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ENCONTRO DE ASSESSORES

Congresso debaterá as mudanças no jornalismo e no mundo do trabalho O último congresso estadual da categoria foi realizado em 2010. Desde então, tanto a atividade jornalística quanto o próprio país passaram por muitas transformações

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Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) realiza, de 11 a 13 de agosto, o I Congresso Estadual Extraordinário dos Jornalistas do Ceará e III Encontro Estadual de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (EEJAI). Com o tema “O Jornalista e as mudanças no Jornalismo e no mundo do trabalho”, o evento deve reunir 200 participantes, entre jornalistas, estudantes e professores de Jornalismo, além de dirigentes sindicais e profissionais de outras áreas, no Centro Cultural Belchior, em Fortaleza/CE. Estão previstos no programa do evento uma conferência de abertura, com o tema central, três painéis e uma plenária final, na qual será apresentado, debatido e aprovado o plano de lutas dos jornalistas cearenses. "Queremos debater os desafios da profissão em meio à conjuntura de golpe à Democracia e de retirada de direitos com as “reformas” trabalhista e previdenciária. A categoria também discutirá a defesa do jornalismo nas assessorias de imprensa", afirma a presidente do Sindjorce, Samira de Castro. O secretário-geral da entidade, Rafael Mesquita, lembra que o último congresso estadual da categoria foi realizado em 2010 e, desde então tanto REALIZAÇÃO:

I CONGRESSO ESTADUAL EXTRAORDINÁRIO DOS JORNALISTAS NO CEARÁ

III ENCONTRO ESTADUAL DE JORNALISTAS EM ASSESSORIA DE IMPRENSA

"O Jornalista e as mudanças no Jornalismo e no mundo do trabalho" 11 A 13 DE AGOSTO DE 2017 CENTRO CULTURAL BELCHIOR FORTALEZA/CE

O evento vai debater os desafios da profissão em meio à conjuntura política e econômica do Brasil

o jornalismo como o país passaram por muitas transformações. "Assim, buscaremos debater a necessidade de organização da categoria diante das mudanças tecnológicas e do modelo de negócios da atividade laboral, com destaque para as novas mídias, além das questões conjunturais como a ruptura democrática e as tentativas de precarização das relações de trabalho e de fim da previdência pública”, acrescenta. Para a diretoria do Sindjorce, é necessário centrar a luta dos jornalistas para mudar a correlação de forças e

avançar na agenda de resistência dos trabalhadores do jornalismo, sobretudo diante da crise do modelo de negócio das redações tradicionais e da necessidade de se debater alternativas para o desenvolvimento do jornalismo profissional. “Por isso, a proposta é que os grupos de trabalho apresentem, ao final do evento, o plano de lutas dos jornalistas cearenses, estabelecendo uma forma organizativa que dê encaminhamento às lutas sociais e que possibilite saídas coletivas para as transformações em curso no mundo do trabalho”, diz a presidente. Ato político marcará abertura O credenciamento será na sextafeira (11/08), das 14h às 18h, no local do evento. A abertura começa às 19h, com a presença da presidente do Sindjorce, Samira de Castro, além de representantes do movimento sindical e autoridades do campo progressista, que farão um grande ato político em defesa da Democracia e dos direitos da classe trabalhadora. Após a solenidade, haverá a conferência de abertura, ministrada pela jornalista Fabiana Moraes, professora do Núcleo de Design e Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco. Vencedora de três prêmios Esso e uma das repórteres mais premiadas do país, Fabiana tem pesquisas acadêmicas e reportagens voltadas para a questão da hierarquização social com foco na (in) visibilidade de grupos vulneráveis (gays e travestis, negros, mulheres). Em seguida, haverá a noite de autógrafos do livro “O Nascimento de Joicy”, de autoria da conferencista, com coquetel de confraternização.

APOIO:

Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação no Município de Maracanaú

AFIM

ASSOCIAÇÃO DOS FISCAIS DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA

SINDSEP

SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CAUCAIA

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS


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pesar de você, amanhã há de ser outro dia”. O verso inspirador de Chico Buarque, cantado na outrora de um Brasil da década de 1970, nunca pareceu tão atual na conjuntura de um país que vive um golpe branco. A velha e corrompida oligarquia brasileira, representada por partidos políticos liberais-conservadores, mais uma vez aliou-se ao capital internacional para perpetrar um golpe de Estado. Diferentemente de 1964, desta vez, os golpistas não precisaram fazer uso da força. Contaram com os grandes grupos de mídia, o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e o Ministério Público Federal para produzir a farsa do impeachment

editorial

JORN

PRESIDENTE

SAMIRA DE CASTRO SECRETÁRIO-GERAL

RAFAEL MESQUITA DIRETORA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

GERMANA MCGREGOR DIRETOR DE AÇÃO SINDICAL

EVILÁZIO BEZERRA DIRETOR DE COMUNICAÇÃO

NATHAN CAMELO DIRETORES EXECUTIVOS

FRANCISCO GATTO LÚCIA ESTRELA MIRTON PEIXOTO CONSELHO FISCAL

MARILENA LIMA HUMBERTO SIMÃO DÉBORAH LIMA FABIANO MOREIRA DELEGADOS DA FENAJ

TUNO VIEIRA EMANUEL CARLOS WASHINGTON FEITOSA

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REDAÇÃO

GERMANA MCGREGOR NATHAN CAMELO RAFAEL MESQUITA SAMIRA DE CASTRO EDIÇÃO

SAMIRA DE CASTRO DIAGRAMAÇÃO

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da presidente eleita pelo povo. Não foi um movimento contra a corrupção. Era contra os tímidos avanços sociais da classe trabalhadora. Os reais motivos do golpe apareceram dia após dia: a entrega do pré-sal a estrangeiros, o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, a terceirização da atividade-fim, o desmonte da CLT. E caminha com a tentativa de acabar com a aposentadoria pública. Durante as discussões do projeto de contrarreforma trabalhista no Congresso, os sindicatos foram atacados por empresários e pela mídia, acusados de estarem interessados apenas na contribuição compulsória dos trabalhadores. O papel dos sindicatos, entretanto, vai muito além.

Do céu só cai chuva, sol e as bênçãos – para os que têm fé. Todos os direitos trabalhistas, sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical e dos movimentos sociais. Muito se fala em crise do jornalismo e demissões por enxugamento das estruturas da mídia comercial. O modelo de negócios do jornalismo está de fato em xeque. Mas o caminho que a velha mídia tomou recentemente, de ampliar ainda mais o nível de manipulação, levou à crise de credibilidade. É hora de afirmarmos a importância do jornalismo profissional, sem abrir mão da garantia do direito à comunicação por toda a sociedade. É nesse cenário de Brasil

pós-golpe que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) se propõe a debater a profissão. O I Congresso Estadual Extraordinário dos Jornalistas do Ceará tem uma missão histórica com o nosso tempo presente e o nosso futuro. O que queremos do Jornalismo e como queremos que a nossa atividade profissional seja respeitada como essencial à democracia plena. Só com a organização da nossa categoria, com unidade, resistência e luta, seremos capazes de construir saídas coletivas. Porque, como cantou outro Chico, o Science: “Que eu me organizando posso desorganizar, que eu desorganizando posso me organizar”!

