CNC Notícias 189

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Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

JULHO 2016 | ANO XVI | www.cnc.org.br

Setor de serviços se mobiliza contra mudanças no PIS/Cofins pág.

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Grupo Técnico da CNC encerra análise do projeto de lei do Novo Código Comercial pág.

Uma chance de ouro para o turismo

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Brasil pode aproveitar a projeção mundial da Olimpíada e firmar seu potencial turístico


O SENAC JÁ TRANSFORMOU A VIDA DE MILHÕES DE BRASILEIROS. E ESSA HISTÓRIA ESTÁ APENAS COMEÇANDO.

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Em 70 anos, o mundo não parou de mudar. O Senac também não. Por isso, capacitamos milhões de brasileiros em nossos cursos presenciais e a distância, investimos em infraestrutura, desenvolvemos tecnologia, produzimos conhecimento com a publicação de materiais didáticos e contribuímos para o crescimento de empresas com nossas consultorias. Assim, provocamos verdadeiras transformações de vidas, com reflexo imediato no mercado que recebe profissionais muito mais qualificados e preparados.

SENAC 70 ANOS. ESTA HISTÓRIA ESTÁ SÓ COMEÇANDO.


Zerando os cronômetros Está chegando a hora do maior evento esportivo global. Para os atletas, o momento de mostrar os resultados de anos de treinamentos intensos e dedicados, com a recompensa de inscrever seus nomes nas galerias dos heróis olímpicos. Para o Brasil, e mais fortemente para o Rio de Janeiro, será a hora de começar a colher o que foi semeado nos últimos seis anos, desde que a cidade foi escolhida para ser sede das Olimpíadas, em 2009. Em termos de infraestrutura, o Rio passou por uma transformação, isso é inegável. Grandes obras como a implantação do sistema de ônibus conhecido como BRT (Bus Rapid Transit), interligando diversas regiões, a expansão do metrô até a Barra da Tijuca e a construção das linhas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no Centro da cidade, vão alterar o dia a dia dos cariocas com um impacto que, talvez, só encontre paralelo em poucos momentos da história, como na época das reformas do prefeito Pereira Passos. A esta altura, quase tudo já deveria estar funcionando, em processo de ajuste fino. Mas, embora a cidade ainda esteja na fase de “derrubar tapumes”, pouca dúvida resta de que o Rio estará pronto para realizar os Jogos com êxito. Já não há tanta certeza assim quando o assunto é o legado para o turismo. Há uma forte percepção de que a chance de ouro dos megaeventos esportivos (Copa do Mundo e Olimpíadas) não está sendo aproveitada como deveria para divulgar o nome do País como destino turístico mundial. Uma das causas são as deficiências da estrutura de promoção do País no exterior. A reportagem de capa desta edição traz um panorama bastante completo da situação e o que deve ser melhorado para que o Brasil possa aproveitar a exposição para incrementar o número de visitantes estrangeiros que recebe. Entre outros temas de destaque da CNC Notícias de julho estão a presença da CNC na reunião anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra; a participação da Confederação nos debates do Congresso Nacional sobre a modernização das leis trabalhistas; a mobilização contra o aumento do PIS/Cofins; e a conclusão dos trabalhos do grupo técnico da CNC que analisou o novo Código Comercial. Boa leitura.


CNC NOTÍCIAS Ano XVI, n° 189, Julho, 2016

Presidente: Antonio Oliveira Santos Vice-presidentes: 1º - Josias Silva de Albuquerque, 2º - José Evaristo dos Santos, 3º - Laércio José de Oliveira. Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Carlos de Souza Andrade, José Marconi Medeiros de Souza, José Roberto Tadros, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Carlos Bohn e Luiz Gastão Bittencourt da Silva Vice-presidente Administrativo: Darci Piana Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira Diretores: Aldo Carlos de Moura Gonçalves, Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Araújo, Eliezir Viterbino da Silva, Euclydes Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Itelvino Pisoni, José Arteiro da Silva, José Lino Sepulcri, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Paulo Sérgio Ribeiro, Pedro José Maria Fernandes Wähmann, Raniery Araújo Coelho, Sebastião de Oliveira Campos e Wilton Malta de Almeida Conselho Fiscal: Domingos Tavares de Souza, José Aparecido da Costa Freire e Valdemir Alves do Nascimento GABINETE DA PRESIDÊNCIA Lenoura Schmidt (Chefe) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - CNC REDAÇÃO Editora-chefe: Cristina Calmon Editor Executivo: Celso Chagas (Mtb 30683) Reportagem: Celso Chagas, Edson Chaves, Geraldo Roque, Joanna Marini, Luciana Neto e Marcos Nascimento Projeto gráfico: Programação Visual/Ascom Diagramação e ilustração: Carolina Braga Revisão: Luciene Gonçalves Impressão: WalPrint Gráfica e Editora

CNC - RIO DE JANEIRO Av. General Justo, 307 PABX: (21) 3804-9200

EXPECTATIVAS FORA DAS ARENAS DO ESPORTE

A cidade do Rio de Janeiro recebe os Jogos Olímpicos em agosto, com investimento de mais de R$ 39 bilhões. No entanto, o que fica para o Brasil após a exposição internacional? A matéria de capa mostra a preparação do setor de turismo, as perspectivas com a realização dos Jogos e o que esperar para os meses que se seguirão ao maior evento esportivo do planeta.

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CEP: 20021-130

CNC - BRASÍLIA SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP: 70041-902 PABX: (61) 3329-9500/3329-9501 Contatos Assessoria de Comunicação CNC Telefone: (21) 3804-9374 E-mail: ascom@cnc.org.br www.cnc.org.br

ENTENDENDO NOSSOS ÍCONES

Análise conjuntural / sociedade / mundo empresarial Conteúdos socioeconômicos que gerem resultados positivos e desenvolvam a sociedade.


BRASIL CORRE RISCO DE INSOLVÊNCIA, AFIRMA LUIZ

SETOR DE SERVIÇOS SE MOBILIZA CONTRA

ROBERTO CUNHA

MUDANÇAS NO PIS/COFINS

Participando da reunião do Conselho Técnico da CNC, o professor do Departamento de Economia da PUC-RJ avalia o cenário nacional e apresenta um quadro que exige medidas rigorosas para o País.

