Revista Bá número 7

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POR

MARIANA BERTOLUCCI

JUNHO/JULHO 2014 - N° 07 - R$ 7,00

ALEXANDRE BORGES Pura simpatia e charme, o ator fala de amor, carreira e Copa do Mundo

HELENA RUSCHEL PY Uma vida dedicada à dança, às viagens e às crianças

CECÍLIA CAPOVILLA Estilo e alegria de volta à cena porto-alegrense

MODA Eden José e todas as mulheres do zodíaco

WILMA ARAÚJO SANTOS A linda história de superação e trabalho da mineira de coração gaúcho


por que publicamos?


porque amamos!

www.tabeditora.com.br


sumário

PRA FRENTE BRASIL Ano de Eleição, Copa do Mundo no Brasil, e não é que esse 2014 taí mesmo, nos atropelando com tanta informação e também a falta dela. A Bá 07 está no clima de “pensamento positivo e gentileza gera gentileza”... De outra forma, fica ainda mais difícil levar uma vida livre, leve e solta, como boa parte das pessoas deseja. É o que nos prega o entrevistado da capa e baita ator, Alexandre Borges. Sempre com um sorriso sapeca no cantinho da boca, Borges, que está em cartaz como Lacerda do longa Getúlio, revela sobre a paixão pelo ofício, pela mulher, a atriz gaúcha Julia Lemmertz e a essência da vida: “Ah, o que me inspira é encontrar gente de energia boa...”, nos conta. Tirou as palavras da nossa língua. Ainda nesta edição um editorial cheio de doçura e simplicidade assinado por Mariana Pesce e com cliques de Eduardo Carneiro e a genuína paixão pela dança e pelas viagens de Helena Ruschel Py. Também conversamos com outras duas aficionadas à vida feliz, Cecília Capovilla abre as portas ainda neste semestre do MiniBar, que tem tudo para virar o novo point de gente bacana igual a ela na João Telles, no coração do Bom Fim. As Patrícias nos contam a história incrível do gato e artesão de bicicletas Hélio Ascari, e Simone Pontes revela na Bá, Que Lugar, por que e como Ana Zita faz dos seus pães e da sua Barbarella, uma gostosa e aconchegante história de amor. E se os personagens dessa cabalística edição número 7 estão no mesmo clima brasileiro de paixão e garra, Wilma Araújo Santos nos emociona com sua trama. Fortes emoções e boa leitura, Mariana Bertolucci

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A PRIORIDADE É SER FELIZ

editorial

Bom humor, charme e sorriso feliz


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Ousadia e deleite nas misturas

Diretoria: Mariana Bertolucci mail: mariana@revistaba.com.br Simone M. Pontes mail:simone@tabeditora.com.br

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Alegria determinada

Artesão de bicicletas

Editora: Mariana Bertolucci

COM ESTILO E PAIXÃO

FELIZ NO TATAME

XAVIER GAMEZ

Projeto e ExecuÇão: TAB Marketing Editorial www.tabeditora.com.br Editora de Moda: Isadora Bertolucci Marketing e Comercial: Denise Dias Tel: (51) 9368.4664 Mail: denise@revistaba.com.br

Empreendedorismo pioneiro

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Cada signo, um estilo

ZODIAKOS

ECLÉTICA COMUNHÃO

GAVETA DA ALEGRIA

Revisão: Renato Deitos

A revista Bá não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos assinados. Elas são de responsabilidade de seus autores. Todos os direitos são reservados.

Deliciosa personalidade

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Colunistas: Ana Mottin André Ghem Claudia Coutinho Claudia Tajes Cristie Boff Danilo Aranha Dulce Helfer Fabiana Fagundes Flavia Mello Henrique Steyer Jaqueline Pegoraro e Carol Zanon Ivan Mattos Lígia Nery Lívia Chaves Barcellos Marcelo Bragagnolo Marco Antonio Campos Orestes de Andrade Jr. Pati Leivas Silvana Porto Corrêa Verônica Bender Lima Vitor Raskin Vitório Gheno

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A PRIORIDADE É SER FELIZ Fotos Ana Stewart

Com quase três décadas de profissão, o ator Alexandre Borges é marido da também atriz Julia Lemmertz, pai de Miguel, e está em cartaz em Getúlio, interpretando Carlos Lacerda, um dos grandes papéis da carreira

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Estaciono o carro no fim de uma ensolarada manhã do outono porto-alegrense e o celular toca: “Oi, Mariana? É o Alexandre”. De um balbuciante: “O-o-o-oiiiiii, Alexandre, tudo bem?”, engato: “Quando tu achas que conseguimos conversar um pouquinho?”. Ele devolve ligeiro: “Pode ser agora?”. Não é que não podia? Não esperava que retornasse a minha ligação tão rápido e não tinha como gravar a entrevista naquele exato momento. Poucas horas depois, durante os 45 minutos do nosso papo por telefone desde o Rio de Janeiro, compreendi por que, mesmo com quase 20 anos de jornalismo, atender assim, inesperadamente, no meio da rua ao telefonema do Alexandre Borges me deixou meio gaga. Não só porque há bons anos ele invade as casas no horário nobre transbordante de bom humor, charme e um sorriso feliz e arrebatador que faz seus personagens irresistivelmente sedutores a um público que vai além do feminino. Descubro, então, por que Alexandre Borges é o genro que toda a mãe quer ter, o amigo gente boa em que todo homem podia se inspirar e o tio engraçado com que toda criança gosta de brincar. O ator, que em

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O ator vive de sonhos e desejos. Tem aquela coisa da ilusão. Você pode fazer um Romeu de 40 anos, um Rei Lear, se você tiver 40 anos também. O sonho não perde a validade. É lógico que tem papéis que não dá mais.

2015 completa três décadas de carreira, é bem o que se imagina dele: simpático, risonho, franco, apaixonado e gentil. Filho único de pais separados, a infância foi pouco convencional para a época, no apartamento da mãe em Santos, no mesmo prédio onde moravam os tios: “Via pouco o meu pai. Curtia ficar em casa, com uns 5, 6 anos, minha mãe ia trabalhar e uma tia ficava meio de olho em mim. Ficava no apartamento, fazia a lição e via muita TV. As novelas e os filmes eram parte da minha vida, até por estar boa parte do tempo sozinho. Essa coisa do ator sempre foi


musical. Eu fazia uns bicos como corretor de imóveis com meus tios em Santos e fui ser ator em São Paulo. Num verão dessa época, de curtição vendia salada de frutas na praia com meus irmãos e a madrasta”. Com o grupo de teatro Boi Voador, dirigido por Ulysses Cruz, foram nove anos. Parece que foi ontem, mas depois de 27 novelas e 22 especiais na televisão, 30 filmes no cinema e 7 peças no teatro, o sorriso e a curiosidade pouco mudaram. Minha última pergunta é se faria algo diferente. Ele me devolve, novamente ligeiro, um “Não”. Em silêncio, só penso que ele tem toda a razão. muito presente. Minha lembrança da infância já sou eu viajando nesse universo do teatro, dos personagens que eu gostava de ver”. Tempo em que o garoto brincalhão já se apaixonava pelas primeiras namoradinhas: “Lembro dessa coisa de paixão desde cedo, já meio gamado nas namoradas”. Em seguida, a convivência com o pai e os irmãos em São Paulo foi aumentando, ele ia às primeiras peças de teatro com as tias e seguia acompanhando as novelas, até decidir mudar para a capital paulista: “A veia artística da turma da minha mãe era mais uma boêmia

Revista Bá – Como foram as primeiras experiências de trabalho? Alexandre Borges – Já tinha feito teatro amador, entradas no palco, super-8, com 9, 10 anos de idade. Com uns 13, fui pela primeira vez uns três meses de férias com meu pai. Ele em cartaz, dirigindo, meus irmãos também fazendo teatro. Voltei para Santos e só pensava em ser ator, queria estar naquele mundo. Aos 19 anos, depois de algumas coisas infantis com o meu pai, fui para São Paulo e fiz parte nove anos do grupo de teatro

Boi Voador. Tirei o DRT e me profissionalizei. Em 2015, serão 30 aninhos de estrada profissional. Bá – Como conheceu Julia? Alexandre – Fui convidado para fazer um filme no Rio em 1990, e a Julia era uma das atrizes. Fizemos uma leitura e ficamos amigos. Nos encontrávamos de vez em quando nos festivais de teatro. Até na Europa nos cruzamos. Era amizade mesmo, nos curtíamos e nos admirávamos. Até que em 1993, ensaiando Hamlet com Zé Celso, uma atriz teve de sair. Nos lembramos da Julia, que, por coincidência, foi ver um ensaio a meu convite. O Zé ligou para ela e ela entrou no grupo. Começamos a namorar um pouco depois. Bá – Como driblam o ciúmes em função da profissão? Alexandre – Ciúme? Fica complicado. Viemos de famílias que trabalham com arte, no teatro. O jeito como encaramos e resolvemos ser atores é um pouco parecido. Cada um com sua trajetória, mas é um sonho muito antigo para nós. Temos muito pela frente, e para atuar você necessita elaborar, crescer, e vai

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ficando mais difícil. Você fica mais cansado. Sem tanta disposição para fazer. Tem muito para chegar naquele papel até atuar. Um marido ou uma mulher pegando no pé só atrapalha. Procuro sempre dar ênfase à beleza da cena ou achar normal um assédio, uma foto, uma carta, flores. Nossa vida é assim, viagens, ausências. Acho que, quanto menos cobrança, melhor. Bá – A Julia tem algo bem gaúcho? Alexandre – Ela é colorada e vai ao jogo do Internacional. Eu já acho isso bem gaúcha. Uma mulher pegar um avião, sair do Rio e ir para a Bolívia para ver o Internacional jogar. Só gaúcha, né? Bá – Já interpretou teu grande papel? É sempre o do momento ou virá? Alexandre – Olha, o Lacerda, por exemplo, é uma personagem que eu sempre quis fazer. Já há uns oito, nove anos que eu penso que era possível chegar em uma composição bem próxima. Eu me impressionava com o local, quando vinha ao Rio, pelos anos 80 – na escola sempre alguém destacava uma semelhança

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física. Passava pela Tonelero, no prédio onde foi o atentado (e onde filmaram essa cena de Getúlio) e ficava olhando a calçada e pensando: “Caramba, foi aqui que o Carlos Lacerda levou um tiro, e daí o estopim para o presidente cometer o suicídio”. Quando pintou o filme, foi incrível. Principalmente por aquela coisa do cinema, de eternizar. É um filme muito importante. Tony Ramos interpretando Getúlio de uma forma magistral. Um filme enxuto, falando sobre o atentado e o suicídio de Getúlio, esses 15 dias, 19, sei lá. O ator vive de sonhos e desejos. Tem aquela coisa da ilusão. Você pode fazer um Romeu de 40 anos e um Rei Lear, se você tiver 40 anos também. O sonho não perde a validade. É lógico que tem papéis que não dá mais. É uma mistura do que o acaso vai trazer, qual personagem vai me escolher. A criatividade, você tem ou não tem. Você pode trabalhar para ter. Mas uma coisa é você decorar um texto, falar com naturalidade e atuar, outra é ser criativo. Algo que demanda trabalho, exercício, concentração, liberdade e disposição. Também enfrentar os humores que isso

te traz. Se isolar. Perder espaço da vida pessoal. Não tenho ansiedade de fazer um vilão, querer fazer isso ou aquilo. Deixo acontecer. Bá – Qual a parte mais prazerosa de ser ator? Alexandre – É uma mistura de alegria e dor, sofrimento e prazer. Com certeza é o que dá mais tesão. O que mais faz você vibrar. Você estar consciente do que tem de fazer e, ao mesmo tempo, também estar inconsciente, deixando a coisa fluir. Estar preparado tecnicamente bem, e aí você ir dando vida, achando as coisas, achando as pausas. É uma maravilha. Realizar concretamente a fantasia, colocando em prática, ali na frente de todo mundo. As pessoas julgam o ator, que ele é temperamental, esquisito. Não é uma questão de concessão ou de ser especial. É necessário uma concentração grande para você perceber se aquilo que você com sua equipe está realizando vai ser entendido. Se a sensibilidade e a adrenalina do que você está idealizando e realizando vai ser entendido também, né? Tem isso, não é só você pensar que fez uma cena maravilhosa, e na hora ninguém entende

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nada. Não fazemos para nós, somos só um laboratório. Uma usina de testes e experimentos. Doação e de você se expor ao ridículo. Às vezes, fazer papel de bobo, errar e dali sair algo bom. É assim. Qualquer profissão tem as suas particularidades também. A própria delícia da coisa são as coisas a mais para se vencer, que vêm misturadas. Bá – O que faz mais a tua cabeça, teatro, cinema ou televisão? Alexandre – Ouvi uma frase da Fernanda Montenegro legal. Ela disse: “Eu faço teatro no cinema e na TV”. Foi meu começo e por um bom tempo, mas sem essa de ter que começar pelo teatro. Entender o que

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é você criar uma personagem, tirar do papel uma personagem. Tirar do invisível e deixar visível. Isso é igual em tudo. No cinema, no teatro, na TV tem o processo de criação. No teatro nunca vai ter externa, nunca será a mesma coisa do que filmar no prédio onde realmente o Lacerda tomou o tiro, e isso é único. Por outro lado, teatro fascina porque às vezes não precisa de nada, só do ator. Bá – Tem alguma mandinga que você faz antes de entrar em cena? Alexandre – Minha mandinga é essa coisa solene do local de trabalho. Isso é muito importante. Quanto você lida com criação, depende do grau de con-

centração de cada um e da personalidade de cada um. Quando saio de casa e vou para o Projac, já estou concentrando. Faço um exercício no táxi ou leio o texto. Vou pensando como vou fazer, entro e falo com todo mundo. Dou bom dia, boa tarde, boa noite, paro para um café. Vou pondo a roupa, entrando naquele universo, vendo o cenário, me transporto para aquele lugar. Concentro, penso em alguma homenagem à lembrança de alguém. Tudo vai valendo. É o dia a dia mesmo. Não tem nada muito especial. Bá – Tem alguma maneira particular de entrar nas personagens? Alexandre – Por tempera-


mento, como os jornalistas também são, sou curioso. Vejo os fatos acontecendo e tiro algo mais, além do simples fato. A situação específica profissional de uma personagem, por exemplo, o que sente um jornalista cobrindo uma guerra, quais os perrengues, a história de um pintor. No dia a dia, sou muito atento às coisas. Quando ganhamos um personagem, ganhamos um foco em relação a isso. Se vou interpretar um bombeiro, fico atento a tudo relaciona-

Para atuar você necessita elaborar, crescer, e vai ficando mais difícil. Você fica mais cansado. Sem tanta disposição para fazer. Tem muito para chegar naquele papel até atuar. Um marido ou uma mulher pegando no pé só atrapalha.

do a bombeiro. A rotina, um caso heroico, o figurino. E tem as características específicas do personagem, que a produção vai te trazendo. É como levantar um muro, cimento, tijolo, outro tijolo. Bá – Que personagem te marcou mais com o público? Alexandre – Ah, o Cadinho é imbatível. Outro imbatível antes dele foi o Danilo, 12 anos depois um do outro. Legal isso. Fico feliz porque dá uma renovada.

