CNC Notícias 187

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Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

MAIO 2016 | ANO XVI | www.cnc.org.br

E agora, comércio? Em meio à crise, ferramentas estratégicas podem ajudar a manter o negócio

Ações da CNC pelo novo Código Comercial pág.

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Campanha destaca atuação conjunta de Comércio e Turismo pág.

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SISTEMA CNC-SESC-SENAC NO COMBATE AO MOSQUITO DA ZIKA. O combate ao Aedes aegypti constitui-se em prioridade número 1 na saúde pública brasileira, em razão das graves

ATENÇÃO! TUDO QUE ACUMULA ÁGUA É FOCO DO MOSQUITO

consequências ocasionadas principalmente pelo zika vírus, gerando quadros de microcefalias e suas sequelas neurológicas. As entidades do Sistema

Tampe os tonéis e caixas-d’água.

Mantenha as calhas sempre limpas.

Coloque areia nos vasos de plantas.

Retire sempre água dos pneus.

Deixe garrafas sempre viradas.

Mantenha a lixeira bem fechada.

CNC-Sesc-Senac estão intensificando o trabalho coordenado com as Secretarias Municipais de Saúde e demais organismos governamentais, buscando mobilizar as comunidades e os usuários do Sistema para conter o avanço das doenças causadas pelo mosquito Aeds aegypti.

Fonte: Ministério da Saúde


Virando o jogo O cenário político começou a ganhar contornos de mais nitidez, mas ainda há um grau de incerteza que projeta mais sombras do que luz sobre o futuro da economia. Ainda não se sabe a verdadeira extensão dos danos causados pela atuação titubeante do governo nos últimos anos, agravados pela virtual paralisação dos agentes econômicos, na expectativa de mudanças que sinalizassem um rumo para o País. Em outras palavras, ainda não se sabe se o Brasil chegou, de fato, ao “fundo do poço”. O certo é que os empresários não podem se dar ao luxo de ficar de braços cruzados. Há contas para pagar, estoques para administrar, empregados para gerir, clientes para conquistar. E, embora o País esteja passando mais um difícil momento de sua história, poucos têm dúvida do seu potencial para gerar riquezas. É essa necessidade dos empresários de reagrupar forças e adotar as melhores estratégias, com ações e ferramentas adequadas, que a CNC Notícias aborda em sua reportagem de capa desta edição. Ao ouvir analistas e consultores sobre os desdobramentos esperados para o setor até o fim do ano, é possível identificar uma série de medidas que pode ajudar na superação do difícil momento que passam o setor e o País. Com criatividade, novas ideias e os custos sob controle. De uma forma ou de outra, essa necessidade de virar o jogo permeia todas as demais reportagens da revista. O novo Código Comercial toma forma, com aperfeiçoamentos relevantes propostos pela CNC. O Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs) se mobiliza para aproximar ainda mais as entidades sindicais das necessidades das empresas. O Turismo sai com uma campanha para mostrar o quanto o setor está intrinsecamente vinculado ao Comércio de bens e serviços. E as Federações se mobilizam para se fortalecer e consolidar uma presença cada vez mais atuante, tanto em nível nacional quanto nos Estados. O Sistema Comércio vai seguir firme, trabalhando para proporcionar aos cinco milhões de empresas por ele representadas um ambiente de negócios adequado, mais seguro juridicamente, com leis que permitam o pleno desenvolvimento do comércio de bens, serviços e turismo. Esperemos que as demais lideranças do País atuem com o mesmo foco. Boa leitura!


CNC NOTÍCIAS Ano XVI, n° 187, Maio, 2016

Presidente: Antonio Oliveira Santos Vice-presidentes: 1º - Josias Silva de Albuquerque, 2º - José Evaristo dos Santos, 3º - Laércio José de Oliveira. Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Carlos de Souza Andrade, José Marconi Medeiros de Souza, José Roberto Tadros, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Carlos Bohn e Luiz Gastão Bittencourt da Silva Vice-presidente Administrativo: Darci Piana Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira Diretores: Aldo Carlos de Moura Gonçalves, Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Araújo, Eliezir Viterbino da Silva, Euclydes Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Itelvino Pisoni, José Arteiro da Silva, José Lino Sepulcri, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Paulo Sérgio Ribeiro, Pedro José Maria Fernandes Wähmann, Raniery Araújo Coelho, Sebastião de Oliveira Campos e Wilton Malta de Almeida Conselho Fiscal: Domingos Tavares de Souza, José Aparecido da Costa Freire e Valdemir Alves do Nascimento GABINETE DA PRESIDÊNCIA Lenoura Schmidt (Chefe) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - CNC REDAÇÃO Editora-chefe: Cristina Calmon Editor Executivo: Celso Chagas (Mtb 30683) Reportagem: Celso Chagas, Edson Chaves, Geraldo Roque, Joanna Marini, Luciana Neto e Marcos Nascimento Projeto gráfico: Programação Visual/Ascom Diagramação e ilustração: Carolina Braga Revisão: Luciene Gonçalves Impressão: WalPrint Gráfica e Editora

CNC - RIO DE JANEIRO Av. General Justo, 307 PABX: (21) 3804-9200

HORA DE AJUSTES

A crise não é novidade, mas é justamente por causa dela que os empresários do comércio precisam pensar, com criatividade, em estratégias e ferramentas para sobreviver ao cenário, conquistar clientes e, por tabela, auxiliar na reversão deste quadro. A CNC Notícias foi apurar as principais tendências do varejo e do consumo para nortear esse caminho.

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CEP: 20021-130

CNC - BRASÍLIA SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP: 70041-902 PABX: (61) 3329-9500/3329-9501 Contatos Assessoria de Comunicação CNC Telefone: (21) 3804-0374 E-mail: ascom@cnc.org.br www.cnc.org.br

ENTENDENDO NOSSOS ÍCONES

Análise conjuntural / sociedade / mundo empresarial Conteúdos socioeconômicos que gerem resultados positivos e desenvolvam a sociedade.


SEGS: DESAFIOS PARA CHEGAR ÀS EMPRESAS

ESFORÇO CONJUNTO PELO CÓDIGO COMERCIAL

Multiplicadores do Segs nas Federações estaduais e nacionais se reuniram na CNC com o desafio de estruturar ideias e ações para que o programa alcance as empresas representadas, contribuindo, assim, para que tenham mais competitividade em suas atuações.

Ações do Sistema CNC em prol do novo Código Comercial visam garantir as condições necessárias para a atividade comercial. Reuniões nos estados, análise do Grupo de Trabalho da Confederação e acompanhamento da tramitação no Congresso estão no rol de ações.

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CBFARMA

Secretário da Anvisa participa da reunião da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos para explicar a formulação de preços de medicamentos no País.

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VITRINE ......................................................................... 4 INTERESSE DO COMÉRCIO.......................................... 6 CAPA............................................................................. 8 REUNIÃO DE DIRETORIA ............................................ 14 INSTITUCIONAL .......................................................... 16

COMÉRCIO E TURISMO VIAJAM JUNTOS

A nova campanha institucional da CNC ressalta como o Comércio e o Turismo estão interligados, trabalhando juntos para o desenvolvimento do País.

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NO RADAR .................................................................. 23 ECONOMIA.................................................................. 24 TURISMO..................................................................... 30 GESTÃO SINDICAL...................................................... 34 NOTAS E FATOS.......................................................... 36

POR UM COMÉRCIO MAIS FORTE

Fecomércio-BA, em parceria com entidades empresariais, promove campanha para chamar a atenção para a situação do comércio e o cenário econômico na Bahia.

COMÉRCIO EM AÇÃO................................................. 38

38 Trabalhos técnicos Pesquisas, avaliações, posicionamentos.

Representação, defesa e desenvolvimento do sistema Temas político-econômicos que influenciem a comunidade empresarial do comércio de bens, serviços e turismo para o desenvolvimento do país.


VITRINE

LIVRO Com um olhar apurado e atento ao cenário econômico, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, abordou, em artigos, entrevistas e posicionamentos, o ponto de vista do empresário do comércio sobre política, economia e questões sociais que permearam o Brasil em 2015. Esses tratados foram reunidos no livro A Visão do Comércio, publicado pela Confederação, apresentando a interpretação do comércio sobre o cenário, com projeções e expectativas. “O setor comercial, do varejo e do atacado, para se defender e ultrapassar o período de crise, vai ter que guiar-se pela prudência na administração de suas atividades, na melhoria dos custos operacionais, do endividamento financeiro e da política de estoques, do aprimoramento das técnicas competitivas e da produtividade”, afirmou Antonio Oliveira Santos em um trecho da obra.

O Palco Giratório 2016 já está na estrada, levando o programa do Sesc a diversas cidades em todo o Brasil. Neste ano, 20 companhias teatrais se apresentam com 38 espetáculos. O projeto também oferece oficinas de dança, interpretação, teatro gestual e de animação, entre outros ofícios que compõem o mundo do teatro. “Vamos fazer 20 anos e quantas companhias já circularam pelo País e quanto aprenderam, quanto se fortaleceram com o circuito”, afirmou Márcia Rodrigues, gerente de Cultura do Sesc. Confira a programação e saiba mais sobre os espetáculos no site www.sesc.com.br/palcogiratorio.

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Empresa lança serviço de apoio à gestão de MPEs e MEIs A startup mineira conta.MOBI criou um serviço de apoio a micro e pequenas empresas (MPEs) e microempreendedores individuais (MEI) para que eles possam se manter operantes e com saúde financeira. Trata-se de um aplicativo que atua como uma espécie de mentor dos negócios, já que promete fornecer assistência empresarial e contábil e um serviço de gestão financeira customizado com oferta de facilidades no pagamento de contas e na realização de cobranças. O objetivo é profissionalizar os microempreendedores, reduzir custos, economizar tempo e aumentar a produtividade. O aplicativo foi desenvolvido em parceria com a Fenacon e com o auxílio do Sebrae-MG e da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Para acessar e saber mais sobre o serviço, acesse www.conta.mobi.

Imagem: Reprodução/conta.MOBI

Imagem: Divulgação/Sesc

TEATRO


Guia orienta cidadãos sobre Previdência O Ministério do Trabalho e Previdência Social elaborou um guia de benefícios e serviços para o cidadão, contendo orientações sobre os direitos e serviços previdenciários. A publicação contém informações sobre como se tornar um segurado e passar a ter acesso aos benefícios da Previdência Social. O guia traz textos curtos em linguagem clara e direta para facilitar a compreensão de todos sobre a Previdência Social. A publicação está disponível no site do Ministério e pode ser baixada através do link http://bit.ly/guiaMTPS.

CPI aprova projeto que proíbe o bloqueio de aplicativos de mensagem A Câmara dos Deputados, por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos, aprovou, em 4 de maio, por 17 votos a 6, o projeto de lei que se propõe a bloquear serviços de internet com conteúdo ilegal. No entanto, um dia após a repercussão em relação ao bloqueio do aplicativo WhatsApp, ocorrido no dia 2 de maio, os deputados alteraram a redação final para excluir a possibilidade de bloqueio de aplicativos de mensagens. No total, seis projetos de lei foram sugeridos pela CPI. O próximo passo é que eles

sejam protocolados e passem pelos trâmites dentro da Câmara. Em 2 de maio, a Justiça de Sergipe mandou empresas de telecomunicações bloquearem o WhatsApp em todo o País por 72 horas. A medida gerou polêmica entre usuários do serviço e diversos setores da sociedade. No entanto, no dia seguinte, o WhatsApp recorreu da decisão, e a liminar foi suspensa, com o funcionamento do aplicativo sendo restabelecido.

