Fevereiro/Março de 2015 n° 175, ano XV
E-COMMERCE Vendas em 2014 refletem a disposição do consumidor para compras on-line
E mais:
CNC na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura página 18
Senac é homenageado no Senado Federal página 24
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EDITORIAL
O desafio do ajuste fiscal As dificuldades que o País vem atravessando semeiam uma série de dúvidas no setor empresarial. Elas se apresentam de tal modo, em volume e gravidade, que só mesmo um estrito compromisso com a Nação por parte daqueles que estão à frente de posições de liderança, seja no governo, no Congresso ou na iniciativa privada, pode proporcionar as decisões e soluções de que o Brasil precisa para avançar. As medidas de ajuste fiscal anunciadas inscrevem-se no rol das correções identificadas pelo governo federal como necessárias para o reequilíbrio das contas públicas – primeiro passo para a busca da melhoria geral das condições da nossa economia. Os empresários e empreendedores do País estão fortemente comprometidos em contribuir para a adoção de soluções adequadas; até porque uma economia em situação vacilante não beneficia ninguém. O comércio de bens, serviços e turismo, que tanto contribuiu para a geração de empregos e para o crescimento do PIB nos últimos anos, vem demonstrando uma significativa perda de fôlego. Justamente por isso, é importante que o governo ouça e considere o que os empresários têm a dizer sobre medidas que afetam dramaticamente a vida não apenas das empresas, mas também de milhões de empregados e pessoas que, em última análise, são aqueles cujas condições de vida se busca melhorar. Não há como desconsiderar a importância do ajuste fiscal. Ele é necessário e exigirá a contribuição de toda a sociedade brasileira. O desafio é fazê-lo com medidas que não prejudiquem a criação de um ambiente de negócios adequado à retomada do crescimento do País em bases sustentáveis. Boa leitura!
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Presidente: Antonio Oliveira Santos Vice-presidentes: 1º ‑ Josias Silva de Albuquerque; 2º ‑ José Evaristo dos Santos; 3º ‑ Laércio José de Oliveira. Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Carlos de Souza Andrade, José Marconi Medeiros de Souza, José Roberto Tadros, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Carlos Bohn e Pedro Jamil Nadaf.
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Capa
Vice-presidente Administrativo: Darci Piana Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira Diretores: Aldo Carlos de Moura Gonçalves, Alexandre Sam‑ paio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Araújo, Eliezir Viterbino da Silva, Euclydes Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Itelvino Pisoni, José Arteiro da Silva, José Lino Sepulcri, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro José Maria Fernan‑ des Wähmann, Raniery Araújo Coelho, Sebastião de Oliveira Campos e Wilton Malta de Almeida. Conselho Fiscal: Domingos Tavares de Souza, José Apa‑ recido da Costa Freire e Valdemir Alves do Nascimento. CNC NOTÍCIAS Revista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Ano XV, nº 175, 2015 Gabinete da Presidência: Lenoura Schmidt (Chefe) Assessoria de Comunicação (Ascom): ascom@cnc.org.br Edição: Cristina Calmon (editora-chefe) e Celso Chagas (editor Executivo – Mtb 30683) Reportagem e redação: Celso Chagas, Edson Chaves, Geraldo Roque, Joanna Marini, Luciana Neto e Marcos Nascimento Design: Programação Visual/Ascom Revisão: Elineth Campos Impressão: WalPrint Gráfica e Editora Colaboradores da CNC Notícias de fevereiro/março de 2015: Cristiane Soares (AGR/CNC), Rodrigo Wepster e Alexandre Marcelo (GPE/CNC), Diego Recena (Fecomércio-DF), Neusa Pavão (Fecomércio-MS), Luciano Kleiber (Fecomércio-RN), Vinícius Tavares (Sebrae), Rafael Bicalho Resende e Luiz Parahyba (CNS) e Lara Aliano (MinC). Créditos fotográficos: Free Images (página 4), Divulgação/ Sesc-SP (página 4), Christina Bocayuva (páginas 7, 11, 15, 16, 17 e 29), Divulgação/Fecomércio-SP (página 13), Flora Egécia (página 18), Janine Moraes (página 19), Elisabete Alves (página 20), Divulgação/MEC (página 21), Roberto Stuckert Filho (página 23), Cristiano Costa e Edgar Marra (páginas 24 e 25), Divulgação/ OMT (página 36), Eduardo Braga (página 37), Luciano Kleiber (página 37), Chico Ribeiro/Governo do Estado de Mato Grosso do Sul (página 39), Divulgação/Fecomércio-SP (página 39), Divulgação/SPFW (página 40), Divulgação/Fecomércio-AM (página 40) e Reuters/Alkis Konstantinidis (História em Imagem). Ilustrações: Carolina Braga (capa e páginas 2, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 22, 26, 30, 31, 32, 33, 34 e 35), Divulgação/CNSP (página 27) e Ricardo Almeida (página 38). Projeto Gráfico: Programação Visual/Ascom-CNC A CNC Notícias adota a nova ortografia. CNC - Rio de Janeiro Av. General Justo, 307 CEP: 20021-130 PABX: (21) 3804-9200
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CNC - Brasília SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP: 70041-902 PABX: (61) 3329-9500/3329-9501
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Comércio. com.br Faturamento do e-commerce no Brasil fica em R$ 35 bilhões em 2014. Mudanças no perfil do consumidor e previsão de crescimento de 20% para este ano merecem atenção especial dos empresários.
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Dilma lança o Bem Mais Simples Brasil Programa do governo federal pretende desburocratizar serviços públicos e simplificar o cotidiano dos cidadãos e das micros, pequenas e médias empresas. O vice-presidente da CNC Adelmir Santana acompanhou a assinatura do Decreto pela presidente Dilma Rousseff, realizada em fevereiro no Palácio do Planalto.
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FIQUE POR DENTRO
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BOA DICA
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OPINIÃO
- A difícil tarefa do reequilíbrio fiscal
8 CAPA
- Comércio eletrônico com vendas em alta
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REUNIÃO DE DIRETORIA - Empresários avaliam MP 664 e economia
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Senac recebe homenagem do Senado Federal Em comemoração ao aniversário de 69 anos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Senado Federal prestou homenagem à instituição, ressaltando a importância desta para a formação profissional dos brasileiros. Parlamentares, professores e alunos estiveram presentes na sessão solene.
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Maceió sediará debate sobre sindicalismo patronal Alagoas receberá, entre os dias 15 e 17 de abril, o 31° Congresso Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNSP), que está com as inscrições abertas. O tema será Guerreiros a serviço do desenvolvimento, para reforçar a condição de luta do empresário brasileiro.
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Turismo de compras é tema de debate mundial CNC participa da I Conferência Internacional sobre Turismo de Compras, realizada em janeiro, em Madrid, pela Organização Mundial de Turismo (OMT). A Conferência reuniu mais de 400 membros associados e representantes de 155 países.
SUMÁRIO 18
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INSTITUCIONAL
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PESQUISAS NACIONAIS CNC
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TURISMO
- Senac recebe homenagem do Senado Federal - CNC defende fiscalização no seguro-desemprego - Sindicalismo patronal em debate
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PRODUTOS CNC
CONJUNTURA ECONÔMICA
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SISTEMA COMÉRCIO
- CNC representada no Sebrae e na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - Conselho Nacional de Saúde tem agenda estratégica - Diálogo fortalecido com o Ministério da Educação - CNC participa de workshop da OCDE - Bem Mais Simples Brasil promete ajudar empresas
EM FOCO
- Ernane Galvêas: A crise de água e energia
- ICF: Estabilidade em janeiro - Peic: Menos endividados no começo do ano - Icec: Confiança menor em janeiro
- Turismo de compras é tema de debate mundial - FNHRBS reúne-se com o secretário de Turismo da Bahia - Câmara de Turismo consegue redução do ICMS
- Segs atua para melhoria de resultados
- Brasil precisa de uma agenda de reforma - Governo de Mato Grosso do Sul adere ao MS Competitivo - Alunos do Senac-AM realizam visita técnica à FAB - Estilista firma parceria com Senac Minas
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FIQUE POR DENTRO Vendas em shoppings cresceram 10,1% em 2014 O mercado brasileiro de shopping centers registrou alta de 10,1% nas vendas em 2014, com um faturamento de R$ 142,27 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). “Tivemos um 2014 com menos dias úteis, incertezas na política e muitos desafios na economia. Apesar disso, o aumento das vendas no setor se manteve acima do desempenho do varejo em geral e do PIB brasileiro”, afirmou o presidente da Abrasce, Glauco Humai. O Brasil tem 521 shoppings em todo o seu território, 24 deles inaugurados em 2014. Para este ano, a Associação prevê crescimento de 8,5% nas vendas e a abertura de outros 25 novos shoppings. “Nos últimos anos, o número de malls registrou crescimento de 61,45%. Esses e outros fatores demonstram a resiliência e a força da indústria de malls no Brasil”, avalia o presidente da Abrasce.
Aprovada mudança nas regras para ICMS do e-commerce A Câmara dos Deputados aprovou, no início de fevereiro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria novas regras para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no comércio eletrônico. A emenda garante a divisão do ICMS arrecadado em vendas de comércio eletrônico entre o Estado de origem da loja on-line e o Estado onde foi comprado o produto. Pelas regras atuais, apenas o Estado de origem fica com o ICMS da compra. A PEC já passou no Senado, mas, como foi alterada na Câmara, voltará a ser apreciada pelos senadores. A divisão começa com 20%, em 2015, e, ao final de 2019, ficará semelhante à aplicada para os produtos de comércio em geral.
Sesc-SP escolhida como Instituição Cultural do Estado em 2014 O Sesc em São Paulo venceu o Prêmio Governador do Estado na categoria Instituição Cultural. O prêmio é oferecido pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, e a categoria foi exclusivamente de votação popular. O Sesc recebeu 57% dos votos. Os vencedores foram anunciados na noite de 23 de fevereiro. O Prêmio foi criado na década de 1950 e já reconheceu artistas como Fernanda Montenegro, Sérgio Cardoso, Juca de Oliveira e Tomie Ohtake, entre outros. Também foram premiados artistas e instituições nas categorias Arte para Crianças, Artes Visuais, Cinema, Circo, Dança, Música, Teatro e Territórios Culturais.