Sindicato reforma sede e adquire sistema de gestão O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) fechou o ano de 2016 com superávit de R$ 51.681,82. O desempenho positivo reflete o compromisso da gestão “Jornalistas em Luta” em manter as finanças da entidade em ordem, ampliando a arrecadação, por meio da realização de campanhas de sindicalização e da promoção de cursos acessíveis ao público. “O atual momento do Sindicato dos Jornalistas vem sendo marcado por grandes realizações. Hoje percebemos um sindicato mais dinâmico, com muitas inovações e, de quebra, mais próximo da categoria”, avalia a diretora de Administração e Finanças, Germana McGregor. Uma das primeiras preocupações da atual diretoria foi com a modernização da sede do Sindjorce. Com recursos em caixa, a gestão optou por realizar uma reforma básica nas instalações (incluindo toda a parte elétrica, telhado, caixa d'água) e aquisição de mobiliário e equipamentos novos. Foram investidos R$ 51.000,00 nas melhorias. “Os espaços foram renovados para tornar a permanência no sindicato mais confortável, sobretudo nas assembleias, reuniões e cursos, que estão sendo ofertados com muita frequência”, destaca a diretora de Administração e Finanças. A sede recebeu pintura completa, mobiliário e equipamentos novos (notebook, projetor, caixa de som, fogão, geladeira). Todos os condicionadores de ar foram substituídos por aparelhos Split. Toda a parte elétrica foi trocada e algumas lâmpadas substituídas por LED, tornando o custo de energia mais baixo. Outra grade aquisição foram as cadeiras do auditório, agora com braço, para melhor atender os participantes dos cursos. Uma sala de reunião nova também foi instalada, com mesa, cadeiras, computadores e cabeamento para acesso à internet.

SINDJORCE

O auditório conta agora com novas cadeiras e ar condicionados, que possibilitam conforto durantes os cursos ofertados na entidade

O Espaço Cultural SindBar também passou por reforma geral, ganhando nova pintura, nova escada e a substituição de toda a madeira que estava danificada, votando a ser palco de coquetéis, lançamentos de livros, debates e exposições. “Ressalte-se que todos estes espaços estão disponíveis para utilização dos associados, mediante solicitação formal à diretoria”, comenta Germana McGregor. Um salto altíssimo também foi dado no que se refere à cultura gerencial. Um software de gestão foi contratado, possibilitando maior integração entre o sindicato e a categoria, cujo primeiro passo foi o recadastramento da base de sócios. “Com isso, as mudanças vêm acontecendo dia a dia. Tudo isso é fruto de um trabalho que busca a excelência e a melhoria contínuas”, frisa.

LUZ DO SOL IMPRESSÃO

EXPRESSÃO GRÁFICA TIRAGEM

1.000 EXEMPLARES SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ | RUA JOAQUIM SÁ, 545 | DIONÍSIO TORRES | FORTALEZA/CE | CEP: 60.130050 | FONE/FAX: (85) 3272.2966 e 3247.1094 | sindjorce@sindjorce.org.br | www.sindjorce.org.br

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Balanço Patrimonial 2016

AÇÃO CLIMATIZ DA SEDE

SISTEMA DE GESTÃ O

REFORMAAR B DO SIND

PINTURA DA SEDE

RECEITAS DESPESAS SUPERÁVIT R$ 340.796,21 R$ 289.114,39

R$ 51.681,82

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JORNAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

Curso inédito forma primeira turma de repórteres cinematográficos SINDJORCE

O curso foi elaborado para suprir a necessidade de formação de profissionais no segmento de mídia eletrônica

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studantes de jornalismo, assessores de imprensa, jornalistas diplomados e pós-graduados, radialistas, freelancers, além de repórteres cinematográficos já atuantes no mercado concluíram a primeira turma do Curso de Formação em Repórter Cinematográfico no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará (Sindjorce), entre os meses de outubro e novembro de 2016. A iniciativa de qualificação foi pioneira, suprindo uma lacuna apontada pela categoria em pesquisa sobre quais cursos desejavam ver ofertados pelo sindicato. Cerca de 30 profissionais e estudantes participaram de aulas teóricas e práticas, ministradas pelo repórter cinematográfico Cezar Ceppi, às terças, quintas-feiras e sábados alternados, totalizando 40 horas/aula. O professor abordou a história da televisão, a ética profissional, a linguagem audiovisual, o enquadramento, a iluminação, a exposição, dentre outros temas importantes. Ao final, os alunos passaram por uma prova teórica. “Foi uma grande iniciativa da diretoria do Sindjorce a oferta desse curso aqui no Ceará”, avaliou o professor, que passou por formação semelhante há alguns anos, no Senac. Formado em História pela Universidade Vale do Acaraú (UVA) e com MBA em Jornalismo Político, Marketing e Comunicação Midiática, pela Universidade do Parlamento Cearense (Unipace), Cezar Ceppi já trabalhou

MARCIO DOURADO

Muito elogiado pela turma, o professor Cezar Ceppi utilizou uma dinâmica de aulas teóricas e práticas, motivando os alunos

nas TVs O Povo, Verdes Mares e Jangadeiro. Alunos satisfeitos Depois de ter procurado em algumas instituições por um curso básico de operador de câmera, Ricardo Nunes Camelo avaliou que foi “contemplado com uma rica oportunidade, de realizar muito mais que isso”. “Sonhava em trabalhar em TV, porém, não tive oportunidade sequer, de dar início a uma faculdade de Jornalismo. Seguia com meu sonho, conversando com profissionais da área, até que um dia fui apresentado ao Sindicato dos Jornalistas do Ceará, que ofereceu essa porta aberta para mim e outros. Fui bem re-

cepcionado assim que cheguei no curso de Repórter Cinematográfico do Sindjorce”, declarou. O repórter cinematográfico Marcio Dourado, que já trabalhou nas emissoras O Povo/Cultura CE, Universal e União e se reciclou profissionalmente com o curso, parabenizou a entidade sindical dos jornalistas. "Queria agradecer ao Sindjorce pelo pioneirismo e iniciativa na realização do curso. Foi maravilhoso, organizado, com ambiente bom para estudar e professor nota mil", afirmou. "Fiquei muito feliz quando recebi a informação que o Sindicato faria um Curso voltado para repórteres cinematográficos”, comentou o assessor de Comunicação Leandro R. Nunes. “Busquei o aperfeiçoamento através desta formação, uma ótima oportunidade para trocar experiências, buscar novos conhecimentos e discutir assuntos jornalísticos, além de esclarecer todas as técnicas de manuseio da câmera”, acrescentou o jornalista. Para o também repórter cinematográfico Manoel Correa, que já trabalhou para a Globo, o curso foi muito proveitoso. "Mesmo tendo conhecimento na área, aprendi técnicas novas e conheci muitas pessoas legais. Quem perdeu, sugiro não perder a próxima oportunidade", recomendou. O diretor de Comunicação do Sindjorce, Nathan Camelo, frisou que o curso foi elaborado com o objetivo de suprir a lacuna de formação de profissionais. “Conseguimos oferta-lo com valores praticamente simbólicos, conforme prega a responsabilidade social de uma entidade sindical que tem o objetivo de formar tanto profissional como politicamente”, disse. O Sindjorce realizará a segunda turma no segundo semestre de 2017.