Empresários se posicionam contra aumento na cobrança dos impostos durante seminário realizado na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) com apoio de entidades do Sistema Comércio.

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FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO E NEGOCIAÇÕES COLETIVAS EM PAUTA

CNC participa de audiência na Câmara dos Deputados para analisar projeto de lei que prevê a valorização das negociações coletivas nos acordos trabalhistas.

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VITRINE ......................................................................... 4 INTERESSE DO COMÉRCIO.......................................... 6 CAPA............................................................................. 8 REUNIÃO DE DIRETORIA ............................................ 18

GRUPO TÉCNICO DA CNC CONCLUI

NO RADAR ................................................................. 20

ANÁLISE DO NOVO CÓDIGO COMERCIAL

INSTITUCIONAL ....................................................... 25

Trabalho de estudo e de sugestões ao PL 1.572/11 foi finalizado em junho. Últimos posicionamentos foram sobre o Proceso Judicial Empresarial e as Disposições Finais do projeto de lei.

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ECONOMIA.................................................................. 30 TURISMO..................................................................... 34 NOTAS E FATOS.......................................................... 38 COMÉRCIO EM AÇÃO................................................. 40

PRIORIDADES DO TURISMO PARA 2016

Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS) e entidades hoteleiras enviam carta ao ministro interino do Turismo com as campanhas prioritárias dos meios de hospedagem.

34 Trabalhos técnicos Pesquisas, avaliações, posicionamentos.

Representação, defesa e desenvolvimento do sistema Temas político-econômicos que influenciem a comunidade empresarial do comércio de bens, serviços e turismo para o desenvolvimento do país.


VITRINE

LIVRO

Legislação, turismo e rede hoteleira O advogado e diretor-adjunto da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) na Bahia, Dilson Jatahy Fonseca Neto, é o autor do livro Turismo e Hotelaria: Comentários à Legislação, publicado pela Editora LiberArs, com apoio da ABIH Nacional. Na obra, o advogado oferece um guia simples sobre a legislação e alguns dos problemas jurídicos enfrentados pela cadeia hoteleira. Com comentários e explicações sobre civil e tributária, a publicação ressalta a importância da hotelaria para o turismo. A obra conta com prefácio de Eraldo Alves da Cruz, secretário executivo do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC.

IBPT disponibiliza tabela atualizada de alíquotas para cumprimento da lei De Olho no Imposto

Fecomércio-MA tem novo endereço A Federação-MA está funcionando em novo endereço: é no Condomínio Fecomércio-Sesc-Senac – Francisco Guimarães e Souza –, localizado na Avenida dos Holandeses, no bairro Renascença II, em São Luís. O edifício - cujo nome é uma homenagem a um ex-presidente da Federação - vai abrigar a sede administrativa das três entidades do Sistema Comércio, além de disponibilizar espaço para os 19 sindicatos patronais filiados. No novo espaço, a Federação espera intensificar ainda mais a relação com o empresariado maranhense.

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Com o intuito de manter as empresas em dia com a Lei nº 12.741/12, conhecida como lei De Olho no Imposto (que obriga a informação, na nota fiscal, dos tributos incidentes nos produtos e serviços), o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) disponibilizou uma nova versão da tabela com a atualização das alíquotas de todos os produtos e serviços já com as novas regras de ICMS, adequação legal da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM/TIPI), Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS) e a Lei Complementar 116. Para fazer o download, basta que o comerciante solicite a atualização de seu sistema ao seu fornecedor de software. “A nova versão das alíquotas no sistema será válida de julho a dezembro de 2016 e agora estará disponível para Web Service, ferramenta que faz atualização automática da tabela, a fim de evitar problemas com a Justiça”, afirma Caio Arruda, tributarista do IBPT. Para mais informações, acesse http:// deolhonoimposto.ibpt.org.br


VITRINE

LIVRO

Boletim do Senac ganha destaque entre publicações científicas

Brasileiros utilizam cada vez mais dispositivos móveis Levantamento realizado pelas consultorias em tecnologia S4M, Tapestry e Pointlogic mostrou que os brasileiros com acesso a tecnologias móveis estão cada vez mais dependentes de seus dispositivos. Segundo o Diário do Mobinauta Brasileiro 2016, 38% dos brasileiros passam entre 10 e 29 horas on-line por semana. Outros 38% permanecem on-line via dispositivos móveis por mais de 30 horas.

volume 42, n. 1, janeiro/abril 2016

A economia brasileira registrou um dos piores momentos em 2015. O Produto Interno Bruto encolheu 3,8%, constituindo-se no mais baixo desde 1990 (-4,3%), e a situação se agravou pela inflação de dois dígitos (10,67%), pelo acentuado desequilíbrio fiscal do setor público e pelo elevado nível de juros, tendo como efeito a queda do emprego e da renda. Esses e outros dados, com análises, tabelas e gráficos, estão na Síntese da Economia Brasileira 2015, publicação elaborada pela Divisão Econômica da CNC para apresentar uma visão analítica do desempenho da economia nacional no ano passado.

2015

A pesquisa foi feita entre janeiro e fevereiro deste ano e ouviu 1.108 pessoas proprietárias de telefones celulares.

v. 42, n. 1, janeiro/abril 2016

LIVRO

Síntese da Economia Brasileira | Synthesis of the Brazilian Economy

Além disso, 87% dos entrevistados concordaram que os seus telefones celulares os ajudam a ser mais eficientes. Também foi citado na pesquisa o aumento do celular na preferência em realização de pagamentos. Entre as razões de interesse para maior uso do celular estão a conveniência (64%) e a segurança em relação ao dinheiro e cartão de crédito (37%).

ISSN (impresso) 0102-549X ISSN (eletrônico) 2448-1483

Boletim Técnico do Senac

O Boletim Técnico do Senac (BTS) agora integra uma das mais prestigiadas bases de indexação de periódicos científicos do mundo, a European Reference Index for the Humanities and Social Sciences (ERIH Plus). “A presença do BTS na mais importante base de periódicos da União Europeia para as áreas de Humanidades e Ciências Sociais evidencia a relevância da marca Senac para a produção de conhecimento sobre educação e trabalho em nível internacional”, afirmou Anna Beatriz Waehneldt, diretora de Educação Profissional do Departamento Nacional do Senac. O ERIH Plus funciona como um termômetro de quais são as publicações que têm maior impacto e credibilidade no cenário global.