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Sesc Interlagos
BOA DICA Dois temas para Dilma: China e Portos O livro Dois Temas para Dilma: China e Portos, de Carlos Tavares de Oliveira, publicado pela editora Adua neiras, aborda dois temas relevantes para a economia mundial. A obra apresenta dados da China que contrariam o noticiário negativo publicado pela mídia, a qual considera “pouso forçado” e “desaceleração acentuada” o alto crescimento econômico acima de 7%, além de mostrar, na parte referente aos portos, a cabotagem e as principais hidrovias europeias. A publicação foi lançada na CNC, no Rio de Janeiro, em 5 de fevereiro.
Para entender o caminho da liderança Joseph Jaworski, autor de Sincronicidade – O caminho interior da liderança, da Editora Senac São Paulo, convida o leitor a olhar para dentro de si e procurar entender a sua missão. Segundo ele, ao fazer isso, podemos enxergar o que a vida espera de nós, e então desenvolver nosso potencial e o tipo de liderança necessário para enfrentar as complexidades de nossa época. A obra mostra que enxergamos o mundo e a vida fragmentados, quando, na verdade, a ciência já provou que todos os elementos estão conectados, seguindo uma ordem invisível que entrelaça tudo no universo.
OM PO RT tor de C M esm o au
O livro Pense sucesso, seja sucesso, escrito pelo americano Steve Harvey e publicado pela Ediouro, ensina algumas lições sobre como identificar suas aptidões e utilizá-las para transformar sua vida. Na obra, o autor tenta mostrar que cada um tem um dom, seja de resolver problemas, comunicar-se bem ou fazer arte. Harvey explica que é preciso cultivar esse talento e utilizá-lo corretamente na comunidade, no casamento e no emprego. balhar? para ir tra animado o acorda • Você nã tediado, sem ssa dias en ? • Você pa da na fazer ? vontade de s talentos mo usar seu ideia de co o tempo • Não tem te perdend sen se cê • Vo portante? e não é im ae com o qu tas na vid s conquis teve muita ora? • Você já e fazer ag qu o o rguntand está se pe de a o dom talento, sej ar com um bem, de cri ndo nasce Todo mu comunicar se o de á‑l s, liz blema ento e uti resolver pro ar esse tal to e no ciso cultiv en pre é sam ca as arte. M ade, no nid a mu o co á‑l ente na o vai ensin corretam r o, seja sucess transfor ma Pense sucess ‑las para emprego. ões e a usá livro. suas aptid ar abrir este fic é nti sso ide imeiro pa pr O a. sua vid
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OPINIÃO
A difícil tarefa do reequilíbrio fiscal Em artigo, o presidente da CNC destaca que 2015 será um ano de correção para a política econômica brasileira e alerta: dificilmente o País alcançará a meta de 4,5% para a inflação em 2016
O
ano de 2015 será um tempo de purgação para corrigir os erros que nos últimos anos marcaram a má condução da política econômica. A purificação da economia brasileira requer, em face dos “déficits gêmeos”, o fiscal e o externo, rígido controle do gasto público e livre flutuação do câmbio. E mais, um realinhamento de preços relativos, em especial de tarifas dos serviços públicos, o que significa impor ao País um período de “inflação corretiva”. Na busca de confiabilidade por meio do cumprimento da palavra empenhada, fica muito difícil alcançar a meta de inflação de 4,5% em 2016. A meta fiscal de um superávit primário fixado prudentemente em 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) tem um forte conteúdo de indeterminação. Qual será, ao final do ano, o valor do denominador? No dia de hoje há fortes indícios de contração, comparativamente ao re-
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sultado estimado para 2014, que aponta para uma taxa próxima de zero, refletindo a estagnação, ou melhor, a ausência de crescimento econômico. Além do efeito de contração resultante da tentativa de corrigir o desequilíbrio das contas públicas como pré-condição para domar a inflação, há, do lado real da economia, restrições ao aumento do PIB sintetizadas na expressão “condições físicas da oferta”. As crises hídrica e elétrica são, no curto prazo, fatores limitativos da expansão dos níveis atuais de produção. A escassez de água compromete a produção agropecuária, assim como da indústria de transformação, alimentos e bebidas, siderurgia, papel e celulose e química. As vicissitudes que assolam a Petrobras, resultantes de erros de gestão associados ao uso político da empresa, pela via da corrupção, também apontam
OPINIÃO
Se o PIB não cresce, dificilmente se poderá esperar uma melhora do quadro fiscal, com despesa crescente e receita estagnada ou recessiva
Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
na direção de um declínio da atividade econômica. A tudo isso se acrescenta a preocupante redução do seu programa de investimentos, uma vez que a viabilidade econômica de vários campos fica comprometida diante da queda de preço do barril de petróleo. Por sua dimensão e pela natureza do negócio, a contração da empresa no futuro imediato e a inevitável revisão dos contratos firmados com as grandes empreiteiras da construção civil geram um efeito em cascata sobre uma miríade de fornecedores. A matriz das interações industriais será profundamente afetada. Esses são os principais argumentos que permitem prever para este ano um cenário de recessão, com todo o seu cortejo de consequências negativas. A partir desses esperados resultados negativos, cresce o desencanto com o anunciado objetivo básico da política econô-
mica, qual seja: promover um “superávit primário” de 1,2% do PIB em 2015 e de 2,0% em 2016, visando promover o necessário ajuste fiscal e interromper a assustadora tendência de uma crise de insolvência na administração pública. Na mesma situação está o propósito de trazer a inflação para o centro da meta, ou seja, reduzir a inflação ao nível de 4,5% em 2016. Se a oferta de bens e serviços (PIB) não cresce, é previsível a continuidade do desequilíbrio em face de uma demanda mais ou menos rígida, alicerçada na política social dos últimos 12 anos. Se o PIB não cresce, dificilmente se poderá esperar uma melhora do quadro fiscal, com despesa crescente e receita estagnada ou recessiva. Assim sendo, a primeira aposta do ministro da Fazenda, de superávit primário, dificilmente vai se concretizar. Temos que conviver com essa realidade. Artigo publicado no Jornal do Commercio-RJ em 12 de fevereiro de 2015
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CAPA
E-COMMERCE
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CAPA
Comércio eletrônico com vendas em alta O Brasil é o país com o segundo maior número de usuários de internet das Américas, perdendo somente para os Estados Unidos. Os avanços tecnológicos e a melhora no acesso à rede mundial de computadores mudaram algumas peças no jogo das relações de consumo. Comprar pela internet deixou de ser um bicho de sete cabeças e se tornou comum para mais de 60 milhões de pessoas, que foram responsáveis pelo faturamento de mais de R$ 35 bilhões do segmento em 2014. Os números impressionam, sobretudo em um momento crítico para a economia do País, e os comerciantes precisam ficar atentos aos anseios do consumidor, para potencializar as vendas e não ficar de fora da festa.
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CAPA
Raio X do e-commerce no Brasil Compras efetuadas pela internet cresceram 24% em 2014, motivadas pela comodidade e por maior segurança por parte dos consumidores brasileiros
H
á tempos comprar pela internet deixou de ser uma coisa do outro mundo, que requeria habilidades e competências diante de um computador. Quinze anos após a virada do milênio, estamos a apenas um braço de distância de efetuar uma compra. O consumidor do século XXI pesquisa pela internet nas lojas virtuais, verifica sites de reclamações, compara preços e a concorrência, para, só então, decidir pela compra on-line ou em loja física. O comportamento dos consumidores traduz-se em dados. Em 2014 o comércio eletrônico faturou, no Brasil, R$ 35,8 bilhões – um crescimento nominal de 24%, segundo levantamento realizado pela E-bit, empresa especializada no setor. Para fins de comparação, em 2013 foram efetuados 88,3 milhões de pedidos de compra pela internet. No ano passado o número passou para 103,4 milhões – um aumento de 17%. Segundo um estudo feito pela Divisão Econômica da CNC, o comércio eletrônico representou 0,5 ponto percentual do crescimento de 2,2% registrado pelo comércio varejista no ano passado. No total, o e-commerce representa 3,1% do total do varejo – um valor ainda pequeno, mas bem maior que o de 1,7% registrado em 2007. “Uma coisa é ter uma fatia de 0,5 ponto percentual quando o varejo crescia 8%, outra é ter participação de 0,5 quando
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o varejo cresceu menos de 2%”, afirma o economista da CNC Fabio Bentes. São vários os motivos para esse crescimento. O barateamento dos custos da internet e de aparelhos móveis, como notebooks e smartphones, é um deles, consequência do aumento no número de internautas no Brasil. Em 2001 o Brasil não tinha 10 milhões de internautas, e hoje já são mais de 110 milhões de usuários de internet – mais da metade da população brasileira –, um crescimento de mais de 2000%. “Em números absolutos, o Brasil lidera o ranking não só na América do Sul, mas em todos os demais países das Américas, com exceção dos Estados Unidos”, afirma o também economista da CNC Luiz Cláudio de Almeida. Do total de internautas, 61,6 milhões de brasileiros já realizaram compras pela internet – um número três vezes maior que em 2009, quando foram registrados apenas 17,6 milhões de e-consumidores. A pesquisa da E-bit também constatou que 10,2 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra on-line em 2014. Mais segurança nas compras Além da melhora no acesso, o brasileiro perdeu o medo de usar a internet para compras, de acordo com o diretor executivo da E-Bit e presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Fecomércio-SP, Pedro
CAPA
CATEGORIAS MAIS VENDIDAS EM 2014 (EM VOLUME DE PEDIDOS) 17%
Moda e Acessórios
15%
Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde
12%
Eletrodomésticos Telefonia/Celulares
8%
Livros/Assinatura e Revistas
8%
Informática
7%
Casa e Decoração
7% 6%
Eletrônico Esporte e Lazer Brinquedos e Games
Guasti. “No final da década de 1990 e início dos anos 2000, era muito comum vermos os consumidores testando os canais on-line comprando produtos baratos, como CDs e VHS, e pagando com boleto bancário, evitando, assim, ter de informar dados de cartão de crédito. Com o tempo, esse costume foi mudando, com a implementação de produtos e tecnologias que aumentam a segurança nas compras virtuais”, afirma Guasti. Para Luiz Cláudio de Almeida, as melhorias na segurança ao realizar compras na internet também incentivam o consumidor e potencializam as vendas. “Atualmente, é tão seguro comprar com cartão de crédito em uma loja virtual como em uma loja física”, afirma o economista da CNC, que complementa dizendo que o consumidor tem que ficar alerta sempre que encontra algum site suspeito. “Da mesma forma que faria em uma loja física, observando a segurança, a qualidade dos serviços e os preços, o consumidor também deve observar os aspectos de um site, especialmente se ele possui algum selo de garantia fornecido por algum instituto, como a E-Bit”. Novas iniciativas As lojas virtuais também têm feito o dever de casa e estimulado o aumento nas vendas por meio de investimentos em marketing
4% 3%
Fonte: E-bit Informação
e promoções. Além disso, o crescimento da Black Friday brasileira, com a adesão de grandes redes varejistas e mais fiscalização quanto à segurança e ao direito do consumidor, facilitaram a percepção do e-commerce como ferramenta de compra. Em 2014, o faturamento das lojas participantes da Black Friday teve 20% de crescimento em relação à data no ano passado, ultrapassando R$ 1 bilhão em vendas em apenas um dia, segundo a E-Bit. “O sucesso da Black Friday para estímulo das vendas deverá incentivar os varejistas a repetir o modelo em outras datas do ano. Um exemplo é o Dia do Consumidor Brasil, que terá sua segunda edição em março de 2015 e deverá provocar um aumento nas vendas de 60% em relação à mesma data em 2014”, afirma Pedro Guasti. Luiz Cláudio lembra que a data, em março, vai aquecer as vendas no comércio brasileiro, “justamente por ser em uma época em que geralmente não há muito movimento e nenhuma data comemorativa, exceto os preparativos para a Páscoa”.