Ricardo Nunes Camelo

Márcio Dourado

Leandro R. Nunes

Manoel Correa

Fui bem recepcionado assim que cheguei no curso de Repórter Cinematográfico do Sindjorce

Foi maravilhoso, organizado, com ambiente bom para estudar e professor nota mil

Busquei o aperfeiçoamento através desta formação

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PROGRAMAÇÃO INTENSA

Sindjorce completa 64 anos em defe SINDJORCE

Para comemorar os 64 anos de fundação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), a diretoria da entidade lançou uma programação especial durante o mês de maio, tendo como temática: “64 anos de luta e resistência pelo Jornalismo e pelos Jornalistas”

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agenda iniciou no dia 20 de maio com o seminário “A reforma da Previdência e o impacto na categoria dos jornalistas”. A atividade teve participação da professora Evania Severiano e do vereador de Fortaleza, Iraguassú Filho. Na oportunidade, o parlamentar frisou que a reforma da Previdência é um severo ataque à classe trabalhadora. “A conjuntura política não permite que essas mudanças sejam deliberadas ou sequer discutidas. O governo Federal que está aí hoje não tem nem condições de gerir a própria cozinha do Palácio do Planalto”, destacou o vereador de Fortaleza. Já Evania falou que a proposta de reforma da Previdência é um castigo para os trabalhadores, porque os obriga a contribuir por muito mais tempo para, ao final, receber um valor menor que a regra atual. Disse, ainda, que a Previdência não é deficitária, mas sim superavitária. No dia 26, o tradicional bate-papo da categoria realizado no projeto “Café e Memória do Jornalismo Cearense”, no Espaço Cultural Sindbar, recebeu a celebração festiva do aniversário da entidade. Regado a muita música, o evento contou com a apresentação do deejay e jornalista Glaymerson Moises e sua “Disco Trash”. Além de receber alguns dos fundadores na festividade, o Sindjorce apresentou entrevista em vídeo com o também criador e primeiro presidente do Sindicato, Paulo Bonavides, 92 anos. Ao receber a presidente do Sindicato, Samira de Castro, no dia 27, o jurista e jornalista reiterou a necessidade de representação sindical em defesa da categoria e da democracia. De acordo com Bonavides, “numa festa comemorativa como essa (64

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SINDJORCE

anos do Sindjorce), o Ceará deve se prezar por ter tido uma imprensa que lutou bravamente contra os excessos e o arbítrio das ditaduras e das violências contra a livre expressão do pensamento”. “Eu envio essa palavra de apoio, de conforto e de solidariedade aos meus amigos, aos meus colegas, aos meus confrades dessa gloriosa associação de classe”, completou. Sessão Solene A agenda de lutas foi encerrada no dia 30, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMF). Conforme requerimento da vereadora Eliana Gomes, houve Sessão Solene em homenagem ao Sindjorce e a quatro jornalistas que contribuem com a defesa do jornalismo no Estado e com a luta sindical, sendo eles: Miguel Macedo, professor do curso de Jornalismo do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), Carolina Campos, do Portal Vermelho no Ceará, Emília Augusta Bedê, assessora de imprensa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), e Samira de Castro,

SINDJORCE

Além do depoimento do fundador do Sindjorce, Paulo Bonavides, a programação de aniversário contou com um debate sobre previdência e uma edição especial do Café e Memória do Jornalismo Cearense

repórter do Diário do Nordeste, diretora da Federação Nacional dos Jornalistas e presidente do Sindjorce. A mesa dos trabalhos foi composta pelas seguintes personalidades: Luís Carlos Paes, presidente estadual do PCdoB; Rafael Mesquita, diretor de Educação da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Carolina Campos, jornalista do Portal Vermelho do Ceará e homenageada desta noite; Samira de Castro, jornalista do Diário do Nordeste e presidente do Sindjorce, outra homenageada da noite; Emília Augusta, assessora de imprensa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado, também homenageada; Miguel Macedo, professor do curso de Jornalista Uni7, o quarto homenageado e a Vereadora Eliana Gomes, propositora da solenidade. Trajetória de lutas Em suas palavras de saudação aos presentes, a vereadora Eliana Gomes, observou que o Sindjorce foi criado em 26 de maio de 1953, fruto da antiga Associação dos Jornalistas. “Desde então, o sindicato viveu 22 processos eleitorais, com 27 presi-


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JORNAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ

esa do Jornalismo e dos Jornalistas FERNANDO FARIAS

ANDRÉ LIMA

ANDRÉ LIMA

dentes democraticamente eleitos. Foi o primeiro sindicato do Brasil a eleger uma mulher – Ivonete Maia, que foi aluna da primeira turma do curso de jornalismo do Ceará. A entidade vive uma trajetória de lutas e de compromisso com a categoria, com a ética, com a transparência, que são pontos que queremos para nosso país. Como resultado do processo sindical, depois de 10 anos de combate às violações de direito, conseguiu vencer na Justiça um processo que deu direito aos jornalistas de TV, que haviam sido contratados como radialistas, o seu reenquadramento. Temos ainda outra grande luta travada pela organização que é a defesa do diploma de nível superior para exercer a profissão”, disse. Segundo Eliana Gomes, o Sindicato sempre tem se colocado firme diante da conjuntura atual, diante de um golpe de direitos, tramado no Congresso Nacional e de desmonte dos direitos dos trabalhadores. “O Sindicato escreve a história, reconstruindo o retorno a democracia em nosso País. E viva os jornalistas, e viva o Sindjorce. Quero terminar com uma só palavra 'Fora Temer', para o país avançar!”, finalizou a parlamentar. Pilar da democracia Após a entrega das comendas, a jornalista Samira de Castro falou em nome dos homenageados. “É com grande satisfação que o Sindicato recebe essa homenagem. Eu tomei uma decisão de não cantar o hino nacional enquanto o país não tiver sua democracia retornada. Considero a retirada da presidente legitimamente eleita, uma barbárie. Mas entendo que devemos lutar para colocar o jornalismo como pilar da democracia. Não podemos aceitar o que querem fazer com o Brasil. Além de acabar com os direitos dos trabalhadores, querem acabar com os sindicatos e com a Justiça