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A publicação pode ser encontrada na Central do Conhecimento da CNC, pelo link http://bit.ly/ Sintese2015

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INTERESSE DO COMÉRCIO

Desencalhar a nau do Estado Para o presidente da CNC, mesmo com todas as dificuldades do cenário atual, o novo governo tem alguns pontos favoráveis para recuperar a governabilidade

Ao assumir a Presidência da República, o legado que chega às mãos de Michel Temer assemelha-se ao de uma família cuja herança é constituída de dívidas. Os principais passivos, que desenham as “condições iniciais” do novo governo, estão expressos na evolução exponencial da dívida pública e na forte queda do PIB, configurando uma fase cíclica de forte recessão, na qual o desemprego ultrapassa 10% da população economicamente ativa. A economia está envolta numa inflação que, ao longo dos anos, de forma contínua e ampla, extrapolou a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional. Como síntese, uma queda nominal e real da renda per capita, expressão inequívoca de regresso econômico, o que tem como pano de fundo o “assalto” à Petrobras, cuja interação com os demais setores tem forte impacto na cadeia produtiva. Apesar da limitação de tempo, o novo Presidente tem a seu favor a recuperação da governabilidade, em função de sua reconhecida competência, larga experiência e a capacidade de, ao negociar, eliminar fricções existentes entre Executivo e Legislativo.

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Com um Executivo com propostas claras, sem escamotear a verdade sobre os tempos duros que ainda estão por vir, será possível alcançar no Congresso Nacional a maioria necessária para a aprovação das propostas. A prioridade principal será a de conter a trajetória ruinosa do endividamento público, capaz de permitir uma rolagem suave, ao manter em nível prudente a razão dívida/PIB. Antes, porém, será necessário aprimorar um programa de ação para enfrentar o déficit de mais de R$ 170 bilhões, previsto para este ano, sem contar os juros que pesam sobre a dívida pública. Estão, ainda, no horizonte das prioridades: a desvinculação das receitas orçamentárias, a flexibilidade nas relações capital/trabalho, o abandono do salário mínimo como indexador de gastos de cunho social e a indispensável reforma da Previdência. Isso, além de passar um “pente-fino” nos custos gigantescos da Administração Federal. Os cortes possíveis serão de caráter marginal, diante da dimensão do endividamento público, mas


Imagem: Christina Bocayuva

INTERESSE DO COMÉRCIO

Em face da evidente limitação de recursos financeiros para animar a atividade econômica e recuperar o nível de emprego, será preciso gerar um ambiente de confiança para os investimentos”

ANTONIO OLIVEIRA SANTOS Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

assinalarão, perante a opinião pública, uma gestão mais austera e eficaz dos gastos. Muitas dessas propostas terão de ser tratadas fora do Congresso Nacional com os grupos das centrais sindicais, com as quais é de se prever negociações difíceis e demoradas. Isso é particularmente verdadeiro na Reforma da Previdência, cuja pedra de toque é o aumento da idade mínima para a aposentadoria, uma providência absolutamente necessária diante do envelhecimento da população. Em face da evidente limitação de recursos financeiros para animar a atividade econômica e recuperar o nível de emprego, será preciso gerar um ambiente de confiança para os investimentos. O primeiro passo será o de garantir aos investidores segurança jurídica que afaste das decisões qualquer viés ideológico. Sem prejuízo de uma cautelosa avaliação para concluir as obras de infraestrutura em curso, será necessário rever o regime das concessões, sem a imposição apriorística da taxa de retorno no edital e sem a

restrição do “conteúdo mínimo nacional”. Como inovação, na busca da eficiência seria importante que os consórcios construtores fossem objeto de uma audiência externa de caráter técnico-jurídico, capaz de resolver conflitos, certificando-se, inclusive, da justeza dos aditivos não raro acrescidos ao contrato original. Com um programa de investimentos em infraestrutura física e humana na educação e na saúde, será possível recuperar o nível de emprego e renda. Por último, nesta fase de transição da vida do País, seria conveniente que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário fizessem uma profunda reflexão sobre as distorções do sistema político decorrentes do “presidencialismo de coalizão”, difícil de se sustentar em face do excessivo número de partidos, usados em barganha do preenchimento de cargos e funções. Em outras palavras: para as reformas que se afiguram necessárias, a preliminar seria levar a cabo cuidadosa análise da complexa organização política.

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CAPA

Muito além da medalha de ouro

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CAPA

Com bilhões de reais em investimentos e os olhos do mundo no Rio de Janeiro, a Olimpíada é a chance para o País firmar seu potencial turístico. A CNC Notícias mostra o que foi feito e o que falta para o turismo brasileiro subir ao pódio durante e depois dos Jogos

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CAPA

Visibilidade dos Jogos pode projetar o Brasil no exterior Em 2009, o anúncio da escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 foi recebido com festa no Brasil. O projeto inicial estimava um orçamento de R$ 28,8 bilhões (o mais caro dentre as candidatas) e promessas de oportunidades para o crescimento da cidade, além do ineditismo da realização do maior evento esportivo do planeta na América do Sul. Seis anos e muitos problemas depois, o cenário é bem diferente. A prosperidade e crescimento do País vistos em 2009 deram lugar a um período de crise econômica e diversas incertezas. O momento político ganhou os holofotes da mídia e, para piorar, uma epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, em especial a infecção pelo Zika vírus, contribuiu para manchar a imagem do País mundialmente, já prejudicada pela onda de violência. No Rio de Janeiro, apesar de a Prefeitura alegar estar com as contas em dia, o governo estadual declarou estado de calamidade pública, sem recursos para pagar servidores ou honrar compromissos com os Jogos. O projeto inicial teve uma alta no orçamento de mais de R$ 10 bilhões, com 56,9% vindos da iniciativa privada e outros 43,1% dos cofres públicos, sendo a maior parte deste investimento destinada a obras de infraestrutura e mobilidade urbana, como a construção dos corredores de ônibus do tipo BRT (Bus Rapid Transit) e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que interliga o Centro do Rio de Janeiro.

