Revista Sincopeças-SP 567

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Revista colunista

Ano 48 . Edição 567. Out/19

a mídia oficial do setor

Revista mensal de informação dirigida ao Comércio de Peças e Acessórios para Veículos

A ELETRIFICAÇÃO

ENERGIZA A REPOSIÇÃO

Até 2030 o Brasil terá um celeiro de oportunidades com uma das frotas mais heterogêneas da história e a eletrificação exigirá a capacitação de todos os elos do aftermarket automotivo

acontece

Exclusão de ICMS do PIS/Cofins

gestão e direito

Decreto regulamenta trabalho temporário

varejo em foco

A experiência do cliente na era digital

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índice

editorial

03 editorial 06 acontece 14 gestão e direito 22 capa 46 mercado 48 varejo em foco 52 especial on-line 56 tecnologia 58 giro

Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo Av. Paulista, 1009 - 5º andar | São Paulo-SP - CEP 01311-919 tel.: 11 3287-3033 fax: 11 3285-0090 Siga nossa rede social: facebook.com/sincopecas www.portaldaautopeca.com.br | marketing@insighttrade.com.br Diretoria Sincopeças-SP (2018-2022) presidente Francisco Wagner De La Tôrre vice-presidente Heber Carlos de Carvalho

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conselho fiscal (efetivos) Roger de Souza Gomes Silva Alexandre Lima Pereira Alexandre Favoretto

1º secretário Antônio Carlos Sanches Nunes

conselho fiscal (suplentes) Cláudia Aparecida Lago Passos Rogério Alves Lins Israel Bovolini

2º secretário Sergio Augusto Costa Mendes

1° delegado efetivo Francisco Wagner De La Tôrre

1º tesoureiro Álvaro Pereira

2° delegado efetivo Álvaro Pereira

2º tesoureiro Edson Shosaburo Koga

1° delegado suplente Heber Carlos de Carvalho

diretores Rui Antonio Girardelli Plínio da Silva de Castro João Ribeiro da Silva Luiz Roberto Celeste Gandra

2° delegado suplente Rui Antonio Girardelli

EXPEDIENTE - produção jornalista responsável Robson Breviglieri mtb: 13.084/SP

cursos e palestras Gilberto Nogueira Ferreira

reportagens Majô Gonçalves e colaboradores projeto gráfico, marketing e comercial INSIGHT TRADE Amanda Castro Carla Norcia Caroline Schulz Tel.: +55 11 2060-1034 carla.norcia@insighttrade.com.br www.insighttrade.com.br

secretário geral: Gilberto Nogueira Ferreira

conselho editorial: Carla Nórcia – Insight Trade Francisco Wagner De La Tôrre Gilberto Nogueira Ferreira José Ap. Scarparo impressão: Duograf Circulação: 27.000 exemplares na base territorial do Sincopeças-SP no Estado de São Paulo publicação on-line www.portaldaautopeca.com.br/ revista-sincopecas/

Francisco Wagner De La Tôrre Presidente do Sincopeças-SP

O varejo sempre dá conta das demandas

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impacto da digitalização e eletrificação dos automóveis, fintechs como soluções de pagamento e operações financeiras e tendências de mercado com novas tecnologias rechearam as apresentações da 25ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, o mais importante evento do aftermarket automotivo brasileiro, que reuniu representantes de toda cadeia produtiva de autopeças, de fabricantes a distribuidoras, varejos e oficinas. Cerca de 300 profissionais prestigiaram o encontro, aberto pelos representantes das entidades que compõem o Grupo da Manutenção Automotiva, Elias Mufarej, coordenador do GMA; Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional; Heber Carvalho, vice-presidente do Sincopeças-SP; Rodrigo Carneiro, presidente da Andap; Alcides Arcebi Neto, presidente do Sicap; e Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças. Segundo as projeções, até 2030 metade da produção automotiva será de veículos elétricos. Diante dessa perspectiva, cabe indagar como o varejista deve se preparar para essa realidade? Pela minha experiência, baseada em momentos marcantes dos últimos 30 anos, o varejo responde na medida que as demandas nascem toda vez que há uma inovação tecnológica no automóvel. Foi assim na passagem do platinado e condensador para a distribuição transistorizada, na passagem do veículo carburado para a injeção eletrônica, com a introdução do air bag, do ABS, ou seja, na medida que começou a procura por componentes desses novos sistemas na reposição e na manutenção desses veículos, o varejo tem conseguido dar uma resposta satisfatória. Entretanto, a introdução tecnológica do veículo elétrico traz um impacto muito maior, mas continuo com a expectativa de que, na medida que as demandas forem se apresentando, tanto o mecânico conseguirá dar a resposta necessária para a manutenção quanto o varejista conseguirá dar a resposta necessária para atender essa demanda.

Boa leitura

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colunista


índice

editorial

CONHEÇA O

SINCOPEÇAS-SP

A história do Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo, o SINCOPEÇAS-SP, remonta, oficialmente, ao ano de 1941, quando um grupo de abnegados empresários paulistas resolveram criar uma entidade que representasse os interesses da categoria e estimulasse o desenvolvimento do setor, e assim foi feito. Ao longo desses anos, seguindo a linha mestra traçada por aqueles homens de visão, o SINCOPEÇAS-SP tem participado ativamente da vida do segmento varejista de autopeças, ajudando a promover o aperfeiçoamento operacional, a defesa e a coordenação de interesses econômicos e profissionais de seus representados. O trabalho do SINCOPEÇAS-SP contempla a defesa do comércio independente da autopeça, pois dele dependem os consumidores de todas as regiões brasileiras, mesmo as mais afastadas. Todos os varejistas do setor têm seus interesses amparados pelo Sincopeças, desde pequenos lojistas estabelecidos nas pequeninas cidades do Interior, até o grande comércio de componentes em funcionamento nos grandes centros urbanos. O campo de atuação do SINCOPEÇAS-SP, limitado ao Estado de São Paulo, aloja um segmento empresarial de grande importância no contexto econômico nacional, certamente o mais importante do País. A região abriga um universo de 24.500 estabelecimentos especializados na venda de autopeças (65% deles localizados na capital e ABC), rede comercial que emprega cerca de 180 mil pessoas e é responsável por uma expressiva fatia do movimento financeiro das fábricas de componentes automotivos.

APROXIMADAMENTE 200.000 EXEMPLARES DA REVISTA SINCOPEÇAS-SP PARA OS VAREJOS DO ESTADO DE SP

LEI DO DESMANCHE

O SINCOPEÇAS-SP atua há 78 anos como entidade representativa de 24.500 lojas de peças e acessórios para veículos no Estado de São Paulo, 80% delas EPPs - Empresas de Pequeno Porte que empregam diretamente 180 mil trabalhadores, sendo filiado à FecomercioSP - Federação do Comércio do Estado de São Paulo, que congrega 156 sindicatos ligados ao comércio e serviços da Capital e do Interior.

ENVIO SEMANAL DE BOLETINS DIGITAIS COM INFORMAÇÕES SOBRE O MERCADO

REALIZAÇÃO DE FÓRUNS DIREITO DO CONSUMIDOR ESOCIAL

PESQUISA MVA

ACESSO PARA MAIS DE 60.000 VAREJOS BRASILEIROS

INMETRO CONQUISTA DA PRORROGAÇÃO DOS PRAZOS ESTABELECIDOS PELO

ATENDIMENTO JURÍDICO E CONTÁBIL

INMETRO PARA CERTIFICAÇÃO DAS PEÇAS

RECICLAGEM AUTOMOTIVA UM PASSO ANTES DO FUTURO VENDAS E RELACIONAMENTO COM O CLIENTE NA ERA DIGITAL

REALIZAÇÃO DE MISSÃO EMPRESARIAL IARC - BERLIN AAPEX E SEMA SHOW - LAS VEGAS AUTOMECHANIKA - FRANKFURT AUTOMECHANIKA - BUENOS AIRES

CRIAÇÃO DO SINCOPEÇAS BRASIL

ACESSO ÀS PARTICIPAÇÃO COM INFORMAÇÕES vector eps10 MAIS DE 12 CARAVANAS RETIDAS PELAS NA AUTOMEC MONTADORAS

PESQUISA ROLAND BERGER

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NOVO PORTAL DA AUTOPEÇA

ACESSE O SITE

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SINCOPECAS/


acontece

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Sentença legitima exclusão de ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins

Medida que reafirma decisão inicial com caráter provisório beneficia determinados comerciantes associados ou filiados à FecomercioSP

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FecomercioSP pede ao Procon-SP alinhamento na aplicação efetiva da dupla visita. Ofício entregue no último dia 16 ao diretor-executivo do órgão, Fernando Capez, pede a revisão da Portaria n.º 51/2018

A Economia feita com a exclusão do tributo pode permitir que empresa coloque as contas em ordem e até aumente os investimentos (Arte: TUTU) As empresas que se enquadram nos requisitos podem solicitar à FecomercioSP a emissão de uma declaração de associação, que deve ser apresentada à Receita Federal no momento em que realizar a apuração das contribuições devidas, com a exclusão da parcela do ICMS.

Os interessados podem entrar em contato com a FecomercioSP. Acompanhe a FecomercioSP Para conhecer as atividades de advocacy da FecomercioSP ou dos conselhos da Entidade, fale conosco pelo e-mail ri@fecomercio.com. br. Se você ainda não é associado. Fonte: FecomercioSP

fiscalização que foge do caráter orientador nas relações de consumo prejudica os estabelecimentos de micro e pequeno porte, que muitas vezes são multados sem saber que agiam de maneira irregular. Para que a aplicação efetiva da dupla visita seja regra e não exceção, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) entregou nesta quarta-feira (16) ofício ao diretor-executivo da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), Fernando Capez. O texto pede a revisão da Portaria n.º 51/2018 do órgão, que restringiu os direitos estabelecidos na Lei Complementar n.º 123/2006, conhecida como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, ao elencar uma série de exceções que, na prática, impedem a fiscalização orientadora no Estado. Durante a audiência realizada com o Procon-SP, a FecomercioSP alertou sobre a necessidade de se iniciar um trabalho de ações educativas para fortalecimento dos direitos do consu-

FecomercioSP acredita que um trabalho de ações educativas pode fortalecer os direitos do consumidor (Arte: TUTU) midor, por entender que ações diretas de orientação aos fornecedores e aos próprios consumidores se mostram mais eficazes ao longo do tempo. No encontro, Capez informou que a sua atuação à frente do Procon-SP tem este viés orientativo. O ofício encaminhado anteriormente aos parlamentares reafirma a necessidade de que as fiscalizações na atividade empresarial sejam feitas de forma a não prejudicar a atividade econômica.

Histórico O critério de dupla visita para lavratura de autos de infração atualmente está incluso na LC n.º 123/2006 e na LC n.º 155/2016 – que trouxe alterações à primeira. A lei mais atual determinou que a fiscalização deve ser prioritariamente orientadora também nas relações de consumo, sendo que o grau de risco deveria ser compatível com a atividade. Esse foi um dos empenhos da FecomercioSP à época, já que a lei de 2006 não incluía esse item. Fonte: FecomercioSP

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entença da Justiça confirma decisão que legitima e exclusão da parcela relativa ao ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins de determinados comerciantes associados ou filiadas à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A decisão foi proferida no último dia 10 e reafirma a liminar da 17ª Vara Cível Federal de São Paulo, de fevereiro de 2019. A diferença é que a decisão inicial tinha caráter provisório e, agora, a segurança sobre a permissão é permanente. A exclusão da parcela relativa ao ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins pode ser usada pelas empresas que pagam tributos sobre lucro real ou presumido filiadas ou associadas à Entidade, assim como pelas que ainda venham a se associar. Essa economia permite à empresa colocar as contas em ordem ou investir em contratação e compra de maquinário, por exemplo.

Alinhamento na aplicação efetiva da dupla visita


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facilita negociação de dívidas

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) considera positiva a Medida Provisória n.º 899/2019, chamada de MP do Contribuinte Legal, na qual o empresário poderá fazer acordos de seus débitos direto com a Fazenda

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ara a Instituição, esta medida é mais uma forma de solucionar conflitos sem que seja preciso acionar o Poder Judiciário, o que agiliza o trâmite e diminui as demandas judiciais. Contu-

do, destaca que o contribuinte deve avaliar muito bem a negociação da dívida, pois renunciará ao seu direito de questionar judicial e administrativamente a questão. Além disso, ainda é

preciso aguardar a regulamentação por parte do Ministério da Economia e Procuradoria da Fazenda Nacional e Receita Federal sobre os débitos relacionados a cada órgão público.

Sobre a FecomercioSP A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é uma entidade empresarial paulista dos setores de comércio e serviços. Com o objetivo de representar os interesses das

empresas do segmento e contribuir para a sua modernização constante, congrega 136 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Instituição representa

um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro –, gerando em torno de 10 milhões de empregos. Fonte: FecomercioSP

Duas décadas de Auto Z O ano que marca os 20 anos de comércio eletrônico no automotivo

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s primeiros registros de comércio eletrônico no Brasil têm data de 11 anos atrás com uma das grandes lojas dos Estados Unidos que comercializa livros. Um ano depois, surge o e-commerce de uma livraria brasileira e também da primeira empresa automotiva, o AutoZ, empresa do grupo Dpaschoal. Alinhados com uma mudança que o mundo já apontava, a loja eletrônica automotiva se alinhava com as expectativas de uma sociedade que dava os primeiros sinais da busca por mais conectividade, e marcando sua entrada sem volta para a transformação digital. Os desafios eram enormes e a responsabilidade ainda maior, uma vez que o cliente demandaria o mesmo atendimento de qualidade que teria em uma loja física. O AutoZ precisava transmitir a segurança que o cliente demandava, e romper as barreiras da necessidade de conhecer peças para comprar e mais a necessidade de apreender/ensinar a comprar online.

(Por Alexandre Fellet. gerente de operações)

Em tempos atuais, cerca de 20 anos depois, o mercado automotivo no e-commerce se mostra em destaque no Brasil e no exterior. A prova disso são as entradas das grandes plataformas neste mercado, apostando cada vez mais. Ao longo desse período muitas coisas se tornaram tendência e muitos dos acessórios que entravam como opções, em médio prazo tornavam-se itens de série, ou seja, se tornando necessários para o condutor. E junto a isso, o comércio automotivo precisaria estar cada vez mais alinhado com as tendências e mudanças de comportamento do cliente. Desde então o e-commerce se tornou parte da realidade e do dia-a-dia dos consumidores, um público cada vez mais preparado e mais informado, por isso as empresas tiveram que seguir o mesmo fluxo e a mesma velocidade. O AutoZ criou uma rede de conveniência para seus clientes para que a assis-

tência fosse a todo e qualquer momento, bem como gerando demandas e serviços de IoT, facilitando a compra e agilizando ainda mais a entrega e agregando ainda mais valor à marca, algo muito importante para os consumidores desse novo mercado. É o caso de campanhas como a de 20 anos do AutoZ, onde a compra de uma peça tem uma porcentagem revertida para uma ONG. A forma de consumir mudou e as pessoas já se sentem mais adaptadas a essa inovação. Sistemas de segurança de compra online e facilidade para escolher e receber ajudaram muito no quesito falta de tempo e na realidade em que a população vive atualmente. Por isso, a tendência é que a tecnologia da informação acompanhe o processo oferecendo cada vez mais ferramentas para facilitar o consumo. Vamos esperar para ver o que nos aguarda para daqui mais 20 anos.

