Aula Cetoacidose Diabética

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Do endocrinologista pediรกtrico para o pediatra

CETOACIDOSE DIABร TICA

Dra. Sandra R. Geroldo


E AGORA ?

O QUE FAZER ???


DIABETES MELLITUS TIPO 1 

É uma das doenças crônicas mais comuns da infância

A incidência vem aumentando nas últimas décadas, especialmente nas faixas etárias menores

Corresponde a ~ 2/3 dos casos de diabetes em pacientes < 19 anos

Doença auto-imune -> deficiência de insulina resultante da destruição de células beta pancreáticas

Auto – anticorpos : anticorpo anti- ilhota, anti-GAD,antiinsulina, anti-tirosina fosfatase


DIABETES MELLITUS TIPO 1 

Incidência na infância é variável nas regiões do mundo: 0,1 – 65 casos : 100.000 crianças < 15 anos

Prevalência de 500 mil crianças < 15 anos com DM1 no mundo

(Atlas do Diabetes 2013 -IDF) Brasil – 5.000 casos novos/ ano EUA- 13.000casos novos/ ano Índia- 10.900 casos novos / ano 

Idade de manifestação da doença tem distribuição bimodal : pico entre 4 e 6 anos e pico entre 10-14 anos


DIABETES MELLITUS TIPO 1 % células beta

Fator desencadeante ambiental Auto-imunidade celular Auto-anticorpos humorais Perda da 1ª fase da resposta insulinica do TTG EV

Predisposição genética

Lesão das cél. beta pancreaticas

Intolerância à glicose no TTGO “pré-diabetes” Sintomas Diabetes

Evolução da fase pré-clínica do DM1, representado pela quantidade de células beta restantes no pâncreas


CETOACIDOSE DIABÉTICA 

1ª manifestação clínica em 25% dos casos novos de diabetes mellitus tipo 1

Mortalidade : 0,15%-0,3% (está predominantemente relacionada à ocorrência de edema cerebral)

Edema cerebral- ocorre em 0,5 – 2 % dos pacientes com CAD

Edema cerebral – 60 – 90% mortalidade 10 - 25% sequelas


CETOACIDOSE DIABÉTICA Definição 

Distúrbio metabólico ( carboidratos, lipídeos, proteínas) e hidro-eletrolítico.

Resultante da deficiência absoluta ou relativa de insulina associada aos efeitos do aumento dos níveis dos hormônios contra-reguladores ( catecolaminas, glucagon, cortisol e GH).


CETOACIDOSE DIABÉTICA 

A frequência é muito variável entre as regiões geográficas Em casos novos de DM 1:

Europa : 11 a 67%

Austrália : 26% ( entre 1985- 2000)

Nova Zelândia : 42% ( 1995/96)

No momento do diagnóstico , ocorre em 25 % das crianças com DM 2


CETOACIDOSE DIABÉTICA Definição Critérios bioquímicos (ISPAD 2014) 

Hiperglicemia Glicemia > 200 mg/dl (>11mmol/l)

Acidose metabólica pH venoso < 7,30 e / ou bicarbonato < 15 mmol/L

Cetonemia (BOHB > 3 mmol/l) ou cetonúria


CETOACIDOSE DIABÉTICA ATENÇÃO A glicemia pode estar próxima do normal (“CAD euglicêmica”) em : - pacientes diabéticos que fizeram uso de insulina recentemente - grávidas - pacientes alcoolizados - pacientes com baixa ingesta oral e/ou vômitos presentes


CETOACIDOSE DIABÉTICA Classificação

Leve pH < 7,30 bic < 15 mmol/l

Moderada

Grave

pH < 7,20 bic < 10 mmol/l

pH < 7,10 bic < 5 mmol/l


CETOACIDOSE DIABÉTICA Fisiopatologia Deficiência absoluta ou relativa de insulina +  níveis de hormônios contra – reguladores

estado de catabolismo acelerado

hiperglicemia hiperosmolaridade lipólise cetogênese acidose metabólica


Def. absoluta de insulina ou stress, infecção ou aplicação insuficiente de insulina  hormônios contra reguladores  Lipólise

 utilização glicose

 Proteólise  Síntese proteica

 glicogenólise

 ácidos graxos

 substratos gliconeogenicos

 cetogênese

 Gliconeogênese

 Reserva alcalina

Hiperglicemia Glicosúria ( diurese osmótica)

acidose

Perda de água e eletrólitos  Lactato

Desidratação Piora da função renal

Wolfsdorf et al. 2007

hiperosmolaridade


CETOACIDOSE DIABÉTICA Causas:  omissão da aplicação de insulina

transgressão alimentar

estresse infeccioso, cirúrgico, emocional em pacientes com controle glicêmico cronicamente ruim 

pacientes com terapia insulínica por bomba - interrupção inapropriada da bomba de insulina 