Restaurante Senac Pelourinho reconhecido pelo público asiático O Restaurante-Escola Senac Pelourinho está na lista de estabelecimentos reconhecidos pelo prêmio Top Choice 2016, do Lianorg.com, um portal de informações turísticas voltado para o público asiático. As indicações são feitas pelo júri do site e pelos próprios visitantes da China, Japão e outros países da Ásia. Um dos mais tradicionais restaurantes de culinária típica baiana, o Senac Pelourinho é parte de um complexo formado pela estrutura pedagógica dos cursos do Senac e o Museu da Gastronomia Baiana, único na América Latina dedicado ao tema Gastronomia.

Imagem: Divulgação/Senac-BA

Imagem: Reprodução

VITRINE

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INTERESSE DO COMÉRCIO

A CNC e o novo governo Presidente da Confederação elenca em artigo medidas que podem contribuir para a retomada do crescimento do País, e aponta: o momento é de acreditar em quem chega, em busca de avanços que beneficiem toda a população brasileira

O impedimento da Presidenta Dilma Rousseff e a investidura do Vice-Presidente Michel Temer na Presidência da República não podem ser apenas uma simples troca de comando. Mais que isso, necessário é transmitir à sociedade atitudes e comportamentos que justifiquem apoio suprapartidário das entidades de classe, das empresas, dos trabalhadores e da sociedade brasileira: Combater o déficit fiscal pela via do aumento de impostos, obviamente, não é o caminho a ser percorrido. O novo governo encontrará o País envolvido por uma grave crise política e econômica e, por essa razão, terá de merecer o apoio do povo brasileiro e, em particular, da classe empresarial. É nesse contexto que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que congrega 34 Federações e 1.010 Sindicatos, que abrigam 5 milhões de empresas, abre um crédito de confiança ao Presidente da República. No segundo mandato da Presidenta Dilma, a política econômica caracterizou-se por três equívocos evidentes: a expansão exagerada do crédito, o subsídio ao consumo e o controle de preços, principalmente de combustíveis e energia elétrica. No primeiro e segundo casos, alimentouse a inflação, mediante expansão de demanda; no terceiro, tentou-se corrigir a inflação, com pesado sacrifício para as duas maiores empresas do Brasil. Essas medidas provocaram a queda das

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atividades econômicas, importando em recessão e na ocorrência posterior de uma inevitável inflação corretiva. (Jornal do Commercio, 7/1/16). A situação fiscal do Tesouro Nacional tem de ser equilibrada, mediante providências fortes para a contenção da despesa, principalmente a redução do tamanho gigantesco da Administração Pública federal: extinção de Ministérios, secretarias, autarquias e, principalmente, a compactação da estrutura interna de cada um deles, com a consequente extinção de numerosos cargos em comissão. Paralelamente, é fundamental, acima de tudo, reduzir a despesa com o pagamento de juros (SELIC) e utilizar parte das reservas cambiais para reduzir a dívida pública. Igualmente inadiáveis são o debate sobre a aposentadoria do funcionalismo público, o chamado “regime próprio da previdência” maior fonte de déficit previdenciário e a implementação do Fundo do Regime Geral da Previdência criado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 60), com base no art. 250 da Constituição. Outro passo importante seria o da implementação de uma “reforma tributária viável”, ou seja: 1º) redução da elevada carga tributária (36% do PIB, uma das maiores do mundo), que sufoca os cidadãos e entrava as atividades empresariais; 2º) redução da quantidade de tributos: impostos, taxas e contribuições; 3º) consolidação da legislação e


Imagem: Christina Bocayuva

INTERESSE DO COMÉRCIO

O novo governo encontrará o País envolvido por uma grave crise política e econômica e, por essa razão, terá de merecer o apoio do povo brasileiro e, em particular, da classe empresarial.” ANTONIO OLIVEIRA SANTOS Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

redução da quantidade de normas tributárias em vigor (mais de três milhões, segundo o IBPT), o que onera as empresas com a criação de departamentos especializados; 4º) simplificação das obrigações tributárias, notadamente as pertinentes ao imposto de renda, ICMS, imposto territorial rural, impostos de transmissão, COFINS e o próprio Simples, com suas múltiplas tabelas e alíquotas, que exigem a assessoria de especialistas; 5º) desoneração dos investimentos geradores de emprego e renda; e 6º) desoneração da folha de salários, de modo a estimular a criação de novos empregos. Com vista à conquista do apoio dos contribuintes, o novo Governo poderia submeter ao Congresso Nacional proposta de emenda constitucional para revogar o §5º do art. 212 da Constituição, assim extinguindo a esdrúxula contribuição social do salário educação paga pelas empresas, tanto mais que o caput desse mesmo artigo obriga a União a aplicar, anualmente, 18% da receita de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Outra emenda poderia revogar o art. 239 da Constituição, de modo a extinguir a Contribuição Social ao Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). Criadas em 1970, para acumular patrimônio dos trabalhadores e dos servidores públicos respectivamente, passaram, pela Constituição, a financiar o seguro-desemprego e o chamado “14º salário”, sendo que 40% das receitas são destinadas ao BNDES, sem contrapartida

para trabalhadores e servidores. Ora, tais despesas devem ser atendidas com recursos do Orçamento da Seguridade Social alimentado pelas receitas da COFINS e da CSLL. Para simplificação burocrática, algumas inovações podem ser adotadas por medidas provisórias, como a ampliação da faixa de receita para opção da empresa pelo lucro presumido, bem assim para transformar em tributação definitiva diversos casos de tributação na fonte. É indispensável aprofundar o debate sobre a previdência social, destacando-se, em razão do aumento da expectativa de vida, a elevação para 65 anos da idade mínima para a aposentadoria, de homens e mulheres, inclusive de professores e trabalhadores rurais, preservando, dentro da lei, os direitos adquiridos. É de fundamental importância a implementação do Fundo do Regime Geral da Previdência criado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 60), com base no art. 250 da Constituição. Finalmente, na área trabalhista impõe-se a aprovação do projeto de lei que regula os contratos de terceirização, tanto nas “atividades-meio”, como nas “atividades-fim”. A terceirização no setor produtivo representa um exemplo concreto do real benefício decorrente da especialização. A conjuntura econômica recomenda um choque de confiança para que os empresários voltem a investir e criar novos empregos, em um clima de segurança e paz social. CNC NOTÍCIAS | MAIO 2016 | ANO XVI

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CAPA

Hora de novas ideias, técnicas e ferramentas Acredite: é possível para o comércio adotar medidas que potencializem negócios mesmo na crise que o País atravessa, e sem demandar grandes gastos, palavra evitada hoje em dia. A CNC Notícias foi saber quais são as dicas do mercado para que, como uma máquina bem ajustada, o setor funcione sem falhas.

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CAPA

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CAPA

Criatividade e conhecimento para fechar bons negócios Não está sendo fácil para o comércio. O faturamento do setor em 2016 deve sofrer queda, segundo previsões da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Após o pior primeiro trimestre da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC, do IBGE) ser constatado este ano, com retração de 7% nas vendas em relação ao mesmo período de 2015, a Confederação revisou de -4,6% para -4,8% a possibilidade de recuo nas vendas para este ano. Se confirmadas as previsões, 2016 registrará o pior desempenho do setor desde 2001. “Apesar da perda de força da inflação e seus impactos favoráveis sobre o volume de vendas, o contínuo encarecimento do crédito e a confiança abalada de consumidores e empresários levaram a CNC a reforçar esta expectativa”, explica Fabio Bentes, economista da entidade. Para o varejo ampliado, que engloba os setores automotivo e de materiais de construção, a entidade manteve a previsão de queda no faturamento de 8,8% ao final do ano. O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio mostra que o Dia das Mães 2016 teve o pior desempenho desde o início da série, em 2003. Durante a semana da data, de 2 a 8 de maio, as vendas caíram 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior (4 a 10 de maio). No final de semana do Dia das Mães (6 a 8 de maio), houve queda de 9,5% em todo o País, na comparação com o final de semana equivalente ao do ano anterior (8 a 10 de maio).

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Na cidade de São Paulo, as vendas realizadas na semana do Dia das Mães caíram 8,2% ante a mesma semana do ano passado. No final de semana da data, as vendas tiveram queda de 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com os economistas da Serasa Experian, a queda do poder de compra dos brasileiros, tendo em vista a escalada do desemprego, e a inflação ainda em patamar elevado afetaram negativamente o movimento varejista. Também o crédito mais caro e escasso contribuiu para o desempenho negativo. Se a principal data do comércio no Brasil é o Natal e tendo em vista as projeções para o Dia das Mães, há que se pensar em como chegar ao fim do ano.

Relato de uma experiência Dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, São Paulo. O consultor Roberto Kanter, com 25 anos de experiência em Varejo e Gestão Empresarial, passeava pela Vila Madalena e observava o comércio do bairro paulistano. “Encontrei poucas lojas com avisos que irão fechar e diversos espaços comerciais vazios à procura de inquilinos otimistas. Mas seria leviano da minha parte dizer que passei por um ambiente de guerra e desespero”, afirma Kanter, que é professor de Marketing de Varejo e Planejamento Estratégico de Marketing dos MBAs da Fundação Getulio Vargas e diretor Executivo da consultoria Canal Vertical. O comércio sempre é um setor que, mesmo em tempos ruins, tem musculatura para resistir. E épocas


CAPA

Para driblar o cenário de pressão no bolso, os consumidores buscam opções que se enquadrem em sua nova realidade Atacarejo cresce

+12,1% em 2015

de crise propiciam reflexões sobre as estratégias adotadas. Para Kanter, são várias as possibilidades de que o varejista pode dispor em épocas de dificuldades. “A crise possibilita ao lojista testar novas categorias de produtos e fazer parcerias com fornecedores e empresas que, em momentos de expansão, não possuem razão nem motivação para tal. Comprar bem, negociar novas categorias e fornecedores, aliado a uma boa estratégia de preços, pode gerar uma enorme oportunidade ao varejista. Agora, simplesmente dar mais 10% de desconto e em nada mexer, infelizmente, não vai atrair muito público, talvez no máximo quem já iria comprar de qualquer jeito”, afirma. Pesquisa inédita da Associação Paulista de Supermercados (Apas), lançada em 2 de maio, mostra que proporcionar experiências na loja é fundamental e que ofertas e descontos estão no topo da lista dos consumidores: 75% deles sempre compram produtos em promoção. A organização do ponto de venda também é de extrema importância, já que

61%

dos consumidores economizam com entreterimento fora do lar.

50%

REDUZ CONSUMO FORA DO LAR e busca economia

das categorias apresentam troca por marcas mais baratas

Diversifica canais

Troca por marcas

BUSCA POR CUSTO

mais baratas

BENEFÍCIO

TRADE DOWN

Fonte: Pesquisa Apas

Frequência cai

-4,3% em 2015 vs 2013

Reduz suas idas ao ponto de venda COMPRA DO MÊS

60%

das categorias crescem por embalagens econômicas

Tamanhos de embalagens OPÇÕES DE DESEMBOLSO

71% dos entrevistados disseram que tentam ser racionais para evitar o desperdício de tempo. “No varejo físico, o consumidor espera uma experiência de compra que alie atendimento, arquitetura e variedade, somada a um bom preço e à disponibilidade imediata do produto. Já no varejo digital, espera-se uma boa experiência de compra (fotos + acessibilidade + fechamento de compras). E realizar eventos e desenvolver formas de conectar o cliente emocionalmente também são diferenciais na hora de concorrer”, aponta Kanter. Para ele, quando a compra é estabelecida dentro do padrão do necessário, a decisão é predominantemente racional. “Mas, quando conseguimos transformar a necessidade em desejo, os critérios deixam o lado esquerdo do cérebro e começam a priorizar as emoções”, explica.