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Bá – Algum te tirou energia em especial e te desgastou? Alexandre – Fiz um alcoólatra em Celebridade, uma novela do Gilberto Braga. Ele tinha um filho que tirava ele da sarjeta. Muita gente com o mesmo problema veio falar comigo. Aquela coisa toda. Foi dramático e eu fiquei bem cansado. Bá – O que te inspira e te deixa feliz? Alexandre – O que mais inspira é, ao longo do dia, cruzar com pessoas legais, bem-humoradas. Que te falam coisas boas, algo que você nem está esperando, que te descontraia, conte uma piada, que te deixe mais leve. Isso me inspira. E tem aquelas pessoas que acabam com o nosso dia. Bá – O que gosta de fazer nas horas de lazer? Alexandre – Pegar uma praia, nadar no mar, lutar caratê, já treinei bastante, hoje menos. Gosto de malhar na academia, onde encontro os amigos e bato papo, dou risada e falo besteira. Ir ao cinema, jantar, viajar com a minha mulher e meu filho. Bá – O que ser pai do Miguel te ensinou? Alexandre – A ser mais bem-humorado. Bá – Defina Alexandre Borges? Alexandre – Ahhh, sou um curioso. Como te disse, de alguma maneira tive uma infância muito sonhadora. Sempre tive que me virar um pouco, encarar as dificuldades. Minha curiosidade me levou a São Paulo, a viajar, a querer ser ator, conhecer as coisas, ir aos festivais. A querer ser um bom ator, aproveitar oportunidades e aprender. Me sinto um cara vivo e curioso. Bá – Medos? Alexandre – Os normais, das tragédias, o que faz a gente ficar mais atento no mundo de hoje. Bá – Planos para este ano? Alexandre – Quando acabarem as novelas, por agosto, uma lua de mel com a Julia. Pelos menos uns 20 dias. Para descansar e namorar. Bá – Uma qualidade que admira na Julia? Alexandre – Admiro muito na Julia a inteligência, emocional, cultural. Ela foi muito bem preparada. Teve uma criação rígida e consegue ser madura e ao mesmo tempo jovial. Sabe se preservar numa delicadeza e encara as coisas de uma maneira tranquila. Eu aprendo muito com ela nesse sentido também.

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Bá – Que valores vocês enfatizam para educar Miguel, com 14 anos? Alexandre – É um conjunto. O dia a dia. Um pouco sacar como éramos também na idade dele. Não quero transformar meu filho numa pessoa infalível, que pula etapas, que não tem direito de errar, acertar e errar de novo. Quero que ele aprenda com os erros. Procuro não tolher as iniciativas dele. Não que a gente não vá dar a rede de proteção da experiência. Bá – Existe algum receio de estar perto dos 50? Alexandre – Você vai sacando é se realmente o que você está fazendo e no que está gastando seu tempo é aquilo que você quer fazer mesmo. Porque a vida que tá passando e o recomeço de algo já não é o mesmo

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recomeço dos 25 anos. Com 50 anos, prioriza-se ser feliz, você fica mais honesto com você mesmo. Bá – O que você acha da mistura de tensão e euforia com a Copa do Brasil? Houve manifestações e muitas obras ainda não estão prontas... Alexandre – Sinceramente, acho que misturam muito as coisas. Não é uma critica à sua pergunta. Mas são muitos pontos diferentes. Por exemplo, no auge das manifestações, o Brasil foi Campeão da Copa das Confederações, o Maracanã lotou, todo mundo vibrou. A coisa aconteceu e todo mundo fez festa. Uma coisa não invalidou a outra. As manifestações começaram com um grupo de jovens e estudantes que levou porrada da polícia e

parou no Jornal Nacional. A população viu aquele jovem como se fosse seu filho tomando borrachada, e a população se revoltou diante de uma força despreparada em cima dos jovens. Foi gasolina no fogo que explodiu num processo em que tudo veio à tona. Independente de Copa do Mundo, é uma vergonha. Agora, não adianta ficar contra a Copa. Está acontecendo, gringo vai tomar caipirinha aqui, vai ver seu time jogar e é isso aí. Vai encher de polícia na rua e vai ser ótimo, se o Brasil ganhar vai ser melhor ainda. Tomara que acabem logo as obras. E que a gente ganhe para ter alto-astral e não os gringos aqui comemorando na nossa cara. São coisas separadas. Temos que ficar atentos aos protestos. MB


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Bá, que delícia

Foto Raul Krebs

XAVIER GAMEZ


Curioso e exigente, Xavier Ga amez oussa e deleita com su uas misturas sin ngulares como as versões para a Copa de camarão, polvo da Galícia e bacalhau rosa. Ele defende voraz e apaixonadamente a independência catalã, teoriza sobre o paladar do brasileiro e apaga incêndios comuns a qualquer empresário que investe no próprio negócio. O catalão (e eu que arriscasse não apresentá -lo como tal) Xavier Gamez é metódico e exato com tempos e medidas dos ingredientes de seu banquete para seleta clientela do Xavier 260. São no máximo 32 pessoas por noite, de terças a sábados, mediante reserva. Ele trocou a sólida carreira de engenheiro químico e executivo em multinacionais pela de chef de cozinha. Sempre na indústria farmacêutica e com pesquisa científica na área de gerência de produção. Ramo que o trouxe para a capital gaúcha onde atuou os últimos cinco anos. Na Catalunha estão as duas filhas, com 7 e 10 anos, e a origem de sua inspiração, que aqui tomou ares profissionais: “Era um hobby a que me dedicava com muito prazer”. Com dois anos de Brasil, cedeu aos encantos da reumatologista gaúcha Tamara

Mucenic, motivo pelo qual em 2011 declinou da proposta de voltar à Espanha: “Estava apaixonado, não queria voltar, decidi sair da empresa. Tinha duas opções, a experiência na minha área ou a cozinha. Uma coisa é fazer por lazer, outra é se dedicar. O pensamento foca”. O relax do catalão virou profissão há dois anos, quando abriu as portas do restaurante, inicialmente só aos sábados com reservas e em eventos corporativos. A experiência gastronômica ainda pouco comum por aqui, a cada 15 dias o cardápio muda, da entrada à sobremesa. São 22 menus degustação que já são queridinhos de executivos brasileiros e de estrangeiros, fruto de excelentes avaliações em publicações nacionais e internacionais. Parte significativa de seu público não é local, o que não esmorece o projeto culinário: “É o primeiro restaurante essencialmente catalão do Brasil. Na Catalunha são mil anos de educação em gastronomia, formando e educando um paladar

autêntico. Quero fomentar o polo gastronômico que a cidade não tem. Um restaurante mundial, que pretendo começar agora na Copa”, adianta, já com reservas para clientes de Honduras, França, Argentina e Holanda. Se à tarde, na entrevista, conheci um Xavier intenso e racional com as perspectivas de mercado, na mesma noite, quem me recebeu para o jantar foi um sereno anfitrião cheio de prazer com sua criação. Deliciando-me com ceviche de bacalhau e lula, compreendi um pouco da sua obsessão por insumos frescos nos quatro cantos do estado. Garoupa, marisco branco, corvinas douradas, codornas, cordeiros orgânicos... Material de primeira ordem, gastronomia de raiz, de vanguarda, com toque brasileiro. Com o cafezinho, um teste de bombom de pinhão com goiabada. E o que encanta o chef catalão por aqui? “Vocês são entusiastas, empolgados, é gratificante sentir que a pessoa ficou feliz comendo.” Não é para menos, chef Xavier. MB


AnaMariano

A ECONOMIA DO AMOR Considerar o casamento um investimento econômico vai contra a minha metade romântica, mas já vi demais neste mundo para negar que amor e dinheiro moram na mesma casa. Antes, era complicado tratar disso. Hoje, junto com outros fantasmas, o assunto já saiu do armário: os pactos antenupciais são cada vez mais comuns, conversa-se abertamente e com antecedência sobre quem terá direito a que em caso de separação, quem paga o que dentro de casa, quem faz o que nas tarefas diárias. Ou seja, o casamento rendeu-se à realidade. Compará-lo a uma pequena empresa – pessoas que se unem com objetivos comuns – não é novidade. Antes da regulamentação das uniões estáveis, os tribunais aplicavam a essas uniões, quanto à divisão de bens, normas de direito comercial. Um meio inteligente de se fazer justiça. Dentro dessa linha de pensamento, o livro Spousonomics, de Paula Szuchman e Jenny Anderson, lançado há algum tempo e relançado com o nome mais simpático de It’s Not You, It’s the Dishes, algo como O problema não é você, é quem vai lavar a louça, ensina a utilizar teorias e regras simples da economia para resolver problemas amorosos no cotidiano de um casal. A lei da oferta e procura, por exemplo, é aplicada à vida sexual. “Quando o custo do sexo se torna muito alto (em relação a tempo e energia gastos), você vai optar por uma noite de televisão e biscoitos”, dizem as autoras. Ou seja, para que não se transforme em produto caro e, portanto, raro, a receita é ajustar o custo do sexo àquele que se pode pagar. Mais naturalidade e menos jantares à luz de velas. Quanto às “bolhas” (essas que acontecem quando as coisas sobem muito além do seu valor verdadeiro), as autoras recomendam não deixar que o romantismo e o sonho de perfeição levem o casal a alturas em que não se

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sustentem. O tombo pode ser grande. Já o excesso de confiança, o não preparar-se para o pior, causa comum da queda de CEOs de grandes empresas, também deve ser considerado. Um novo emprego em tempo integral (ainda que melhor pago), o nascimento de um filho precisam ser vistos realisticamente, sob pena de não encontrarem os casais preparados para a parte ruim: estresse, noites maldormidas e menos tempo e disposição para o sexo. Juro que minha metade romântica, meus boleros (não riam, bolero é vida, já dizia uma personagem de García Márquez), meus buquês de margaridas estão preservados. A minha outra metade, a prática, acha inteligente a ideia de aplicar teorias econômicas simples e de bom senso para minimizar conflitos e maximizar retornos nesse grande investimento não econômico que é o casamento.


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A INTELIGÊNCIA DO LUXO Por Simone M. Pontes Foto Michely Karoly

Nascido em São Gonçalo, o carioca Carlos Ferreirinha é formado em administração. Trabalhou em várias empresas antes ingressar no grupo LVMH com a responsabilidade de desenvolver a marca Louis Vuitton no Brasil, na América Latina e no Caribe, até se tornar o mais jovem presidente da marca em nosso país. Há 12 anos, ele montou sua própria empresa, a MCF Consultoria, focada na gestão do luxo como vantagem competitiva de inteligência. E afirma: “A questão do luxo nada mais é que a manifestação do desejo”. 22 |


“O Brasil precisa tomar uma decisão.”

O que é o luxo para você? O que sempre foi. Marcas que por meio de seus produtos e serviços alcançam o patamar do extraordinário e do único. Empresas que conseguem produzir o exclusivo que sempre vem recheado de histórias, de matérias-primas e mão de obra diferenciada. Que oferecem experiências de consumo incomparáveis e com fortes conexões emocionais. Como você vê o luxo no Brasil hoje? Estamos em plena expansão, apresentando verdadeiras possibilidades de crescimento e de negócios tanto para marcas internacionais como para marcas nacionais. O brasileiro está passando por importantes mudanças no seu patamar de consumo, de sofisticação, e com expectativas de qualidade mais elevadas. O que muda no mercado brasileiro após a chegada das grandes marcas internacionais? Seremos foçados positivamente a equiparar nossos produtos. As marcas brasileiras terão de investir mais em qualidade, em treinamento e nos seus ambientes de serviços. Você acredita que estamos preparados para isso? Não. Mas também acho que nunca se está preparado para mudanças. É algo que se vai absorvendo. Não temos muita alternativa, teremos que crescer ao longo do caminho. Você mudaria algo no mercado brasileiro? O Brasil precisa tomar uma decisão sobre suas políticas públicas. Um país continental com um povo tão entusiasmado e motivado continua esbarrando nessa falta de infraestrutura e em uma carga tributária penosa e injusta. O Brasil tem de sair da adolescência e ir para sua juventude.

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ALMA EM FESTA Foto Isadora Bertolucci

Aos 3 anos de idade, Cecília Capovilla já causava na escolinha e em casa. Festa de Boneca, Chá da Tarde, teatro, circo, dublagens eram rotina na casa dos Capovilla. Eloisa é professora de história, Genito, representante comercial. Ambos sempre trabalharam muito e são pais de Cecília e Júlia: “Chegava uma amiga da mãe, eu colocava o sapato de salto da visita e fazia a pessoa me ver dançar todo um disco, lados A e B”. Recorda também o meio ano em que morou com os avós em Novo Hamburgo, em frente a um campo de futebol: “Nunca fui guria de apartamento. Minha família é italiana, gritaria, comilança, e todos juntos”. Uma foto dela ganhando uma medalha da turma que escolhia a melhor coleguinha resume bem a personalidade marcante e cheia de estilo: “Chamaram a mãe, porque mandavam a turma dormir, por exemplo, e eu dizia para a galera bater pé. E batíamos”. Comunicativa, de amizade fácil e alma em festa, Cecília assumiu aos 18, de 1995 a 2000, o Elo Perdido, festa clássica porto-alegrense que embalou uma geração para lá de especial, que não por acaso é a sua. O Elo virou festa itinerante e atrai essa mesma turma. Cecília volta à cena da cidade com QG fixo em breve na João Telles ao lado dos sócios Duda Etchepare e Cláudio Mattos: “Bom Fim novamente, que eu amo. Estou bem feliz”. Certo que a galera vai bater pé por lá junto com ela. MB

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Qual foi sua primeira decepção? Afff, não lembro! São tantas. A vida é feita de decepções, mas que é boa é, né? Sem mágoas. Por que o Elo se tornou ícone de uma geração? Do que sente falta na hora da diversão? Sem internet e celular, nos achávamos em função de música e estilo. Era mais charmoso. Hoje se abre um bar e uma conta no Facebook. Difícil manter um lugar meio secreto. Sinto falta do escondido, do privado. Se tinha festa, eu passava a tarde ligando para os amigos e clientes do Elo convidando. As pessoas curtiam, se sentiam lembradas. Sinto falta de lugares com alma! Não bonitinho, lugar que sabe para que veio e acredita na sua ideia. O Elo foi um ícone porque sempre teve alma. Como é o novo projeto na João Telles? Há horas penso em abrir um bar, e surgiu esse lugar. Bem pequeno, vai se chamar MiniBar. Eu e meus dois sócios temos vários planos. Abrir de dia, à noite, telentrega de bike para o bairro, cuidado com o som, a luz, preço justo, bom atendimento, limpeza, ranguinho honesto e ceva gelada. Confio muito nisso... mas com alma! Sabendo para que veio. Quem é Cecília e o que ela deseja da vida? Ando cada vez mais Cecília. Desejo da vida uma vida leve e boa como ela tem sido para mim. Com saúde, amor e amigos verdadeiros. Já fez alguma loucura por amor? Vishhh, e quem nunca? Qual seu grande sonho? Tantos. Viver num mundo mais justo, por exemplo, adotar uma criança, uma casa em Santa… São alguns…Tenho uma lista boa, não consigo pensar em um só, são vários.