9 Sobre AutoZ Fundado em 1999, pelo Grupo DPaschoal, o AutoZ está há 20 anos vendendo online. Nasceu com o objetivo de gerar conteúdo automotivo na internet, mas com o crescimento

do portal e com a necessidade do público de ter um ambiente online segmentado para as compras de itens automotivos, o AutoZ tornou-se o primeiro e-commerce automotivo do Brasil. E desde então segue a

missão de transformar a necessidade dos clientes em solução, de maneira simples e descomplicada e com a garantia de que tudo que é comercializado é originais e possui a garantia do fabricante.

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MP do Contribuinte Legal


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SICAP comemora

20 anos

Entidade, que reúne os distribuidores de autopeças no Estado de São Paulo, reafirma o compromisso com as empresas associadas contribuindo para o desenvolvimento do setor de distribuição

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rabalhando para oferecer suporte e serviços de acordo com as demandas do mercado em um cenário altamente desafiador com surgimento de novos players, mudança de comportamento de compra dos consumidores, canais digitais, a chegada dos híbridos, eletrificação dos veículos e aplicativos que mudam a forma da mobilidade, o SICAP - Sindicato do Comércio Atacadista, Importador, Exportador e Distribuidor de Peças, Rolamentos, Acessórios e Componentes para Indústria e para Veículos no Estado de São Paulo, está em constante aprimoramento

de suas atividades para orientar os distribuidores independentes, bem como promover estudos e elaborar planos para estruturação e racionalização do mercado de reposição de autopeças. Tem ainda a missão de estreitar o relacionamento e cooperação entre distribuidores e fabricantes com os demais elos da cadeia. Ao completar 20 anos, a entidade que representa legalmente as empresas de distribuição de autopeças no Estado de São Paulo, tem intensificado a sua atuação para promover debates que trazem à tona questões relevantes para ajudar a en-

tender as mudanças que estão ocorrendo e os impactos que causarão no negócio de distribuição de autopeças. Para isso, juntamente com a ANDAP - Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças, com a qual divide o mesmo espaço e compartilha da mesma diretoria, tem realizado eventos nos últimos anos em várias ocasiões, incluindo feiras nacionais, como a Automec e internacionais, como a Automechanika, sempre com o intuito de manter os empresários do setor bem informados. "O SICAP reúne as principais empresas de distribuição do Estado pau-

lista que tem relevante participação no mercado de reposição, com suas filiais em várias regiões do País e sabemos de nossa responsabilidade em representá-las e de atendê-las da melhor forma possível", destaca Alcides Acerbi Neto, presidente do SICAP. Empresário do setor, como diretor da Jahu Borrachas e Autopeças, Neto entende muito bem das necessidades do mercado e tem pautado a sua gestão no SICAP com base nessa visão, considerando as transformações que vêm ocorrendo. "Estamos sentindo na pele as mudanças e o SICAP tem promovido discussões que trazem dados e informações que auxiliam seus representados em decisões e posicionamento neste momento tão peculiar que vivemos hoje", destaca o presidente. Quando assumiu a presidência, em 2018, Neto teve a missão de imprimir uma gestão com olhar empresarial para a entidade, justamente quando houve a drástica queda da arrecadação, com fim da contribuição sindical obrigatória. Desafio que assumiu com muita determinação, reduzindo despesas e procurando ouvir cada vez mais as empresas associadas. Assim, foi construindo as atividades que incluem cursos de capacitação e recicla-

gem de profissionais, bem como apresentações de especialistas sobre os mais variados temas, na busca de levar conhecimento e informação aos empresários. Neto também lembra que, como representante legal da categoria das empresas de distribuição de autopeças no Estado de São Paulo, o SICAP é responsável pelas normas coletivas de trabalho, uma atividade que impacta diretamente no negócio das empresas do setor, portanto, um trabalho essencial que a entidade exerce. "O que for acordado na convenção coletiva entre o SICAP e o sindicato dos trabalhadores prevalece para todas as empresas do setor", acrescenta. Outro ponto que incide diretamente nos resultados das empresas é a questão tributária, a alta carga de impostos compromete o capital de giro e encarece as operações. No Estado de São Paulo, onde a substituição tributária é elevada, Neto revela que o SICAP, participa ativamente e monitora a pesquisa conjuntural apresentada à Secretaria da Fazenda com intuito de minimizar os reajustes do MVA, na tentativa de apresentar ao governo o retrato real do mercado. A entidade também tem como atribuição a emissão do certificado de regularidade sindical para licitações públicas e alvarás de funcionamento.

Alcides Acerbi Neto, presidente do SICAP Com todas essas atividades e em um momento de muitas incertezas, o SICAP criou uma nova forma de atuar, considerando o cenário atual e buscando aprimorar o seu trabalho a cada dia. "Trabalhar pelo coletivo e pela união traz ganhos para todos e fortalece o nosso setor. E é nisso que acreditamos e por isso não medimos esforços para fazermos a diferença junto às empresas", revela. Para chegar a esta maturidade, Neto menciona também o trabalho importante realizado pelas gestões que o antecederam. "O SICAP foi criado há 20 anos para atender as necessidades do setor, e assim seguirá fazendo" finaliza Neto, assumindo este compromisso.

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ARTEB chega

ao 85 anos Ícone da indústria de autopeças nacional, a empresa se destaca por inovar e manter liderança no mercado de sistemas de iluminação automotiva

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Com a divisão ARTEB Tech, desenvolve tecnologia em led e mantém parcerias com empresas de outros países. "A partir de 2021, o led entrará com força nos novos lançamentos no Brasil e estamos prontos para atender", revela O CEO da companhia, Edson Brasil. A empresa vem ampliando a atuação com projetos para montadoras, mercado de reposição, seguradoras e exportação. Com isso, registra resultados expressivos. Entre os projetos mais recentes para OEM, participou do Virtus, Novo Polo, T-Cross, Ka, entre outros. Com reestruturação da área de vendas, implantação de 12

escritórios regionais, fortalecimento da rede de distribuidores e ampliação de portfólio, a fabricante tem expandido sua atuação no mercado de reposição. Também obteve importantes avanços na exportação que conferem resultados positivos e boas perspectivas para este ano e com projeção de crescimento em 2020. A história da ARTEB tem a inovação como uma característica marcante, sendo a primeira a lançar a lanterna de freio de nível elevado (breake lights) em 1986 para o Del Rey. Também foi pioneira na introdução de tecnologia multicolor na injeção de lentes tricolores em lanternas em 1995. Desenvolveu o

DRL e farol alto em lâmpada H15 e motor de regulagem em 2008. É a única empresa de sistema de iluminação automotiva com laboratório acreditado pelo Inmetro e que possui centro de iluminação

da América do Sul, tornando-se referência no desenvolvimento de sistemas de iluminação. Preparada para a nova era com a chegada dos leds e full leds, a ARTEB continua sua tra-

jetória em uma fase que o sistema de iluminação automotiva ganha destaque no design do veículo indo além da função primordial que é garantir a visibilidade do motorista.

Sobre a ARTEB A ARTEB é uma das principais fabricantes mundiais de sistemas de iluminação para o setor automotivo, atendendo montadoras e também presente no mercado de reposição. Empresa nacional, com atuação de mais oito décadas, desenvolve solu-

ções e novas tecnologias que imprimem padrão de qualidade e eficiência na fabricação de faróis, lanternas e break lights, sendo inovadora em concepção design, tecnologia e materiais de última geração. Com parque fabril em São Bernardo do Campo-SP, onde

estão localizados a matriz, centro tecnológico, duas plantas e a Arteb Tech, que desenvolve itens eletrônicos, além da fábrica em Camaçari/BA SIAN, situada no Polo plástico da cidade, próximo ao Complexo Industrial da Ford Moto, a ARTEB possui 1.200 colaboradores.

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ARTEB, uma das principais fabricantes globais de sistema de iluminação automotiva, é uma empresa genuinamente brasileira que iniciou as operações há 85 anos, sempre inovando e fazendo parte da evolução da indústria automobilística. Para celebrar este momento tão especial de uma empresa longeva e inovadora, a companhia realizou evento na sala de tendências para as fornecedoras e apoiadoras, como Basf, Covestro, Embalagens Mara, Haitian, Operlog, Yusei, Osram, Policon, Rai, Javatrans, Remo, Sintel e Toyobo que participaram da edição especial da revista que marca esta data.


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Decreto regulamenta trabalho temporário Modalidade de terceirização lícita vem para aumentar o número de contratações, diminuindo o índice de desemprego e propiciando melhor desenvolvimento de econômico das empresas

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ecentemente, foi publicado o Decreto nº 10.060, de 14 de outubro de 2019, que regulamenta a contratação de trabalhadores temporários. A regulamentação atualiza pontos da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, trazendo maior segurança jurídica e clareza nesta modalidade de

contratação em épocas de alta demanda de serviços ou em caso de substituição transitória de pessoal permanente, conforme esclarecimentos adiante. No ano de 2017, a Lei nº 6.019/74 já havia passado por uma modernização quando foi editada a Lei nº 13.429, que tra-

tou de pontos relacionado ao trabalho temporário e da terceirização em sentido estrito. Contudo, por ter deixado pontos obscuros foi alvo de severas críticas pela doutrina. Partindo desta premissa, o Decreto nº 10.060/19, de início, faz uma importante distinção

ao deixar claro que não se deve confundir o trabalho temporário com a prestação de serviços a terceiros, uma vez que nesta última modalidade é possível a transferência pela contratante de todas as suas atividades para um terceiro, isto é, para um prestador de serviços, conforme previsão do o artigo 4ºA, da Lei nº 6.019/74, que foi alterado pela Lei nº 13.467/17 (reforma trabalhista). Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua

atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas

prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. Por sua vez, diferente do contrato de prestação de serviços, o trabalho temporário é aquele desempenhado por pessoa física, que foi devidamente contratada por uma pessoa jurídica de prestação de trabalho temporário, para que essa disponibilize a mão de obra do trabalhador à empresa tomadora de serviços ou cliente, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. Ou

seja, há uma relação triangular, conforme abaixo: Em resumo, nesta modalidade de terceirização, a contratação do trabalhador é feita por uma empresa especializada em trabalho temporário. Esta, por sua vez, realiza uma contratação de natureza civil com uma tomadora (ou cliente), disponibilizando os trabalhadores para atender as demandas complementadores de serviços ou para a substituição transitório de pessoal permanente desta. Os esclarecimentos do que vem a ser demanda comple-

mentar de serviços e substituição transitória de pessoal permanente, para elucidar melhor a questão, seguirão abaixo: Demanda complementar de serviços são as oriundas de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, que tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. Sob este aspecto, eventos não previstos pelas empresas podem ser objetos de contratação de trabalhador temporário. Por exemplo, podemos citar a falta de energia elétrica que provoque atraso em produção

de ovos de páscoa. Para voltar à normalidade da produção, pode a empresa se valer de mão de obra temporária. Por outro lado, a empresa também poderá contratar trabalhadores para cobrir eventos previsíveis, como o aumento de demanda comercial nos finais de ano, por exemplo, que dispara as vendas realizadas pelas empresas neste período, sendo necessária a contratação de mão de obra complementar nesta modalidade. Todavia, existe uma ressalva, uma vez que não se conside-

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ços ou clientes afastados por motivo de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tais como férias, licenças e outros afastamentos previstos em lei, cujas hipóteses, em sua maioria, encontram-se elencadas no artigo 473 da CLT. Ou seja, os tomadores de serviços

podem continuar operando normalmente em caso de afastamentos de seus empregados regulares por meio da utilização de mão de obra temporária. Importante observar que a contratação de temporário é restrita as estas hipóteses. Como exemplo, caso de afasta-

Empresas com até dez empregados

Capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais)

Empresas com mais de dez e com até vinte empregados

Capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais)

Empresas com mais de vinte e com até cinquenta empregados

Capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais)

Empresas com mais de cinquenta e com até em empregados

Capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais)

Empresas com mais de cem empregados

Capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais)

mento de gestantes, acidentados etc. Não podendo confundir com o contrato de trabalho por prazo determinado previsto no artigo 443, da CLT. Para tanto, é imprescindível a existência de um contrato de trabalho individual (escrito), firmado entre o trabalhador temporário e a empresa de trabalho temporário, com a previsão dos direitos e deveres conferidos a esse trabalhador, e a indicação da empresa tomadora de serviços ou cliente aonde ele será alocado e desempenhará as atividades laborais. • CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO

Além da previsão de contrato escrito entre a empresas de trabalho temporário e o trabalhador temporário, para a prestação de serviços de alocação de trabalhadores temporários à disposição de outras empresas, também é obrigatória a celebração de contrato escrito entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora de serviços ou cliente, do qual deverá constar expressamente a qualificação das partes, a justificativa da demanda de trabalho temporário, prazo estabelecido para a prestação de serviços, e, as disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local em que seja prestado o serviço.

• DURAÇÃO MÁXIMA DO CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO O prazo máximo duração do contrato de trabalho temporário não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta) dias corridos, independentemente de a prestação de serviços ocorrer em dias consecutivos ou não. Todavia, há possibilidade de uma prorrogação por mais 90 (noventa) dias se comprovada a manutenção das condições que ensejaram a contratação temporária. Logo, a recolocação do mesmo trabalhador na mesma empresa tomadora somente poderá ser objeto de contratação após decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, contado do término do

contrato de trabalho anterior. Ressaltamos que o descumprimento deste prazo, irá caracterizar vínculo empregatício entre a empresa tomadora do serviço e o empregado temporário. Em suma, o contrato de trabalho temporário poderá ter duração total de até 270 (duzentos e setenta) dias, isto é, 9 (nove) meses consecutivos. • CONCEITO DE EMPRESAS DE TRABALHO TEMPORÁRIO As empresas de trabalho temporário são aquelas que tem por finalidade a alocação de trabalhadores temporários à disposição de empresas tomadoras de serviços ou cliente que deles necessitem temporariamente. Além do registro na Junta Comercial do respectivo estado em que tenham sede, devem, ainda, serem registradas no Ministério da Economia, órgão ministerial sucessor ao Ministério do Trabalho. Há necessidade, por fim, da comprovação de inscrição na receita federal por meio do CNPJ, e de possuir capital social compatível com o quantitativo de empregados que pretende contratar, conforme quadro abaixo: Efetivamente, cremos que foi assertiva a vinculação do número de empregados ao volume do capital social da empresa, para que não haja alocação de empregados a disposição de outras empresas sem a devida capacidade econômica de suportar por verbas trabalhistas. É de competência da empresa de trabalho temporário a remuneração e a assistência aos trabalhadores temporários.

