo e da nossa vida. Muitas vezes isso se traduz como “a vida é sofrimento”, suponho que, certamente, há um sofrimento que provém desta realidade, mas o sofrimento não está suficientemente compreendido. A questão é que a vida é incompleta e insatisfatória. A segunda nobre verdade é que a causa dessa incompletude é o desejo impetuoso e o apego. Mas Buda não disse nada sobre a origem do desejo. Essa é a pergunta que sempre me interessou. Por que desejamos? Por que não estamos conformados com o que somos? Se, na verdade, nossa essência profunda é pura consciência que se ilumina a si mesma, por qu0e temos que sair dela? Não é uma pergunta fácil de responder. A opinião que prevalece na psiquiatria, na medicina e na ciência hoje é que a consciência é um epifenômeno que acontece casualmente devido ao sistema de circuitos do cérebro, ou à interação bioquímica nele. Em outras palavras, a consciência é algo acidental. É um produto de matéria ordenada. No entanto, existe uma opinião minoritária, a “opinião mística”, de que a consciência precede a matéria. Ou seja, a consciên-
Andrew Weil cia é o primário, ela iniciou a evolução da energia e da matéria em formas cada vez mais complexas, aparentemente com o propósito de conhecer-se melhor. A consciência humana é a forma em que o processo atingiu sua mais alta expressão. Mas por que a consciência necessita conhecer a si mesma através desse tortuoso caminho? Por que não aceitar a sua própria consciência de ser, de plenitude autoconsciente? Todo o paradoxo da existência gira em torno dessa pergunta. O aspecto mais interessante e frustrante da física quântica e da visão quântica da realidade está nos paradoxos que elas revelam. Se alguém estende a indagação do conhecimento para qualquer direção defronta-se com o limite do paradoxo. E a essência do paradoxo é a referência a si mesmo. A razão pela qual nos defrontamos com o paradoxo é porque tratamos de algo de que, de algum modo, somos uma parte. Assim, o antigo ponto de vista de que somos testemunhas passivas de um universo mecânico já não funciona mais. Estamos conectados, somos parte do universo que trata de compreender a si mesmo. Assim como, da mesma maneira que um cão tenta morder sua cauda, nos inserimos nesse interminável circuito fechado que é o paradoxo. E tudo isso foi iniciado pela tentativa da consciência de se conhecer a si mesmo o que, nesse processo, dá início a um ciclo de manifestação da existência. De modo que o big bang não foi o começo. O big bang foi um efeito do que eu chamaria a pequena inquietude.
De que se trata essa intranquilidade? O que é o que perturbou a consciência e que conduziu a tudo isso? Foi o desejo primordial. Para mim, se alguém tenta chegar à raiz desse desejo, acaba literalmente relacionando-se com a origem do universo e a evolução da consciência humana. É fundamental. É parte do fato de sermos humanos. A dependência não apenas é universal - estamos todos inseridos nela. Também não é algo que se possa negar ou desconhecer. Não podemos fazê-lo, porque a dependência é parte de nosso ser essencial. É parte de quem somos. Dado isso, o que podemos fazer a respeito da conduta dependente? Posso pensar apenas em duas coisas possíveis. A primeira é tentar movê-la de lugar, tentar mudá-la de modo que a forma que se expresse seja menos nociva. É melhor ser dependente a um programa de Doze Passos do que ser dependente do álcool. É melhor ser dependente do exercício do que à nicotina. É possível fazer juízos de valor sobre a conduta dependente. E essa maneira de ver a dependência não deveria ser rejeitada, porque, de fato, talvez isto seja o único julgamento que a maioria de nós pode fazer. A outra estratégia consiste em tentar chegar à raiz do desejo. As religiões do Oriente insistem que isso é possível mediante uma intensa introspecção, meditação e prática. Eu não estou tão seguro disso. Creio que se percorrermos um grande caminho se possa chegar até este ponto. Mas se a origem do desejo está relacionado com a origem do universo, então tenho dúvidas que isto possa ser desenraizado de nós. Com isto quero dizer: vamos buscar, ten-
tarmos conhecê-lo e compreendê-lo. O maior erro é pretender ignorá-lo ou negá-lo. Não creio que a dependência seja curável até que a expansão do universo se inverta, e comecemos a voltar ao ponto de partida. Faz parte de quem somos. O que necessitamos é aceitar esse aspecto de nossa humanidade e trabalhar com ele para que não seja destrutivo, nem para nós nem para os demais. Também é necessário que o celebremos pelo que é, porque nos conecta com todas as demais pessoas. E é uma fonte de grande compaixão e empatia. É uma motivação para trabalhar com os demais e tratar e deter os diferentes tipos de conduta destrutiva, e creio que não haja nada mais importante que isso. Sobretudo, não permitamos que nosso ponto de vista sobre a dependência fique limitada à definição que um grupo tenha sobre ela. Tratase do maior e mais importante problema que enfrentamos. É algo que compartilhamos todos, e que nos conecta com o resto do mundo e com o poder superior. Assim é.