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objetosedesejos

HenriqueSteyer

O QUE ROLOU NA SEMANA DE DESIGN DE MILÃO

Anualmente, ocorre em Milão, no mês de abril, a mais importante semana de design do planeta. Nesse período, todos os especialistas no assunto voltam seus olhos para aquilo que está sendo exibido na capital do design.

Grandes indústrias, pequenos fabricantes e jovens criativos disputam um espaço ao sol para apresentar suas criações para os milhares de curiosos que circulam por lá. Se muito daquilo que é apresentado como novidade já não enche mais meus olhos, outras peças desenhadas há dezenas de anos ainda me encantam como um amor à primeira vista. Do pouco que eu pude ver em meio ao muito que existia por lá, apresento aqui o que achei de mais relevante e inusitado.

Shiva Flower Vase p por Ettore Sottsass Jr. Um vaso em formato fálico desenhado em 1973 mostra que ousadia realmente era o must h have nos anos 70.

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Mindstream Cabinets por Diesel Living with Moroso Características como arrojo, rebeldia e irreverência presentes no DNA da grife de jeans Diesel são transmitidas para o mobiliário com o primor técnico da indústria italiana.

Xai por Salvador Dalí para BD Barcelona Design Com a chancela da Fundação Gala Salvador Dalí, a grife de móveis BD Barcelona lançou uma edição limitada de vinte mesas feitas com cordeiros brancos, e uma única mesa com cordeiro preto. As peças são inspiradas em cordeiros que eram representados nas pinturas de Dalí. Sim, as mesas são feitas com técnica de taxidermia e utilizam animais de verdade. A empresa afirma e certifica que as peles de ovinos utilizados vêm de um matadouro que é um fornecedor de carne, e que nenhum sacrifício de animais foi cometido. Será que existe mercado para isso? Além de ser uma peça controversa e polêmica, o preço pode atingir cerca de 72 mil Euros cada.

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Bánoesporte

CláudiaCoutinho

FELIZ NO TATAME Foto Comunicação Sogipa

Recuperada de uma dupla cirurgia, que a deixou longe dos tatames por quatro meses, a judoca gaúcha Mayra Aguiar constrói sua rotina focada na Olimpíada do Rio.

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Cabelos desgrenhados, esparadrapos nos dedos e cara de pouquíssimos amigos. Assim é Mayra Aguiar no tatame. E, cá entre nós, nem poderia ser diferente. Desde muito cedo, quando deixou de brincar de judô para encarar a arte marcial fundada por Jigoro Kano como esporte de alto rendimento, seu foco passou a ser o pódio. De preferência, o degrau número 1. Longe do dojô, no entanto, a jovem gaúcha cativa com seu sorriso, olhos atentos e histórias que recheiam a trajetória que a coloca entre as favoritas de qualquer competição internacional de judô na categoria meio pesado (até 78 quilos). A filha caçula de dona Leila e de seu Júlio estava na escolinha infantil quando começou a dançar balê e a fazer judô. Nem tinha comparação. Aquela história de disputar contra alguém era apaixonante. “Eu sempre fui muito competitiva”, justifica Mayra, que também passeou por outros esportes, como natação e ginástica artística, antes de optar definitivamente pelo tatame. Aos 11 anos, foi parar na Sogipa, onde o olho experiente do técnico Antônio Carlos Pereira, o Kiko, percebeu que, além do porte, aquela garotinha era dona

de uma gana enorme por vitórias. “Eu lutava de igual para igual com os mais velhos. Podia até perder. Mas a cabeça era sempre de quem queria ganhar”, recorda a atleta. Em pouco tempo, foi convocada para a seleção brasileira júnior. Aos 14 anos, estreava na representação adulta. “O pessoal me adotou”, brinca. Ela era uma adolescente viajando com um pessoal mais velho e mais experiente. “Meus pais sabiam que a única maneira que eu tinha para chegar onde queria chegar era assim. Eles confiaram naqueles que me levaram para eu perseguir o meu sonho”, recorda. Nem mesmo as quatro cirurgias por que passou fizeram com que Mayra se arrependesse da escolha pelo judô. A última, realizada em dezembro de 2013, foi uma cirurgia dupla – nos ligamentos do joelho direito e no cotovelo esquerdo. Ficou afastada do dojô por quatro meses. Só não foi tão ruim porque, quando operou o ligamento cruzado do joelho direito em 2009, parou por seis meses. Então, de alguma forma, já estava preparada para deixar sua rotina de treinos e campeonatos. Nessa cirurgia, porém, Mayra se posicionou

diferente. Não faria de conta que estava de férias. Manteve seu foco no judô durante todo o período de recuperação e aproveitou para se dedicar aos estudos do curso que realiza na Faculdade de Educação Física da Sogipa. “Fiquei dois meses sem fazer nada, só a fisioterapia. No terceiro mês, voltei ao treinamento físico. Daí, já deu para me animar. Aos poucos, voltei à minha realidade”, conta. “Mas nada se compara a vestir o quimono e entrar no tatame”, assegura a atleta, que completa 24 anos no dia 3 de agosto. O cuidado com a alimentação também faz parte da rotina da judoca. Antes, ela mesma reconhece, comia “muita besteira” e se via obrigada a fazer dietas antes da disputa para ficar no peso exigido. Isso pesou na hora de decidir pela mudança da categoria de até 70 quilos para a de até 78 quilos. “Se eu não trocasse, talvez já tivesse largado o judô, porque essa história me estressava muito”, revela. É claro que aumentar oito quilos não significou se liberar para as guloseimas calóricas. Aprendeu a ter uma alimentação correta, que a mantém pouco acima dos 78 quilos, para perder o pouco necessário na hora

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da pesagem. “No judô, a gente tem que levantar a adversária, tem que puxar o corpo dela. Um quilo faz diferença”, observa. Longe dos tatames, Mayra cuida de sua vaidade. Aquele arranhão que ficou como marca de um treino ou de uma luta é escondido sob a maquiagem. Na hora de vestir, não segue um estilo. “Sou eclética”, diz. A escolha depende do dia, de como se sente. Com seu 1,78m de altura, ora leva com segurança um vestido curto de paetês em um evento social, ora veste a camiseta com as marcas de seus patrocinadores nas entrevistas aos jornalistas.

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Durante as viagens, já sabe, se for para competições, o roteiro será do hotel para o ginásio e vice-versa. Mas, em período de treinamento, sempre dá para conhecer um lugar diferente. A dica é pesquisar na internet para não perder tempo no momento de folga e aproveitar o passeio. Mayra adora Paris e gosta também do Japão e da cultura do país asiático. Aliás, ela, que já estuda inglês, tem planos de aprender francês e, mais adiante, japonês. Dona da medalha olímpica de bronze nos Jogos de Londres, em 2012, de três medalhas no Mundial Sê-

nior e de quatro medalhas no Mundial Júnior, além de outras tantas em diferentes torneios, o objetivo agora é a Olimpíada do Rio, em 2016. “Tem muita coisa para acontecer até lá”, diz. A meta? Não tem escolha, é o ouro. Sua primeira olimpíada foi em Pequim, em 2008. Depois veio o bronze, em Londres. “Agora eu quero mais. Agora é o ouro”, afirma. Seria um sonho. Por isso, a rotina é seguir treinando e competindo, com os cabelos desarrumados e o rosto a transparecer que só o golpe perfeito interessa. Mayra, que venham muitos ippons!


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arte arte

IvanMattos jornalista

ZÉ ADÃO BARBOSA: A ARTE DE SE REINVENTAR Fotos Dulce Helfer

Aos 56 anos, reinvenção parece ser a palavra mais utilizada pelo múltiplo ator Zé Adão Barbosa, um verdadeiro demiurgo. Na filosofia, demiurgo é o nome pelo qual os platônicos designavam o deus criador. Criador de alguma obra extraordinária. Assim é Zé Adão. Aquele que criou para si uma vida extraordinária. Difícil imaginá-lo em uma profissão diferente da que abraçou. Se bem que até como office boy ele já trabalhou. Mas nada seria capaz de reter seu dinamismo, sua capacidade de criação. Seu ímpeto. E não

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foram poucos os percalços em sua trajetória de mais de 30 anos no mundo do teatro, cinema e televisão. Nada que o abalasse. Se fosse demitido de um espetáculo, levantava, sacudia a poeira e dava a volta por cima. Foi assim quando Luciano Alabarse o demitiu do papel-título do espetáculo musical Doce Vampiro, uma criação coletiva do Grupo Descascando o Abacaxi, escrita por Carlos Carvalho. Saiu dali para reaparecer em pouco tempo no papel de um professor psicopata em A Lição, de Eugène Ionesco, com

o qual arrebatou a crítica e o público em uma criação impecável ao lado da atriz Ciça Reckziegel. Em seguida, uma avalanche de convites e trabalhos garantiu um prestígio que nunca mais foi abalado. Quando Humberto Vieira lhe confiou o papel de Charles Bukowski, em Memory Motel, abocanhou seu primeiro Troféu Açorianos de melhor ator, em 1988. Inquieto, diversificou suas atividades artísticas em direções memoráveis de espetáculos como A Gata Borralheira, O Despertar da Primavera, Romeu e Julieta, Love Hurts


Sensível e generoso, Zé Adão Barbosa é um verdadeiro demiurgo.

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e Escola de Sereias. Sua paixão pela música o fez se aventurar pela montagem de A Arca se Noé, baseado em músicas de Vinicius de Moraes, e ainda na direção do show Nenhum de Nós Acústico. Louco por Elis Regina, pertencia ao grupo que inundou a cidade nos anos 1980 com as pichações Elis Vive! O cinema não demorou a fazer parte de seu currículo. Desde que participou do célebre curta O Dia em que Dorival Encarou a Guarda, de Jorge Furtado, tornou-se um ator fetiche do premiado diretor. Atuou em Passageiros, O Pulso, Felicidade é..., Noite de São João e, mais recentemente, em O Tempo e o Vento, onde viveu o Padre Lara em uma de suas criações mais aplaudidas, ao lado de Thiago Lacerda. Em sua meteórica passagem pela televisão, na novela Laços de Família, de Manoel Carlos, na Rede Globo, protagonizou uma

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das histórias mais hilárias e inacreditáveis de sua carreira. Que outro ator, convidado pessoalmente pelo autor Manoel Carlos, literalmente fugiria das gravações da novela sem avisar ninguém e só seria descoberto quando estava dentro de um táxi rumo ao aeroporto de volta a Porto Alegre? Morrendo de rir, confessa que aquele não era seu mundo. Talvez por sentir falta da poeira do tablado do teatro e das aulas de sua escola de formação de atores, Zé Adão tenha abandonado no meio o trabalho e retornado a Porto Alegre para nunca mais voltar. A Casa de Teatro, na Rua Garibaldi, e o seu apartamento (vizinho ao teatro), onde reside com os cães Lupe e Quincas Borba, os gatos Paulinho Barbosa, Willy Coelho e Mokey, e o parceiro Daniel, são os espaços mais frequentados pelo ator, diretor, professor, cantor, locutor, figurinista e cenógrafo da maioria

de seus espetáculos. Seu mais recente trabalho em cena foi no solo Coração Rendezvous, onde remexeu em seus baús de memórias incentivado pela diretora Patricia Fagundes, no qual fez um profundo mergulho em sua própria vida lançando mão de textos de Fernando Pessoa, um de seus autores recorrentes. Reconciliados, o diretor Luciano Alabarse se refere assim ao amigo: “Zé é um dínamo, uma alegria efervescente, um motor contínuo sempre em ação. Tenho um orgulho enorme de ser seu amigo, de conhecê-lo desde o início, amigos da vida inteira, parceiros de teatro em inúmeros trabalhos compartidos, sempre com respeito e confiança. Talentoso, divertido, responsável, adoro o gênio do meu amigo querido, que oscila da ternura mais evidente à fúria mais incontida, como devem ser os artistas sensíveis e generosos. E ele é tudo isso, e muito mais”, dispara.


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CristieBoff

designer e artista plástica

Cildo Meireles em Milão Pode ser visitada até o dia 20 de julho a mostra do carioca Cildo Meireles no Hangar Bicocca, em Milão. A retrospectiva tem instalações realizadas pelo artista entre 1969 e 2013. Algumas com grandes dimensões e que envolvem quase todos os sentidos, não só a visão, mas também o paladar, o olfato e o tato. Um dos trabalhos mais fascinantes é Marulho (1991-1997). Pense em um tapete que reflete imagens do oceano e uma voz que repete em várias línguas a palavra água. Meireles é um dos artistas brasileiros mais importantes do mundo, e é a primeira vez que se realiza na Itália uma retrospectiva dedicada ao seu trabalho. Ainda é possível surpreenderse com o túnel de madeira Entrevendo e com Babel, de 2001, que é uma torre de aparelhos radiofônicos ligados.

Pollock em Firenze Um dos maestros da Action Painting, Jackson Pollock (1912-1956), e a intensidade dos seus quadros fazem com que o observador entre nas telas, que ele colocava no chão e girava ao redor para pintá-las. O nome da mostra no Palazzo Vecchio em Florença é a A Figura da Fúria. São 16 trabalhos em que Pollock passeia pela obra do maestro do renascimento Michelangelo e estão em cartaz até o dia 27 de julho. Action Painting é uma pintura gestual, onde se percebe o gesto pictórico, e surgiu em Nova York nos anos 1940.

Kahlo em Roma Amantes da pintura forte de Frida Kahlo com planos de ir a Roma devem agendar-se para visitar a Scuderie delle Quirinale até o dia 31 de agosto. Por lá estarão mais de 40 trabalhos da mexicana com suas obras mais importantes, que mostram a singularidade com que ela representava a si mesma, sua dolorida vida privada, a escolha política e a ligação com seu país. Nascida em 1907, ela morreu em 1954 aos 47 anos. Aos 18 anos, sofreu um grave acidente, o que a fez conviver permanentemente com a dor física até a morte. Começou a pintar com um cavalete adaptado à cama e jamais parou. Aos 22 anos, casou-se com Diego Rivera, com quem viveu um relacionamento passional e conturbado.

