Jornal Para Casa - Número 1 | agosto de 2017

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Ano I - Nº 1 - Agosto de 2017

REALIDADE

Violência nas escolas do RN coloca em risco a segurança de alunos, professores e funcionários

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Insegurança compromete o andamento do ano letivo e a qualidade da aprendizagem

s problemas da escola pública no Brasil vão além da valorização profissional e a falta de condições para estar em sala de aula. Isso porque nos dias de hoje uma das questões mais preocupantes é a violência nas escolas. É o que aponta o professor de história Luciano Capistrano. Ele atua na Escola Estadual Myriam Coely, em Natal, e afirma que a rede escolar do RN está sofrendo com a insegurança, o que coloca em risco alunos, professores e funcionários. “Uma das dificuldades, eu diria das mais urgentes, é a questão da violência. Infelizmente, as escolas e as comunidades onde elas estão inseridas sofrem

com o índice crescente desse mal”, desabafa. Ele conta que o tráfico de drogas ilícitas existe nas escolas, desafiando o Estado e gestores escolares, o que não é surpresa para ninguém: “É necessário repensarmos ações na prevenção e no combate ao tráfico no âmbito da escola”.

Salários baixos e falta de reconhecimento Além da violência, o professor Luciano Capistrano, que leciona a disciplina de história desde 1995, reclama de salários baixos, atraso de pagamento, pressão psicológica, carga excessiva e falta de condições de trabalho. Luciano divide-se

entre os dois empregos para complementar a renda. Além de trabalhar na rede estadual, atua no Parque da Cidade como historiador. “O fato de o professor ter mais de um vínculo para ter um salário quase igual à média dos profissionais de nível superior é um dos grandes problemas do nosso ofício”.

Veja nesta edição: Por que os/as professores/as e funcionários/as entram em greve

Várias escolas do RN estão com a infraestrutura comprometida

Reformas da Previdência e Trabalhista vão afetar a vida de todos/as

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Agosto de 2017 I Para Casa

GREVE

Por que os/as professores/as e funcionários/as entram em greve É preciso compreender as razões que motivam uma paralisação dos profissionais da educação

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uitas vezes alunos e pais quest ionam o porquê de professores e funcionários de educação paralisarem as atividades e iniciarem uma greve. A greve é o último recurso. Acontece quando se esgotam todas as possibilidades de negociação entre profissionais, o governador ou prefeitos. Pela sua importância, os profissionais da educação lançam mão do recurso sempre de forma planejada e responsável. Professores e funcionários paralisam suas atividades quando se veem diante de retirada ou negação de direitos, algo comum e que está

sendo aplicado tanto pelo governo estadual quanto pelos municipais. Atraso de pagamento de salários ou direitos trabalhistas, defasagem salarial, condições de trabalho precárias e sobrecarga de serviço. Esses são alguns dos motivos de uma greve. Imagine ter que trabalhar diante de condições tão difíceis. No final, a luta dos educadores sempre

repercute positivamente em melhorias para a comunidade escolar, seja pelo estímulo motivacional aos profissionais, seja por melhorias nas condições estruturais das escolas. Por isso, o movimento tem cada vez mais obtido a adesão de pais e alunos.

EXPEDIENTE Av. Rio Branco, 790 - Centro - Natal/RN - Fones:(84)3211-4434 ou (84)3211-4432 E-mail: sinte_rn@hotmail.com www.sintern.org.br Coordenação Geral: Maria de Fátima Oliveira Cardoso, José Rômulo Arnaud Amâncio, José Teixeira da Silva Diretoria de Organização: Francisco de Assis Silva, Eliane Bandeira e Silva Diretoria de Administração e Finanças: Maria Luzinete Leite de Oliveira Pinto, Cristiane Medeiro Dantas Diretoria de A. Jur. e Defesa do Trab. em Educação: Telma Lúcia de Oliveira Alves , Vera Lúcia Alves Messias Diretoria de Comunicação: Miguel Salustiano de Lima, Francisco Leopoldo Nunes Diretoria de Relações Sindicais e In-

terior: Ionaldo Tomaz da Silva, Francisco Alves Fernandes Filho Diretoria de Formação Sindical e Educacional: Marcos Paulo Medeiros da Cunha, Enoque Gonçalves Vieira Diretoria de Cultura e Lazer: José Lavousier Nogueira, Joildo Lobato Bezerra Diretoria de Organização da Capital: Simonete Carvalho de Almeida, Sergio Ricardo de Carvalho Oliveira Diretoria de Relação de Gênero: Maria Inês Almeida Morais, Inalvete Medeiros Lucena Diretoria dos Aposentados: Marlene Sousa de Moura, Simão Pedro da Silva

Diretoria de Org. dos Funcionários de Educação: Ana Lucélia Chaves, Izauro Ribeiro Dantas Neto Diretoria de Adm. da Casa do Trabalhador em Educação: Marilanes França de Souza

Produção: L4 Comunicação

Diretoria de Organização da Educação Infantil: Gidália Ferreira de Andrade. Jônatas de Souza Lima

Denor Ramos DRT/RN 1980

Suplente do Conselho Diretor: Inalda Teixeira de Lira, Maria de Fátima Costa, Erlon Valério Silva de Araújo, Josivaldo do Nascimento, Maria Vicência Arimatéia dos Santos, Rafhael de Lima Barbosa, Jucyana Myrna Teixeira da Silva

Jornalista responsável: Leilton Lima DRT/RN 579 Fotos: Lenilton Lima Diagramação: Marknilson Barbosa Revisão: Silvaneide Dantas Endereço: Av. Cel. Estevam, 1139 - Cond. CECOM - Sala 09 - Alecrim Natal/RN - Fone/fax: (84) 3212-2388 E-mail: elequatro@uol.com.br