Para o economista Luiz Cláudio de Almeida, melhorias na segurança incentivam o consumo on-line
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CAPA
Atenção ao perfil do consumidor
O
Crescimento do comércio via dispositivos móveis indica tendências para o futuro, assim como a integração cada vez maior entre lojas físicas e virtuais
comércio eletrônico feito por dispositivos móveis, como tablets e smartphones, também tem apresentado crescimento nos últimos anos. Em janeiro de 2015, 9,7% de todas as compras de bens de consumo feitas na internet foram realizadas por esse meio – o chamado m-commerce. Apenas um ano antes, em janeiro de 2014, essa participação era de apenas 4,8%. As classes A e B são maioria, com 62% de participação, contra 27% das classes C e D. “O aumento do m-commerce é um fenômeno que acontece em todo o mundo. Com o aumento do uso de smartphones e tablets, as pessoas passam a usar seus dispositivos móveis com muito mais frequência do que faziam com seus computadores fixos. Para se ter uma ideia, temos mais de 80 milhões de pessoas usando smartphones no Brasil”, explica Pedro Guasti, diretor da E-Bit. Uma estimativa feita pela PayPal, empresa que realiza transações de pagamento on-line, afirma que até 2016 o crescimento do m-commerce deverá ser de 47%, contra 17% do e-commerce tradicional. Como é esperado, a principal responsável por esse crescimento deve ser a nova geração de consumidores. “Esse consumidor que tem entre 18 a 24 anos e usa dispositivos móveis vai decidir as compras amanhã”, afirmou a consultora da PricewaterhouseCooper (PwC), Ana Hubert, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Uma via de mão dupla Se antes o comércio eletrônico era tratado como um segmento à parte, podendo concorrer diretamente com as vendas nas
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lojas físicas, o cenário, hoje, é bem diferente. “É um equívoco tratar o e-commerce como um segmento ou setor isolado; é apenas uma ferramenta, uma forma de vendas”, analisa Luiz Cláudio de Almeida, economista da CNC. Segundo ele, ambos se complementam em vendas. “A internet apresenta formas diversas para potencializar vendas que antes não seriam feitas em uma loja física”, completa. Em parceria, o varejo físico pode experimentar uma espécie de convergência das ferramentas, apresentando ao consumidor uma nova experiência de compra. Um exemplo disso é que em 2014 a Black Friday deixou o mundo virtual e foi vista sendo realizada também em diversas lojas físicas, de grandes redes a estabelecimentos de pequeno porte. “Como ela ocorre em novembro, foi uma oportunidade de os consumidores anteciparem algumas compras de Natal e de os comerciantes movimentarem os seus estoques, também pensando nas vendas de fim de ano”, diz Luiz Cláudio de Almeida. O próprio consumidor está navegando nos dois mundos, o físico e o virtual. Pesquisa da PwC mostra a importância dessa relação. Quando perguntados se já pesquisaram os preços em uma loja física, mas compraram em uma loja on-line, 86% dos entrevistados afirmaram que sim. No entanto, o caminho inverso também ocorre com frequência: 78% dos entrevistados disseram que já pesquisaram por produtos e preços on-line, mas decidiram pela compra na loja física. Isso demonstra que o que importa para o consumidor é a experiência de compra, e não onde ela é feita; e é a isso que os comerciantes devem ficar atentos.
CAPA
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE E-CONSUMIDORES (EM MILHÕES) 61,6% 51,3% 42,2% 32% 23,6% 17,6%
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Fonte: E-bit Informação
Integração ao mundo virtual Algumas federações do comércio, com o objetivo de integrar os comerciantes a essa nova realidade, desenvolveram parcerias com empresas para criação de sites e soluções Web, podendo oferecer esse serviço a seus associados. É o caso da Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina (Fecomércio-SC), que lançou o Fecomércio Shopping, um serviço que oferece a criação e a customização de lojas virtuais e que também funciona como vitrine dessas lojas. A Fecomércio-SP também lançou uma plataforma para auxiliar os comerciantes do Estado de São Paulo a entrar no mundo virtual. O site Meu Comércio Online fornece recursos e soluções para o comerciante abrir sua loja on-line, desde o apoio necessário no gerenciamento até a construção e a navegabilidade do site. Em Minas Gerais, a Fecomércio-MG também oferece esse recurso aos empresários. O comerciante deve se preocupar, ainda, com a segurança dos dados dos usuá rios, especialmente em relação a meios de pagamento. “Ainda não temos uma lei no Brasil que trate de proteção de dados pessoais, a exemplo das que existem na União Europeia e na Argentina”, afirma Luiz Cláudio de Almeida. Segundo ele, apesar das leis em vigor, como o Marco Civil da
Internet e a Lei 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, a falta de uma legislação específica sobre o assunto ainda é um dos principais entraves. A previsão da E-Bit para 2015 é que o comércio eletrônico tenha uma alta nas vendas de 20% – um crescimento menor que o do ano passado, mas considerável, dadas a situação econômica atual do Brasil e a previsão da CNC de crescimento do varejo geral em 1,7%. O faturamento total deve ser de R$ 40 bilhões. “Os fatores preço e possibilidade de parcelamento são muito importantes para o sucesso do e-commerce. Claro que bons indicadores de entrega no prazo, atendimento das lojas, a conveniência de comprar em qualquer lugar e não pegar filas, congestionamento do site e facilidade de compra são quesitos que os consumidores valorizam muito na hora de decidir pelo e-commerce”, complementa Pedro Guasti. Ou seja, é importante ficar atento aos anseios do consumidor, para não perder nenhuma fatia do bolo.
Pedro Guasti, da E-Bit: aumento do volume de compras em dispositivos móveis é um fenômeno mundial
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REUNIÃO DE DIRETORIA
Empresários avaliam MP 664 e economia
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reunião de Diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em janeiro teve sua abertura com um alerta do presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, sobre um tema de interesse de todo o empresariado: a Medida Provisória (MP) 664, de 30 de dezembro de 2014, que alterou as regras do sistema de Previdência Social. O encontro foi realizado no Rio de Janeiro, no dia 22. Até a edição da MP, o auxílio-doença era devido aos segurados que ficassem incapacitados para o trabalho por motivo de acidente ou doença por mais de 15 dias (16 dias ou mais), cabendo à empresa arcar com o pagamento dos primeiros 15 dias de afas tamento do empregado. Com a alteração, o auxílio-doença abarcará os acidentes ou doenças que incapacitarem o segurado empregado por mais de 30 dias, e a empresa será responsável pelo pagamento dos 30 (trinta) primeiros dias de afastamento. Oliveira Santos informou que a CNC está empenhada nas discussões sobre as consequências da aprovação da medida, sobretudo no que tange às preocupações com a sobrevivência das microempresas. “O que nos preocupa, no momento, é saber o tipo de reação ou as consequên
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cias da ampliação do período de 15 para 30 dias em caso de afastamento por doença. Para a grande empresa isso significa um ônus a mais. Não sei se uma medida como essa pode ser incorporada ao conjunto de busca de salvação da economia do País. Para a pequena e a grande empresa, seus efeitos significam aumento de custos, mas é uma coisa calculada e, talvez, possível de ser superada”, contextualizou o presidente da CNC. Para Oliveira Santos, na microempresa, com poucos empregados, os 30 dias podem tornar bastante difícil a continuidade de funcionamento do negócio. “E a empresa que só tem um funcionário? Não vamos nos limitar a discutir esse aspecto. Todos zelamos pela saúde de nossos empregados e faremos o possível para facilitar a sua recuperação, mas será que isso não inviabiliza a maioria de empregadores que temos nessa área?”, questionou. Contribuição Sindical Bruno Breithaupt, 2º diretor-secretário da CNC e presidente da Fecomércio-SC, falou sobre a estruturação do Banco de Dados da Contribuição Sindical.
REUNIÃO DE DIRETORIA
Breithaupt informou que a estruturação começou na gestão anterior, quando, em 12 de novembro de 2014, foi realizado pela CNC o 4º Encontro Nacional de Facilitadores. “Na oportunidade, foi divulgado o segundo módulo, relativo ao Controle e Emissão de Guias da Contribuição Sindical e às Novas Funcionalidades incorporadas ao Sistema. A equipe de trabalho tem recebido mais pedidos de adesão e diversas solicitações de implantação do Sistema pelas federações”, explicou Bruno Breithaupt. Até a presente data, das 34 federações, 24 aderiram ao Sistema. Das 11 solicitações de implantação, nove foram atendidas, e os dois pedidos restantes foram agendados. Duas federações estão em tratativas para a adesão. Economia “Os últimos anos foram pródigos. Tivemos vários incentivos, a política errada na área monetária e na área cambial, e hoje estamos pagando o preço disso, principalmente a inflação corretiva.” Assim o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, iniciou sua participação na reunião de Diretoria da Confederação. Para Carlos Thadeu, 2015 será um ano de transição, e a inflação deverá ficar na
faixa de 7,5%. “O IPCA, a parte de preços, afeta o bolso de cada consumidor e o comércio. À medida que haja uma inflação corretiva, é uma espécie de imposto que o indivíduo tem que pagar, é uma taxação. Estamos vendo a Cide sobre a gasolina, o empréstimo com IOF maior, o custo da energia elétrica, que vai aumentar, fora outros riscos bem maiores que vamos enfrentar pela frente.”