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CAPA

Quem é o consumidor de hoje? Por diversas razões, sobretudo devido ao acesso à informação que o avanço tecnológico permite, o consumidor está mais consciente em relação a seus gastos, planejando e pesquisando mais antes de efetuar a compra de um produto ou serviço. “O segredo de todo bom negócio é conhecer, ou pelo menos tentar conhecer, o seu público-alvo. Esse é o maior desafio e a maior riqueza de um varejista”, afirma Roberto Kanter, da Canal Vertical. Para ele, possuir produtos diferentes é fundamental. Apostar em uma Comunicação diferenciada é importante. Fazer eventos promocionais e usar aplicativos em parcerias com outras empresas idem. “Promoção é ótimo, mas não garante vendas e gera diminuição de margem. Mas deve ser inteligente. Desconto apenas não gera vendas. Mas combos de produtos, de forma a gerar mais vendas unitárias, são ótimas promoções”, pondera. Para Kanter, é importante ouvir o cliente e cortar aquilo que não é essencial ao negócio. “Por vezes, a empresa desenvolve serviços que oneram a estrutura, e o cliente não percebe a importância disso, enquanto deseja outro tipo de abordagem”, explica. Mas como cortar gastos sem reduzir a qualidade dos produtos, serviços e atendimento? “Negociando com os fornecedores em geral. Estudando o portfólio de produtos, através de um bom sistema de gestão de categorias. Dessa forma, é possível eliminar categorias que não são nem rentáveis, nem desejadas pelo consumidor e concentrar em comprar o que realmente é necessário”, complementa o consultor. “O momento é extremamente propício para testar novidades e cativar o cliente através de uma boa estratégia de serviços. Entregar em casa, não cobrar frete, oferecer pequenos mimos, oferecer

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um atendimento de excelência. Tudo isso gera uma vantagem competitiva forte”, aponta. “A crise é uma oportunidade para inovar, apenas é necessário dimensionar o valor do investimento dentro de um cenário mais realista”, complementa Kanter.

Geração Millennials está menos disposta a economizar A pesquisa da Apas identificou que 37% dos consumidores “Millennials”, ou geração Y – aqueles com idade entre 26 e 30 anos –, não pretendem economizar. Trata-se de um grupo que tende a comprar mais por impulso e que prioriza viver o momento. Em comparação com a média, os Millennials também são 10% mais leais às marcas líderes. Por isso, segundo a Apas, avaliando as tendências de consumo entre os Millennials, que representam 26% da população – mais que a população da Espanha –, surge a percepção de que há uma inversão das prioridades para esse grupo, uma vez que o crescimento de categorias supérfluas ainda é bem maior. Além disso, são eles que impulsionam o e-commerce, pois já estão inseridos no contexto da cultura digital e compra on-line. “O comércio digital é um movimento irreversível para todas as empresas, não apenas no varejo (B2C), mas também nos canais indiretos (B2B). Mas é apenas mais um canal. Não pode nem irá resolver todas as questões, dilemas e anseios do varejista. Vivemos num mundo inclusivista. Então, quanto mais canais uma empresa oferecer, mais interessante ela será percebida pelo mercado. Principalmente se não houver incoerências nas estratégias de preços e promoção”, analisa Roberto Kanter.


CAPA

O varejo é a epiderme da economia. Primeiro que sente os efeitos. Sejam negativos sejam positivos. Não acredito que os próximos anos serão de ousadia, mas com certeza, a palavra chave será Relacionamento” Roberto Kanter, consultor da Canal Vertical

Comércio eletrônico deve apresentar crescimento Lembra do Dia das Mães, citado no início da matéria? A data apresentou resultados positivos no comércio eletrônico brasileiro, o que confirma a plataforma como uma grande oportunidade de negócios. De acordo com a E-bit/Buscapé, unidade especializada em informações de comércio eletrônico do Buscapé Company, do dia 23 de abril até 7 de maio, o e-commerce teve um faturamento de R$ 1,62 bilhão, registrando um crescimento nominal de 8%, em relação ao mesmo período em 2015, quando os ganhos chegaram a R$ 1,51 bilhão. “As promoções realizadas pelos varejistas online contribuíram para o aumento das vendas do e-commerce nesse período, melhorando os resultados de forma geral”, informa o diretor Executivo da E-bit, André Ricardo Dias. Para a Apas, as vendas do varejo pelo canal e-commerce devem expandir 43% em quatro anos, um salto de R$ 41,3 bilhões em 2015 para R$ 59,8 bilhões em 2019, atingindo, assim, o tamanho do canal tradicional hoje. E os Millennials terão grande participação neste crescimento. A estimativa da E-bit/Buscapé é que o faturamento do comércio eletrônico tenha um

crescimento nominal de 8%, alcançando um total de R$ 44,6 bilhões em 2016. Por fim, a qualificação profissional segue como diferencial importante na atividade comercial. “Treinamento, sistema de premiação usando estratégias de jogos, um bom departamento de recursos humanos capaz de gerar empatia entre o colaborador e a empresa. Essas são algumas das alternativas. Claro que um bom salário também ajuda. Agora, ao mesmo tempo que gestão paternalista não é recomendável, a empresa necessita possuir métricas claras de desempenho. Quem não tem boa performance corre o risco de sair. Quem tem uma performance além do esperado ganha mais”, finaliza Roberto Kanter, da Canal Vertical. CNC NOTÍCIAS | MAIO 2016 | ANO XVI

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REUNIÃO DE DIRETORIA

Organização sindical de verdade Tema é tratado na reunião de Diretoria da CNC como instrumento estratégico de atuação

Diante de tantas mudanças pelas quais o Brasil vem passando nos últimos tempos, a organização sindical ganhou espaço nos debates da reunião de Diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada pela entidade, no Rio de Janeiro, no dia 28 de abril. Marco Aurélio Sprovieri, diretor da Confederação, traçou um cenário sobre as ameaças à representação sindical. Segundo ele, é nítida a desconstrução do sistema sindical por parte do poder público, em especial pelo Ministério do Trabalho. Sprovieri citou a criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística da Central Única dos Trabalhadores (CNTTL-CUT), cujo pedido foi registrado e publicado no Diário Oficial da União, no dia 15 de abril. “Ou seja, não temos mais entidades que representem categorias econômicas ou funcionais, como foi devidamente constituído o sindicalismo nacional. Percebemos que, se continuarmos como espectadores, veremos todos os pilares da organização sindical ruírem diante dos nossos olhos”, apontou. Mais recentemente, segundo Sprovieri, o então Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), através da Secretaria de Relações de Trabalho, editou vários enunciados acerca do

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Imagem: Christina Bocayuva

REUNIÃO DE DIRETORIA

enquadramento sindical, o que não seria de sua competência. “Muito embora a SRT, como órgão técnico do Ministério do Trabalho e Previdência Social, tenha a competência para aprovar tais enunciados, o fato é que dispor acerca de enquadramento sindical caracteriza violação da organização sindical, o que é vedado pela Constituição Federal”, complementou Marco Aurélio.

Autonomia é garantida pela Constituição Federal Com a Constituição Federal de 1988, o sindicalismo ganhou força e autonomia com a garantia da liberdade sindical consagrada no Artigo 8º da Carta Magna. A partir daí, a atuação das entidades ficou livre das amarras do poder público, tendo sido vedado qualquer tipo de intervenção do Estado nas organizações sindicais. Após 1988, foi extinta a Comissão de Enquadramento Sindical do então Ministério do Trabalho, exatamente por conta desse princípio constitucional. Para Marco Aurélio Sprovieri, durante um bom período, os poderes públicos se mantiveram distantes e não interferiram nas organizações sindicais em fiel cumprimento à determinação constitucional.

“Mas, ao que parece, esse período de tranquilidade já acabou faz algum tempo”, lamentou. “Acredito que seja hora de as confederações assumirem um protagonismo no sentido de barrar esses descalabros que o Ministério do Trabalho vem praticando. Espero que, em um eventual próximo governo, possamos ter alguém mais sensato no comando do Ministério do Trabalho”, finalizou.

Informações de interesse do setor Ainda durante a reunião, e entre outros temas, o consultor Jurídico da Presidência da CNC, Marcelo Barreto, comentou a Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção, e sobre o Decreto nº 8.420/2015, que a regulamenta; o chefe da Divisão Econômica da entidade, Carlos Thadeu de Freitas, fez uma análise da dívida pública brasileira, com destaque para a situação fiscal do País; o suplente da Diretoria da Confederação, Ivo Dall´Acqua Júnior, apresentou relatório do grupo de trabalho que objetiva promover, com o auxílio da Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio (CERSC) da CNC e das áreas técnicas da entidade, o aprofundamento do debate sobre as transformações das atividades empresariais, visando à modernização da legislação sobre enquadramento sindical.

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INSTITUCIONAL

Segs quer chegar às empresas Multiplicadores do Sistema de Excelência em Gestão Sindical se reuniram no Rio de Janeiro para adequar o programa à realidade das entidades participantes

Os representantes das Federações de Comércio estaduais e nacionais participantes do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs), reunidos na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, durante os dias 25 e 26 de abril, se propuseram a um novo desafio: estruturar ideias e ações para que o programa alcance as empresas representadas pelas federações e sindicatos de comércio de todo o País, contribuindo, assim, para que tenham mais competitividade em suas atuações. Nesse sentido, os trabalhos do XIX Encontro de Multiplicadores do Segs foram desenvolvidos com a participação direta daqueles que fazem o Sistema acontecer nas bases. A pauta foi estruturada com os objetivos de refletir sobre o programa e sobre as formas de atuação no eixo gerencial; analisar oportunidades de melhoria das iniciativas do programa; e projetar as ações conjuntas para o ciclo 2016. Na abertura do dia 25, Rodrigo Wepster, do Departamento de Planejamento (Deplan) da Confederação, explicou que o formato da reunião foi construído com base nas demandas dos próprios participantes. A necessidade de mais encontros, por exemplo, foi uma delas. “Nossas ações precisam de oxigenação, e para isso estamos aqui: para refletirmos sobre o programa, dentro do eixo de

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Imagem: Guarim de Lorena

INSTITUCIONAL

O consultor Gilmar Barboza: modelo de gestão pautado no conhecimento

atuação gerencial, que é transversal e apoia as ações dos sindicatos”, disse Wepster.

poderem entregar melhores resultados às empresas”, complementou Rodrigo Wepster.

Para Marcos Arzua, secretário-geral da CNC, os multiplicadores do Segs nas Federações têm papel decisivo para o sucesso das iniciativas. Nesse sentido, fez um pedido aos presentes: “É importantíssimo levar para fora as conclusões a que chegaremos aqui. Vocês são os promotores deste trabalho em seus estados”, disse. Desde 2008, o Segs já promoveu mais de 8 mil horas de consultoria e treinamentos para 445 entidades que, em média, participam anualmente do programa. Nos dois dias do encontro, os multiplicadores puderam participar de dinâmicas para, entre outros temas, planejar inovações, analisar oportunidades de melhoria e priorizar os próximos passos.

De acordo com Gilmar, as tecnologias disponíveis no mercado para gestão de entidades de representação empresarial são suficientemente abundantes para inspirar, na CNC, um modelo orientado pela gestão do conhecimento. “Como turbinar esta rede que é o Segs, arregimentando mais atores e com um portfólio ampliado?”, provocou o consultor. Para Reginaldo Henrique Lima, multiplicador do Segs e diretor do Núcleo de Gestão Estratégica da Fecomércio-MS, ao se atualizar, o programa fortifica o objetivo de responder às necessidades das entidades do Sistema Comércio. “Nós multiplicadores, que estamos na ponta do processo, entendemos que é importante avaliar os resultados do programa face às realidades tecnológica e econômica de hoje. Por isso, nos reunimos para refletir sobre esses temas. Agora, vamos trabalhar no sentido de buscar soluções mais simples e adaptadas às novas necessidades, mantendo o foco na defesa dos interesses dos empresários e das empresas do comércio”, afirmou.