ANDRÉ LIMA

do Trabalho. Motivei-me mais a estar na luta com meus colegas para continuar nesse trabalho de resgate. Por minha atuação sindical, eu hoje sou impedida de entrar na redação do Diário do Nordeste, como também a jornalista Déborah Lima, no jornal O Povo. Mas isso não afeta nosso propósito”. “Passamos 10 anos lutando contra a emissoras de televisão para o correto enquadramento dos nossos colegas na televisão e hoje eles estão recebendo indenizações merecidas. O jornalismo cearense é um dos mais premiados e temos profissionais renomados, mas nossa categoria não é reconhecida. O que vejo é que todo nosso trabalho poderá ser colocado de lado se não derrubarmos essas reformas. Faço, agora,

A vereadora Eliana Gomes e os quatro jornalistas homenageados destacaram a importância do Sindicato para a organização da categoria

uma homenagem ao ex-senador Inácio Arruda, relator da PEC do Diploma, que foi aprovada no Senado, mas nunca foi colocado em votação na Câmara. E em nome e cada um dos presidentes que me precederam, agradeço a homenagem e quero dizer a todos os colegas que estão nas redações, nas assessorias e nas bancas de universidades, que é por eles que o Sindicato existe”, afirmou Samira. Homenageados agradecem O jornalista Miguel Macedo se pronunciou, em seguida, e disse que concedeu uma entrevista quando falou da relação da formação do jornalista hoje com a situação atual do país. “Lembro do meu tempo de faculdade na UFC, quando eu refletia isso com os grandes professores como Ivonete Maia e Adísia Sá. Eu já via essa importância e que deveríamos exercer no dia a dia a fiscalização e a manutenção da democracia. Parabenizo os tantos jornalistas anônimos que tanto fizeram por nossa classe. Lembro que quando decidiram pelo fim da obrigatoriedade do diploma, minha filha que era estudante chegou em casa chorando perguntando o que faria com o diploma, se jogaria no lixo. Eu disse que não, que ela iria emoldurá-lo e exercer a profissão com dignidade, e é isso que ela está fazendo hoje”, concluiu o professor. E seguida a jornalista Emília Augusta disse ser grata pela homenagem, principalmente por vir de uma mulher batalhadora, como Eliana Gomes. “O Sindicato é uma entidade de muita luta. Participamos de greve e movimentos e todo esse trabalho sindical precisa ser incentivado nas universidades para que as pessoas possam fortalecê-lo. Nesses mais de 40 anos de profissão tenho orgulho e me sinto feliz em ser jornalista, mas precisamos fazer com que nossa profissão seja fortalecida, cada vez mais”, observou. Carolina Campos também se pronunciou afirmando que além da honra de ser citada e de representar uma categoria, diante desse atual cenário que vivemos hoje, entende que o jornalismo é um sacerdócio. “Pensei em fazer um recorte das mulheres que passaram por minha vida, todas de luta, como Tânia Furtado, Déborah Lima, Suzete Nocrato, Samira de Castro, Eliana Gomes e Gilse Cosenza, entre outras, a elas minha sincera homenagem”, finalizou.

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I Congresso Estadual Extraordinário dos Jornalistas do Ceará já se configura como maior fórum de discussão do campo progressista no ramo da Comunicação, com a participação de palestrantes que defendem a democratização dos meios de comunicação, os direitos trabalhistas e a ética no exercício profissional do Jornalismo. O primeiro painel, com o tema “Jornalismo em crise ou a crise do modelo de negócios do jornalismo?”, será abordado pela jornalista Sylvia Moretzsohn, que falará sobre o subtema “A ética e as transformações e dilemas do jornalismo no contexto inaugurado pela internet”. Laura Capriglione, integrante do coletivo Jornalistas Livres, abordará o subtema “Jornalismo independente e fora das grandes mídias é possível?”. O terceiro subtema, “Jornalista faz greve? A experiência das redações de Minas Gerais” será tratado pelo expresidente do sindicato dos Jornalistas de MG, Kerison Lopes. No segundo painel, intitulado “Trabalho decente para os jornalistas no contexto das contrarreformas”, a presidenta da FENAJ, Maria José Braga, falará sobre “Precarização das relações de trabalho em veículos de mídia e assessorias de imprensa”. Em seguida, o assessor jurídico do Sindjorce, Carlos Chagas, abordará “Implicações legais da flexibilização no mundo do trabalho de jornalistas: terceirização, reforma trabalhista e da Previdência”. Já a deputada federal Luizianne Lins falará sobre o tema “Estágio ou precarização? A utilização da mão de obra estudantil”. À tarde, os debates serão em torno do tema “Jornalismo como pilar da Democracia”, com o deputado federal pelo RJ, Jean Wyllys, que é coordenador da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (FRENTECOM); e a jornalista Cynara Menezes, editora do blog Socialista Morena e colunista da revista Caros Amigos.

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PERFIL DOS PALESTRANTES

Programação reúne n

Fabiana Moraes

Professora do Núcleo de Design e Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco, é. Jornalista com mestrado em comunicação e doutorado em Sociologia (todos na UFPE), tem pesquisas acadêmicas e reportagens voltadas para a questão da hierarquização social com foco na (in)visibilidade de grupos vulneráveis (gays e travestis, negros, mulheres). É vencedora de três prêmios Esso: o de Jornalismo (Os Sertões, 2009; O Nascimento de Joicy, em2011; e A Vida Mambembe, em 2007). Autora de O Nascimento de Joicy, no qual discute a questão da subjetividade no jornalismo e a relação entre personagem e repórter. Autora, ainda, de Nabuco em Pretos e Brancos; No País do Racismo Institucional; Jomard Muniz de Britto professor em transe e Os Sertões. Dirigiu o documentário Dia de Pagamento e está finalizando Joicy.

Sylvia Moretzsohn

Formada em jornalismo pela UFRJ, mestre em Comunicação (UFF) e doutora em Serviço Social (UFRJ), trabalhou como repórter no Jornal dos Sports, O Globo, Jornal do Brasil e na sucursal carioca de O Estado de S. Paulo. É professora aposentada de jornalismo no Departamento de Comunicação Social da UFF. Como pesquisadora, dedica-se atualmente às transformações no mundo do trabalho do jornalista, às discussões relativas ao futuro da profissão e da própria atividade jornalística no contexto da internet e às questões éticas envolvidas na prática profissional. Foi colaboradora do Observatório da Imprensa nos últimos três anos. É autora de três livros: "Jornalismo em 'tempo real'. O fetiche da velocidade" (Revan, 2002), "Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico" (Revan, 2007) e "Repórter no volante" (Publifolha, 2013). Foi presidente da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro.