Mudanças no cotidiano das empresas do Brasil e competitividade do País foram debatidas pelos diretores da CNC
Credibilidade Para Carlos Thadeu de Freitas, quando Joaquim Levy assumiu o Ministério da Fazenda, melhorou a credibilidade internacional do Brasil. “A credibilidade da equipe econômica é muito boa, apesar de que ainda falta saber se eles vão entregar o que realmente se comprometeram a entregar. A promessa de um saldo primário maior este ano significa um sacrifício maior para a população, que terá que pagar mais caro porque o governo resolveu aumentar a arrecadação em cima do consumidor, com imposto sobre operação de empréstimos, aumento de tarifas, PIS/ Cofins sobre produtos importados, e assim vai. O governo vai tirar recursos do consumidor”, apontou o economista e exdiretor do Banco Central.
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ECOS DA DIRETORIA
Medida Provisória 664 José Evaristo dos Santos, 2º vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-GO, abordou uma das mudanças que a MP 664 introduz para as MPEs: o aumento do auxílio-doença de colaboradores afastados de 15 dias para 30 dias e que será pago pelas empresas a partir de março de 2015. “De fato, as micros e pequenas empresas vão ser penalizadas duramente. Quinze dias já eram uma penalidade pesada; passando para 30, aumenta essa penalidade. E não sabemos se ela tem um período de transição ou se é permanente. Isso nos preocupa bastante. Para empresas com cinco ou dez empregados é uma dura penalidade”, afirmou Evaristo na reunião de Diretoria da CNC.
Brasil em parafuso Adelmir Santana, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-DF, falou sobre economia: “O Brasil entrou em parafuso de 2011 para cá. Se observarmos, veremos que o crescimento médio do PIB nos últimos quatro anos foi de 1,6%, 1,5%. Houve até uma contabilidade criativa em 2013 que chegou a contabilizar a venda de produtos que não haviam saído do Brasil, mas todos vimos que os sete bilhões de importação anunciados na imprensa eram apenas um invólucro. O crescimento médio nos últimos seis anos foi de 1,6% – muito baixo”, contextualizou.
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ECOS DA DIRETORIA
Sicomércio atualizado
Darci Piana, vice-presidente Administrativo da CNC, falou aos diretores sobre as atualizações dos encontros do Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (Sicomércio). “Em 2013 resolvemos nos reunir regionalmente. Desta vez, pretendemos centralizar nosso encontro. Vamos encaminhar uma proposta para definir o local e os temas a serem discutidos, trazendo assuntos que sejam de competência e de relevância para o sindicalismo, a fim de que esse encontro seja cada vez mais funcional”, anunciou Piana
Curso para lideranças Alexandre Sampaio, diretor da Confederação e presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), falou sobre capacitação de lideranças. “No âmbito do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs), que tem cumprido um papel importante no aprimoramento da gestão, vou encaminhar um estudo para a promoção do surgimento de lideranças sindicais. É importante estimular a renovação. Pensamos em um curso para o surgimento de lideranças sindicais que vão aprimorar a gestão e contribuir para o crescimento dos sindicatos, das federações e da CNC”, destacou Sampaio.
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INSTITUCIONAL
CNC representada no Sebrae e na Comissão de Incentivo à Cultura A Confederação está representada no Conselho Deliberativo Nacional e no Conselho Fiscal do Sebrae. Já na CNIC, a entidade participa do grupo Empresariado Nacional
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s novos dirigentes do Sebrae Nacional, que comandarão a instituição no período 2015-2018, tomaram posse em 25 de fevereiro, em Brasília. O empresário Robson Braga, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidirá o Conselho Deliberativo, e Luiz Barretto foi reeleito para a Presidência da Diretoria Executiva. Braga anunciou que sua grande meta será criar mecanismos que preparem as micros e pequenas empresas para competir no mercado externo. Segundo ele, é necessário se inspirar em exemplos bem-sucedidos de países europeus, como a Itália, e fazer dessa ideia uma realidade, “O Sebrae pode dar uma grande contribuição para que o mercado externo não seja visto apenas como uma alternativa para aumentar o faturamento das empresas, mas para que elas se desenvolvam e se tornem mais competitivas”, afirmou. O dirigente acentuou que já envolveu o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência
Ministros, empresários e centenas de convidados prestigiaram a solenidade de posse dos novos dirigentes do Conselho Deliberativo e da Diretoria Executiva do Sebrae Nacional
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da República, Guilherme Afif Domingos, no projeto. Também integram a Diretoria Executiva o diretor de Administração e Finanças, José Claudio dos Santos, reconduzido ao cargo, e a nova diretora Técnica, Heloísa Menezes. A CNC está representada no Conselho Deliberativo Nacional pelo vicepresidente José Roberto Tadros e pelo consultor da Presidência da entidade Roberto Nogueira. O chefe da Assessoria junto ao Poder Legislativo, Roberto Velloso, continua no Conselho Fiscal do Sebrae. Luiz Barretto sustentou que estimular o crescimento dos pequenos negócios é estimular o crescimento do País. “E o Sebrae tem esse compromisso há quase 43 anos, de capacitar o empreendedor, melhorar a gestão e promover a inovação e a sustentabilidade. Nessa gestão, nós fizemos um grande debate interno sobre o futuro para entender as reais necessidades dos nossos clientes”, enfatizou. Alertou, contudo, que, para avançar, os pequenos empresários “têm que perder o
INSTITUCIONAL Gilberto Figueiredo (no detalhe): “Temos muito a colaborar em discussões sobre políticas para a cultura na CNIC”, órgão coordenado pelo ministro Juca Ferreira (ao centro)
medo de crescer, em virtude da perda dos benefícios previstos na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa”. Depois de lembrar o empenho do Sebrae para a aprovação dessa legislação, Barretto informou que haverá nova mobilização no Congresso Nacional durante a tramitação de projetos que introduzem mudanças no Simples Nacional. Guilherme Afif Domingos falou sobre o lançamento, em 26 de fevereiro, do programa Bem Mais Simples Brasil, iniciativa para reduzir a burocracia e facilitar a abertura e o fechamento de empresas (Leia mais na página 23). O ministro revelou que, a partir de agora, a atividade de uma pessoa jurídica pode ser encerrada num único dia. Até junho – prometeu – entrará em vigor uma nova etapa do programa, que incluirá a possibilidade de criação de uma empresa em até cinco dias. Posse na CNIC Os novos integrantes da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), órgão deliberativo do Ministério da Cultura (MinC), deverão trabalhar neste ano em defesa das parcerias público-privadas para projetos culturais. O desafio foi proposto pelo ministro Juca Ferreira, ao dar posse ao colegiado, em 2 de fevereiro. O ministro alertou que a Comissão, responsável por analisar e opinar sobre as propostas culturais encaminhadas ao MinC visando à captação de recursos com a renúncia fiscal da Lei Rouanet, precisa estar
atenta às fragilidades da legislação atual. Para ele, as regras de hoje não contemplam a diversidade da produção do País, levando à concentração de incentivos no circuito Rio-São Paulo. “A Lei Rouanet tem gerado concentração e precisa de modificações”, disse. Gilberto Figueiredo, assessor Técnico em Música do Sesc-DN, é o representante da CNC no grupo Empresariado Nacional da CNIC. Para ele, a representação da CNC nessa instância do MinC é de grande importância para a instituição, na medida em que, por meio do Sesc, é uma das maiores promotoras de cultura no País. “Tenho as melhores expectativas. A primeira CNIC já foi uma rica experiência de contato com representantes dos vários segmentos da cultura de várias regiões do Brasil. Acredito que, além da atuação na análise de projetos – papel primordial e rotineiro da Comissão –, temos muito a colaborar nas discussões sobre políticas para a cultura e, com certeza, vamos também aprender muito com essa vivência.” A CNIC tem 21 integrantes, sendo sete titulares e 14 suplentes das seguintes áreas: artes cênicas (que engloba circo, dança, teatro, ópera), audiovisual, música, artes visuais (digital, design, moda, fotografia), patrimônio cultural (material e imaterial), humanidades (livros, periódicos, publicações) e representantes do empresariado.
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INSTITUCIONAL
Conselho Nacional de Saúde tem agenda estratégica O principal evento será a 15ª Conferência Nacional de Saúde, em novembro, que começa a ser estruturada em março, a partir de plenárias populares nas cinco regiões do País Integrantes do CNS debateram iniciativas para fortalecer atuação do órgão e defender ações do SUS
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Conselho Nacional de Saúde (CNS) dará, em 2015, atenção especial a medidas em discussão no Executivo, no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas que afetam conquistas importantes dos trabalhadores. O anúncio foi feito pela presidente do CNS, Maria do Socorro de Souza, na 265ª Reunião Ordinária do Conselho, em 27 de janeiro, em Brasília. A CNC foi representada pelo chefe da Divisão de Saúde (Serbem) da CNC, Alexandre de Marca. O CNS, vinculado ao Ministério da Saúde, é a instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde (SUS), com a missão de deliberar, fiscalizar, acompanhar e monitorar políticas públicas de saúde. A presidente enfatizou a importância do papel do Conselho como agente mobilizador da sociedade em defesa do SUS, posição acompanhada por de Marca. “O SUS precisa ser fortalecido para poder prestar atenção, com qualidade, à saúde da população, principalmente dos 150 milhões de brasileiros que não têm condições de acesso a outro serviço”, disse o chefe da Divisão de Saúde da CNC. Para ele, a revisão do percentual na distribuição do Orçamento da União, a melhora e a qualificação da gestão e a formação multidisciplinar de recursos humanos, de
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nível técnico e superior, direcionados para a atuação no SUS constituem-se em alicerces fundamentais para esse fortalecimento. Outra questão que precisa voltar ao debate, na opinião da presidente do CNS, é o pacto federativo. O desafio é fazer com que a parceria entre a União, os Estados e os Municípios não se restrinja ao repasse de recursos financeiros, mas se reflita na execução integrada das políticas de saúde. Segundo Alexandre de Marca, na agenda estratégica do Conselho o principal evento em 2015 será a 15ª Conferência Nacional de Saúde, em novembro, que começa a ser estruturada em março, a partir de plenárias populares nas cinco regiões do País. O tema será Saúde pública e de qualidade para cuidar bem das pessoas: Um direito do povo brasileiro”. As plenárias vão anteceder os debates nas etapas municipais (9 a 15 de julho) e estaduais (16 de julho a 30 de setembro) da Conferência. CNC no Carf Maria Teresa Martínez López, indicada para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) pela CNC desde 1998, foi nomeada para o cargo de vice- presidente do órgão. O Carf julga, em grau de recurso, os processos da Receita Federal do Brasil.