Fatores de sucesso No sentido de trazer ao contexto do Segs a experiência de gestão de outras entidades, os trabalhos do dia 25 contaram com palestra de Gilmar Barboza, consultor em Desenvolvimento Associativo e diretor da Forward Consultoria. “O Segs pode contribuir para a solidez dos sindicatos quanto a seu modelo organizacional e à competência principal de uma entidade sindical, que é o aumento da competitividade das empresas filiadas”, afirmou Barboza. “O Segs foi concebido para apoiar as entidades a melhorarem sua gestão interna e

No segundo dia de atividades (26), a assessora de Comunicação Luciana Neto falou aos multiplicadores sobre o projeto de Marketing Associativo. Marcelo Vital, também da Assessoria de Comunicação da CNC, falou sobre o projeto Sites Sindicais para os participantes do encontro. (Saiba mais na página 35). CNC NOTÍCIAS | MAIO 2016 | ANO XVI

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Imagem: Fecomércio-CE

INSTITUCIONAL

Decodificando o Código Comercial

Os advogados do Grupo de Trabalho da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que analisa o projeto do novo Código Comercial se reuniram em Brasília, durante os dias 4 e 5 de maio, para examinar partes do substitutivo apresentado pelo deputado Paes Landim (PTB/PI) ao Projeto de Lei nº 1.572/2011, do deputado Vicente Cândido.

Ações mostram esforço do comércio em contribuir para que novo marco legal beneficie empresariado

Nos dois dias, foram examinados os Livros I e II do substitutivo, denominados Das Sociedades e Das Obrigações dos Empresários, respectivamente. “Avançamos bem na discussão do substitutivo elaborado pelo deputado Paes Landim, tendo o Grupo de Trabalho oferecido diversas sugestões para aprimorar o texto, sempre no intuito de estabelecer uma nova dinâmica nas atividades comerciais”, afirma Marcelo Barreto, consultor jurídico da Confederação e coordenador do grupo.

Corpo a corpo na Câmara Nas mesmas datas, os assessores legislativos das Federações de Comércio que também participam do Grupo Técnico estudaram estratégias para incentivar a presença de parlamentares nas sessões da Comissão Especial que avalia o projeto do Código.

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INSTITUCIONAL

Ênio Zampieri, da Assessoria Legislativa da CNC, explica que foi produzido um levantamento dos parlamentares que participam da Comissão, com o objetivo de realizar um trabalho de defesa institucional detalhado, no sentido de expor o que pensa o comércio em relação ao assunto. No dia 5, foi realizada visita aos assessores dos parlamentares listados e agendadas novas reuniões. “Também trabalhamos junto às Federações para identificar, em cada estado, os parlamentares próximos ao tema”, diz Ênio. “É uma iniciativa de reforço do nosso posicionamento”, complementa Reiner Leite, também da Assessoria.

Corpo a corpo nos estados A Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para dar parecer ao Projeto de Lei do novo Código Comercial realizou em 25 de abril, em Fortaleza, um seminário sobre o Código Comercial. Antes disso, nos dias 18 e 19 de abril, também foi realizada reunião para exame da chamada Parte Geral do Código, que envolve normas de direito comercial, pessoa do empresário, dos bens e da atividade do empresário e dos fatos jurídicos empresariais.

Em Fortaleza, o seminário Novo Código Comercial – Projetando o Brasil que Precisamos e Queremos – foi aberto pelo presidente licenciado da Federação, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, que deu as boasvindas aos participantes e enfatizou a importância da aprovação do projeto para a economia do País. já o presidente em exercício, Maurício Filizola, afirmou que o novo diploma legal vai melhorar o ambiente de negócios, com redução de custos e desburocratização de procedimentos. Para Laércio Oliveira, todo o trabalho condensado no substitutivo do deputado Paes Landim é fruto de um quase consenso de todos as partes interessadas. “O Legislativo está entregando ao Brasil um Código aplicável, de fácil interpretação, que vai trazer um ambiente de negócios cercado de segurança jurídica”, disse. O deputado Paes Landim concordou e disse que o mérito de se ter atingido esse estágio foi o cuidado que a Comissão teve de procurar ouvir de perto os empresários.

Imagem: Paulo Negreiros

Participaram do encontro em Fortaleza empresários, advogados e parlamentares, além do presidente da Comissão, o deputado e vice-presidente da CNC

Laércio Oliveira (SD-SE), e do relator-geral do Projeto, deputado Paes Landim (PTB-PI). “A ação local, via Rede Nacional de Assessorias Legislativas, a Renalegis, da CNC, é indispensável para o efetivo sucesso de nosso trabalho. No Ceará, realizamos um trabalho junto aos deputados do Estado, visando ao apoio na votação”, afirma Claudia Brilhante, assessora parlamentar da Fecomércio-CE e membro do Grupo Técnico do Código.

Na outra página, seminário na Fecomércio-CE; ao lado, Grupo Técnico do Código em Brasília

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INSTITUCIONAL

Imagem: Marzul Estumano

CBFarma discute controle de preços com a Anvisa

Câmara de Farmácia debate dificuldades enfrentadas pelo setor com representante do governo, entre elas a tributação de medicamentos

No dia 3 de maio, a Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFarma) reuniu-se na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília, a fim de dar continuidade às pautas de interesse do setor farmacêutico, tendo em vista o atual quadro econômico do País. Entre os destaques, a regulação de preços de produtos farmacêuticos e o acordo setorial da logística reversa de medicamentos. Os empresários do comércio farmacêutico estão preocupados com o momento político, que, além de criar um panorama econômico nebuloso, paralisa ações como os acordos setoriais de logística reversa da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Envolvido nos cinco acordos da PNRS, o comércio demanda parceria do governo federal nas discussões junto aos demais setores envolvidos, como a indústria (distribuidores e importadores), que detém a responsabilidade da destinação final. Conduzida por seu coordenador, Lázaro Luiz Gonzaga, a CBFarma recebeu o secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Anvisa, Leandro Pinheiro, que explanou dados do governo federal

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quanto à regulação do setor, ao reajuste de preços e à definição de preços na CMED, incluindo a venda de medicamentos na saúde pública e mercados afins. Leandro detalhou a formulação de preços de medicamentos no País, que resulta da conversão de Preço de Fábrica (PF) em Preço Máximo ao Consumidor (PMC), apresentando as características do mercado farmacêutico brasileiro. O executivo falou ainda dos dados de expectativas de crescimento do consumo interno de medicamentos: “o consumo público ainda tem uma taxa de crescimento maior que o privado, e o déficit na área de saúde responde por 42% do déficit da indústria de medicamentos”. Em pesquisa relacionada à evolução do IPCA e reajuste médio de preços de medicamentos, a Anvisa destaca o não reajuste acima da inflação; a garantia de uma redução média de 35% nos preços de entrada dos medicamentos; e a formulação de conversão do Preço de Fábrica (PF) em Preço Máximo ao Consumidor (PMC) como critério de arrecadação. Já os empresários pleiteiam uma revisão da tributação dos medicamentos como, por exemplo, um ICMS menor.


INSTITUCIONAL

Câmara de Materiais de Construção propõe agenda positiva A Câmara Brasileira de Materiais de Construção (CBMC) começou a elaborar um conjunto de iniciativas para construir uma agenda positiva para o setor ao longo do triênio 2016/2017/2018. “Os resultados esperados são efetivos benefícios para um segmento importante da economia”, afirmou o coordenador da CBMC, Claudio Conz. O anúncio foi feito na reunião da Câmara, realizada em 4 de maio, em Brasília. Os empresários e executivos de vários setores desse comércio discutiram os gargalos do setor e ofereceram contribuições para melhorar a atividade econômica. “Pensamos aqui o que é melhor para oferecer em nome da representação que a CBMC tem e, importante, de tal forma que isso seja percebido na ponta pelo varejista”, declarou.

Imagem: Márzul Estumano

Uma das preocupações é a qualificação dos trabalhadores. Por isso, a assessora técnica da

Gerência de Implementação e Integração do Senac Nacional Mônica Paúra participou da reunião detalhando a oferta de cursos técnicos de nível médio, especialização e pós-graduação. Os integrantes da CBMC serão consultados quanto às necessidades do setor. As demandas serão analisadas pelo Senac junto com a Coordenação da Câmara. A iniciativa de incluir o Senac é usar a experiência e a qualidade da sua educação para aprimorar o trabalho dos comerciários. No debate, as muitas intervenções dos integrantes da Câmara deixaram claro, porém, as dificuldades de soluções mais céleres. Os avanços obtidos pela CBMC muitas vezes esbarram ora em tramitação no Legislativo, ora em decisões governamentais ou de órgãos oficiais. Convidado da reunião, o consultor da Presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo (CNC) Roberto Nogueira falou sobre a atuação política da entidade. “A Confederação faz um trabalho importante e decisivo de representação institucional, com uma atividade técnica eficiente e eficaz”, afirmou Nogueira. No Congresso, lembrou, conta com a atuação destacada do deputado Laércio Oliveira, que, além de empresário, é vice-presidente da casa. Laércio Oliveira representou a CBMC na entrega ao então vice-presidente Michel Temer, em 27 de abril, da Carta da Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo “em favor de uma pauta para um novo ciclo de desenvolvimento econômico e emprego”. O documento, elaborado por várias entidades empresariais, elenca os gargalos enfrentados pelo setor produtivo. São citados o aparato burocrático, a legislação trabalhista, a carga tributária e a necessidade urgente de uma reforma previdenciária. Leia mais em http://bit.ly/CBMC_CNC

Participantes discutiram gargalos do setor e como melhorar a atividade econômica

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INSTITUCIONAL

Dívida pública preocupa O crescimento da dívida pública interna brasileira foi o tema discutido na reunião do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 12 de abril, no Rio de Janeiro. O convidado a abordar o assunto foi o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas. Segundo o economista, que foi também diretor do Banco Central, o atual momento traz dúvidas, incertezas e tensões para os detentores de títulos públicos.

Para Carlos Thadeu, qualquer que seja o desdobramento da crise política que o Brasil atravessa, será preciso priorizar o reequilíbrio das contas públicas. “Com a realização de algumas reformas, as coisas poderão mudar radicalmente”, avaliou o economista. O consultor Econômico da Presidência da CNC, Ernane Galvêas, destacou que, somente em 2016, a dívida pública interna deve crescer em R$ 790 bilhões. “É isso que indica um caminho perigoso, a possibilidade de o governo não ter condições de continuar rolando a dívida e pagar os papéis que estão no mercado”, afirmou Galvêas, que foi ministro da Fazenda de 1980 a 1985 e presidente do Banco Central por duas vezes. Imagens: Carolina Braga/CNC

“Houve um crescimento vertiginoso da dívida pública nos últimos anos”, observou Carlos Thadeu. “Estamos de novo em uma situação crítica, com previsão de que a dívida possa chegar a 80% do PIB brevemente”, completou, alertando para a insustentabilidade deste cenário, em função do desequilíbrio fiscal. “As despesas

públicas estão aumentando, enquanto as receitas caem, afetadas pelo cenário econômico”, disse.

O economista Carlos Thadeu de Freitas fala ao Conselho Técnico da CNC: prioridade no reequilíbrio das contas públicas

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NO RADAR

Prazo para implantação do eSocial será alterado, segundo Comitê O Comitê Gestor do eSocial admitiu a possibilidade da revisão do prazo de implantação do sistema. A conclusão foi feita em 15 de março, durante reunião do Grupo de Trabalho Confederativo sobre o eSocial, do qual a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) faz parte. O advogado da Divisão Sindical da Confederação Guilherme Brandão representou a entidade.

