Jornal Bem Estar Zona Sul Julho 2011

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Jornal de Coleção • Ano 3 • Nº 34 • JULHO 2011 • 10.000 Exemp. • Tel. (51) 3268.4984 •

Distribuição gratuita

reciclagem

Quando a embalagem deixa de ser a vilã do lixo e vira prêmio!

DICAS DE BELEZA

As mãos são muito utilizadas. Por isso merecem bons cuidados.

FIQUE ALERTA

Álcool provoca mais prejuízos que crack, heroína e maconha!

CRIANÇAS SOLITÁRIAS As crianças cujos sentimentos não são reconhecidos se sentem solitárias. Seus sentimentos são sua essência, e se eles não são aceitos, a criança também se sente rejeitada.


Lições de Vida

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É PROIBIDO ACHAR hego em casa à noite, exausto. A mesa vazia. Nada sobre o fogão. C Nem no forno. Nem na geladeira. Não há

jantar. Pior, os ovos, sempre providenciais, acabaram. Sou forçado a me contentar com um copo de leite e bolachas. No dia seguinte, revolto-me diante da empregada. — Passei fome! — Ih! Achei que o senhor não vinha jantar! Solto faíscas que nem um fio desencapado, ao ouvir o verbo “achar,” em qualquer conjugação. É um perigo achar. Não no sentido de expressar uma opinião, mas de supor alguma coisa. Tenho trauma, é verdade. Tudo começou aos 9 anos de idade. Durante a aula, fui até a professora e pedi: — Posso ir ao banheiro ? Ela não permitiu. Agoniado, voltei à carteira. Cruzei as pernas. Cruzei de novo. Torci os pés. Impossível escrever ou ouvir a lição. Senti algo morno escorrendo pelas pernas. Fiz xixi nas calças! Alguém gritou: — Olha, ele fez xixi! Dali a pouco toda a classe ria. E a professora, surpresa: — Ih... eu achei que você pediu para sair por malandragem ! Vítima infantil, tomei horror ao “achismo”. Aprendi: sempre que alguém “acha” alguma coi-

E-mails  “Excelente a matéria de capa escrita

por Ralph Viana, abordando com linguagem simples um tema de interesse geral às pessoas, não só informando, mas oferecendo base à pais e mães à formação de seus filhos. Parabéns! Sugere-se, se possível, que sejam deixados alguns exemplares desse excelente informativo em órgãos públicos para que servidores, se humanizem, bem como o cidadão também tenha acesso a esse ótimo periódico.” Edilene Bossle Piccoli

“Encontro pessoas que mal falavam comigo, porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me aproximava, por achar que não gostavam de mim!” Walcyr Carrasco sa, “acha” errado. Meu assistente, Felippe, é mestre no assunto. — Não botei gasolina no carro, porque achei que ia dar! — explica, enquanto faço sinais na estrada, tentando carona até algum posto. Inocente não sou. Traumatizado ou não, também já achei mais do que devia. Quase peguei pneumonia na Itália, por supor que o clima estaria ameno e não precisaria levar roupa de inverno. Palmilhei mercadinhos de cidades desconhecidas, por imaginar que hotéis ofereceriam pasta de dente. Deixei de ver filmes e peças, por não comprar ingressos com antecedência, ao pensar que estariam vazios. Fiquei encharcado ao apostar que não choveria, apesar das previsões do tempo.

Viajei quilômetros faminto, por ter certeza de que haveria um bar ou restaurante aberto à noite, em uma estrada desconhecida. Há algum tempo, vi um livro muito interessante em um antiquário. Queria comprá-lo. Como ia passar por outras lojas, resolvi deixar para depois. — Ninguém vai comprar esse livro, justo agora! — disse a mim mesmo. Quando voltei, fora vendido. Exemplar único. — O senhor podia ter reservado — disse o antiquário. — É, mas eu achei... Mas, eu me esforço para não achar coisa alguma. Quem trabalha comigo não pode mais achar. Tem de saber. Mesmo assim, vivo enfrentando surpresas. Nas relações pessoais é um inferno: en-

SE EU QUISER FALAR COM DEUS “Se eu fosse levado à presença de Deus, como seria isso? Como seria o movimento para chegar à Sua presença?” Reflexões e constatações de um artista em sua contínua procura do sagrado.

PORTO ALEGRE ZONA SUL Renato Guariglia Editores - Zona Sul Fábio Ferreira Arte Final Renato Guariglia Comercial Impressão: Grupo Sinos Tiragem: 10 mil exemplares Contato: (51) 3268.4984

MA I X Ó R P O EDIÇÃ

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jornalbemestar.com.br

 “Prezados, hoje, pela primeira vez, li o jornal Bem Estar e fiquei surpresa com a matéria da capa “ A Primeira Relação a Gente Nunca Esquece”. A reflexão foi imediata e verdadeiramente tem coerência cada palavra. Gostei muito!” Michelle Soares  Para mim o Bem Estar ocupa com sabedoria o espaço que lhe cabe, como agente de transformação do todo social, em destaque neste momento que nos parece de importância vital e de decisão para a humanidade. Como terapeuta, percebo em suas abordagens a constância em apresentar novos caminhos que conduzam à harmonia, a paz e a leveza de viver, a partir do indivíduo, perpassando a coletividade e o planeta, até que sejam encontrados a origem e o propósito dessa existência. Todos estão de parabéns! José Dari dos Santos