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trama

GAVETA DA ALEGRIA Foto Isadora Bertolucci

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A memória da infância em Estrela do Sul, cidade mineira que espocava foguetes a cada diamante descoberto, ainda tem o encanto das visitas à bisavó e das brincadeiras de rua: “Foi linda apesar de perder minha mãe aos sete anos. Aprendi que a tristeza faz parte da vida e guardo boas lembranças”. Foi assim que a maturidade visitou cedo Wilma Resende Araujo Santos: “Entristecer é como guardar a alegria numa gaveta da alma, para uma hora reencontrar”. Ao fim dessa frase, o encontro emocionado dos nossos olhares é inevitável. Eu, por estar diante de alguém sublimemente moldada às surpresas da vida, e ela, por relembrar tanta doçura. Aos 15 anos foi estudar em São Paulo e quando a irmã casou-se, em Porto Alegre, apaixonou-se pela capital dos gaúchos. “As pessoas interessantes, tudo um charme, as mulheres elegantíssimas”, – recorda. Decidiu trabalhar e candidatou-se para uma vaga para assumir a parte cultural e social do Cultural Norte-Americano. Numa excursão guiada por ela conheceu o empresário Fabio Araujo Santos e não mais se separa-

ram. Das muitas histórias juntos, uma é a cara dele: “Comemorávamos com amigos o aniversário dele, quando ele pediu licença e foi assistir ao noticioso. Tinha interesse pelo todo”. Quando apenas a cumplicidade e as conversas com Fabio e a educação dos sete filhos eram o foco de sua atenção, a vida novamente lhe exige que abra com delicadeza sua gaveta da alegria, para ali guardá-la de novo por algum tempo. Um acidente aéreo tirou a vida de Fabio, importante líder empresarial do estado à frente da JH Santos. Ela me conta (e a emoção invade de vez o nosso papo) sobre os planos de ir à França quando os filhos crescessem e o sonho do marido de envelhecer numa quinta portuguesa: “Sou grata porque os valores do pai ficaram marcados em nós. Por muito tempo foi difícil viver sem ele. Imaginávamos envelhecer juntos”. Noutra gaveta, essa de verdade, da mesa de trabalho do marido, ela encontrou pedacinhos do futuro em forma de papel: “Eram recortes sobre as quintas e a França, que ele juntava. Ali meus filhos se uniram e me cuidaram.

Vinha deles minha força”. Nos 10 anos seguintes, esteve à frente do Conselho e da Administração da JH Santos. Cumprida a missão, quando arrumava as próprias gavetas, foi convidada para implantar a Junior Achievement no Brasil, e os planos de dedicar-se à “profissão de avó” estavam adiados. Nas últimas duas décadas, seu trabalho impressionou tanto que deixou boquiabertos 16 CEOs das maiores empresas do mundo no Hotel Roosevelt em Nova York. Nessa surpreendente gaveta de Wilma, somam-se centenas de cases de sucesso e estatísticas. Foram formados e treinados mais de 3 milhões de jovens, com a participação de mais de 120 mil voluntários. Feliz vendo os projetos evoluírem em mãos de uma competente equipe e os netos crescerem mais de perto, ela diminui lentamente o ritmo de trabalho: “Agora os netos fazem o programa, eu vibro, mas ainda há o que fazer. O envolvimento dos empresários é fundamental. Tem que ter coragem para correr riscos, passar bons valores”. Isso tem de sobra na gaveta de Dona Wilma! MB

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Bá, que viagem

MUNDO ENCANTADO DE HELENA Foto Isadora Bertolucci

Além da rotina ao lado do marido, Carlos Py, e das filhas, Marina e Luiza, a apaixonada e apaixonante Helena Ruschel Py doa todo o seu tempo a mais três grandes paixões: a dança, as crianças e as viagens.

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Sabe aquelas pessoas que te hipnotizam e às vezes até podem te surpreender, inesperadamente com uma pergunta engraçada, um elogio inusitado, uma risada alta? Pois a Helena Ruschel Py é bem assim. Escandalosamente sincera e magnetizante. Crianças como eu, muitas das minhas amigas foram e outras centenas de bailarinas porto-alegrenses de várias idades, sabem exatamente o que quero dizer. Entre outras, são qualidades como as acima citadas que fazem dessa ex-bailarina exímia e professora de balé dedicada e perfeccionista uma encantadora de crianças e adolescentes, onde quer que esteja. Na sala de aula, na rua, na praia ou na atividade paralela à dança, quando, pelo menos uma vez por ano, leva grupos para a Disney, trabalho que realiza junto à Unesul há cerca de 20 anos. Agitada, curiosa e inquieta, a filha do meio da mestra de dança clássica Lenita Ruschel Pereira praticamente nasceu numa aula de balé, onde vive até hoje a maior parte de seus dias. Ao lado das irmãs, Deborah e Silvia, dos pais, Zulphe e Lenita, e da avó Erica, cresceu cercada de energia, coreografias e sapatilhas na casa ao


lado da primeira e até hoje principal escola da família, no coração do Menino Deus, na rua Antenor Lemos, ponto de encontro de bailarinas de todas as idades. Foi onde aprendeu os primeiros passos e cultivou o amor pela dança com a mãe, transmitido ao longo dos anos às filhas, Marina e Luiza, e às suas tantas alunas. Graduada pelo Royal Ballet de Londres, foi também na capital londrina que aperfeiçoou o clássico. Nos oito meses em solo inglês, fez também

formações pela Hammond School e exames do IST (Imperial Society Teacher of Dancing). Com convite para seguir dançando na Europa, retornou ao Brasil por dois nobres motivos: “Eu já namorava o Py, meu marido, e nunca pensei em não viver aqui, meu lugar é na sala de aula. É onde sou e faço felizes as minhas bailarinas”. Terminou seus exames da Royal Academy of Dance na escola da mãe, pioneira do método no estado, na mesma época em que cursou na PUC Pedagogia para Séries Iniciais e Necessidades Especiais: “Me ajudou a entender o universo que vivo até hoje”. São quase 30 anos ensinando dança clássica e cerca de 20 coordenando grupos à Disney: “Aprendo e me divirto o tempo inteiro. Vivo cercada de gente cheia de vida, franca e espontânea”. Além do balé e da família, viajar, malhar e curtir uma praia são também paixões de Helena. Como

as atrações da Disney são muitas e dependem muito do estilo e da idade de cada um, Helena fez exclusivamente para a Bá um roteiro de compras para a turma mais empolgada com o consumo. Em Fort Lauderdale, por exemplo, onde se costuma relaxar da correria dos parques, tem um water taxi, um passeio de três horas muito legal por US$ 20: “Sai de Las Olas e termina na praia, com água bem quentinha e bem frequentada”. Na imensa lista de outlets de Orlando e Miami que existem por lá, Helena destaca um shopping chamado Galleria: “Não é outlet, mas é bem bonitinho e tem uma loja da Apple sempre com pouca gente”. Já o Millenia, segundo ela, é bem moderno e localizado, nunca está cheio e tem todos os últimos lançamentos. Mas quem vai com a ideia de comprar mesmo não deve deixar de espiar os outlets Premium e Sawgrass, em Miami. MB

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eutenhovisto

JaquelinePegoraro CarolZanon www.eutenhovisto.com

ESTILO POMAR

Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini e a chef nutricionista Andrea Henrique, do Detox Inbox, se uniram para abrir o Pomar Orgânico no Itanhangá, na Barra da Tijuca. O restaurante, focado no lifestyle saudável, já virou point dos cariocas descolados. Facilmente, em qualquer horário, você pode esbarrar com Cauã Raymond, Leticia Spiller, Thayla Ayala, entre outros globais. O cardápio é leve, tem um pouco de tudo e oferece, além de uma carta de vinhos orgânicos, um empório dentro do restaurante, onde é possível comprar todos os ingredientes dos pratos da casa. No menu, o queijo feta, mozarela de búfala e ovo são as únicas proteínas de origem animal usadas. A ambientação é inspirada nas feiras livres e bastante aconchegante. Todos os utensílios são recicláveis, como os copos, que são potes de vidros de diversos tamanhos. Além de a comida ser deliciosa, o restaurante é perfeito para qualquer tipo de reunião, profissional ou com amigos, já que todo o salão foi programado para deixar os clientes muito à vontade. Com certeza, mais um hotspot que não dá para deixar de conhecer na capital carioca.

Brasilidade por aí Sucesso no mundo fashion de beachwear com a marca homônima, a estilista capixaba Sinesia Karol nos esperou no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, para um bate-papo. Linda e descontraída como suas peças, a brasileira radicada em Boston desde 1989 é casada com um norte-americano e decidiu usar sua network megassofisticada e pôr em prática seu sonho de produzir uma linha de biquínis e maiôs que ela e as amigas sentiam falta na hora de badalar nas areias do jet set internacional. Com inspiração na biodiversidade brasileira, as peças são exclusivas e produzidas em São Paulo, onde sua conterrânea, a artista plástica Ana Paula Castro, já assina a segunda coleção da linha SK. A marca desfilará pelo terceiro ano consecutivo na Semana de Moda de Miami, em julho, onde lançará sua coleção 2015. Os produtos são feitos para importação, mas podem ser encontrados em algumas lojas de multimarcas no Brasil. Filha de Sinesia, Thais, influenciada pelo empreendedorismo e o sucesso da mãe, já tem data para o lançamento da sua marca de acessórios chamada Alitai, que promete agitar as teenagers descoladas. 42 |


Décor LígiaNery Bá daSilveira

O GRITO DO BOI Existem momentos inesquecíveis na carreira de coach em que temos a sensação de dúvida se mais ajudamos ou somos ajudados pelos clientes, tamanha a riqueza de algumas histórias de vida. Você já se imaginou numa trajetória profissional crescente, e, em seu ápice, surge aquele convite de seus sonhos. Morar num lugar seguro para criar os filhos com qualidade de vida, um belo salário para relaxar e pensar no futuro, um desafio de trabalho saindo de uma rota de especialista para um posicionamento mais amplo de crescimento negocial. Enfim, aquilo que faz seu corpo vibrar. Tudo alinhado. Materializam-se a reciprocidade de expectativas e o início do desejo de pertencimento. Chega então a etapa final, meio cinematográfica até. Um jatinho desce na cidade com um dos acionistas para buscá-lo e levá-lo para conhecer o local, a cidade, as operações, o futuro CEO indo em direção ao sonho.

O que mais de bom podese esperar? É chegado o momento da visita à linha de produção, ao produto. O convite do acionista é: vamos começar, então, onde tudo começa! Nosso executivo, um homem maduro, linear, firme em gestão, carreira sólida, oriundo do ambiente dos controles de números e negócios de grande monta, chega ao primeiro processo: depara-se com um rabino num ritual Shechita onde, após uma oração, faz a degola de um animal ainda vivo. Esse preparo da carne, segundo o ritual kosher, é indispensável para a comercialização e a exportação dos produtos, aferindo a eles a qualidade assegurada de acordo com as leis do Torá. Discutem também outras formas de abate, também o Halal, procedimento similar necessário ao consumo dos muçulmanos para exportação aos países islâmicos. Enfim, era um abatedouro de primeira linha, negócio rentável, em

franca expansão, mas que começava, sim... com o grito do boi. Como explicar para aquele acionista, para o headhunter, sua família, amigos e para si mesmo aquela sensação maior de tudo o que invadiu seu corpo de forma inexplicável e se instalou como uma certeza: de que jamais conseguiria trabalhar ali. Mesmo que ficasse trancado em sua sala, o grito do boi ultrapassava um limite nada linear, e todas as “perfeições” daquela proposta tinham desabado com um grito. Pode um homem dar-se a este “direito”? Esta história representa o símbolo do encontro com nossos limites, que, por mais “ridículos” e não lineares que possam parecer, precisam ser honrados. Somos também aquilo que não queremos e que não desejamos suportar. Quer saber o fim da história? Ele agradeceu e declinou do emprego, enfrentou sua sensibilidade e hoje é um grande executivo.

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CláudiaTajes

COMO GANHAR MUITO COM QUASE NADA NA KINDER A Kinder é muito mais que uma casa de tratamento: é um oásis. Apesar das muitas dificuldades, não existe desânimo nem na equipe nem nos seus 300, e barulhentos, pequenos atendidos. Centro de Integração da Criança Especial, a Kinder existe há 25 anos e recebe bebês, crianças e adolescentes com deficiência múltipla. Eles apresentam paralisia cerebral, lesões de medula, síndromes genéticas, malformações congênitas e várias outras patologias que podem causar complicações de todos os tipos. Menos uma: o baixo astral. O atendimento da Kinder está todo dividido por faixas etárias. O trabalho começa com os recém-nascidos e com o apoio à família, continua na pré-escola, onde brinquedos ajudam aos pequenos desenvolverem habilidades, e por fim, a sala dos adolescentes parece com... uma sala de

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adolescentes. São brincadeiras, implicâncias, risadas e flertes como em todos os colégios da cidade. Instalações: um pátio cheio de brinquedos onde deveria estar também uma piscina para os exercícios de reabilitação. Mas onde o dinheiro para isso? Salas de fisioterapia, de aulas, de trabalhos manuais. Um auditório concluído há pouco com a ajuda da Gerdau e onde a turma assistia a um filme na manhã em que visitei a Kinder. Foi no auditório que conheci o João. Bem-humorado em sua cadeira de rodas, o João, que é lindo, beija a mão de todas as mulheres que passam por ele – e ainda faz um galanteio. Rapazes, sigam o exemplo. Entre colaboradores, voluntários e conselheiros, a Kinder reúne hoje mais de 60 pessoas envolvidas com a rotina da casa. Conta com recursos do governo, com o repas-

se do imposto de renda devido e com doações de pessoas físicas e jurídicas. Só que boa parte dos apoiadores suspendeu as doações por motivos como baixa nas exportações, alta do dólar e outras pequenezas que em nada, mas em nada mesmo, interessam às crianças e adolescentes que precisam dos tratamentos. Para doar, basta entrar em contato pelo fone 51 3354.4700. Como disse a fisioterapeuta Daiana Herther, uma loira bonita que fica mais bonita ainda quando começa a falar: “Ninguém imagina a diferença que faz na vida da gente ver um progresso deles, até uma cara feia ou uma reclamação. E se for um beijo, então, aí se ganha o dia”. Falta dinheiro, sobra amor para emprestar sem recibo a quem precisar. Assim funciona a Kinder. Agora é só a gente doar.


Tempos de futebol sĂŁo tempos de oportunidades. Descubra uma delas na pĂĄgina 123


Décor Fabiana Bá Fagundes

DESIGN BRASILEIRO Pioneirismo na indústria moveleira

Quando conheci pessoalmente João Saccaro, tive aquelas agradáveis sensações que experimentamos ao depararmos com alguém que transpira serenidade e segurança. De voz tranquila e jeito simples, ele impressiona ainda mais quem conhece um pouco da história da marca homônima que ganhou o Brasil e hoje ganha o mundo. Criada em 1946 pelo pai, Albino Saccaro, em Caxias do Sul, onde está sediada até hoje, a empresa nasceu da paixão do empresário pela arte do vime. Ele produzia artesanalmente cestos e empalhava garrafões de vinho, e foi a antiga tradição italiana que inspirou o desenvolvimento dos produtos da marca, que com o tempo diversificou sua produção e passou a investir no setor moveleiro. A qualidade, a sofisticação e o conforto dos produtos conquistaram o mercado e expandiram a marca.

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Com design arrojado neste segmento, foi uma das empresas pioneiras por aqui a se preocupar em manter um time de designers próprios, além das parcerias com nomes fortes do design brasileiro. Hoje, é comercializada em mais de 15 países, como África do Sul, México, Estados Unidos e em 60 pontos de venda pelo mundo. Em 2013, cresceu 20% nas vendas. Prova de que no Brasil, ou melhor, no interior do RS, são feitos móveis de excelência com design de personalidade. Por tudo isso, fomos saber quem é e o que pensa a pessoa que comanda esse case de sucesso.