• REGISTRO CONTRATAÇÃO NA CTPS-DIGITAL O trabalhador temporário é pessoa física, devendo, portanto, as anotações da condição de trabalhador temporário serem realizadas pelas empresas de trabalho temporário, nas anotações gerais da CTPS-Digital. A Portaria nº 1.065/19 passou a disciplinar a respeito da CTPS-Digital, assim as empresas já estão obrigadas a adotarem este novo formato para suas contrações e exigências complementares. Lembrando que o CPF será o documento que servirá para fins de dados da CTPS-Digital. • COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DEMAIS DOCUMENTOS (adoção de programas de compliance e auditorias internas) Em caso de fiscalização, notadamente de Auditor-Fiscal do Trabalho, a empresa de trabalho temporário fica obrigada a apresentar ao mencionado agente, quando solicitado, o contrato celebrado com o trabalhador temporário, a comprovação do recolhimento das contribuições previdenciárias

e os demais documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações estabelecidas no Decreto nº 10.060/19. Não só a empresa de trabalho temporário, mas também a tomadora ou cliente deverá manter um controle rígido dos recolhimentos e documentos mencionados, uma vez que ela pode responder subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas, referente ao período em que mantiver contrato civil com a empresa prestadora de serviços temporários. Assim, a fiscalização dos contratos e obrigações (seja por meio de auditoria interna ou programas de compliance) são prioritárias para se evitar futuras ações trabalhistas. Importante destacar que no âmbito da responsabilidade subsidiária, faz-se necessário primeiro o esgotamento dos valores e bens do real empregador, isto é, a empresa de trabalho temporário. Caso não haja bens suficientes para saldar os débitos trabalhistas, nesse momento, a empresa tomadora ou cliente poderá ser responsabilizada ao pagamento deste passivo trabalhista.

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ra demanda complementar de serviços, aquelas contínuas ou permanentes bem como as oriundas da abertura de filiais. Substituição transitória de pessoal permanente, por outro lado, refere-se à substituição de trabalhador permanente das empresas tomadoras de servi-

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Já no caso de falência da empresa de trabalho temporário, sua responsabilidade será solidária, isto é, o trabalhador poderá cobrar diretamente da empresa prestadora dos serviços temporários ou da empresa tomadora/ cliente, sendo, na maioria dos casos, acionada a empresa que possuir maior capacidade financeira. Por fim, também é de responsabilidade da empresa de trabalho temporário a discriminação, separadamente, em nota fiscal dos valores pagos a título de obrigações trabalhistas e fiscais e a taxa de agenciamento de colocação à disposição dos trabalhadores temporários.

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• DIREITOS GARANTIDOS AOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS O vínculo de emprego se forma por meio da celebração de contrato individual de trabalho (escrito) entre a empresa de trabalho temporário e o trabalhador temporário, do qual constarão expressamente os direitos conferidos ao trabalhador temporário e a indicação da empresa tomadora de serviços ou cliente. Diante disso, são assegurados aos trabalhadores temporários os seguintes direitos: • Remuneração equivalente àquela percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora de serviços ou cliente, calculada à base horária, garantido, em qualquer hipótese, o salário-mínimo regional; Relativamente à menção de remuneração equivalente, importante destacar que a Lei nº 13.467/17 (reforma trabalhista) es-

gestão e direito tabelece que cabe a contratante e a contratada estabelecerem, caso assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos. Neste aspecto torna-se relevante a verificação da existência ou não de norma coletiva que seja mais vantajosa a esta modalidade de contratação. • Pagamento de férias proporcionais, calculado na base de 1/12 (um doze avos) do último salário percebido, por mês trabalhado, nas seguintes hipóteses: a) Dispensa sem justa causa, b) Pedido de demissão; ou c) Término normal do contrato individual de trabalho temporário; III – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; V – Seguro de Acidente do Trabalho; e VI – Anotação da sua condição de trabalhador temporário em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, em anotações gerais, conforme regulamentado em ato do Ministro de Estado da Economia. A jornada de trabalho dos trabalhadores temporários será, de no máximo 8 (oito) horas diárias, podendo ter duração superior a oito na hipótese de a empresa tomadora ou cliente utilizar jornada de trabalho especifica. Por outras palavras, se a tomadora se utiliza de uma jornada 12x36, a mesma poderá ser aplicada aos trabalhadores temporários. Outro ponto que merece destaque, refere-se ao pagamento de horas extras. Estabelece o decreto que as horas que exce-

derem à jornada normal de trabalho serão remuneradas com acréscimo de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento). E, em caso de trabalho noturno, será garantido um acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento) de sua remuneração. Por fim, é assegurado aos trabalhadores temporários o descanso semanal remunerado. • COMUNICAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE DE TRABALHO – EXTENSÃO DE BENEFÍCIOS Na hipótese da ocorrência de acidente de trabalho do trabalhador temporário nas dependências da empresa tomadora ou cliente, esta ficará obrigada a comunicar imediatamente à empresa de trabalho temporário. Para minimizar acidentes e/ ou doença ocupacionais, portanto, a empresa tomadora ou cliente deve estender ao trabalhador temporário colocado à sua disposição o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados existentes nas suas dependências ou no local por ela designado. • PROIBIÇÃO DA CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR ESTRANGEIRO OU UTILIZAÇÃO DE TEMPORÁRIOS PARA DESEMPENHO DE ATIVIDADES DIÁRIAS DA EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO É vedado, segundo o decreto regulamentador, que haja a contratação pela empresa de trabalho temporário, de estrangeiro portador de visto provisório de permanência no País.

No mesmo sentido, proíbe-se, ainda, que essas empresas tenham ou utilizem, em seus serviços, trabalhador temporário, exceto quando o trabalhador seja contratado por outra empresa de trabalho temporário e seja comprovada a necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou demanda complementar de serviços. Por fim, sob pena do cancelamento do registro para funcionamento das empresas de trabalho temporário, é vedado que a empresa de trabalho temporário cobre qualquer importância, mesmo a título de mediação de mão de obra. Descontos previstos em lei são autorizados. • FORMAÇÃO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO E EXERCÍCIO DO PODER DIRETIVO, DISCIPLINAR. ATIVIDADE FIM A regulamentação autoriza que haja pela empresa tomadora ou cliente o exercício do poder técnico, disciplinar e diretivo sobre os trabalhadores temporários colocados à sua disposição, isto é, poderá indicar de forma direta como o trabalho será realizado sem se valer de intermediário designado pela empresa de trabalho temporário. Antes o tomador ou cliente não poderia dar ordens diretas aos trabalhadores temporários sob pena de formação de vínculo de emprego diante da presença da subordinação. Agora, diante disso, situações como a pratica de ato de improbidade, incontinência de conduta ou mau procedimento, desídia no desempenho das respectivas

funções, embriaguez habituação ou em serviço, ato de indisciplina ou de insubordinação ou ainda abandono de emprego, dentre outras hipóteses, dão ensejo à ruptura contratual por justa causa (art. 482, da CLT). Caso o tomador ou a empresa de trabalho temporário, por sua vez, não observarem os direitos dos trabalhadores temporário, também, darão razão ao reconhecimento de ruptura contratual, por justa causa do empregador (art. 483, da CLT). A esse respeito, importante destacar que independentemente do ramo da empresa tomadora de serviços ou cliente, não existe vínculo empregatício entre esta e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário, podendo, inclusive, o contrato de trabalho temporário dispor sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços ou cliente. Por fim, havendo interesse na contratação ao fim do prazo de vigência do contrato temporário, o tomador poderá contratar o trabalhador desde que não seja na modalidade de contrato de experiência. Aliás, é expressamente proibido que haja clausula proibitiva da contratação do trabalhador pela empresa tomadora de serviços ou cliente. • CONCLUSÃO Apesar de ser uma excelente modalidade de contratação para épocas em que haja aumento de demanda ou para substituição temporária de seu pessoal

permanente, as empresas tomadoras ou cliente precisam ser diligentes no acompanhamento das obrigações das empresas de trabalho temporário, seja por auditorias constantes ou métodos de compliance trabalhista. Assim, a existência de contratos individuais escritos, recolhimentos de contribuições e encargos, prazos máximos de duração (270 dias), características de atos de falência, dentre outros, não podem passar por despercebidos sob pena de responsabilização subsidiário ou solidária, com consideráveis repercussões judiciais. Enfim, a referida modalidade de terceirização lícita vem para aumentar o número de contratações, diminuindo o índice de desemprego e propiciando melhor desenvolvimento de econômico das empresas, desde que sejam observadas todas as regras trabalhistas supramencionadas, as empresas estarão agasalhadas pela legislação e pela segurança jurídica. Desta forma, a partir do momento em que a empresa de trabalho temporário passa a ser fiscalizada diariamente pelas tomadoras ou clientes de seus serviços, haverá melhoria na prestação de serviço como consequência lógica. Assim, os ganhos da contratação, portanto, tornam-se proveitosos para trabalhadores (que voltam ao mercado de trabalho), as empresas de trabalho temporário (que atende aos seus clientes) e, finalmente, para a tomadora ou cliente (que continuarão atendendo as suas demandas). Fonte: FecomercioSP

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Alívio para o caixa Empresas podem usar banco de horas para aliviar o caixa do peso financeiro das horas extras. Regimes de compensação de jornada de trabalho podem ser adotados por meio de acordo individual com empregado ou se estiverem previstos em convenção coletiva

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jornada ou de banco de horas. Esses sistemas, em resumo, permitem que as horas extras, em vez de serem pagas no salário, sejam trocadas por redução de expediente ou concessão de folgas em outras datas. De acordo com as atualizações promovidas pela Reforma Trabalhista, em vigor desde novembro de 2017, o regime de compensação de jornada pode ser aplicado por meio de acordo individual entre empregador e empregado. Nesse caso, as horas extras precisam ser compensadas no mesmo mês no qual foram efetuadas. O banco de horas funciona de maneira similar, com a diferença de que, por acordo direto entre empregador e empregado, o prazo para compensação das horas extras é de seis meses. A legislação ainda prevê

que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria verse sobre o assunto. Nesse caso, há a possibilidade de o período de compensação do banco de horas chegar a um ano. Sabendo desses recursos, a confecção Revista-se recorre ao banco de horas quando precisa estender o expediente dos funcionários. Localizada no bairro do Bom Retiro, na capital paulista, a empresa conta com 40 empregados e é especializada em moda feminina. Seus principais clientes são redes de magazine. “Na maioria das vezes, os funcionários fazem hora extra quando há a necessidade de consertar um erro de produção. Como trabalhamos sob demanda, o setor de produção é o mais exigido para estender o horário”, revela a dona da empresa, Tatiana Moura.

Regimes de compensação de jornada permitem trocar o pagamento das horas extras por redução de expediente ou folgas (Arte/Tutu) Tatiana conta que a confecção se organiza para evitar as horas extras, mas, como há contratos com prazos de entrega, às vezes precisa solicitar que os funcionários alonguem o expediente. “Em geral, os funcionários colaboram quando pedimos para fazer hora extra. Temos uma conversa franca. Avisamos sobre o problema na produção e a necessidade de manter a empresa de pé”, expõe. Segundo a empresária, o banco de horas também tem o apoio dos funcionários por-

que evita que a fábrica tenha expediente aos sábados, concentrando toda a produção durante os dias de semana. De acordo com a assessoria técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o banco de horas e o acordo de compensação de jornada são alternativas atrativas para empregadores e empregados, posto que, por um lado, poupa o caixa da empresa do peso financeiro das horas extras e, por outro, concede ao trabalhador horas

ou folgas na semana para descansar do trabalho ocasionado pela jornada suplementar. Para saber como funcionam as horas extras e como implementar os regimes de compensação no estabelecimento, o empresário pode conferir um e-book especial sobre esses assuntos desenvolvido pela Entidade. O material ainda traz explicações sobre as horas extras em diferentes tipos de jornada, a importância do controle de ponto e dicas para se precaver de multas relacionadas ao expediente de trabalho. Fonte: FecomercioSP

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uando a empresa precisa estender o horário de atendimento ou aumentar a produção, a saída, na maioria dos casos, é solicitar aos funcionários que alonguem a jornada de trabalho, mediante o pagamento de horas extras. Embora seja um recurso proveitoso, a hora extra, se não for bem administrada, pode sobrecarregar as finanças do estabelecimento, uma vez que a legislação determina que seu custo é, no mínimo, 50% superior ao valor da hora comum. Em função disso, não é uma situação rara pequenas e médias empresas, por terem uma situação financeira mais apertada, evitarem estender a jornada de seus empregados. Contudo, é possível preservar o caixa do peso da hora extra se valendo de acordo de compensação de

(Por Eduardo Vasconcelos)


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A eletrificação energiza

a reposição

Até 2030 o Brasil terá um celeiro de oportunidades com uma das frotas mais heterogêneas da história e a eletrificação exigirá a capacitação de todos os elos do aftermarket automotivo

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Arcebi Neto, presidente do Sicap; e Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças. Nesta edição, a presidência do seminário, que é alternada entre as entidades a cada ano, ficou a cargo do Sindirepa. Segundo Fiola, os temas dessa edição foram voltados para algumas tendências que já são realidade no aftermaket, como experiência de venda, particularidades dos mercados de reposição nos Estados Unidos e no Brasil e inovações tecnológicas. “Nosso mercado é muito parecido com o europeu, que tem oficinas de bairro enquanto o norte-americano é muito forte no do it yourself ou faça você mesmo, que não funciona no Brasil. Esses conceitos já são muito diferentes no nosso País. Já temos um modelo tradicionalista que envolve fábrica, distribuidor e varejo até chegar ao

reparador e consumidor final. O mercado de reposição no Brasil cuida de quase 80% da frota, que está próxima a 60 milhões de veículos. Mesmo com as novas tecnologias motrizes, como a eletrificação, continuaremos a consertar carros, claro que existem desafios para reparação, mas o modelo brasileiro é único porque tem paixão, tem relacionamento", assegurou. Para Fiola existem muitos desafios a enfrentar e também oportunidades, uma delas no mercado segurador que está legalizando a aplicação de peças nos automóveis. “É importante que nós, que fazemos a diferença, estejamos atentos porque quem responde pela qualidade da peça aplicada são o reparador e o varejista. Temos de privilegiar o nosso mercado e olhar para o nosso negócio porque temos que ser

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impacto da digitalização e eletrificação dos automóveis, fintechs como soluções de pagamento e operações financeiras e tendências de mercado com novas tecnologias rechearam as apresentações da 25ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, o mais importante evento do aftermarket automotivo brasileiro, que reuniu representantes de toda cadeia produtiva de autopeças, de fabricantes a distribuidoras, varejos e oficinas. Cerca de 300 profissionais prestigiaram o encontro, aberto pelos representantes das entidades que compõem o Grupo da Manutenção Automotiva, Elias Mufarej, coordenador do GMA; Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional; Heber Carvalho, vice-presidente do Sincopeças-SP; Rodrigo Carneiro, presidente da Andap; Alcides