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A expectativa é que o Rio receba 243,1 mil turistas estrangeiros, segundo previsão da CNC (veja mais na página 12), além de ganhar visibilidade com os mais de 4 bilhões de espectadores da Olimpíada em todo o mundo. A cidade ainda será explorada por mais de 25 mil jornalistas que devem desembarcar no Rio para cobrir o cotidiano da cidade, além do âmbito esportivo. Apesar dos percalços, os Jogos são uma grande oportunidade para o Brasil ganhar projeção e força como destino turístico. No entanto, o principal medo é de que o momento passe e, no fim das contas, o retorno seja menor que o esperado. “Empresários do trade turístico, especialmente da indústria hoteleira, fizeram grandes investimentos e é fundamental que os turistas gostem daqui e que voltem para seus países falando bem, para que mais e mais visitantes venham para cá, mantendo o fluxo desses empreendimentos, os postos de trabalhos gerados e ajudando a melhorar nossa economia”, afirmou o deputado Herculano Passos, presidente da Comissão de Turismo da Câmara, durante visita ao Parque Olímpico realizada em junho.

Dever de casa incompleto Para a população carioca, os investimentos em mobilidade e infraestrutura urbana devem ser os grandes legados da Olimpíada, além das arenas esportivas que podem servir, no futuro, para gerar e atrair atletas de alto nível para treinamentos e competições. Já para o País, o cenário não é tão animador.


CAPA

Números das Olimpíadas* R$ 10 bilhões

10 mil

– investimentos do turismo receptivo

atletas

205

países participantes

243,1 mil

turistas estrangeiros

19 dias de

competição

36 mil

quartos de hotel no Rio

R$ 39,1 bilhões – gasto total

*Dados não incluem os Jogos Paralímpicos.

A cadeia do turismo receptivo (que compreende hospedagem, alimentação, transportes, entre outros) realizou investimentos de mais de R$ 10 bilhões no Rio de Janeiro nos últimos cinco anos. A estimativa é de que a rede hoteleira carioca some mais de 38 mil quartos na cidade, 12 mil apenas na região da Barra da Tijuca, onde fica o Parque Olímpico que vai receber boa parte das modalidades esportivas. Para o período da realização da Olimpíada, de 5 a 28 de agosto, a taxa de ocupação da hotelaria já chega bem próximo dos 100%. “Com a ocupação quase total, a receita da hotelaria já foi recebida, com todos os quartos ocupados já pagos”, afirmou o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio. Se o evento funciona como chamariz natural de turistas, que são atraídos pelos esportes ou atletas que vão desembarcar no País, a divulgação do destino Brasil em outros países não foi tão bem realizada. “Tenho conhecimento de ações pontuais para promover o Brasil pelo mundo, aproveitando os Jogos, mas não de uma estratégia formal e abraçada por todos que trabalham no Turismo”, afirma Jeanine Pires, ex-presidente da Embratur e consultora do setor de turismo e eventos. “Desde 2011 que as políticas da Embratur e do Ministério do Turismo sofrem com descontinuidade de lideranças e, principalmente, de estratégia e recursos”, continuou Jeanine.

Fontes: CNC

“Perdemos uma grande oportunidade”, afirmou Alexandre Sampaio. “A salvação será a divulgação da mídia internacional que está vindo para cá. Uma ideia é que entidades regionais convidem os jornalistas que não estarão cobrindo os esportes para visitar outras cidades do País, para que eles possam conhecer outras opções turísticas”, completou. O Brasil atualmente investe de 20% a 30% menos do que outros países latino-americanos em promoção internacional. No ano passado, o orçamento da Embratur para promoção internacional foi de US$ 17 milhões, enquanto o México destinou US$ 477 milhões. Segundo o presidente do órgão, Vinicius Lummertz, a limitação de recursos exigiu um esforço maior na promoção internacional. “Foram realizadas press trips e divulgações do destino Brasil ao longo de 2015, além do envio de notícias para todo o mundo por meio de agências. O que eu me ressinto é não termos feito uma campanha com um marketing mais agressivo, pois o foco político impediu a continuidade do trabalho. Isso teria prolongado o efeito positivo da agenda por mais tempo, mas não invalida a força da Olimpíada por si só”, afirmou Lummertz, que deixou o cargo na Embratur em março, retornando em julho.

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CAPA

Preocupações do turista Para Manoella Penna, diretora da InPress Media Guide, que realizou um levantamento sobre a percepção do público e da mídia sobre a Olimpíada, a transmissão do Zika vírus está entre as principais preocupações dos turistas estrangeiros, que procuram saber sobre o que pode impactar no dia a dia da permanência aqui, como segurança e transporte. “O fato de ainda sermos um país ‘exótico’ deixa a doença maior do que ela é no momento. É um caso grave de saúde, sem dúvida, mas durante os Jogos, no inverno, esse não será um risco para os turistas ou brasileiros”, afirmou Manoella. Para divulgar o Brasil como um destino seguro em relação ao Zika, a Embratur vem realizando algumas ações, como uma videoconferência transmitida para 460 agentes de viagens norteamericanos em maio, para esclarecer as ações de combate à epidemia, evidenciando a queda do número de casos desde o início de 2016. “Não haverá problemas com o Zika vírus, o que não quer dizer que não é importante fortalecer o combate ao mosquito. No entanto, houve um alarde muito maior em torno do assunto que atrapalhou o momento pré-olímpico”, afirmou Vinicius Lummertz.

Imagem: Divulgação/Cidade Olímpica

Além disso, em março, as principais entidades de representação do setor hoteleiro, entre elas a CNC

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e a Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), assinaram um convênio com o Sesc para o combate ao mosquito Aedes aegypti nos meios de hospedagem. O momento político delicado e o cenário econômico também tiveram parte na influência sobre a percepção da imagem do País e a realização dos Jogos. Um momento que poderia ser melhor aproveitado, por exemplo, foi a passagem da Tocha Olímpica por diversas cidades brasileiras. Porém, o espaço dedicado na mídia ao assunto foi reduzido devido ao intenso noticiário sobre temas como o processo de impeachment de Dilma Rousseff ou a Operação Lava-Jato. “Nas nossas pesquisas, vemos a divisão de percepção quanto ao que ocorre dentro e fora do campo. O espírito olímpico está preservado, mas o tema esporte só vai pegar mesmo a partir de 5 de agosto”, afirmou Manoella, da InPress. “Tanto a mídia brasileira quanto a estrangeira, ao mesmo tempo que querem celebrar os primeiros Jogos na América Latina, estão bastante céticas e críticas”, completou.

