CNC Notícias 186

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Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

ABRIL 2016 | ANO XVI | www.cnc.org.br

UMA SAÍDA PARA A ECONOMIA Comércio exterior reúne condições para ajudar o País a sair da crise, mas ainda tem muitos desafios para vencer

CNC participa do lançamento do Pronatec 2016 pág.

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Conselho Nacional de Imigração é destaque em fórum da OIT pág.

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Renovação e mudança Alguns leitores já terão percebido. Esta edição da CNC Notícias marca a estreia do novo padrão gráfico e editorial da revista. Um esforço para tornar a leitura mais agradável, com a adoção de recursos visuais e de diagramação mais modernos. Além do novo projeto gráfico, há também mudanças na distribuição das informações e nos nomes das editorias. É a evolução de um projeto que procura estar sempre alinhado com as diretrizes e necessidades da entidade que é sua razão de ser. O que não muda é o compromisso de levar sempre, da melhor forma, conteúdo relevante para os leitores dos diversos segmentos alcançados pela revista. Essa modernização da CNC Notícias se materializa exatamente no momento em que o País também passa por importantes mudanças. Os cenários político e econômico, que vieram se deteriorando nos últimos dois ou três anos, chegaram a um ponto em que forçam o Brasil a se reencontrar consigo mesmo. As instituições precisam funcionar, decisões precisam ser tomadas, reformas precisam avançar para que o País possa vencer a grave crise que paralisou sua economia e tantos prejuízos vem trazendo para os empresários e para a população. A matéria de capa desta edição aponta para um caminho possível de retomada do crescimento. É o comércio exterior, que, com o potencial de uma nação rica em recursos naturais e uma indústria diversificada, pode ser um dos pilares sobre os quais o Brasil irá se reerguer. Nem os empresários do comércio de bens, serviços e turismo, nem as entidades do Sistema CNC são espectadores passivos deste momento difícil da vida nacional. As novas páginas da Revista CNC Notícias traduzem a renovação diária da disposição desses empresários e também dos líderes sindicais do comércio e profissionais de todos os níveis que emprestam seu talento para construir a grandeza e a relevância do nosso Sistema. Boa leitura!


CNC NOTÍCIAS Ano XVI, n° 186, Abril, 2016

Presidente: Antonio Oliveira Santos Vice-presidentes: 1º - Josias Silva de Albuquerque, 2º - José Evaristo dos Santos, 3º - Laércio José de Oliveira. Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Carlos de Souza Andrade, José Marconi Medeiros de Souza, José Roberto Tadros, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Carlos Bohn e Luiz Gastão Bittencourt da Silva. Vice-presidente Administrativo: Darci Piana Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira Diretores: Aldo Carlos de Moura Gonçalves, Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Araújo, Eliezir Viterbino da Silva, Euclydes Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Itelvino Pisoni, José Arteiro da Silva, José Lino Sepulcri, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Paulo Sérgio Ribeiro, Pedro José Maria Fernandes Wähmann, Raniery Araújo Coelho, Sebastião de Oliveira Campos e Wilton Malta de Almeida. Conselho Fiscal: Domingos Tavares de Souza, José Aparecido da Costa Freire e Valdemir Alves do Nascimento. GABINETE DA PRESIDÊNCIA Lenoura Schmidt (Chefe) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - CNC REDAÇÃO Editora-chefe: Cristina Calmon Editor Executivo: Celso Chagas (Mtb 30683) Reportagem: Celso Chagas, Edson Chaves, Geraldo Roque, Joanna Marini, Luciana Neto e Marcos Nascimento Projeto gráfico: Programação Visual/Ascom Diagramação e ilustração: Carolina Braga Revisão: Luciene Gonçalves Impressão: WalPrint Gráfica e Editora

CNC - RIO DE JANEIRO Av. General Justo, 307 PABX: (21) 3804-9200

COMÉRCIO EXTERIOR

Especialistas e empresários falam sobre o potencial do comércio exterior para auxiliar o País na saída da crise econômica, que ainda aguarda uma decisão do momento político. Investimento em exportação de manufaturados, aumento da competitividade e persistência no mercado externo são alguns dos fatores a serem observados pelos empresários que atuam no setor.

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CEP: 20021-130

CNC - BRASÍLIA SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP: 70041-902 PABX: (61) 3329-9500/3329-9501 Contatos Assessoria de Comunicação CNC Telefone: (21) 3804-0374 E-mail: ascom@cnc.org.br www.cnc.org.br

ENTENDENDO NOSSOS ÍCONES

Análise conjuntural / sociedade / mundo empresarial Conteúdos socioeconômicos que gerem resultados positivos e desenvolvam a sociedade.


CÂMARAS DO COMÉRCIO

TRABALHO DA CNIG RECONHECIDO PELA OIT

Realizadas em março, as reuniões das câmaras setoriais da CNC que abordam comércio exterior, serviços imobiliários e serviços terceirizáveis puderam expor e debater os principais desafios dos setores e ideias que podem ampliar e fortalecer a representatividade.

Apresentado pela chefe da Assessoria junto ao Poder Executivo da CNC, Marjolaine Canto, o trabalho do Conselho Nacional de Imigração (CNIg) foi destaque em fórum da Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizado em março, em Brasília.

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RENALEGIS

Em reunião, secretário do MDIC destacou a importância da Rede Nacional de Assessorias Legislativas como parceira do governo na construção de políticas públicas.

21 TURISMO

VITRINE ......................................................................... 4 INTERESSE DO COMÉRCIO.......................................... 6 CAPA............................................................................. 8 REUNIÃO DA DIRETORIA ............................................ 14 INSTITUCIONAL .......................................................... 16 NO RADAR .................................................................. 30

Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC propôs união da hotelaria no combate ao Aedes aegypti, com assinatura de um convênio entre entidades.

ECONOMIA.................................................................. 32

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GESTÃO SINDICAL...................................................... 42

TURISMO..................................................................... 38

NOTAS E FATOS.......................................................... 44

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Fecomércio-RN reúne diretoria e colaboradores para a elaboração do novo planejamento estratégico da entidade, no âmbito do Segs, com auxílio da CNC.

COMÉRCIO EM AÇÃO................................................. 46

42 Trabalhos técnicos Pesquisas, avaliações, posicionamentos.

Representação, defesa e desenvolvimento do sistema Temas político-econômicos que influenciem a comunidade empresarial do comércio de bens, serviços e turismo para o desenvolvimento do país.


VITRINE

Licença-paternidade aumenta para 20 dias para funcionários do Empresa Cidadã Promulgada em março, a lei que implementa o Marco da Primeira Infância concede a ampliação da licença-paternidade para 20 dias. A regra se aplica apenas a funcionários de empresas que participam do programa Empresa Cidadã, criado pelo governo federal em 2009. Para ter o benefício, os empregados devem também estar inscritos em programa de orientação sobre paternidade responsável. A lei prevê que a pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do imposto devido o total da remuneração integral do empregado pago nos dias de prorrogação de sua licença-paternidade, vedada a dedução como despesa operacional. LIVRO Os advogados Joandre Antonio Ferraz, Christiane Ferraz Tambellini, Josebel Tambellini e Patrícia Leal publicam, pela Editora Baraúna, o Manual Jurídico para Agências de Turismo. Organizado em perguntas e respostas, o Manual tem o objetivo de ser uma referência prática dos principais aspectos jurídicos que permeiam as atividades das agências de turismo. O livro trata da regulamentação das atividades das agências e das relações jurídicas compreendidas por sua intermediação remunerada entre fornecedores e consumidores de serviços turísticos. Os autores integram a Joandre Ferraz Advogados Associados, que atua na assessoria de entidades representativas das agências de turismo, como o Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo (Sindetur-SP), parceiro na publicação da obra. O Manual pode ser adquirido pelo site www. editorabarauna.com.br

Brasileiros já usam mais smartphones do que computadores para acessar a internet Os smartphones ultrapassaram os computadores e se tornaram os aparelhos preferidos do brasileiro para se conectar à internet em 2014, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados referentes a 2014 indicam ainda, pela primeira vez, que a internet chegou a mais da metade das Casas brasileiras: casas brasileiras. 29,6 milhões das 36,8 milhões de casas 80,4% conectadas dispõem de 2014 um telefone com internet móvel para sem internet se conectar, o que representa 80,4% do total. Fonte: Pnad/IBGE

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VITRINE

LIVRO Um dos maiores pensadores, filósofos e comunicólogos da era contemporânea, Umberto Eco deixou um legado de estudos e teorias sobre o comportamento humano, além de contribuir para a literatura com romances como O Nome da Rosa. Falecido em fevereiro, Eco já havia publicado seu último livro, Número Zero, que traz pitadas do realismo que sempre permeou suas obras. O livro traz as descobertas de um jornalista que trabalha em um periódico cuja intenção é criar doze “edições zero”, jornais de teste que talvez nunca sejam lançados. Além de retratar as nuances do jornalismo atual, com críticas às mídias digitais, Eco aborda a formação da sociedade italiana, revirando impérios, grupos mafiosos, religiosos, empresários e políticos. Publicado pela Objetiva, Número Zero é o primeiro romance do autor a tratar de uma época tão recente da história e é best-seller em vários países.

Bom atendimento ainda é o principal para clientes Uma pesquisa do Centro de Estudos e Tendências da Atento, multinacional de contact center, constatou que, no que se refere às expectativas dos clientes, eles ainda esperam o básico das empresas. Dentre os entrevistados, 80% disseram que o atendimento ruim é a razão principal que faz com que deixem de ser clientes de uma determinada companhia. Outros 35% responderam que perceber que estão pagando mais caro por um serviço do que um cliente novo também tira os consumidores do sério. Por outro lado, 72% das pessoas apontaram a qualidade dos produtos/serviços como o item essencial capaz de garantir sua fidelização. Na sequência, aparecem tratamento especial (39%) e aviso antecipado de promoções e novidades (10%).

CSJT promove a Semana Nacional da Conciliação Trabalhista O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) promoverá, de 13 a 17 de junho, em todas as regiões da Justiça do Trabalho, a Semana Nacional da Conciliação Trabalhista. Realizada anualmente no âmbito dos órgãos da Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus, o evento tem o objetivo de implementar medidas que proporcionem mais rapidez aos processos trabalhistas e favorecer o diálogo entre as partes na conciliação de processos. A iniciativa busca também ressaltar a importância da conciliação, um dos pilares do processo do trabalho, e contribuir

para a cultura da solução consensual dos litígios. A proposta foi vista com bons olhos pelo presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos. “Parabenizo o Conselho Superior da Justiça do Trabalho por esta importante iniciativa”, afirmou o presidente da Confederação.

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INTERESSE DO COMÉRCIO

Formação das expectativas Em artigo, presidente da CNC elenca informações que traçam um cenário segundo o qual a atual recessão deve perdurar para além das projeções mais pessimistas. O reflexo disso? A incerteza que atinge todo o País

No campo econômico, as expectativas dos agentes em relação ao futuro têm o condão de se transformar no mundo real. Tendo como pano de fundo a queda do PIB da ordem de 3,8%, em 2015, e de uma nova queda da mesma proporção já estaria “contratada” para 2016. O pessimismo em relação ao comportamento futuro da economia está aprofundando a recessão, cuja face mais perversa é o crescente nível do desemprego. Esse clima de desalento está configurado em indicadores antecedentes, assim chamados porque buscam prever a marcha da economia. Entre tais indicadores destacam-se o Índice de Confiança do Consumidor calculado pela FGV e os Índices de Confiança do Empresariado na área do Comércio e da Indústria, calculados respectivamente pela CNC e CNI. Os últimos valores divulgados (janeiro de 2013) apontam para o índice 67,9 no caso do consumidor, 80,9 e 38,5 para o empresariado do comércio e da indústria, respectivamente. Os dois primeiros índices têm como linha de corte, que separa o otimismo do pessimismo, o índice 100 para o comércio e o índice 50 para a indústria. Qualquer que seja o índice predomina o pessimismo em relação ao futuro.