INSTITUCIONAL
Diálogo fortalecido com o Ministério da Educação Grupo de trabalho criado no âmbito do Fórum Nacional de Educação vai promover interlocução mais próxima com a pasta liderada por Cid Gomes
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Fórum Nacional de Educação (FNE), órgão que reúne 44 entidades do poder público e da sociedade civil organizada, instituiu um grupo de trabalho (GT) com o objetivo de fazer a interlocução com o ministro da Educação, Cid Gomes. A agenda de audiências compreende o estreitamento de laços entre o Ministério da Educação (MEC) e o FNE. No Fórum, o segmento empresarial está representado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Consideramos importante que a CNC componha o Fórum Nacional de Educação, espaço inédito de interlocução entre a sociedade civil e o Estado brasileiro, pois possibilita o acompanhamento das deliberações das Conferências Nacionais realizadas em 2010 e 2014, assim como a participação no processo de implementação e avaliação da Plano Nacional de Educação”, afirma a gerente de implementação e integração educacional do Senac Nacional, Rejane Leite. No primeiro encontro do GT, realizado em 13 de janeiro, foram debatidas ideias para o fortalecimento do FNE, reivindicação decorrente de deliberação da Conferência Nacional de Educação (Conae 2010). A Coordenação do Fórum destacou a necessidade de consolidação da infraestrutura e de equipe técnica capaz de garantir a realização das atividades e atribuições do órgão. Outro ponto debatido foi o Plano Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei nº 13.005/2014, cujo texto define os rumos da educação brasileira até 2024. O minis-
tro Cid Gomes ressaltou a importância da implementação do PNE, principalmente nas esferas municipais, e se comprometeu a enviar comunicação direta às unidades da Federação para reforçar a atenção nos Planos Municipais de Educação. A Coordenação do FNE ressaltou a estreita relação entre o PNE e o Documento Final da Conae 2010 e advertiu que a 2ª Conferência (Conae 2014) indicou novas deliberações apontadas pela população brasileira na perspectiva de pensar uma educação melhor para o País. As ações para implementação do PNE deverão compor a pauta das próximas audiências com o ministro da Educação.
Grupo Técnico vai acompanhar o que foi acordado nas Conferências Nacionais de 2010 e 2014
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INSTITUCIONAL
Por uma conduta empresarial responsável CNC participa de workshop da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico sobre princípios e padrões aplicados em vários países do mundo
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consultor Jurídico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Marcelo Barreto, representou a entidade no Workshop Internacional sobre as Diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para uma Conduta Empresarial Responsável, realizado no Rio de Janeiro no dia 26/01. As Diretrizes da OCDE representam princípios e padrões de cumprimento voluntário, consistentes com a legislação nacional de cada país, com vistas a uma conduta empresarial voltada para sua responsabilidade social, harmonizando as operações das empresas com as políticas
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governamentais e fortalecendo a base de confiança mútua entre as empresas e as sociedades em que operam. “Trata-se de documento que apoia o investimento estrangeiro e promove a participação das empresas em prol do desenvolvimento sustentável de cada país”, explica Marcelo. Segundo ele, as Diretrizes começaram a vigorar em junho de 1976 e passaram por um processo de revisão, tendo sido a nova versão aprovada em Reunião de Ministros da OCDE realizada em 25 de maio de 2011. O Brasil aderiu a essas diretrizes na condição de membro observador da Organização. A OCDE definiu Orientações de Procedimentos para os países que aderem às Diretrizes, visando traçar um plano de ação para os governos quando se praticarem violações às normas e orientações da Organização. “Sobre esse aspecto, ganha relevo o chamado Ponto de Contato Nacional (PCN), ou seja, uma organização administrativa interna, formada por cada país, cuja atuação é no sentido de realizar atividades promocionais, esclarecer controvérsias e contribuir para a solução de litígios que possam ocorrer, mediante a utilização das técnicas de mediação e conciliação”, afirma Marcelo. O evento contou com a participação de representantes dos PCNs do Reino Unido e da Noruega, em produtivo intercâmbio com o PCN brasileiro, quando se discutiram o conteúdo básico das Diretrizes da OCDE, as funções e principais tarefas dos PCNs e o tratamento a ser dado no caso de alegações de não observância das Diretrizes, entre outros assuntos.
INSTITUCIONAL A presidente Dilma Rousseff: ruptura com uma realidade prejudicial ao empresariado
Bem Mais Simples Brasil promete ajudar empresas Vice-presidente da CNC participa de solenidade de lançamento do programa que pretende desburocratizar serviços públicos e simplificar a vida das empresas
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presidente da República, Dilma Rousseff, assinou, em 26 de fevereiro, o Decreto que cria o Bem Mais Simples Brasil, uma evolução do Simples Nacional, cujo objetivo é simplificar o cotidiano dos cidadãos e das micros, pequenas e médias empresas. O lançamento oficial do programa ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília. O anúncio foi feito pela presidente e pelo ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos. “É importante agradecer aqui à CNC, que disponibilizou em seu site o Empresômetro, um instrumento fundamental na elaboração de políticas públicas”, disse Afif. O vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, participou da cerimônia representando a Confederação. Segundo Dilma Rousseff, a abertura e o fechamento das empresas serão “transformados”, e o governo tem compromisso com a agilização do processo. “Dizia-se que era difícil abrir uma empresa no Brasil
e impossível fechar. Com isso, nós, hoje, rompemos com essa que era uma realidade no País. E o benefício será para todos os brasileiros. Você pode ter o seu negócio e saber que vai fechar e abrir quando for do seu interesse”, disse a presidente. Na opinião de Adelmir, a medida é positiva. “Tudo o que simplifica e facilita a vida do cidadão e dos empresários é de bom alvitre, e o Brasil precisa disso”, apontou Adelmir. De acordo com o projeto, os empresários poderão, agora, encerrar seus empreendimentos em um site na internet (www.empresasimples.com.br), por meio da chamada baixa automática. As dívidas das micros e pequenas empresas serão repassadas automaticamente para os CPFs dos proprietários. Segundo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, atualmente são exigidos, no Brasil, 20 documentos e cadastros para a abertura de empresas, enquanto, em Portugal, são exigidos três. No Brasil, são necessários, em média, 102 dias para a abertura de micros e pequenas empresas, enquanto no país europeu são necessários dois dias, e nos Estados Unidos, quatro. CNC Notícias
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EM FOCO
Senac recebe homenagem do Senado Federal Importância da entidade para a formação profissional dos brasileiros foi destacada pelos participantes da cerimônia, que reuniu parlamentares e estudantes em um plenário lotado
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Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) foi homenageado no Plenário do Senado Federal pelos 69 anos de atuação em todo o País. A cerimônia foi realizada na manhã do dia 23 de fevereiro, reunindo representantes e alunos da entidade, além de parlamentares. Inaugurado em 10 de janeiro de 1946, o Senac é um dos principais agentes de educação profissional do País, voltado para o setor do comércio de bens, serviços e turismo. São mais de 600 unidades espalhadas por quase 4 mil municípios. Em 2014, foram 2,5 milhões de atendimentos, sendo 1,8 milhão de matrículas em educação profissional. Destas, 1,1 milhão foram gratuitas, o que deixa patente a preocupação com a inserção social, como afirmou o autor do pedido de homenagem, senador Paulo Paim (PT-RS). Ele acredita que a instituição pode ser considerada um dos trunfos para se alcançar o objetivo proposto pela presidente Dilma Rousseff de transformar o Brasil na “Pátria Educadora”.
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Convergência nacional Adelmir Araújo Santana, vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), representou a entidade na Sessão Especial. Adelmir, também presidente da Fecomércio-DF e do Senac no Distrito Federal, destacou que a instituição é uma “convergência nacional”, já que o requerimento para a sessão foi apresentado por senadores de vários partidos. Ele lembrou que o Senac está presente em todos os Estados e no Distrito Federal, em 3.061 municípios. Santana destacou também o trabalho social desenvolvido pelo Senac por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Quanto ao assunto, pediu que o governo federal coloque em dia os repasses destinados ao Programa. “Não podemos deixar que um programa como esse sofra descontinuidade. É preciso que se leve em conta a importância da existência desse programa e se coloquem efetivamente em dia as obri-
EM FOCO
gações do Estado com o Senai, o Senac e as escolas que hoje participam do Pronatec”, disse Adelmir. Depoimentos Na abertura da sessão, como presidente dos trabalhos, o senador Jorge Viana (PT AC) destacou quão bem-sucedidas e essenciais são as parcerias da iniciativa privada brasileira com a sociedade, por meio das organizações do Sistema S. Na mesma linha, o senador Hélio José (PSDDF) apontou o Senac como uma instituição que aperfeiçoa parcerias e oferece inserção social aos mais carentes por meio de bolsas e outros serviços gratuitos. A senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou a importância do Senac para a superação dos dilemas sociais e econômicos que podem ser observados no Brasil, citando o Pronatec nesse sentido. “O atraso na liberação dos recursos do Pronatec não é um bom sinal. Algumas coisas são fundamentais. Nós não podemos suspender, paralisar”, afirmou. Já o senador Telmário Mota (PDT-RR) salientou a relevância da instituição para seu estado. “Quem nos dera que alguns governantes que passaram pelo nosso estado tivessem tido essa mesma visão da importância dos estudos na formação do nosso jovem”, disse. Wellington Fagundes (PR-MT) apresentou o depoimento de Robson Davi Ramos da Silva, jovem mato-grossense de 16 anos beneficiado pelos cursos da instituição. Também se pronunciou o deputado
Mauro Pereira (PMDB-RS), ex-aluno do Senac, segundo o qual a sessão de homenagem foi oportuna para que a equipe econômica do governo possa reflitir sobre o momento de crise na indústria nacional. Além das autoridades citadas, também compôs a mesa da homenagem o chefe da Assessoria junto ao Poder Legislativo (Apel) da CNC, Roberto Velloso. O consultor da Presidência da Confederação Roberto Nogueira também participou da cerimônia. A homenagem ao Senac foi proposta por Paulo Paim, com apoio dos senadores João Capiberibe (PSB-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Wilder Morais (DEM-GO). O ex-senador Pedro Simon foi um dos subscritores do requerimento apresentado no ano passado.