DecorBá – Que lembrança guarda da infância? E quais as lições dessa época? João Saccaro – Das conversas durante as refeições, em que meu pai contava sobre as realizações do seu dia. Os assuntos giravam entre a safra do vime, a situação das vidrarias, o pneu da caminhonete que furou... As brincadeiras nas plantações de vime também marcaram minha memória. Ficaram a confiança e a perseverança de meu pai, que, mesmo em momentos de crise, buscou sempre alternativas para a manutenção e o crescimento da empresa. DecorBá – Sempre soube que seguiria o negó-

cio da família? Saccaro – Sim. Não trabalhava só lado a lado do meu pai e dos meus irmãos. Sentia que estava construindo junto com eles. O meu e o teu eram substituídos pelo nosso – o negócio, as responsabilidades e as preocupações eram de todos. DecorBá – O que você considera que foi o diferencial para a história de sucesso da Saccaro? Saccaro – Sobretudo, os investimentos da marca em design com uma equipe exclusiva de profissionais, além da parceria com novos talentos do design e profissionais renomados. A estruturação das lojas e a opção pelo formato de dis-

tribuição exclusiva também são diferenciais de sucesso para a marca. DecorBá – O que quer o cliente brasileiro? Há particularidades diferentes para o cliente gaúcho? Saccaro – Cada vez mais, são valorizados atributos como leveza, liberdade, simplicidade e aconchego. Procuramos atender ao novo estilo de vida do consumidor brasileiro. Nosso produto não é somente um item de mobiliário, e a marca não é apenas mais uma. A Saccaro é uma identidade. Espelhamos os valores e a personalidade das pessoas e da marca em cada criação. DecorBá – Qual seu ídolo? Saccaro – João Paulo II.

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crônica

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PRA FRENTE Por Mariana Bertolucci Foto Isadora Bertolucci

Há algo de muito estranho no País do Futebol. Quando estiver lendo este texto, talvez a próxima frase já não faça sentido e todas as palavras a seguir sejam mais um desejo meu e de outros brasileiros realizado. Estamos há menos de poucos dias do maior evento esportivo do mundo e pouco se veem as cores da bandeira nas ruas. Como se fosse feio ou vergonhoso torcer pela nossa Seleção e continuar sendo espontaneamente felizes e orgulhosos de suas conquistas. Marca registrada do brasileiro, tão festejada e atraente a outros povos menos favorecidos de alto-astral e receptividade. Muita coisa anda bem errada em segmentos vitais para uma sociedade progredir e recursos foram desperdiçados em construções e reformas quase irresponsáveis por todo canto deste país, sem fiscalização, controle de verba e até sem fim, em vez de suprirem nossas reais necessidades

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de investimento em saúde e educação. Tudo isso eu sei e muitas pessoas também sabem. Por isso, protestam em silêncio, nas redes sociais, nos encontros com os amigos ou em alto e bom som nas ruas. Cada um à sua maneira. Não adianta atacar o assistencialismo da Bolsa Família e o voto da massa, se você continua votando naquele político que consegue estágio para a sua filha e facilita as operações da sua empresa. Todo ataque deve ser coerente. Torcer contra a equipe brasileira ou se privar de se contagiar com o clima de euforia natural de qualquer povo ao atrair os olhos do planeta para si, muitos turistas e sediar um Mundial, não vai mostrar nossa indignação com os políticos ou ajudar a resolver os problemas estruturais do País. O que foi feito de errado a partir da decisão da vinda da Copa não é culpa dos trabalhadores, das crianças que amam futebol e nem

dos turistas que programaram suas viagens para prestigiar o evento. Sentir vergonha de vibrar nestas semanas únicas de diversidade e expectativa que estamos prestes a vivenciar é acovardar-se. Ninguém precisa ser o chefe da torcida organizada, mas tolher e reprimir alegria e patriotismo não tá com nada. Um país não pode atribuir a conscientização e a educação dos seus eleitores ao resultado da Copa do Mundo. Querer resolver, fortalecer ou enfraquecer o governo ou partidos com resultados de futebol ou de qualquer outro segmento que não seja a essência da democracia e da cidadania é misturar as estações. Se as coisas não saíram conforme você imaginou e até como você merecia que elas saíssem, não adianta berrar, agredir ou desejar que sintam o mesmo que você. Feito criança sem doce, menina sem beijo ou cachorro sem osso. Tem que começar


BRASIL de novo o caminho do gol. Porque somos brasileiros e não desistimos nunca. Então, o que eu sinceramente espero é que, quando você estiver terminando de ler este texto, as ruas estejam pintadas de verde e amarelo, que o time do Felipão ainda esteja no páreo, que os torcedores estrangeiros estejam voltando para as suas casas nos quatro cantos do mundo contagiados com a nossa emoção, gentileza e energia. E que nós, antes, durante e depois de cada Copa ou eleição sigamos cada vez “mais de 200 milhões” realmente em “ação” com exemplo, informação, educação e esporte em casa e na escola.

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Bá,quelugar

ECLÉTICA COMUNHÃO Por Simone M. Pontes Fotos André Cavalheiro

A Barbarella Bakery é sem dúvida um dos lugares mais charmosos de Porto Alegre e que oferece uma experiência única no mundo dos pães. Durante todo o dia o ritual se repete: muitos pares de pernas entram e saem da Barbarella para buscar as delícias recém-saídas do forno. Um cheiro recon-

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fortante toma conta do ar, chamando quem quer que esteja passando pela calçada a provar os pães que Ana Zita desenvolveu. Engenheira de alimentos, Ana, ainda na faculdade, já sabia que iria passar seus dias com este produto de comunhão. “Eu acordo todos os dias e venho trabalhar por amor ao pão.”


Eu acordo todos os dias e venho trabalhar por amor ao pão.

Tanto que desenvolveu seu próprio levain – o fermento natural que conta com uma bactéria em simbiose com a levedura. Ele não existe em nenhum outro lugar a não ser na Barbarella. Mas a ideia de comunhão realmente funciona nesta bakery. Ela recebe os mais variados tipos de pessoas, e o ecletismo é o charme do lugar. Outro detalhe é que você pode sentar e passar a tarde inteira tomando café que ninguém vai importunar ou sugerir que você se levante. A ideia é desfrutar do ambiente democraticamente. Ana, que divide seu tempo entre a empresa e a tarefa de ser mãe, não esconde o orgulho de ter conseguido mais que uma padaria e sim uma experiência sensorial completa. O difícil mesmo fica em decidir qual dos pães pedir.

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deolho

MarceloBragagnolo publicitário e agente

NOVAS TOPS MADE IN BRAZIL Entre a nova safra de modelos que vêm conquistando os holofotes do mundo da moda, as brasileiras Luma Grothe e Thairine Garcia têm sido nomes constantes em castings importantes pelo planeta.

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Luma (à esquerda), aos dezesseis anos, foi desafiada pelo melhor amigo a participar de um concurso de modelos, com uma aposta valendo cem reais. Ela não venceu, mas traçou o início de sua trajetória. Logo a menina de Joinville se viu morando em São Paulo, e de lá para o circuito Nova York, Milão, Londres e Paris foi um pulo. Já na estreia em passarelas internacionais, conquistou marcas como Versace, Vivienne Westwood, Burberry Prorsum, Dsquared2 e The Row, aprovada por fotos diretamente

pelos próprios estilistas, sem participar dos disputados testes com produtores. Dos desfiles foi para as revistas: Vogue Italia e VS Magazine (ambas fotografadas por Ellen von Unwerth), Vogue Brasil, GQ britânica, Glamour (Itália e Grécia), Tatler, Roller Coaster e a brasileira FFW Mag, entre outras várias. Também fez campanhas mundiais para Dsquared2 (fotografada pela dupla Mert Alas & Marcus Piggott), Blumarine e a italiana Ermanno Scervino, e no Brasil para o Shopping Iguatemi São Paulo (fotografada por Mario Testino), Via Marte e C&A. Já Thairine, com treze anos de idade, inscreveu-se numa convenção para aspirantes a carreira de modelo em sua cidade, a pequena Barão de Antonina, no interior de São Paulo. Em seguida, mudou-se para a capital, logo emplacando campanhas de marcas nacionais e conquistando sua primeira capa de revista: para a Elle, um feito inédito entre modelos tão jovens. Ao pisar em Nova York pela primeira vez, foi escolhida para integrar o casting de apresentação da coleção prévia de inverno da Givenchy e então apontada como uma das revelações do mercado de modelos. No currículo, já contabiliza desfiles para Anna Sui e Marc Jacobs, entre os mais importantes. Mais capas para as edições brasileiras da Harper’s Bazaar e L’Officiel, V Magazine e Vogue Italia. Entre as campanhas, Shopping Iguatemi São Paulo (fotografada por Mario Testino), MAC Cosmetics, Anna Sui, Saks Fifth Avenue, Carlos Miele, Osklen, Colcci, Alexandre Herchcovitch, Tufi Duek, NK Store, Riachuelo, C&A.

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InBá

APROVEITANDO A SERRA

Decidida, aos 38 anos, Adriane Brocker Boeira comanda há 20 a Brocker Turismo, maior agência do principal polo de turismo do estado, a Serra Gaúcha. Segunda filha de uma família de quatro irmãos, não por acaso Adriane Brocker Boeira também sempre sonhou com um quarteto. Tarefa cumprida em parte já que é mãe de Vicente, 9, e Gonçalo, 5, e mulher do engenheiro e administrador Luiz Américo Guimarães. Outra tarefa executada com excelência pela canelense é a profissional. No início dos animados anos 90, Any, como é carinhosamente chamada, destacava-se nas aulas de aeróbica no boom

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brasileiro das academias, tornando-se professora da modalidade aos 16 anos. Deixou a casa dos pais em Canela para cursar Educação Física no IPA, em Porto Alegre. A formação, no entanto, não a encantou como o gosto pessoal pela atividade física. De volta à Canela, fez um curso de guia de turismo ecológico, de olho no Ecoturismo a ser explorado no Vale da Lageana, área de terras da família abaixo da Cascata do Caracol. Em 1995, a

tia e a mãe de Any encontraram a oportunidade perfeita para tentar manter as filhotas por perto. Patrocinaram os primeiros investimentos e incentivaram ela e a prima a abrirem uma agência. Any fez outros cursos, de guia de turismo regional, de agente de viagens e foi aprendendo na prática mesmo. Em 1999, o estágio final da Faculdade de Turismo foi na Disney em Orlando quando foi selecionada para trabalhar no Animal Kingdom. Em plena


virada do milênio, enquanto assistia ao show de fogos do tão esperado reveillon, sozinha no estacionamento do parque, percebeu que havia chegado o momento de tirar algo mais daquela experiência nos parques da Disney: “Estava um pouco triste pela distância da família, mas atenta. Não me enturmei com o pessoal da minha idade, que tava mais a fim de se divertir do que qualquer outra coisa. Eu em outro momento, já tinha a empresa, tinha que me virar. Tinha que levar algo a mais para casa, além dos 8 quilos adquiridos e o aprendizado da maneira Disney de encantar o cliente, e realizar sonhos”. Foi nessa situação adversa, que Any, ao se perguntar o que fazia ali, lembrou que exatamente onde ela estava, Walt Disney transformou um terreno que não passava de um banhado na Disney, maior complexo de

parques e entretenimento do mundo: “Ali tive um estalo e decidi que ia trabalhar o turismo receptivo na minha região, desenvolver e vender produtos turísticos e levar também milhares de turistas para visitar Canela, Gramado e toda nossa região que já possue muita beleza natural e riquezas criadas pelo homem. De volta, em janeiro de 2000 iniciou o turismo receptivo, criando os pacotes de serra gaúcha e buscando as principais operadoras de turismo do país. Mais dois anos de trabalho árduo para conquistar a primeira grande cliente no receptivo, a Tam Viagens, em 2002, comprou a primeira Van e a parte da prima na empresa. Hoje tem quase 100 funcionários, seis ônibus, seis vans, três micro-ônibus, a loja matriz em Canela, e a conceito no coração de Gramado. Atende as principais operadoras de turismo

do Brasil, em um modelo de serviços que envolve desde a chegada ao aeroporto de Porto Alegre até os hotéis em Gramado e Canela, passeios pela região, ingressos aos espetáculos e eventos. Da manhã à noite, a obstinada empresária está às voltas com a família e as inúmeras logísticas da agência. Não satisfeita, incluiu mais um desafio em sua bem-sucedida trajetória. Em 2003, numa comitiva gramadense de turismo em visita a Barcelona, a danada colocou outra meta na cabeça: implantar em Gramado e Canela o ônibus de dois andares nos moldes dos ingleses e barcelonetas. Foram 10 anos de sonho e trabalho até os ônibus circularem pelas ruas das duas cidades, em novembro do ano passado: “Enfiei na cabeça de novo, daí não tem jeito. Estar envolvida na experiência de realizar um sonho e deixar alguém feliz passeando conosco recompensa. Penso sempre que as coisas vão dar certo. Que se erra, se aprende e vai de novo. Aqui vivemos do e para o turismo, e quem vem volta sempre!” Alguém duvida da capacidade da moça de completar o quarteto e ainda o que mais ela colocar na cabeça? Vai Any!!! MB

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OutBá

OLHOS SORRIDENTES

Mãe de Rodrigo e Felipe, a advogada Isabella Maciel de Sá deixou Porto Alegre em 1998 para construir uma bem-sucedida carreira e uma vida feliz em São Paulo. 56 |


Nunca mais voltei para a cidade que deixei, mas que os meus amigos continuem sendo os mesmos de sempre. Ela entrava e saía faceira do casarão de esquina da Nilo Peçanha. Cheia de livros e cadernos, longos cabelos num rabo de cavalo caprichado. Beijava e abraçava quem estivesse pela casa, sempre cheia de amigos da família. Isabella Maciel de Sá pouco mudou. Idênticos, seu par de olhinhos seguem puxados, sabidos, muito expressivos e sorridentes. A semelhança com o pai, o advogado Renato Maciel de Sá, vem da infância. Talvez por isso tenha demorado para aceitar que podia ter também herdado o dom paterno: “Era muuuuuito parecida com ele. Todos achavam o Direito o meu caminho natural. Ele nunca disse nada. A advogada nasceu depois da faculdade e quando comecei a estagiar com ele”. Todos os primeiros passos ao lado do pai, os da vida e os profissionais. Quando recebeu a proposta de trocar Porto Alegre por São Paulo, Renato já não estava entre nós. A mãe Matilde e a irmã Fabiana já moravam na capital paulista: “A morte

do meu pai tirou muito da minha alegria em advogar. A decisão final de ir para São Paulo foi motivada por uma conversa com o pai de uma amiga, que sempre me quis muito bem. Disse que, se o pai fosse vivo, me diria para aceitar o desafio de construir uma carreira fora. Obviamente, sucumbi a este argumento”. Sobre ter se habituado ao lifestyle paulistano, ela nos conta, aos risos, que, apesar de começar as frases com “Então...”, ainda sente muita falta dos amigos de Porto Alegre: “Noooossa! Que falta eles me fazem. Quando estava vindo, uma amiga disse: ‘Não vais conseguir viver onde ninguém te conhece ou a tua família’. Fiquei com aquilo na cabeça, mas foi libertador. Era eu, as minhas qualidades e meus defeitos. Aí que a gente vê se tem conteúdo ou não”, conta Isabella, que deixa bem claro ser muito orgulhosa das origens gaúchas. No entanto, é muito feliz vivendo na maior cidade da América Latina ao lado de seus dois

amores. De tudo o que faço e sou, não há nada de que eu goste mais do que ser mãe do Rodrigo que tem 18 e do Felipe, 12”. Outra boa parte da vida da advogada é dedicada ao trabalho: diretora jurídica da Novartis Biociência S.A. (Novartis Brazil), hoje ela comanda também um projeto de Diversidade & Inclusão, que considera ser mais um benefício que a empresa lhe concede do que uma responsabilidade: “Amo gente e acredito que as pessoas é que fazem a diferença em qualquer empresa. Trabalhar para criar um ambiente mais inclusivo, onde todos sejam aceitos pelo que são, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, disabilidades ou deficiências, credo ou culturas, é um motivo de grande orgulho para mim”. E o que faz a diferença para a guerreira Isabela? “Empatia, saber se colocar no lugar do outro.” Mesmo sabendo a resposta, eis minha última pergunta para minha doce entrevistada: Qual seu ídolo? “Meu pai, porque me ensinou tanto, mas tanto. Especialmente o valor que a nossa vida tem e como não podemos desperdiçar as oportunidades que ela nos dá.” MB

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Báco

OrestesdeAndradeJr. jornalista e Sommelier

PARAÍSO URUGUAIO Fotos Divulgação

Finca Narbona, em Carmelo, perto de Colônia do Sacramento, atrai cada vez mais turistas brasileiros com seu astral rústico e conforto de hotel cinco estrelas.