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sitam capacitação. “Uma cidadezinha pequena, com três mil habitantes, por exemplo, tem loja de autopeças, tem distribuidor, tem oficinas mecânicas independentes porque tem veículos e gente precisando reparar e cuidar do seu automóvel. Apesar de toda essa modernidade de mobilidade, de novas tecnologias, o automóvel vai ter que ser reparado”, garantiu. O presidente da Andap e CEO da Mercadocar, Rodrigo Carneiro, salientou que a evolução tecnológica na produção de peças na produção de veículos tem tido um comportamento muito acima do esperado, até acima das expectativas e da necessidade do público consumidor. “Neste momento de grandes mudanças no perfil de consumo, na evolução dos meios de pagamento, dos meios de comercialização, me

preocupa a evolução tecnológica da gestão. Temos que trabalhar fundamentalmente a qualidade da informação, objetivando atender o novo consumidor que se mostra mais exigente e o seminário é um ótimo momento para discutir essas questões”, afirmou. Em seu entender, um dos grandes pecados do mercado de reposição, de modo geral, é ter um nível de articulação e de estratégia de comunicação fragmentado. “Em 2020 não temos sequer um catálogo de produtos no mercado brasileiro. Isso é fundamental. Não existe qualidade na informação se não tiver informação sobre o portfólio de produtos que atenda a necessidade do consumidor final que, aliás, tem de ser o centro dos negócios porque, afinal, é ele quem paga a conta. Temos de fazer com que

a informação chegue de maneira limpa e objetiva”, avaliou. Carneiro explicou que o MercadoCar promove esse diferencial porque 98% do negócio é para o consumidor final. “Não poderia fugir a essa responsabilidade de levar informação com qualidade. No MercadoCar temos como mote principal o encantamento do cliente na forma de serviço, de instalação, de serviços agregados e principalmente na qualidade do atendimento. Não temos metas quantitativas de volume de negócios, temos metas qualitativas de atendimento ao cliente”, garantiu. Na condição de presidente da Andap, Carneiro alertou sobre a portaria que permite às seguradoras comercializarem peças usadas de veículos sinistrados. “Preocupo-me com o gap que está havendo entre a evolução

tecnológica na produção de veículos e de autopeças e a evolução tecnológica da gestão e da informação. Estou absolutamente sensível à necessidade da inovação, seja disruptiva ou não, mas não consigo aceitar que o mercado de autopeças no Brasil incorpore inovações disruptivas como a aprovação pelo glorioso Congresso Nacional de portaria autorizando as seguradoras a utilizar peças usadas de veículos sinistrados sem qualquer rastreabilidade, sem identificação de origem, que vão também gerar uma comercialização que nos deixa bastante inseguros quanto à segurança veicular”, lamentou. Carneiro disse que isso acontece porque talvez o setor não esteja significativamente articulado para fazer valer o que esse mercado gera riqueza para o País. “Inclusive na forma

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nhecimento para o mercado e apresentou em primeira mão o Programa Rota 45 (nome dado em referência ao CNAE 45 – Cadastro Nacional de Atividade Econômica que identifica lojas de autopeças e oficinas mecânicas, elaborado a partir do Programa Rota 2030), que visa a promover capacitação, qualificação e certificação de varejos e oficinas independentes, iniciativa do Sindirepa-SP, Sincopeças-SP, Sebrae-SP e IQA (leia box). “Temos um público que quer ouvir, adquirir experiência e buscar informação. O Rota 45 é composto por entidades que pretendem promover capacitação, qualificação e certificação para as empresas envolvidas no ramo de autopeças. O embrião está lançado”. Carvalho salientou que o País tem milhares de empresas no ramo de autopeças que neces-

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responsáveis por tudo aquilo que é vendido. Temos que pagar imposto no Brasil, dar emprego no Brasil e o cenário é de oportunidade. Por isso temos de ficar atentos à nossa cadeia produtiva”, alertou. Sobre as fintechs, Fiola explicou que os novos meios de pagamentos já são muito utilizados hoje tanto no varejo quanto na oficina. “Muiro processos de pagamento são facilitados por essas empresas. Vamos olhar para isso no varejo, na reparação e também na distribuição, que pode ser um dos beneficiados desses processos porque o varejo pode fazer o repasse direto para distribuidor”, disse. O vice-presidente do Sincopeças-SP, Heber Carvalho, representando o presidente Francisco De La Tôrre, ressaltou a importância do seminário em disseminar informação e co-

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de contribuição para uma máquina arrecadadora cada vez mais gulosa. Volto a insistir que na distribuição somos grandes estocadores de impostos. Jamais deixarei de lembrar que a distribuição sofre terrivelmente com este ônus de estocar imposto. Pagamos na entrada e sequer sabemos se iremos vender, e se não vendemos, infelizmente não temos o retorno desse capital investido, como deveria ser. Embora 80% da frota sejam atendidos basicamente pelo mercado independente de reposição, mesmo assim não somos ouvidos pela sociedade governamental”, criticou. O presidente do Sicap, Alcides Acerbi Neto, complementou as críticas apontando que a substituição tributária, que inicialmente parecia uma medida viável, se tornou um

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grande entrave para as empresas de distribuição, e reforçou que essa é uma luta do Sicap. “Todos sabemos da complexidade que temos em pagar, arrecadar, distribuir e fazer da forma correta. Como entidade, temos pleiteado a mudança desse sistema de substituição tributária porque hoje não se faz necessária. O governo tem outras formas de fiscalizar e rastrear todas as empresas por meio da nota fiscal eletrônica, não havendo mais necessidade das empresas de distribuição arcarem com esse custo”, disse. Neto também comentou sobre o novo perfil de demanda com a concentração de frotas e motoristas de aplicativos. “Vimos essas concentrações como oportunidades porque esses carros rodam muito mais e precisam de manutenção, portan-

to, geram demanda no mercado de reposição”. Para o coordenador do GMA e conselheiro do Sindipeças, Elias Mufarej, o mais importante é exaltar a união do setor para enfrentar os desafios que estarão muito presentes a partir dos próximos anos. "Nosso ramo de atividade é extremamente importante e também extremamente competitivo. Apesar de todas as crises e desafios, nos últimos anos apresentamos crescimento e o mais importante nesse momento é buscar, através da inovação, a atualização dos nossos negócios, visando exatamente enfrentar esse grande desafio que é o mercado de praticamente 60 milhões de veículos que estarão rodando nos próximos anos. O mercado de reposição independente é praticamente

responsável por 80% das transações em autopeças no Brasil e a importância para nós, como indústria, é a consolidação desse mercado a partir da união de todos os seus setores, haja vista que a maioria das empresas é de micro e pequenas empresas”, avaliou. Por sua vez, o presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, demonstrou perplexidade com a velocidade das mudanças, que vão alterar significativamente a forma de uso e de consumo da mobilidade, seja dos veículos ou de outros meios que virão pela frente, como a questão do uso e da propriedade dos veículos, assunto significativo, tanto que 45% das vendas de veículos novos do Brasil são para frotistas e locadoras. “Já temos uma alteração significativa na arquitetura dos veículos com a eletrificação, autonomia, células de hidrogênio e ao mesmo tempo o etanol, enfim uma multimodalidade de formas de motrização em relação ao que estamos acostumados. Também teremos alteração na indústria na forma de produzir e se comunicar com o restante da cadeia, para trás e para frente, o que chamamos de manufatura 4.0 ou digitalização ou inteligência artificial, que já está correndo, aliás, alterações para melhor”, considerou. Ioschpe salientou que o Brasil precisa estar inserido no mundo, pois representa de 3 a 4% da produção global de veículos, para que a indústria nacional se torne competitiva e entregue

a setores consumidores itens, peças, serviços, sistemas e conjuntos modernos, confiáveis e competitivos. “Para isso são necessárias políticas públicas para investimento em pesquisa. As empresas associadas aos Sindipeças registram vendas anuais ao redor de 100 bilhões de reais e o mercado de reposição representa quase 20% dessas vendas, algo em torno de R$ 19 bilhões”, informou. O presidente do Sindipeças en-

fatizou ainda a importância da inspeção técnica veicular e afirmou que o assunto faz parte da pauta do setor discutida em Brasília por ser um assunto de amplitude nacional. O impacto da eletrificação A palestra “O impacto da digitalização e eletrificação dos automóveis”, apresentada por Bruno Neri, gerente corporativo de vendas da Bosch, e Danilo Lapstini, CEO da Hexagon Ma-

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nufacturing Inteligence, apontou a vulnerabilidade na segurança de dados e metodologia e qualidade dentro da manufatura, e foi complementada com painel sobre o tema mediado por Antonio Fiola, com participação de Rodrigo Carneiro, Gerson Prado, executivo da SK Automotive, e Silvio Cândido, diretor do Sindirepa-SP e proprietário da oficina Peghasus. Em sua apresentação, Neri ressaltou que, se ao chegar à rede CAN correta por meio das vulnerabilidades, é possível usar técnicas para obter controle do veículo. "Os componentes eletrônicos já são o segundo maior causador de ações de recall no Brasil, mesmo com eletrificação de powertrain incipiente. Assim como os celulares, os carros precisam ainda mais de mecanismos e dispositivos de segurança, pois poderão impactar a integridade das pessoas. Sem esses mecanismos, a manipulação da dirigibilidade, por exemplo, pode ser feita por meio da comunicação wireless,

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registros na ECU e na interface de diagnose EOBD. Os pontos mais vulneráveis são aqueles que se comunicam com o meio externo, por isso, fabricantes de veículos e de componentes, em conjunto, precisam olhar com atenção para a segurança de dados”, enfatizou. Neri disse que, segundo as estimativas, em 2030 aproximadamente um a cada quatro carros no mundo será elétrico. No Brasil, a evolução será diferenciada em função dos biocombustíveis. "Apesar de decrescente, o veículo a combustão ainda terá seu lugar, mesmo porque a eletrificação veicular tem riscos, como perda, inadequação ou atraso da desaceleração, movimentação na direção incorreta, perda ou degradação da propulsão e da assistência, liberação não intencional de energia térmica e de alta voltagem, fogo, queimaduras e choques. Portanto, a eletrificação representa dificuldade técnica de equipamentos que a oficina deverá ter e necessidade de capacitação dos profissionais", afirmou.

Na sequência, Lapastini ressaltou pontos que devem ser considerados com a digitalização para manter qualidade, entre eles assertividade na detecção de falhas e suas causas, redução dos tempos de medição, monitoramento contínuo e interface com metrologia, seleção automática dos framers e componentes, desvios de processo em tempo real, velocidade de reação nas correções de processo e rastreabilidade de componentes vitais. "A metodologia não deixará de existir, mas a qualidade passar a ser da empresa como um todo e não somente da metodologia. Já se começa a pensar em qualidade desde a engenharia", comentou. Depois dessas apresentações, Fiola abriu o painel comentando que até 2030 o Brasil terá um celeiro de oportunidades com uma das frotas mais heterogêneas da história. “Ao constatar que países como China e Estados Unidos ainda usam carvão como energia e o Brasil tem uma energia não-poluente que é o etanol, consigo formular esse celeiro de oportunidades para oficinas, varejistas, distribuidores e fabricantes. Óbvio que teremos que nos especializar para isso”, alertou. Em seguida Fiola convidou Gerson Prado a responder sobre o impacto da digitalização de componentes na distribuição, se poderia ser uma abertura de possibilidades e se poderia afetar positivamente ou negativamente a atividade. Prado disse que, com o avanço da digitalização, a cadeia

de valor do setor de reposição será alterada e que, junto com a telemática, mudará a maneira como se consome peças. “Acredito que na cadeia de valor da digitalização quem mais corre risco são as marcas porque, quando o sistema decide que peças será reparada, não discute que marca ou oficina vai reparar. Já há alguns anos, a Europa e os Estados Unidos se organizaram e pressionaram o Parlamento e o Congresso para regulamentação das informações geradas. Não vejo esse movimento no Brasil e isso é preocupante, é um risco para o mercado e temos que criar legislação para não destruir essa cadeia de valor”, ponderou.

Com a digitalização e a eletrificação, Fiola indagou a Silvio Cândido se essa variedade de matrizes energéticas para reparar vai obrigar com as oficinas obtenham certificação, tema de suma importância defendido pelo setor. Cândido afirmou que todos terão de ser certificados, pois o profissional pode morrer se não souber lidar com componentes elétricos. “Esse processo não tem volta, temos um futuro promissor e não vai demorar muito. Com a eletrificação, as empresas deverão ser certificadas e poderão se beneficiar com o Programa Rota 45. Por sinal, o maior produtor de carros na China, BYD, já está montando fábrica de bateria de lítio”, adiantou.

Falando pelo varejo, como CEO do MercadoCar, Rodrigo Carneirofoi otimista, mas reafirmou sua preocupação com o abismo entre evolução tecnológica e a informação de qualidade. “O varejo tem enorme capacidade de se renovar, mas o que o preocupa é o gap enorme entre a evolução tecnológica e a informação de qualidade, que está gerando um atraso enorme para o País. Todos os elos devem produzir informação com qualidade. Ou evoluimos e investimos em tecnologia de informação e nos qualificamos em todos os níveis, seja na indústria, na distribuição ou no varejo ou novos players poderão ocupar nosso espaço", concluiu.

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Tendências do mercado de reposição

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Seminário contou com diferentes temas referentes ao cenário do mercado de reposição. Seis grandes lições para o varejo aprender a inovar Grande parte da inovação não está baseada na tecnologia e sim em emoções e relacionamento entre consumidores e produtos. Foi o que afirmou Valter Pieracciani na palestra “O aftermarket automotivo transitando do produto para a experiência”, diretor da consultoria Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, que conta com o Laboratório Brasileiro de Inovação no Varejo, há dois anos. “O cenário é de transformações e reposicionamento no varejo, por isso precisa se reinventar”, comentou Pieracciani. Segundo o executivo, as bases da revolução do varejo são: atender consumidores diferentes, criar novas experiências para os consumidores, aplicar novas tecnologias e competir no mundo digital. Com este panorama de transformações, ressaltou seis grandes lições que o varejo deve

aprender. A primeira delas é que há uma grande oportunidade de transformação do ambiente comercial brasileiro por meio da digitalização, pois, no País, existem 127 milhões de usuários regulares de internet, 60% de penetração de smartphones, a receita anual do e-commerce somou 53,2 bilhões de reais em 2018 e 50% das pessoas usam a internet em alguma etapa da compra. O segundo e terceiro fatores que devem ser considerados são sobre a experiência na loja física, que deve ser encantadora; e sobre o entendimento dos novos consumidores, que são pessoas antenadas, participativas, carentes, prontas a fazer elogios ou reclamações nas redes sociais. Com relação aos hábitos, destacou que os novos compradores consultam os smartphones 46 vezes ao dia, 84% deles usam os celulares antes ou durante a compra, 75% dizem que as mídias sociais os influenciam e 98,6% colocam o atendimento como

a razão principal para escolherem onde irão fazer compras. Citou a desintermediação do setor como quarto fator relevante. Assim, há alteração na cadeia de suprimento tradicional, com desenvolvimento, planejamento, fornecimento, produção, entrega e suporte. Passa a ter planejamento sincronizado, com consumidor conectado, smart factory, fornecimento inteligente, desenvolvimento digital e suprimento dinâmico. Será preciso também migrar para a servitização, ou seja, identificar o real problema dos consumidores e oferecer a solução, como serviço. Para encerrar a lição de casa, o varejo deve ter aguda sensibilidade ambiental, o que significa ter especial atenção com as questões sustentáveis. Caminho a ser seguido pelas empresas – “A inovação requer estratégia e governança”, afirmou Pieracciani. Para isso, precisa ser desdobrada em: inovação tecnológica, inovação de