18 milhões de empresas no Brasil e 40 milhões de trabalhadores. Pelo prazo atual, as empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões já deveriam passar a utilizar o novo sistema a partir de setembro de 2016. Novas reuniões estão sendo agendadas para a discussão do novo cronograma.

De acordo com a avaliação das confederações integrantes do Grupo, as diversas inconsistências detectadas para o correto funcionamento do eSocial, bem como a complexidade das chamadas obrigações acessórias abrangidas pelo sistema, exigiram a definição de um novo cronograma de implantação. O projeto deverá impactar cerca de

Oportunidades no mercado externo de serviços foi o tema do Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (ENAServ 2016), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e apoio da Fecomércio-SP, em 19 de abril. A importância dos serviços para o desenvolvimento do comércio exterior foi abordada pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, na abertura

do evento. Segundo ele, o Brasil precisa conhecer o seu potencial e desenvolver esse segmento. “Os brasileiros ainda desconhecem os benefícios da exportação de serviços, que é muito mais simples do que exportar bens. Hoje, o segmento mais importa do que exporta, e nós temos condições de mudar isso”, afirmou. Participaram da abertura Rubens Medrano, coordenador da Câmara Brasileira de Comércio Exterior (CBCex) da CNC, e Darci Piana, vice-presidente Administrativo da Confederação. Veja a cobertura da CNC no link http://bit.ly/EnaservCNC

Imagens: AEB

ENAServ discute importância dos serviços para o comércio exterior

José Augusto de Castro, presidente da AEB, discursa na abertura do evento

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ECONOMIA

Recuperação: como chegar lá? Choque econômico que cause reações extremas não deve ser alternativa para o novo governo

É óbvio que o Governo, qualquer que seja ele, terá que tomar oportunamente uma série de medidas para evitar que a crise econômica atual chegue a um ponto insustentável e se transforme em indesejável crise social. O Governo tem que colocar todas as medidas possíveis sobre a mesa, tratando 1) de implementar as mais urgentes, de efeito imediato ou de curto prazo, para estancar a recessão e o desemprego, e 2) de preparar as necessárias reformas de médio e de longo prazo, para promover a retomada do crescimento econômico. Esse conjunto de medidas deverá ser orientado no sentido de reduzir as incertezas e infundir confiança aos empresários privados, nacionais e estrangeiros, para que retomem seus projetos de investimentos. O Governo terá que alocar um mínimo de recursos necessários para reabrir as concessões de obras de infraestrutura, indispensáveis à criação das “economias externas”, fundamental para corrigir as incertezas. Não há que pensar em choque econômico que, ao invés de ajudar na solução, vai provocar reações

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Imagem: Cristina Bocayuva

ECONOMIA

O que o País precisa é de um choque de confiança.”

ERNANE GALVÊAS é Consultor Econômico da CNC

extremadas, principalmente nos setores que abrigam os militantes de um lado e do outro, à espera de uma provocação. O que o País precisa é de um choque de confiança. Do ponto de vista conceitual, o grande e crucial problema é a trajetória da dívida pública, que caminha para 80% do PIB, um nível insustentável. Todas as medidas sugeridas devem estar voltadas nessa direção, sendo que a primeira providência deveria ser na área monetária, um entendimento com o Banco Central para reduzir a taxa de juros SELIC. Paralelamente, na área fiscal, um possível remédio poderia ser praticar em 2016 e 2017 o mesmo orçamento da União aprovado para o ano anterior. Isso significaria engessar os gastos e usar a inflação para executar uma necessária política de contingenciamento, com exceção para os casos críticos da saúde, da educação e da segurança pública. Parece que essa era a ideia do Ministro Joaquim Levy, quando, em janeiro de 2015, assumiu o Ministério da Fazenda. Com esses ingredientes, um novo Governo poderia ensejar a retomada do pulso da administração e ter tempo para planejar as demais medidas, nas áreas

política, trabalhista, tributária, previdência social, etc. com prudência, sem açodamento, sem choque. É importante rever o imbróglio estatístico em que se transformou o relacionamento do Tesouro Nacional com o Banco Central. Ao invés disso, o Banco Central está propondo oferecer aos bancos depósito compulsório ou voluntário remunerado. É óbvio que isso transformará o depósito em dívida do Banco Central, reduzindo a dívida do Tesouro Nacional. É um novo tipo de “pedalada”. Pela proposta o Banco Central estará concorrendo com o setor privado. Mais recursos dos bancos carreados para o Banco Central significa menos financiamentos ao setor privado. Uma concorrência desleal. O presidente do Banco Central pode ser julgado e condenado por crime de “desvio de finalidade” do sistema bancário. O mercado recebeu muito bem a indicação de Henrique Meirelles para Ministro da Fazenda. O novo Ministro poderá ser um anteparo de defesa do novo Governo Temer contra possíveis ataques do Presidente Lula e remanescentes do Governo Dilma.

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ECONOMIA

Cuidado como palavra de ordem Dados econômicos recentes não têm animado muito as expectativas. O varejo brasileiro deve registrar queda de 4,8% nas vendas deste ano, o pior desempenho desde 2001, segundo a CNC. Para o varejo ampliado, que engloba automóveis e materiais de construção, a entidade prevê queda de 8,8% no faturamento ao final de 2016. Em relação aos serviços, a Confederação estima recuo de -4,2% na receita do setor até o fim do ano. Além disso, as pesquisas mensais da Confederação mostram que o empresário está com a confiança em baixa e os consumidores, cautelosos, porém - ufa! menos endividados.

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ECONOMIA

Intenção de consumo atinge mínima histórica A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu a mínima histórica em abril, com 73,2 pontos, numa escala de 0 a 200 pontos. O índice apresentou queda mensal de 5,5% e recuo de 28,8% em comparação com abril do ano passado. O índice permanece em um nível menor que 100 pontos, ou seja, continua abaixo da zona de indiferença, o que indica uma percepção de insatisfação com a situação atual. Todos os componentes registraram queda na comparação mensal e na anual. “A reversão desse cenário está diretamente associada a um quadro político e econômico mais estável”, afirma Juliana Serapio, assessora Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destacando que a deterioração do índice é reflexo do elevado custo do crédito, do alto nível de endividamento e do aumento do desemprego. Na base de comparação mensal, os dados regionais revelaram que a maior retração ocorreu na região Norte (-11,2%). Já a região Sul foi a que apresentou a avaliação menos desfavorável, com redução de 3,3%. Os indicadores relacionados ao emprego foram os que tiveram menor queda. Porém, assim como os demais componentes da ICF, todos estão na mínima histórica. Emprego Atual foi o subíndice que apresentou o menor recuo, com retração de 2,7% em relação a março e de 15,7% na comparação anual. O percentual de famílias que se sente mais segura em relação ao emprego é de 30,1%. Apesar da redução contínua do componente, este é o único que ainda permanece acima da zona de indiferença, com 102,8 pontos.

Perspectiva profissional - Composição do indicador 47,1% Negativa

9,0%

Não sabe/

Queda livre O componente Nível de Consumo Atual apresentou queda de 8% em relação ao mês anterior e queda de 38,3% comparativamente ao mesmo período do ano passado. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado (62,6%, ante 59,2% em março de 2016). O índice está em 49 pontos. O elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego também são os principais motivadores da deterioração da intenção de compras a prazo. O componente Acesso ao Crédito teve quedas de 3,8% na comparação mensal e 34,5% em relação a abril de 2015. O item Momento para Duráveis apresentou queda de 10,1% na comparação mensal. Em relação a 2015, o componente mostrou recuo de 43,6%. O índice segue abaixo da zona de indiferença.

43,9% Positiva

Não respondeu

Perspectiva Profissional em queda: -6% em relação a março, e -15,9% em relação a abril de 2015 Fonte: CNC

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ECONOMIA

Confiança do empresário cai pela primeira vez no ano O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 80,1 pontos em abril, uma queda de 0,3 % em comparação ao mês anterior. O resultado foi influenciado pela queda nas intenções de investimentos. Em relação a abril de 2015, o Icec encolheu 8,0%, refletindo a contínua retração na atividade do comércio, que se dá especialmente pela deterioração do mercado de trabalho. “A confiança do empresário do comércio voltou a cair após três aumentos consecutivos e depois de ter atingido a mínima histórica no fim de 2015, na série que considera os ajustes sazonais. Não detectamos fatores que indiquem reversão no ritmo de atividade do comércio, ainda sem perspectivas de recuperação no médio prazo, especialmente em função da deterioração do mercado de trabalho, desemprego e queda na renda real dos consumidores”, explica a economista da CNC Izis Ferreira. O subíndice que mede as condições correntes (Icaec) chegou a 42,4 pontos, o que mostra um crescimento de 5,3% em relação a março. Mas, em comparação ao ano anterior, registrou queda de 19,2%. O comércio varejista continua menos pessimista em relação às condições atuais da economia em abril. A avaliação positiva da percepção dos comerciantes em relação ao setor subiu 7,1% na comparação mensal, mas caiu 18,5% quando comparada ao mesmo período de 2015. Também foi registrado aumento de 8,8% no que diz respeito à avaliação sobre a economia e a retração de 21,6% em relação ao ano de 2015. No entanto, o volume de comerciantes que avaliam as condições atuais como “piores” continua elevado. Para 93,3% dos varejistas, a economia piorou em abril de 2016.

A evolução da confiança do comércio por região 100

Expectativas e investimentos O subíndice ligado às expectativas em relação aos próximos meses alcançou 123,2 pontos em abril. Apesar de estar acima do nível de indiferença, de 100 pontos, o resultado se manteve praticamente estável, com apenas 0,4% acima do registrado em março. Na comparação anual, o aumento é de 0,7%, primeira taxa positiva nessa base de comparação observada desde 2013. Já o subíndice que mede as condições de investimentos caiu 2,9% em relação a março e 13,6% na comparação anual, alcançando 74,8 pontos. O resultado foi influenciado por reduções em todos os itens: intenção de contratação de funcionários (-3,9%), intenção de investimento na empresa (-2,6%) e avaliação do nível dos estoques diante da programação de vendas (-2,1%).

Índice (0-200)

NO

90

NE SE

80 SUL

CO

70 abr/15

jun/15

ago/15

out/15

dez/15

fev/16

abr/16

Fonte: CNC

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O Icec mostra ainda que, para 74,7% dos entrevistados, as intenções de investimento no capital das empresas são menores, reflexo da trajetória de crescimento das taxas de juros e da elevação do custo de financiamento.


ECONOMIA

Terceiro recuo das famílias endividadas é bom sinal Em meio a tantas preocupações no campo da economia, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) registra uma boa notícia: as famílias estão menos endividadas. Essa é uma das conclusões da Peic, apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que mostra que 59,6% das famílias possuem dívidas. O resultado aponta uma queda tanto na comparação mensal (60,3% em março de 2016) quanto na anual (61,6% em abril de 2015). “Há três meses que a Peic apresenta retração e, em abril, chegou ao seu menor patamar desde março de 2015. Esse resultado evidencia a retração no consumo e uma cautela maior do consumidor”, avalia a economista da CNC Marianne Hanson. Já o percentual de famílias que relataram ter contas em atraso – 23,2% – é menor do que em março, quando era 23,5%. O resultado, no entanto, é maior do que há um ano, quando era apenas 19,7%. Outro indicador que também diminuiu na comparação mensal foi em relação aos que não terão como pagar as dívidas e que, portanto, vão permanecer inadimplentes. Em abril, o percentual foi de 8,2%, ante 8,3% em março e 6,9% em abril de 2015. “Os indicadores de inadimplência pioraram com relação ao ano passado em função das taxas de juros mais elevadas e do cenário menos favorável no mercado de trabalho”, ressalta a economista.