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Vinícola, restaurante, hotel, granja... A Finca Narbona, em Carmelo, no Uruguai, é tudo isso. Um lugar mágico, rústico, silencioso, onde a produção artesanal é regra. E o charme e o bom gosto, presenças constantes em cada canto, em todos os detalhes. A propriedade tem mais de 100 anos e fica a cerca de 40 minutos de Colônia de Sacramento. Depois de duas décadas abandonada, foi adquirida pelo empresário argentino Eduardo “Pacha” Cantón, que restaurou o local, nos anos 90, e manteve o nome da família Narbona, responsável pela área até a década de 70. Primeiro, veio o restaurante de campo, com poucos pratos típicos e uma gastronomia local, influenciada pelos alimentos de cada estação. Depois foi iniciada uma pousada de luxo, com apenas dois quartos, no prédio original da antiga vinícola. Em 1993, foram replantados dez hectares de vinhedos – nove hectares de Tannat e um hectare de Pinot Noir. Uma pequena vinícola foi armada em

2009, apta para a produção da época. Foi então que as idiossincrasias do Tannat desta região, com solo basicamente calcário, começou a ser notada pela jovem enóloga Valeria Chiola. Logo se pensou em ampliar a produção em cinco hectares – com Tempranillo, Syrah, Petit Verdot e Viognier, cuja primeira colheita foi na safra de 2014. A discrição do trabalho desenvolvido na Narbona ganhou o mundo e surpreendeu até mesmo os seus proprietários e a enóloga em 2011, quando dois de seus vinhos foram premiados no IV Concurso Internacional Tannat al Mundo, realizado em Montevidéu. O rótulo Luz de Luna Tannat 2011 ganhou o prêmio máximo – Gran Terruño – e o Finca Narbona Tannat Roble 2010 recebeu o Terruño de Ouro. Foi uma consagração inesperada que chamou a atenção de todos. Apenas três anos depois, a vinícola já exporta para sete países. O principal mercado é o Brasil, à frente inclusive do Uruguai. Das 80 mil garrafas produzidas

por ano, cerca de 27 mil têm como destino o Brasil. O enoturismo, ativo há somente quatro anos, também tem entre seus principais clientes os brasileiros. O sucesso fez a Finca Narbona investir em uma nova e moderna vinícola, que acaba de ser concluída, somada à contratação do consagrado consultor francês Michel Rolland, atuante desde 2011. A estadia na fazenda Narbona é como estar no paraíso. O prazer ainda pode ser acrescido de produtos orgânicos feitos no próprio local, além de queijos de excelente reputação, doce de leite, iogurte, sorvete, mel, azeite de oliva, pão, massas e grappa. Todos acondicionados em embalagens retrôs. É como sonhar acordado. Mas a noite é muito confortável em qualquer uma das cinco suítes amplas, todas com nomes de uvas finas, decoradas de modo clássico com equipamentos modernos. É como passar férias no campo com a comodidade da cidade. É o legítimo Uruguai natural.

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Bá PorAíBá

ENERGIA PERUANA FlavinhaMello Chef e DJ

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A começar pelo encanto e a receptividade de seu povo, o Peru é um país que reserva inúmeras surpresas. Partindo de Porto Alegre, são 4 horas em voo direto para Lima. Na capital peruana a dica é hospedar-se no bairro de Miraflores, supercharmoso com excelentes opções de gastronomia e lazer. Lima é a única cidade da América do Sul que tem a tradicional escola Le Cordon Bleu, e hoje sua culinária típica é conhecida e valorizada internacionalmente. Para almoço conheça a Cebicheria La Mar, do chef Gaston Acurio, ou vá ao La Plazita, frequentado por limenhos, e para jantar não deixe de ir ao Maido, um japonês incrível do chef Mitsuharu Tsumura. Tem também o Astrid & Gaston, para viver uma experiência única. No bairro Barranco, ande pelas ruas, que têm muitos grafites legais, e visite o MATE – Museu do Mario Testino. Conheça o museu do Larco, que tem mais de 60 mil peças de cerâmica, e passeie pelo shopping Larcomar, a céu aberto, com uma vista linda para a praia. De Lima a Cuzco, voa-se aproximadamente 1 hora. Lá, hospedese perto da praça de armas e leve roupa quente, pois faz frio. A energia do lugar é surpreendente, e todos o acolhem com sorrisos no rosto. Visite o Museu do Sol, o Museu Inca, ande pelas ruas de San Blas, tem cafés muito bons como o Jack’s. Conheça o Mercado Público e se perca nos aromas e temperos. Suba até o Cristo Blanco, tem uma vista incrível. Ande pelas ruas e se encante com as cores dos tecidos e a gentileza das pessoas. Observe as pessoas em trajes típicos com suas alpacas. Visite as ruínas Sacsayhuaman, Pisac, Chinchero, Moray e Ollantaytambo. De Ollantaytambo pegue um trem e durma em Águas Calientes, a viagem é linda! Sinta a energia e a força do rio Urubamba. Chegando lá, caminhe pelo povoado, que é bem pequeno, e jante no restaurante Índio Feliz, o dono é um francês e o local é muito legal. No dia seguinte, pegue um ônibus, desça em frente ao parque de Machu Picchu e prepare-se para uma das maiores experiências da sua vida. É muita energia!


www.al.rs.gov.br

Asfalto: infraestrutura necessária que faz a diferença na vida das pessoas.

T ab Tr bal alha h r pa ha p ra a qu ue e todos od do oss os m mu un niicíípi pios o gaú os aúch cch h hos os ten os e ha am ao a men nos o um acce essso s assfa a falt alttad a oee em m boa o s co cond nd n diççõe ões é um u a lu luta t pe ta errma mane an ne ent ent n e da da A sssembl em mb blleia eia Le ei egi gisl ssllattiv va. a. Pa P a ra a o e st s ad d o cres crr es esce c e rr,, é p re ce r eci ciso ci so o i nv nves ess ti e t irr na na in nff ra a es e s tr tru utt urr a de t ra a ns n p po o rrttes es , cons co nserva ns er va er v nd ndo, o, dup uplica licca li and do e me me ellh lho orran ando do as ro od do oviias as gaú úch has as . C m aççõe Co es co onccre eta tas, s , os p pa arllam amen amen entta are es da da A ss ssem embl mb bllei eia viiab abil i iz izam za am m mel elho h ri ria rias ass na malh ma lha as asfá ffá ált l icca do d Rio o Gra rand nde, de, e bus uscca and and do re r cu urs rsos os par ara re realiz alizzar al a as ob o ra ras nece nece ne cess ssária ssár árias ár ias ia para pa ra que u e os p prroj ojet jet etos os virre em m rea ali lida ida dad de e.

Na sua cidade, fazendo a diferença na sua vida.


VeronicaBender

BOAS NOVAS PARA A PELE dermatologista

Entre as novidades mais recentes da AAD (American Academy of Dermatology), em 2014, estão técnicas de microagulhamento, botox para rejuvenescer, prevenir rugas e diminuir o tamanho dos poros. Cápsulas via oral para tratamento do melasma, associadas sempre a filtros de proteção solar poderosos e com base também prometem ser vedetes de 2014. Até alguns procedimentos de rejuvenescimento e clareamento da região íntima feminina poderão garantir bons resultados. Lasers que podem ser combinados a séruns e cremes no momento da aplicá-lo, chamados drug delivery, para rejuvenescer, tratar estrias e queda de cabelo. Também foram apresentadas bases para uso imediato na pele após a aplicação dos lasers para disfarçar o inchaço e a vermelhidão. Lasers para tratamento de fungos nas

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Foto Belovodchenko Anton

unhas e clareamento de manchas também foram destaque no último encontro da Academia Americana de Dermatologia, em Denver, nos Estados Unidos. Nesta edição começaremos falando sobre o Skinbooster, que é o nome dado a um tratamento dermatológico com ácido hialurônico. Neste caso, a substância não é usada para preenchimento de rugas e vincos, mas funciona como uma esponja natural, para super -hidratar e estimular o colágeno. É aplicado na pele, com agulhas bem fininhas, com objetivos de síntese de colágeno e promoção de um reservatório hídrico de longa duração. O resultado é a melhora do brilho, com a aparência da pele mais jovem e hidratada. Existem duas versões do produto, a mais light para as jovens e a mais power para as peles maduras. O tratamento consiste em

três sessões com intervalos mensais, recomendando-se novas aplicações a cada seis meses para ampliar os resultados. Pode ser utilizado inclusive em áreas de pele fina como pálpebras, rosto, colo, pescoço, mãos e, recentemente, na área acima dos joelhos e cicatrizes de acne. Sabidamente, o sol, calor, exercícios físicos, ar-condicionado, banhos quentes e o cloro são fatores que desidratam a pele. Além disso, a idade e a queda dos hormônios estrogênicos agravam mais essa situação. Por isso, esta novidade dermatológica é uma boa opção para combater o ressecamento e o envelhecimento natural da pele. Sempre lembrando a necessidade de se manter os bons hábitos de vida como tomar água, usar protetor solar e cosméticos hidratantes, indicados pelo seu dermatologista.


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LíviaChavesBarcellos

A ARTE EM MIAMI O novo paraíso da cultura. Há muito tempo Miami deixou de ser apenas um balneário chique e o paraíso das compras. Desde que a Art Basel escolheu a cidade para fazer parte do grupo e se realiza todos os anos no mês de dezembro, os turistas encontram o que há de melhor no mundo por lá. Wynwood é um exemplo disso. Fica em North Downtown, ao sul do Design District, e ocupa cinco quarteirões, onde

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encontramos 50 galerias de arte, quatro museus, ateliês de artistas e lojas alternativas. É fácil de chegar e tem um estacionamento enorme. Espalhados pelas grandes paredes, grafites gigantescos de grafiteiros de todo o mundo, como Shepard Fairey e Ron English. Algumas feras brasileiras não poderiam faltar. Os famosos Gêmeos e o paulista de codinome Nunca também contribuíram

com imensos painéis. Mas o que quero destacar é o novíssimo PAMM. Inaugurado em janeiro deste ano, fundado pelo colombiano Jorge Pérez, o Pérez Art Museum Miami é programa obrigatório. O forte da coleção é arte latino-americana, sendo a maior parte do acervo do próprio fundador, que ainda doou US$ 40 milhões para tornar possível a realização de seu sonho. A chegada


já é um acontecimento. Sob o telhado coberto por ripas de madeira, colunas envoltas em folhagem dão a impressão de uma floresta encantada. Ao entrar, nos deparamos com uma instalação formada por iates em miniatura, barcos de pesca e jangadas pendurados no teto, homenageando a cultura marinha do sul da Flórida. Também somos recepcionados pelo mamute de bronze de Ai Weiwei, batizado de Zodiac Heads, ao som do canto

de gaivotas e do barulhinho das ondas do mar. Até maio de 2015 fica a mostra semipermanente intitulada Americana. Ali estão, entre outros, Fernando Botero, Diego Rivera e o cubano Wilfredo Lam. E depois de tanta arte, marque uma mesa no restaurante de Roberto Cavalli, que fica na Ocean Drive e é o must do momento. O chef de cozinha é Steffano Mazzi, e todos os vinhos ali servidos são dos vinhedos da família Cavalli.

Na página à esquerda, o prédio do PAMM. Acima, uma das doze cabeças do “Zodiac Heads”, de Ai Weiwei. À direita, a instalação “For Those in Peril on the Sea”, de Hew Locke.

