Minicurso Filmes Etnográficos: Compreensão e Análise Sílvia A. C. Martins, Ph.D. AVAL/ PPGAS/UFAL
Análise Fílmica e a Leitura de um Filme • Fernanda A. C. Martins, Docteure en Cinéma • Colegiado em Cinema e Audiovisual/ • LACIS - Laboratório de Análise e Criação em Imagem e Som • Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
2020
crítico versus
analista
O crítico: informa, oferece um juízo de apreciação; O analista deve produzir conhecimento. O
analista propõe-se a descrever meticulosamente o seu objeto de estudo, decompor os elementos da obra, integrar no seu comentário o maior número possível de aspectos da obra, oferecer uma “interpretação”.
crítico versus analista atividade do analista
atividade do crítico
. avaliar
• informar • avaliar • promover corpus básico de estudo: recentemente lançados
filmes
corpus básico de esquecidos não lançamentos
estudo: filmes necessariamente
Análise Fílmica (2009)
“O que nos permite tentar uma teorização da análise do filme é antes do mais o aparecimento, entre 1965 e 1970, de um contexto universitário ou para-universitário, em estreita ligação com os primórdios de uma teoria moderna do cinema, de um tipo de análise mais minuciosa, mais sistemática – a que às vezes se chamou abusivamente análise estrutural.”
ausência de um método universal Decerto cada analista deve habituar-se à ideia de que precisa construir o seu próprio modelo de análise, válido unicamente para “o” filme em análise; mas, ao mesmo tempo, esse modelo será sempre um possível esboço de modelo-geral ou de teoria - consequência direta da consubstancialidade da análise e da teoria.
Anotações Ensaio sobre a Análise Fílmica:
. Análise, resposta a uma demanda de diferentes instituições: exames, concursos, pesquisas; imprensa escrita ou audiovisual; edição, cinema . em geral, produção escrita, mas igualmente objeto de uma produção audiovisual (extras de DVDs...) . definição do contexto, definição do produto final, fundamental para melhor situar a análise, seu enquadramento, permitindo delimitar seus limites, suporte, forma, enfim, sua natureza
esse livro: . orientação acerca dos princípios, instrumentos, condutas . o termo “análise” traz em sua etimologia o sentido de desmontar um todo em suas partes constitutivas . no caso, num segundo momento, o analista reconstrói o objeto-filme a partir do eixo escolhido de sua leitura, de sua análise → duas etapas: 1)descrição, distanciamento a fim de melhor fazer descobrir o filme; 2) interpretação, permite uma certa liberdade fazendo valer a subjetividade do analista, o que não significa um distanciamento total da obra
.obstáculos: de ordem material, de ordem psicológica . obstáculos de ordem material: o texto fílmico não é “citável”, uma descrição exaustiva é impossível: aqui chegamos à questão da necessidade de efetuar o trabalho de decupagem técnica, ou seja, o trabalho de descrição plano a plano da trilha da imagem e da trilha sonora (sistema de signos, caso da literatura bastante distinto; observar a dificuldade natural face a termos provenientes da Semiologia tais como texto, código, a própria noção de signo) . breve observação: 1) a decupagem técnica pode surgir como etapa final do roteiro, constituindo um roteiro técnico, antes da filmagem, nós o veremos na forma de anotações, esquemas da realização de Um Homem com uma Câmera (1929), de Dziga Vertov; 2) a decupagem técnica, e eis aqui o que nos interessa, consiste num recurso da atividade de análise fílmica . obstáculos de ordem psicológica: engano de dados existentes unicamente na memória do espectador (impressões pessoais)
Lendo as Imagens de Cinema (2009) “Lendo as imagens de cinema é, simplesmente, prolongar esse prazer do espetáculo analisando, desvendando, olhando com uma lupa o que acabou de passar a toda velocidade – 24 ou 25 imagens por segundo.”
título – ficha técnica – resumo – em torno do filme – situação da sequência - análise
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Referências Bibliográficas: Aumont Jacques, Marie Michel. (2009). A Análise do Filme, trad. Marcelo Félix, Lisboa: Texto&Grafia. Marie Michel, Jullier Laurent. (2009). Lendo as Imagens de Cinema, trad. Magda Lopes, São Paulo: Senac São Paulo. Vanoye Francis, Goliot-Lété Anne. (1994). Ensaio sobre a Análise Fílmica, trad. Marina Appenzeller, Campinas, SP: Papirus.