Endividamento por faixa de renda Famílias Endividadas (-10SM)

Famílias Endividadas (+10SM)

68,0%

63,0% 62,7%

63,7% 63,5% 63,3% 64,2%

65,1%

63,8% 62,3% 62,2%

63,0%

62,4%

61,4% 61,0%

58,0% 56,1% 56,2%

53,0%

55,9% 55,6% 55,2% 55,4%

54,1% 54,6%

Tempo de dívida em atraso aumenta Mesmo com a redução dos endividados, a proporção de famílias que se declararam muito endividadas aumentou na comparação mensal – de 14,3% para 14,5%. Em relação a abril de 2015, a alta foi de 2,5 percentuais. O tempo médio das dívidas em atraso foi de 61,8 dias em abril de 2016 – acima dos 60,9 dias registrados na comparação anual. Já o tempo médio de comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,4% têm dívidas por mais de um ano. Do total das famílias brasileiras, 23,2% têm mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. O cartão de crédito é apontado por 77,9% como o principal tipo de dívida, seguido dos carnês, com 15,4%. O financiamento do carro ocupa o terceiro lugar na lista, com 11,9%.

56,0%

54,3%

53,2%

54,4% 52,3%

48,0% abr/15

jun/15

ago/15

out/15

dez/15

fev/16

abr/16 Fonte: CNC

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TURISMO

COMÉRCIO E TURISMO JUNTOS DESENVOLVENDO A ECONOMIA E O PAÍS.

O turismo movimenta a economia e cria novas oportunidades de negócios. O comércio também. Por isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atua na defesa dos interesses do setor e na elaboração de projetos que fortalecem o turismo. E mais: por meio do Sesc, promove turismo social e sustentável, saúde, educação, cultura e esporte para milhões de brasileiros. Com o Senac, oferece qualificação e atualização profissional, gerando mão de obra para um mercado cada vez mais exigente. É assim que o Sistema CNC-Sesc-Senac trabalha pelo setor com tanto orgulho.

cnc.org.br/turismo

Afinal, em qualquer lugar do País, comércio e turismo sempre viajam juntos.

Comércio e Turismo juntos em nova campanha

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lançou a campanha Comércio e Turismo Viajam Juntos. Desenvolvida pela agência Binder para a área de Turismo da entidade, as peças começaram a ser veiculadas a partir de abril, em jornais, revistas e sites. A campanha mostra que, assim como o comércio, o turismo também movimenta a economia, evidenciando que as atividades se retroalimentam e ajudam a criar oportunidades de negócios, contribuindo para desenvolver a economia e o País. Composta por cinco peças que representam as regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, todas estampam o selo com o tema Comércio e Turismo Viajam Juntos. “As peças estão disponíveis para as Federações de Comércio e podem ser utilizadas nos Conselhos de Turismo mediante requisição. A ideia é incentivar as Federações que não tenham montado

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TURISMO Anúncios evidenciam a integração entre os setores que impulsionam a economia do País

seus Conselhos de Turismo que agora o façam. Estamos praticamente atingindo a unanimidade em todo o Brasil com esses conselhos instalados. As Federações devem solicitar à Assessoria de Comunicação da CNC os anúncios”, afirmou Alexandre Sampaio, presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação, durante a reunião de Diretoria da entidade, em 28 de abril, no Rio de Janeiro. Na ocasião, diversos diretores se manifestaram sobre a iniciativa. “Acredito que esse seja o grande filão que temos que explorar, até para nos fortalecermos como legítimos representantes do turismo”, afirmou Adelmir Santana, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-DF. Para Ivo Dall’Acqua Júnior, suplente da Diretoria, nem todos sabem exatamente os segmentos representados pela CNC. “Todos falam em Confederação do Comércio e se esquecem dos outros setores, que são muito importantes na composição da nossa representação e na formação do PIB brasileiro, como o de turismo. Temos que mostrar como é a nossa inserção na sociedade, para que todos associem”, destacou. “Na Bahia, já temos nossa Câmara de Turismo funcionando há três anos, com uma receptividade muito boa. Temos 32 entidades participando de reuniões mensais de turismo, graças à Federação pelo trabalho que estamos fazendo com a Câmara de Turismo”, afirmou Carlos de Souza Andrade, vice-presidente da CNC e presidente da FecomércioBA. A campanha conta ainda com um vídeo, de um minuto, que mostra como, durante uma viagem, toda a cadeia de comércio se desenvolve. O vídeo será exibido em eventos, e toda a campanha também está repercutida nas redes sociais da CNC.

COMÉRCIO E TURISMO JUNTOS DESENVOLVENDO A ECONOMIA E O PAÍS.

O turismo movimenta a economia e cria novas oportunidades de negócios. O comércio também. Por isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atua na defesa dos interesses do setor e na elaboração de projetos que fortalecem o turismo. E mais: por meio do Sesc, promove turismo social e sustentável, saúde, educação, cultura e esporte para milhões de brasileiros. Com o Senac, oferece qualificação e atualização profissional, gerando mão de obra para um mercado cada vez mais exigente. É assim que o Sistema CNC-Sesc-Senac trabalha pelo setor com tanto orgulho. Afinal, em qualquer lugar do País, comércio e turismo sempre viajam juntos.

Assista ao vídeo da campanha Comércio e Turismo Viajam Juntos: http://bit.ly/CampanhaTurismo

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TURISMO

Conselhos Empresariais de Turismo no Ceará e no Tocantins em ação Duas Federações empossaram recentemente as Diretorias de seus Conselhos Empresariais de Turismo. A Fecomércio-CE realizou, no dia 10 de maio, solenidade de lançamento e posse da Diretoria de seu Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur). Criado em dezembro último, o Conselho tem por objetivo reunir os agentes e as empresas do segmento para planejar e realizar ações que fortaleçam e desenvolvam o setor no Estado do Ceará.

Já no Tocantins, no dia 7 de abril, foi realizada a primeira reunião do Conselho Empresarial de Turismo (Cetur) da Fecomércio-TO, quando foram propostos direcionamentos e sugestões, bem como a definição da

Diretoria do grupo. “Estamos consonantes com a CNC, que viu aqui no Tocantins o potencial turístico a ser explorado. Por isso, implantamos esse Conselho”, afirmou o presidente da Fecomércio-TO, Itelvino Pisoni. A Diretoria do Cetur tocantinense conta com Pisoni na Presidência; José Ernesto Betelli como vice-presidente; e Antônio Malan, como coordenador do Conselho. Na segunda reunião do grupo, serão elencados os principais gargalos do setor no Tocantins, entre outras ações. Os Conselhos integram o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC, o que permite a integração e o fortalecimento da representação do turismo nas Federações Estaduais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Imagem: Fecomércio-TO

Imagem: Jr. Panela

“Acreditamos que as políticas para o turismo devem estar além de qualquer governo, e nada melhor que o setor privado, que tem a iniciativa de empreender, estar se unindo e buscando soluções”, pontuou Luiz Gastão Bittencourt, presidente da Fecomércio-CE.

O evento de posse contou com a presença do presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio. “O Cetur promove um espaço de diálogo, troca e alinhamento de expectativas importantes para o desenvolvimento da atividade no País”, afirmou. O Conselho no Ceará tem a seguinte composição: Circe Jane, presidente; Joaquim Cartaxo, vice-presidente; e Marcos Pompeu, secretário Executivo.

Reuniões dos Conselhos no Tocantins e no Ceará: trabalho em prol do desenvolvimento do setor nos Estados

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TURISMO

Imagem: Fecomércio-RN

Atuação que gera resultados no Rio Grande do Norte

Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio-RN, apresenta dados do Sesc e do Senac na área de turismo

O presidente do Sistema Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, foi o convidado da edição de abril do Encontro dos Profissionais do Turismo, com Cristina Lira, que aconteceu na noite de 14 de abril, no Hotel Serhs Natal, na capital potiguar. O evento, que já acontece há 5 anos, reuniu representantes das diversas atividades turísticas, e de entidades como o Natal Convention Bureau, Emprotur, além de hoteleiros e empresários. A edição desse mês contou também com a presença do vereador Felipe Alves. Queiroz apresentou as principais ações desenvolvidas pelo Sistema Fecomércio-RN em prol do turismo, um dos principais pilares da economia do Estado, segmento que movimenta cerca de R$ 1,8 bilhão por ano e emprega direta e formalmente cerca de 90 mil pessoas. Na ocasião, Queiroz destacou que, com foco na qualificação e capacitação da mão de obra, o Senac possui mais de 100 cursos em seu portfólio voltados para a cadeia produtiva do turismo. Em 2015, foram cerca de 2 mil matrículas no segmento de Turismo, Hospitalidade e Lazer. Para este ano, a previsão é de

ofertar 3.123 matrículas, das quais 621 por meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG). Entre 2011 e 2015, foram mais de 23 mil matrículas voltadas para o segmento, sendo que cerca de 71% delas foram destinadas ao público de baixa renda, por meio do PSG e do Pronatec. O presidente da Fecomércio-RN informou que os cursos de idiomas da instituição (inglês, espanhol, alemão, italiano e francês) são referência em qualidade no Estado. Além disso, o Senac também disponibiliza cursos on-line com foco em atividades ligadas ao Turismo e Hospitalidade, por meio da Rede Nacional de Educação a Distância. “Com o objetivo de democratizar o acesso à educação para o trabalho, por meio do Programa Senac Móvel, a instituição chega a todos os cantos do Estado. A unidade móvel com cursos voltados ao segmento é a de Turismo e Hotelaria, que somente entre 2012 e 2015 qualificou mais de mil pessoas, de forma gratuita”, afirmou. Para a promotora do evento, a jornalista Cristina Lira, a presença de Queiroz foi importante, “porque o Sistema Fecomércio tem a credibilidade para tratar das questões relacionadas ao turismo”. CNC NOTÍCIAS | MAIO 2016 | ANO XVI

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GESTÃO SINDICAL

Fecomércio-MG discute eixos da atuação sindical

Presente no encontro, o assessor do Departamento de Planejamento da CNC Leonardo Fonseca chamou a atenção dos participantes para a identificação de problemas e soluções, que variam de acordo com cada entidade. “O Segs é o raio-X do que os sindicatos precisam fazer. É fundamental realizar um diagnóstico

individual e tomar as medidas necessárias a partir dessa análise”, disse. Também foram abordados os seis eixos da atuação sindical propostos no último encontro do Sicomércio: Relações Sindicais, Representação, Atuação Legislativa, Produtos e Serviços, Comunicação e Atuação Gerencial. “Tratase de um conjunto de fatores que estão conectados e que precisam ser observados por todas as entidades”, afirmou Nayara Alves, multiplicadora do programa na Federação.

Troca de conhecimentos Em uma dinâmica conduzida pelo assessor da CNC, os participantes do encontro se reuniram em grupos para

Encontro reuniu representantes da Federação mineira e de sindicatos participantes do Segs. Leonardo Fonseca (de pé, ao fundo) esteve presente no evento

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debater os seis eixos de atuação e identificar soluções para os problemas levantados. Segundo a secretária executiva do Sindcomércio de Sete Lagoas, Alessandra Abreu, foi uma excelente oportunidade de conhecer as necessidades de outros sindicatos. “Percebi que os problemas enfrentados são bem parecidos. Tivemos a chance de discutir com outros profissionais soluções que podemos levar para o nosso sindicato”, destacou. Segundo a coordenadora contábil da Fecomércio-MG, Luciene Franco, o treinamento proporcionou um conhecimento mais profundo sobre as entidades sindicais. “Foi possível entender melhor como os sindicatos trabalham, uma vez que na Controladoria não atuo na linha de frente com eles”, disse. Imagem: Fecomércio-MG

Os principais eixos da atuação sindical foram o tema do encontro do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs), realizado pela Fecomércio-MG, no dia 27 de abril, em Belo Horizonte. O programa da CNC visa incentivar a excelência na gestão de federações e sindicatos, capacitando líderes e executivos sindicais para que tenham uma atuação mais eficaz em prol dos interesses das empresas que representam.