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MarcoAntônioCampos

INVEJA BRANCA O casal Brangelina é hoje exemplo de sucesso e parceria. Uma das modas da imprensa hollywoodiana passou a ser batizar casais fundindo o nome dos dois parceiros. O pior é que esse tipo de mecanismo irônico normalmente dura pouco, porque os casais se separam logo em seguida. Mas o casal Brangelina (Brad Pitt e Angelina Jolie) parece imune à inveja e ao ciúme universais. A dupla se uniu depois

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das filmagens de Sr. & Sra. Smith, em 2005, quando o casamento do guapo com a eterna Rachel, Jennifer Aniston, azedou de vez pelo affair rumoroso que Mr. Pitt e Mrs. Jolie iniciaram atrás dos cenários. Brad Pitt ou William Bradley Pitt, hoje com 50 anos, nasceu em Shawnee, Oklahoma, e se formou em jornalismo na Universidade do Missouri. Venceu um

Globo de Ouro, por sua atuação em Os Doze Macacos. Tem 72 filmes como ator, 57 como produtor e 2 como autor da trilha sonora, demonstrando que, ainda jovem, se tornou um dos artistas mais versáteis de Hollywood. Nos seus créditos estão obras como Seven, os Sete Pecados Capitais (David Fincher), Bastardos Inglórios (Quentin Tarantino), Queime Depois de Ler (Ethan e Joel Cohen), Babel (Alejandro Inarritu), Doze Homens e um Segredo (Steven Soderbergh) e Inimigo Íntimo (Alan J. Pakula). Filha do ator John Voight, Angelina Jolie, tem 38 anos


e nasceu na cidade de Los Angeles. Seus padrinhos são os atores Maximillian Schell e Jacqueline Bisset. Com esta idade, Angelina já tem dois Oscars (um de coadjuvante por Garota, Interrompida e outro honorário o Jean Hersholt Humanitarian Award) e três Globos de Ouro (Garota, Interrompida, Gia e George Wallace), 45 filmes como atriz, 6 como Produtora, 2 como Roteirista, 3 como Diretora e 2 como autora da trilha sonora. Na sua filmografia de atriz constam A Troca (Clint Eastwood), O Preço da Coragem (Michael Winterbottom), O Colecionador de Ossos

(Phillip Noyce) e o inacreditável Alexandre (Oliver Stone). Antes de Brad Pitt, Angelina foi casada com o ator Billy Bob Thornton. Pitt e Jolie têm hoje seis filhos, sendo três adotivos e três biológicos: Maddox Chivan Jolie-Pitt, adotado no Camboja, Pax Thien Jolie-Pitt, adotado no Vietnam, Zahara Marley Jolie-Pitt, adotada na Etiópia, Shiloh Nouvel Jolie-Pitt, primeira filha biológica do casal,

e os gêmeos Knox Léon Jolie-Pitt e Vivienne Marcheline Jolie-Pitt. Bonitos, inteligentes, produtivos, criativos, ótimos atores, modernos, humanitários, completamente pró-sustentabilidade, à frente do seu tempo, Brad Pitt e Angelina Jolie são, sem dúvida, o retrato do que dá certo no mundo do cinema e na vida. Que siga sendo assim por muito tempo!

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Pati Leivas close

DE-LI-CI-O-SO Na primeira edição da Bá, há mais de um ano, escrevi sobre este restaurante… o primeiro restaurante totalmente orgânico e certificado do Brasil passou por uma reforma e está ainda mais gostoso hoje: não só pela comida, que se mantém excelente, mas pelo ambiente, que está muito mais cool e condizente com o estilo da gastronomia. O chef Renato Caleffi continua lá. Coisa rara nesses loucos ventos paulistanos, que sopram e levam gente de um lugar pro outro com bastante rapidez, o cara se mantém firme na proposta e no sabor. A banana da terra é um item cada vez mais usado nas preparações (biomassa), o que confere uma brasilidade peculiar e megassaudável diga-se de passagem. Surgiu até uma “Nutella” de biomassa!!!! Deliciosa e FIT TOTAL, bem de acordo com a febre healthy que tomou conta das pessoas neste último ano.

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O Le Manjue, que já era “moderno” sem essa pretensão, agora está na crista da onda, e não mudou nada com isso… mesmo atendimento cordial, eficiente (apesar de que agora se espera um bocado na fila, pois está sempre lotado), preço paulistano e comida incrível!! Conversando com um dos sócios, que também é executivo de uma grande empresa no setor de eletrodomésticos e eletrônicos, percebi que o conceito de ORGÂNICO se entranhou na vida dele também, muito além da simples forma como são cultivados os alimentos que entram na cozinha do Le Manjue... A definição de “orgânico” na Wikipedia é: “um termo genérico para processos ligados à vida”, e acredito que ele tenha incorporado essa “vida orgânica” ao dia a dia também: hoje ele anda mais de bike do que de carro e já colhe frutos

dessa vida mais saudável, quilos a menos e disposição a mais. Não tendo nada dessa coisa xiita de dieta, o Le Manjue continua se preocupando com a origem dos alimentos e compondo pratos saborosos e nem sempre de baixas calorias… mas que dá um baita orgulho saber que estamos saboreando um risoto DE-LI-CI-O-SO (no cardápio deles, Jambalaya) sem um pinguinho de manteiga, ahhh, isso dá!! Que vocês possam sentir essa mesma coisa que eu quando forem lá… no Insta eles estão como @lemanjue e postam vários pratos bacanas e tips saudáveis… vale seguir!! Me contem quando forem!! @patileivas Rua Domingos Fernandes, 608 – Vila Nova Conceição, São Paulo/SP, 04509-011 Fone: (11) 3034.0631


Tudo para o seu evento


AndréGhem

MATAR OU MORRER tenista profissional

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“Coin Flip” é uma expressão bastante ouvida nas mesas de pôquer, quando sua chance de ganhar a mão é a mesma que jogar uma moeda para cima e após muitos rodopios você acertar a cara ou a coroa. Ou seja, cinquenta por cento de chance. Na moeda não existe outro resultado, ou é o seu ou o do outro. Ou se ganha ou se perde. Exatamente como no tênis. Cada vez que você entra numa quadra para uma partida, você vai ganhar ou perder. Matar ou morrer, a cada jogo. Não tem outra. Quanto mais você acerta, mais difícil vai ficando de você acertar o próximo e passar adiante, da mesma forma que, quanto mais se ganha, maior fica sua fatia do bolo. Claro que você pode treinar, fazer preparações específicas, montar estratégias para que o resultado lhe seja favorável. Mas nada disso lhe garante a vitória. De semana em semana, condições e obstáculos viram variantes para mais ou menos, dependendo da maneira de jogar de cada um. Do céu ao inferno se pode ir tão rápido quanto em uma viagem de trem de Porto Alegre a Novo Hamburgo. Isso que torna o esporte tão emocionante, o constante movimento da gangorra emocional. Fazer parte disso tudo pode ser loucura, mas, diferente de um “Coin Flip”, a sorte parece não definir o ganhador, pelo menos é o que eu acredito.


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SilvanaPortoCorrêa

LUZ INTENSA Foto Isadora Bertolucci

Há 22 anos em Porto Alegre, Jorginho Goulart corta, faz cor, make de uma clientela fiel que lota a agenda do profissional no Salão Hugo Beauty desde 2002. Desde pequeno é a luz, no sentido mais amplo da palavra, que enche os olhos de Jorginho Goulart. Não é que a figura atacava os anéis e penduricos brilhosos da mãe e queria ir para o carnaval de Itaqui? A infância foi tranquila e feliz no interior, ao lado de Dona Libânia e da irmã Helena, 18 anos mais moça . Época em que decidiu fazer vestibular para Arquitetura na Unisinos, onde estudou por um ano e meio: “O que eu curtia no curso era a parte de luz, sombra, movimento”. Nunca mais voltou a morar na cidade natal: “Em Itaqui, as mulheres da minha família, mãe e tias, foram muito marcantes”. Foi com apoio delas que o autodidata começou de brincadeira a tirar sobrancelhas e a cortar os cabelos dos amigos. A semente da ida para a incensada rede de salões de beleza porto-alegrense Hugo Beauty foi plantada quando ele passou pela avenida Carlos Gomes e se impressionou com uma casa toda azul e cheia de luzes: “Pensei: mas que casa é essa? Bem que podia trabalhar aqui”. Os bicos com amigas e amigos seguiam cada vez mais frequentes, até que ele decidiu levar a

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Vou chegar na Times Square e chorar, me jogar no chão, é muita luz.

sério e fazer um teste no Mirage. Foi quando, em 2002, também foi chamado pela Gabriela Moser, mulher de Hugo e sócia do Hugo Beauty: “Era Dia das Mães e não tive coragem de cancelar a ida a Itaqui para ver a minha. Remarcamos e nunca mais saí de lá. Fiquei uma semana fora e voltei correndo. É minha vida, vivo para o trabalho há 12 anos, 12 horas por dia”. Parte da fama de pop star das tesouras e pincéis tem a ver com o gosto por produção de editoriais e de eventos: “O Xico e o Oliver me convidaram para produzir candidatas do Garota Verão. Comecei a atender o pessoal do Grupo RBS e, a partir dali, foi um trabalho atrás do outro.“ Há alguns anos, sua agenda está repleta da manhã à tarde. Ainda assim, é difícil ele dizer que não pode atender uma cliente. Hoje comanda a filial Hugo Beauty numa ampla e charmosa sala do Hotel Plaza São Rafael,

mas, por onde quer que ele ande, o ambiente está sempre cheio de belas se embonecando, esperando e brindando. E qual será o segredo desse encantador de beldades? “Percebo o sorriso, o melhor da pessoa, e a tristeza também. Tento sentir o que está na cabeça e no coração da cliente. Sacar essa energia da pessoa ajuda muito na nossa profissão. Nem imagino não fazer o que faço.” A opinião da cliente e nossa amiga em comum Cris Aspesi vai nessa linha: “Ele tem luminosidade, é hiperativo, carinhoso, humanista, no conceito da palavra. É humano com as clientes”. O sonho do cabeleireiro e maquiador é morar num lugar tranquilo, em uma casa com animais, natureza, e ser feliz com um amor. Quer muito conhecer Los Roques, na Venezuela, e Nova York: “Vou chegar na Times Square e chorar, me jogar no chão, é muita luz”. Te joga, Jorginho.

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maquiagem beleza

CINDERELA REAL

DaniloAranha maquiador

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Toda mulher sonha com o grande dia, a hora tão esperada, a hora em que todas as atenções estão voltadas para sua felicidade, quando todos vão compartilhar um momento tão especial: o casamento. Nesse dia, a mulher deve estar linda, com um aspecto fresco, com felicidade exalando por cada poro, e alguns elementos são fundamentais para essa maquiagem: a pele tem que estar impecável, muito hidratante, pouca base e corretivo, muito iluminador (nos pontos certos, pois tem que ser certeiro), contorno está mais que liberado e um pó apenas para tirar o brilho. E o efeito final? É de quem acabou de acordar e comeu uma fruta. (foto 1) Os olhos devem trazer ternura, leveza, com aspecto lindo, de mulher indefectível. Os cílios estão superliberados, mas lembre-se: você deverá parecer pura, porém sem deixar o seu ar mais sexy de lado. (foto 2)

O frescor do dia: essa noiva deve ser lânguida, deve ter uma maquiagem com uma refrescância matutina, olhar suave, boca cor de carne com um aspecto genuíno e pele iluminada com produtos que não tenham brilho, pois este deve vir da claridade do dia. (foto 5) A sensualidade noturna: pode abusar do poder angelical, com uma pele muito iluminada, olhar expressivo, sensual, sem perder o ar de mulher pudica, mas mantendo uma sensualidade natural. Cabe, aqui, a boca vermelha para aquelas que gostam de ousar! (foto 4) No final, você deve estar angelical, com uma pitada de sensualidade, mas com uma beleza autêntica, por isso, não esqueça do ponto alto de qualquer noiva: pele impecável! Apenas uma versão melhorada de você mesma para uma data mais que especial. (foto 3)

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AndréaBack

Publicitária e Jornalista

VIZINHO INSPIRADOR A UNESCO recomenda uma livraria para cada 10 mil habitantes. Em Buenos Aires, a média é de uma para cada seis mil habitantes, justificando a fama dos portenhos de possuírem o hábito de ler instituído no cotidiano. Só a Ateneo Grand Splendid, beneficiada pelo título de “segunda livraria mais bonita do mundo”, recebe 3 mil visitantes diários. E não é só pra fazer foto, porque ao longo do ano eles levam de lá 700 mil títulos. Neste cenário extremamente favorável, comemorouse a 40ª edição da Feira do Livro de Buenos Aires (foto acima). Tudo muito superlativo: mais de 400 expositores, distribuídos em 45 mil metros quadrados de “La Rural” (o Centro

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de Eventos de Palermo), receberam um público que, nos dias mais concorridos, formou quarteirões de filas para visitar a Feira. E a entrada não era gratuita. O evento, que teve sua abertura ao encargo de Joaquín Lavado, o Quino - cartunista criador da Mafalda e orgulho nacional –, contou também com a presença de representantes das mais variadas correntes da literatura argentina e de várias partes do mundo. Foram mais de 50 convidados internacionais, como Ziraldo (Brasil), Paul Auster (Estados Unidos) e John M. Coetzee (Nobel de Literatura sul-africano). Alguns, trazendo experiências de vida tão ricas quanto sua obra, como é o caso do

palestino Izzeldin Abuelaish. Nascido e criado em um campo de refugiados na Faixa de Gaza, Abuelaish se formou em ginecologia e atendia vítimas de ambos os lados do conflito palestino-israelense quando, em 2009, perdeu as três filhas em um bombardeio. Escreveu então Não Odiarei, onde fala de esperança e confiança na humanidade, apesar do sofrimento. E criou a Daughters for Life Foundation, entidade que estimula o desenvolvimento da liderança, da saúde e da educação de meninas e mulheres no Oriente Médio. Além do encontro com os livros e com histórias como essa, quem passou pela feira pôde escolher entre mais de 1,5 mil opções de


atividades culturais, como conferências, debates oficinas, mostras e espetáculos. Primeira cidade brasileira homenageada na história da feira – São Paulo –, por exemplo, deu ênfase à produção artística da periferia, promovendo uma vitrine da relação cultural entre duas das mais importantes cidades latino-americanas. Entre tantas opções, fica o destaque para uma ação, pela contemporaneidade do tema e o interesse que despertou no público: a Zona Futuro. O espaço que se dedicou aos fenômenos literários alternativos e às novas fontes onde bebem os escritores. Esta é a Zona Futuro da Feira do Livro de Buenos Aires. Os

Em Buenos Aires, a média é de uma livraria para cada seis mil habitantes.

coordenadores, Esteban Castromán, Iván Moiseeff e Lorena Iglesias prepararam uma programação que teve como eixo central a “Literatura que transborda o livro”. Nela, conviveram DJs, literatura pulp, fanfiction, videojogos narrativos, poetry slam, cosplay, artes visuais interativas, rap... Os termos podem soar vagos ou desconhecidos, então é mais simples dizer que na Zona Futuro textos podiam ser tocados, ouvidos,

declamados, jogados, dançados, postados, desenhados. Enfim, qualquer formato vale, desde que multiplicador da literatura. A proposta acontece desde 2012, e mais uma vez caiu no gosto tanto de frequentadores jovens – mais resistentes aos formatos editoriais tradicionais – como do público adulto e atento às novidades. Este sucesso comprova que garantir espaço para a literatura que não cabe nos livros foi uma atitude acertada dos organizadores. É um farol de novas ideias para o mercado editorial e um elemento de formação de novos leitores. Afinal, quando os olhos brilham, é sinal de que o amor pelas palavras pegou mais um.

À esquerda, Ateneo Grand Splendid, livraria que recebe cerca de 3 mil visitantes diários. Abaixo, Zona Futuro, um espaço da Feira do Livro de Buenos Aires.

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PaxLuxLuv

SEMPRE, UM DESEJO DE TELETRANSPORTE IsadoraBertolucci www.paxluxluv.com.br

Se esta coluna fosse um evento, seu nome seria Echo Park Craft Fair. Por isso dedicamos as duas páginas desta edição pra contar o que acontece duas vezes por ano na vanguardista Los Angeles da Califórnia.

Beatrice Valenzuela, designer de sapatos, e Rachel Craven, designer têxtil, são as gênias idealizadoras da feira que reúne marcas e produtos éticos desde 2009.