CETOACIDOSE DIABÉTICA Fatores de risco 1) Crianças sem diagnóstico prévio DM 1 – maior risco: 

crianças < 2 anos de idade

atraso no diagnóstico

provenientes de famílias de baixo nível sócio-econômico

países com baixa prevalência de DM1


CETOACIDOSE DIABÉTICA 2) Crianças com diagnóstico prévio DM 1 - risco de 1 a 10 % por paciente / ano.

 omissão da aplicação de insulina 

controle metabólico ruim ou episódios prévios de CAD

gastroenterite com vômitos persistentes e inabilidade para manter a hidratação

sexo feminino (pré–púberes e adolescentes)

transtornos psicológicos (inclui transtornos alimentares)

ambiente familiar conturbado / problemas de relacionamento

interrupção inadequada da bomba de insulina


CETOACIDOSE DIABÉTICA

IMPORTANTE  Diagnóstico precoce

Tratamento – cuidados : - hidratação lenta - correção gradual da hiperglicemia e acidose


CETOACIDOSE DIABÉTICA 

Reconhecimento dos sinais e sintomas

Prontidão no atendimento / ambiente hospitalar

Monitorização meticulosa / avaliação médica frequente

Laboratório ágil

Protocolo de tratamento


CETOACIDOSE DIABÉTICA Diagnóstico 

História

Exame físico

Exames laboratoriais


CETOACIDOSE DIABÉTICA Quadro clínico 

poliúria

letargia

polidpsia

desidratação

perda de peso

rubor facial

fraqueza

respiração de Kussmaul

dor abdominal

hálito cetônico

vômitos

distúrbios de consciência

taquidispnéia

coma

confusão mental


CETOACIDOSE DIABÉTICA Diagnóstico diferencial 

intoxicação exógena ( salicilatos, álcool )

infecções SNC / TCE

gastroenterocolite aguda

apendicite aguda

estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH)


CETOACIDOSE DIABÉTICA Exames laboratoriais 

Glicemia

Sumário de urina : glicosúria e cetonúria

Cetonas (dosagem sérica de ß –hidroxibutirato é o método mais direto e confiável do grau de cetoacidemia).

Gasometria venosa ou arterial

Eletrólitos : Na, K, Cl, Ca ,P Na

geralmente é baixo

K pode estar baixo, normal ou elevado pela acidose. Deve ser interpretado em função do pH.


CETOACIDOSE DIABÉTICA Exames laboratoriais 

Hemograma – leucocitose com desvio a esquerda

Osmolaridade sérica – aumentada (hiperglicemia)

Uréia e creatinina

ECG – casos graves e/ou com distúrbios do K

Exames para pesquisa de foco infeccioso


CETOACIDOSE DIABÉTICA Exames laboratoriais Monitorização bioquímica da CAD : Ânion

gap – é o primeiro parâmetro a indicar melhora com o tratamento

Ânion Gap = Na – (Cl + HCO3) Na

(Normal : 12 +- 2 mmol/L)

CAD – geralmente entre 20 – 30 mmol/L

Ânion

GAP > 35 mmol/L – sugere acidose lática concomitante


CETOACIDOSE DIABÉTICA Exames laboratoriais Monitorização bioquímica da CAD : Osmolaridade

sérica efetiva

Osm.sérica efetiva = 2 x Na (mEq/l) + glicemia ( mg/dl)/18 ( Normal : 290+-10 mOsm/kg ) 

Sódio corrigido

Na corrigido = Na(mEq/l) + 2 x [(glicemia (mg/dl)-100 )/100]


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento Objetivos:  Correção da desidratação 

Correção da acidose e cetose

Restauração da glicemia para próximo do normal

Evitar complicações da terapia

Identificar e tratar fatores desencadeantes


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento Admissão : 