Kerison Lopes

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (2014/2017) e hoje preside a Casa do Jornalista. Desde cedo iniciou a militância em movimentos políticos e sociais. Aos 13 anos, passou a participar das atividades do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), legenda pela qual ainda milita, tendo exercido o cargo de diretor de Comunicação do diretório em Minas Gerais. Entre os anos de 1995 e 1997, Kerison Lopes foi presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), importante organização estudantil que teve ação destacada em diferentes períodos da história recente do Brasil.

Laura Capriglione

Integrante do coletivo Jornalistas Livres cujo trabalho destacou-se no episódio de ocupação de escolas estaduais de São Paulo pelos alunos. Foi de Laura o furo de reportagem que revelou a natureza bélica da ofensiva planejada pelo governo Alckmin para desalojar estudantes de escolas ocupadas. Trabalhou como repórter especial do jornal “Folha de S.Paulo” entre 2004 e 2013; dirigiu o Notícias Populares (SP), foi diretora de novos projetos na Editora Abril e trabalhou na revista “Veja”. Conquistou o Prêmio Esso de Reportagem 1994, com a matéria “Mulher, a grande mudança no Brasil”, em parceria com Dorrit Harazim e Laura Greenhalgh.


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JORNAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ

nomes do campo progressista

Maria José Braga

É presidente da FENAJ e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás. É graduada em Filosofia com mestrado pela UFG. É jornalista concursada do Instituto Federal de Educação, de onde foi Pró-Reitora de Desenvolvimento Institucional, coordenadora-geral de Comunicação Social e de Assessoria de Relações Institucionais. É suplente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional e titular do GT Comunicadores, instituído pelo Conselho Nacional de Defesa dos Direitos Humanos. Trabalhou na Cooperativa dos Jornalistas de Goiás (PróJornal), foi repórter e subeditora do Jornal O Popular, professora do curso de Jornalismo das Faculdades Alfa, editorachefe da Revista Outra Via e assessora de imprensa de diversas entidades e instituições.

LUIZIANNE LINS

Jornalista e professora universitária, foi prefeita de Fortaleza por duas gestões (2005/2012) e hoje é deputada federal (PT/CE). É titular da comissão de Direitos Humanos e foi membro da comissão especial que debateu a reforma da Previdência, sendo voz ativa contra a tentativa de desmonte do Estado de proteção social no Brasil. É membro também da Comissão de Educação. Na legislatura atual, já ocupou as comissões de Desenvolvimento Urbano (CDU); Turismo (CTUR); Cultura e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD). É autora do Projeto de Lei nº 7291, que regulamenta a carga horária dos estagiários, estabelecendo em 80% da jornada de trabalho da categoria profissional.

JEAN WYLLYS

Exerce seu segundo mandato como deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, é formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia e mestre em literatura e linguística pela mesma universidade. Coordena a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (FRENTECOM); a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT; a Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às DST e ao HIV/AIDS; e a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos. Trabalhou na Tribuna da Bahia e no Correio da Bahia. Ganhou quatro prêmios da ABI – Associação Baiana de Imprensa e menção honrosa em publicação da ANDI – Agência Nacional dos Direitos da Infância. É professor de cultura brasileira, de teoria da comunicação e um dos criadores da pós-graduação em Jornalismo e Direitos Humanos da Universidade Jorge Amado.

LUIZ CARLOS AZENHA CARLOS CHAGAS Com quase 30 anos de advocacia na área trabalhista e sindical, foi coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Ceará por mais de 12 anos e assessora outras tantas entidades, como o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza, Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará, Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no Estado do Ceará. É Professor de Curso de Pós-Gradução, ministrando a disciplina de Direito Coletivo do Trabalho. É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade de Fortaleza e especialista pela Universidad Castilha-La Mancha – Toledo, Espanha. É titular do escritório Carlos Chagas Advocacia Trabalhista e Sindical.

Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), é repórter especial da Record TV. Trabalhou no Jornal da Cidade, de Bauru e na TV Bauru, então afiliada da Rede Globo. Foi correspondente internacional, em Nova York, da Rede Manchete (RJ) e da rádio Jovem Pan (SP), além de colaborador da Folha de S. Paulo (SP) e das redes CNN (EUA) e CBC (Canadá). Fez programas especiais e reportagens investigativas para os programas Manchete Urgente, SBT Repórter e Globo Repórter. Em abril de 2007, rescindiu seu contrato com a Globo e optou por dedicar-se à internet. O blog Vi o Mundo – O Que Você Não Vê na Mídia nasceu em 2003, como um espaço de contraponto à mídia tradicional. Ganhou dimensão, passando a carregar uma tevê e uma rádio com o mesmo nome.

Cynara Menezes Graduada em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1987, é editora do blog Socialista Morena. Desde então, percorreu as redações de vários veículos de imprensa, a começar pelo extinto Jornal da Bahia: Folha de S.Paulo, Estadão, revistas IstoÉ/Senhor, Veja, Vip e Carta Capital. Atualmente é colunista da revista Caros Amigos. É autora dos livros Zen Socialismo (os melhores posts do blog Socialista Morena), pela Geração Editorial, e O Que É Ser Arquiteto, com João (Lelé) Filgueiras, e O Que É Ser Geógrafo, com Aziz Ab'Saber, ambos pela editora Record.