Esperança durante as competições Se o dever de casa não foi bem cumprido na questão da promoção do Brasil como destino turístico, a esperança reside na realização efetiva da Olimpíada, a exemplo do que aconteceu na Copa do Mundo de 2014. “Havia uma perspectiva de que não haveria uma boa Copa, e, no entanto,

Rio de Janeiro também teve obras urbanas estruturais como o Museu do Amanhã (foto)

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CAPA

Imagem: Carolina Braga/CNC

Desonerar o turismo e diminuir o custo operacional da hotelaria são ações primordiais para o fomento do empreendedorismo e da competitividade no setor” Alexandre Sampaio, presidente do Cetur/CNC

realizamos um belíssimo evento. Não tivemos incidentes de segurança ou mobilidade. Tudo isso está de novo presente nesse momento”, disse o presidente da Embratur. Para Lummertz, essa será uma oportunidade de projeção ainda maior do que foi a Copa, ressaltando ainda que, apesar de o Mundial de Futebol ter ocupado 12 cidades brasileiras, a Olimpíada conta com muito mais modalidades esportivas, o que atrai um número bem maior de espectadores. A consultora Jeanine Pires também acredita no potencial positivo da Olimpíada. “A única coisa que podemos fazer é realizar o evento com excelência, e acredito que isso vai acontecer. A experiência dos turistas, atletas, jornalistas e todos que estarão no Rio e no Brasil tende a ser positiva, e isso pode ajudar”, afirma. Outros destinos brasileiros também podem se beneficiar com a Olimpíada. Além das outras cinco cidades que vão receber os jogos de futebol (São Paulo, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Manaus), é esperado que turistas estrangeiros viajem para conhecer outros destinos brasileiros fora da cidade do Rio de Janeiro. Apesar disso, o impacto será mesmo bem pequeno em outros locais. “A Olimpíada vai ajudar a diminuir o que já está ruim, mas não vai ser determinante na ocupação hoteleira nos outros estados. Com a diminuição do turismo de negócios, por conta da crise econômica, alguns dos principais parques

hoteleiros, como Recife ou Salvador, acabaram perdendo essa oportunidade de ocupação”, diz Alexandre Sampaio, que afirma que os hoteleiros devem aproveitar o momento para promover datas importantes e já tradicionais do turismo nacional, como o réveillon e o carnaval.

Movimento no comércio O comércio também deve ver um período de crescimento durante a realização dos Jogos. Pesquisa do Clube de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) mostrou que o comércio deve ter um aumento de 5% nas vendas do mês de agosto. “Os Jogos Olímpicos sempre motivam o consumidor. Tem mais movimento e mais turistas”, afirmou Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e diretor da CNC. Ele ressalta ainda que o momento vai ajudar os comerciantes em todo o Brasil a desencalhar materiais comemorativos que sobraram da Copa do Mundo, já que os brasileiros não devem deixar de torcer para os atletas nacionais. O que pode comprometer esse cenário é a concorrência desleal com o comércio informal. “Os camelôs vendem qualquer produto, enquanto os licenciados, vendidos pelos estabelecimentos comerciais, são mais caros. Os camelôs, que oferecem produtos pirateados, atrapalham muito o comércio”, afirmou Gonçalves.

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CAPA

Jogos devem gerar R$ 2,68 bilhões para o turismo A Olimpíada e a Paralimpíada devem gerar receita de R$ 2,68 bilhões em gastos de turistas no Rio de Janeiro, segundo previsão da Divisão Econômica da CNC, que levou em conta as atividades de hospedagem, alimentação e transportes do estado fluminense. Se confirmada a previsão, o faturamento dessas atividades deverá registrar um aumento de 18,8% nos meses de agosto e setembro em relação ao mesmo período do ano passado.

Expectativa de geração de receita bruta durante os Jogos Olímpicos segundo segmentos do turismo no Estado do Rio de Janeiro (receita bruta em R$ milhões e participação % do total) R$ 185 milhões

(6,9%)

R$ 52,7 milhões

(2,0%)

R$ 247,1 milhões

(9,2%)

R$ 738 milhões

(27,5%)

R$ 927,1 milhões

(34,5%)

R$ 59,5 milhões

(2,2%)

R$ 474,1 milhões

(17,7%) Hospedagem

Transporte Rodoviário

Alimentação

Transporte Aéreo

Agência de Viagens

Outros Transportes e Locação de Veículos

Atividades Artísticas, Esportivas e de Lazer

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Fontes: CNC

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Considerando apenas os jogos principais, a Confederação prevê a circulação de 909,4 mil turistas, sendo que 666,3 mil serão brasileiros e outros 243,1 mil, estrangeiros. Essa movimentação deverá responder por R$ 1,77 bilhão da receita total do período. Já para as Paralimpíadas são esperados 468,5 mil turistas, gerando um faturamento de R$ 921,4 milhões. Para calcular o fluxo de visitantes, a entidade levou em consideração as expectativas do Ministério do Turismo, a oferta de ingressos e os padrões sazonais característicos do turismo fluminense no período de realização dos dois eventos.

Alimentação e transporte rodoviário serão destaque Dentre os segmentos analisados, o setor de alimentação deverá responder por 34,5% da receita gerada no período analisado. Bares, restaurantes e lanchonetes devem faturar R$ 927,1 milhões, seguidos pelo segmento de transporte rodoviário de passageiros (R$ 738 milhões) e pelas atividades artísticas, esportivas e de lazer (R$ 474,1 milhões). Os três segmentos deverão responder por quase 80% da receita durante os Jogos. Segundo o economista da CNC Fabio Bentes, alguns setores devem faturar menos no período. “Do ponto de vista da geração de receitas, os serviços de hospedagem, agências de viagens, transporte aéreo e marítimo e locação de veículos tendem a se destacar menos durante os Jogos, uma vez que a maior parte do faturamento dessas


perdas desde outubro de 2014, a redução do quadro de funcionários teve início apenas a partir de agosto de 2015. Ainda assim, o ritmo de redução no nível de ocupação foi menor do que as perdas de receitas até o início de 2016.