Sinais vitais: FC, FR , PA , perfusão periférica

Grau de desidratação

Nível de consciência – escala de coma Glasgow

Presença de respiração acidótica (Kussmaul) e hálito cetônico (odor de frutas) 

Pesquisa de foco infeccioso

Realização de glicemia capilar, glicosúria e cetonúria


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento Indicações de internação em UTI : 

CAD moderada ou grave

Sinais de choque ou instabilidade hemodinâmica

Nível de consciência rebaixado

Alto risco de edema cerebral : longa duração dos sintomas, crianças < 5 anos, altos níveis de uréia, baixos níveis de pCO2, hiperglicemia grave ( > 600 mg/dl ), alterações eletrolíticas graves com alterações no ECG 

Condições inadequadas de tratamento nas unidades de urgência


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento Monitorização: 

Sinais vitais 1/1h

Observação neurológica 1/1h

Hidratação e perdas 1/1h

Dose de insulina administrada

Glicemia capilar 1/1 h

Exames laboratorias 2 - 4h ou mais frequente

Cetonúria 1/1h


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento Princípios básicos : 1- Hidratação 2- Insulinoterapia 3- Correção dos distúrbios eletrolíticos e ácido- básico 4- Tratamento dos fatores desencadeantes 5- Prevenção das complicações do tratamento


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação 

CAD - desidratação hiperosmolar - dificuldade na avaliação da severidade da desidratação

Estimativa de perdas – CAD moderada e grave :

Água : 70 ml/kg ( 30 – 100 ml / kg )

Sódio : 5 - 13 mEq/kg

Potássio : 6 – 7 mEq/kg


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação 

Déficit líquido : 5% - leve a moderada 10% - severa

manter em dieta zero

Via de acesso venoso adequada ( 2 acessos )

Reposição lenta ( 24- 48 h)


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação Expansão inicial 

SF 0,9 % - 10 -20 ml / kg em 1-2 horas Pode ser repetido até melhora da perfusão tecidual

Se sinais de choque:

SF 0,9 % - 20 ml/kg em 20 minutos ( máximo 1000 ml /h) até normalização do estado hemodinâmico. 

Não usar solução colóide


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação Reposição residual ( a partir 2ª hora) 

Cálculo para reposição em 48 horas

Solução isotônica (SF 0,9 % ou Ringer lactato) + reposição de potássio 

Volume

:

1,5 a 2 vezes a necessidade basal diária do soro de manutenção ( regra de Holliday –Segar) ou 1.800 ml-2.000ml/m2/dia + volume de perdas posteriores ( vômitos ou diarreia ), acrescentar 20-30% de volume


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação 

se paciente apresentar poliúria importante (diurese osmótica): 2.500 ml -3.000 ml/m2/dia

As perdas urinárias não devem ser rotineiramente adicionadas ao cálculo do soro de reposição.

Se a concentração sérica de sódio estiver baixa e não aumentar apropriadamente apesar da queda progressiva da glicemia, deverá ser acrescentado sódio ao soro.


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação •

Volume: Peso (kg)

Taxa de infusão (ml/kg/h)

4-9

6

10-19

5

20-39

4

40-59

3,5

60-90

3


CETOACIDOSE DIABÉTICA Hidratação Avaliar queda da glicemia : geralmente

Se

queda da glicemia ~ 50-100mg/dl/h

dx < 250 mg/dl : manter SF0,9 % 150<dx< 250 mg/dl : substituir por SG5% + SF0,9 % (1:1) dx < 150 mg/dl : substituir por SG 5%

Se

houver queda > 100mg/dl/hora -> aumentar concentração de glicose no soro ( 10% , 12,5 % ) para evitar hipoglicemia


CETOACIDOSE DIABÈTICA Hidratação 

Se evolução favorável ( acidose leve – pH > 7,20 ou bic > 10 ) : pode substituir 1/3 volume EV por ingesta oral

Se melhora da acidose, paciente hidratado ,com boa diurese, boa aceitação por via oral => suspender hidratação venosa


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia 

CAD - deficiência de insulina e aumento dos hormônios contrareguladores

Insulina :

- restaurar metabolismo celular - reestabelecer glicemia para próximo do normal - suprimir lipólise e cetogênese 

Iniciar após expansão inicial ( 2ª hora)


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia 

Melhor método: via endovenosa contínua

Preparo da solução : SF0,9 % 500 ml + 50 U insulina regular (0,1U/ml)