GESTÃO SINDICAL

CNC implementa ações para valorizar a imagem sindical Imagem: Carolina Braga/CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) começou a implementar o projeto Marketing Associativo em maio e anuncia o novo ciclo do programa Sites Sindicais, com inscrições em junho. As iniciativas trazem ferramentas para fortalecer a comunicação e a imagem sindical e podem contribuir para ampliar o associativismo.

Marketing Associativo O projeto Marketing Associativo visa preparar as entidades para se apresentarem ao mercado e, para isso, oferta um pacote de peças de divulgação dos sindicatos alinhado à comunicação do Sistema Comércio. Também foi desenvolvida uma capacitação por meio de Educação a Distância (EAD) que vai ajudar o sindicato a utilizar as peças de comunicação para gerar mais aproximação com os empresários. A primeira turma do curso iniciou em maio, com participação de sindicatos de cerca de 20 federações que vão aprender a planejar, realizar e monitorar ações de promoção. Para isso, os sindicatos vão elaborar um plano de ação de marketing para divulgação das peças selecionadas por um período de seis meses a um ano.

Sites Sindicais O programa Sites Sindicais chega a sua quarta edição com a criação de mais de 100 sites de sindicatos. Uma das novidades em 2016 é que as federações também podem ter seu site elaborado em parceria com a CNC. As inscrições para o programa começam em junho, e a capacitação de colaboradores para gestão da ferramenta e criação do site ocorre a partir de julho. Todo o treinamento será realizado em ambiente virtual de aprendizagem. “Transpor a capacitação

Marketing Associativo disponibiliza papelaria, fôlder e panfleto (foto) para sindicatos, além de peças digitais e spot radiofônico

para EAD foi um desafio, mas possibilita que os gestores do projeto façam o treinamento nos dias que podem, dentro do período da capacitação, que deve durar um mês. Também tornou possível relembrar, por exemplo, como postar uma notícia, vendo um dos vídeos produzidos”, afirma o coordenador do projeto, designer da Assessoria de Comunicação da CNC, Marcelo Vital. Para facilitar o uso da ferramenta, foram produzidos 44 filmes tutoriais sobre o site e sobre o Google Analytics, sistema que monitora e gera relatórios das visitas ao site. Todo o material de apoio do site foi disponibilizado no hotsite: www.cnc.org.br/ apoiositessindicais. Para aderir às iniciativas, as entidades sindicais devem participar do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs) e, no caso específico do projeto de marketing, ter aderido ao alinhamento de marca do Sistema Comércio. Os interessados podem ter mais informações em: sindicatos@cnc. org.br e mktassociativo@cnc.org.br.

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NOTAS & FATOS

Imagem: Fecomércio-ES

Alívio para a área de medicamentos “Conseguimos dar novo fôlego para os empresários do ramo.” José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio-ES, sobre a redução, a partir de 30 de setembro, da base de cálculo do ICMS Substituto dos medicamentos genéricos e de referência. A Secretaria da Fazenda do Estado atendeu a um pleito da Federação. Na foto, Sepulcri (à direita) e o subsecretário da Receita Estadual, Bruno Negris.

Imagem: Fecomércio-MS

Vizinho novo em Aquidauana “Temos orgulho de retornar aqui, onde há quatro anos recebemos este terreno da Prefeitura e começamos a escrever essa história. É um resultado que beneficia toda uma cidade.”

Portas abertas no Paraná “Com esta obra, por meio da Educação a Distância do Senac, até o fim de 2017 estaremos atendendo praticamente todo o País.” Darci Piana, presidente da Fecomércio-PR, sobre a unidade Senac Portão, em Curitiba, que será inaugurada no dia 29 de julho. A edificação tem mais de três mil m² e é a mais moderna já construída pela instituição no Estado.

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Imagem: Fecomércio-PR

Edison Araújo, presidente da Fecomércio-MS, sobre a inauguração, em 4 de abril, da unidade compartilhada do Sesc e Senac em Aquidauana, localizada a 119 quilômetros de Campo Grande.


Imagem: Febrac

NOTAS & FATOS

Viagem ao Japão “Assistimos a palestras e participamos de painéis cujas apresentações falaram sobre o aumento de receita, contratações e estratégias corporativas no setor de serviços.”

Imagem: Fecomércio-SE

Imagem: Christina Bocayuva

Edgar Segato Neto, presidente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac), sobre a participação no 21º Congresso da World Federation of Building Service Contractors (WFBSC), realizado em Tóquio, no Japão, de 4 a 6 de abril.

Comissão de Desenvolvimento da Câmara tem novo presidente “Acredito que a Comissão pode contribuir para o Brasil enfrentar a crise, ajudando a encontrar caminhos.” Laércio Oliveira, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-SE, sobre sua eleição, em 3 de maio, para a presidência da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS).

Governo desidratado “A crise política vem se arrastando há meses, e, a cada novo capítulo, mais tempo é perdido sem que se apontem soluções para a grave situação econômica pela qual passamos atualmente. O governo atual se esgotou, e o modelo desidratou.” Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio-SC, sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Fecomércio-BA lança campanha Por um comércio mais forte

Imagem: Fecomércio-BA

A Fecomércio-BA, em parceria com outras entidades comerciais baianas como a Associação Comercial da Bahia (ACB), a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado da Bahia (FCDL Bahia) e o Clube de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL Salvador), promoveu o movimento Por um comércio mais forte. A iniciativa, de cunho apartidário, tem o objetivo de chamar atenção da sociedade e do poder público para a situação política e econômica do País e seus reflexos negativos no comércio e em todo o setor produtivo. Os dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista da Bahia (PCCV), produzida pela Fecomércio-BA, em conjunto com a Secretaria da Fazenda da Bahia e Secretaria do Desenvolvimento Econômico, mostram uma queda de 10% nas vendas em 2015 e, mesmo em dezembro, as vendas caíram em torno de 20% ante o mesmo período de 2014. A amostra da PCCV contabiliza também as micro e pequenas empresas varejistas. “Diante de tal situação, temos o dever de cobrar por uma profunda reforma previdenciária, tributária e das leis trabalhistas brasileiras. Não é

à toa que estamos passando uma mensagem muito clara nesse protesto: queremos voltar a vender e, consequentemente, gerar mais empregos”, enfatiza Kelsor Fernandes, vice-presidente da Fecomércio-BA. A iniciativa foi apresentada em reunião no dia 6 de abril, realizada na Casa do Comércio, sede da Federação baiana. O grupo das entidades do comércio cobra por um pacote de medidas emergenciais como lançamento do Refis (programa de parcelamento de débitos) nos níveis municipal, estadual e federal; parcelamento de impostos, suspensão da cobrança de 10% sobre produtos oriundos de outros estados e novas linhas de financiamento. O ponto alto da campanha foi o dia 12 de abril, quando lojistas e trabalhadores do setor foram convidados a usar a camisa do movimento em shopping centers e nas lojas de rua da capital baiana. As vitrines, espaços internos dos shopping centers e a fachada da Casa do Comércio exibiram o selo do movimento, e uma nota pública, assinada pelos presidentes das quatro entidades que encabeçam a ação (Kelsor Fernandes, presidente em exercício da Fecomércio-BA à época da ação; Antoine Tawil, do CDL Salvador; Frutos Dias Neto, da FCDL Bahia; e Luiz Fernando Studart Queiroz, da ACB), foi veiculada nos principais jornais. Lideranças do movimento e funcionários da Fecomércio promoveram um “abraço” simbólico à Casa do Comércio. Em sequência, os presidentes das quatro entidades organizadoras percorreram os pontos comerciais da cidade e as sedes das entidades.

Lideranças empresariais e funcionários da Federação realizam “abraço” simbólico na Casa do Comércio, em Salvador

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Após o sucesso de adesão ao movimento, o próximo passo é agendar audiências com a Prefeitura de Salvador e o Governo da Bahia para pleitear as medidas emergenciais que atenuem a crise do comércio.


COMÉRCIO EM AÇÃO

Informação de qualidade ao empresário catarinense O Sistema Fecomércio-Sesc-Senac de Santa Catarina lançou, em 25 de abril, o Caderno do Comércio, publicação elaborada para munir os empresários catarinenses de dados econômicos confiáveis, informações sobre gestão de negócios, tendências e novos comportamentos de consumo. De acordo com Bruno Breithaupt, presidente do Sistema Fecomércio-SC, o empreendedor terá em mãos um guia relevante para desenvolver estratégias, detectar oportunidades e visualizar de forma prática os indicadores que impactam as conjunturas do mercado. “O momento requer um empresário criativo e dinâmico, preparado para administrar seus negócios com eficiência e confiança, independentemente do cenário hostil. A economia é cíclica, e sempre teremos desafios. Para investir, gerar riqueza e empregos, é preciso conhecer cada vez mais o mercado e traduzir os dados de forma estratégica e segura”, afirma. A publicação é dividida em seis macrosseções: informações institucionais, que mostram a atuação da Federação no âmbito legislativo e governamental, o portfólio de produtos e serviços oferecidos no Sesc e Senac, os braços operativos do Sistema, e as Câmaras Empresariais, que reúnem interlocutores de cada setor para debater os principais temas das categorias representadas e encontrar soluções em prol da competitividade do setor. Os capítulos seguintes focam em gestão, com artigos sobre estratégias aplicadas ao negócio; análise econômica, que traz uma leitura de pesquisas que mensuram a confiança do empresário, a intenção de consumo das famílias e o nível de endividamento do consumidor, e a prospecção de indicadores econômicos; cenários e perspectivas, com foco nas principais mudanças nos hábitos de

O GUIA SEGURO DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO DE BENS, DE SERVIÇOS E DE TURISMO

consumo, crescimento do e-commerce e impactos da pirataria; e transformação social, sobre o desenvolvimento das empresas nos meios social, econômico e ambiental. O Caderno do Comércio traz ainda um rico cruzamento de dados que traça o perfil socioeconômico de Santa Catarina, com mapeamento das empresas do comércio por segmento, perfil do trabalhador do comércio, dados da população e evolução por região, ranking do IDHM (renda, longevidade, educação) e projeções de diversos indicadores. A publicação está disponível na versão e-book para download no site da Fecomércio-SC.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Fecomércio-SP se posiciona contra a limitação da internet fixa A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) é contrária ao corte ou mesmo à redução de velocidade nos serviços de internet após o fim do pacote de dados contratado, conforme anunciado recentemente pelas operadoras de banda larga fixa. A entidade entende que tal medida é uma violação da Lei nº 12.965/2014, o Marco Civil da Internet, cujo Art. 7º determina o acesso à internet como essencial ao exercício da cidadania. Dentre os direitos assegurados, neste caso, destacam-se a não suspensão

da conexão à internet - salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização - e a manutenção da qualidade contratada da conexão à internet. Além disso, atualmente as operadoras não costumam oferecer ao cliente a totalidade da velocidade contratada e não há um instrumento efetivo de medição que informe ao cliente o tráfego de dados. A Federação destaca que muitos estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (livrarias, cafeterias, lavanderias e serviços de reparo em geral) oferecem internet gratuita como forma de atrair clientes e oferecer mais comodidade e não podem ser penalizados por mudanças contratuais abusivas. A Fecomércio-SP destaca também que os pequenos comerciantes que utilizam a internet nas suas operações diárias não têm condições de arcar com esse custo adicional caso o limite de dados seja ultrapassado, principalmente nesse momento de crise e de queda nas vendas.