CAPA

GRÁFICO II VOLUME DE RECEITA BRUTA E VAGAS GERADAS NO TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NO ACUMULADO DE 12 MESES (Variações % e postos formais de trabalho)

do que as perdas de receitas até o início de 2016”, atividades não costuma ocorrer no ato da prestação Operando capacidade ociosa, portanto, há mais de um ano, asBentes. empresasAo quelongo compõem o setoro setor teve afirmou de 2015, do serviço”, afirmoucom Fabio Bentes. deverão demandar 4.080 trabalhadores em caráter temporário - contingente que corresponde receita total de R$ 72,2 bilhões. a cerca de 1,0% do total de pessoal ocupado no turismo do estado. Garçons, motoristas e cozinheiros Com a hotelaria no Rio de Janeiro próxima dos são os profissionais mais demandados por essas empresas respondendo, juntos, por mais de 40% da Os turistas estrangeiros em circulação no Brasil ainda 100% de ocupação, o faturamento de hotéis no força de trabalho do setor. devem deixar no País US$ 1,04 bilhão. Nesse período, período dos Jogos deve vir de reservas dos poucos O contingente de turistas em circulação no Brasil noscada meses de agosto e setembro portanto, visitante deverá gastar no Brasil US$ quartos disponíveis ou de outros estrangeiros locais fora da deverá deixar no país R$944,6 milhões em. Nesse período, portanto, cada visitante deverá deixar no 929, valor correspondente a R$ 3.089 por visitante, capital do Estado. O segmento deve responder por país US$929, valor correspondente a R$3.089 por visitante considerando-se a taxa de câmbio a considerando-se a taxa de câmbio a R$ 3,33. 9,2% do faturamento total com o evento. R$3,33. a Copa do Mundo realizada no país entre junhoEm e julho de 2014, circularam pelo país GeraçãoDurante de empregos temporários comparação com a Copa do 1,04 Mundo, realizada milhão de visitantes internacionais e seus gastos renderam ao país naquele período US$1,58 bilhão

entre junho e julho de 2014, circularam pelo O estudo da CNC mostra ainda que as empresas País 1,04 milhão de visitantes internacionais, e Para mais informações, entrar em contato com Celso Chagas/Luciana Neto/Marcos Nascimento 2 que compõem o setor deverão demandarTel:4.080 seus gastos renderam ao Brasil, naquele período, (21) 3804 9200 ramais 451/416/277. E-mail: ascom@cnc.com.br trabalhadores temporários, número que representa US$ 1,58 bilhão em divisas, segundo dados cerca de 1,0% do total de pessoal ocupado no do Banco Central. Sendo assim, cada visitante turismo do Estado. As profissões mais demandadas estrangeiro deixou, em média, US$ 1.518,38, o pelas empresas serão as de garçons, motoristas e equivalente a R$ 3.384. Apesar do maior valor, cozinheiros, respondendo, juntos, por mais de 40% Fabio Bentes diz que é preciso comparar os dois da força de trabalho do setor. eventos com ressalvas. “Além dos maiores custos com deslocamentos, deve-se ressaltar que, naquela De acordo com Fabio Bentes, o turismo opera ocasião, o Brasil estava ‘mais caro’ para o visitante com capacidade ociosa no Rio de Janeiro há internacional. Durante o Mundial de Futebol, a mais de um ano. “Embora, no acumulado de 12 taxa de câmbio vigente oscilou em torno de meses, o volume de receitas do turismo fluminense R$ 2,25, enquanto, às vésperas da venha registrando perdas desde outubro de 2014, Rio 2016, a moeda norte-americana a redução do quadro de funcionários teve início vem sendo cotada entre R$ 3,30 e apenas a partir de agosto de 2015. Ainda assim, o R$ 3,40”, concluiu o economista ritmo de redução no nível de ocupação foi menor da CNC.

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Pós-olimpíada: o que esperar Se tudo der certo, a imagem do Brasil e do Rio de Janeiro deve ser transmitida de forma positiva. Então, como aproveitar a onda olímpica e fazer valer os investimentos realizados?

Imagem: Embratur

O Brasil ainda tem uma grande deficiência em relação ao turismo, mesmo sendo o país com o maior potencial turístico em recursos naturais do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial. “Nós não aprendemos ainda a importância da promoção internacional, que não serve só para trazer pessoas, mas também para atrair investimentos estrangeiros. No entanto, esses investimentos não encontram um ambiente de negócios frutífero que permita esse desenvolvimento sustentável do setor”, afirmou Vinicius Lummertz, presidente da Embratur.

Vinicius Lummertz, da Embratur: com foco político e menos recursos, esforço na promoção do País foi maior

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Divulgação da marca O aumento da divulgação do Brasil em outros países seria uma peça-chave para fomentar a chegada de novos turistas, pegando carona no desempenho da Olimpíada. “Precisamos discutir com o Ministério do Turismo a melhor forma de conseguir recursos para promover o Brasil lá fora ou desenvolver processos que possam desobstruir os principais gargalos do setor”, afirmou Sampaio. Uma das ações para que a divulgação da Marca Brasil tenha mais fôlego é a transformação da Embratur em agência de promoção do turismo, nos moldes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), para que ela possa atuar com mais flexibilidade na busca de parcerias e recursos. Outro ponto importante seria aproveitar os equipamentos esportivos construídos no Rio de Janeiro para atrair competições internacionais. Além disso, a captação de eventos para o Brasil pode incrementar o turismo de negócios e manter a sustentabilidade da hotelaria carioca, uma das principais preocupações para o fim dos Jogos. “Não existe nenhum lugar na América Latina com equipamentos esportivos de alto nível como o Parque Olímpico, que deve se tornar um grande legado para a atração de atletas latinoamericanos. Muitos esportes, como natação, saltos ornamentais, tênis, entre outros, vão encontrar


Imagem: Miriam Jeske/Rio 2016

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Parque Olímpico, construído na Barra da Tijuca: estruturas e equipamentos podem ajudar a atrair eventos e campeonatos mundiais para o Brasil

aqui pontos de treinamento, além da possibilidade de sediar campeonatos mundiais”, disse o presidente do Cetur da CNC, Alexandre Sampaio. “Como a política de captação de eventos internacionais demora de três a quatro anos para dar retorno, quanto mais rápido for o seu início, melhor. Podemos observar como Vancouver e Londres, por exemplo, se transformaram em segmento de eventos após os Jogos e usar suas ações como inspiração”, afirmou Jeanine Pires.