No alto, alunos e representantes do Senac no Plenário do Senado; acima, Adelmir Santana, o senador Paulo Paim, Roberto Nogueira e Roberto Velloso, da CNC
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EM FOCO
CNC defende fiscalização no seguro-desemprego Fiscalização mais rigorosa na concessão dos benefícios poderia beneficiar sistema previdenciário
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s novas regras para a concessão do seguro-desemprego fixadas pela Medida Provisória (MPV) 665 não foram devidamente discutidas pela sociedade. Na opinião do vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, não se pode retirar direitos dos trabalhadores, tampouco prejudicar o setor produtivo. Para ele, o caminho para ajustar o sistema previdenciário passa por uma fiscalização mais rigorosa na concessão dos benefícios. “O que falta nessa relação entre empregador e empregado, na questão do seguro-desemprego, é uma fiscalização mais efetiva por parte dos organismos res-
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ponsáveis pela questão. É incompreensível que no momento em que o País vivia um pleno emprego, como dizia o governo, o número de auxílio-desemprego tenha triplicado. A conta não fecha”, ressalta Adelmir. “Nós presenciamos, nos últimos anos, muitas pessoas querendo trabalhar sem ter o respectivo registro porque estavam fazendo uso do beneficio do auxílio-desemprego. Isso é ilegal”, completa. Novas regras Com as novas regras anunciadas pelo governo, o trabalhador que solicitar o benefício pela primeira vez terá de ter trabalhado por 18 meses nos 24 meses anteriores. Na segunda solicitação do benefício, ele terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores, e a partir da terceira solicitação terá de ter trabalhado pelo menos por seis meses ininterruptos nos 16 meses anteriores. As novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer a partir de março e podem restringir o acesso de mais de dois milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego. Essas regras, porém, ainda precisam ser confirmadas pelo Congresso Nacional no prazo de até 120 dias para que a eficácia seja mantida.
EM FOCO
Sindicalismo patronal em debate Inscrições estão abertas para o evento que vai reunir, em Alagoas, principais lideranças do universo sindical dos empregadores de todo o País
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á estão abertas as inscrições para o 31° Congresso Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNSP), que, neste ano, será sediado em Maceió, capital de Alagoas, entre os dias 15 e 17 de abril de 2015. O 31º CNSP é uma realização do Sindicato do Comércio Varejista de Arapiraca (Sindilojas Arapiraca), entidade filiada à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL). O presidente do Sindilojas Arapiraca e da Fecomércio-AL, Wilton Malta, afirmou ser de grande importância o apoio que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo está oferecendo ao evento. “O Congresso é uma oportunidade ímpar de reunir os representantes dos sindicatos em todo o País e discutir pautas de interesse comum ao nosso setor; e a Confederação reconhece a grandeza desse momento”, comentou Malta. O 31º CNSP reunirá empresários, dirigentes executivos e profissionais de sindicatos do comércio de bens, serviços
e turismo de todo o País. O tema da edição deste ano será Guerreiros a serviço do desenvolvimento, em alusão ao conhecido folguedo de Alagoas, para reforçar a condição de luta do empresário brasileiro. As inscrições podem ser feitas no site www.31cnsp.com.br, onde também podem ser obtidas informações sobre a programação do evento. Preparativos No dia 30 de dezembro do ano passado foi realizada, em São Paulo, a terceira e última reunião preparatória para o Congresso. Coordenado pelo Sindilojas São Paulo, o encontro contou com a participação de presidentes e executivos dos sindicatos que compõem a comissão nacional, bem como de membros da organização do 31º CNSP. No período da manhã foram debatidos assuntos gerais do sindicalismo patronal, abordando questões como a contribuição sindical, o seguro-desemprego e o histórico das edições anteriores do Congresso patronal, entre outros assuntos.
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CONJUNTURA ARTIGO ECONÔMICA
A crise de água e energia O calor e a falta de chuvas antecipam uma visão preocupante quanto ao fornecimento de água e de energia elétrica no Sudeste, avalia o economista e ex-ministro da Fazenda, Ernane Galvêas
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intenso calor, a seca e a falta de chuvas estão antecipando uma visão de calamidade em relação à crise de água e de energia elétrica no Sudeste, especialmente nas regiões da Grande São Paulo e do Rio. O consumo per capita de energia elétrica vem subindo aceleradamente desde a crise de 2011 – de 1.642 kWh para 2.461 kWh em 2015. A crise da água na região do Rio Paraíba do Sul está 25% pior que a maior seca histórica. O nível dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste caiu de 45%, em dezembro/2013, para 17,2% atualmente, semelhante ao do Nordeste (17,13%). No Norte é de 64,9%, e no Sul, de 66,43%. Meteorologistas preveem nova onda de calor para fevereiro e março, aumentando a probabilidade de racionamento e agravamento da situação econômica. Em 2014, o aumento da demanda de energia veio dos setores residencial (+6%) e do comércio (+7,5%), com redução de 2,5% da indústria (Thymos). A insegurança quanto ao suprimento de energia pode atrasar a retomada dos
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investimentos no segundo semestre e projetar um resultado ainda mais negativo do PIB em 2015 (abaixo de zero). Com isso, fica reduzida a arrecadação de tributos federais e prejudicados os efeitos da política de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda. Por meio de medida publicada em 22/01, o governo limitou a retirada de água de rios do interior de São Paulo – 20% para empresas de água e 38% para indústrias e agriculturas. Quarenta e dois municípios serão atingidos. As causas desse drama estão, principalmente, localizadas na falta de planejamento. Análise da EPE indica que 33 hidrelétricas previstas no Plano Decenal de Energia (PDE 2006-2015) não saíram do papel. Paralelamente, está ocorrendo um inusitado bloqueio no Oceano Pacífico Sul que desvia as frentes frias e as afasta do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, ao mesmo tempo que os conhecidos “rios voadores da Amazônia” se afastam do Sudeste e estão provocando fortes chuvas no Sul do País e no Paraguai. No Estado do Rio de Janeiro, o nível do reser-
CONJUNTURA ECONÔMICA
A tendência é termos no Sudeste um ciclo de stress hídrico igual ao do Nordeste. Estamos caminhando para a possibilidade de racionamento
Ernane Galvêas Consultor Econômico da Presidência da CNC
vatório do Rio Paraíba chegou a zero pela primeira vez na história. O Brasil chegou a importar energia da Argentina – 165 megawatts, sem continuidade. A tendência é termos no Sudeste um ciclo de stress hídrico (falta de chuvas) igual ao do Nordeste. Estamos caminhando para o racionamento e para novos apagões. A ONS está adiantando a possibilidade de aumentar em 1,5 mil MWs o suprimento de energia na região Sudeste, sendo 300 MW da Hidrelétrica de Itaipu e cerca de 200 MW da Usina Nuclear de Angra. No Rio de Janeiro, o governador proibiu a captação da água do Rio Guandu pelas grandes indústrias da região. A taxa de juros Selic A taxa de juros Selic nas alturas e a taxa de câmbio valorizada são respostas equivocadas ao gabarito correto da política econômica na atual conjuntura. A nosso ver, com essas respostas a Diretoria do Banco Central não passaria nas provas do Enem da política econômica.
Historicamente, já se constatou que é um equívoco usar a taxa de câmbio como instrumento da política de controle da inflação. A experiência do Plano Real ainda está fresca em nossa memória para condenar essa prática. O mesmo se pode dizer da fixação da taxa básica de juros Selic, com o mesmo objetivo. É óbvio que a taxa de juros pode ser o instrumento mais adequado para conter as pressões inflacionárias do excesso de procura agregada (consumo e investimentos). Neste momento, porém, em que não há uma coisa nem outra, a fixação da taxa real de juros mais alta do mundo evidencia uma total contradição com a política fiscal e a conjuntura de recessão. Em 2014 recaiu sobre o Tesouro Nacional um montante de R$ 311 bilhões de juros sobre a dívida pública. Como o governo não teve condições de pagar uma parcela mínima desses juros, a dívida pública subiu de 56,7% do PIB, em 2013, para 63,4% em 2014. A Selic foi o maior vilão da política fiscal. E tudo indica que continuará sendo em 2015.
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Estabilidade em janeiro Após atingir o menor valor da série histórica em dezembro, intenção de consumo registra pequena elevação mensal de 0,2% em janeiro, mostrando estabilidade pontual do índice
A
Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou alta de 0,2% (119,7 pontos) na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de 8,6% em relação a janeiro de 2014. Há alguns meses o grupo de Alimentos e Bebidas mostrava desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas na última divulgação, referente a dezembro, houve nova aceleração da inflação, com destaque para nova elevação no preço dos alimentos. O índice permanece acima da zona de indiferença (100,0 pontos), indicando um nível favorável. O grau de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou queda de 0,3% na comparação mensal. Já as famílias com renda acima de dez salários mínimos registraram elevação de 1,8%. O índice das famílias mais ricas está em 122 pontos, e o das demais, em 119,3 pontos. Na mesma base comparativa, os dados regionais revelaram que a maior retração
ocorreu na região Sul – de 3,5% –, e a melhor avaliação, na região Sudeste, com aumento de 1,8%. Leve melhora quanto ao mercado de trabalho O componente Emprego Atual registrou quedas de 0,6% em relação ao mês anterior e 4,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao Emprego Atual é de 43,1% – quesito que vem diminuindo a cada mês. Esse componente está bastante próximo do menor nível já registrado em sua série histórica, que ocorreu em julho do ano passado, quando ficou em 129,3 pontos. Atualmente, o índice está em 129,7 pontos. Em relação às regiões pesquisadas, Centro-Oeste, Nordeste e Sul têm as famílias mais confiantes em relação ao Emprego Atual (145,7, 134,3 e 131,5 pontos, respectivamente), com variações mensais de -0,3%, -0,6% e -2%, na ordem respectiva.