contro pessoas que mal falavam comigo, porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me aproximava, por achar que não gostavam de mim! Acompanhei uma história melancólica. Dois colegas de classe se encontraram trinta anos depois. Ambos com vida amorosa péssima, casamento desfeito. Com a sinceridade que só a passagem do tempo permite, ele desabafou: — Eu era apaixonado por você naquela época. Mas nunca me abri. Achei que você não ia querer nada comigo. Ela suspirou, arrasada. — Eu achava você o máximo! Como nunca se aproximou, pensei que não tinha atração por mim! Os dois se encararam, arrasados. E se tivessem namorado? Talvez a vida deles fosse diferente! É óbvio, poderiam tentar a partir de agora. Mas o que fazer com os trinta anos passados, a bagagem de cada um? Quando alguém me diz: — Eu acho que... Respondo: — Não ache, ninguém perdeu nada. Adianta? Coisa nenhuma! Vivo me dando mal, porque alguém achou errado! Sempre que posso, insisto: — Se não sabe, pergunte ! É o lema que adotei: melhor que achar, sempre é verificar!

CENTRAL BEM ESTAR Informações de Qualidade Ralph Viana Editor Geral Érico vieira Diretor de Relacionamento Max Bof Diretor Administrativo Fábio Ferreira Jaqueline Bica Diagramação Central Melva G. Machado Atendimento Jornalista responsável: Max Bof (mtb 25046) Material: Revistas CUERPOMENTE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY TODAY, BUENA SALUD, THE QUEST, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

BEM ESTAR

Pessoas inteligentes adoram ler. E anunciar.

Informes publicitários, textos e colunas assinadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam felicidade para todos os seres.


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Drogas Pesadas

Mais Perigos Do Açúcar

Álcool provoca mais prejuízos que crack, heroína e maconha!

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vando em conta danos causados aos usuários e a terceiros, a curto e a longo prazo. Numa escala de 0 a 100, o álcool aparece com 72 pontos, seguido pela heroína (55) e o crack (54). Algumas outras drogas avaliadas foram as metanfetaminas (33), cocaína (27), tabaco (26), anfetaminas (23), maconha (20), ecstasy (19) e esteroides anabolizantes (19). Segundo a Organização Mundial da Saúde, os riscos associados ao álcool causam 2,5 milhões de mortes por ano. Em alguns países, como na Rússia, é o maior problema de saúde da sociedade. Vamos lembrar disso ao se legislar sobre políticas públicas contra as drogas. ivan

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á uma hipocrisia enorme em nossa sociedade, fala-se da necessidade de combate violento às drogas, contra sua descriminalização, pela prisão de qualquer usuário. Falase com um copo de cerveja nas mãos. Com a TV bombardeando publicidades super atraentes da bebida, com os pais iniciando seus filhos no álcool... Então, coloque o copo na mesa e leia a que conclusão chegaram os pesquisadores do Comitê Científico Independente para Drogas do Reino Unido: ‘O álcool é uma droga mais perigosa do que o crack e a heroína e três vezes pior do que a cocaína e o tabaco’. Os pesquisadores classificaram as drogas le-

Pele fica com mais rugas e menos firmeza quando há ingestão frequente de doces!

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fato do excesso de açúcar ser inimigo da dieta e do corpo saudável não é novidade para ninguém. Poucos sabem, porém, que ele também acelera o envelhecimento da pele. O alerta foi feito por dermatologistas da Escola de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos. Segundo o estudo dos especialistas, o açúcar — além de engordar e assim contribuir para a existência de doenças como o diabetes — também prejudica a saúde da pele. De acordo com a médica Paula Araújo, integrante da regional Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Dermatolo-

gia, quando o excesso de açúcar atinge a pele, o colágeno, principal componente do tecido, endurece e perde sua facilidade de reparação. “O açúcar vai intermediar, de forma errada, a união de uma fibra de colágeno à outra. Elas então perdem sua flexibilidade e não conseguem se renovar dos danos comuns do envelhecimento. E estas duas funções são importantíssimas para manter a pele jovem e firme por mais tempo”, explica.

©iStockphoto.com/Alexander Novikov

Mas também engana-se quem pensa que basta não exagerar na sobremesa. Segundo o trabalho dos cientistas americanos, o excesso de alimentos que, durante a digestão, se transformam em glicose também acelera o aparecimento de rugas e a perda de firmeza da pele. São exemplos os carboidratos — presente na batata, no arroz, nos pães e nas massas. A pesquisa ainda afirma que o excesso de açúcar acelera o processo de envelhecimento em todos os tecidos do corpo, estimulado pela incidência dos raios ultravioleta do sol sobre a pele. Por isso, segundo a médica Paula Araújo, é preciso aliar a uma dieta saudável o hábito de se proteger da radiação, com filtro solar, chapéu e óculos escuros nos horários de sol mais alto – entre 10h e 14h, quando a incidência desses raios é muito maior.


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Dicas

de

Beleza

As mãos também merecem cuidados! As mãos são utilizadas com frequencia e estão sempre expostas ao tempo. Merecem bons cuidados.

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maioria das pessoas utiliza durante todo o dia suas mãos em seus trabalhos, mas não as tratam devidamente esta é uma constatação verdadeira. Essa parte de nosso corpo também é das que mais ficam expostas no dia a dia, assim como o rosto. E geralmente lidamos com substâncias agressivas, inclusive produtos de limpeza, que provocam efeitos danosos. O excessivo contato com objetos, nas tarefas diárias, também provoca sensibilidade na região. Para se defender dessas agressões, a pele que reveste as nossas mãos acaba ficando mais grossa, principalmente na palmas e nos locais que têm maior contato com instrumentos de rotina (caneta, mouse de computador etc...). E pele mais grossa, fica mais áspera e seca, criando inclusive calosidades. Também não podemos esquecer das manchas escuras que o sol pode causar. Portanto, cuidados são necessários. Reserve um tempinho para tratar delas!