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Quais seriam os fundamentos e as razões desse pessimismo, agora cristalizado num quadro de recessão? Antes de tudo, o descumprimento da meta de inflação e a revisão para menos do superávit primário, no âmbito fiscal. Nos últimos anos, o centro da meta de inflação de 4,5% ao ano não foi alcançado e, sim, substituído, dada a margem de tolerância de dois pontos percentuais, pelo seu limite superior de 6,5%. No momento atual, a taxa de inflação rompeu a fronteira psíquica dos 10% ao ano, como síntese da alta dos preços. Quanto ao superávit primário, instrumento para manter a dívida pública sob controle, em anos recentes oscilou entre 2 e 3% do PIB, mas, depois de estimar 1,2% para este ano de 2016, a proposta governamental é de reduzi-lo para 0,5% do PIB. Redução imposta no quadro recessivo pela queda de receita via impostos diante de despesas incompressíveis, por compulsórias. Que pode ainda levar à transformação do superávit em déficit primário. Mas há mais. Os principais vetores do que se convencionou chamar de “nova matriz econômica” estão identificados nos juros mais baixos, expansão fiscal com ênfase em gastos sociais e crédito


Imagem: Cristina Bocayuva

INTERESSE DO COMÉRCIO

Quais seriam os fundamentos e as razões desse pessimismo, agora cristalizado num quadro de recessão? Antes de tudo, o descumprimento da meta de inflação e a revisão para menos do superávit primário, no âmbito fiscal.” ANTONIO OLIVEIRA SANTOS Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

abundante, este último para inflar a demanda global, o todo constituindo bizarra abordagem keynesiana. É bem verdade que os Programas de Aceleração do Crescimento (sic) contêm em sua pauta investimentos na infraestrutura econômica. Mas tais investimentos como obras complexas, desdobradas em segmentos do projeto global, apresentaram claros problemas de gestão, a começar pelo atraso na emissão da licença ambiental e deficiências do projeto básico, terminando no estouro dos cronogramas. Um caso extremo é o da Ferrovia Norte-Sul, cuja construção, iniciada durante a Presidência Sarney, até hoje está inconclusa e com problemas de traçado. Outros projetos são a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia de Integração OesteLeste. No primeiro caso, os trabalhos começaram em 2005, o eixo Leste deveria estar concluído em 2010 e o eixo Norte em 2012. A conclusão dos dois eixos foi, primeiro, adiada para 2015 e, agora, mais uma vez adiada para 2017. No segundo caso, o da Ferrovia da Integração, os trabalhos tiveram início em fins de 2010, com previsão de término em meados de 2013, já adiado para 2018 pelo atraso cumulativo. Tais atrasos decorrem, provavelmente, da deficiência do planejamento, comprometido por motivações políticas.

Seja como for, tais atrasos, que parecem ser a regra nos investimentos de infraestrutura, têm custos diretos e custos de oportunidade, nada desprezíveis. O assalto de que foi alvo a Petrobras, no qual o cartel das grandes empreiteiras operou como fonte dos subornos, ainda não terminou, em seus desdobramentos. Pela dimensão da empresa e sua posição na cadeia produtiva, com toda sorte de interações sobre a malha industrial, os estragos decorrentes do aparelhamento político ainda não estão totalmente estimados. O certo é que o drama da petroleira atinge severamente a economia dos Estados produtores e é uma das causas importantes do nível de desemprego. Se a tudo isso se somar a cotação internacional do barril de petróleo, o Eldorado do pré–sal pode transformar-se em miragem. Mas há mais. A intercessão da crise econômica com a crise política tem como ingrediente a difícil relação entre Executivo e Legislativo, e a resultante de tudo isso é que um véu de incerteza cobre o País e repercute sobre a sociedade, moldando as expectativas do pessimismo. A única certeza é de que a reversão vai estar ainda muito longe.

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CAPA

Comércio exterior pode ajudar a levantar a economia Mesmo com queda nas exportações e importações, o comércio exterior mostra um grande potencial para ser o motor que o País precisa para driblar a atual crise econômica. Empresários e especialistas do setor falam sobre os principais desafios e o que precisa ser realizado para que o Brasil possa zarpar e navegar em águas mais tranquilas.

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CAPA

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CAPA

Brasil: mais competitividade para fazer frente ao mercado externo O ano de 2015 ficará na memória do empresariado brasileiro como o ápice da crise econômica recente do País. Após uma onda de crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB) terminou o ano passado com uma queda de 3,8% em relação a 2014, a maior retração desde 1990. Com isso, somado ao agravamento da crise política enfrentada pelo País, 2016 já contava com previsões pessimistas para a economia desde o seu início. Pela CNC, por exemplo, a expectativa é de queda de 3,4% no PIB e uma retração de 8,8% nas vendas do varejo ampliado. Em meio a esse cenário, agora ainda mais incerto com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em curso, o empresário precisa detectar oportunidades para conseguir sobreviver. A solução para a saída da crise, no entanto, talvez possa estar fora do alcance das vistas: é preciso olhar para o exterior.

A importância do comércio exterior Apesar de também sofrer com os impactos da crise econômica, a atividade de comércio exterior pode ser um dos pilares de salvação da economia brasileira. Em março, a balança comercial fechou com saldo positivo de US$ 4,435 bilhões, o melhor resultado para o mês em 28 anos, resultado de um aumento na procura por commodities gerado pela queda nos preços (embora o resultado tenha sido de queda de

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5,8% nas exportações e de 30% nas importações em relação a março de 2015). Ao olhar para o primeiro trimestre de 2016, as exportações tiveram queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A retração também se deu nas importações (-33,4%), resultando em um saldo de US$ 8,401 bilhões. “Isoladamente, o resultado é um bom número, mas temos que avaliar que esse superávit foi obtido com a forte queda nas importações e também nas exportações. Ou seja, são dois fatores negativos que acionam reservas, mas não acrescentam nada”, afirmou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Para empresários e especialistas que atuam no comércio exterior, aumentar as exportações brasileiras parece ser a saída para que o setor possa decolar e auxiliar o País na retomada da economia. No entanto, o Brasil precisa vencer muitos desafios antes de fazer o barco zarpar e tomar o rumo certo.

‘Custo Brasil’ e a baixa competitividade dos produtos nacionais O primeiro grande desafio é a baixa competitividade dos produtos nacionais em relação aos produtos estrangeiros. Apesar de as commodities ocuparem posição de liderança no mercado, por conta da extensão territorial e da riqueza do Brasil, os


Imagem: Carolina Braga/CNC

CAPA

Dentro do quadro recessivo que atravessamos, a exportação apresenta-se como uma solução para tentarmos minorar esses efeitos, proporcionando a manutenção de empregos e criação de renda. Para isto é necessário uma política comercial ativa que garanta mercado externo para os produtos brasileiros.” Rubens Medrano, coordenador da CBCex

produtos manufaturados sofrem com o baixo potencial competitivo do País frente aos demais concorrentes. Vários problemas estruturais incidem sobre a indústria nacional, como altos custos de produção, carga tributária elevada, infraestrutura deficiente e cara, obsolescência de maquinário e equipamentos de produção, entre outros. É o chamado Custo Brasil. “Estes são fatores impeditivos e que nos tiram as chances de competir no mercado internacional de uma maneira sustentável”, afirmou Rubens Medrano, empresário e coordenador da Câmara Brasileira de Comércio Exterior (CBCex) da CNC. O excesso de burocracia e a falta de investimentos em logística também impedem um bom desempenho frente aos competidores estrangeiros. “A precária infraestrutura, como estradas, ferrovias e portos, leva a perdas de parte da produção, o que limita o potencial das exportações. Além disso, a burocracia causa demasiada demora no escoamento de produtos. Assim há necessidade de criar estruturas de armazenagem. Esses aspectos, mesmo contrapostos aos incentivos, ainda restringem as exportações”, afirmou o vice-presidente Administrativo da CNC e presidente da FecomércioPR, Darci Piana. Para reduzir o Custo Brasil, são necessários investimentos por parte dos empresários brasileiros,

mas também do governo federal. “O Brasil precisa fazer o dever de casa. Fazer reformas estruturais, especialmente nas áreas tributária, previdenciária e trabalhista. Reduzindo o nosso Custo Brasil, vamos aumentar a nossa competitividade no mercado internacional e passaremos a exportar mais produtos manufaturados do que o volume atual”, disse José Augusto de Castro.

Uma luz no fim do porto Mesmo diante de tantos desafios, a esperança no comércio exterior ainda é grande. Na última reunião da CBCex, realizada no dia 18 de março (veja mais na página 18), o consultor Econômico da CNC, Ernane Galvêas, afirmou: “O comércio exterior pode ser a esperança de que a economia tenha alguma recuperação”. A opinião é compartilhada por outros empresários e representantes do setor. “Dentro do quadro recessivo que atravessamos, a exportação apresenta-se como uma solução para tentarmos minorar esses efeitos, proporcionando a manutenção de empregos e criação de renda. Para isto é necessária uma política comercial ativa que garanta mercado externo para os produtos brasileiros”, afirmou Rubens Medrano. O presidente da Feaduaneiros, Daniel Mansano, também corrobora esta opinião: “O comércio exterior

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As empresas exportadoras devem focar no mercado externo, tentando aproveitar o real mais competitivo. O aumento da produtividade e a redução de custos também são aspectos importantes, através da capacitação da mão de obra e modernização do processo produtivo.”

Imagem: Carolina Braga/CNC

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Darci Piana, vice-presidente Administrativo da CNC

amplia o nível de produção e diversifica o parque industrial nacional, além de estimular o comércio em todos os setores, com a criação de milhares de postos de trabalho e o aumento da arrecadação, além de gerar divisas, no caso das exportações”. O Banco Central prevê que, em 2016, o Brasil deve receber US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros. Só em janeiro entraram no País US$ 5,5 bilhões, US$ 1 bilhão acima do previsto. Apesar de ser um valor menor do que o recebido em 2015 (US$ 75 bilhões), a quantia significa que o Brasil ainda tem um grande potencial no mercado estrangeiro. “Existe uma disponibilidade muito grande de dinheiro a custo barato no mercado internacional, que, aliado ao momento adverso por que passa a economia mundial, encontra em mercados emergentes como o Brasil oportunidades de bons investimentos, apesar dos riscos que possam eventualmente apresentar essas economias”, enfatiza Medrano. É preciso lembrar que o Brasil perdeu recentemente o grau de investimento positivo dado por agências de classificação de risco, tornando-se um local de investimento arriscado, sem selo de bom pagador. “Há uma redução natural por conta dessas perdas, mas qualquer investimento é bem-vindo”, afirmou José Augusto de Castro, presidente da AEB. Já Darci Piana lembra que investidores internacionais ainda aguardam o desenrolar das questões políticas do País.

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Como os empresários podem aproveitar o cenário? Na crise, surgem oportunidades, e são para elas que os empresários do setor devem olhar. “O empresário brasileiro é arrojado e tem a necessária criatividade para crescer e encontrar as oportunidades nos momentos de crise. Estes são os momentos para efetuar as mudanças necessárias e aprimorar os nossos modelos de gestão”, comentou Rubens Medrano. Romper as amarras tradicionais e descobrir nichos no mercado externo que se adaptem melhor ao produto também são questões a serem observadas. “As empresas exportadoras devem focar no mercado externo, tentando aproveitar o Real mais competitivo no mercado. O aumento da produtividade e a redução de custos também são aspectos importantes, através da capacitação da mão de obra e modernização do processo produtivo”, afirmou o vice-presidente da CNC Darci Piana. Também é preciso atentar para a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. “É imperioso que as empresas do setor procurem se adequar sem prejuízo da qualidade dos serviços prestados. O que importa para o tomador de serviços é a qualidade destes, e por isso essas organizações têm de manter um alto padrão técnico no exercício de suas atividades, pois este é e sempre será o diferencial que será notado pelo usuário


CAPA

no item competitividade”, afirmou Daniel Mansano, da Feaduaneiros.

Representatividade A atuação da CNC na defesa do comércio exterior ganhou mais peso com a criação da Câmara Brasileira de Comércio Exterior (CBCex). No entanto, a representatividade da Confederação se consolida com diversas ações, seja por parcerias com a AEB e com a Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), seja pela atuação na representação em diversos órgãos, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Mercosul. “Para a AEB, é fundamental essa parceria com a CNC, pois ela abrange outros horizontes do comércio de

bens, serviços e turismo e amplia o debate. Muitas entidades ligadas à CNC vão poder discutir mais o comércio exterior através da CBCex. Da mesma forma, as empresas que antes não exportavam passarão a ter a oportunidade de exportar, seja através de obtenção de informações ou por meio de apoio técnico da AEB para a realização da exportação. É uma parceria que é positiva para a AEB, para a CNC e principalmente para o comércio exterior”, disse José Augusto de Castro. “Tenho a plena convicção de que o empresariado brasileiro do comércio, apoiado pelo prestígio e atuação da CNC nos mais diversos fóruns, sejam governamentais ou privados, estará contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento e crescimento da economia brasileira”, complementou Rubens Medrano, coordenador da CBCex.