Odontologia
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A SAÚDE COMEÇA PELA BOCA Pouca gente sabe, mas a ida de um idoso a um consultório dentário pode evitar a ida à vários consultórios médicos. Silvia Bach
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saúde de uma população está diretamente vinculada ao desenvolvimento sócio-econômico dos países em que vivem e, sem dúvida, os problemas dos idosos são mais críticos nos países desenvolvidos, em decorrência da idade mais avançada que atinge a população. Mas não tão graves como nos países subdesenvolvidos onde, apesar da vida média ser mais baixa, encontramos enorme contingente de “jovens velhos” com problemas muito mais sérios de saúde. Um dos principais critérios utilizados para se identificar um idoso pleno é pela manutenção por toda vida de sua dentição natural saudável e funcional, incluindo todos os seus benefícios biológicos e sociais, tais como a habilidade para mastigar, sentir sa-
bor e falar, a estética, o conforto. É muito grande a falta de conscientização da interação saúde oral-saúde geral. Isto faz com que uma grande quantidade de pacientes idosos deixem de ter seus problemas resolvidos com terapêuticas odontológicas. Em muitos casos, antes de procurar o médico, o paciente deveria procurar o dentista, pois os seus males de ordem geral, em não raras vezes, são consequência de distúrbios bucais: cáries, periodontopatias, ausência de dentes, má oclusão, abscessos crônicos e outros. Além disso, a perda da dentição influi sobre a mastigação, digestão, pronúncia, redução do tônus da musculatura facial e aspecto estético. O indivíduo que utiliza prótese total (dentadura) tem somente 25% da
capacidade mastigatória, comparado a um indivíduo com todos os dentes naturais. A saúde bucal do idoso, além de sofrer as modificações próprias do processo de envelhecimento, pode apresentar complicações derivadas de inúmeras doenças crônicas comuns, como hipertensão, diabetes, distúrbios cardiovasculares, insuficiência renal e depressão, entre outras, e podem sofrer o efeito colateral de vários medicamentos utilizados no tratamento das mesmas.
ATENÇÃO REDOBRADA EM PESSOAS DE IDADE Ao redor dos 40 anos, iniciamos um lento processo involutivo ósseo, cuja rarefação pode acabar em uma osteoporose senil do tipo fisiológica. Ou seja, a partir dessa idade começamos a sofrer um processo ósseo degenerativo contínuo. A articulação temporomandibular (ATM) pode apresentar variados graus de subluxação, principalmente, em decorrência de tonicidade muscular diminuída, o que determina que adote po-
Boas Notícias Informações e serviços de Qualidade para você
Décima Feira do Livro de Torres
Palestra Nutrição e Qualidade de Vida. Ana Lucia Menna Barreto Nutricionista clínica e fisioterapeuta, especialista em Saúde Pública, CRN 7929. Dia 11/09 às 10h00 na Leckerhaus
Local: Confeitaria Leckerhaus Av.Pereira Passos 1125 lj 06 Copacabana Center. (51) 3346.3346 Inscrição gratuita Haverá sorteio de brindes!
Com o tema “10 anos fazendo história” a décima Feira do Livro já está sendo discutida por representantes da Prefeitura de Torres, SESC e ULBRA, além de apoiadores. A intenção é definir as atrações do evento que este ano acontecerá de 03 a 07 de setembro. O evento oportuniza a imersão do leitor no mundo literário através da escolha do próprio livro; do contato direto com os autores e da participação de manifestações culturais relacionadas à literatura. A Feira do Livro de Torres já é um evento tradicional na região. Seu objetivo é realizar ações que disseminam o livro e a leitura e, por conseqüência, promovem a formação de leitores. Visa tam-
bém proporcionar à comunidade a oportunidade de vivenciar os prazeres da leitura e o contato direto com manifestações culturais variadas. Para este ano a expectativa é atrair 15 mil visitantes.
sições que dificultam o fechamento da boca ou mesmo sinais de artrite. Os problemas buco-dentários no idoso se traduzem por tecidos débeis, sensação anormal no gosto, osteoporose pós-menopausa, excessiva reabsorção óssea, cicatrização lenta, infecções micóticas mais frequentes e dores vagas. Outras alterações causa-
“É muito grande a falta de conscientização da interação saúde oralsaúde geral. Isto faz com que uma grande quantidade de pacientes idosos deixem de ter seus problemas resolvidos com simples terapêuticas odontológicas”.