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CONDIÇÕES DE TRABALHO

Jornalista brasileiro vive sofrimento e o prazer na p postos a vários riscos que afetam a sua saúde física e mental no exercício da atividade. “Os principais fatores de sofrimento são aqueles ligados à organização do trabalho: precarização do trabalho, longas jornadas, horas extras sem receber pagamento, bancos de horas fictícios (os jornalistas não conseguem tirar as folgas). Então, é muito tempo de trabalho e isso acaba gerando desgaste físico e mental no jornalista, que também é fator de sofrimento”, disse em entrevista ao programa PodPrevenir. O assédio moral também apareceu no estudo. De 21 entrevistados, 15 tiveram algum tipo de contato com a questão do assédio, sejam os que sofreram assédio (6 pessoas) e outros viram ou têm colegas que sofreram assédio moral. As consequências da atividade laboral têm impacto direto na saúde: pressão alta, dores na coluna, crises de ansiedade, insônia e até depressão. Os jornalistas suportam o sofrimento perfil é confirmado em outra pesquisa em função do sentido que dão a atividade - e que também virou livro: As mudanças fazem do reconhecimento do trabalho realizado no mundo do trabalho do jornalista a principal fonte de prazer no exercício da pro(Editora Atlas, 2013), organizado por Roseli fissão - aponta a pequisa. “O sofrimento faz parte de todos os trabaFigaro, professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e coordenadora do Centro lhos porque é humano. O que a gente pode fade Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) zer é com que esse sofrimento seja transformada ECA. A publicação aponta que “a nova gera- do em prazer. No caso do jornalista, a questão ção de jornalistas é hegemonicamente feminina, dos prazos, do envolvimento para fazer um texcom menos de 35 anos, não sindicalizada, de to, essas dificuldades que são inerentes a esses formação política débil, massacrada pelo tipo trabalhos, esse novo que aparece em cada made empregabilidade a que está submetida e pe- téria, isso tudo sempre vai estar presente”, avalia a jornalista da Fundacentro. “Esse sofrimento la densificação do trabalho. Uma das perguntas do questionário de que seria mais nocivo, mais ligado à organizaRoseli Figaro queria saber se o profissional en- ção do trabalho rígida, que não permite que a contrava tempo para planejar sua vida – se tem pessoa viva sua autonomia, isso pode ser modiconseguido planejar para curto, médio ou longo ficado”, completa. O sentido do trabalho é o principal fator prazo, ou não tem conseguido planejar. Os resultados apontaram que os mais jovens e os que faz com que o sofrimento se transforme em profissionais freelancers são os que menos têm prazer para o jornalista. “O jornalista acredita conseguido planejar. “Isso quer dizer trabalhar no que ele faz, no seu papel de contribuir para hoje para consumir hoje e não saber como será a efetivação de direitos, com a democracia”, afirma. Ela lembra, ainda, os impactos das novas seu trabalho no ano que vem”, explica. tecnologias na atividade dos jornalistas. Se de Adoecimento O adoecimento, o sofrimento e prazer no um lado elas trazem facilidades, de outro, intentrabalho do jornalista foi tema da tese de dou- sificam o ritmo de trabalho, aumentando o risco torado de Cristiane Oliveira Reimberg, jornalista de estresse dos profissionais. “A gente conseguiu mostrar como as quese assessora de comunicação social da Fundacentro. O estudo foi baseado em pesquisa tões trabalhistas são desrespeitadas no qualitativa com 21 profissionais de diferentes ve- Jornalismo, como elas são aceitas, muitas vezes, ículos e cidades, com idades entre 25 e 82 com naturalidade, mas ao mesmo tempo, a genanos. O estudo questionou a organização e sen- te fez com que esses jornalistas refletissem sotido do trabalho, os direitos trabalhistas e o fu- bre isso e pudessem olhar criticamente para a turo dos jornalistas. Assim como todos os traba- organização do trabalho; como o envolvimento lhadores, esses profissionais também estão ex- com a profissão faz com que você aceite essas

Poucas profissões sofreram tantas transformações, nos últimos 20 anos, quanto a dos jornalistas. Hoje, os jornalistas brasileiros são uma categoria profissional predominantemente feminina (63,7%), jovem (59% têm até 30 anos) e branca (72%), segundo a pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro, elaborada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob a coordenação dos professores Jacques Mick e Samuel Lima. A mesma fonte constatou que, entre 1980 e 2010, foram emitidos 145 mil registros profissionais de jornalista, em todo o país

O

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CARGA HORÁRIA DE TRABALHO DOS 4,8%

11,6

43,3%

40,3

JORNALISTAS BRASILEIROS COM RENDA INFERI

50 46

HOMENS

condições de trabalho ruins e, muitas vezes, as pessoas nem chegam a questioná-las por isso; e como no Jornalismo essa questão do sofrimento e do prazer é muito forte porque, ao mesmo tempo que a gente tem muito sofrimento, o jornalista ainda consegue sentir prazer pelo seu trabalho”, disse Cristiane Reimberg sobre as principais conclusões da sua pesquisa. Assim como no estudo do psicólogo Roberto Heloani (Vivendo no limite: quem são os nossos formadores de opinião?), a assessora de comunicação da Fundacentro chegou à conclusão de que a saída para o enfrentamento da precarização do trabalho do jornalista é coletiva. “Apesar de apontarem várias questões que, muitas vezes não eram boas, os entrevistados acham que vale a pena ser jornalista. E eu acho que isso é o mais forte e, se por um lado você aceitar, talvez seja isso que possa fazer a gente pensar em fazer o jornalismo diferente e buscar uma união para a categoria, para questionar essas coisas e até um jornalismo que cumpra mais o seu papel efetivamente e cause menos sofrimento”, destaca.


JORNAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ

AGOSTO 2017

entre o profissão No Ceará, categoria é majoritariamente jovem e feminina

S JORNALISTAS BRASILEIROS (2012)

6% ATÉ 5 HORAS DE 5 A 8 HORAS

3%

O

ENTRE 8 E 12 HORAS MAIS DE 12 HORAS

IOR E SUPERIOR A 5 SALÁRIOS MÍNIMOS - POR SEXO 65,5

MENOS DE 5 SALÁRIOS 31,9

MAIS DE 5 SALÁRIOS

MULHERES

JORNALISTAS BRASILEIROS POR TIPO DE ATIVIDADE PRINCIPAL (2012)

5%

40% 55%

mercado de trabalho formal dos profissionais de Jornalismo do Ceará conta com 1.969 empregados segundo os dados da última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2015), analisados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com exclusividade para o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce). Do total de empregos com carteira assinada, 61,8% são mulheres e 38,2%, homens, enquanto que, nos outros estados do Nordeste a predominância é masculina. Já a faixa etária predominante dentre os jornalistas empregados formalmente é a de 18 a 39 anos (64,3%). Destaque para as faixas etárias de 25 a 29 anos e de 30 a 39 anos, que representa, respectivamente 20,4% e 32,2% da base. Ou seja, o Ceará também segue o perfil nacional, com uma categoria profissional predominantemente feminina e jovem. Os jornalistas profissionais possuem grau de escolaridade bem heterogêneo, sendo que 40,6% possuem o ensino superior completo, enquanto 41,04% têm apenas o ensino médio completo. Quanto ao nível de escolaridade, há uma equiparação entre homens e mulheres, com pequenas disparidades, como: as mulheres representam 60,8% (491) do total de trabalhadores com ensino médio completo e 61% (494) do total trabalhadores com ensino superior completo. Outro dado que chama atenção na RAIS 2015 é o fato de apenas 1,8% dos jor-

nalistas com carteira assinada terem mestrado. A juvenilização da categoria e o baixo poder aquisitivo podem ser fatores que explicam tão reduzido número de profissionais com nível de qualificação mais elevado. Os homens destacam-se com a maioria dos trabalhadores com mestrado, com cerca de 53% do total que apresentam este tipo de qualificação. A remuneração média dos profissionais de jornalismo é bem diversificada, ficando Pernambuco com a maior remuneração média (de R$ 3.648,00), seguido pela Bahia (com R$ 3.079,00). A terceira posição no ranking, seguindo a lógica de tamanho da economia, deveria ser o Ceará. No entanto, o Estado ocupa a sétima colocação com remuneração média de R$ 2.377,00, ficando à frente apenas do Piauí (com R$ 2.198) e da Paraíba (de R$ 2.194,00). Ou seja, os jornalistas cearenses apresentam o terceiro menor rendimento médio mensal do Nordeste. Essa situação já foi pior: em 2012, o Estado ocupava a última posição. “Quanto à remuneração, é preciso salientar que esse não é um caso isolado da categoria dos jornalistas”, explica o supervisor técnico do escritório do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar. Segundo o economista, o rendimento do trabalho da população cearense tem se colocado como o segundo menor do Brasil, em todas as categorias profissionais. “O Estado apresenta mão de obra muito barata e extremamente vantajosa para o capital”, avalia.