DICAS IMPORTANTES Use e abuse dos cremes. Os produtos à base de ureia ajudam a reter a água; os de silicone formam película protetora; o ácido glicólico tem poder de amaciar e refinar; já os óleos de avelã, uva e macadâmia são poderosos n

hidratantes. Esses produtos, além do mais são bem baratos e causam uma agradável sensação em quem os usa. n Filtro solar – Se você fica bastante exposta ao sol em seu dia a dia, dê preferências aos produtos que contenham filtro solar, indispensável para proteger a pele das mãos – não esqueça que o sol excessivo mancha e resseca a pele. n Água morna – Lave as mãos com água morna, é um pequeno e bem-vindo prazer. Evite o ressecamento usando sabonetes líquidos umectantes contendo ativos que lubrificam e protegem (silicone, mel e óleos naturais). Deixe secar naturalmente e passe um dos cremes indicados. n Unhas - Deixe as unhas sem esmalte por pelo menos uma noite por semana e capriche no hidratante: a lubrificação vai torná-las fortes e impedir que desfolhem facilmente. n Peelings - seu dermatologista pode receitar fórmulas com ácido retinóico ou fazer peelings suaves para recuperar rapidamente o frescor da pele. Mas você pode passar de vez em quando uma bucha vegetal e retirar a camada de células mortas da pele superficial. Depois, creme. E mãos à obra, belas e bem tratadas.


Bem Estar • Nº 34 • Julho 2011 • 6 Vamos deixar para nossos filhos um mundo melhor do que o que recebemos de nossos pais.

IDEIAS INTELIGENTES PARA A RECICLAGEM A embalagem não precisa ser a vilã do lixo. Ao premiar quem recicla e taxar empresas que poluem, Barcelona virou exemplo de coleta seletiva.

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arlos Pérez García, morador de Salamanca, na Espanha, ganhou um prêmio de 6 mil euros por separar embalagens de plástico, de alumínio e de Tetra Pak que usa no dia a dia. Ele participou da campanha ‘Uma Boa Ação Se Premia Com Outra’, criada pela Ecoembalajes España (Ecoembes), uma organização que reúne 12.200 empresas como Coca-Cola, Colgate-Palmolive, Gillette, L’Oréal e outras que usam papel, papelão, alumínio, plástico ou tetra pak nas embalagens dos produtos. “Queremos aumentar a participação das pessoas e também dar credibilidade ao sistema de coleta seletiva”, diz Juan Alonso de Velasco, chefe de marketing e comunicação da Ecoembes. A sacola deixada por García continha uma etiqueta com seus dados. Enquanto o material que ele separou seguia para a reciclagem, a etiqueta era enviada para um sorteio. García e outros dois espanhóis foram premiados. Premiar quem se preocupa com o lixo é uma das ideias que têm ajudado a Espanha a se tornar um modelo de eficiência na destinação de resíduos sólidos. Em Barcelona, quase 50% do lixo residencial é sepa-

empregada nas embarado para a colelagens, como os plásta seletiva e usaticos derivados do pedo como matéria-prima para retróleo. A reciclagem ciclagem. É um do lixo em Barcelonúmero alto até na e nas cidades vipara as grandes zinhas evitou a cidades euroemissão de 100 peias. É mais toneladas de que o dobro gás carbônico, do que se reum dos princicicla em Lisboa – pais causadores e quase dez vezes do aquecimenmais que a taxa de to global. Cerca reciclagem de São de 52.000 tonePaulo. ladas de materiais como aço e vidro Reciclar é imforam poupadas, portante para o meio assim como a maambiente por diver©iStockphoto.com/Randy Plett Photographs deira e celulose que sas razões. A prática viriam da derrudiminui o consu“Com a reciclagem, Barcelona bada de 1,2 mimo de água usada preservou em um ano 1,2 milhão de lhão de árvores. na fabricação dos produtos, reduz árvores. A água economizada equivale A água economizada, 4,8 bilhões o gasto de enera duas mil piscinas olímpicas.” de litros, equivagia e ainda poupa le a quase 2 mil a matéria-prima

piscinas olímpicas. Como Barcelona conseguiu tamanho sucesso na reciclagem?

CRIATIVIDADE E BOA VONTADE Além de oferecer um serviço eficiente de coleta seletiva, a capital catalã montou um sistema que responsabiliza os fabricantes pelo destino final de seus produtos. As obrigações são definidas por uma lei. Para atender às exigências, alguns setores da indústria resolveram se unir em organizações voltadas para a gestão do lixo. Além da Ecoembes, foi criada a Ecovidrio, grupo de mais de 2.300 empresas que usam vidro para embalar seus produtos. Entre elas estão a cervejaria Heineken, a destilaria Bacardi e a Federação Espanhola do Vinho. As empresas associadas pagam às respectivas organizações uma taxa que varia de acordo com o material usado nas embalagens, o tamanho e a quantidade colocada no mercado. A taxa financia o sistema de recolhimento e reciclagem, que é feito em parceria com as prefeituras. Só na região de Bar-