Bomba de infusão - lavar equipo com a solução e trocar o frasco a cada 6h

Via subcutânea ou intramuscular – não usar em casos de acidose grave, má perfusão periférica


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia Via endovenosa Não

fazer dose de ataque

Bomba

de infusão : 0,1 U/Kg/hora

Se

queda < 50 mg/dl/h, aumentar velocidade para 0,15U - 0,2 U/kg/h Se

glicemia < 250 mg/dl ou queda da glicemia > 100 mg/dl/h => reduzir velocidade para 0,05 U/kg/h e aumentar concentração de glicose no soro


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia Via endovenosa Não

Se

suspender a insulina até melhora da acidose

pH > 7,30 e/ou bic > 15 :

aplicar

insulina regular 0,1U /Kg SC 30’ antes de suspender infusão e manter dose SC de 4/4h Se

paciente faz uso de análogo de insulina ultra rápida ( lispro, aspart ou glulisina ) , aplicar 0,1U/kg SC , 15’ antes da suspensão da infusão


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia Via intramuscular Se

não houver possibilidade da via endovenosa

Dose

de insulina regular : 0,1 U/Kg IM de 1/1 h ou 0,2 U/kg IM de 2/2h

Se

glicemia < 250 mg/dl e cetonúria/cetonemia presente ->

aplicar 0,1U/kg de 2/2h e aumentar concentração de glicose no soro Se

pH > 7,30 e/ou bic > 15 : aplicar insulina regular 0,2 U/kg SC de 4/4h ou 6/6h


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia Via subcutânea Análogo

de insulina ultra-rápida ( insulina lispro, aspart ,

Utilizar

só após melhora da perfusão tecidual

glulisina )

Dose

de insulina : 0,3 U/Kg SC (ataque) 0,1 U/kg SC de 1/1h

Se

glicemia < 250 mg/dl e cetonúria/cetonemia presente ->

aplicar 0,1U/kg de 2/2h e aumentar concentração de glicose no soro


CETOACIDOSE DIABÉTICA Insulinoterapia ATENÇÃO !!! A normalização da glicemia , geralmente antecede a correção da acidose Manter

insulinoterapia intensiva até correção da acidose (ph> 7,30 e/ou bicarbonato > 15). Se necessário aumentar a concentração da solução glicosada. Taxa

Se

de queda da glicemia entre 50 – 100 mg/dl/ hora

não houver melhora dos parâmetros bioquímicos ( pH, ânion gap , BOHB ) no decorrer do tratamento => reavaliar paciente , preparo da insulina , taxa de infusão etc


CETOACIDOSE DIABÉTICA Eletrólitos Potássio  CAD – déficit importante de K+ : •principalmente •vômitos •perda

intracelular ( devido acidose )

e diarreia

urinária ( diurese osmótica )

Hidratação

e insulinização => correção da acidose => retorno K+ para intracelular Monitorizar

K+ e repor precocemente


CETOACIDOSE DIABÉTICA Eletrólitos Potássio Reposição

de k+ :

após

expansão inicial , se diurese presente e nível sérico ≤ 6,5 mEq/l k

< 4,5 mEq/l: adicionar K 40 mEq /litro ao soro a partir da 2ª hora se diurese presente – 4,5

< k < 6,5 mEq/l : adicionar K 20 mEq/l ao soro a partir da 4ª

hora Velocidade Dosagem

máxima : 0,5 mEq/kg/h

K+ de 4/4h


CETOACIDOSE DIABÉTICA Eletrólitos Potássio A

reposição de K+ pode ser feita com KCL10% , KHPO4 ou acetato de potássio ( na proporção de 2 partes de KCL10% e 1 parte de outro sal ) Velocidade

Dosagem

Se

máxima de infusão: 0,5 mEq/kg/h

K+ de 4/4h

hipocalemia persistir apesar da dose máxima de reposição => reduzir a velocidade de infusão da insulina


CETOACIDOSE DIABÉTICA Eletrólitos Magnésio Se

níveis baixos - adicionar Mg 0,5 mEq /100 kcal no soro de manutenção

Fosfato Reposição 

se P < 1 mEq/L

monitorizar cálcio sérico


CETOACIDOSE DIABÉTICA Reposição de bicarbonato de sódio Reposição de bicarbonato Não

é recomendado o uso rotineiro do bicarbonato.