Intenção de consumo
SUDESTE
SUL
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Por outro lado, as regiões Norte e Sudeste registraram menor nível de confiança, contabilizando 126,9 e 123,9 pontos, respectivamente. Momento para Duráveis em queda O componente Nível de Consumo Atua l apresentou elevação de 1,9% em relação ao mês anterior e queda de 9,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado. A maior parte das famílias declararam estar com o nível de consumo igual ao do ano passado (34,2%), revelando uma pequena elevação em relação ao mês anterior. O índice está em 100,8 pontos, voltando a ficar acima da zona de indiferença, de 100 pontos. O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento ainda são os motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo. O componente Acesso ao Crédito registrou novamente quedas mensais e anuais, de 0,6% e 9,2%, respectivamente, atingindo o menor nível da série, com 123,4 pontos – mesmo patamar visto em novembro de 2014. O item Momento para Duráveis apresentou queda de 0,9% na comparação mensal. Em relação a 2014,
o componente mostrou queda de 12%. Em janeiro de 2015 ele obteve o menor valor da série histórica, com 97,2 pontos – abaixo, portanto, da zona de indiferença. Expectativas As famílias mostraram melhora nas perspectivas em relação ao mercado de trabalho na comparação mensal, com elevação de 2,1%. Em relação ao mesmo período do ano passado, porém, o componente registrou queda de 4,2%. A maior parte das famílias (58,9%) consideram positivo o cenário para os próximos seis meses. O índice ficou em 126,2, registrando um nível ainda favorável de satisfação (acima de 100 pontos). O item Perspectiva de Consumo registrou queda de 2,8% em relação a dezembro. Na comparação anual, o índice apresentou queda de 14,2% e atingiu o menor valor da série histórica, com 121,9 pontos. Na base de comparação mensal, as famílias com renda até dez salários mínimos mostraram queda de 3,4%, e aquelas com renda acima de dez salários, queda de 0,3%. A previsão da CNC é que as vendas do varejo cresçam 1,7% em 2015.
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Menos endividados no começo do ano Cautela em relação ao consumo, taxas de juros mais elevadas e os recursos extras recebidos com o 13º salário levaram, em janeiro, à redução não apenas do endividamento, mas também da inadimplência
O
percentual de famílias que relataram ter dívidas alcançou 57,5% em janeiro de 2015 – uma queda em relação tanto aos 59,3% observados em dezembro de 2014 quanto aos 63,4% de janeiro de 2014. É o que informa a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Acompanhando a redução do percentual de famílias endividadas, o índice de famílias com dívidas ou contas em atraso diminuiu na comparação mensal – de 18,5% para 17,8% do total. Também houve queda no percentua l de famílias inadimplentes em relação a janeiro de 2014, quando esse indicador alcançou 19,5% do total. O índice de famílias que declararam não ter condições de
pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou alta apenas na comparação mensal, recuando em relação ao mesmo período do ano anterior e alcançando 6,4% em janeiro de 2015, ante 5,8% em dezembro de 2014 e 6,5% em janeiro de 2014. A queda do número de famílias endividadas na comparação com o mês imediatamente anterior foi observada em ambas as faixas de renda. Na comparação anual, os dois grupos também apresentaram queda. Entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual daquelas com dívidas foi de 58,8% em janeiro de 2015, ante 60,6% em dezembro de 2014 e 64,9% em janeiro de 2014. Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de endividadas passou de 52,2%, em dezembro de 2014, para
Dívidas das famílias por modalidade
71,4%
18,4%
14,3%
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Carnês
Financiamento de carro
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Cartão de crédito
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50,8% em janeiro de 2015. Em janeiro de 2014 o percentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 55,6%. “O percentual de famílias com dívidas recuou em janeiro, alcançando o menor patamar desde junho de 2012, e esse resultado acompanhou a tendência observada no último trimestre de 2014, quando a cautela do consumidor em relação ao consumo, as taxas de juros mais elevadas e os recursos extras recebidos com o 13º salário levaram à redução não apenas do endividamento, mas também dos indicadores de inadimplência”, explica Marianne Hanson, economista da CNC. Segundo ela, a diminuição do número de famílias com contas ou dívidas reflete a moderação do crescimento do crédito para as famílias e o perfil mais favorável de endividamento, concentrando-se em modalidades de risco mais baixo e prazos mais longos, o que melhorou a percepção das famílias em relação ao seu endividamento e manteve a inadimplência em patamares baixos. Tempo de atraso Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi
de 61,4 dias em janeiro de 2015 – abaixo dos 63,3 dias de janeiro de 2014. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,0 meses, sendo que 25,5% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 33,0%, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu na comparação anual, passando de 29,8% para 29,5%, e 19,6% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas. Tipo de dívida O cartão de crédito foi responsável pelas dívidas de 71,4% das famílias, seguido por carnês (18,4%) e, em terceiro, por financiamento de carro (14,3%). Entre as famílias com renda até dez salários mínimos, cartão de crédito, por 72,5%, carnês, por 19,7%, e financiamento de carro, por 11,3%, são os principais tipos de dívida apontados. Já entre aquelas com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em janeiro de 2015 foram: cartão de crédito, para 66,3%, financiamento de carro, para 27,8%, e financiamento de casa, para 17,3%.
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Confiança menor em janeiro Cautela dos empresários pode ser reação natural à desaceleração típica do comércio no início do ano; por outro lado, avaliação dos estoques teve, em janeiro, terceira alta anual
A
queda mensal no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na passagem de dezembro para janeiro (-2,3%) pode ser interpretada como uma reação natural à desaceleração típica do comércio no início do ano. Entretanto, influenciado por percepções menos positivas das condições correntes – em especial as condições econômicas em geral –, o Icec acumulou seis meses de queda na comparação anua l, variando -2,4% entre janeiro de 2015 e o mesmo mês de 2014. Juros mais elevados e desvalorização do real provocaram correção na trajetória recente do subíndice que mede as expectativas (-2,3% na comparação anual).
Por outro lado, a recente recuperação das vendas do comércio levou a uma avaliação ligeiramente mais favorável (+0,6% sobre janeiro de 2014) do índice de investimentos. Nível de atividade atual segue determinante O subíndice que mede a percepção das condições correntes – Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) – foi, mais uma vez, o maior responsável pela queda no Icec, em particular no que se refere à avaliação das condições econômicas correntes, que variou -9,3% ante o mesmo mês do ano passado. Houve piora no ambiente econômico na opinião de 54,0% dos empresários entrevistados. Foram registradas quedas nesse quesito
Todos os componentes do Icec que medem expectativas recuaram em janeiro:
-1,6% Setor
-4,1% Economia
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-1,2% Empresa
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nas cinco regiões pesquisadas, com taxas que variaram de -7,9% (Nordeste) a -12,2% (Sul). A deterioração das avaliações do setor registrou a menor queda dos últimos seis meses. Considerando-se apenas as empresas entrevistadas, janeiro registrou o menor recuo dos últimos três meses. Essa perda de fôlego no grau de insatisfação das condições correntes do comércio pode estar associada à recuperação do ritmo de vendas. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, a média móvel trimestral do volume de vendas do varejo vem acelerando desde julho do ano passado. Expectativas Apesar da queda menos acentuada na avaliação das condições correntes, as expectativas para os próximos meses seguem apresentando deterioração. De forma semelhante ao Icaec, o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) registrou retrações nos seus três componentes (Economia/Setor/Empresa), sendo a avaliação da economia a maior responsável pelo recuo no otimismo. Nesse quesito, especificamente, também houve queda em todas as regiões consultadas, sendo a
maior registrada no Centro-Oeste (-8,1%), e a menor, no Nordeste (-2,3%). Moderação nos investimentos A avaliação do nível dos estoques do setor segue melhorando no comparativo anual, registrando, em janeiro, a terceira alta consecutiva (+2,0%). Isso revela que a diferença entre aqueles que percebem os estoques acima do adequado (18,9%) e os que o veem abaixo desse nível (17,1%) segue diminuindo e apresentando comportamento condizente com a recuperação gradual do nível de atividade do setor. A reaceleração das vendas tem afetado positivamente a propensão a contratar, levando esse quesito a registrar a maior alta nos últimos três meses (+3,9% ante janeiro de 2014). Contudo, a grande maioria (56,4%) pretende fazê-lo de forma moderada nos próximos meses. A expectativa da CNC é que o comércio encerre o ano com geração de aproximadamente 350 mil postos de trabalho. Com o custo do crédito no nível mais alto em 19 meses, a materialização de outros investimentos segue à espera de um ritmo de atividade mais intenso (-3,7% na comparação anual).
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TURISMO
Turismo de compras é tema de debate mundial CNC participa da I conferência da Organização Mundial de Turismo sobre o segmento de compras, que reuniu representantes de 155 países
A
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) participou da I Conferência Internacional sobre Turismo de Compras, no dia 29 de janeiro, em Madri, na Espanha. A CNC, que é membro filiado à Organização Mundial de Turismo (OMT), foi representada no evento pelo vice-presidente Carlos de Souza Andrade e pelo diretor e presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), Alexandre Sampaio de Abreu. No estudo Informe Global sobre Turismo de Compras, a OMT afirma que as parcerias público-privadas são essenciais para o crescimento da atividade e que esta deve ser um dos motores para a recuperação econômica e a geração de empregos no mundo. Para o presidente do Cetur da CNC, as compras são, hoje, um importante componente da cadeia de
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valor do turismo e podem promover a diversificação da atividade. “A possibilidade de compras é um dos fatores que influenciam a escolha do destino pelo turista e, em alguns casos, é o principal motivador da viagem”, afirmou Sampaio. O vice-presidente da CNC Carlos Andrade ressaltou a importância da Conferência, que apresentou as melhores práticas identificadas em destinos de todo o mundo. “Na reunião, tivemos a oportunidade de discutir e gerar conhecimento, além de contribuir com a promoção de políticas e instrumentos de apoio ao turismo no nosso estado”, afirmou Andrade. A Conferência da OMT contou com a participação de 155 países, seis membros associados e mais de 400 membros afiliados entre representantes do setor privado e foi realizada em paralelo à 35ª edição da Feira Internacional de Turismo (Fitur).