Fomento à competitividade Os investimentos estrangeiros e a captação de eventos esbarram ainda em outro entrave: a falta de competitividade brasileira. A própria Embratur reconhece a dificuldade de empreender no Brasil. “O Brasil não é um país amigo do investimento no turismo. Quando olhamos os estudos de competitividade, ainda encontramos aqui a dificuldade de se abrir um negócio, quer seja para um investidor brasileiro ou estrangeiro”, disse Vinicius Lummertz. Para Alexandre Sampaio, estimular o setor é primordial para a sua sustentabilidade. “Desonerar o turismo e diminuir o custo operacional dos equipamentos hoteleiros são ações primordiais para o fomento do empreendedorismo e da competitividade no setor”, diz Sampaio.

Criar um ambiente de negócios favorável, atrair investimentos e deixar os empresários com liberdade para empreender são os ingredientes para o País crescer, mas, com o potencial do turismo, essas demandas se tornam ainda mais urgentes. “Trazer investimentos e eventos para o Rio de Janeiro é a única maneira de tornar o ambiente de negócios mais sustentável. No entanto, certas iniciativas, como a abertura das companhias aéreas para investimento do capital estrangeiro, só dependem do governo”, complementou Sampaio. “Com a atual conjuntura adversa para o turismo de negócios, com perspectiva de pouco investimento municipal e sem a prioridade federal, nós temos muita preocupação quanto à sustentabilidade posterior”, finalizou Alexandre Sampaio. A saída, por enquanto, é apostar no espírito olímpico para que dias melhores alcancem as atividades econômicas nacionais. “Os Jogos Olímpicos ajudam a mudar a sensação negativa que vivemos no País. Damos um alívio na carga pesada que nós sofremos e absorvemos um pouco do espírito e dos valores olímpicos”, ponderou Vinicius Lummertz.

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REUNIÃO DE DIRETORIA

Equilíbrio para agir Financiamento sindical e presença na OIT foram temas debatidos pelos empresários em junho

A participação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na 105ª Reunião da Conferência Internacional do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra, na Suíça, entre os dias 30 de maio e 11 de junho, foi um dos temas da reunião de junho da Diretoria da Confederação, realizada no dia 21, no Rio de Janeiro. Outro destaque foi o financiamento da atividade sindical, que está sendo tratado no Congresso Nacional. Sobre este assunto, a Diretoria da Confederação analisou os trabalhos da Comissão Especial da Câmara dos Deputados destinada a estudar e apresentar propostas com relação ao financiamento da atividade sindical. A Diretoria da CNC delegou ao vice-presidente Laércio Oliveira, que também é deputado federal (SD-SE), a defesa das posições da Confederação referentes ao Projeto de Lei da Comissão Especial destinada a estudar e apresentar propostas na questão do financiamento sindical.

Conferência da OIT A CNC liderou a representação das confederações patronais brasileiras que participaram da conferência - da Agricultura e Pecuária (CNA), da Indústria (CNI), da Saúde (CNS), dos Transportes (CNT) e do Sistema Financeiro (Consif).

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Imagem: Christina Bocayuva

REUNIÃO DE DIRETORIA

O vice-presidente Administrativo da CNC, Darci Piana, foi o Delegado Empregador Titular. “Como representante dos empresários brasileiros na OIT, enalteci a livre iniciativa, o direito de propriedade, empreendedorismo, assinalando que a negociação coletiva é o principal instrumento para a solução dos conflitos entre o capital e o trabalho”, relatou Piana aos diretores. As atuais dificuldades econômicas e políticas enfrentadas pelo setor patronal do Brasil, destacando o declínio do comércio exterior brasileiro entre os anos 2011/2015, também foram tema da participação de Darci Piana. “Não se pode perder de vista a proteção e a seguridade social, os salários alinhados à realidade do País, o apoio às pequenas e médias empresas, as tecnologias apropriadas, a proteção dos direitos dos trabalhadores e os investimentos em mobilidade urbana e infraestrutura. No decorrer dos trabalhos da conferência, foi identificado como principal ponto de discussão para a bancada brasileira dos empregadores o tema referente ao trabalho decente das cadeias globais, também chamadas cadeias produtivas”, afirmou. Também participaram dos trabalhos da conferência os vice-presidentes da Confederação, Josias Albuquerque, Laércio Oliveira, José Roberto Tadros, Carlos Andrade, e o vice-presidente

da Fecomércio-SP, Ivo Dall’Acqua Junior. Compuseram ainda a comitiva a chefe da Divisão Sindical da CNC, Patricia Duque, a advogada Lidiane Nogueira, também da Divisão Sindical, Alexandre de Marca, chefe da Divisão de Saúde da Confederação, e Simone Guimarães, superintendente da Fecomércio-AM. “Parabéns pelo trabalho realizado na OIT. Foi proveitoso, e iniciamos uma nova era de relacionamento com o Ministério do Trabalho”, destacou o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.

Turismo em pauta Alexandre Sampaio, presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC, falou do lançamento da edição especial da revista Turismo em Pauta – Destaques da Gastronomia Nacional –, realizado em 14 de junho, durante a Fispal Food Service, maior evento sobre alimentação fora do lar da América Latina, em São Paulo. Já Marco Aurélio Sprovieri, 2º diretor-tesoureiro da Confederação, tratou da Circular nº 3.656/2013, do Banco Central, que determina que, em quatro anos, não poderá haver mais cobrança sem ser registrada, ou seja, a partir de janeiro de 2017. “Ocorre que a cobrança registrada, além de custar mais caro, tem procedimento burocrático diferenciado”, alertou. CNC NOTÍCIAS | JULHO 2016 | ANO XVI

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NO RADAR

Negociação coletiva em pauta A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi convidada pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, no dia 5 de julho, para analisar e discutir a proposta contida no Projeto de Lei (PL) nº 427/15, assim como os seus apensados, PL nº 944/15 e PL nº 4.962/16, do deputado Júlio Lopes (PPRJ), que tratam da Consolidação das Leis do Trabalho. A discussão teve como foco a flexibilização temporária da jornada de trabalho e do salário mediante acordo coletivo de trabalho. A proposta do deputado Júlio Lopes prevê que as negociações entre trabalhadores e patrões se sobreponham às previsões da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

E, com isso, trabalhadores e empregadores teriam uma resposta mais rápida às suas dificuldades.”