Comércio eletrônico: ferramenta para importações Na contramão da crise, o comércio eletrônico registrou um crescimento de 15,3% em 2015. Isso se reflete ainda nas compras internacionais. Segundo a E-bit/Buscapé, os brasileiros gastaram US$ 2,02 bilhões em sites internacionais de compras, o valor é maior do que o registrado em 2014 mesmo com a alta do dólar. “Essa prática de compra em sites internacionais ganhou tração nos últimos cinco anos, principalmente com o real valorizado entre 2011 e 2014”, afirmou Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Fecomércio-SP, cofundador da E-bit e diretor de Relações Institucionais do Buscapé Company. Ao que tudo indica, esta atividade veio para ficar. “O e-commerce é um fator de estímulo importantíssimo não somente ao comércio doméstico como ao comércio internacional, seja do lado da importação ou da exportação”, afirmou Rubens Medrano, coordenador da CBCex. Apesar desse estímulo nas importações por meio do comércio eletrônico, as exportações ainda têm pouco a se beneficiar, devido à falta de estrutura do País e outros fatores importantes, como barreiras alfandegárias e tarifárias. “Os empresários que queiram exportar precisam entender como posicionar os produtos que serão comercializados, havendo mais espaço para mercadorias nacionais que não são encontradas facilmente em outros países. Um exemplo seriam os produtos artesanais, alimentícios, produzidos com matéria-prima genuinamente brasileira, e artigos de decoração com materiais encontrados somente no Brasil”, disse Pedro Guasti. Veja entrevista completa com Pedro Guasti no site da CNC, através do link http://bit.ly/PGuasti_CNC

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REUNIÃO DE DIRETORIA

Ações hoje para garantir o amanhã Diretores da CNC avaliam como lidar com questões como o déficit da Previdência Social

Problema já enfrentado por diversos países, a situação da Previdência Social brasileira foi um dos pontos discutidos na reunião de Diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada pela entidade dia 10 de março, no Rio de Janeiro. “Somos todos empresários e sabemos que há que modificar a Previdência Social porque, senão, ela quebra. Nessas modificações, estamos colocando, ao menos, três itens principais: a idade mínima de aposentadoria, o tempo de contribuição, e homens e mulheres na mesma categoria”, afirmou o presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, resumindo a preocupação comum a presidentes de federações de comércio de todo o País. Os gastos previdenciários vêm crescendo muito nas últimas décadas - as despesas com os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobem cada vez mais, abocanhando fatia importante do PIB. E projeções apontam para o envelhecimento rápido da população brasileira, o que pode impactar mais ainda, e de forma negativa, as contas públicas. O assunto é pauta permanente dos diretores e técnicos da Confederação.

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Imagem: Christina Bocayuva

REUNIÃO DE DIRETORIA

Entidades do comércio se mobilizam no combate ao mosquito Aedes aegypti Outro tema abordado na reunião foi o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. “Fomos demandados pelo governador do Estado da Bahia no sentido de nos engajar na campanha. Constituímos uma comissão com a Fecomércio-BA, o Sesc e o Senac, e, aqui chegando, conheci o trabalho do diretor do Departamento Nacional do Sesc, Carlos Artexes, sobre o tema, que me deixou muito satisfeito”, disse Carlos Andrade, vice-presidente da Confederação e presidente da Federação baiana de Comércio. “O Sesc já se engajou e, na nossa estrutura, é o organismo que deve participar de iniciativas ligadas ao tema”, apontou Oliveira Santos. O Sistema CNC-Sesc-Senac é parceiro do Ministério da Saúde no combate à dengue, divulgando as campanhas governamentais. No dia 28 de janeiro, por exemplo, o Departamento Nacional do Sesc realizou uma ação de capacitação, o Sesc Alerta - Combate ao Aedes aegypti, Dengue, Zika e Chikungunya. O evento teve a participação de Denise Valle, bióloga e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, e de Renata Beranger, médica infectologista do Hospital Samaritano.

O Departamento Nacional do Senac também está realizando ação de prevenção para os colaboradores, assim como a CNC. Alexandre Sampaio, presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação e presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), falou da assinatura de um convênio para o combate ao Aedes aegypti com as principais entidades da hotelaria brasileira. “É o primeiro convênio concreto com engajamento de funcionários de hotéis do Brasil inteiro para o combate a essas doenças e ao mosquito, dentro das empresas e extensivo aos hóspedes. É também o primeiro evento que envolve o turismo nacional patrocinado a partir da campanha desenvolvida pelo Sesc”, disse. Outro tema abordado pelo presidente da Cetur foi a sugestão de um trabalho conjunto entre FNHRBS e as Câmaras Empresariais de Turismo das Federações de Comércio com foco no turismo religioso. “É uma grande vertente. Na possível dificuldade que teremos pós-Olimpíada e com todos os problemas que o Brasil está enfrentando, o turismo religioso, mais engajado e de melhor nível, pode ser uma grande saída para o desenvolvimento do setor.”

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INSTITUCIONAL

Imagem: Divulgação/Sesc

Ministro da Educação elogia diversidade e inovação da Escola Sesc de Ensino Médio

Da esq. p/ dir.: Antonio Oliveira Santos, Claudia Fadel, Laércio Oliveira, Aloízio Mercadante, Josias Albuquerque, Sidney Cunha e Carlos Artexes Simões.

Uma escola inovadora. Foi assim que o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, se referiu à Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio de Janeiro, onde esteve em visita, ao lado do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, no dia 10 de março. “Eu queria dizer três coisas para vocês. Primeiro, estudem. Segundo, estudem. E terceiro, podem jogar bola, passear, mas estudem também porque o Brasil precisa de vocês e, estudando, vocês podem escolher o que vão fazer”, aconselhou o ministro durante o encontro com os estudantes no auditório da Escola. “Vocês estão com todas as chances da vida em uma escola tão linda, tão bonita e tão inovadora como esta”, completou. Mercadante conheceu o local após convite do presidente Antonio Oliveira Santos. O ministro lembrou a importância dessa diversidade cultural presente na Escola e pediu que eles não esquecessem de onde vieram. “O que nós queremos é que, quando forem pra universidade por cota ou como bolsistas, voltem à sua antiga escola pública para fazer uma palestra e contar qual é o caminho para chegar aonde vocês chegaram”, disse.

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Estiveram presentes os vice-presidentes da CNC, Josias Albuquerque e Laércio Oliveira; a chefe de Gabinete da Presidência da Confederação, Lenoura Schmidt; o diretor-geral do Sesc, Carlos Artexes; o diretor-geral do Senac, Sidney Cunha; a diretora da Escola Sesc de Ensino Médio, Claudia Fadel; e a diretora de Educação Profissional do Senac, Anna Beatriz Waehneldt.

Parlamentares conhecem o Sesc No dia seguinte, 11 de março, deputados federais da bancada do Rio de Janeiro visitaram as instalações da Escola Sesc e também as dependências onde funciona o Departamento Nacional do Sesc. Estiveram presentes os deputados Alessandro Molon (Rede), Clarissa Garotinho (PR), Simão Sessim (PP) e Wilson Bezerra (PMDB). Após a visita, os parlamentares almoçaram com os alunos, na presença do deputado Laércio Oliveira; do diretor-geral do Sesc, professor Carlos Artexes; do chefe da Assessoria Legislativa da CNC, Roberto Velloso; do ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Marco Antonio Vilaça; e da diretora da Escola Sesc, Cláudia Fadel.


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CNC participa de cerimônia de lançamento do Pronatec 2016

“Esse programa é fundamental para o País superar a crise porque ele tem a condição de elevar a capacidade produtiva dos brasileiros e do Brasil, especialmente nas áreas de tecnologia e inovação”, disse Laércio, acrescentando que começou sua vida profissional fazendo um curso do Senac. Durante o evento, discursaram dois jovens que ficaram em primeiro lugar no quadro geral de medalhas da WorldSkills, principal competição de educação profissional do mundo, realizada em agosto do ano passado, em São Paulo. Foi a melhor colocação brasileira na história do evento, superando até o vice-campeonato conquistado na Inglaterra, em 2011. Dos 56 participantes nacionais mais competitivos, 47 haviam feito o Pronatec.

Em seu discurso, Laércio Oliveira destacou ainda que o Senac e o Sesc sempre estiveram atentos ao interesse público, colocandose como parceiros de primeiro momento em programas e políticas governamentais que têm na educação de qualidade seu ponto focal de sustentação, como o Pronatec. De acordo com o vice-presidente da CNC, anualmente centenas de milhares de brasileiros encontram, nas unidades do Senac espalhadas por todo o País, oportunidade de iniciar ou evoluir em uma carreira profissional no comércio de bens, serviços e turismo. “Junto com as ações do Programa Senac Gratuidade (PSG), que beneficiou, em 2015, outras 638 mil pessoas, o Senac no Pronatec irradia o poder transformador da

educação, mudando o destino e o futuro de milhões de brasileiros”, disse Laércio, que destacou ainda a atuação do Sesc na educação regular e na Educação de Jovens e Adultos, que tem transformado a vida de milhões de pessoas.

Novidades no Pronatec Além da meta de ter 2 milhões de inscritos em 2016, a nova fase do Pronatec terá 372 mil vagas para estudantes da EJA, pessoas com mais de 18 anos que não terminaram o ensino fundamental ou o médio. Também será associada a qualificação profissional às aulas do fundamental e médio. Pelo menos 25% das matrículas de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, serão vinculadas à educação profissional. Imagem: Carla Passos

Conduzido em parceria com entidades do Sistema S, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) já registrou 9,4 milhões de matrículas entre 2011 e 2015. A edição 2016 do programa foi lançada em 9 de março e teve a presença do vice-presidente da CNC, Laércio Oliveira, representando a entidade na cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

Ao microfone, Laércio Oliveira, da CNC, destaca importância do programa para o País

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Missões comerciais e potencial do comércio exterior são temas da CBCex A Câmara Brasileira de Comércio Exterior (CBCex) da CNC realizou a sua primeira reunião de 2016 em 18 de março, no Rio de Janeiro. O vice-presidente Administrativo da CNC, Darci Piana, destacou, na abertura do encontro, que o comércio é o principal importador de produtos com valor agregado e que é o catalisador da dinâmica de compra e venda com outros países. Piana também ressaltou que é preciso estreitar o relacionamento com outros setores produtivos para que o comércio exterior seja fortalecido. “Temos que pensar no suporte à indústria, à agricultura, pois, quando esses setores vão bem, o comércio invariavelmente vai bem”, afirmou Piana. De acordo com o coordenador da CBCex, Rubens Medrano, a Câmara é um ponto de convergência das ações das Federações e dos Sindicatos, dando voz aos anseios dos empresários e subsidiando a CNC no relacionamento com os principais órgãos governamentais competentes.

Integração entre estados

Imagem: Guarim de Lorena

Um dos assuntos abordados na reunião foi a organização e recepção de missões comerciais internacionais. Darci Piana sugeriu que as Federações do Comércio que realizarem missões internacionais convidem, por meio da Câmara, Federações de outros

Ernane Galvêas, Darci Piana e Rubens Medrano durante a reunião da Câmara Brasileira de Comércio Exterior

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estados a enviarem seus representantes nas viagens, disseminando as oportunidades de negócios entre o Brasil e outros países. “Esta ação beneficiaria todos os estados e fortaleceria ainda mais o Sistema Comércio”, afirmou Henry Uliano, da Fecomércio-SC, presente à reunião.

Sugestões ao MDIC O consultor Econômico da CNC, Ernane Galvêas, fez um breve resumo do cenário econômico atual. Galvêas afirmou que “a queda das taxas de importação e de exportação é um sinal de recrudescimento da atual situação do País”, mas aposta que o comércio exterior ainda pode encontrar algum fôlego no atual cenário de crise. O ex-ministro da Fazenda lembrou ainda do relacionamento da CNC com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). “Pode-se levantar um conjunto de sugestões para se levar ao governo por meio do MDIC para facilitar as importações e exportações, de forma que o empresário tenha as condições necessárias para se desenvolver”, disse ele.

Capacitação profissional A gerente de Implementação e Integração Educacional do Senac, Rejane Leite, afirmou que a entidade disponibiliza diversos cursos para o segmento do comércio exterior, como cursos técnicos de logística e idiomas. Segundo o coordenador Rubens Medrano, capacitar os profissionais em portos e aeroportos é fundamental para a fluidez da atividade econômica de comércio exterior. Rejane colocou o Senac à disposição e afirmou que, por meio de sugestões da CBCex, pode ser possível a criação de novos cursos que atendam às necessidades dos empresários.


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Imagem: Marzul Estumano

Câmara de Serviços Imobiliários discute expectativas de mercado

De pé, o economista da CNC Fabio Bentes apresenta dados para análise estratégica dos empresários

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reuniu-se em Brasília, em 2 de março, para a retomada dos trabalhos em prol do empresariado do setor de imóveis. Liderada pelo coordenador da Câmara, Pedro Wähmann, os tópicos da reunião giraram em torno dos índices nacionais de preço de locação e de compra e venda; de questões que dizem respeito aos condomínios; e considerações sobre o cenário político no Brasil.

do setor sem que haja recuperação nesse mercado. E explicou que, ao contrário de outros países em que as pessoas têm ativos como a poupança, por exemplo, para enfrentar crises como esta, no Brasil o consumo é todo lastreado na renda do mercado de trabalho. “Se a expectativa para 2016 é de queda de 3,3%, naturalmente projetamos queda, no mercado de trabalho, de 2,5%. Cenário de retração significativo para 2016”, destacou o economista.

Diante do atual quadro de crise econômica enfrentado pelo País e que tem atingido diretamente o setor de comércio e serviços, a pauta em destaque foi abordada pelo economista da Confederação, Fabio Bentes, que apresentou um trabalho com enfoque no que se pode esperar do mercado econômico para o comércio em 2016, lembrando as heranças da crise do ano passado. “Pretendi traçar o impacto da crise de 2015 no comércio. E esse impacto no setor produtivo naturalmente deixa heranças negativas para 2016, dentre as quais: a inflação, a crise de confiança e a crise no mercado de trabalho”, afirmou.