significado (design-driven innovation) e inovação com base no mercado e potenciais mercados. Além disso, deve ser criado um comitê de inovação, que será responsável não só pela gestão, mas também por estruturar os processos para estímulo à inovação; suportar o P, D & I nos recursos humanos, financeiros e materiais; alinhar a inovação tecnológica com as estratégias da empresa; difundir os instrumentos de política para estímulos à inovação tecnológica; fomentar o uso das ferramentas disponíveis; propor premiações para estimular a inovação tecnológica; estimular a implementação de projetos com subsídios governamentais; acompanhar os projetos de inovação tecnológica e promover a comunicação plena entre os membros do comitê e todas as áreas da empresa. Mercado norte-americano segue forte e e-commerce ganha espaço nas vendas de autopeças – O trabalho de pesquisa de mercado há 20 anos com 100 mil pontos de venda de lojas das grandes redes, realizado pela NPD Group, apesentado por Steve Flavin, presidente da unidade Automotiva NPD nos Estados Unidos, com vasta experiência em reposição, mostrou a

evolução nesse período. O mercado nos Estados Unidos possui rede de 500 mil membros, entre fabricantes, distribuidores lojas e oficinas que movimentam US$ 400 bilhões e empregam 4,7 milhões de pessoas, sendo 70% reparadores com mais de 250 mil pontos de venda, frota de 289 milhões de veículos, maior que o número de condutores, estimado em 225 milhões. Monitorando grandes redes de varejo nos Estados Unidos, o executivo destacou que o mercado é salutar e que quando o preço do combustível fica estável aumenta a quilometragem média. Os dados analisados nas duas décadas mostram que em momentos de economia forte o desempenho do mercado é bom e quando há crises fica mais forte porque as pessoas deixam de trocar de carros e precisam fazer manutenção. Eventos climáticos também interferem nas vendas de componentes. O crescimento médio do mercado de reposição nos Estados Unidos é 3% nas últimas duas décadas, exceto 2009 quando teve a crise da bolha imobiliária que houve declínio de 1,3%. Flavin informou que o ambiente atual é muito positivo e que os fatores chaves para im-

pulsionar os negócios são clima e economia. Como o índice de desemprego no país é baixo, o mercado segue forte atualmente. A frota norte-americana está mais velha com idade média de 11 anos e 6 meses. O e-commerce continua crescendo dois dígitos, principalmente para venda de equipamentos eletrônicos e acessórios. As vendas online já representam 17% do volume comercializado pelas grandes redes de varejo. “Até maio deste ano a Amazon era responsável por 66% das vendas online de produtos automotivos e o marketplace das redes vem ganhando cada vez mais participação”. As categorias de produtos que se destacam no e-commerce são tintas, alternadores, tambores e discos de freios e componentes de arrefecimento e acessórios internos. Entre as tendências para o aftermarket, Flavin apontou o aumento das marcas próprias, deu como exemplo a Amazon que está entrando forte nessa modalidade, criando uma relação de consumo personalizada a partir dos dados dos consumidores e isso deve crescer nos próximos anos. Além disso, marcas desconhecidas podem ganhar merca-

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do por estarem ancoradas no marketing digital e conquistarem os consumidores, com mensagens positivas e preços competitivos. Outra mudança destacada pelo executivo é o aumento de produtos premium com mais valor agregado, mesmo para veículos com mais idade, como óleos para alta quilometragem, baterias, lâmpadas e kit de recarga para ar-condicionado. Ele citou que produtos com valor premium vêm conquistando espaço no mercado, como palheta de para-brisa, palhetas híbridas, óleo sintético, velas, filtros e óleo de alta performance. Outro movimento do mercado norte-americano é que componentes de iluminação sofreram aumento de preços em torno de 40% nos últimos seis anos e redução significativa do volume de vendas no período. Flavin também falou do trabalho realizado pela associação do mercado de reposição junto ao governo para defender os interesses da atividade econômica, como o direito à reparação para que o mercado independente tenha acesso às informações técnicas. Mercado brasileiro de reposição é monitorado por pesquisa com distribuidores

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– Diferentemente do trabalho realizado nos Estados Unidos, onde os dados apurados são das grandes redes do varejo, até pelo modelo brasileiro ser bem distinto do norte-americano, a NPD precisou subir um step da cadeia e começou a avaliar as vendas de 12 distribuidores, representando 20% do mercado. O estudo ainda está no início e deve avançar à medida que mais empresas participem, conforme apresentação de José Guedes, presidente da NPD Group no Brasil. Na avaliação dos dados da pesquisa a partir do desempenho da distribuição, de janeiro a agosto deste ano, as vendas caíram 4,6% em comparação ao mesmo período de 2018, mas o aumento de preços compensou parcialmente essa queda. Guedes salientou que o aumento da frota de veículos impulsiona o aftermarket e que existem mais de 120 mil oficinas independentes para atender 80% da frota e que o número de concessionárias é bem inferior, girando em torno de 5 mil. Estas condições, na visão de Guedes, são muito favoráveis para as empresas que atuam na reposição. Ao detalhar o estudo por categoria de produtos com relação ao movimento do faturamento na

distribuição, suspensão vem em primeiro lugar, seguida de componentes de limpadores, sistema de ignição, elétricos rotativos, sistema de escapamento, peças e componentes para motor, freios, direção, filtros, transmissão, arrefecimento, juntas, químicos e selantes/adesivos Analisando os componentes que geram mais faturamento na distribuição também no mesmo período de janeiro a agosto de 2019, transmissão liderou com R$ 369 milhões, suspensão movimentou R$ 263 milhões, componentes para motor R$ 175 milhões, freios R$ 171 milhões, filtros R$ 127 milhões, arrefecimento R$ 105 milhões, direção R$ 57 milhões, sistema ignição R$ 40 milhões, juntas R$ 29 milhões, químicos R$ 21 milhões, elétricos/rotativos R$ 6 milhões, componentes de limpadores R$ 2 milhões e sistema de arrefecimento também somam R$ 2 milhões. As seis categorias totalizam 88% do volume, representando o montante de R$ 1,2 bilhão. Pela ordem, transmissão representa 27% do faturamento na distribuição, seguida por suspensão (19,1%), peças de motor (12,8%), freios (12,5%), filtros (9,35%) e arrefecimento (7,6%), Outro dado relevante extraído

do estudo da NPD é que as categorias que mais vendem também são as que possuem grande concentração de fabricantes, sendo 80 marcas para transmissão, suspensão 31 marcas e peças do motor/componentes possuem 63 marcas. Contudo, Guedes explicou que três fabricantes detêm boa parte do mercado, sendo transmissão com a fatia de 41%, suspensão representa 69% e peças de motor/ componentes 29%. Com relação à variação de preços na distribuição, o aumento foi de 7% nos oito primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. O trabalho da NPD no Brasil deve avançar nos próximos anos com a adesão de mais distribuidores, podendo evoluir a análise de dados e gerar mais informações de mercado. Sucesso da Automec faz organização pensar em edições regionais - Os números foram impressionantes na última edição da Automec, realizada em 2019, que teve 1,5 mil marcas expositoras, 75 mil visitantes e gerou R$ 77 milhões em negócios. “A Automec dita ao mercado o que vai acontecer nos próximos anos. Não dá para ficar de fora. É a maior feira da América Latina”, comen-

tou César Urnhani, apresentador e piloto do programa Auto Esporte, da TV Globo, acrescentando que 80% dos espaços da Automec de 2021 já estão vendidos. O sucesso foi tão expressivo, que, segundo Urnhani, em breve, a Automec poderá, inclusive, ter edições regionais. Como as fintechs podem auxiliar oficinas e varejos na área financeira – Concentrar todas as operações em uma plataforma para agilizar pagamentos e possibilitar transferência de valores por meio de uma conta digital sem taxas cobradas pelos bancos tradicionais é o que oferece a Pague Veloz às lojas de autopeças e oficinas independentes. Paulo Gomes, sócio da Pague Veloz, apresentou como surgiram as fintechs, empresa de tecnologia financeira, para revolucionar os meios de pagamentos e apresentar soluções mais ágeis e com menos custos. Esse fenômeno financeiro mundial ganhou força no Brasil a partir da portaria da lei 12.865/13 que regulamentou esses tipos de serviços financeiros e hoje existem 404 fintechs no país. A Pague Veloz foi criada há três anos e oferece soluções de pagamentos customizadas para o seg-

mento automotivo. Entre os serviços, dispõe de um sistema integrado ao software de gestão das oficinas que facilita todas as operações financeiras em uma única plataforma, permitindo transferências para vários bancos, criação de conta-salário, trazendo agilidade nas operações. Segundo Gomes, o dinheiro da loja pode ser transferido diretamente para o distribuidor, por exemplo, sem taxa alguma. Gomes revelou que as operações são instantâneas e devem evoluir ainda mais por meio de pagamentos entre celulares, deixando para trás o modelo tradicional que conhecemos até hoje. “As possibilidades são imensas. Já se estuda formas de pagamento por aproximação, QR Code, criptomoedas e também pelo sistema OpenBanking, onde o próprio Banco Central está analisando a regulamentação para que em uma única plataforma a pessoa possa acessar as contas de vários bancos e fazer todas as movimentações”, acrescentou. O empresário afirmou que o mercado financeiro vai evoluir para esses sistemas de contas digitais com as fintechs, justamente para atender melhor às necessidades a um custo mais baixo.

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Caminhos da eletrificação O salão do Veículo Elétrico Latino-Americano, em São Paulo foi discreto, focado em várias palestras e participação bastante limitada do público (Coluna Fernando Calmon nº 1.066)

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Um salão discreto, focado em várias palestras e participação bastante limitada do público (6.000 visitantes) se realiza anualmente, no começo de outubro, por três dias. No entanto, já completou 15 edições. Trata-se do Veículo Elétrico Latino-Americano, em São Paulo. Este ano três dos cinco fabricantes que vendem esse tipo de automóvel no Brasil (CAOA Chery, JAC e Renault) montaram estandes. Bicicletas, patinetes e scooters, além de fornecedores de equipamentos de recarga, serviços e fabricantes de baterias, formaram o conjunto de expositores. Sempre merecem especial atenção as baterias. Por isso, se ouviu com maior interesse o executivo suíço Julian Tanner,

da empresa alemã Innolith. Ele anunciou um alcance de até 1.000 km para automóveis elétricos, com baixo risco de incêndio e alta densidade energética, sem revelar a matéria-prima utilizada. A Innolith ainda procura parceiros para iniciar a produção, sinal de que falta convencê-los sobre a viabilidade econômica. Tanner até praticou sincericídio (suicídio por sinceridade) ao reconhecer a resistência do consumidor em sair dos carros convencionais, apesar da pressão dos governos da China e da Europa. Os problemas são recorrentes e bem conhecidos: demora em recarga, poucos eletropostos, alcance limitado, alto custo, peso, volume, durabilidade e reciclagem.

A empresa de pesquisas de opinião Ipsos divulgou o resultado de um estudo de como se poderia estimular a demanda por veículos elétricos no Brasil. Os percentuais somam mais de 100% porque os entrevistados puderam dar mais de uma resposta: · 35% opinaram que não há facilidade para encontrá-los no mercado · 33% afirmaram a dificuldade de encontrar estações de carregamento · 32% apontaram o alto custo geral (valor de revenda, reposição da bateria e mercado limitado) · 30% disseram que os modelos são muito caros · 29% consideraram o alcan-

ce inadequado para percorrer longas distâncias Há também os otimistas que confiam no estudo da BloombergNEF. Esta consultoria foi citada por Raul Beck, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, por prever que em 2025 os carros elétricos deverão se equiparar em preço aos convencionais com ajuda dos subsídios dos governos. Há dúvidas sobre isso pois significa que a matéria-prima da bateria, o lítio, continuaria a cair de preço de forma acelerada na medida em que a demanda subiria consideravelmente. Não tem muita lógica econômica, quando se considera a Lei da Oferta e Procura. Os híbridos também tiveram espaço no evento, embora não se classifiquem formalmente como elétricos. A Toyota e sua subsidiária de luxo Lexus foram pioneiras nesta solução que deveria representar um caminho mais prudente até se alcançar uma solução viável para as baterias. Se o motor a combustão for flex e usar etanol, as emissões de CO2 são mais baixas do que em um veículo 100% elétrico recarregado em uma rede cuja geração depender de fontes térmicas de origem fóssil ou não renováveis. Para Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota, “é necessário uma visão de 360° de produto, tecnologia e infraestrutura em qualquer estratégia de eletrificação”. Não há como não concordar.

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FENATRAN movimenta

R$ 8,5 bilhões em negócios Com crescimento de 30% em marcas participantes, eles refletem a retomada do setor de Transporte e Logística e se consagram como o 2º maior evento de transporte do mundo

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22ª edição da FENATRAN - Salão Internacional de Transporte Rodoviário de Cargas - e a MOVIMAT - 33ª edição do Salão Internacional da Logística Integrada atraíram 62 mil visitantes entre os dias 14 e 18 de outubro, no São Paulo Expo. Neste período foram

gerados mais de R$ 8,5 bilhões em oportunidades de negócios. Entre os participantes estavam executivos de mais de 55 países, e representantes de 27 estados, contabilizando mais de 1800 municípios. Houve crescimento de 24% em relação ao número de

visitantes e 2 vezes mais oportunidades geradas em relação a edição 2017, quando os eventos receberam 350 empresas. Esse ano, mais de 450 marcas participaram dos eventos e representaram 100% da cadeia do transporte rodoviário de carga.

encontrados lançamentos de caminhões elétricos, a gás natural e hidrogênio, entre as fontes alternativas, e recursos eletrônicos de condução semi-autônoma, além de novas tecnologias para rastreamento, telemetria e serviços que que visam a maior eficiência do transporte. "Encontramos nesta edição uma diversidade enorme de inovação. Muitas tecnologias que já são realidade em outros países foram apresentadas como soluções para o mercado brasileiro, como caminhões elétricos, movidos a gás natural e hidrogênio, com recursos eletrônicos e de condução semi-autônoma. Muitos fóruns debateram e anteciparam a visão

sobre o futuro do transporte e da mobilidade. É um caminho que nós, como organizadores da FENATRAN, estamos satisfeitos em ajudar a criar”, comentou Lara. Discussões e palestras sobre o futuro da mobilidade, na Arena New Mobility Logistics, fizeram parte do cotidiano dos visitantes da feira. A plataforma foi criada pela Reed Exhibitions para discutir e apresentar as principais novidades sobre a nova mobilidade de pessoas e cargas. O projeto foi um grande sucesso no salão 2018 e agora novamente foi apresentado na FENATRAN. "A segunda edição do New Mobility trouxe ao segmento um formato inédito e relevante para

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"Tivemos a presença massiva dos principais compradores do setor de transportes rodoviário de cargas que visitaram a FENATRAN e a MOVIMAT com grande entusiasmo e disposição para fazer negócios. Superamos as expectativas, isso mostra a força dos nossos eventos em criar oportunidade e gerar negócios”, destacou Leandro Lara, diretor do portfólio de mobilidade da Reed Exhibitions Alcantara Machado, empresa organizadora da FENATRAN. Esta edição da FENATRAN também ficará marcada pela alta tecnologia apresentada e discussões sobre sustentabilidade e novas formas de propulsão. Nos estandes, foram