7 • Nº 34 • Julho 2011 • Bem Estar “Temos milhares de deputados pendurados nas tetas do Estado, muitos sem saber o que fazer, eis um projeto pronto para ser discutido e virar lei. Alguém se habilita?” celona há 32 municípios envolvidos na coleta seletiva. Os produtos são identificados com um símbolo, o “Punto Verde” (ponto verde). É um sistema similar ao de países como Alemanha, França e Grécia. “Quem compra sabe que adquire um produto feito com material reutilizável”, diz Pedro Antonio García, diretor de relações institucionais da Coca-Cola España. O preço final pode ser um pouco mais alto, uma vez que o fabricante embute a taxa paga à organização que monitora o destino do lixo. Mas o valor é praticamente imperceptível, porque a reciclagem reduz outros custos envolvidos no processo de produção. Além disso, o ponto verde aumenta o apelo do produto. “Tudo o que é feito para incentivar a reciclagem é bem-visto pelos consumidores”, afirma García. Em Barcelona já existem sites em que os “ecointernautas” trocam experiências e dão dicas sobre sua rotina de reciclagem. A relações públicas brasileira Mônica Faria, de 27 anos, faz parte de uma dessas comunidades. Há quatro meses morando na capital catalã, habituou-se a levar o lixo para os locais de coleta. “Posso estar arrumada, maquiada, cheirosa. Não importa. Saio com a sacola de lixo na mão para depositar na lixeira”, afirma.

“Não adianta reclamar do aquecimento global se não tomarmos nenhuma atitude.” No Brasil, país que é recordista na reciclagem de alumínio, a coleta seletiva ainda é pouco disseminada. Na prática, quem coleta o material reciclável do lixo residencial são catadores. Organizados em cooperativas, eles trabalham em condições de subemprego – e não como parte de uma estratégia para os resíduos sólidos. Em São Paulo, que gerou 3,5 milhões de toneladas de lixo domiciliar em 2007, apenas 4,9% foram enviados pela Prefeitura para reciclagem. Implementar práticas como a dos sorteios e criar leis para o descarte de embalagens pode ser um estímulo para que o brasileiro reflita sobre o lixo que produz e o impacto que ele tem sobre o planeta. Leis que responsabilizem também os fabricantes pelas embalagens que colocam no mercado foi por onde começou todo o processo em Barcelona. Temos milhares de deputados pendurados nas tetas do Estado, muitos sem saber o que fazer, eis um projeto pronto para ser discutido e virar lei. Alguém se habilita? ©iStockphoto.com/Rapid Eye Media

ENQUETE Há quanto tempo você mora na Zona Sul ? 26 anos O que você mais gosta aqui? A natureza e as pessoas que são do tipo “alto astral” O que pode melhorar? Aspectos voltados a qualidade de vida como: criação de ciclovias interligando a zona sul ao centro; ampliação das avenidas de grande circulação; criação e divulgação de espaços culturais. Podemos começar com a tua trajetória. Conte resumidamente onde nasceu, tua infância. Como aconteceu teu interesse pela área terapêutica? Sou natural de Canoas, minha infância foi magica pois nas minhas férias sempre ia para o sítio dos meus avós onde vivenciei momentos maravilhosos no contato com a natureza. Cursei a faculdade Educação Física no IPA e meu interesse pela área terapêutica surgiu nos congressos onde participei de vivências na área de massagem para recuperação de atletas. Fiz formação de shiatsu na escola Atsukai com o mestre Yasui ; formação de Tui Ná na escola Tui Ná System massage de Curitiba com o prof. Miguel. Sentí necessidade de aprofundar meus conhecimentos na Medicina Tradicional Chinesa e resolvi fazer pós graduação em Acupuntura no CBES. Que ideias e autores influen-

ciaram teu pensamento sobre a vida, tuas escolhas e o direcionamento do teu trabalho? Sócrates, Rudolf Steiner e a literatura sobre Medicina Tradicional Chinesa. Qual tua visão de saúde, de felicidade e de bem-estar? A saúde vem da felicidade e do bem estar, ou seja, na medida que nos permitimos cultivar uma vida rica de experiências nosso autoconhecimento cresce, produzindo uma interna calma e sabedoria que nos franqueia uma vida saudável e feliz. Permite, outrossim, trabalharmos com serenidade, levando um pouco deste bem estar para as pessoas que nos procuram.

Evelin Maria Dillemburg Martil Terapeuta


CRIANÇAS

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Uma solidão bem ocupada Muitas crianças preferem estar sozinhas. Sabem encontrar suas brincadeiras e desenvolvem grande inteligência. Mas muitas outras não escolhem a solidão. Elas a sofrem. São crianças tímidas e com dificuldades de comunicação. É aos pais destes filhos que a autora, terapeuta infantil, se dirige. Violet Oaklander

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lgumas crianças solitárias são suficientemente hábeis para se manterem ocupadas e encontrar seu próprio caminho. Podem passar muitas horas organizando suas coleções de selos ou se dedicando a outros hobbies. Alguns se perdem nos livros (mesmo que seja raro) e outros veem muita televisão ou ficam no computador. Mesmo que sentir-se confortável quando se está sozinho mostre uma sadia autoconfiança, todos precisamos de equilíbrio em nossas vidas, um tempo para estar sozinhos e um tempo para estar com outras pessoas. A maioria das crianças que passa grande parte de seu tempo livre sozinhas, por opção (em contraste com aqueles que

Guarde e consu lte sempre!