Bentes explicou dados do IBGE que levam a acreditar que o varejo caminha para o terceiro ano de queda de atividade do comércio em suas vendas. Em 2015, um alto número de estabelecimentos comerciais foi fechado, “Foram registrados 95 mil estabelecimentos com vínculos empregatícios a menos. São -13,4% em 2015 (de 2005 a 2015)”, detalhou.

Segundo Bentes, um ano tão negativo causa impacto adverso no mercado de trabalho, e do ponto de vista do comércio não há qualquer possibilidade de estabilidade

Expectativas

Concluiu as expectativas para 2016 em torno de elevado corte nos empregos do varejo (-245.491) e pequena melhora no faturamento real (fechando em -7,8%), comparando a 2015 (-8,6%). “Em suma, os fatores condicionantes do consumo e dos investimentos permanecerão elevados, assim como a inflação de custos. O ajuste virá da deterioração do mercado e da queda da atividade”, finalizou Bentes.

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Câmara de Serviços Terceirizáveis recebe secretário do MDIC A Câmara Brasileira de Serviços Terceirizáveis (CBST) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reuniu-se, em 8 de março, em Brasília. Liderada por seu coordenador, Jerfferson Simões, a reunião contou com a participação do secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcelo Maia Tavares de Araújo, que ouviu os apelos dos empresários e explicou as propostas do governo, por meio da Secretaria. Hoje, o ministério conta com dois fóruns: o Fórum de Alavancagem do Comércio Exterior de Serviços; e o Fórum de Competitividade do Varejo. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) tem participação ativa no Fórum de Varejo, em que questões de interesse macro do setor de comércio varejista já foram expostas e administradas pelo governo em comum acordo com a iniciativa privada.

A criação do terceiro fórum garantiria o espaço do setor nas principais pautas de discussão do ministério. “Também sou empresário e sei quais os desafios que os senhores enfrentam. Para os superarmos, precisamos de unicidade. Será um desafio para todos, e aprenderemos com ele como melhor trabalhar os interesses do setor, para o bem de todo o País”, afirmou Maia.

Ampliação do foco Ainda no encontro, foram analisados temas de interesse dos empresários do setor de serviços terceirizáveis, como a pesquisa de Mapeamento Estrutural das Atividades de Serviços Terceirizáveis, desenvolvida pela Confederação, e a Lei Brasileira de Inclusão, além de outras matérias legislativas. O grupo foi informado também de que a Câmara terá a ampliação de seu foco, quando passará a englobar outros tipos de serviços. A novidade foi declarada pelo deputado Laércio Oliveira, vicepresidente da CNC: “Esta, em breve, será uma Câmara Brasileira de Serviços – abrangendo todos eles, e não somente os terceirizáveis. Avalio como um ganho a esse setor”.

Imagem: Paulo Negreiros

Para dar continuidade à construção de uma agenda comum entre governo e empresários, Marcelo Maia expôs a intenção da Secretaria de Comércio e Serviços de criar um novo fórum de discussões, dessa vez voltado para o setor de serviços: “O motivo de estar aqui hoje é que tenho sentido necessidade de formar um terceiro fórum - no setor de serviços - com foco no mercado doméstico, geração de trabalho

e emprego. E que tenha reuniões permanentes e dinâmicas, unificando pautas”, disse.

Membros da Câmara com o secretário Marcelo Maia: ações para reverter cenário negativo do mercado

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Imagem: Paulo Negreiros

Comércio participa cada vez mais da elaboração de políticas públicas

Ao microfone, o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Marcelo Maia, fala da Rede de Assessorias Legislativas da CNC

A Rede Nacional de Assessorias Legislativas (Renalegis) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) tem sido importante parceira do governo na construção de políticas públicas, oferecendo contribuições positivas para o desenvolvimento econômico do País. A afirmação é do secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcelo Maia Tavares de Araújo. Ele fez palestra sobre a “Agenda Legislativa no Âmbito do Varejo”, em reunião da Renalegis, em 15 de março, em Brasília. Maia falou sobre ações dos fóruns, no âmbito da Secretaria, que cuidam de um setor que representa 72% da riqueza nacional (12% referentes a comércio). Detalhou ainda o trabalho de acompanhamento legislativo da Secretaria. De acordo com Marcelo Maia, ao longo de 2015, a Secretaria se manifestou tecnicamente sobre mais de 150 projetos de lei em tramitação no Congresso. “É importante que estejamos próximos da Renalegis para um trabalho convergente do Executivo com a CNC e as Federações do Comércio”, declarou.

Proximidade O chefe da Assessoria Legislativa da Confederação, Roberto Velloso, destacou a proximidade de ação da Rede com o Ministério e os efeitos positivos dessa iniciativa para os interesses do comércio. Já o vice-presidente da CNC, deputado federal Laércio Oliveira, que coordenou a reunião, lembrou a importância da mobilização permanente dos integrantes da Renalegis. O assessor técnico Felipe Oliveira apresentou as inovações introduzidas no Sistema Renalegis. Na última etapa da reunião, foram debatidas proposições de interesse em tramitação no Congresso Nacional. Entre elas estão o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 30/2015 (PL 4.330/2004), que dispõe sobre os contratos de terceirização; o Projeto de Lei (PL) nº 6.411/2013, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho para dispor sobre a vigência de convenções e acordos coletivos; e o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 550/2015, sobre o término da cobrança de contribuição social devida pelos empregadores em caso de demissão de empregado, sem justa causa.

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Imagem: Reprodução/TV CNC

Espaço Saúde, uma nova fonte de informação sobre prevenção e bem-estar A informação de qualidade e a educação constituem-se em primeiro passo para o autocuidado e a promoção da saúde. Pensando nisso, uma nova fonte de informação sobre saúde e cuidados com o corpo foi criada pela Divisão de Saúde do Sistema CNC-Sesc-Senac. Trata-se do Espaço Saúde, uma série de programas veiculados na TV CNC que trazem assuntos relacionados à saúde e seus reflexos no ambiente de trabalho. Apresentados pela jornalista Simone Braga, os programas têm o formato de talk show, com duração média de 10 minutos, em que profissionais da Divisão

de Saúde abordam temas e assuntos de maior incidência, prevalência ou interesse da população. Sua periodicidade é mensal, e todos os programas já realizados encontram-se disponíveis no portal da CNC. Para o chefe da Divisão de Saúde do Sistema CNC-SescSenac, Alexandre de Marca, a educação e atenção com a saúde é uma responsabilidade que deve ser compartilhada por todos os segmentos da sociedade. “O adoecimento a par de causar sofrimento ao indivíduo e à sua família gera importante impacto social e econômico no âmbito individual e no País, decorrente do absenteísmo, queda da

produtividade, aumentos dos custos médicos públicos, privados e na saúde suplementar e aumento dos custos da previdência social, agravando ainda mais o desequilíbrio financeiro. Com isso em mente, o Sistema CNC, ao longo dos seus 70 anos, vem atuando de forma decisiva na melhoria e promoção da saúde não só do trabalhador do comércio, mas também de toda a sociedade brasileira”, afirmou Alexandre de Marca. Para assistir ao Espaço Saúde, é preciso acessar a TV CNC, no site da CNC ou diretamente no YouTube, através do link www. youtube.com/tvcnconline.

Cenas dos programas que já foram veiculados no Espaço Saúde - em sentido horário: os médicos da Divisão de Saúde da CNC Ricardo Peixoto (Hipertensão), Luiz Alípio Caminha (Hepatites Virais), Myrna Hanke (Cuidados com a Pele), Cristiane Murad e Paula Araújo (Adolescência) e Iriane Buckart (Coluna Vertebral).

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Imagens: Carolina Braga/CNC

Crise e ações conjuntas marcam encontro de comunicadores do Sistema Comércio

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com o apoio da Fecomércio-AL, realizou, em 31 de março e 1º de abril, o IX Encontro de Assessores de Comunicação do Sistema Comércio, iniciativa que reuniu profissionais de Comunicação das Federações de Comércio e das unidades do Sesc e do Senac de todo o País, para alinhamento e debate de projetos, ações e ideias de interesse do setor e da sociedade. No alto, comunicadores do Sistema Comércio durante palestra

Wilton Malta, presidente da Federação anfitriã, destacou a preocupação com o atual cenário sociopolítico brasileiro e a importância do comércio em meio aos acontecimentos recentes. “É oportuno que vocês, profissionais de imprensa, saibam e divulguem nossa preocupação”, disse. Para o presidente da Fecomércio-AL, a Comunicação é estratégica para que o público geral e os representados pelas entidades do Sistema possam tomar conhecimento real das ações e preocupações do setor. Cristina Calmon, chefe da Assessoria de Comunicação da CNC, destaca pontos importantes do encontro, que contou com dois dias de atividades. “A gestão da marca é um desafio para as entidades do Sistema”, exemplifica.

da advogada Maria Elizabeth Ribeiro. Acima, Cristina Calmon (Ascom-CNC) e Wilton Malta, presidente da Fecomércio-AL

Programação variada e atual Entre os destaques da programação, no dia 31, Maria Elizabeth Ribeiro, advogada da Divisão Jurídica da CNC, apresentou a palestra Uso da Marca Conjunta pelas Entidades Fecomércio-SescSenac. Já no dia 1º de abril, foi detalhado o case Repercussão dos Trabalhos Fecomércio-PR na Mídia, por Cesar Gonçalves, da Fecomércio-PR. No mesmo dia, foi apresentada a palestra sobre a implantação do Programa Ecos nas Federações, com Mário Saladini, do Núcleo de Sustentabilidade do Sesc/DN, e Leonardo Fonseca, do Departamento de Planejamento da Confederação.

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CNC se manifesta sobre crise política

Em comunicado enviado dia 18 de abril à imprensa e às Federações de Comércio, a Confederação destacou que houve um importante avanço com a decisão da Câmara dos Deputados, em 17 de abril, de aprovar o impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Na avaliação da entidade, a conjuntura de recessão poderá ter vida longa e só terá alento após um amplo e profundo ajuste fiscal, capaz de equilibrar o déficit orçamentário e estancar o percurso explosivo da dívida pública, incluindo forte queda na taxa Selic. Ainda em abril, no dia 18, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, estimulou os presidentes

Conselho Técnico debate momento do País Em 5 de abril, o Conselho Técnico da Confederação promoveu debate sobre a crise, com mediação do consultor Econômico da Presidência da Confederação, o ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas, e participação dos conselheiros Célio Borja, Sergio Quintella e Bernardo Cabral. “O objetivo do debate foi refletir sobre as informações que temos recebido diariamente e formular nosso próprio julgamento”, afirma Galvêas.

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das Federações filiadas a alertarem os senadores de seus Estados para que, no próximo passo do processo de impedimento, com seu voto, “concretizem a esperança que o comércio tem de o País poder sair do fosso desastroso da falta de ética, do caos político, financeiro e moral, recuperando a confiança que sempre desfrutou entre as nações”. Oliveira Santos entende que é “profundamente lamentável reconhecer que o País necessita, urgentemente, ‘respirar novos ares’. E esta participação, com consciência e responsabilidade, será, um dia, reconhecida por ter contribuído para o reencontro do caminho da dignidade brasileira”. Já no dia 15 de abril, foi encaminhada mensagem para as Federações de Comércio, na qual o presidente da CNC conclamou os presidentes das Federações do Sistema Comércio a não se omitirem no momento em que o Congresso Nacional decidia pelo afastamento ou não da Presidente da República.

Imagem: Carolina Braga/CNC

O atual cenário político e seus desdobramentos na realidade brasileira ganharam mais atenção na pauta de debates e análises da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).


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Imagem: Paulo Negreiros

Confederação apoia substitutivo do projeto do novo Código Comercial

Juristas e assessores legislativos que integram o Grupo de Trabalho da CNC vão propor ajustes

O Grupo de Trabalho do Código Comercial da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) dará novas contribuições para o substitutivo ao Projeto de Lei (PL) nº 1.572/2011, apresentado pelo relator-geral na Comissão Especial da Câmara, deputado Paes Landim. “Nós apoiamos o substitutivo, saudamos os avanços que traz, sem prejuízo de futuros ajustes ou críticas pontuais”, disse o consultor Jurídico da entidade, Marcelo Barreto, que coordena o GT.

Membro da Comissão, o advogado paulista Fernando Passos, que está organizando a agenda da viagem, explicou que a Colômbia tem conseguido um desenvolvimento econômico significativo nos últimos anos. “Eles fizeram reformas econômicas paralelamente a alterações na legislação. E essas mudanças na legislação permitiram a criação de um ambiente de negócios favorável, que fez melhorar o ambiente econômico”, disse.

O substitutivo foi analisado em uma reunião, em 5 de abril, na sede da CNC em Brasília. Em novo encontro, nos dias 18 e 19 de abril, foram discutidos temas específicos do relatório.