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as marcas discutirem as novas tendências que impactarão seus negócios nos próximos 10 anos”, explica Luiz Bellini, Diretor da FENATRAN e MOVIMAT. O público pôde conferir de perto, por meio de um programa de realidade virtual, o mock up do Hyperloop, o primeiro modelo de cápsula de transporte da Hyperloop TT em escala 1:1. Os visitantes tiveram a oportunidade de experimentar a sensação de viajar na velocidade do som por meio de um programa de realidade virtual. Além de mover cargas e pessoas a velocidades sub-sônicas, o sistema Hyperloop TT gera excedente de energia, capturada do sol. Esse modelo de transporte do futuro é feito em cápsulas aerodinâmicas, que viajam dentro de tubos magnéticos, que por sua vez são cobertos por painéis solares. Essa estrutura gera energia limpa para mover as cápsulas e abastecer cidades no entorno das linhas de transporte. O primeiro protótipo da cápsula iniciou sua fase de testes em 2018 e duas linhas experimentais já funcionam em Toulouse, na Franca, e em Abu Dhabi. A StartSe, em parceria com o New Mobility, trouxe para a feira a StartSe Startup Village. Trata-se de um projeto inspirador, que reuniu startups com amplo portfólio de serviços, recursos tecnológicos e soluções inovadoras. Todas direcionadas à melhoria da mobilidade ur-

eventos bana, transporte e logística. A participação ampliada para estandes ficou disponível para as StartUps, expondo soluções em um modelo de participação facilitada, como: Startups com capacidade para agregar valor em um dos principais setores da economia brasileira; Palco para demonstração de soluções e apresentação para investidores; Modelo de participação facilitado, por dia ou período completo, com estande pronto. O New Mobility também apresentou na FENATRAN novos produtos que chamam atenção pela diversidade de atividades em que podem atuar. Um dos conceitos, por exemplo, é a Cargo Bike, bicicleta elétrica sem solda desenvolvida para entrega de pequenas encomendas. O projeto é munido de motor elétrico desenvolvido no Brasil. Um pista foi instalada na arena para o público realizar os test-rides. O jornal O Estado de São Paulo foi o parceiro oficial de divulgação, coorganizador e curador de conteúdo. A Volkswagen Caminhões e Ônibus apresentou o projeto, que contou, pelo segundo ano consecutivo, com patrocínio da líder mundial na produção e fornecimento de produtos de nióbio, a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) e da Mobileye, subsidiária Intel, líder global no desenvolvimento de tecnologia ADAS (Advanced Driver Assistance Systems) e direção autônoma.

Na FENATRAN Experience, que retornou ao evento após duas edições, foram realizados mais de 2.000 test-drives no circuito de 2 km, com veículos das marcas Peugeot, Citroen, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen. O público teve a experiência de pilotar alguns dos mais atuais, confortáveis e modernos veículos pesados e comerciais leves disponíveis no mercado no parque localizado na área externa do São Paulo Expo. Em parceria com a empresa Continental, fornecedora de pneus de tecnologia alemã para diversos modelos de caminhões fabricados no Brasil, o FENATRAN Experience também utilizou a pista para lançar um novo pneu da marca para uso na extração de madeira e transporte de cana-de-açúcar. A FENATRAN também contou com Rodadas de Negócios organizadas pela Reed Exhibitions, nacional e internacional e gerou mais de R$ 82 milhões em vendas em apenas duas manhãs. Estiveram presentes nas mesas compradoras, transportadoras, indústria de alimentos, distribuidores, importadores e profissionais de logística para realizarem negócios com expositores de Fenatran e Movimat, totalizando 150 reuniões. Para o presidente da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, a 22ª edição da FENATRAN foi o marco da retomada do setor. "Registramos muitos visitantes

ao longo dos dias da feira e o clima no evento foi muito positivo. Algumas das nossas associadas nos informaram que precisaram trazer mais vendedores para os estandes e outras bateram a meta para o ano. Esta é uma informação fantástica, pois não existe compra de veículos comerciais se não há uma boa expectativa com a economia do país. E esta FENATRAN nos mostrou que os responsáveis por carregar grande parte do PIB do Brasil estão confiantes e otimistas para o futuro”, comentou Moraes. O vice-presidente da NTC&Logística, Urubatan Helou, destacou que a grandiosidade da feira não ficou apenas no seu tamanho, na beleza dos estandes ou no público extraordinário. “A maior atração foi o expressivo número de negócios gerados. Os transportadores vieram dispostos a comprar e compraram muito. A conclusão foi praticamente a mesma: encantamento com a beleza da feira, mas o que mais entusiasmou foi a oportunidade de fazer bons negócios”. Já o presidente da Associação Nacional Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Norberto Fabris, comentou que “a FENATRAN 2019 está sendo um grande sucesso para os negócios de implementos rodoviários e ajudará bastante o nosso processo de recuperação das perdas”. O presidente do Grupo Volvo América Latina, Wilson Lir-

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mann, estimou terminar sua participação na FENATRAN 2019 com mais de R$ 1 bilhão em negócios, somando-se a venda de caminhões, planos de manutenção e serviços financeiros, como seguros e consórcio. “Esperamos atingir mais um recorde de vendas, com o maior volume de negócios já alcançado pela Volvo em toda a história da FENATRAN”. O resultado esperado pela Volvo é aproximadamente o dobro do registrado na edição anterior da feira, realizada em outubro de 2017. “Além de um importante momento para poder lançar novos produtos e serviços e apresentar as novas tecnologias de transporte, a FENATRAN sempre foi um evento

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de negócios para a Volvo. E nesse ano sentimos um otimismo ainda maior dos clientes, que estão vendo sinais positivos no mercado de transportes e decidiram investir para renovar suas frotas”, explicou Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo no Brasil. Até as 21 horas de sexta-feira 18, estima-se que passaram mais de 10 mil pessoas pelo estande da Volvo, entre clientes e visitantes em geral. Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, conta que a montadora foi para a Fenatran com o objetivo de iniciar uma nova era no transporte brasileiro de cargas. “Com muita

tecnologia, inovação e conectividade, lançamos o Novo Actros, primeiro caminhão sem retrovisores externos do Brasil e o primeiro digital do mercado. No salão, apresentamos também a Nova Sprinter, um veículo à frente do seu tempo. Com todas essas novidades, percebemos que o nosso estande foi um dos mais visitados durante o evento. Em cinco dias, recebemos mais de mil clientes de todas as regiões do Brasil e também grupos da América Latina, África e Oriente Médio. Além de irem ao estande, esses grupos também visitaram a nossa fábrica em São Bernardo do Campo (SP). Todas essas visitas geraram bons negócios que superaram as nossas expectativas. Para se

ter uma ideia, houve momentos que todas as salas de reuniões do estande estavam completamente lotadas de clientes, o que significa um interesse forte nos nossos novos produtos. E não foram somente negociações de caminhões e Sprinter, percebemos que os clientes também estavam interessados em adquirir serviços para garantir a rentabilidade de suas operações. Acreditamos que a Fenatran 2019 foi um marco para o segmento. E esperamos que 2020 reflita os bons resultados conquistados durante o salão deste ano”. A MAN apresentou durante o evento 15 novos modelos, entre eles o e-Delivery, o Delivery automatizado e o Delivery 4x4.

Segundo Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, “essa foi a melhor Fenatran dos últimos tempos". Comparando com a edição passada, o movimento dos clientes e dos interessados em se aprofundar nos produtos e serviços aumentou. “A gente preparou um estande maravilhoso para receber todos com maior carinho e atenção. E encerramos com chave de ouro na sexta-feira com o movimento acima do normal, o que nos traz grande gratidão", comenta Alouche. O diretor comercial da Scania, Silvio Munhoz, disse que as vendas superaram a expectativa e a capacidade de receber os clientes foi mais do que

atingida, muito melhor do que a edição anterior. "Apresentamos os caminhões a gás, com abertura de vendas no primeiro dia e conseguimos mais de dez vendas. Isso significa uma grande resposta que os clientes deram para nós, e podemos afirmar que o caminhão a gás é sim viável para o Brasil. Nossa ideia é liderar os sistemas de transportes para ser mais sustentável. Na área de serviços foi sucesso, mais de mil programas de manutenção, e o que comprova que a solução completa da marca em produto, serviço e a alternativa financeira são o ideal para o cliente. Lançamos na feira o programa de manutenção premium, flexível que reduz em 25% os custos de

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manutenção, o que gerou um sucesso e os clientes receberam muito bem esse programa. Superamos as expectativas e terminamos o ano com muito otimismo", explicou Munhoz. Segundo Ana Theresa Borsari, country manager da Peugeot e Citroen, a importância que o transporte de carga tem no país é fundamental para a estratégia das marcas Peugeot e Citroen não só no Brasil, mas em todo o mundo. "Por isso, nossas marcas sempre buscaram entender de maneira profunda as necessidades de quem utiliza esses veículos no dia a dia, seja para o transporte de carga ou passageiros. A participação das marcas na FENATRAN foi muito importante para mostrar toda a nossa gama de produtos. Apresentamos aqui a mais completa e versátil gama de veículos utilitários do mercado brasileiro, orientada para atender as expectativas de todos os profissionais do setor de transportes", disse Ana. Amauri Parizoto, diretor comercial da FPT (Iveco) Industrial para a América do Sul, ressaltou que a FENATRAN é um dos maiores eventos do setor. "Para nós é um momento em que podemos nos aproximar dos clientes, mostrar nossas tecnologias e prospectar novos negócios. Em 2019 tivemos uma feira extremamente positiva, com excelente organização e um número de visitantes que surpreendeu. Um público sempre interessado em novas tecnologias e lançamentos”.

eventos A Goodyear Brasil, por meio de seu diretor da unidade de pneus comerciais, Eduardo Gualberto, comentou que a oportunidade de apresentar o Total Solution em uma feira como a FENATRAN foi extremamente importante. "O momento foi propício para celebrarmos os nossos 100 anos de Brasil. Sempre trabalhamos lado a lado dos nossos clientes e, por isso, oferecendo soluções adequadas às suas necessidades", destacou. Após cinco dias de relacionamento com clientes e fornecedores durante a 22ª FENATRAN, as Empresas Randon fizeram balanço positivo de sua participação neste que é o maior evento do setor rodoviário de cargas da América Latina, edição que marcou, também, a celebração dos 70 anos da Companhia. A Randon Implementos, que integra a Divisão Montadora, programou-se para, no mês de outubro, incluindo o período da FENATRAN, fechar negócios equivalentes a 3 meses de atividade. O resultado foi muito superior ao alcançado na última edição de 2017. Na divisão de Serviços Financeiros, representada pelo Banco Randon e Randon Consórcios, foram comercializadas mais de 300 quotas de consórcio. E quem ganhou com os negócios totais consolidados foi a área de Responsabilidade Social das Empresas Randon, que recebeu contribuição espontânea oriunda das vendas somando mais R$ 80 mil, destinados ao Progra-

ma Florescer, que prepara crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social para o exercício da cidadania. Rodrigo Bonilha, gerente nacional de vendas de pneus de carga da Continental Pneus Brasil, explicou que a FENATRAN é uma feira de negócios que sempre gera novas oportunidades. "Acreditamos no ganho de produtividade, aumento de vida útil e redução de consumo de combustível que os pneus inteligentes que apresentamos (com sensor acoplado) podem entregar para os transportadores, montadoras e implementadoras. Em apenas um de nossos clientes, por exemplo, o tempo de monitoramento dos pneus, antes realizado de forma manual, foi reduzido de 1h30 para apenas dois minutos”, reforçou. Pela primeira vez na FENATRAN, a coordenadora de marketing da ZM/SA, Poliana Zimermann, disse estar muita satisfeita com o retorno de público, tanto em qualidade como quantidade de visitantes no estande da empresa. "Estamos muito otimistas com relação aos novos negócios que podem ser concretizados a partir de nossa exposição. Queremos consolidar ainda mais nossa marca na Linha Pesada e acreditamos que a FENATRAN com certeza pode contribuir muito com isso", destacou. 100 open startups Um potencial enorme de conexão. Dentre as 1.096 startups vinculadas ao tema atualmente

cadastradas na 100 open startups, 55 startups foram selecionadas para estar neste experimento junto à FENATRAN e já atraíram 300 pedidos de reunião de 80 empresas líderes como Scania Brasil, Madeirint, Enlog, Volkswagen, Toyota, Cummins, Goodyear, Ford, dentre outras. "Hoje todos estão atentos à transformação digital que vem impactando os principais setores do mercado. Transporte e Logística não é diferente. A FENATRAN, que reúne as grandes líderes do setor, abriu esse espaço muito importante para que as startups e grandes empresas possam cocriar inovações para o futuro. A 100 Open Startups coordenou esse experimento e a adesão foi excelente, foram mais de 50 startups e 80 grandes empresas abertas a conexões de negócios nestes dias do evento. Acompanhar o que há de novo sendo proposto por estes empreendedores é sem dúvida o caminho para os executivos que querem ser protagonistas desse movimento”, afirmou Rafael Levy, Chief Technical Officer da 100 Open Startups. MOVIMAT Paralela à FENATRAN 2019, a MOVIMAT reuniu os principais compradores da indústria e dos setores de distribuição, atacado, varejo e comércio eletrônico interessados em produtos, serviços, soluções, conteúdo e o que há de mais moderno no mercado para eficiência de seus processos logísticos e intralogísticos.

“Com a realização dos dois eventos no mesmo espaço, ampliamos as possibilidades tanto para expositores, como para os visitantes. O complexo FENATRAN-MOVIMAT fortalece a oferta de tecnologias e inovações para esses mercados e os eventos juntos contribuem para tornar as operações mais eficientes, reduzindo custos e ajudando a tornar os negócios mais competitivos”, salientou Luiz Bellini.