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Agosto de 2017 I Para Casa

INFRAESTRUTURA

Várias escolas do RN estão com a infraestrutura comprometida 43% das escolas do Estado são consideradas ruins ou péssimas, apontam dados da própria SEEC

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m velho problema continua atormentando a educação pública do RN. Há precariedade na infraestrutura das escolas. Seja na rede estadual, municipal de Natal, seja em cidades do interior, a realidade é semelhante. Prédios velhos, com telhados comprometidos, partes elétricas e hidráulicas desgastadas, ventiladores e condicionadores de ar quebrados ou até mesmo inexistentes. Salas com defeitos e carteiras e quadros quebrados. Ter uma quadra de esportes em condições de uso é um luxo em uma escola pública. O mesmo vale para uma sala de informática. Esse mar de problemas desestimula professores/as, alunos/as, funcionários e pais. A verdade é que não há novidade alguma nisso. Governos estaduais e municipais entram e saem, famílias se revezam no poder, mas as soluções não aparecem. Apenas medidas imediatas e simples são tomadas. Algumas refor-

mas até que são feitas, contudo não há manutenção, tampouco zelo com o patrimônio público. Atento a isso, o SINTE/ RN tem cumprido o seu papel, que é o de cobrar cotidianamente da Secretaria Estadual de Educação (SEEC) e das secretarias de educação dos municípios as soluções necessárias. Outra forma que o Sindicato utiliza para pressionar é usar suas mídias para fazer denúncias. Porém, apesar dos apelos e denúncias que o Sindicato faz costumeiramente, os resultados pouco são vistos. Dados da própria Secretaria de Educação demonstram e exemplificam que 43% das escolas do Estado são consideradas ruins ou péssimas. Ou seja, faltam soluções c ontu n d e nt e s , sobram problemas.

FALTA DE PROFESSOR

Quadro incompleto de professores compromete ano letivo

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ano letivo de diversos alunos está comprometido devido à falta de professores. Relatos recebidos pela direção do SINTE/RN apontam que as escolas da Rede Estadual Edgar Barbosa e Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA) estão com o quadro de educadores incompleto. Apesar das con-

vocações que ocorreram de 2016 até o momento, a falta de professores ainda é uma realidade. A demanda permanece alta para a quantidade de profissionais. O SINTE/ RN continuará cobrando firmemente da Secretaria de Educação novas convocações dos aprovados do concurso da rede estadual, realizado no ano passado.

MERENDA

Alunos/as reclamam da falta de merenda

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m item básico em qualquer escola pública está em falta em algumas instituições do RN. Estudantes denunciam que em alguns dias tem faltado merenda. O problema compromete a aprendi-

zagem dos alunos, que deixam de ter garantido o lanche do intervalo, e aulas são suspensas. O SINTE/RN vai levar até a Secretaria Estadual de educação a queixa apresentada pelos/as alunos/as.


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Agosto de 2017 I Para Casa RETIRADA DE DIREITOS

Reformas da Previdência e Trabalhista vão afetar a vida de todos/as

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o contrário do que diz a grande mídia e o governo Michel Temer, as reformas previdenciária e trabalhista vão, sim, afetar a vida de todos os brasileiros. Não se iluda! Você que agora está lendo este texto, professor, estudante, pai ou mãe de aluno, não importa. Ninguém escapará. Todo mundo terá que trabalhar mais para se aposentar. E de forma precária. Confira abaixo um resumo dos males das reformas propostas pelo governo federal:

Saiba por que as reformas são prejudiciais

Reforma da Previdência 1 - Acaba com a aposentadoria especial para professores/as; 2 - O/A trabalhador/a poderá contribuir a vida inteira e não se aposentar, pois corre o risco de morrer antes; 3 - Proíbe que a mesma pessoa acumule aposentadoria e pensão total; 4 - O/A trabalhador/a rural terá que contribuir por 25 anos e se aposentar aos 65 anos ou mais;

5 - Acaba com a aposentadoria dos/ as idosos/as e pessoas com deficiência, mulheres aos 60 anos e homens aos 65 sem tempo de contribuição; 6 - Acaba com a aposentadoria com remuneração total para professores/ as da ativa e aposentados/as; 7 - Extingue a pensão integral; 8- Elimina a diferença na idade entre homens e mulheres para se aposentar.

Reforma Trabalhista 1- O negociado entre patrão e empregado vale mais que a lei. 2- Jornada de trabalho de até 12 horas diárias, 48 horas semanais. 3- Mulheres grávidas e lactantes podem trabalhar em locais insalubres. 4- Remuneração por produtividade. 5- Contrato de 9 meses de experiência, demissão sem nenhum direito. 6- Os terceirizados receberão 30% a menos de remuneração e não terão direito ao 1/3 de férias. 7- Mulheres grávidas perderão a estabilidade no emprego. 8- Acaba com o concurso público. 9- Diminui em 1 hora o intervalo de descanso para

alimentação. 10- Reduz a base de cálculo com aprendizes e deficientes. 11- Não haverá respeito ao salário mínimo mensal. 12- Sonegação de verbas rescisórias de contratos. 13- Dificulta o ingresso do trabalhador na justiça do trabalho. 14- As empresas podem terceirizar qualquer serviço. 15- As empresas podem funcionar sem um único empregado. 16- Cria os contratos precários com tempo determinado. 17- Diminui a arrecadação tributária e previdenciária. 18- Jornada parcial significa redução de salários. 19- O ministério público do trabalho chama a atenção para acordos coletivos ilegais, como o trabalho de 34 horas seguidas. 20- As empresas contratantes não terão responsabilidade nenhuma de pagar direitos trabalhistas.


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