não têm companheiros para brincar), o fazem porque temem ser rejeitados pelos demais. Os pequenos trazidos à terapia geralmente têm algum outro problema, além de sua solidão. Estes são os não-tão-hábeis, que incomodam seus pais, são rudes, discutidores e hiperativos, adotam condutas agressivas ou antissociais, odeiam ir à escola, vão mal nos estu-

dos ou são extraordinariamente introvertidos. As crianças muito solitárias costumam continuar sendo assim depois de adultas. Muitas negam veementemente que tenham algum problema para se relacionar com seus pais, e é certo que a última coisa que precisam é de um pai que insista que “saia e faça amigos”. Precisam de uma atmosfera onde possam ser aceitos pelo que são. Só isso pode lhes dar, às vezes, valor e energia para sair e buscar outras pessoas, e experimentar os relacionamentos por sua conta. Muitos dos ‘solitários–problema’ se sentem secretamente diferentes de todos os demais. Às vezes sentemse tão diferentes que fazem o oposto, tratando de agir igual ao resto, como é humanamente possível. É claro que em algum perío-

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“A maioria das crianças que passa grande parte do seu tempo livre, sozinhas por opção, o faz porque teme ser rejeitada pelos demais.”


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“Mesmo que sentir-se confortável quando se está sozinho mostre uma sadia autoconfiança, todos precisamos de equilíbrio em nossas vidas, um tempo para estar sozinhos e um tempo para estar com outras pessoas”.

do a maioria das crianças faz grandes esforços para se parecer com os outros, para ser como eles ou como imaginam que são. Mesmo aqueles que vão contra a regra, geralmente o fazem em grupos. O querer ser como os demais indica uma busca de identidade como membro de alguma comunidade. Uma das principais tarefas ao se trabalhar com estas crian-

ças e suas famílias é enfatizar que a singularidade deve ser valorizada. Com grande frequência os pais desejam que todos os seus filhos sejam iguais, enfatizando a uniformidade. Os pais deveriam respeitar a particularidade de cada filho. Quase todas as crianças experimentam uma diversidade de formas de ser, até encontrar a sua

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própria. Mas alguns precisam de ajuda e geralmente se portam mal. Infelizmente, muitas vezes não há ninguém em seu entorno capaz de compreender seus sinais. À medida que trabalhamos com estas crianças para melhorar sua autoestima, reforçar sua identidade e promover sua autoajuda, eles começam a aprender a se relacionar com as outras crianças.

UM EXERCÍCIO IMPRESSIONANTE

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m dos exercícios mais impressionantes feitos com crianças, para dramatizar o fascinante e desejável que há na singularidade, é a experiência da laranja. Li pela primeira vez sobre isso no livro de George Brown “Ensino humano para um aprendizado humano”. No grupo de crianças de 11 e 12 anos onde experimentei, elas falaram sobre isso durante vários meses. Levei um saco de laranjas, uma para cada. Olhamos nossas laranjas, as cheiramos, comparamos marcas e formas, as pegamos, movimentamos em nossas mãos e fizemos tudo o que nos ocorreu que podia ser feito com uma laranja, sem comê-la. Depois descascamos. Cada um de nós provou a casca, por dentro e por fora, e explorou a textura da superfície interna com as pontas dos dedos. Logo tiramos cuidado-

samente a parte branca da casca, comentando como as sentíamos. Abrimos nossas laranjas, pegamos um gomo, cheiramos, lambemos e finalmente comemos. A parte mais fascinante e interessante do exercício veio em seguida: trocar gomos. Descobrimos que não havia dois gomos que tivessem o mesmo sabor! Creio que meu próprio entusiasmo com esta descoberta foi o mais alto do grupo. Um era mais doce, outro mais suculento, um mais ácido, outro um pouco seco, mas todos eram gostosos e, portanto, deliciosos. Nos divertimos muito com este experimento e nos estendemos facilmente para uma discussão sobre as crianças do grupo – suas diferenças e semelhanças, cada uma maravilhosa. Ao trabalhar com crianças solitárias, faço muitas coisas usadas com aqueles que precisam recuperar seu sentido e apreciação do eu. Mais que isso, preciso estimular estas crianças para que experimentem o contato com os outros. Elas querem se comunicar e se integrar, mas têm medo e não sabem como fazer. Por consequência, tenho que enfrentar esse temor e ajudá-los a experimentar novas formas de ser. Adam, de 11 anos, era um menino sem amigos. Era inteligente e arrogante e parecia não se preocupar em ficar sozinho

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a maior parte do tempo. Sua mãe procurou ajuda porque considerava que era um “problema de disciplina”. Ele nunca fazia o que ela pedia, era rude e brigava constantemente com seu irmão menor. Quando perguntei a ela se tinha amigos, respondeu: “Não, não parece ter amigos, tampouco parece querer tê-los”. Adam resistiu bastante a vir na terapia. Em nossa primeira sessão a sós se queixou de dor de cabeça e disse que considerava bobagem que sua mãe gastasse dinheiro com isso. Pedi que desenhasse sua dor de cabeça. Se entreteve muito traçando um quadro de garranchos de diversas cores. Perguntei qual era o principal problema com sua mãe. “Nunca acredita em nada do que digo”, respondeu de imediato. “E como é seu pai?”, perguntei. (Seus pais são divorciados). “Ele é bom, mas sempre está pensando em seus próprios problemas.” Adam participava, com ar de espertalhão, das técnicas projetivas que eu sugeria. Cada vez que o fazia, revelava algo mais de si mesmo. À medida que trabalhávamos juntos, ficou claro que se sentia rejeitado, indigno. Em uma sessão me disse: “Sou como uma tartaruga com uma carapaça dura. Se falo sobre as coisas que passam aqui dentro, as pessoas gritam comigo. Então me mantenho dentro da minha carapaça”. À medida que Adam se

tornou cada vez mais comunicativo comigo, começou a se sentir melhor consigo mesmo e mais forte para fazer contato com as outras crianças. Tivemos algumas sessões conjuntas com cada um de seus pais e, como sua comunicação com eles melhorou, a disposição de Adam para interagir com sua família melhorou notoriamente.