REMUNERAÇÃO MÉDIA DOS PROFISSIONAIS DE JORNALISMO REGIÃO NORDESTE - 2015

3.648 2.525

2.198

2.377

PI

CE

2.761

2.769

2.646

AL

SE

3.079

2.194

Mídia (veículos de comunicação, produtoras de conteúdo, etc) Fora da mídia, em docência (na formação superior de jornalistas ou outras áreas de conhecimento) Fora da mídia, em outras atividades (assessoria de imprensa ou comunicação ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico) Fonte: Pesquisa "Perfil profissional do jornalismo brasileiro - Etapa1"

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RN

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Fonte: RAIS/MTE Elaboração: DIEESE, ERCE

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A necessidade de uma produção jornalística plural e albergada nos direitos humanos, além de ampliar a discussão sobre os segmentos de jovens, mulheres, negros e negras e LGBTs no mercado de trabalho da comunicação foram as principais conclusões da roda de conversa “Jornalismo no plural: igualdade de oportunidades para jovens, mulheres, negros e negras e LGBTs”

RODA DE CONVERSA

Produção jornalística precisa refletir a diversidade e garantir direitos para mulheres, negros/as, LGBTs e jovens SINDJORCE

A

atividade, realizada no auditório do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), no dia 1º de julho de 2017, foi preparatória para o I Congresso Extraordinários dos Jornalistas do Ceará e contou com transmissão ao vivo nas páginas Mídia Livre e do sindicato no Facebook. Os convidados para o encontro foram Amanda Nogueira, mestra em Comunicação e assessora de imprensa do Conselho Regional de Serviço Social 3ª Região/CE, que trouxe as discussões pertinentes à juventude; Émerson Maranhão, editor da coluna Cena G e de Conteúdo do Núcleo de Audiovisual do Grupo O Povo, que falou sobre a temática LGBT; Luizete Vicente, mestranda em Comunicação e assessora de imprensa da deputada Rachel Marques, que abordou as demandas dos/as jornalistas negros/as; e Samira de Castro, repórter do Diário do Nordeste, presidente do Sindjorce e segunda tesoureira da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que, por sua vez, falou sobre a Comissão de Mulheres da Federação, lançada em março deste ano, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Coordenada pelo secretário-geral do Sindjorce, Rafael Mesquita, a roda de conversa foi também o pontapé para a organização das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial, Mulheres, LGBTs e Jovens, que devem ser lançadas no Congresso Extraordinário dos Jornalistas. Rafael avaliou que jornalistas LGBTs, negros e negras, mulheres e jovens convivem diariamente com assédio e discriminação no mercado de trabalho, não raro presenciando piadas e comentários desrespeitosos - uma situação que não difere dos demais espaços sociais. “Não podemos ter um posicionamento tole-

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Os jornalistas apontaram questões que consideram importantes para o exercício de um jornalismo mais ético e plural, que represente a diversidade brasileira em todos os seus aspectos

É necessário ampliar o debate sobre questões de gênero no movimento sindical dos jornalistas, visando ao combate às desigualdades de gênero, raça e etnia e ao assédio moral e sexual, entre outros tipos de violência que afetam as profissionais

rante ou passivo diante do preconceito e da ignorância. É nosso papel, na atividade profissional e na vida, lutar para superação destas desigualdades seculares, uma tarefa do jornalismo, uma tarefa dos jornalistas. Combater as opressões é um dos desígnios da nossa atividade laboral”, disse. Conforme Amanda Nogueira, é preciso realizar a discussão sobre como o jovem está inserido na pauta dos meios de comunicação, como está representado na grande mídia e que alternativas tem para construir seus próprios meios de comunicação. Também é necessário, neste contexto, combater os postos de trabalho precários impostos à juventude, como a substituição de profissionais por estagiários, que fazem jornada extensiva de trabalho. Émerson Maranhão tratou sobre a construção da Coluna Cena G, que assina há 12 anos no jornal O Povo. Ele fez a avaliação sobre a pauta da diversidade sexual na mídia, a partir desta experiência pioneira. Como ponto positivo, o avanço da temática LGBT, mas com um longo caminho ainda a ser traçado, o que justificaria a permanência do espaço no periódico, por exemplo.

“A existência da coluna acaba transbordando para o resto da redação, o que leva um respeito muito grande a esta pauta no resto do jornal”, destaca o jornalista. “Eu espero que a gente consiga levar a dignidade do tratamento do tema para todas as redações, porque apesar de estarmos em todas as redações, nós não somos plenamente respeitados”, disse. A jornalista Luizete Vicente, por sua vez, lembrou da própria experiência, enquanto jovem e negra, até chegar à universidade, destacando o papel de políticas de ensino superior como o Prouni, o Fies e a ampliação das vagas e cotas em universidades federais. Também destacou o esforço militante do jornalismo negro, das pesquisas desenvolvidas em parceria com instituições de ensino para avaliar a cobertura sobre a população negra, as invisibilidades impostas ao grupo, sobretudo a presença dos profissionais negros no mercado de trabalho. “Há muito a lutar pelo desenvolvimento de uma mídia cada vez mais diversa e que consiga valorizar a história e cultura afrobrasileira, descontraindo o largo caminho percorrido pelo racismo institucional em nosso país”, destaca. Por fim, Samira de Castro falou sobre a organização das jornalistas mulheres e do avanço do combate ao machismo e à violência contra a mulher na mídia e na sociedade. Lembrou de experiências como o curso “Gênero, Raça e Etnia”, realizado pela FENAJ e sindicato em parceria com a ONU Mulheres, em 2011. “É nosso papel romper essa postura, através do debate, da capacitação dos profissionais e da própria organização sindical”, completa. Destacou números da pesquisa Perfil do Jornalismo Brasileiro: “as mulheres já representam 63,7% dos jornalistas brasileiros e essa ‘feminização’ é uma tendência identificada”.