Segurança jurídica

Presidente da Comissão, o deputado Laércio Oliveira, vice-presidente da CNC, confirmou que será internacional o último evento da programação do Grupo de Trabalho antes da votação do PL, prevista para 10 de maio: visita de missão integrada por parlamentares e assessores jurídidos à Colômbia. “Trata-se de uma nação que cresceu muito comercialmente, sendo hoje um dos expoentes da América do Sul em termos de comércio. Vamos conhecer o que foi feito por governo e pelo setor privado para tornar a economia daquele país mais organizada e eficiente”, justificou Laércio.

“Nesse momento de crise econômica é fundamental que o Brasil passe a ter mais segurança jurídica no ambiente de negócios. Existe um ranking mundial de países onde os investidores encontram um ambiente jurídico confortável. O Brasil está em 178º lugar porque não tem um Código Comercial”, explicou Laércio Oliveira, à tarde, durante a reunião da Comissão Especial. Os dados foram aferidos pelos indicadores Doing Business (mede as regulamentações que estimulam ou restringem as atividades empresariais no mundo) e Índice de Liberdade Econômica, da Fundação Heritage, dos Estados Unidos (178 países avaliados). CNC NOTÍCIAS | ABRIL 2016 | ANO XVI

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Consenso para garantir saúde de trabalhadores e empresas O Grupo de Trabalho em Saúde Ocupacional (GTSO) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou, em 14 de abril, no Rio de Janeiro, sua 50ª reunião. Entre outros pontos, o encontro foi marcado por um levantamento das ações já realizadas e também por uma homenagem a Daphnis Ferreira Souto, médico do Trabalho e membro da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT).

ao longo de sua trajetória profissional. O assessor especial da Divisão de Saúde da Confederação e médico do Trabalho, Luís Sérgio Soares Mamari, fez a entrega da placa. “Não existe trabalho individual. Buscamos a construção coletiva do pensamento do comércio para as questões de saúde e segurança, para que isso chegue às Federações de Comércio”, explicou. Nesse sentido, o chefe da Divisão de Saúde da Confederação e coordenador do Grupo, Alexandre de Marca, destacou, na reunião, as iniciativas da entidade na área da saúde e segurança do trabalho, com ênfase na implantação dos Núcleos de Saúde Ocupacional (Nusoc) nas Federações de Comércio. O Nusoc terá estrutura própria para elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), bem como para realizar exames médicos admissionais, demissionais, periódicos, por mudança de função e de retorno ao trabalho.

Daphnis foi homenageado pelo GTSO com uma placa comemorativa pelo trabalho desenvolvido

“É um programa de saúde ocupacional, com foco na prevenção de doenças e acidentes de trabalho Imagens: Rebeca Souza/CNC

“Muita coisa boa acontece no Brasil e, depois, é esquecida”, afirmou Daphnis, para fazer uma retrospectiva histórica da evolução da segurança no trabalho no Brasil. O médico é considerado uma referência no setor pela contribuição abrangente a áreas conexas à saúde no trabalho. Em um de seus livros mais conhecidos, Saúde no trabalho: uma revolução em andamento, o especialista aborda a evolução do conhecimento médico e analisa situações médico-sanitárias vividas pelos trabalhadores brasileiros.

Ao centro, Alexandre de Marca conduz a reunião do GTSO ao lado de Lenoura Schmidt e Marcos Arzua

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segurança e saúde no ambiente de trabalho, o GTSO presta um serviço indispensável tanto para os segmentos produtivos do comércio quanto para a classe de trabalhadores brasileiros”, complementou o secretário-geral da CNC, Marcos Arzua.

Tripartismo: solução equilibrada para trabalhadores e empregadores

A palavra foi aberta para que os participantes pudessem abordar temas ligados a atividades do GTSO. Em comum, a percepção de que o funcionamento da lógica tripartite para a tomada de decisões no âmbito da saúde e segurança no trabalho deve ser defendido por todos os participantes – governo, empresários e trabalhadores. “A atuação sistemática da CNC é importante para que se amplie o debate nas entidades empresariais, bem como naquelas de trabalhadores”, pontuou Renan Feghali, vicepresidente do Conselho de Política Social e Trabalhista do Sistema Firjan.

A chefe de Gabinete da Presidência da CNC, Lenoura Schmidt, fez a abertura do evento e saudou os participantes em nome do presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos. “O trabalho realizado pelo GTSO nos dá muito orgulho, com ações bem conduzidas e eficientes nos resultados. Desde 1998, vem demostrando sua competência na defesa de temas afetos à segurança do trabalhador”, disse. Lenoura falou também da pertinência de se homenagear Daphnis, pela sua contribuição à área da saúde e segurança do trabalho. “Somos prestigiados pela Presidência da Confederação nos temas saúde e segurança do trabalho. É tema transversal em todas as entidades do Sistema CNC-Sesc-Senac”, disse Alexandre de Marca. “Ao divulgar e estudar boas práticas de

“A melhor ferramenta para se trabalhar é o tripartismo, porque o objetivo de todos é só um: a segurança e a saúde dos trabalhadores”, disse Washington Aparecido dos Santos, coordenador da bancada dos trabalhadores na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), criada pela Portaria 11 de 17 de maio de 2002, do Ministério do Trabalho e Previdência Social. “Acreditamos no debate com a participação de todos os atores”, complementou. Para Magnus Ribas Apostólico, coordenador da bancada patronal na comissão, o incentivo à negociação é o caminho para a resolução de problemas ligados à saúde e à segurança dos trabalhadores. “Devemos buscar sempre o consenso para garantir a saúde dos trabalhadores e também das empresas”, apontou.

Luís Mamari (de pé), médico da Divisão de Saúde da CNC, presta homenagem a Daphnis Ferreira Souto por sua trajetória profissional

e na promoção de bem-estar e qualidade de vida. Hoje temos em funcionamento um Núcleo em João Pessoa, na Paraíba, cuja demanda por atendimento duplicou desde que foi instalado, além de estarmos desenvolvendo o projeto também nos Estados de Pernambuco e Tocantins”, afirmou Alexandre de Marca.

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Grupo de Trabalho sobre Meio Ambiente mapeia oportunidades para empresas A Assessoria de Gestão das Representações (AGR) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou em 15 de abril, no Rio de Janeiro, a 13ª Reunião do Grupo Técnico de Trabalho sobre Meio Ambiente (GTT-MA). As linhas de crédito disponíveis para as empresas implementarem projetos de eficiência energética, alterações no licenciamento ambiental que afetam o setor e as dificuldades impostas pelo Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), principalmente às empresas de combustíveis e supermercados, foram os principais temas do encontro. O tema é estratégico: a implementação de projetos de eficiência energética nas empresas, principalmente nas que têm um consumo intensivo de energia - como hotéis, restaurantes, bares, lavanderias, salões de beleza, açougues e supermercados -, pode gerar até 30% de economia. O GTT-MA resolveu levantar as possibilidades e soluções disponíveis no mercado e convidou o Banco do Brasil (BB), que já possui parceria com muitas Federações do Sistema, para apresentar as

Walter Febraio Junior apresentou linhas de crédito do Banco do Brasil para projetos de eficiência energética

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linhas de financiamento disponíveis para este fim. Segundo Walter Febraio Junior, gerente da Diretoria de Micro e Pequenas Empresas, o banco trabalha com o conceito de que o investimento em eficiência pode e deve gerar economia para o empreendimento. “Há um desconhecimento por parte do micro e pequeno empresário sobre os gastos com energia, há um potencial de redução de até 30% no consumo se houver a priorização da energia fotovoltaica. E, ainda, uma simples troca de iluminação por sistema de LED e a troca por aparelhos mais eficientes já podem gerar diferença”, afirmou Walter. Entre as linhas de crédito disponibilizadas pelo banco para a implementação de negócios e produtos sustentáveis estão: o Cartão BNDES, com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social; o Proger, Programa de Geração de Emprego e Renda, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); e o Crédito Empresa, uma linha de financiamento do próprio banco. Saiba mais sobre as formas de crédito no link http://bit.ly/CreditoEE.

Empresas criticam maior participação dos municípios no licenciamento ambiental Atualmente, a competência sobre o licenciamento ambiental de qualquer empreendimento é uma responsabilidade compartilhada entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Nos casos de grandes empreendimentos com maior potencial poluidor e que podem afetar mais de um estado, o licenciamento é feito pela União, por meio do Ibama. Mas, em sua grande maioria, a licença é concedida pelos órgãos ambientais estaduais. Ocorre que a Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente (Abema), que representa 49 órgãos estaduais, apresentou uma proposta que altera resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente


Imagens: Christina Bocayuva

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(Conama - Resoluções 01/86 e 237/97) e que vai impactar empresas do comércio de bens, serviços e turismo, ao transferir maior responsabilidade dos estados para os municípios. Para Bernardo Souto, representante da Fecombustíveis, a lei federal estabelece que os municípios podem licenciar atividades de baixo potencial poluidor, mas o que está ocorrendo é que todos os empreendimentos estão entrando nesse rol. “Existe falta de discernimento daquilo que deve ser licenciado. A Licença Ambiental foi criada para licenciar usina nuclear, e tem município licenciando drogaria e ótica, isso não pode acontecer”, afirma. Bernardo identifica que o licenciamento está sendo usado como uma forma de ampliar a arrecadação dos municípios, e isso está recaindo principalmente sobre o comércio de bens, serviços e turismo, atividades com baixo potencial poluidor. “Entendese que a competência dos municípios já está estabelecida pela Lei Complementar nº 140/2011 e que os empreendimentos já licenciados pelo estado não devem ser também licenciados pelos municípios, gerando um duplo licenciamento. A CNC está atuando no Grupo Técnico de Trabalho de Licenciamento Ambiental, instituído pela Câmara de Controle Ambiental do Conama”, explica Cristiane Soares, assessora especial da AGR.

Entre outros temas, Bernardo Souto, da Fecombustíveis, falou sobre licenciamento ambiental

empresas um pagamento anual que pode ser de R$ 8 mil, para aquelas com menor potencial poluidor, chegando a R$ 25 mil para empresas enquadradas como de alto poder poluidor.

Segmentos de combustíveis e supermercados são mais afetados por inconsistências

Na verdade, além do pagamento da taxa, existe uma série de inconsistências no preenchimento online do CTF, no site do Ibama. E o que Bernardo destaca é que, mesmo que o “erro” nas informações requeridas seja do Ibama, isso pode gerar multas diversas aos empreendimentos. “A dificuldade de preenchimento gera um relatório incompleto que gera multas cada vez que o relatório precisa ser atualizado”, explica. Um exemplo é a relação de produtos comercializados ou produzidos que são identificados como poluidores na listagem disponibilizada pelo Ibama e que, na verdade, não são. Segundo informou Cristiane, a CNC está trabalhando junto ao Ibama para que o relatório online seja mais transparente e fácil de ser preenchido.

Outro ponto de atenção apresentado pelo representante da Fecombustíveis, Bernardo Souto, é a falta de conhecimento e dificuldade das empresas quanto ao preenchimento do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/ APP), que é um instrumento de controle do Ibama. O CTF precisa ser renovado a cada três meses e tem um custo, que é pago a cada renovação. Ocorre que este valor foi reajustado em 158% na última revisão da legislação em 2015. O reajuste gera para as

O representante da Fecombustíveis explica que as empresas costumavam deixar para os escritórios de contabilidade a responsabilidade pelo preenchimento do CTF/APP, mas que eles não possuem conhecimento técnico para isso. “Hoje, no Estado de Minas Gerais, a Minaspetro disponibiliza esse serviço para as empresas do setor de combustíveis. O CTF pode ser uma oportunidade para as Federações oferecerem um serviço essencial que traz diversos prejuízos para as empresas”, conclui Bernardo.

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NO RADAR

Trabalho do Conselho Nacional de Imigração ganha destaque em seminário da OIT Em sua palestra na abertura do seminário, Marjolaine destacou a evolução do Conselho e a sua importância para a atividade privada no Brasil, nos últimos anos, na medida em que viabiliza, de forma célere, a entrada de estrangeiros necessários para o preenchimento de vagas que não possam ser ocupadas por brasileiros. Vinculado ao Ministério do Trabalho, foi criado em 1979 para coordenar e fiscalizar as atividades de migração.

O CNIg, relatou, é uma instituição colegiada tripartite, reunindo representantes do governo federal, dos empresários e dos trabalhadores, além de observadores de vários segmentos da sociedade, como o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União. “É considerado exemplo de boas práticas por permitir que os diferentes atores sejam ouvidos e tomem decisões conjuntas”, concluiu a representante da CNC no CNIG.

Imagem: Rodrigo Ribeiro

O trabalho realizado pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg), considerado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um “fórum de boas práticas”, foi destaque no Seminário de Cooperação Sul-Sul sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Migrantes na América Latina e no Caribe, realizado de 8 a 10 de março, em Brasília. A apresentação coube à chefe da Assessoria junto ao Poder Executivo da CNC, Marjolaine Julliard Canto, que representa a entidade no Conselho. O seminário foi realizado no âmbito do Projeto de Cooperação Sul-Sul sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes, executado por parceria entre o Ministério do Trabalho e Previdência Social e o Escritório da OIT no Brasil. Segundo o diretor regional da Organização para a América Latina e Caribe, José Manuel Salazar Xirinachs, o objetivo foi promover o intercâmbio de informações sobre tendências atuais da migração na região. Visou ainda colher dados estatísticos e as lições absorvidas a partir de boas práticas na região em termos de migração laboral.