Amapá: foco nas representações A Fecomércio-AP promoveu, em 15 de abril, a 2ª edição do Encontro de Representantes, em que foram discutidas questões relacionadas aos desafios de ser um representante. “Esta é uma oportunidade de levar propostas, mostrar estratégias e se fazer ouvir dentro das representações”, afirmou o presidente da Fecomércio-AP, Eliezir Viterbino.

segurança aos representantes durante a sua atuação. “A Fecomércio-AP tem se mostrado inovadora desde o início. A instituição é a terceira Federação do Comércio a lançar um guia dessa natureza, um instrumento importantíssimo para atuação dos representantes”, destacou Cristiano Costa, da Assessoria de Gestão das Representações da CNC.

Na ocasião, também foi realizado o lançamento do Guia das Representações da FecomércioAP, uma publicação contendo informações sobre os princípios norteadores da instituição, posicionamentos e diretrizes, de forma a dar

Ainda durante o encontro, foi realizada a apresentação da Rede CNC, rede social corporativa da Confederação, em que é possível compartilhar informações e visualizar conteúdos disponibilizados por outras entidades do Sistema CNC.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Alagoas foi a sede do II Encontro Nacional dos Executivos dos Secovis do Brasil, realizado entre os dias 3 e 5 de abril, em Maceió. O evento reuniu Sindicatos da Habitação de 13 estados mais o Distrito Federal e contou com a presença de representantes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Fecomércio-AL. Para o coordenador-geral da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI) da Confederação e presidente do Secovi Rio de Janeiro, Pedro Wähmann, o setor imobiliário está sentindo bastante a crise econômica e política do Brasil. “O problema é a falta de confiança dos empresários em investir, dos consumidores em comprar, a escassez de financiamento e os juros altos”, observou durante a abertura do evento. O presidente da FecomércioAL, Wilton Malta, acredita que as discussões sobre os temas imobiliários contribuirão para elevar a administração do setor, fortalecendo-o para vencer o atual contexto econômico. O presidente do Secovi Alagoas, Nilo Zampieri Jr., destacou o desafio dos empresários em conciliar as atividades empresariais

Imagem: Secovi-AL

Executivos de sindicatos de habitação se reúnem em Alagoas

Wilton Malta, presidente da Fecomércio-AL, discursa na abertura do evento

e sindicais com o propósito de contribuir para o crescimento do setor. “Foi um encontro inédito, e o termos sediado em Maceió foi de muita valia para o desenvolvimento do trabalho a que o Secovi-AL se propõe e tem em seu escopo o apoio aos representados. Concorremos com belos estados brasileiros e procuramos fazer o diferencial na acolhida de cada executivo e empresário que veio participar e se reciclar com as novas práticas que atualizam as necessidades das empresas e condomínios, desde as questões que envolvem o jurídico até o serviço social”, ressaltou Nilo.

Ações para desenvolvimento do setor Durante o evento, Wähmann classificou os juros altos como um inibidor para os negócios. “Efetivamente o que o Brasil

precisa é resolver a questão política. Sentimos no dia a dia o fantasma da inflação”, afirmou ele, ressaltando que, nesse contexto, os Secovis vêm oferecendo suporte aos empresários do segmento por meio de consultorias jurídicas, acompanhamento legislativo, sistema de pesquisa - que constitui uma ferramenta importante ao aferir os preços -, entre outras atividades. A programação do evento contou com a participação do assessor do Departamento de Planejamento da CNC Leonardo Fonseca, proferindo a palestra Gestão de Produtos e Serviços; e do assessor Legislativo da CNC Ênio Zampieri, como coordenador da reunião do grupo Noções Avançadas de Acompanhamento Legislativo.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Imagems: Carolina Braga/CNC

Iniciativas para fortalecer a cultura e o desenvolvimento do Pantanal

Lideranças empresariais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul começam a construir juntos um programa visando à valorização da cultura pantaneira. Em reunião no dia 19 de abril, representantes e técnicos da Fecomércio-MT, Fecomércio-MS, Sebrae, Fiems e da Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei) do Mato Grosso do Sul formaram uma comissão mista para formatar o programa e articular a rede de instituições para que a cultura pantaneira seja o principal fator de fortalecimento da identidade dos dois Estados. Com isso, a ideia é desenvolver ações que fortaleçam iniciativas relacionadas ao Pantanal na preservação da biodiversidade, valorização do povo pantaneiro, incentivo ao empreendedorismo criativo, apoio a iniciativas que agreguem valor aos produtos de origem pantaneira, além de sensibilizar a sociedade sobre a importância de preservar e disseminar conhecimentos relacionados ao Pantanal.

Turismo pantaneiro Outra frente de atuação deverá ser relacionada ao turismo, com projetos específicos para ecoturismo, turismo rural e científico, pesca amadora, turismo de eventos, cultural e histórico e gastronomia típica. O Sistema CNC-Sesc-Senac já atua na região, com a Estância Ecológica Sesc Pantanal, em Poconé, e a

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Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), em Barão de Melgaço. A construção de uma rota cultural do Pantanal, através da integração com a cadeia produtiva, e o apoio na realização de ações que possibilitem a difusão do conhecimento, a comercialização de produtos e serviços e a realização de eventos também estão no foco.

Sesc e Senac presentes No dia 27 de abril, o governador em exercício do Mato Grosso, Guilherme Maluf, recebeu lideranças da Fecomércio-MT para tratar do polo Barão de Melgaço, município predominantemente pantaneiro onde já está instalada a RPPN. “O Sesc promoveu uma verdadeira transformação em Poconé, e acredito que será a redenção para Nobres e quero lançar a semente para que coloque os pés também em Barão de Melgaço”, afirmou Maluf. Além do programa de valorização da cultura pantaneira, também foram apresentadas ao governador em exercício outras possibilidades de parcerias com o Sistema Fecomércio-Sesc-SenacMT. Gilsane de Arruda, diretora regional do Senac-MT, se prontificou a colocar a entidade à disposição para levar cursos de interesse para a comunidade.


COMÉRCIO EM AÇÃO

Sesc Ler no Piauí recebe menção honrosa do Ministério da Educação O Ministério da Educação concedeu Menção Honrosa ao projeto Agricultura familiar em contexto: da vivência à sobrevivência, desenvolvido pelo Sesc Ler Acauã, no Piauí. O projeto foi finalista da Medalha Paulo Freire, entregue a entidades que realizam experiências educacionais relevantes para a educação de jovens e adultos no Brasil. O projeto sobre agricultura familiar consiste na aplicação de um sistema de irrigação no plantio de melancia, desenvolvido no laboratório agrário do Sesc Ler Acauã pelo professor Almir Francisco de Sousa. Os alunos usaram dosadores de soro e garrafas descartáveis para irrigar as plantas, gota a gota, garantindo a sobrevivência dos frutos na região semiárida. A experiência fez com que os estudantes se tornassem multiplicadores da ação, levando a tecnologia para suas comunidades e passando a colher frutos em seus quintais.

Em 2015, o Sesc registrou o recebimento da terceira Medalha Paulo Freire, dessa vez com o Sesc Ler Quixeramobim, no Ceará, pelo trabalho realizado em parceria com o CineSesc, utilizando filmes como forma de potencializar o aprendizado. O projeto Agricultura familiar em contexto: da vivência à sobrevivência também ganhou menção honrosa no Seminário Internacional de Educação ao Longo da Vida – Confintea Brasil + 6, realizado em abril, em Brasília (DF). O diretor-geral do Departamento Nacional (DN) do Sesc, Carlos Artexes Simões, recebeu o prêmio representando a entidade. O Confintea Brasil tem a participação de representantes de segmentos, movimentos, instituições, órgãos e entidades diretamente ligados à educação de jovens e adultos.

Imagens: Sesc-PI

A área de Educação do Sesc já coleciona três medalhas e duas menções honrosas concedidas pelo MEC. Em 2006, o Departamento Regional no Amazonas foi premiado com a Medalha Paulo Freire pelo desempenho na redução do

analfabetismo no Estado, e o projeto Sesc Ler na Paraíba recebeu menção honrosa pela interação com a comunidade. Quatro anos depois, o projeto Partindo da matéria-prima, desenvolvido pelo Sesc Ler Guaribas, no Piauí, foi agraciado com a medalha.

Alunos do Sesc Ler Acauã

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Imagem: Fecomércio-MA

Fórum da Amazônia Legal debate ações para crescimento da região

Marcelino Araújo (de pé), da Fecomércio-MA, recepcionou os presidentes de Federações integrantes da Amazônia Legal

O Maranhão foi a sede do XXIII Fórum Amazônia Legal, que reuniu representantes do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac dos estados da região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins), além do Estado anfitrião e do Piauí. O evento, realizado em São Luís, capital maranhense, em 6 de maio, teve como objetivo traçar estratégias para o fortalecimento do comércio de bens, serviços e turismo nos estados que compõem a região da Amazônia Legal. Durante a solenidade de abertura, o presidente em exercício da Fecomércio-MA, Marcelino Ramos Araújo, destacou a importância da realização do evento. “Essa

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edição ganha contornos ainda mais especiais em função do atual momento econômico e político vivenciado pelo nosso país. Enfrentamos uma crise poucas vezes vista no comércio de bens, serviços e turismo brasileiro, o que faz deste evento um instante de grande relevância para a proposição de estratégias que contribuam para a retomada da confiança dos empresários”, enfatizou Marcelino Araújo. Na oportunidade, o presidente da Fecomércio-AM e coordenador do Fórum, José Roberto Tadros, também falou sobre a relevância do evento. “Se hoje existe uma Amazônia forte, as grandes decisões foram tomadas aqui. Nessa edição, espero que possamos contribuir para a criação de novas

CNC NOTÍCIAS | MAIO 2016 | ANO XVI

perspectivas para o crescimento do País”, destacou Tadros. A cerimônia contou ainda com a apresentação do Projeto Sesc Musicar, de educação musical para crianças, adolescentes e jovens, desenvolvido em bairros da região metropolitana de São Luís, além da encenação do Grupo Tramando Teatro, que trouxe a interpretação de personalidades da história maranhense. Após a abertura oficial, tiveram início as reuniões de trabalho, que aconteceram durante todo o dia, divididas em cinco grupos entre os presidentes, superintendentes e assessores jurídicos das Federações do Comércio, além dos diretores regionais do Sesc e Senac.


Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

HISTÓRIA EM IMAGEM

Aquecimento olímpico O Brasil começa a viver o clima da Rio 2016 com a chegada da chama olímpica e o início da passagem da tocha por municípios de todas as regiões do País. Acesa na Grécia em 21 de abril, a chama olímpica veio da Suíça e desembarcou em solo brasileiro às 7h25 do dia 3 de maio, com uma hora de atraso. A primeira a carregar a tocha em solo brasileiro foi a bicampeã olímpica da seleção brasileira feminina de vôlei Fabiana Claudino. O roteiro prevê a passagem da tocha por mais de 300 cidades e 95 dias até a chegada ao Rio de Janeiro para a abertura dos Jogos, no dia 5 de agosto. O comércio de bens, serviços e turismo se prepara para a demanda a ser gerada. A movimentação extra nos 39 aeroportos envolvidos no planejamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos deve chegar a 1 milhão de passageiros, beneficiando diversos setores da economia.


COMÉRCIO E TURISMO JUNTOS DESENVOLVENDO A ECONOMIA E O PAÍS.

O turismo movimenta a economia e cria novas oportunidades de negócios. O comércio também. Por isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atua na defesa dos interesses do setor e na elaboração de projetos que fortalecem o turismo. E mais: por meio do Sesc, promove turismo social e sustentável, saúde, educação, cultura e esporte para milhões de brasileiros. Com o Senac, oferece qualificação e atualização profissional, gerando mão de obra para um mercado cada vez mais exigente. É assim que o Sistema CNC-Sesc-Senac trabalha pelo setor com tanto orgulho. Afinal, em qualquer lugar do País, comércio e turismo sempre viajam juntos.

cnc.org.br/turismo


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