Fundada Associação do Atelier do Bonde Fundação da Associação do Atelier do Bonde (Hacab) cria mais um espaço de desenvolvimento social e artístico na Zona Sul. No dia 20 de julho de 2010, data do aniversário da trapezista Mima Ponsi e Dia do Amigo, foi fundada a Associação Histórica Artística e Cultural do Bonde (HACAB). A data não poderia ter sido melhor escolhida, visto que o Atelier do Bonde tem marcado presença na Zona Sul de Porto Alegre, reunindo artistas e grandes amigos afim de contribuir com o universo artístico e cultural da cidade. O Atelier do Bonde foi inaugurado no dia 20 de maio de 2009, na Av. Otto Niemeyer, n° 1173, na Zona Sul de Porto Alegre, pela arquiteta Angela D´Ornelas Ponsi e sua mãe Zilka D´Ornelas Ponsi. Construído com peças de demolição, mantém um bonde da Carris estacionado no pátio, onde funcionam eventos artísticos e culturais regulares.
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das por próteses inadequadas são as lesões na mucosa oral, como estomatites, candidíase, lesões nos cantos da boca, tanto traumáticas como causadas por fungos. Em certas situações, o grau de dependência do idoso é tão grande, que não permite ao paciente cuidar de si mesmo. Muitas vezes, ele não tem discernimento para fazer a própria higiene e, em caso de uso de prótese com higiene precária, a estomatite por dentadura mal cuidada ou mal higienizada, é frequente. Para alguns pacientes isto acarreta dores e desconforto. Como resultado, o uso da prótese, que poderia ser considerado um benefício da Odontologia, será uma fonte de problemas. Com uma compreensão adequada das mudanças do envelhecimento e um conhecimento melhor das enfermidades, podemos estabelecer um programa preventivo para estes pacientes a fim de que possam manter a saúde bucal, cumprindo assim o primeiro objetivo da odontologia que é promover e manter a saúde oral durante toda a vida. Os métodos preventivos não são apenas imprescindíveis como também constituem-se como eixo de qualquer intervenção que vise a saúde bucal na terceira idade. Na sua grande maioria, o idoso está
Odontologia “Com a compreensão adequada das mudanças do envelhecimento e um conhecimento melhor das enfermidades, pode-se estabelecer um programa preventivo para pacientes idosos a fim de que possam manter sua saúde bucal.” muito mais preocupado com seus outros problemas de saúde do que com a sua saúde bucal. Para eles, a manutenção da vida é o principal. Normalmente, eles encaram uma prótese desadaptada ou até mesmo lesões bucais como “coisa normal da idade” já que não causam dor. Até mesmo quando não podem se alimentar buscam uma forma de adaptação (o que na maioria dos casos causa problemas de outra ordem, como digestivos, principalmente). Na sua concepção, as doenças que podem vir a existir na cavidade bucal não causam a morte, não sendo prioridades. Portanto, torna-se imprescindível a busca de profissionais capacitados para diagnosticar, prevenir e tratar tais condições, proporcionando uma melhor qualidade de vida e bem-estar do paciente, para ele que possa continuar inserido na sociedade de forma plena.