SÓ, SOZINHO E SOLITÁRIO

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solidão se repete uma vez ou outra no meu trabalho com crianças. Quem de nós pode retroceder mentalmente à sua infância e não reconhecer este sentimento? No entanto descobri que em sua defensividade inicial, as crianças raramente admitem que se sentem sozinhas. As crianças que consideramos mal adaptadas ao seu meio são especialmente solitárias. O proces-

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so terapêutico parece bloqueado até que este sentimento se manifeste abertamente de algum modo, seja verbalmente ou mediante técnicas de expressão. No prefácio de seu livro “Solidão”, Clark Moustakas disse: “a solidão é uma condição da vida humana, uma experiência de ser humano que permite ao indivíduo sustentar, estender e aprofundar sua humanidade. O homem está final e perpetuamente sozinho, seja por viver isolado ou por estar doente, pela sensação de ausência causada pela morte de um ser querido ou por uma pulsante alegria experimentada em uma triunfal criação. Creio que é necessário que toda pessoa reconheça sua solidão, que perceba intensamente que finalmente, em cada fibra de seu ser, o homem está só, terrivelmente, totalmente só. Os esforços para evitar ou escapar da experiência existencial da solidão só podem resultar em autoalienação. Quando o homem é arrancado de uma verdade fundamental da vida, quando foge e nega a terrível solidão da existência individual, fecha a si mesmo uma avenida de crescimento do seu próprio eu. Moustakas acredita que estamos inevitavelmente sozinhos, que todos temos uma solidão existencial básica com a qual lutar. Quase todos sabemos que a solidão é difícil de se aceitar e fazemos enor-

“As crianças muito solitárias costumam continuar sendo assim depois de adultas. Muitas negam veementemente que tenham algum problema para se relacionar com seus pais, e é certo que a última coisa que precisam é de um pai que insista que ‘saia e faça amigos’.”

mes esforços para escapar da dor de nossos sentimentos de solidão. Nós, como adultos, somos especialistas em encontrar formas para afogar nossa solidão, por exemplo, desenvolvendo uma atividade incessante. Concordo com Moustakas que, quando fazemos isso, frequentemente nos alienamos ou perdemos o nosso eu. Alguns não

estão cômodos com o próprio eu e preferem não conhecê-lo, encará-lo, olhá-lo, estar com ele, pois evitamos freneticamente encontrá-lo em qualquer forma que possamos. As crianças, buscando encontrar sua própria identidade, certamente não sabem

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Guarde e consu lte sempre!


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“Reprimir sentimentos resulta em solidão. Quanto menos capaz se é de expressar o que carrega no peito, mais isolado se sente. Cada vez que os sentimentos ficam sem expressão, mais se engrossa a muralha protetora ou a couraça, e o sentimento de solidão aumenta.”

adaptá-la à sua solidão existencial. Creio que se sentem especialmente solitários porque no fundo se sentem diferentes, e não estão confortáveis, nem aceitam e nem apreciam sua particularidade. As crianças têm sua própria maneira de esconder seu sentimento de aterrorizante solidão. Os métodos que escolhem em geral são altamente contraditórios com o conceito que nossa sociedade tem de comportamento agradável, normal e adequado. Para piorar as coisas, suas condutas antissociais servem geralmente para separá-los, isolálos ainda mais, provocando portan-

to um aumento de suas camadas protetoras e defensivas. Isso, por sua vez, promove um maior isolamento, e assim se perpetua o ciclo. Penso que as crianças se sentem frequentemente desamparadas e angustiadas porque têm dificuldade de expressar a alguém seus sentimentos de vazio e solidão. Essas crianças que vêm à terapia podem ser consideradas afortunadas, pois aqui têm a oportunidade de expressar estes sentimentos. Tenho conseguido que elas expressem seu sentimento de solidão de diversas maneiras, sem usar necessariamente a palavra “solitário”.

“Creio que é necessário que toda pessoa reconheça sua solidão, que perceba intensamente que finalmente, em cada fibra de seu ser, o homem está só, terrivelmente, totalmente só.”