TURISMO
FNHRBS reúne-se com o secretário de Turismo da Bahia O presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares (FNHRBS), que também preside o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, Alexandre Sampaio, reuniu-se com o secretário de Turismo do Estado da Bahia, Nelson Pelegrino, no dia 16 de janeiro, em Salvador. O encontro foi para apresentar ao secretário um levantamento de todas as empresas baianas ligadas aos sindicatos filiados à Federação. “Nós temos mais de nove mil empresas ligadas aos nossos sindicatos na Bahia, e o Estado tem um grande potencial turístico. Tanto é que foi escolhido para alocarmos um escritório da Federação. Não tenho dúvida de que os desdobramentos da reunião serão positivos”, afirmou Sampaio. O levantamento apresentado ao secretário contém informações detalhadas sobre as empresas e demonstra a área de abrangência de cada entidade sindical. A intenção da Federa-
ção foi conhecer e levantar as necessidades de cada região, e as estatísticas devem colaborar para uma melhor programação das ações de desenvolvimento turístico no Estado. Também estiveram presentes na reunião o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Feira de Santana, Getúlio Andrade, e o presidente do Sindicato Patronal de Hospedagem e Alimentação de Itacaré, Ernani Pettinati.
Da esquerda para a direita: Alexandre Sampaio, Nelson Pelegrino, Ernani Pettinati e Getúlio Andrade
Câmara de Turismo do RN consegue redução do ICMS Demanda do setor turístico do Rio Grande do Norte encaminhada pela FecomércioRN ao governador, Robinson Faria, a redução do ICMS cobrado sobre o combustível da aviação, de 17% para 12%, pode gerar queda de até 40% no valor das passagens aéreas. O Decreto assinado em 26 de fevereiro passa a valer a partir do dia 1º de abril. A medida coloca a capital de volta ao roteiro das empresas aéreas, que haviam reduzido escalas no destino, o que se refletiu em queda de competitividade do setor. “A Fecomércio levantou, há cerca de dois anos, a bandeira da redução do ICMS sobre o querosene da aviação, como for-
ma de estimular o setor turístico. Incluímos esse pleito em documento entregue, no ano passado, ao então candidato e atual governador, Robinson Faria. Esse é um tema de interesse direto do empresariado do comércio, porque não há comércio forte no Rio Grande do Norte sem uma atividade turística pujante”, defende Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio-RN, que acompanhou a assinatura do Decreto. A redução do ICMS também foi tema abordado pela Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-RN no dia 2 de fevereiro, em reunião com o secretário Estadual de Turismo, Ruy Gaspar. Ao centro, Marcelo Queiroz, em reunião com os secretários de governo e representantes das companhias aéreas
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PRODUTOS CNC
Segs atua para melhoria de resultados Foco do Sistema de Excelência em Gestão Sindical a partir do ciclo 2015 é no desempenho das entidades sindicais
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esde 2008 o Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs) tem contribuído para promover melhorias na qualidade da gestão dos sindicatos e das federações. Para o seu oitavo ano de atuação, o programa recebeu inovações com foco nos resultados e na simplificação do processo, adequando-se aos anseios das lideranças sindicais. “O Segs, sendo uma metodologia que auxilia na gestão de uma entidade, precisava dar ao líder sindical essa capacidade de enxergar os resultados, que refletem o desempenho da sua entidade”, afirmou o gerente de Programas Externos da CNC, Rodrigo Wepster.
Os indicadores prioritários são: • Autossustentação • Adimplência da contribuição sindical • Associativismo • Imagem institucional • Ações de representação
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Entre as principais inovações está o novo modelo Construindo a Excelência, que simplifica o processo de avaliação das entidades. Além disso, o Critério 8, que trata dos resultados das entidades, foi renovado e definirá os indicadores sistêmicos que serão avaliados no Segs, permitindo estabelecer um banco de resultados estratégicos das entidades. Além das mudanças na metodologia, uma nova ferramenta digital se somará às capacitações, que já vêm sendo realizadas em ambiente virtual. Trata-se do Sistema de Gestão do Desempenho (SGD), pelo qual as avaliações serão feitas diretamente na Web, permitindo aos líderes gerenciar o desempenho de sua entidade e às entidades compartilhar informações entre si. “O novo sistema facilitará a análise e a apresentação dos resultados, bem como permitirá o acesso on-line aos dados históricos”, afirmou o assessor da Gerência de Programas Externos da CNC Alexandre Marcelo. Para Rodrigo Wepster, “A partir da visualização dos seus principais resultados, as entidades saberão em quais áreas da gestão devem atuar prioritariamente para melhorar seu desempenho, podendo fazê-lo de forma independente ou com o apoio das federações e da CNC”.
SISTEMA PONTOCOMÉRCIO DE VISTA
Brasil precisa de uma agenda de reforma O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, senador Armando Monteiro (PTB-PE), participou, em 2 de janeiro, de plenária na Fecomércio-SP, onde foi recebido pelo presidente da entidade, Abram Szajman. O encontro abordou questões trabalhistas e tributárias. Para o ministro, o Brasil tem que voltar a assumir uma agenda de reforma, fazendo “um esforço para promover a reforma num ambiente microeconômico”. Na avaliação de Monteiro, é necessário reduzir a complexidade do sistema, atuando para diminuir o número de obrigações. “O Brasil conta com 27 legislações diferentes de ICMS. É um manicômio tributário.” O ministro lembrou que o varejo é o maior empregador do Brasil. “E o varejo tem a capacidade de entender as mudanças econômicas que acontecem diariamente”, afirmou.
Ao analisar as mudanças ocorridas no cenário de exportações, Monteiro destacou que é necessário criar mecanismos de financiamento de seguros e garantias para reforçar uma política exportadora. Segundo ele, o Brasil deve praticar uma “política mais agressiva” em relação aos acordos comerciais.
Armando Monteiro e Abram Szajman: ideias em torno da simplificação das obrigações
Governo de Mato Grosso do Sul adere ao MS Competitivo O governo do Estado de Mato Grosso do Sul aderiu ao Programa Modernizando a Gestão Pública (PMGP), iniciativa do Movimento Brasil Competitivo (MBC) que auxilia o setor público a aumentar a capacidade de investimento por meio de ações como treinamento do corpo gerencial e de colaboradores. A adesão foi realizada no dia 10 de fevereiro, em cerimônia na sede da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems). Assinaram o convênio para adesão ao PMGP o governador do Estado, Reinaldo Azambuja, o presidente da FecomércioMS e do MS Competitivo, Edison Araújo, e o empresário Jorge Gerdau, presidente do MBC. O programa será custeado pela iniciativa privada. “O MS Competitivo busca sensibilizar o governo estadual desde a sua fundação.
Hoje o sonho se torna realidade”, avaliou Edison Araújo. “Acreditamos que este governo, com uma gestão norteada por critérios de qualidade, certamente superará a atual conjuntura e conquistará êxito no desenvolvimento socioeconômico de nosso estado”, completou Araújo.
Edison Araújo e o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, assinam o convênio
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SISTEMA COMÉRCIO
Alunos do Senac-AM realizam visita técnica à FAB No dia 11 de fevereiro, quarenta alunos da primeira turma do curso de Limpeza em aeronaves, realizado pelo Senac-AM, visitaram a Base Aérea de Manaus. O curso é novo e oferecido aos interessados por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O objetivo da visita foi aprender sobre limpeza em aeronaves militares e as especificidades dos modelos C-105 Amazonas, do Esquadrão Arara, e H-60 Black Hawk, do Esquadrão Harpia. Durante o encontro, os militares dos esquadrões ressaltaram a importância desse tipo de qualificação para que haja menor índice de riscos de incidentes provocados por procedimentos errados durante a limpeza de aeronaves. As informações sobre produtos utilizados, procedimentos de higienização mais adequaAlunos do curso de Limpeza em dos e as principais diferenças entre a limpeza de aeronaves conheceram na prática aviões comerciais e a de aviões militares como ambiente futuro de trabalho plementam as aulas teóricas dos alunos do curso.
Estilista firma parceria com Senac Minas
O estilista Ronaldo Fraga: de aluno a parceiro do Senac Minas
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O Senac em Minas Gerais firmou parceria com um dos maiores nomes da moda brasileira: Ronaldo Fraga. O estilista mineiro, que iniciou seus estudos de moda na instituição, agregará novidades e inovações aos cursos e ao portfólio do Senac. O objetivo principal é qualificar ainda mais os alunos, para que atendam à real demanda do mercado, tornando-os diferenciados e com fácil absorção no mercado de trabalho. Para Ronaldo Fraga, o grande desafio do novo trabalho é proporcionar aos alunos um aprendizado de modo diferente. “Além de utilizar a criatividade, as técnicas e as inovações, vamos trabalhar também a apropriação cultural”, afirma. Andrea Azevedo, especialista em Moda do Senac-MG, complementa: “Ronaldo valoriza nosso país e nossa cultura, resgatando o valor do artesanal e do feito à mão. Seu estilo de trabalhar está muito conectado com a formação do nosso aluno”.
HISTÓRIA EM IMAGEM
(REUTERS/Alkis Konstantinidis)
Dilema grego A queda de braço entre o governo de coalização de esquerda do premiê Alexis Tsipras e a chamada troika – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI – manteve a Grécia no centro das atenções nas últimas semanas. Após o acordo que estendeu por mais quatro meses a ajuda financeira ao país, os aliados do governo manifestaram insatisfação, principalmente com as promessas de se manterem as privatizações e os fortes cortes de despesas. Para alguns analistas, a Grécia está novamente às portas de um colapso, com reais chances de abandonar o euro. Na foto, uma homem caminha pelas ruas de Atenas, onde hoje há mais dúvidas do que certezas.
venha experimentar a terra dos 5 sentidos Inscreva-se e participe do maior evento do comércio de bens, serviços e turismo. De 15 a 17 de abril LOCAL: Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso Informações: Secretaria Geral 82 3026-7222 - 3026-7214 Site: www.31cnsp.com.br /31cnsp
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