Pode

causar acidose paradoxal do SNC e a rápida correção da acidose causa hipocalemia Indicação Dose

: pH < 6,9 ou K > 7,0

de HCO3 (mEq)= 1-2 mEq/kg em 1-2 horas

(a solução de HCO3 8,4% deve ser diluída com ABD numa proporção 7:1 ( uma parte de NaHCO3 com seis partes de ABD)


CETOACIDOSE DIABÉTICA Reposição de bicarbonato de sódio Reposição de bicarbonato de sódio Não

deve ser administrado em bolus

Deve-se

manter a admistração de potássio durante a infusão do bicarbonato devido risco de hipocalemia, exceto quando não houver diurese ou no tratamento da hipercalemia Se

pH > 6,9 , suspender a administração de bicarbonato


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento Quando CAD compensada : Insulina

NPH ou análogo de insulina – após estabilização do

quadro

Dose insulina NPH: 0,3 - 0,5 U/ kg/ dia em 2 doses 2/3 manhã (6h) 1/3 à noite (21h)

Diagnóstico prévio DM1 - manter dose NPH já usada ou aumentar 10% 


CETOACIDOSE DIABÉTICA Tratamento 

Insulina regular ou ultra-rápida – antes das refeições conforme glicemia capilar: Crianças < 5 anos

Crianças 5 > anos

< 250 – não aplicar

< 200 – não aplicar

251-350 – 0,1U/kg

201-300 – 0,1U/kg

351-450 – 0,15 U/kg

301-400– 0,15U/kg

> 451 – 0,2 U/kg

> 401 – 0,2 U/kg


CETOACIDOSE DIABÉTICA Complicações 

hipoglicemia : fazer push de glicose 10% ( 2ml/kg ) e aumentar concentração de glicose no soro

hipocalemia

edema cerebral

arritmias cardíacas

edema pulmonar


CETOACIDOSE DIABÉTICA Edema Cerebral 

Pouco frequente

Maior responsável pela mortalidade em crianças – 20%

Alterações neurológicas secundárias ao edema => início súbito e progressão rápida.

Tratamento deve ser precoce


CETOACIDOSE DIABÉTICA Edema Cerebral 

40% pacientes em coma => sem alterações TC crânio iniciais

Monitorização: avaliações clínicas seriadas

Escala Coma de Glasgow


Cetoacidose diabética Edema Cerebral 

Fisiopatologia - várias hipóteses : - mudanças de osmolaridade sérica induzida pelo tratamento - variações pH, glicemia, Na - re-hidratação => osmóis idiogênicos intracelulares no SNC


CETAOACIDOSE DIABÉTICA Edema Cerebral 

Sinais e sintomas :

- Cefaléia - Bradicardia - Aumento da pressão arterial - Reinício do vômitos - Mudanças de status neurológico - Sinais neurológicos específicos: paralisia de n. cranianos, alterações pupilares - Diminição da saturação de O2


CETOACIDOSE DIABÉTICA Edema Cerebral Fatores de risco ( poucos estudos) 

Idade < 5 anos ( pp < 2 anos)

Duração e gravidade dos sintomas antes tratamento

Ausência de aumento sódio durante tratamento

Baixos níveis pCO2

Altos níveis de uréia

Tratamento com bicarbonato


CETOACIDOSE DIABÉTICA Edema Cerebral Tratamento

Iniciar assim que houver suspeita

Redução da taxa de infusão hídrica para 1/3

Elevação cabeceira 30 °

Suporte ventilatório adequado


CETOACIDOSE DIABÉTICA Edema Cerebral 

Manitol : 0,5 – 1 g/ kg EV em 20 minutos. Pode ser repetido após 2 horas se não houver melhora clínica Intubação traqueal - Glasgow < 8

Sonda gástrica aberta

Hiperventilação e uso de corticóide – sem eficácia comprovada em crianças


CETOACIDOSE DIABÉTICA Edema cerebral Prevenção :

Hidratação lenta

Expansão inicial com SF 0,9 %

Avaliação médica frequente


CETOACIDOSE DIABÉTICA Prevenção Crianças previamente hígidas :

rápida detecção sinais e sintomas de diabetes mellitus

programas educativos de saúde pública

Crianças diabéticas :

monitorização glicêmica diária

programas de educação e acompanhamento das crianças e familiares 

equipe multidisciplinar / vistas domiciliares


Obrigada !


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