Marjolaine Canto, ao lado do presidente do CNIG, Paulo Sérgio de Almeida, destacou a evolução do Conselho e a sua importância, nos últimos anos, para a atividade privada

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NO RADAR

Câmara dos Deputados homenageia 70 anos de criação do Senac

Representante do presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos, o vice-presidente da entidade, Adelmir Santana, disse que, ao completar sete décadas de bons serviços prestados ao Brasil, o Senac tem muito do que se orgulhar. “Poucas instituições perduram por tantos anos com atendimento de qualidade à população, especialmente se ligadas ao setor privado”, destacou ele. Santana, que também preside a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), enfatizou que o Senac vem prestando um trabalho fundamental na formação e na qualificação profissional de trabalhadores. O dirigente informou que mais de 63 milhões de estudantes passaram por suas salas de aula em cerca de 3 mil municípios espalhados pelo País. A instituição oferece mais de 850 opções de cursos nos níveis básico, técnico, tecnológico, de pós-graduação e MBA. Adelmir lembrou ainda trajetória do Senac, abordando um episódio ocorrido durante os trabalhos da Constituinte de 1988, quando a existência das entidades do chamado Sistema S estava ameaçada pela perda da contribuição compulsória que mantém as instituições. “Foi apresentada emenda popular, a maior da Constituinte, com cerca de 1,5 milhão de assinaturas, recebida pelo relator, o então deputado Bernardo Cabral, e acatada pelo presidente Ulysses

Guimarães, tornando-se o Artigo 240 da atual Constituição”, detalhou Santana. O autor do pedido de homenagem, deputado Izalci Lucas, ressaltou as iniciativas do Senac em prol da educação, os avanços tecnológicos que introduziu na sua grade curricular e, principalmente, a qualidade dos profissionais que colocou no mercado de trabalho. O parlamentar destacou ainda a parceria do Senac com o governo federal para o desenvolvimento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que viabiliza cursos técnicos e de formação profissional gratuitos para jovens e trabalhadores de baixa renda. A previsão é de que, neste ano, o Pronatec ofereça mais de três milhões de vagas. Também falaram os deputados Hildo Rocha (PMDB/MA) e Rôney Nemer (PP/DF). Da Mesa da sessão participaram o representante da CNC, Roberto Veloso; o representante do Senac Nacional, Antônio Henrique Borges; os representantes dos servidores do Senac-DF, Anna Beatriz de Almeida e João Batista Santana Neto; e a assessora de Gestão de Gastronomia do Senac, Marilene Siqueira.

Vice-presidente da CNC Adelmir Santana (E) e deputado Izalci Lucas cercados por alunos no final da cerimônia

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Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Os 70 anos de criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) foram lembrados em sessão solene da Câmara dos Deputados, em 4 de abril, por iniciativa do deputado Izalci Lucas (PSDB/DF). Parlamentares, convidados, dirigentes e cerca de 400 alunos da instituição lotaram o Plenário Ulysses Guimarães e suas galerias.


ECONOMIA

Década perdida Onde achar a saída para o cenário de descontrole que o Brasil atravessa?

Financeiramente, o Governo quebrou. Os gastos sociais foram elevados a tal ponto, na União, nos Estados e Municípios, que não há recursos para financiá-los. Como a situação tende a piorar, com a queda da arrecadação, e também porque os políticos não aceitam cortar os gastos que prejudicariam suas eleições, o País encaminha-se para uma crise sem precedentes. A julgar pelo tamanho do problema, vão ser precisos mais de 10 anos para digeri-lo e superar o desequilíbrio. Quem viver, verá. A confusão e falta de ordem são generalizadas. A Administração Pública virou bagunça: o Ministério da Fazenda não concilia a desastrada política fiscal com a insensata política monetária do Banco Central; o TCU não aprova as contas do Executivo; o Legislativo não se entende com o Judiciário; e o STF não se entende com o Legislativo. Já o drama fiscal consiste, hoje, em conseguir economias orçamentárias para pagar os juros e reduzir a dívida pública (70% do PIB). Em 2015, a carga dos juros chegou a R$ 501,8 bilhões, produzindo um aumento da dívida de R$ 675,1 bilhões. A situação chegou a um ponto inadministrável: tem um déficit incontrolável, que leva a um crescente

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Imagem: Cristina Bocayuva

ECONOMIA

A conjuntura de recessão tem vida longa e, possivelmente, só terá algum alento se houver um amplo e profundo ajuste fiscal” ERNANE GALVÊAS é Consultor Econômico da CNC

endividamento. Não tem condições para pagar nem dez centavos dos juros de R$ 600 bilhões. As soluções apresentadas até agora são simples paliativos, que levariam 100 anos para produzir efeito. Cortes irrisórios de gastos não levam a nada e aumentar tributos é um suicídio. Para 2016, o Governo está fazendo a maior ginástica para pagar um mínimo dos juros. Até agora, nada. Pelo contrário, projeta-se um déficit próximo ao de 2015. O Governo perdeu o controle das contas públicas. Em reunião na forma de mesa-redonda no Conselho Técnico da CNC (5/4/16), chegou-se à seguinte previsão: • Se não houver o impeachment da Presidente Dilma e ela permanecer no poder até 2018, não haverá solução de continuidade e a crise na economia brasileira vai tender ao agravamento; • Se houver impeachment, o ambiente político vai sofrer alguma mudança favorável, melhorando o clima de confiança, mas a economia vai continuar em crise. Ou seja, a conjuntura de recessão tem vida longa e, possivelmente, só terá algum alento se houver um amplo e profundo ajuste fiscal, capaz de equilibrar o déficit orçamentário e estancar o percurso explosivo

da dívida pública. A começar por forte queda na taxa Selic, que está arrasando as contas do Tesouro Nacional. Um grupo de 12 economistas da CNC e da FGV, em reunião no dia 21 de março, concluiu que, se não houver mudança no Governo, nada muda, e a crise político-econômica vai continuar. Ou seja, vão continuar as incertezas, a queda dos investimentos, o recuo das atividades produtivas, o desemprego, a inflação e a perspectiva de insolvência do setor público. As soluções políticas caminham na direção do STF, cuja responsabilidade aumenta significativamente com a palavra final sobre o julgamento do ex-Presidente Lula e da Presidente Dilma. A grande preocupação no momento é a radicalização e a possibilidade de haver um violento confronto entre os militantes do PT/CUT/MST e as forças de oposição ao Governo. Visivelmente, o mercado, como expressão dos investidores e dos empresários privados, se manifesta e se coloca em favor da mudança do Governo. A mudança do Governo seria o primeiro passo para a saída da crise. CNC NOTÍCIAS | ABRIL 2016 | ANO XVI

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ECONOMIA

Passos lentos rumo a uma possível melhora Em fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro avançou 1,2% no conceito restrito ante o primeiro mês de 2016 na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. Para a CNC, esse resultado, no entanto, foi insuficiente para repor as perdas do setor verificadas nos últimos meses de dezembro (-2,3%) e janeiro (-1,9%). Apesar do resultado positivo da PMC, a Confederação revisou de -4,2% para -4,5% sua previsão para o volume de vendas no conceito restrito (aquele que não registra as vendas de automóveis e materiais de construção). Para o varejo ampliado, a projeção passou de -8,3% para -8,8%. Confira, a seguir, as pesquisas da entidade que mostram ser cedo ainda para comemorar, mesmo com uma perspectiva de melhoria no segundo semestre do ano.

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ECONOMIA

Em março, intenção de consumir teve primeira queda do ano A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela CNC, registrou queda de 1,6% em março, na comparação com fevereiro, ficando em 77,5 pontos, numa escala de 0 a 200 – abaixo do nível de indiferença. Na comparação anual, o recuo foi de 29,9%. Todos os componentes do índice registraram queda em ambas as comparações, com destaque para o indicador Nível de Consumo Atual, que atingiu a mínima histórica de 53,3 pontos. Na base de comparação mensal, os dados regionais revelaram que a maior retração ocorreu na região Sul (-4,2%). Já a região Nordeste foi a que apresentou a avaliação menos desfavorável, com queda de 0,6%. O componente Nível de Consumo Atual registrou o menor valor da série, iniciada em 2010: 53,3 pontos. Em relação a fevereiro, a queda foi de 4,4%, enquanto, na comparação anual, foi de 38,4%. A maior parte das famílias, 59,2%, declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado. Outro item que também apresentou o menor nível da série foi o de Compras a Prazo, com 73,2 pontos – uma retração de 2,1% na comparação mensal e de 35,5% em relação a março de 2015. Impactado pela alta taxa de juros, o item Momento para Duráveis apresentou queda de 2,2% na comparação mensal. Em relação ao mesmo período de 2015, o componente recuou 46,2%. E mais: a maior parte das famílias, 72,1%, considera o momento atual desfavorável para a aquisição de duráveis.

Empregos Os únicos dois componentes do índice que ficaram acima da zona de indiferença, de 100 pontos, foram os relativos ao emprego. Ainda assim, o Emprego Atual, com 105,7 pontos, registrou queda de 0,6% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, a retração foi de 16,3%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego é de 30,7%, ante 31,1% em fevereiro de 2016. Já a Perspectiva Profissional, com 103 pontos, caiu 0,2%, em relação ao mês passado, e 15,7% na comparação com março de 2015.

Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias) 59,6%

60,8%

60,3%

Março de 2015 Fevereiro de 2016 Março de 2016

23,3%

23,5%

17,9% 6,2% Total de endividados

Dívidas ou contas em atraso

8,6%

8,3%

Não terão condições de pagar Fonte: CNC

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ECONOMIA

Estoques cheios, confiança em baixa O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 80,9 pontos em março, uma queda de 13,9% em relação a março de 2015. Apesar do aumento de 1,1% na passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal, o resultado ainda reflete a contínua retração do varejo, provocada especialmente pela deterioração do mercado de trabalho. “Seguem ausentes indicativos de reversão no médio prazo, especialmente em função do desemprego e da queda na renda real dos consumidores, que influenciam as vendas”, avalia a economista da Confederação, Izis Ferreira. O aumento no comparativo mensal foi puxado, sobretudo, pelo subíndice que mede as condições correntes, que chegou a 44,1 pontos, subindo 9% em relação a fevereiro. A avaliação positiva da percepção dos comerciantes em relação ao setor, que subiu 34,2% na comparação mensal, teve papel relevante no crescimento do indicador. Na comparação anual, no entanto, há uma retração de 28,1%. Para 92,9% dos varejistas, a economia piorou em março de 2016.

Expectativas O subíndice ligado às expectativas em relação aos próximos meses alcançou 122,7 pontos. Apesar de estar acima do nível de indiferença, de 100 pontos, o resultado é apenas 0,2% acima do registrado em fevereiro. Na comparação anual, a queda é de 4,8% com perspectivas piores para a economia (-1,7%), para o setor (-5,4%) e para o próprio negócio (-6,4%).

Evolução do Índice de Confiança do Empresário do Comércio

Menos investimento O subíndice do Icec que mede as condições de investimentos caiu 1,6% em relação a fevereiro e 17,3% na comparação anual, alcançando 75,7 pontos. O resultado foi influenciado por reduções em todos os itens: intenção de contratação de funcionários (-0,2%), intenção de investimento na empresa (-2,9%) e avaliação do nível dos estoques (-0,5%). O estudo aponta que 74% dos entrevistados reduziram a intenção de fazer aportes ao capital nas empresas devido à trajetória de alta dos juros e à elevação do custo de financiamento. A avaliação do nível dos estoques diante da programação de vendas caiu 0,5% em fevereiro, o que indica alta no nível dos estoques. Para 32,1% dos empresários, os estoques estão acima do adequado.

140

Índice (0-200)

130 120

110 100 90 80 70 60

ICEC

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ICEC com ajuste sazonal

Fonte: CNC


ECONOMIA

Menos famílias endividadas A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) registrou a segunda queda consecutiva em março, mostrando que 60,3% das famílias estão endividadas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. Embora o total seja menor do que o registrado em fevereiro, de 60,8%, ele é maior do que o percentual em março de 2015, 59,6%. “Esse resultado é o menor patamar desde março do ano passado e evidencia a retração do consumo, observada nos últimos meses, aliada a uma cautela maior do consumidor, que está atento às taxas de juros mais elevadas e ao cenário menos favorável do mercado de trabalho”, avalia a economista da CNC Marianne Hanson.

Mais contas em atraso Apesar do recuo do percentual de famílias endividadas, o total das que possuem dívidas ou contas em atraso aumentou na comparação mensal, de 23,3% para 23,5%. Na comparação anual, essa diferença é ainda maior, já que, em março de 2015, esse total era de 17,9%. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes teve uma redução apenas na comparação mensal, atingindo 8,3% em março, ante 8,6% em fevereiro de 2016 e 6,2% em março de 2015.