13 • Nº 34 • Julho 2011 • Bem Estar Mesmo os mais novinhos já confessaram o sentimento de querer morrer ou se matar. Ouço isso como uma expressão não só de um íntimo e profundo desespero, mas também de solidão. A solidão é geralmente uma aliada da infrutífera busca da felicidade. Todos os contos de fadas terminam com “e viveram felizes para sempre”. Muitos de nós passa a vida buscando aquele vago estado chamado felicidade, como se ao encontrá-lo cruzássemos uma fronteira e encontrássemos um novo estado na vida, no qual nunca voltaremos a sentir solidão, dor ou angústia. Um incidente da minha própria vida teve um impacto duradouro em mim. Quando nossa mãe morreu repentinamente em um acidente, meu irmão e eu voamos separadamente a uma penosa reunião na casa dela. Eu estava no abismo da depressão porque esta era a terceira pessoa muito próxima de mim que morria, e meu próprio filho estava sofrendo nesse momento de um mal irremediável. Enquanto meu irmão e eu fazíamos os trâmites para encaminhar tudo, revisando os bens da nossa mãe e fazendo os ajustes necessários, em um dado momento lhe disse, chorosa: “Isto é demais. Não posso suportar mais. Se alguma coisa mais acontecer, eu me entrego.” Meu irmão, que havia passado pelas mesmas aflições e ainda mais, me olhou surpreso e disse: “Violet! Que coisa ridícula o que dizes! Quanto mais vivas, mais coisas viverás, incluindo as dolorosas. Algo sempre está para acontecer.” E com isso terminou a conversa. Nunca esqueci o que me disse, embora ele já deva ter esquecido. Se a alegria experimentada ao esperar algo se converte na forma dominante de fe-

Academia Tonu’s

“Inaugurou no dia 02 de julho a Academia Tonu’s, considerada a melhor rede de academias para mulheres do Brasil. No ano de 2009 a marca foi eleita como a fornecedora do melhor programa de treinamento voltado ao mercado feminino. A academia oferece o Programa Circuito Indoor, divertido e fácil de acompanhar. Consiste em circuito com 10 estações, cada estação trabalha um exercício diferente. Entre uma estação e outra há o “intervalo ativo”, onde são feitos exercícios de intensidade, o que permite que a aluna possa ter um gasto calórico mais elevado. Esse sistema de treino permite também que o metabolismo das alunas acelere, fazendo com que estas possam obter resultados mais rápidos, sejam eles de emagrecimento, tonificação, saúde, condicionamento físico ou qualquer outro. A aluna perde até 1kg por semana sem a necessidade de dietas.

“As crianças cujos sentimentos não são escutados e reconhecidos se sentem solitárias. Seus sentimentos são sua essência mesma, seu próprio ser, e se seus sentimentos são reprovados, a criança também se sente rejeitada.”

licidade na vida de uma pessoa, ela montou uma cruel armadilha para si mesma. Ao aprender a concentrar minhas experiências vitais no presente, antes de ficar vivendo nas lembranças do passado e nas magníficas fantasias do futuro, aprendi que posso aceitá-lo. Quanto menor é a criança, mais capacidade tem de viver o aqui e agora. De modo que, quando trabalho com crianças que expressam sentimentos de solidão, preciso ajudá-los a recuperar essa destreza de viver plenamente, em vez de agarrar-se a seus sentimentos de desamparo. Penso que, me-

diante a autoaceitação e o auto-fortalecimento, as crianças podem aprender a mobilizar suas energias, suas forças vitais, para satisfazer suas próprias necessidades. Reprimir sentimentos resulta em solidão. Quanto menos capaz se é de expressar o que carrega no peito, mais isolado se sente. Cada vez que os sentimentos ficam sem expressão, mais se engrossa a muralha protetora ou a couraça, e o sentimento de solidão aumenta. As crianças cujos sentimentos não são escutados e reconhecidos se sentem solitá-

Além de mulheres, a nova academia oferecerá aulas também para crianças, através do programa Tonu’s Kid’s. Para agendar uma aula experimental, basta entrar em contato com a Tonu’s Academia através dos telefones (51) 3779.0070, 3779.0079 ou 3779.0080.” Saiba mais na pág. 05

te para o evento. Na ocasião, também haverá degustação da Cachaçaria Água Doce Zona Sul.

2ª Feijoada Beneficente da AABB Comunidade

Um dos maiores projetos da América Latina, o AABB Comunidade realiza no dia 30 de julho, sábado, a segunda edição da deliciosa Feijoada Beneficente. Com a finalidade de repassar a verba arrecadada ao projeto, o evento acontecerá às 21h, no Salão Ipanema. O ingresso terá valor único de R$ 38,00, incluindo refrigerante e água. Participando da ação, você receberá uma camiseta produzida especialmen-

Manifestações culturais no Sarau da AABB Porto Alegre

Muita poesia, música, apresentações teatrais, artes plásticas e literatura encantarão os convidados na noite de 15 de julho, durante o Sarau – Manifestações Culturais da AABB. Entre as participações especiais estão: a apresentação de dança flamenca com a Companhia de Dança Cádica, a exposição e premiação do concurso fotográfico “Declare seu amor pela Zona Sul”, e apresentação musical de Cristina Fernández (Estação Musical) e Celso Carlucci de Campos. Essa é apenas uma das várias atrações previstas para a Semana Cultural, que acontece de 15 a 23 de julho nas dependências da AABB Porto Alegre. Se você se interessou, continue ligado, pois em breve divulgaremos mais atividades da Semana Cultural. Você não pode ficar de fora deste festival de cultura!