A junção da MOVIMAT com a FENATRAN teve um balanço positivo na exposição que marcou os dois anos de Intralogística Conectada, com a união das marcas Linde, STILL e Dematic, do Grupo KION, e Águia Sistemas. "Nosso estande ficou bem localizado, na transição entre os dois eventos, e fomos surpreendidos com a boa movimentação — cerca de 1.500 visitantes, durante os cinco dias de evento —, com excelentes oportunida-

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des de fechamento de negócios no local e prospecção para futuros projetos. Percebemos que o mercado, que estava estagnado há alguns anos, voltou a reagir", destacou Kareen Ratton, Business Development Manager do Grupo KION. Segundo Adriana Firmo, diretora de vendas e serviços da multinacional, a sinergia entre os dois eventos foi ótima e confirmou que os compradores interessados em caminhões também estão interessados em armazenagem e movimentação interna de materiais: "Além disso, nosso estande também impressionou, pois os equipamentos que foram expostos demonstraram que estamos na vanguarda das soluções em movimentações e armazenagem. Inovamos ao demonstrar a empilhadeira

eventos

HT160Ds, com capacidade para 16 toneladas — não é muito comum expor uma máquina dessas proporções numa feira —, que impressionou pela magnitude, tamanho e pelas diversas aplicações para vários segmentos de indústria aqui no Brasil. Outros destaques foram o nosso lançamento Empilhadeira Retrátil FM-X NG Cabinada — ainda que seja do segmento de frigorífico — e também pela tecnologia da RX60-35, que é equipada com bateria Li-Ion, configurada para atender ao segmento de bebidas". Para a JLW, a MOVIMAT é o evento mais forte do nosso setor, onde é possível encontrar uma grande parcela dos clientes e iniciar novas negociações. “Recebemos mais visitas do que eu espero neste ano, um público selecionado, com po-

der decisório nas negociações, o que permite considerarmos o evento como o mais forte para nosso segmento. Para os negócios a feira estava ótima e com certeza manteremos nossa participação na próxima edição”, falou Lisandra Bueno, diretora de marketing da JLW. Para Gilberto Souza, gerente de vendas da Valeo Thermal Transport Refrigeration, a estreia na FENATRAN / MOVIMAT 2019 foi extremamente positiva e superou as expectativas. “Tivemos a apresentação do primeiro protótipo de equipamento para refrigeração de transporte destinado ao segmento de semirreboques a ser produzido no Brasil sob as normas nacionais e levando em conta o comportamento e a cultura dos clientes locais. A receptividade dos clientes foi

fantástica e nos deu bons feedbacks que ajudarão na fase final dos testes. O resultado disso será um equipamento com o melhor custo benefício do mercado, mais leve e de menor custo operacional. O espaço da feira também foi ocupado para encontro com fornecedores internacionais de grande parte dos componentes que iremos utilizar em nossa planta de Cachoeirinha (SP). Estabelecemos também contatos internacionais com prospects de clientes de toda a América Latina que também é foco de nossa operação no Rio Grande do Sul”, explicou Souza. SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade

Com o tema central “Veículos e Vias Inteligentes – O caminho para a Mobilidade Sustentável”, a 28ª edição do Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade ocorreu simultaneamente à FENATRAN. O evento reuniu lideranças mundiais, profissionais do mercado, pesquisadores e estudantes do setor da Engenharia da Mobilidade, no São Paulo Expo, simultaneamente à 22ª FENATRAN. O Congresso teve nove Painéis Temáticos - Transformação Digital, Educação de Engenharia, Presidentes, Caminhões e Ônibus, Ferroviário, Engenheiros-chefes, Operações Industriais Conectadas, Veículos Elétricos e Híbridos e Painel Internacional – que contaram com a participação de

74 painelistas para discutir a sustentabilidade como norte para a mobilidade do futuro. “Encerramos o 28º Congresso SAE BRASIL, mas iniciamos um novo ciclo que terá um papel fundamental na construção de uma sociedade que seja melhor para as próximas gerações. Os conteúdos e as reflexões deste Congresso nos ajudam a refletir e olhar para novos caminhos, muitas vezes, disruptivos, mas que, sem dúvida, irão impulsionar a mudança para um ecossistema de transporte mais sustentável”, avaliou o presidente do Congresso SAE BRASIL 2019, Christopher Podgorski, que também é presidente e CEO Scania Latin America, empresa host desta edição do evento.

Sobre a Reed Exhibitions Alcantara Machado A Reed Exhibitions é uma empresa líder mundial na organização de feiras e eventos com atuação em 38 países e 500 eventos distribuídos pelas

Américas, Europa, Oriente Médio e Ásia. No Brasil, organiza mais de 40 feiras em todo o território nacional entre eventos de negócios e voltados ao consumidor final. Anualmente recebe mais de 5 mil expositores

e mais de 1 milhão de compradores em seus eventos. A Reed Exhibitions Alcantara Machado está comprometida com o desenvolvimento dos mercados em que atua e com a geração de negócios a toda a cadeia.

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eventos


mercado

Demanda global de veículos permanece em baixa Dados da Acea mostram principais mercados mundiais em desaceleração

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balanço semestral da demanda global de veículos feito pela Acea, associação que reúne as fabricantes de veículos na Europa, e divulgado em um relatório na sexta-feira, 20, mostra um quadro apático nos mercados mundiais, com baixas demandas em todas as regiões. O próprio Velho Continente amarga uma queda de 4% do volume total de licenciamentos no primeiro semestre na comparação com mesmo período do ano passado. Fatores como o baixo desempenho da Europa Ocidental, o impasse do Brexit sem acordo iminente e a contínua contração do mercado na Turquia são apontados como os principais motivos pelo declínio na região. A situação não é das melhores em outras partes do mundo, principalmente na América do Norte e na Ásia. A guerra comercial entre Estados Unidos e China tem influenciado os baixos índices de confiança em ambos, o que respinga nos resultados do varejo. As vendas da América do Norte também recuaram quase 4% na primei-

ra metade do ano, enquanto na Ásia, a queda foi de quase 11%, catapultada pela retração de 14,4% registrada na China – que sozinha representa 26,5% do mercado global de veículos. Oriente Médio e África amargam juntos volume 22% menores de vendas de automóveis no primeiro semestre.

A América do Sul, com participação de 4,6% do mercado de veículos leves, registrou licenciamentos 6,1% menores na primeira metade do ano. Embora o Brasil seja um ponto fora da curva – os emplacamentos cresceram 12,6% no período – não foi o suficiente para encobrir o desastre da

queda das vendas na Argentina, puxando o resultado da região para baixo. O quadro resulta em uma queda total de 8% da demanda global de automóveis no mundo inteiro, que não ultrapassou as 37,2 milhões de unidades. Na primeira metade de 2018, esse volume era de 40,4 milhões. Com isso, a produção global de veículos declinou praticamente na mesma proporção, com queda de 7,3% e 37,7 milhões de automóveis fabricados. Se por um lado as vendas totais de veículos diminuíram, a análise detalhada do mercado europeu mostra um avanço significativo da participação de modelos com propulsão alternativa, que envolve carros híbridos, híbridos plug-in e os totalmente elétricos movidos a bateria. No primeiro semestre, as vendas desses modelos superaram as 724 mil unidades, representando crescimento de 27,5% no comparativo anual. A Acea divulga em seu relatório a projeção da IHS Markit para a produção de veículos comerciais de carga em 2019, cuja estimativa aponta para queda em quase todos as regiões, exceto a América do Norte, onde as vendas devem ser ampliadas em 5%, com 4,8 milhões de unidades (inclui picapes grandes) e na América do Sul, cujo mercado deve encerrar o ano com volume praticamente estável e leve crescimento de 1%.

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mercado


varejo em foco

A experiência do

cliente na era digital Preço, qualidade e agilidade são apenas alguns dos pontos para atender as necessidades do novo consumidor

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ferecer serviços de qualidade e praticar preços justos já não são sinônimos para o sucesso nos negócios. Com a economia baseada em experiências, é essencial que as empresas sejam capazes de correspon-

der às expectativas dos seus consumidores quanto à forma como são atendidos. De acordo com a Customer Experience Trends de 2018, o maior estudo sobre a experiência do cliente do país, um bom atendimento

pode se sobrepor ao preço do produto para 56% dos entrevistados, enquanto uma única má experiência é o bastante para 86% dos consumidores abandonarem o relacionamento com a marca.

A experiência do cliente diz respeito à percepção — consciente ou inconsciente — com relação a um serviço ou produto. Trata-se de uma impressão que o consumidor constrói a partir da maneira como se sentiu tratado pela companhia ou do resultado obtido após a comunicação estabelecida, tendo em vista o seu objetivo. E uma das formas mais comuns e efetivas de aumentar a qualidade do que é oferecido aos consumidores é implementando processos personalizados, ágeis e eficientes.  Na prática, investir em novas tecnologias tornou-se fundamental para melhorar a experiência do usuário e aprimorar resultados. Essa iniciativa faz parte do conceito de Transformação Digital, permitindo otimizar processos corporativos e ampliar a vantagem competitiva perante a concorrência. Para Gustavo Brant, vice-presidente Latam da DocuSign, empresa pioneira e líder em assinaturas

eletrônicas, os gestores devem pensar em estratégias que explorem vantagens tecnológicas se querem proporcionar uma melhor experiência na aquisição de serviços e produtos. “O maior benefício de adotar soluções que facilitem a rotina do consumidor é a construção de uma marca diferenciada no mercado. Com o uso da assinatura eletrônica, por exemplo, tanto o cliente quanto o consumidor têm autonomia na gestão dos seus documentos, permitindo que tudo seja preparado, enviado, assinado e validado juridicamente em qualquer dispositivo com conexão. Isso promove maior mobilidade e agilidade, contribuindo para a otimização da rotina do cliente, que não precisa mais parar toda a sua agenda apenas para assinar um documento”, comenta. Considerando que 80% dos consumidores apontam a velocidade, a conveniência e o aten-

dimento como os elementos mais importantes de uma experiência positiva, segundo um levantamento realizado pela PWC no último ano, a opção de levar as negociações e o relacionamento com o cliente para o âmbito virtual abrem um novo caminho para agilizar e simplificar os processos internos, a fim de reduzir a burocracia. “Temos exemplos de imobiliárias, como a RE/MAX e a Imobiliária Bambuí, que optaram por utilizar assinaturas eletrônicas e o tempo para fechar um contrato foi reduzido para apenas 24 horas, isso faz muita diferença para o cliente”, conta Brant. A partir da implementação da solução de assinatura eletrônica, é possível reduzir a jornada de compra do consumidor e agilizar o tempo de assinatura de um contrato em até 90%. Quanto mais intuitivo para quem usa for o serviço, mais clientes vão optar por utilizar eles.

Sobre a DocuSign A DocuSign ajuda organizações a conectarem e automatizarem a maneira como preparam, assinam, agem e gerenciam acordos. Como parte do DocuSign Agre-

ement Cloud, a companhia oferece a solução líder mundial de assinatura eletrônica, permitindo assinar documentos em praticamente qualquer dispositivo, de qualquer lugar com conexão e

a qualquer momento. Hoje, mais de 500 mil clientes e centenas de milhões de usuários, em mais de 180 países, usam a DocuSign para acelerar os negócios e simplificar a vida das pessoas.

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varejo em foco


varejo em foco

varejo em foco

De olho no varejo chinês High Tech Retail revela quais são as próximas inovações no varejo nos próximos três anos. Estudo mapeou quais serão as tecnologias na jornada de compra dos clientes e como os varejistas devem se adaptar para atender os shoppers do futuro

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lojas e sim como eles fazem isso acontecer na prática numa velocidade assombrosa. Aprofundando minha observação e estudo do modelo deles, eu notei que a estratégia da empresa é genial. Ao invés de focar em abrir sempre lojas físicas, eles optaram por fazer um mix entre lojas de conveniência e lojas "virtuais" de café. Pois é, isso mesmo, lojas "virtuais" de café. A sacada é simples e poderosa. Na Starbucks, você tem que ir até a loja para pegar um café. Na Luckin, você pode escolher ir à loja ou receber onde estiver, em até 15 minutos. Quem entrega? Um serviço tipo o Rappi, com milhares de motos pequenas que estão conectadas ao sistema da empresa. E sabe quem faz o café? Aqui eu fiquei mais maluco ainda em saber:

as donas Wangs. Sim, são pessoas físicas que recebem em seus apartamentos os equipamentos da Luckin em comodato para produzir o café e os entregadores das motoquinhas passam na casa da dona Wang, pegam o café e saem literalmente na velocidade máxima para fazerem as entregas no perímetro ao redor do apartamento da dona Wang. Tudo é controlado por um aplicativo super bem-feito que gerencia todo o processo. Assim, o varejo da Luckin pode escalar para lugares onde a Starbucks não consegue. Mesmo dentro de uma loja de conveniência da Luckin, o consumidor tem que usar o app para pedir, não dá para comprar com cartão de crédito ou dinheiro, só no app. Isso cria o hábito de usar o app o tempo todo para tomar um

cafezinho. Eles usam o app para dar créditos de café para cada pessoa que indicar amigos. Assim, é possível muitas vezes comprar um simples café e receber créditos para outros dez, para dividir com amigos. Cada pessoa que ganha um café baixa o app e, assim, a aquisição de clientes entra em um ciclo virtuoso de crescimento exponencial. Nem gastar com propaganda eles precisam. Outra empresa sensacional é a Rema. A pronúncia do nome é re-má, com acento agudo no final. Eles usam uma fórmula que segue a mesma lógica da Luckin, só que aplicada para su-

permercado. Essa empresa, cujo símbolo é uma vaquinha, promete entregar produtos FLV (frutas, legumes e verduras) em até 30 minutos. Entregam peixes, literalmente vivos, em saquinhos com água na casa das pessoas. Novamente, as motoquinhas voadoras fazendo seu papel e tudo funcionando via app. As donas Wangs já estão entrando no circuito desse negócio também. Tem gente pegando um cômodo da sua casa para virar estoque de produtos da Rema. Acredita nisso? Pois é. Assim, eles escalam as vendas e abrem presença física como raios caindo do céu em lugares onde não cabe uma loja física grande.

* Adilson Batista é fundador e CEO da Today, agência de transformação digital

Na mesma linha, vale estudar a Sun Art, que tem o grupo Alibaba como sócio. Mas tem gente grandona de fora da China se dando bem lá também. O Walmart detém a quarta posição no ranking geral de market sharedo varejo local, está acelerando sua transformação digital por lá e aprendendo com os chineses para aplicar as inovações mundo afora. Evidentemente, tem coisas que só funcionam lá devido a várias características locais e culturais, porém, para ter insights e aplicá-los de forma adaptada ao nosso mercado, vale muito estudar o já líder mundial em varejo: o mercado chinês.