Silvia Breitenbach é pós-graduada em Implantes e Ortodontia e Especialista em Periodontia
Cartas “Um jornal que busca o equilíbrio! Trazendo matérias e até mesmo anúncios publicitários voltados para o bem-estar do corpo, da mente e da alma. Efetivar uma simples leitura do jornal BEM ESTAR induz o leitor a alguns bons momentos de relaxamento.” Aline Giampaoli “O jornal BEM ESTAR é interessante e reflexivo. Vem nos provocar, sobretudo, nos colocar frente as nossas fraquezas e reservas. Certamente é um canal importante de autoconhecimento e percepção do outro que normalmente passa desapercebido pela celeridade da vida e egoísmo.” Edivaldo de Oliveira “Um jornal de atitudes! É preciso fazer alguma coisa para mudar este quadro tão triste de violência e este jornal já esta fazendo a sua parte.” Luciana Canabarro “Conheci o jornal há pouco tempo, mas surpreendeu-me a qualidade dos temas abordados. Os artigos são de qualidade e tratam de conteúdos importantes relacionados à qualidade de vida.” Evelyn Bonifacio “Só tenho a agradecer por estar recebendo em casa todos os meses o exemplar. É uma luz que ilumina, que traz de certa forma, força para continuar lutando por novos ideais, e acreditando sempre que podemos mudar.” Bárbara Letícia
Renato Guariglia e Renata Cunha Editores - Zona Sul Fábio Ferreira Diagramação Renato Guariglia Comercial Impressão: Grupo Sinos Tiragem: 10 mil exemplares Contato: (51) 3268.4984
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REDE BEM ESTAR Érico vieira Comercial/Relacionamento Max Bof Administrativo/ Produção Editorial Ralph Viana Conteúdo/Arte Jaqueline Bica Diagramação Central Jornalista responsável: Max Bof (mtb 25046) Material: Revistas CUERPOMENTE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY TODAY, BUENA SALUD, THE QUEST, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS. Informes publicitários, textos e colunas assinadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.
Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam felicidade para todos os seres.
LIMITAÇÃO Dunga
“N
ão posso avaliar se a ditadura brasileira foi boa ou ruim, só quem viveu nela é que pode nos dar a resposta. É a mesma coisa sobre a época da escravidão. Eu não vivi, como é que vou dizer - ah, era ruim, era bom... - eu não sei”.
A
vida é maravilhosa em todas as suas imperfeições. Nada é perfeito... Perfeição significa morte! Perfeição significa que não há possibilidade de crescimento adicional. Perfeição significa que está tudo terminado. Imperfeição significa a possibilidade de crescer. Imperfeição significa a excitação de novas pastagens, o êxtase, a aventura. Imperfeição significa que você está vivo, que a vida vai continuar. A vida é eterna, portanto digo que a vida é eternamente imperfeita. Não há nada de errado em ser imperfeito. Aceite sua imperfeição e a ideia de ser negativo em relação a si mesmo desaparecerá. Aceite seu
‘‘
JOSÉ SARAMAGO
“Não sou pessimista. O mundo é péssimo. São os pessimistas os únicos que querem mudar o mundo. Para os otimistas tudo está muito bem. Deveria se fazer profissão e militância do pessimismo.”
Algumas pérolas do grande escritor português, recentemente falecido.
“Estou convencido de que há de se seguir dizendo não, ainda que se trate de uma voz predicando no deserto.” “Não encontro nenhum motivo para deixar de ser o que sempre fui: alguém que está seguro de que o mundo em que vivemos não está bem feito.”
“Minha arte consiste em tentar mostrar que não existe diferença entre o imaginário e o vivido. O vivido poderia ser imaginado, assim como o contrário.”
Perfecciosismo “Ser perfeccionista significa estar pronto para o divã do psiquiatra; ser perfeccionista é ser um neurótico. E a todos nós foi dito para sermos perfeitos.” OSHO estado atual e não o compare com alguma perfeição futura, algum ideal futuro. Não pense em como você deveria ser! Essa é a raiz de toda patologia – desista disso. Você existe do modo como é hoje e amanhã
pode ser diferente. Mas você não pode prever isso hoje e também não é necessário planejamento para que isso ocorra.
“Quando perguntado sobre a nova forma de comunicação entre as pessoas instaurada pelo twitter, que permite frases com somente 140 caracteres, ele foi lacônico: “Em breve será somente com grunhidos”.
Aceite as pessoas como são; desista do “deveriam” e do “precisariam” – esses são conceitos inimigos... Há tantos “faça” e “não faça” que não se tem flexibilidade; a carga é muito pesada. Foram-lhe transmitidos tantos ideais e metas – ideais de perfeição – que você sempre julga não estar à altura. E os ideais são totalmente impossíveis de atingir. Você não consegue atingi-los; não há possibilidade de alcançá-los. Portanto, você nunca estará à altura. Viva este dia em toda sua beleza, em toda a sua alegria, em toda a sua dor, agonia, êxtase. Viva-o em sua totalidade – em sua obscuridade, em sua luz. Viva o que existe neste momento.