Ano I - Nº 3 - Março de 2018
GREVE
Trabalhadores em educação podem entrar em GREVE! O prefeito Carlos Eduardo e o governador Robson Faria deram as costas para a educação pública, desrespeitando direitos e se negando a negociar; a possibilidade de greve é cada vez maior nas redes Municipal de Natal e Estadual de ensino
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ais uma vez o profissional da educação das redes Municipal de Natal e Estadual de ensino se vê diante da difícil situação: início de ano letivo, mas a falta de condições de trabalho continua, os direitos seguem sendo negados, e a prefeitura e governo não querem negociar; agem como se tudo estivesse normal. A pauta da Rede Municipal de Natal já acumula 37 pontos, enquanto a da Rede Estadual tem 51 itens. Em destaque está a correção do Piso Salarial de 6,81%, que até o fechamento deste jornal não tinha sido paga aos trabalhadores. Deixando de pagar os direitos devidos, o ce-
nário para uma greve está sendo montado pelos próprios gestores públicos O que você faria se isso acontecesse com você? Seguiria trabalhando ou iria usar o
seu direito legal de entrar em greve? Vale a reflexão. Quem precisa da escola pública só tem a perder quando os profissionais que trabalham na educação
Prefeito vira as costas para a educação
Situação na Rede Estadual de ensino está insustentável
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perdem seus direitos. Indicativos de greve devem ser avaliados em assembleias da Rede Municipal de Natal e Estadual, dias 15 e 16 de março, respectivamente.
Há 25 meses os aposentados recebem salários com atraso Pág. 4
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Março de 2018 I Para Casa DESRESPEITO
Prefeito vira as costas para a educação Prefeito Carlos Eduardo tem dívida acumulada com os educadores, mas finge estar tudo bem
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ão é de hoje que os professores de Natal vêm tendo os seus direitos negados por parte da prefeitura do município. Há anos os educadores enfrentam a desvalorização salarial, péssimas condições de trabalho
e exigências da Secretaria Municipal de Educação (SME), que não oferece condições dignas para os profissionais exercerem seu trabalho com qualidade. Porém, a situação se agravou e tornou-se insustentável. Para se ter uma ideia, inúmeros educadores da capital amargam desde pelo menos 2013 a não implementação das
suas promoções verticais, mudanças de nível, promoções horizontais e implementação de Letras, direitos que garantem acréscimo no salário e mais dignidade para o profissional. Quando cobrada pelo SINTE/RN, a SME responde apenas que irá avaliar a situação. Desde 2015, o prefeito Carlos Eduardo, embora reconheça a dívida, não fala em pagar os 10% de correção salarial negociada e oficializada na greve ocorrida em 2013. Ao longo dos últimos 2 anos, o SINTE/ RN tem cobrado repetidas vezes o pagamento da correção. Descaso com a Educação Infantil A Educação Infantil também passa por muitos problemas. Em 2016, a prefeitura e Secretaria de Educação reduziram o tempo
em que as crianças ficam nos CMEIS (Centros Municipais de Educação Infantil), prejudicando pais que precisam trabalhar e não têm com quem deixar seus filhos durante o dia. Mesmo trabalhando com crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses, os educadores infantis sequer dispõem de um auxiliar permanente na sala de aula. É que a Secretaria de Educação determinou que cada Centro de Educação Infantil deve ter um estagiário que atue em várias salas. Tal medida sobrecarrega os profissionais e coloca as crianças sob risco de não serem observadas durante todo o tempo das aulas. Aposentados sofrem calote Os educadores aposentados ainda não receberam o retroativo relativo a janeiro e fevereiro de 2017 da correção do Piso Salarial do ano passado. Veja toda a pauta de reivindicações dos educadores de Natal acessando o site do SINTE/ RN (www.sintern.org.br).
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Março de 2018 I Para Casa DESCASO
Situação na Rede Estadual de ensino está insustentável Salários baixos, escolas sucateadas e faltando professores, merenda e material; aposentados amargam atrasos de salários desde 2016
s trabalhadores em educação da Rede Estadual ainda não receberam a correção do Piso Salarial 2018 determinada por Lei. Para piorar, os profissionais enfrentam o sucateamento nas mais de 600 escolas espalhadas em todo o RN. Dados da própria Secretaria Estadual de Educação m o s -
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tram que 43% das escolas do Estado são consideradas ruins ou péssimas. Faltam professores de diversas disciplinas, a demanda de alunos é alta, além da capacidade das salas. Também é comum a falta de material didático. Os professores muitas vezes se veem obrigados
Escolas caindo aos pedaços tornou-se um quadro comum na educação pública.
a tirar dinheiro do próprio bolso e comprar o material para conseguir trabalhar. Escolas de Tempo Integral estão à beira do colapso As escolas de tempo integral, tão divulga-
das pelo governo Robinson Faria, funcionam precariamente. Os 18 centros de modalidade integral que existem no RN enfrentam sucateamento, falta de merenda, de materiais e de professores, assim como os profissionais não foram devidamente treinados para lecionar em tempo integral. O Centro de Educação Integral João Faustino, em Pitimbu, bairro de Natal, é um exemplo. Só funciona porque a comunidade escolar, professores, pais e alunos se reuniram e doaram materiais para a escola.
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Março de 2018 I Para Casa
SOS APOSENTADOS DA EDUCAÇÃO!
Há 25 meses, os aposentados recebem salários com atraso s trabalhadores em educação aposentados enfrentam há 25 meses a humilhação de receber os seus salários com atraso, que tem chegado há mais de 30 dias, o que desrespeita a Constituição Estadual e até o Estatuto do Idoso. Apesar da luta política do SINTE/RN desde 2016 e do ganho de causa dado ao SINTE pelo Tribunal de Justiça do RN (TJ/RN) na ação que obriga o governo a pagar os salários em dia, tudo permanece igual. Aposentados recebendo os salários atrasados e muitas vezes tendo que depender da ajuda de parentes ou amigos para conseguir se alimentar, comprar remédios e ir ao médico, coisas básicas para qualquer pessoa. O SINTE/RN, no final de 2017, realizou a campa-
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nha “SOS Aposentados”, que arrecadou mais de mil quilos de alimentos, doados pelos filiados ao Sindicato. A situação dos aposentados é tão grave, que a professora aposentada Rita de Cássia foi obrigada a interromper o tratamento contra um câncer. Isso porque seu plano de saúde encontrava-se atrasado havia mais de 20 dias, uma vez que o governo do Estado não está pagando os salários em dia. Ela fez essa denúncia ao SINTE em 28 de novembro de 2017 em mais um ato realizado em frente à Governadoria, para cobrar o pagamento dos salários. Toda essa situação não pode continuar. Veja a pauta de reivindicações dos trabalhadores em educação da Rede Estadual acessando o site do SINTE/RN (www.sintern.org.br).
Mais de mil quilos de alimentos foram arrecadados pelo SINTE/RN e doados aos aposentados da educação.