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e você trabalha com varejo, eu recomendo ficar de olho no mercado chinês. Mesmo que não tenha como ir até lá, vale ler tudo e ver vídeos na internet sobre o que estão fazendo. Eu tive a oportunidade de ver algumas coisas presencialmente em uma visita recente que fiz e fiquei com a sensação de que estava visitando o futuro ou um outro planeta. Para começar, conheci a Luckin Coffee, a Starbucks deles. Turbinada pelo rápido crescimento de consumo de café pelo povo chinês e pela ambição de bater a Starbucks em número de lojas, a Luckin criou um modelo inovador de varejo que promete abrir uma loja nova a cada 3,5h até o final de 2019 e chegar em 4.500 lojas no total. O mais interessante não é essa corrida deles para ter mais

(*Por Adilson Batista)


especial on-line

especial on-line

comércio eletrônico

O mercado de e-commerce cresce no Brasil, mas ainda esbarra em barreiras tributárias e legislativas que não acompanham o dinamismo das inovações tecnológicas do setor

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comércio eletrônico brasileiro é uma realidade que não pode ser deixada de lado. Estimativas da Ebit Nielsen apontam que as receitas do setor devem crescer 15% em 2019, alcançando R$ 61 bilhões. Para promover o avanço do mercado de e-commerce no País, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio do seu Conselho de Comércio Eletrônico, presidido por Renato Opice Blum, defende uma série de medidas para destravar o ambiente de negócios e modernizar a legislação tributária, que devem facilitar as opera-

ções e proporcionar uma experiência de compra melhor aos consumidores. Nesse sentido, a Entidade apresentou, recentemente, pleitos junto ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e representantes do Poder Público, como o deputado federal Vinícius Poit (Novo/SP) e o subsecretário de Comércio e Serviços do Ministério da Economia, Fábio Pina. Lockers e Pick up Points Entre as propostas da FecomercioSP estão a adequação de obrigações acessórias relativas ao ICMS para regular as operações

do comércio eletrônico, especialmente criando segurança jurídica para que as empresas possam implementar inovações, como os lockers ou pick up points. Uma medida que visa gerar uma experiência de compra melhor para os consumidores. No entanto, tais operações apresentam muitas especificidades – como a questão das devoluções de mercadorias. Não há previsão legal dessa sistemática que possibilite o cancelamento das notas de devolução nos casos em que a empresa emite a nota, mas que em seguida o consumidor resolve ficar com a mercadoria.

mento proposto pode gerar uma série de benefícios, como redução de custos, agilidade e segurança jurídica para todos os envolvidos na cadeia; preservação do meio ambiente; e mais controle do processo, até mesmo por parte do Fisco, que teria acesso às informações de maneira automatizada, facilitando a fiscalização e reduzindo o tempo para liberação das mercadorias nas barreiras. A burocracia imposta ao setor nesse procedimento se converte em perda de produtividade – são 31 dias por ano para os varejistas e 83 dias por ano para os transportadores controlarem a emissão e gestão de todos os documentos envolvidos nesse processo, sem falar nos danos para o meio ambiente são 2.200 toneladas de papel, o equivalente a 24 mil árvores e 1,2 bilhões de litros de água por ano, segundo dados do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) A Federação apresentou propostas, também, relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que já apresenta grande avanço em termos de legislação específica no Brasil, no que se refere à segurança de dados e privacidade. No en-

tanto, há necessidade de se estabelecer, por meio da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), um diálogo aberto e permanente entre o Poder Público e a iniciativa privada, de maneira a privilegiar as ações educativas no lugar das sancionatórias. Além disso, a Entidade reforça a necessidade de estabelecer um tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas, especialmente àquelas que têm baixo volume de processamento de dados. Marketplaces A FecomercioSP destaca, ainda, as novas regulações do Banco Central sobre os meios de pagamento. As empresas do Conselho de Comércio Eletrônico da Federação que se enquadram no conceito de marketplaces vêm sendo impactadas diretamente em suas operações. A Entidade entende que a iniciativa do BACEN em geral é positiva e estimulará a competitividade, mas diante das especificidades do varejo online e das operações de marketplaces, propõe que o órgão estabeleça uma aproximação e um diálogo constante com esse segmento, a fim de que todos os envolvidos nesse ecossistema participem do processo de edição da norma desde o início.

Fonte: FecomercioSP

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As barreiras do

Logística sem papel Outra proposta é a eliminação dos documentos impressos no processo chamado de “Logística sem papel”. A quantidade de documentos impressos em todo o processo de logística, desde a saída da mercadoria do centro de distribuição, passando pelas transportadoras até chegar ao consumidor final é enorme. São 16 documentos fiscais impressos em cada operação de compra e venda, o que impacta toda cadeia – gera custo, burocracia, perda de produtividade e danos ao meio ambiente. Em 30 de agosto de 2019, definiu-se, por meio da a Portaria CAT 55, a dispensa da impressão do Documento Auxiliar da DANFE em operações realizadas pelos estabelecimentos destinadas diretamente a consumidores finais. A medida vale somente para o Estado de São Paulo. Uma conquista parcial da Federação. Além disso, a FecomercioSP propõe integrar todos os documentos em um único QR Code ou código de barras, em substituição aos documentos impressos; digitalização de todos os documentos; concentração no manifesto eletrônico (MDF-e) de todos os documentos fiscais; e a assinatura eletrônica via Pod Digital. O aperfeiçoa-


especial on-line

especial on-line

Estudo global da DHL Supply Chain considerou a opinião de 900 diretores de logística vinculados ao e-commerce. 70% das empresas B2C e 60% das empresas B2B continuam trabalhando para alcançar a implementação de uma estratégia logística integral

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DHL, empresa global líder em logística, apresentou seu último relatório sobre a evolução da cadeia de suprimentos no setor de e-commerce. O estudo revela que 70% das empresas B2C e 60% das empresas B2B ainda estão trabalhando para alcançar a implementação de uma estratégia logística integral, e 70% dos entrevistados classificam o e-commerce como "muito importante" ou "extremamente importante" para seus negócios em termos de volume de vendas e receita. O relatório foi elaborado com base em uma pesquisa global com a participação de cerca de 900 diretores de logística e supply chain vinculados ao e-commerce. Os entrevistados atuam nos principais setores da indústria, incluindo varejo, bens de consumo, saúde, tecnologia, automotivo, engenharia e manufatura.

O estudo, intitulado "The e-commerce supply chain: Overcoming growing pains", também descobriu as principais barreiras para a implementação total de uma estratégia de logística, que incluem mudanças nas expectativas dos clientes, no ritmo de entrega e nas limitações da infraestrutura existente. Nabil Malouli, Global e-Commerce Product lead da DHL Supply Chain disse: "O novo estudo mostra a importância crítica de colocar as expectativas dos clientes como o centro de qualquer estratégia de e-commerce. A dificuldade é que, ao fazer isso, as empresas estão tentando alcançar um objetivo em constante mudança". "Chegamos a um ponto em que as demandas dos clientes evoluem constantemente e as empresas estão sob enorme pressão para manter-se atuali-

zadas. Elas vivem um processo contínuo de adaptação de seus modelos de e-commerce para atender às constantes mudanças, o que se torna um verdadeiro desafio para alcançar a implementação integral de seus planos de e-commerce", acrescenta Malouli. Apesar disso, está claro que o setor de supply chain deve continuar focando-se na satisfação dos consumidores. Deve ser também ágil o suficiente para responder a novos modelos de negócios, a expectativas de serviço e às necessidades tecnológicas dos compradores, a fim de reter os clientes existentes e atrair novos. A evolução da demanda por e-commerce indica que, nos próximos 3 a 5 anos, mais de 50% das empresas farão algum tipo de mudança em sua estratégia de distribuição. Para lidar com

volvimento nesta área. "O mercado de e-commerce cresceu dois dígitos nos últimos anos e ainda tem muitas opções de expansão. Tanto que muitas empresas, de diferentes segmentos e tamanhos, estão investindo fortemente nesta área e a logística tem que acompanhar este desenvolvimento", afirma Luiz Moreira, CCO de Desenvolvimento de Negócios da DHL Supply Chain América Latina. "No e-commerce, o que aparenta ser simples, operacionalmente é desafiador. Primeiro, há o desafio de mover o estoque de vários fornecedores para perto dos consumidores, mantendo uma enorme variedade de itens em estoque e atendendo a uma expectativa de agilidade que vira a questão central da logística para o comércio eletrônico. Ao mesmo tempo, esta demanda pode ser bastante volátil, requerendo habilidade para gerenciar picos de recursos humanos e transportes", acrescenta Moreira.

50 anos DHL Em 2019, a DHL comemora 50 anos desde a fundação em São Francisco, onde começou como um disruptor para a indústria tradicional de entregas, contornando a burocracia com um serviço inovador para entregar documentos por via aérea durante a noite. Desde então, se tornou uma família global, com cerca de 380.000 funcionários em mais de 220 países e territórios que cobrem todo o espectro de logística e serviços da cadeia de suprimentos. A centralização no cliente e a cultura do potencial da DHL alimentaram cinco décadas de inovação - do DHL 1000, um dos primeiros computadores de processamento de texto do mundo, ao uso do StreetScooter, um veículo de entrega ecologicamente correto com acionamento elétrico e desenvolvido pelo Deutsche Post DHL Group. Com o compromisso da Missão 2050 de atingir emissões zero em todo o grupo até 2050, a DHL continua a ser uma pioneira no setor de logística.

Sobre a DHL A DHL é a marca global líder no setor de logística. Nossa família de divisões da DHL oferece um portfólio incomparável de serviços logísticos que vão desde entrega de encomendas nacionais e internacionais, soluções de envio e atendimento de comércio eletrônico, transporte expresso internacional, rodoviário, aéreo e maríti-

mo até a gestão da cadeia de fornecimento industrial. Com cerca de 380.000 funcionários em mais de 220 países e territórios em todo o mundo, a DHL conecta pessoas e empresas com segurança e confiabilidade, possibilitando fluxos de comércio global. Com soluções especializadas para mercados e indústrias em crescimento, incluindo tecnologia, ciências

da vida e saúde, energia, automotivo e varejo, um comprometimento comprovado com a responsabilidade corporativa e uma presença incomparável em mercados em desenvolvimento, a DHL está posicionada como "A empresa de logística para o mundo". A DHL faz parte do Grupo Deutsche Post DHL. O grupo gerou receitas de mais de 61 bilhões de euros em 2018.

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Desafios da logística para o e-commerce

essa pressão, muitas empresas estão optando por fazer parcerias com operadores logísticos independentes (3PL), com os quais conseguem aumentar seus recursos e suas capacidades internas a fim de escalar de forma rápida e eficaz e, desta maneira, explorar todas as oportunidades oferecidas pelo e-commerce. Malouli acrescentou: "O que as empresas precisam neste processo varia dependendo do ponto em que elas se encontram neste caminho, já que todas estão em diferentes estágios de implementação da estratégia de e-commerce". Esse cenário também se aplica aos principais países Latino-americanos, principalmente Brasil, Colômbia, México, Chile e Argentina. Com diferentes taxas de crescimento e níveis de infraestrutura, os desafios são distintos, mas nada é simples no mercado de e-commerce. O Brasil, por exemplo, se encontra em um momento de grande transformação e desen-


tecnologia

tecnologia

Proteção de autopeças

contra corrosão

Tecnologia de e-coat protege autopeças contra corrosão e garante economia no processo

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azem parte do processo de fabricação de um carro uma ampla cadeia de fornecedores que devem seguir especificações rígidas de segurança e qualidade. Entre os que têm relação direta com a qualidade e aparência do produto final, estão os das peças que são incorporadas à carroceria, como rodas, amortecedores, para-choques e retrovisores, por exemplo. Mandatoriamente, as autopeças que passam pelo processo de pintura, devem respeitar rigidamente o padrão de cor, sejam elas fabricadas em material plástico ou metal. Além de utilizar a mesma tecnologia em tintas e vernizes, que servem para deixar o re-

vestimento resistente às condições climáticas, poeira e água, o processo de preparo das peças de metal usa tecnologias de revestimento para proteção contra a corrosão. “Para este mercado, a BASF fornece uma linha inovadora de e-coat, o CathoGuard 500, que atende às rígidas especificações do mercado e oferece ganhos em sustentabilidade”, explica Viviane Martins, responsável pelo segmento de autopeças de metal do negócio de Tintas Automotivas da BASF. “Após passar pelos processos de desengraxe e pre-tratamento, o substrato metálico recebe a aplicação do E-coat com a finalidade de proteger contra a corrosão, sendo

essa a primeira camada do sistema de pintura”. O uso do CathoGuard 500 atende inclusive os rígidos requisitos da montadora Honda, principalmente por cumprir a severa especificaçao para corrosão com teste específico “hot salt water”, por conta do uso de sal e água quente para reduzir o gelo em regiões onde há neve. Isenta de chumbo, a solução melhora a eficiência do processo, garantindo maior quantidade de peças tratadas em alta-qualidade por ciclo de E-coat, reduzindo o consumo de tinta em até 20%. O processo também diminui o consumo de energia e de água aplicada. En-

tre os diferenciais e benefícios do CathoGuard® 500 está o seu alto nível de penetração nas cavidades, que garante uma proteção extra contra a corrosão e aumenta a vida útil da pintura das autopeças. Essa tecnologia pode ser aplicada em peças automotivas, de caminhões e maquinários agrícolas, como tratores e escavadeiras. Nas peças plásticas, o processo dispensa o e-coat, rece-

bendo um primer condutivo, a tinta e o verniz de proteção. Com a máxima precisão, a BASF garante que as peças recebam o revestimento que corresponda exatamente ao do corpo do carro. A garantia da harmonização de cor perfeita conta com a ajuda do software especialmente desenvolvido para essa finalidade, o ColorCARE®. No segmento de tintas automotivas, a BASF fornece um

portfólio completo para as montadoras e fornecedores de autopeças, com produtos como que vão desde o pre-tratamento até o acabamento. As soluções da companhia proporcionam aos veículos uma série de benefícios, como alto poder de cobertura, durabilidade, resistência aos raios UV, à riscos, ao impacto e à intempérie, alto brilho, efeitos especiais e otimização de processo na indústria.

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giro

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Conheça o homem que

vendeu o Mustang n°1 Essa é a história de Harry Phillps, o homem que vendeu 55 anos atrás – e provavelmente salvou – o modelo histórico que hoje é atração no Museu Henry Ford

A

ntes de iniciar a venda do Mustang, em 17 de abril de 1964, a Ford enviou modelos de demonstração para todas as suas concessionárias na América do Norte. Alguns eram

carros de pré-produção, somente para exibição, que não podiam ser vendidos e teriam de ser devolvidos à fábrica. Entre eles estava o primeiro Mustang produzido na

linha de montagem, um conversível branco com número de identificação 5F08F100001, que assim como os demais da série depois seria escrapeado.

Logo um piloto de avião, o Capitão Stanley Tucker, entrou na loja e disse: “Este carro é meu”. “Foi a venda mais fácil que já fiz na vida. Eu só estava parado na porta”, conta Phillips. “Ele pagou o sinal, mas como o carro tinha de continuar exposto, combinamos que só seria entregue algumas semanas depois. Ele vinha na loja todo dia para ver o carro, conversa-

va um pouco e ia embora.” Demorou alguns meses para a fábrica dar falta do Mustang Nº 001, que ganhou importância com o estrondoso sucesso do carro. “Houve uma falha de comunicação e o número de série não significava nada para nós, não sabíamos que ele era o primeiro. Só descobrimos o valor do carro quando a Ford veio procurar por ele.”

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Graças ao canadense Harry Phillips, porém, o carro foi preservado e desde os anos 80 faz parte do acervo do Museu Henry Ford, em Dearborn. Phillips, hoje com 84 anos, era vendedor da concessionária Ford em St. John’s, no Canadá, que recebeu o veículo. “Nós o colocamos em exposição no pátio perto da rua, onde todos pudessem ver”, lembra.


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Foram necessários dois anos de negociação até a Ford convencer o Capitão Tucker a abrir mão do veículo, que marcava 16.000 km no hodômetro e foi trocado por outro modelo histórico, o milionésimo Mustang, um conversível 1966 totalmente equipado. A história do piloto se tornou famosa nos Estados Unidos, mas poucos sabiam da partici-

pação de Harry Phillips até sua neta Stephanie Mealey iniciar uma campanha nas redes sociais para homenagear o avô. Ela queria que Phillips fosse levado ao Museu Henry Ford para rever o famoso Mustang, e deu certo. Phillips foi convidado pela Ford, junto com a filha e a neta, para visitar o museu, receber homenagens e reencontrar o

carro que vendeu há 55 anos. “Ele me trouxe muitas memórias. E está exatamente do mesmo jeito que o vi pela última vez, um carro novo”, disse. O título de primeira compradora do Mustang pertence a Gail Wise, professora de Chicago que adquiriu seu conversível cor azul bebê no dia 15 de abril de 1964, dois dias antes do lançamento.

Há mais de um século, Spicer é sinônimo de soluções de transmissão e suspensão, fornecendo às montadoras e ao mercado de reposição a mesma qualidade e resistência. Somos a força que está ao seu lado, sempre que precisar. Spicer. Porque ser forte é o melhor caminho.


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