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JORNAL DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO CEARÁ

CONTRARREFORMA TRABALHISTA

Mudanças alteram para pior o trabalho dos Jornalistas Menos de 48 horas depois de o projeto passar pelo Senado, o presidente ilegítimo sancionou a contrarreforma trabalhista. Considerada pelos juristas como um retrocesso civilizatório, a Lei 13.647, que altera 117 artigos e 200 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entra em vigor 120 dias depois da sua publicação oficial, que aconteceu no dia 14 de julho

“E

ssa contrarreforma tem um vício de origem que a torna espúria: foi produzida por um golpe, aprovada por um Congresso notoriamente corrupto e sancionada por um presidente ilegítimo e impopular”, resume a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro. Entre os pontos que enfraquecem a representação dos trabalhadores, os advogados citam as rescisões contratuais feitas sem assistência do sindicato; a prevalência do negociado sobre o legislado; a prevalência dos acordos sobre as convenções; a quitação anual de obrigações trabalhistas; a criação das comissões de empresas, independentes dos sindicatos, e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, responsável pela sustentação financeira das entidades. Homologação de rescisão A exclusão dos sindicatos da rescisão contratual foi feita com a nova redação do Art. 477 da CLT, cujo parágrafo 1º foi revogado. Ele dizia: “O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social”. O acompanhamento do sindicato possibilita ao trabalhador saber se a rescisão está sendo paga corretamente, uma vez que o sindicato faz a con-

Alterações nas rescisões de contratos de trabalho previstas na reforma trabalhista limitam a atuação dos sindicatos e devem reduzir a proteção aos trabalhadores

ferência dos valores a que o dispensado tem direito. “Durante as homologações, nossa assessoria jurídica faz ressalvas sobre cláusulas das convenções coletivas que estejam sendo descumpridos pelas empresas, possibilitando que os trabalhadores cobrem na justiça”, informa Samira. Quitação anual das obrigações O Art. 507-B, introduzido pela reforma, por sua vez, prevê a quitação anual das obrigações trabalhistas. Diz: “É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas”. O novo artigo favorece sindicatos pelegos e traz graves prejuízos para os trabalhadores. “Se o sindicato der essa quitação, o trabalhador ficará impedido de demandar judicialmente contra a empresa, pois a quitação tem valor coletivo”, explica.

Negociado sobre o legislado A inclusão do item 611-A na CLT é a síntese dessa nefasta reforma. Segundo esse dispositivo, uma convenção ou acordo coletivo tem prevalência sobre a lei. Acontece que uma negociação, de fato, só tem possibilidade de ocorrer se determinada categoria tiver um sindicato representativo e atuante. Se o trabalhador não puder contar com um sindicato forte – e um dos objetivos desta reforma é justamente enfraquecer os sindicatos. Esses são itens que podem ser afetados. Comissão de empresa A representação no local de trabalho independente do sindicato – agora prevista em extensos artigos – 510-A, 510-B, 510-C e 510-D – com inúmeros parágrafos e itens que regulamentam a nova representação dos empregados em empresas com mais de 200 funcionários, pode significar o embrião do sindicato por empresa, conforme alerta o Dieese. “Como o rol de atribuições da comissão de empregados é praticamente igual ao do sindicato, poderá haver superposição de atribuições e mesmo conflito entre comissão e sindicato em relação ao âmbito de atuação de cada um”.

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Bastidores do calvário de Dilma

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Bazar Solidário

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A segunda edição do projeto “Sindjorce de Portas Abertas”, que tem como objetivo ampliar a aproximação da categoria e da sociedade com o sindicato, contou com um bazar solidário aberto ao público, realizado em novembro de 2016. Jornalistas puderam comercializar itens diversos, alguns fabricados por eles mesmos. SINDJORCE

SINDJORCE

O Espaço Cultural SindBar sediou, em dezembro último, o lançamento e a noite de autógrafos do livro “À sombra do poder - Os bastidores da crise que derrubou Dilma Rousseff”, do jornalista e cientista político cearense Rodrigo de Almeida. O ex-Secretário de Imprensa da presidente legitimamente eleita apresentou ao público os bastidores da administração da crise mais aguda que construiu o calvário presidencial. O evento, realização conjunta dos coletivos Juristas pela Legalidade e Democracia Ceará, Comunicadores pela Democracia Ceará e Movimento Democracia Participativa (MDP), contou com a participação de jornalistas, estudantes, escritores e militantes de movimentos sociais e outros sindicatos. SINDJORCE

Assessoria de Comunicação Digital Uma grande preocupação da atual diretoria é a capacitação da categoria. Em tempos de inovação, o Sindjorce promoveu, em dezembro, a oficina “Introdução à Assessoria de Comunicação Digital: estratégias e ferramentas”, ministrada pelo jornalista Washington Forte. Com abordagem dos conceitos da Assessoria de Imprensa Digital e atividades que complementam a assessoria tradicional com ações online, como coletivas on line e webnars, com o intuito de ampliar o alcance da divulgação de pautas para a imprensa, além de outros públicos da Assessoria, o curso foi bastante disputado.

FABRÍCIO SANTOS

Dia do Jornalista com homenagem a Belchior Os jornalistas cearenses comemoraram o seu dia - 7 de abril - com o Ato Político Cultural “Resistir e Lutar”, ocasião em que o cantor Di Holanda apresentou o show Tributo a Belchior, reinaugurando o Espaço Cultural SindBar, que acabara de ser reformado. A noite foi de reafirmar a luta, por meio da poesia do rapaz latino americano, que veio a falecer no dia 30 de abril.

A festa mais esperada do ano pelos jornalistas cearenses foi, mais uma vez, uma agradável tarde de sábado, nas areias da Praia do Futuro. A confraternização dos Jornalistas 2016 aconteceu na Barraca Vira Verão, em janeiro, quando a diretoria do Sindjorce recebeu a categoria ao som do jornalista e DJ Glaymerson Moisés. O espaço ficou pequeno para a alegria e a descontração dos convidados, entre jornalistas, familiares e parceiros do Sindicato. O sorteio de brindes, conduzido pelo secretário-geral, Rafael Mesquita, fez a alegria dos presentes.

SINDJORCE

SINDJORCE

Debate Mulher e Mídia O Sindjorce inaugura, em 2017, as transmissões ao vivo pela sua fanpage. No Mês da Mulher, o sindicato promoveu o debate com o tema "Mulher e Mídia". As convidadas foram a jornalista Helaine Oliveira e a dirigente sindical Enedina Soares. A mediação ficou por conta de Samira de Castro. As três discutiram a representação da mulher na mídia e as desigualdades de gênero, além de pontuarem os desafios e as formas de resistência das mulheres, num contexto de retrocesso de direitos e de conservadorismo por parte do Congresso e dos governos.

Parada pela Diversidade Sexual O Sindjorce marcou presença no trio elétrico do movimento sindical cearense na XVIII Parada Pela Diversidade Sexual do Ceará, realizada em junho deste ano. A participação no evento do orgulho LGBT do Estado faz parte do processo de articulação para a instalação da Comissão de Jornalistas LGBT do Ceará.

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Confra dos jornalistas

FABRÍCIO SANTOS


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