Percentual de Famílias Endividadas (% do total) (entre cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro) 59,6% 61,6%

mar./15

62,4% 62,0% 61,9% 62,7% 63,5% 62,1% 61,0% 61,1% 61,6% 60,8% 60,3% 177

maio./15

jul./15

set./15

nov./15

jan./16

mar./16 Fonte: CNC

Análise do envididamento A comparação mensal também mostra um aumento das que se declararam muito endividadas – 14,3% em março, ante 13,8% em fevereiro. Em relação a março de 2015, houve alta de 3,7 pontos percentuais. Os cartões de crédito continuam no topo da lista dos tipos de dívida, com 77,3% das famílias endividadas. Em seguida, estão os carnês, com 16,7%, e os financiamentos de carro, com 12%. O tempo médio de atraso nas dívidas foi de 62,6 dias em março de 2016 – acima dos 59,9 dias de março de 2015. O tempo médio de comprometimento com dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,5%, por mais de um ano. Do total das famílias que têm dívidas, 24,1% destinam mais da metade de sua renda mensal para o pagamento destas. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 62,6 dias em março de 2016 – acima dos 59,9 dias de março de 2015. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,1 meses, sendo que 25,5% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 33,5%, por mais de um ano.

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TURISMO

Cetur propõe união da hotelaria contra a zika Conselho tratou ainda da criação de Áreas Especiais de Interesse Turístico e da legalização dos jogos

Entidades hoteleiras assinam convênio para combater o mosquito Aedes aegypti - vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika - durante reunião do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 22 de março, na sede da CNC, em Brasília. “Esse convênio vai incentivar o engajamento do setor hoteleiro nas práticas de contenção do Aedes aegypti. A campanha nasceu de uma iniciativa de sucesso do Departamento Nacional do Sesc, já implementada em mais de mil unidades do Sesc e do Senac, em todo o País”, afirmou o presidente do Cetur, Alexandre Sampaio. Sob o mote Não deixe o mosquito bater ponto aqui, a campanha será promovida pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), pela Associação Brasileira de Resorts (ABR) e pela Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS). Mobilizar os funcionários dos estabelecimentos, realizar rotinas de inspeção e promover a formação de agentes multiplicadores são ações da campanha, segundo afirmou Janaina Pochapski, diretora de Saúde, Assistência e Lazer do Sesc Nacional.

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Imagem: Paulo Negreiros

TURISMO

Ao microfone, Alexandre Sampaio coordena a reunião do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade

Áreas Especiais de Interesse Turístico Na reunião do Cetur, o ex-presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, falou da importância de gerar possibilidades de crescimento para o turismo após os grandes eventos e defendeu a criação de Áreas Especiais de Interesse Turístico (AEIT). A proposta visa estabelecer uma legislação específica para locais com vocação para o turismo, com flexibilização de incentivos fiscais e licenciamento ambiental. “Temos que abrir os parques nacionais, as cidades históricas e o turismo cultural; viabilizar nossas orlas com marinas e portos turísticos; e desenvolver o setor de eventos e os parques temáticos”, afirmou Lummertz. A entrega do Projeto de Lei para a criação das Áreas Especiais de Interesse Turístico foi encaminhada pelo Ministério do Turismo à Presidência da República em 28 de março, semana seguinte à reunião do Cetur.

Legalização dos jogos Entre os 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), 75% têm o jogo legalizado e o Brasil está entre os 25% que o proíbem. Mesmo com a proibição, em 2015, as apostas legais movimentaram R$ 14,2 bilhões contra R$ 19,9 bilhões do jogo ilegal. “Para cada 3 reais apostados no Brasil, 2 vão para o jogo ilegal e 1 para o legal”, afirmou Magno José Santos de Sousa, presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal.

A regulamentação dos jogos está em discussão no Congresso Nacional e tem apoio do segmento de turismo. Para Magno, o Brasil tem uma das legislações mais antigas e inadequadas na área. “O longo período de proibição transformou o jogo em um tabu. Estimase que o mercado potencial do jogo seja o equivalente a 1% do PIB de um país, o que traria R$ 55 bilhões em receita ao Brasil”, afirmou.

Trabalho intermitente Para o vice-presidente da CNC e deputado federal, Laércio de Oliveira, é preciso avançar em leis que permitam o crescimento do segmento. “Esse é um setor capaz de mudar a realidade do nosso país”, afirmou. Laércio é autor do Projeto de Lei nº 3.785 de 2012, que permite o trabalho intermitente, uma demanda que ajudaria o turismo a lidar com a sazonalidade. Estiveram presentes à reunião o atual ministro do Turismo (na ocasião secretário executivo), Alberto Alves; o presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, Alex Manente; o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, Herculano Passos; o deputado federal Raimundo Gomes de Matos; o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio Nardi; e o presidente da Fecomércio-TO, Itelvino Pisoni. CNC NOTÍCIAS | ABRIL 2016 | ANO XVI

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TURISMO

Conselho e Câmaras apontam demandas regionais e nacionais do turismo Os Conselhos e as Câmaras Empresariais de Turismo das Federações do Comércio dos estados brasileiros se reuniram no primeiro encontro do ano do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 22 de março, em Brasília. Durante a reunião foram apresentados os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos e os avanços obtidos para o segmento de turismo no País. Estiveram presentes representantes das Câmaras e Conselhos de Turismo das Federações do Acre, Amapá, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia e Rio Grande do Sul e representantes das Federações de Manaus, Tocantins, Roraima, Maranhão e Goiás. Para o presidente do Cetur/CNC, Alexandre Sampaio, a criação das Câmaras e Conselhos nas Fecomércios fortalece a atividade turística nos

estados e nacionalmente. “Ao reunir as Câmaras e Conselhos Empresarias de Turismo das Fecomércios, promovemos um espaço de diálogo, de troca e um momento de alinhar expectativas e demandas importantes para o desenvolvimento da atividade no País”, afirmou Sampaio. Por meio do depoimento de representantes de 23 das 27 Federações do Comércio, é possível entender a extensão e as diferenças de demandas e problemas enfrentados pelo segmento em diferentes partes do País. Algumas questões, no entanto, são recorrentes, como: a necessidade de produção de pesquisas e dados sobre os impactos econômicos da atividade; o foco na realização e captação de eventos como alternativa à sazonalidade e ainda o desenvolvimento de programas de capacitação de profissionais com foco nas necessidades do mercado.

Pesquisa e eventos Em São Paulo, Vivianne Martins, do Conselho Executivo de Viagens e Eventos Corporativos, destaca pesquisa realizada sobre empregos no

Circe Jane da Ponte, presidente do Sindieventos e vice-presidente da Fecomércio-CE, e George Gosson, coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-RN

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Imagens: Paulo Negreiros

TURISMO

José Porfiro do Carmo, do Núcleo de Turismo da Fecomércio-MG, e Nilde Brun, coordenadora da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-MS

segmento e ainda um levantamento sobre o cenário de compras e planejamento de viagens pela internet (e-commerce). “A visão é nos tornarmos referência em inovação e geração de conteúdo estratégico”, explica. A opinião é compartilhada pelo Cetur da Fecomércio-CE. “Nós consideramos fundamental a pesquisa sobre o impacto econômico do turismo dentro do Estado. Sem dados, a gente não consegue chegar às esferas públicas e solicitar aquilo que é de direito”, defende Circe Jane da Ponte, presidente do Sindieventos e vice-presidente da Fecomércio-CE. Em Minas Gerais, já foram realizadas 14 pesquisas e estudos empresariais com foco no Turismo. “Nosso objetivo é criar conteúdo e indicadores que auxiliem os empresários na tomada de decisões estratégicas em seus negócios”, avalia José Porfiro do Carmo. A necessidade de trabalhar o turismo de negócios e eventos foi apontada por vários estados como alternativa para os períodos de baixa temporada e pouca ocupação dos turistas de lazer. “Começamos a desenvolver a captação de eventos, porque acreditamos que é um fator importante para o Mato Grosso do Sul, para diminuir a sazonalidade e trabalhar no período das baixas temporadas”, afirmou Nilde Brun, coordenadora do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-MS. Para Francisco Farias, da Fecomércio-DF, o futuro Conselho Empresarial de Turismo de Brasília, que será instalado este

semestre, terá foco nos eventos. “Chegou a hora dos empresários cuidarem dessa questão. Nós temos espaço e necessidade de trazer eventos para a cidade, a fim de gerar emprego e recursos”, defendeu.

Aviação doméstica George Gosson, coordenador da Câmara Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-RN lembrou uma questão que aflige principalmente os estados do Norte e do Nordeste, que é a oferta de voos. Os Conselhos de Turismo batalharam pela redução do ICMS no combustível da aviação, que em alguns estados baixou de 25% para 12%, mas ainda é pouco para competir com as empresas internacionais que têm alíquota zero. “O incentivo à aviação doméstica passa pela redução dos custos das empresas, dentre eles destaca-se o querosene de aviação que é responsável por 40% dos custos operacionais do setor aéreo”, defende. Os estados do Norte foram uníssonos ao afirmar a necessária ampliação da malha aérea na região para que o turismo possa se desenvolver. “No Acre, nós tínhamos quatro voos de três companhias aéreas. Hoje, estamos com dois voos”, disse Marta Bonini, da Fecomércio-AC. Para o presidente do Cetur, o trabalho nos estados agrega valor ao Sistema. “A CNC, com certeza, é a representante maior do Turismo brasileiro porque realiza, em conjunto com vocês, um trabalho diferenciado”, concluiu Sampaio. CNC NOTÍCIAS | ABRIL 2016 | ANO XVI

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GESTÃO SINDICAL

Fecomércio-RN constrói plano estratégico Nos dias 3 e 4 de março, a Diretoria e colaboradores da Fecomércio-RN participaram de uma reunião para elaboração do Planejamento Estratégico da entidade, com projeção até 2020. Os assessores do Departamento de Planejamento (Deplan) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Marcelo e Leonardo Fonseca, auxiliaram os participantes, realizando uma análise do cenário atual para a construção de um plano moldado à realidade da Federação, com projetos adequados ao Rio Grande do Norte. Com o método A Busca do Futuro, os assessores da Confederação reuniram insumos junto aos participantes para a elaboração de ações que ajudem na montagem do Plano Estratégico. A Fecomércio-RN foi a primeira a experimentar uma nova abordagem do modelo de Planejamento Estratégico aplicado pela CNC no auxílio às entidades nessa elaboração. “O Deplan vai acompanhar de perto as lições aprendidas para aplicarmos em outras federações”, afirmou Leonardo Fonseca. “O Plano Estratégico inicia um novo ciclo de gestão na Fecomércio, aliado ao Segs”, completou.

Já para o diretor executivo da Fecomércio-RN e multiplicador do Segs na entidade, Jaime Mariz, o planejamento será um instrumento de gestão integrador, que norteará as ações da entidade para que ela cumpra bem sua missão. “Ao decidir implantar um planejamento estratégico na Fecomércio-RN, o presidente Marcelo Queiroz demonstra sua visão moderna de empresário que quer dar nova dimensão a essa Casa tão importante para a economia do nosso estado e também para o empresário do comércio de bens, serviços e turismo”, disse Mariz.

Imagens: Divulgação/Fecomércio-RN

Para o presidente da Federação, Marcelo Queiroz, que participou diretamente do processo de

elaboração do Plano Estratégico, essa atitude é fundamental para atingir os objetivos da Federação. “Dar andamento de forma plena e efetiva ao nosso Planejamento Estratégico era algo que posso dizer que nós devíamos a nós mesmos. Felizmente, com o apoio da equipe da CNC e com o envolvimento de toda a Casa, estamos caminhando a passos largos com o processo que, não tenho dúvidas, irá ter impactos profundos e positivos no nosso dia a dia e, sobretudo, nos nossos resultados”, afirmou. “Agradeço, primeiro ao presidente Antonio Oliveira Santos, por ter colocado a estrutura da CNC à nossa disposição desde o primeiro momento, e também, claro, a todos os que se envolveram e estão se envolvendo, direta ou indiretamente, no nosso projeto”, completou Marcelo Queiroz.