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A ideia era reunir produtores, mão de obra e matéria-prima de artigos sustentáveis, a diretriz é geografica, fazer e consumir localmente. Artigos vintage e second hand estão no cardápio, claro. Vestidos, túnicas e echarpes em linho também, peças de cerâmica incríveis da marca Materia Lumina, que aproveitou a ocasião para conduzir uma meditação em homenagem a deusa Inca da fertilidade, Pachamama, passes e bênçãos com palo santo também fizeram parte das atividades, acessórios divinos em prata e pedras

É sobre ser confortável, vestir fibras naturais e apreciar comidas lindas de verdade.

preciosas, e tudo o que é feito a mão e com amor estava lá reunido. Segundo, Rachel, a cofundadora de aparência xamânica, o Echo Park Craft Fair “é sobre ser confortável, vestir fibras naturais e apreciar comidas lindas de verdade.” Moda, design, gastronomia e espiritualidade configuram o universe deste evento, e por isso nossa homenagem. Pra saber das próximas datas e conhecer as marcas que expoem por lá, o link mais curto é via Facebook mesmo. Só digitar : + echoparkcraftfair

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AsPatrテュcias

www.aspatricias.com.br

O gaテコcho Hテゥlio Ascari cria bicicletas artesanais de puro luxo para nomes estrelados, como Ralph Lauren.

COM ESTILO E PAIXテグ Fotos Peu Campos

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Existe um dito corriqueiro, destes que rolam à exaustão pelas redes sociais, que define uma máxima do contemporâneo: trabalhe com o que ama e nunca precisará trabalhar. Parece facinho? Nem tanto. E mais complicado ainda é transformar essa paixão profissional em sucesso, como é o caso de um gaúcho cheio de estilo que divide os dias entre Nova York e Portland, nos Estados Unidos, arrematando elogios para um produto que cria com o coração batendo bem forte: bicicletas. Hélio Ascari é um exemplo para a turma que sonha em ser feliz todos os dias – e quem não?! Com sua Ascari Bicycles tem conquistado elogios de gente poderosa e de bom gosto, como é o caso do estilista norte-americano Ralph Lauren, que de rodas sabe muito, já que ostenta uma das maiores coleções de carros antigos do planeta. Lauren conheceu o trabalho do designer e encomendou uma peça, entregue pessoalmente por Hélio durante uma longa conversa com o criador que personifica o life style norte-americano. O papo foi tão inspirador para ambos que hoje é em uma das lojas de Lauren, no Soho, em NY, que a Ascari Bicycles exibe

Amo construir coisas, do zero mesmo, da fundação ao estágio final. alguns dos seus modelos totalmente artesanais. O segredo?! Hélio soube como poucos olhar e aproveitar cada experiência, por mais prosaica que parecesse. Encantamento é uma boa palavra para explicar como este filho de um motorista de caminhão de São Marcos encarou cada momento da vida. E foram muitos – e bem distintos. Cresceu vendo o pai, um cara bacana, viajado e com gosto apurado, fazer coleção de botas e desenhar as

fivelas dos cintos que usava, além de ouvir Elvis e John Lee Hooker. Já se apontavam as marcantes influências: música e design. Aos 10 anos, vendia cachaça aos caminhoneiros na estrada. Aos 11, criancinha, mas com carga horária de gente grande, pegava pesado em uma empresa de camas de ferro. Também trabalhou em banco, em uma fábrica de móveis de madeira, deu aulas de ginástica em uma academia que ele mesmo construiu, foi vendedor. Ah! Modelou por 13 anos, morando nos EUA, na Alemanha, na Holanda e na Itália. Fotografou ao lado de Gisele Bündchen, posou para Mario Testino e protagonizou campanhas para Prada e Ermenegildo Zegna. Foi esse supermercado sensorial que criou um profissional apaixonado pelo belo, pelo feito à mão, pelos detalhes. Ao lado do sócio, Gary Mathis, e da esposa, Maria Thereza Polis Miri, conduz, há dois anos, a empresa contrária a tudo que for fast e em série. Até hoje, construiu pouco mais de 50 peças, que levam em torno de três meses de muita mão de obra para ficarem prontas, a um custo alto, mas real diante de tanta dedicação – elas podem chegar a 40 mil

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reais. Cada modelo reflete o universo inspiracional do designer: os velhos tempos, a música, especialmente blues e blues grass, e as obras de Rembrandt, de Picasso e de Dali. E é só olhar pra ele que se percebem de cara essas referências, que fazem dele um criador de estilo, imerso na própria paixão. Sua relação com bicicletas é de longa data. Conta um pouquinho dessa história? Tudo começou quando eu tinha oito anos e encontrei uma bicicleta antiga no porão da minha casa. Fiquei extasiado, não conseguia pensar em outra coisa. Imediatamente, comecei a desmontá-la e a estudar maneiras de restaurá-la. Por coincidência, meu vizinho, o Sr. Poleto, tinha uma loja de bicicletas e emprestou algumas ferramentas. Eu levei aproximadamente seis meses para terminar. Quando estava pronta para pedalar, recebi uma oferta de compra a que não pude resistir, pois precisava do dinheiro para ajudar minha mãe. Sem dúvida, foi o começo de uma longa jornada, a que desenvolveu minha percepção de uma máquina simples e essencial, a única que conecta pessoas e lugares de uma maneira elegante e humilde.

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Como foi o ingresso no mundo do design?! Você chegou a estudar oficialmente ou tem uma formação sensorial, empírica?! Não tenho formação oficial, por assim dizer. Aprendi com a experiência adquirida em fábricas de metal e madeira em que trabalhei quando jovem e também durante meu trabalho como modelo. Desde jovem, mesmo antes de trabalhar nessas fábricas, sempre tive um interesse particular por objetos antigos, como rádios, aparelhos de som, relógios, ventiladores, brinquedos etc. Desmontava tudo apenas para ver como o mecanismo funcionava... nem sempre conseguia montá-los novamente... Amo construir coisas, do zero mesmo, da fundação ao estágio final, trazer à vida um eterno senso de beleza combinado à sofisticação do design. Acredito que sempre tive essa curiosidade para explorar objetos. Contemplo o processo de criação de um objeto, e vê-lo pronto é simplesmente uma recompensa. A gente sabe que toda a bicicleta assinada por você tem detalhes de impressionar. Você pode falar um pouco sobre

esses diferenciais, dos freios aos parafusos de relojoaria?! Sou obcecado por detalhes, e a atenção que coloco neles é o diferencial das minhas bicicletas. Tudo é especial no processo de design e construção, desde os tubos que usamos, italianos, passando pelo processo de solda, supertradicional, pelos aros de madeira, também italianos, chegando à construção dos freios, que faço inteiramente à mão, usando a combinação de metal, madeira exótica e couro, com pedras preciosas. Trabalho de artesão mesmo. Se alguém quiser uma, como faz para encomendar?! No Brasil, somos representados pela Micasa, em São Paulo. Aqui nos Estados Unidos vendemos sob encomenda, pelo telefone ou site, e também na loja do Ralph Lauren do Soho. Programas favoritos... Adoro cozinhar minha receita de pesto para minha mulher, acompanhada de um bom vinho. Amo música, como blues, blues grass, jazz e eruditas, e explorar lojas vintage, visitar museus e ir a concertos musicais.


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moBรก

ZODIAKOS


Fotografia: Jean Pierre Kruze Styling e conceito: Eden JosĂŠ


ÁRIES



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TOURO

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GÊMEOS


CÂNCER



LEテグ


VIRGEM


LIBRA 96 |


ESCORPIテグ


SAGITÁRIO

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CAPRICÓRNIO


AQUÁRIO


PEIXES

Modelos: Leticia Klein e Vitoria C. B. (Lov e), Thainá Mazin e Fernanda Machado (Joy) Beleza: Jonatan Bedin e Natacha Rosa (Mirage Três Figueiras) e Tatá Goldberg Tratamento e manipulação de imagem: Shogun Image Design

Agradecimentos: Twin Set – Iguatemi Me Gusta Brechó Maiora Design and Furniture Mariella Stock Liege Cunha Loja Maria Helena | 101


moBá

PRINCESSES & QUEENS Uma homenagem baseada em contos imaginários e reais. Pois é na infância que se cultiva a hereditariedade de posturas e sentimentos. Um viva para o estilo, o bem-estar e a alegria do universo mãe e filha.

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TODOS OS LOOKS: GAP PORTO ALEGRE


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PRINCESS: 2 LOOKS BILLABONG


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THE QUEEN: ACESSÓRIOS AREZZO (BRINCOS E PULSEIRA), VESTIDO ACERVO REMODÊ PRINCESSES: TUDO DA LOJA QUTANDA


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FOTOS: EDUARDO CARNEIRO ESTILO: MARIANA PESCE BELEZA: CARTIA MARQUES MODELO: PATRICIA KURTZ - FORD MODELS SUL MINIMODELOS: ANTÔNIA BERTOLUCCI MARTINELLI DE LIMA E CATARINA LUGRIS MONTAGNA

OS TRÊS LOOKS SÃO GAP, SAPATOS VALENTINO STYLE, SCHUTZ


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cartola_normal deuochic

VitorRaskin

SPECIAL GUEST: A graรงa de Victoria Teixeira Coufal

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1 - Laura Townsend é a nova Glamour Girl

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2 - As irmãs Isabelle e Audrey Randon inauguram a primeira loja Home Collection no Barra Shopping Sul 3- Zildinha Souza Campos usou vestido assinado por Rui Spohr no casamento de seu filho 4 - Mireya Martins Bastos: belíssima 5- Lady Dior: Cássia Kroeff e Caroline Loeff 6 - Beth Logemann feliz com a chegada de seu primeiro neto 7 - Mães dos Noivos: Ursula Costa e Nara Sirotsky 7

8 - A bela Góia Tellechea Cairoli chamou a atenção na temporada de festas 9 - Monica Guazelli , Giuliano Borille e Lisette Feijó colaborando coma noite em beneficio da Liga Feminina de Combate ao Câncer 10 - Valentina di Cameli e Victoria de Kroes Leal 11 participam da relação de debutantes do Country Club 11 - Carla Verissimo de Carli ajudou a filha Carolina de Carli a receber os amigos em sua festa no Country Club

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FOTO FERNANDO CONRADO

social

JULIO, ANA, DOCA e MARIANA MOTTIN

MISTURE BÁ Por Dulce Helfer

Com Mariana Bertolucci

NÁDIA RAUPP MEUCCI e SILVANA PORTO CORRÊA FOTO WANDERLEI OLIVEIRA

FOTO WANDERLEI OLIVEIRA

GUSTAVO SCHAUENBERG, VITÓRIO GHENO e SABRINA SFOGGIA

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OLIVIA BYINGTON

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FOTO FERNANDA COELHO

social

NORTON FERNANDES e PAULA GEMELLI na festa de aniversรกrio da linda advogada

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FOTO FERNANDO CONRADO

Acima, MARTINA festeja os 7 anos ao lado dos pais, LÚCIO MARTINS e FERNANDA GUIMARÃES. Abaixo, DANILO MAIA e BETTINA BECKER

Acima, MARIA TEREZA CAMA PEREIRA LIMA. Abaixo, DENIS PIZZATO e GABRIELA PIZZATO KARIM MISKULIN e sua linda filha Laura

Acima, ALCIMIR e LUCIA RITCHER Abaixo, GRAÇA COELHO e CLEOMAR LIMA

Acima, VIVIAN e LAUREN LYKAWKA

Abaixo, FLAVINHA MELLO

Acima, ARMINDO TREVISAN, ENA LAUTERT e MARTHA MEDEIROS. À esquerda, MARCIA e CARLOS FLORES com IVAN ANDRADE


social

A bela MARIANA XIMENES em sua longa temporada gaĂşcha 116 |


Acima, GILBERTO HABIB DE OLIVEIRA e ANDRÉ VENZON Acima, O DJ ANDRÉ TOMATIS. Abaixo, FABIANA LANÇA FAGUNDES Acima, DALVA SILVEIRA. Abaixo, CRISTIANO BERTOLUCCI, KAREN MARIATH ARÍSIO e PERCIANO BERTOLUCCI

Acima, BANDA MELODY. Abaixo, ANA MOTTIN, MARIANA MOTTIN e filha MARIA LUIZA

Abaixo, IVETE WEBER, ROBERTO WEBER e RAFAELA WEBER

Abaixo, CAROLINE KRELING e JULIO MOTTIN NETO

Abaixo, PATRICIA LINO

FOTO FERNANDO CONRADO

Acima, CARLOS EDUARDO, MARIA EDUARDA e ANINHA COMAS. Abaixo, ARMANDO DALL’IGNA e GUSTAVO FLORES.


cartola_normal social

Acima, FERNANDA SICA e CRISTIANA BAGGIO. Abaixo, CESAR CIDADE DIAS e DENISE BORGES DE CASTRO DIAS

Acima, RANIERI RIZZA e DANIELA SALLET

Acima, LIGIA WALPER e TABAJARA RUAS

Acima, SUELY PETRY, TANIA BIAN, ANGELA WOLFF e IVAN MATTOS. Abaixo, DANIEL e IMERITA PASSOS

Abaixo, ANA ESPÍNDOLA e ISADORA BERTOLUCCI

À esquerda: LENITA RUSCHEL PEREIRA, HELENA RUSCHEL PY, SILVIA RUSCHEL SUKIENIK e ANDREA CLOSS. Abaixo, JANICE MAIA e DEDÉ BERTOLUCCI

Abaixo, VERA SCHNEIDER

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FOTO WANDERLEI OLIVEIRA

Acima, ANA ZITA FERNANDES. Abaixo, CRISTIANO ARANHA, MARIANA MARTINS COSTA e MARIANA WARLICH

Acima, TONICO ALVARES, VITÓRIO GHENO e PATRICE GAIDZINSKI

Abaixo, DIRCE BRATZ, MARCELO CANARIM e MYRIAN EPPINGHAUS CIRNE LIMA

Acima, MARIANO SCORPANITI. Abaixo, ANDREA MARTINS.

Abaixo, LEONOR KLÜBER e CARLOS ALBERTO FONTOURA

Abaixo, KATIA TAVARES CORREA

Abaixo, o artista e grafiteiro TRAMPO no TSP

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Acima, DANIEL ESCOBAR e PAULO GASPAROTTO. À esquerda, GABI PARSONS ganha uma beijoca de JEAN RODRIGUES

Acima, REJANE ZILLES, LUIS MELODIA e MACALÉ

À direita, NEI LISBOA e ANA LONARDI. Abaixo, SANDRA RITZEL, REGINA LIMA e JUAREZ FONSECA

Acima, CLAUDINHO PEREIRA e VITOR ORTIZ.

Abaixo, ELEONORA RIZZO.

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Acima, LILIANA SULZBACH e MÔNICA SCHMIEDT. Abaixo, ZETTI NEHAUS e sua obra



cartola_normal VitテウrioGheno

Filas Urbanas

FOTO: Nテ.IA RAUPP MEUCCI

artista plテ。stico

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O time campeão da Pallotti preparou preços promocionais em folheteria!

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Ligue (51) 3081.0801 ou acesse www.graficapallotti.com.br



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