rias. Seus sentimentos são sua essência mesma, seu próprio ser, e se seus sentimentos são reprovados, a criança também se sente rejeitada. Por isso, quando uma criança diz: “Me sinto sozinho quando me irrito”, ou “estar irritado me faz sentir muito só”, o diz porque enfrenta um mundo de pessoas que não permanecerão em contato com ele quando expressa seus sentimentos de ira. É repudiado, castigado, evitado, e tudo isso resulta no isolamento. Quando eu, como terapeuta, ofereço os meios para que as crianças expressem seus sentimentos, escutando e aceitando, se sentem menos sozinhas e começam a ver o mundo como um lugar mais amistoso. Podem começar novamente a se abrir e se conectar com os demais. Penso que uma das razões pelas quais as crianças se buscam entre si e precisam tanto umas das outras é porque sentem que talvez tenham alguma compreensão do que lhes está acontecendo ou do que sentem. Nos grupos de crianças com que trabalho, tenho o privilégio de escutar algumas das coisas que falam entre si. Geralmente não nos damos conta da extensão e profundidade do que as crianças pensam e sentem, porque eles têm muito cuidado de censurar o que dizem na presença dos adultos e do seu mundo. Fragmentos do livro Janelas para nossas Crianças, da Editora Quatro Ventos Publicado na Revista UNO MISMO

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Anauê Quituteria

Trabalhando sob encomenda, a Anauê Quituteria serve coquetéis, aniversários e eventos em geral. Com quitutes vegetarianos e preparados de forma sustentável, dá preferência a alimentos orgânicos e especiarias nativas, seu objetivo é despertar sentimentos através dos aromas e sabores, para elas cozinhar é uma arte, um ato de amor!

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notícias para o e-mail: zonasul@jornalbemestar.com.br


Bicho de Estimação

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Adotando um animal conscientemente Trazer um animal para casa exige boas informações sobre muitas coisas. Leia o texto a seguir antes de escolher um animal para conviver.

N

o dias atuais a quantidade de cães e gatos nas cidades é um problema crescente. É muito importante se conscientizar da importância de adotar ao invés de comprar animais novos. A pergunta número um antes de fazer a adoção é se você está preparado para adotar um animal. Para fazer uma adoção consciente e não se arrepender depois, reflita sobre os seguintes pontos: n Cães e gatos vivem 15 anos em média. Você tem condições de assumir essa responsabilidade ao longo desse tempo? n Assim como você, os animais também não gostam da solidão. Ter um animal para trancá-lo na lavanderia ou deixá-lo sozinho em casa o dia todo não é uma atitude correta. Ou o animal pode conviver com a família ou é melhor não tê-lo. n Animais que vivem confinados em pequenos espaços ou presos em correntes podem sofrer graves distúrbios de comportamento, ©iStockphoto.com/Stephanie Horrocks

O LADO animal DO bEM ESTAR

Bicho de Estimação 51 3268.4984 zonasul@jornalbemestar.com.br

desconforto, atrofia óssea ou muscular, obesidade e depressão. n Crianças não podem ser as responsáveis pelos animais. Se seu filho quer um bicho, mas você não gosta, não tem tempo nem paciência para cuidar, então é melhor não adotar. n As pessoas da sua casa gostam de animais? Todos concordam que você leve um cão ou gato para casa? Consultou-os? n Animais precisam ter um espaço próprio, como uma casinha ou caminha, onde se sintam seguros. n Animais precisam ter a oportunidade de brincar ao ar livre e de conviver com outros de sua espécie. n Os cães necessitam de pelo menos um bom passeio por dia. Deve-se utilizar sempre coleira e guia para evitar que seu animal fuja, seja atropelado ou brigue com outros cães. n Animais precisam de carinho, alimentação de boa qualidade, cuida-


©iStockphoto.com/JosephFrasciello

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Assim como você, os animais também não gostam da solidão. Ter um animal para trancá-lo na lavanderia ou deixá-lo sozinho em casa o dia todo não é uma atitude correta.

dos de higiene, vermífugos, vacinas anuais e cuidados veterinários. E isto custa dinheiro. n Quando os animais ficam idosos, precisam de amor e cuidados redobrados. Você está disposto a amar e a cuidar de seu amiguinho por todos os dias da vida dele? n Animais não são bichinhos de pelúcia. Eles têm personalidade, fazem bagunça, sujeira e nem sempre estão de bom humor ou dispostos a brincar. n Animais sofrem profundamente com a

rejeição e o abandono. n Abandonar ou maltratar animais é crime.

ADOTANDO UM CÃO ADULTO Adotar um cachorro adulto pode ter uma série de vantagens. Vejam algumas: n São mais tranquilos e não choram à noite.

n São mais obedientes por já terem uma capacidade de assimilação maior. n São mais independentes no caso de terem que ficar sozinhos por algumas horas. n Dificilmente destroem sapatos, móveis ou coisas dentro de casa. n Aprendem a fazer as necessidades no local adequado com maior facilidade e velocidade. n É mais fácil saber, antes de adotar, se ele é quieto, brincalhão, se gosta de correr ou se é mais reservado. n Você não terá dúvida alguma sobre o tamanho dele. n Evacuam menos que os filhotes (geralmente 1 a 2 vezes por dia). n Se adaptam rapidamente ao ambiente e às pessoas da casa, incluindo as crianças. n Não precisam de três a quatro doses de vacinas no primeiro ano como os filhotes (apenas a manutenção anual). n São mais atentos a chegadas de pessoas; já estão prontos para defender a casa e o dono. n Serão amigos fiéis e eternamente gratos a você. Saiba que animais comprados em lojas (quando ficam naquelas vitrines) com muita frequência são oriundos de ‘fábricas de cães’, locais em que são criados confinados, em péssimas condições, só para acasalamento e procriação, para posterior venda. Nos Estados Unidos existe um movimento para que se evite comprar cães em lojas, para enfraquecer esta ‘indústria’. Podemos contribuir não dando vazão a este comércio e sim praticando a boa ação da adoção.



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