Diretoria e colaboradores da Fecomércio-RN, entre eles o presidente Marcelo Queiroz (primeiro na foto à direita), se reuniram para a discussão do Planejamento Estratégico da entidade

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GESTÃO SINDICAL

Imagem: Divulgação/Fecomércio-SE

Ações do Segs para 2016 em Sergipe

Crys Moura, multiplicadora do Segs na Fecomércio-SE, durante a reunião do dia 17 de fevereiro: planejamento estratégico em foco

Sindicatos filiados à Fecomércio-SE participaram de treinamentos no âmbito do Ciclo 2016 do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs). Em 17 de fevereiro, o foco do trabalho foi desenvolver ações com base nos seis eixos de atuação sugeridos pela CNC: Comunicação, Produtos e Serviços, Atuação Gerencial, Representação, Relações Sindicais e Atuação Legislativa. Foram criados planos de ação que servirão como base de trabalho para as entidades durante o ciclo. “O resultado foi muito positivo com o feedback de todos os colaboradores motivados na construção do trabalho e

cumprimento das ações planejadas”, afirmou Crys Moura, multiplicadora do Segs em Sergipe. Já em 16 de março, foi realizado um treinamento, alinhando as estratégias entre os colaboradores da Federação e os representantes dos sindicatos. Responsáveis pelos setores técnicos da FecomércioSE apresentaram sugestões para aplicação conjunta, para melhorar o atendimento aos associados e estimular a troca de informações e experiências entre as entidades. Saiba mais sobre a atuação da Fecomércio-SE no Segs no site da CNC, através do link http://bit.ly/Segs-SE2016

Integração no Mato Grosso do Sul A Fecomércio-MS também realizou a abertura do Ciclo 2016 do Segs, em encontro no dia 31 de março. O evento foi coordenado pelo diretor do Núcleo de Gestão Estratégica da Fecomércio-MS, Reginaldo Lima. “O encontro é importante para integrar os sindicatos e discutir a melhoria na prestação de serviços. Essa troca de experiências é fundamental para a busca da gestão de excelência, trabalhar de forma integrada as práticas de gestão e conhecer a realidade de cada região”, concluiu Reginaldo.

O presidente da Fecomércio-MS, Edison Araújo, falou da importância da união entre a Federação, os sindicatos e seus representados. “Essa união que nós temos hoje é fruto de um trabalho que a Fecomércio vem desenvolvendo com a participação de vocês. Só assim, vamos conseguir resolver parte dos nossos problemas e a participação no Segs é fundamental para isso, principalmente em um momento como o qual passamos no País”, afirmou.

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Imagem: Divulgação/Fecomércio-AL

NOTAS & FATOS

Incentivo às compras “O momento é de buscar alternativas e convidar o consumidor a comprar, apresentando preços atrativos e facilitando as condições de pagamento.”

Imagens: Divulgação/Fecomércio-RN

Wilton Malta, presidente da Fecomércio-AL, sobre a parceria da entidade com a CDL do Estado na campanha Liquida Geral, de fomento ao consumo por meio de promoções e sorteios.

Compromisso reafirmado “Reafirmamos o compromisso com investimentos em ampliação e reforma de várias unidades nossas, mesmo diante de todo o cenário de dificuldades econômicas que estamos atravessando.”

Crédito internacional “Na situação difícil, existem oportunidades e crescimento. Temos que trabalhar mais para que o Estado crie novas oportunidades de desenvolvimento.” Hugo França, vice-presidente da Fecomércio-SE, durante encontro com representantes do Banco Mundial, que visitaram Sergipe para conhecer melhor a economia do Estado e negociar novas operações de crédito com o governo.

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Imagem: Divulgação/Fecomércio-SE

Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio-RN, durante encontro com representantes da entidade, sindicatos, Sesc, Senac, além de autoridades e artistas locais, sobre projetos para este ano no Estado.


Imagem: Christina Bocayuva

Imagem: Divulgação/Fecomércio-AP

NOTAS & FATOS

Combate ao mosquito

“De forma geral, todos os setores estão passando por dificuldades, e sabemos que cada um possui demandas gerais e específicas. O objetivo aqui foi apontar uma diretriz para alavancar o comércio varejista.”

“O comércio é o setor da economia local que mais gera emprego, e, com isso, o fluxo de pessoal, seja ele de comerciários ou consumidores, é constante. Se todos colocarem em prática as informações que as equipes estão repassando, conseguiremos vencer o mosquito.”

Edison Araújo, presidente da Fecomércio-MS, durante encontro com o governador do Estado, Reinaldo Azambuja, no qual empresários entregaram documento com reivindicações e sugestões para a retomada do crescimento.

Eliezir Viterbino, presidente da Fecomércio-AP, sobre a campanha Comércio contra o Aedes, que visa levar informação e conscientizar a população a respeito da identificação, formas de prevenção e sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Imagem: Divulgação/Fecomércio-PE

Reivindicar para crescer

Semana de Gastronomia Regional “A gastronomia pernambucana é única em sabor, e o Recife é hoje o terceiro polo gastronômico do Brasil. Para nós do Senac Pernambuco é um prazer levar a riqueza da nossa culinária para ser apreciada por outras culturas.” Josias Albuquerque, presidente da Fecomércio-PE, sobre a Semana de Gastronomia Regional, edição Pernambuco, realizada no Restaurante Escola Senac Downtown, nos dias 13 e 14 de abril, no Rio de Janeiro.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Setor de tecnologia da informação ganha espaço de discussão na Fecomércio-DF

A câmara vai discutir as dificuldades encontradas

pelo setor e propor soluções principalmente nas áreas de tributação, crédito, financiamento, comercialização, formação de recursos humanos e estímulos à inovação. Para conduzir os trabalhos da câmara, foi eleito como presidente o empresário Marco Túlio Chaparro, segundo diretor Financeiro do Sindesei. “Atualmente, o nosso setor tem mais de cinco mil empresas. Hoje, o segmento de TI é responsável pela criação e inovação de vários outros setores. Nosso segmento permeia todos os outros e por isso precisa ter uma transversalidade, com foco na geração de trabalho e riquezas”, disse Marco Túlio.

Da esq. p/ dir.: Wasny de Roure, deputado distrital; Marco Tulio Chaparro, coordenador da Câmara Temática; Homero Mateus, representante do Sindesei-DF; Adelmir Santana, presidente da Fecomércio-DF; e Christian Tadeu, vice-presidente de Marketing da Assespro-DF

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O presidente da câmara salientou ainda a importância da criação de cursos que supram as lacunas de profissionais da área. Segundo Marco Túlio, é necessário que se crie um modelo de negócio em que a academia e o setor produtivo andem juntos. “Nos Estados Unidos já existe isso, um modelo que supre as demandas do mercado, com a intenção de gerar emprego e fomentar o mercado de trabalho. Essa câmara pode ser um ponto de partida para desenvolver trabalhos que vão nesse sentido”, concluiu Chaparro. Participaram do encontro parlamentares, empresários, diretores da Fecomércio-DF e representantes do Senac. Imagem: Joel Rodrigues/Fecomércio-DF

A Fecomércio-DF, em parceria com o Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do Distrito Federal (Sindesei-DF), implantou a Câmara Temática de Tecnologia da Informação e Comunicação. O objetivo é fortalecer o setor de tecnologia da informação de Brasília, tornando-o, assim, mais competitivo. “O nosso anseio é o de que Brasília encontre um caminho e gere cada vez mais riquezas. O setor de TI é um segmento que envolve muitas empresas e negócios e que, certamente, quando bem estimulado, pode nos dar bons resultados”, afirmou o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana.


COMÉRCIO EM AÇÃO

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomércioSP) lançou, em 8 de abril, em Chicago, nos Estados Unidos, um novo formato para a plataforma UM BRASIL. Trata-se do UM BRASIL Talks, parceria com a Brazilian Student Association (Brasa), grupo interdisciplinar de estudantes brasileiros no exterior que discute com especialistas soluções para um País mais equilibrado.

Imagem: Edson Chaves Filho

Fecomércio-SP lança novo formato de entrevistas na plataforma UM BRASIL

Foram distribuídas 12 mil publicações com os documentários e entrevistas produzidos pelo UM BRASIL

No programa de estreia, o consultor em gestão Vicente Falconi, único latino-americano eleito pela American Society for Quality como “Uma das 21 vozes do século XXI” e referência em planejamento estratégico, foi entrevistado pela jornalista Cristina Poli e três estudantes. Para ele, o Brasil carece de gerenciamento para definir metas e colocálas em prática. Apesar disso, apontou que a área de Educação é a única que dá aos governantes parâmetros para melhorar a gestão e é um exemplo para os demais setores. Falconi afirmou que é preciso que cada área do governo dialogue com a população para constatar a sua satisfação e, a partir das respostas, propor metas para realizar melhorias. “Planejamento estratégico não é uma coisa que se faz uma vez e é fixo, tem que ser refeito todo ano. Por isso, proponho uma organização de Estado com recursos próprios para contratar consultorias e mostrar quais são os caminhos futuros para o País”, afirmou. A plataforma UM BRASIL, criada em 2014, reúne o pensamento de grandes nomes em busca de respostas para as transformações que regem nossa

história, segundo o superintendente da FecomércioSP, Antônio Carlos Borges. “Estamos falando de um material que pode ser considerado um divisor de águas na comunicação com a sociedade, pautada na reorganização de crenças e conceitos”, ressaltou. Segundo o executivo, acadêmicos das áreas social, econômica e política das mais prestigiadas universidades e instituições do País e do exterior “abrem um polêmico debate sobre os entraves que emperram o crescimento do Brasil e quais as possíveis soluções para a retomada de um progresso consciente e justo”. A iniciativa, concluiu, faz parte da missão que a Fecomércio-SP assumiu de estar sempre presente nos ambientes de discussão, levando informação de qualidade e propostas para um País melhor e mais igualitário. Os principais documentários e entrevistas produzidos pelo UM BRASIL estão reunidos em publicações especiais, sendo que 12 mil livros foram impressos e distribuídos. O material é cedido sem custos a escolas, universidades e centros de estudos brasileiros dentro e fora do País e está disponível para download no endereço www.umbrasil.com.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Fecomércio-RS lança Agenda Legislativa para 2016 Em encontro com a bancada gaúcha no Congresso, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) promoveu, em 6 de abril, o lançamento da Agenda Legislativa 2016, com a posição da entidade sobre 55 projetos, sendo 31 deles federais. Em seu discurso, o presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, afirmou que é preciso “virar a página da crise política para trazer confiança ao mercado”. Segundo ele, somente com estabilidade serão retomados o crescimento econômico, o controle da inflação, os investimentos e o que considera mais importante: a geração de emprego e renda. “Nosso país não pode continuar parado”, destacou.

Imagem: Paulo Negreiros

Também vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Bohn disse que a economia depende do funcionamento produtivo de suas instituições. “Precisamos que o Poder Legislativo tenha foco em

uma pauta propositiva que elabore, discuta e aprove reformas que melhorem o ambiente para empreender. Reformas que simplifiquem o sistema tributário, que modernizem a legislação trabalhista e que afastem dos governantes a tentativa de promover o ajuste fiscal somente pelo aumento da receita, e nunca pela diminuição das despesas, assim como insiste o governo federal, com a recriação da CPMF”, explicou. Ele se referiu ao Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 257/2016, que estabelece critérios para renegociação da dívida dos Estados. O projeto, que tem origem no Poder Executivo, traz uma confissão por parte do governo, na avaliação de Bohn. “Ao propor metas para o crescimento do setor público e suas despesas, admite algo que a sociedade já sabe há muito tempo: que o Estado já não cabe no bolso dos brasileiros”, complementou. O dirigente criticou ainda o Projeto de Lei (PL) nº 559/2015, do deputado Jorge Solla (PT-BA), que prevê a criação dos S da saúde, impedindo Sesc e Senac de continuar atendendo funcionários das empresas ligadas à saúde.

Bancada Vários deputados se revezaram em breves discursos. O primeiro foi o coordenador da bancada, deputado Giovani Cherini (PDT), que falou sobre as prioridades na atuação dos parlamentares. Falaram ainda os deputados Jerônimo Goergen (PP), Luiz Carlos Busato (PTB), Carlos Gomes (PRB), Covatti Filho (PP), Darcísio Perondi (PMDB), Alceu Moreira (PMDB), Afonso Motta (PDT), Mauro Pereira (PMDB) e Onyx Lorenzoni (DEM).

O presidente da Federação gaúcha, Luiz Carlos Bohn: pauta propositiva para incentivo ao empreendedorismo

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Além de Bohn, a CNC esteve representada pelo vicepresidente, deputado Laércio Oliveira, e pelo chefe da Assessoria Legislativa, Roberto Velloso.


Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

HISTÓRIA EM IMAGEM

A batalha do impeachment Foram seis horas de votação, 367 votos a favor e 137 contra. Ausências e abstenções somaram nove votos. Ao final da noite de 17 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para os empresários do comércio, o afastamento da presidente deverá ajudar o País a sair da crise e dos impasses que estão prejudicando a economia em níveis históricos.


COMÉRCIO E TURISMO JUNTOS DESENVOLVENDO A ECONOMIA E O PAÍS.

O turismo movimenta a economia e cria novas oportunidades de negócios. O comércio também. Por isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atua na defesa dos interesses do setor e na elaboração de projetos que fortalecem o turismo. E mais: por meio do Sesc, promove turismo social e sustentável, saúde, educação, cultura e esporte para milhões de brasileiros. Com o Senac, oferece qualificação e atualização profissional, gerando mão de obra para um mercado cada vez mais exigente. É assim que o Sistema CNC-Sesc-Senac trabalha pelo setor com tanto orgulho. Afinal, em qualquer lugar do País, comércio e turismo sempre viajam juntos.

cnc.org.br/turismo


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