Segundo ele, o propósito é garantir a preservação do emprego e fortalecer o mercado, beneficiando a retomada econômica. “O adversário do trabalhador não é o empresário, mas o desemprego”, afirmou o deputado.

O ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), elencou algumas vantagens do avanço das negociações coletivas entre empregados e empregadores, quanto ao desafogamento do Judiciário, já que os acordos podem ajudar a reduzir as ações trabalhistas, “sem dizer que o projeto busca desburocratizar as relações de trabalho, o que possibilita o desenvolvimento econômico”.

A favor do “Acordado sobre o Legislado” Representou a CNC seu diretor Ivo Dall’Acqua Junior. Em sua abordagem, ressaltou o Projeto de Lei (PL) nº 427/15, que institui a jurisdição voluntária na homologação do acordo extrajudicial, do deputado Jorge Corte Real. “Entendemos que esse PL merece prosperar, seria importante da forma mais rápida e deixando para o Judiciário a tarefa de mergulhar nas causas mais difíceis e que demandam mais trabalho e mais reflexão.

Imagem: Joanna Marini/CNC

O deputado Benjamin Maranhão, autor do requerimento para a realização da audiência, declarou que a intenção das propostas é buscar

o fortalecimento das convenções e acordos coletivos para que tenham validade jurídica, assim como o fortalecimento dos sindicatos.

Damião Cordeiro de Morais, representante da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), declarou acreditar que todo o sistema trabalhista pode se beneficiar com o projeto de lei: “Penso que flexibilização de normas trabalhistas não é precarização. Entendemos que esse projeto de lei possa ser constante e essencial para a nossa segurança jurídica”. Participaram: entidades patronais, Tribunal Superior do Trabalho (TST) e centrais sindicais dos trabalhadores.

Ao microfone, o ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho argumenta fatores positivos da proposta que prevê a validade jurídica de acordos coletivos

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NO RADAR

Brasil corre risco de insolvência, avalia economista

Ao relativizar a importância do cenário externo como causa do desequilíbrio fiscal brasileiro, Luiz Roberto Cunha atribui como principal fator dos problemas a sequência de medidas equivocadas, principalmente a partir da queda dos preços das commodities, em 2011, quando o discurso e as práticas do governo começaram a se descolar da realidade. “É claro que houve uma queda nos preços dos produtos de exportação brasileiros, como minério e grãos, e a redução do ritmo de crescimento da China”, afirmou o economista. “Mas, mesmo diante da desaceleração do crescimento brasileiro, como o desemprego ainda estava em um nível baixo e a inflação em um patamar ainda não muito alto, a presidente Dilma começou a tomar medidas que desorganizaram toda a economia, entre elas a desoneração fiscal de produtos que nem chegaram a trazer os benefícios almejados”, complementou. Segundo Luiz Roberto Cunha, a dívida interna brasileira já chegou a quase 70% do PIB - o conjunto de todas as riquezas produzidas pelo País. “Corremos o risco real de cair em uma armadilha, com uma dívida crescente, pagando juros cada vez mais altos e prejudicando toda a atividade econômica”, alertou.

Imagem: Heber Lobato

O déficit fiscal do governo, que poderá fechar 2016 em R$ 170 bilhões, foi novamente analisado pelo Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O economista Luiz Roberto Cunha, do Departamento de Economia da PUC-RJ, reconstituiu a trajetória de degradação dos números das contas do governo desde o primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff, para apresentar um quadro que exige medidas rigorosas e emergenciais para evitar que o Brasil atinja um quadro de insolvência. Luiz Roberto Cunha, no Conselho Técnico da CNC: governo Temer deve avançar após impeachment

Ao observar as primeiras medidas da equipe do presidente interino Michel Temer, Cunha avalia que há uma tentativa inicial de melhorar as expectativas para, em um segundo momento, negociar com o Congresso e a sociedade as mudanças e reformas necessárias. “O governo Temer conta com uma boa equipe econômica, tem capacidade de negociação política, mas só deverá avançar mais depois de confirmado o impeachment”, disse o economista. O coordenador do Conselho Técnico, Ernane Galvêas, que comandou a economia brasileira na primeira metade dos anos 1980, disse que não há tempo a perder. “O governo está quebrado, em razão da má administração dos últimos anos, e a situação fiscal, decorrente dos níveis insustentáveis do endividamento público, está na raiz da crise atual”, afirmou Galvêas. “É preciso enfrentar temas como a reforma da Previdência, o controle dos gastos e a redução dos juros com determinação. Por enquanto, o governo Temer está mais no campo das intenções do que na realização efetiva do que realmente precisa ser feito”, disse.

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NO RADAR

Imagem: Larissa Silva/ACRio

Setor de serviços se mobiliza contra mudanças no Pis/Cofins

Proposta de unificação do PIS e da Cofins pode impactar 1,5 milhão de empresas

Empresários se unem contra a mudança na cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que vem sendo apresentada como simplificação pelo governo federal e que pretende unificar as cobranças que hoje variam entre 3,65% a 9,25%, igualando-as em 9,25%. O tema foi debatido em seminário realizado no dia 4 de julho pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) e contou com o apoio da Federação Nacional das Empresas de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac), da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), Federação Nacional das Empresas de Segurança Privada e Transporte de Valores (Fenavist), Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), Fecomércio-SP, Fecomércio-DF e Fecomércio-PR, entidades do Sistema Comércio. Para o deputado federal (SD-SE) e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Laércio Oliveira, as alterações representariam “aumento significativo de impostos”, embora o governo apresente como uma

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simplificação tributária. “A gente não tem ambiente para aumento de impostos. O caminho é gestão eficiente do gasto público”, afirmou Laércio.

Fim do regime cumulativo A proposta em discussão para a mudança do PIS/ COFINS prevê o fim do regime cumulativo, que incide sobre todas as etapas da produção e tem alíquota total de 3,65%. As empresas passariam a pagar pelo regime não cumulativo, que tem taxa bem mais alta, de 9,25%, e a cobrança é feita somente no preço final. Ocorre que parte dessa alíquota não cumulativa é compensada pela possibilidade de descontar uma parte do imposto de gastos com insumos como energia e matéria-prima, o que favorece a indústria. Mas o setor de serviços - como transporte, escolas, restaurantes, hotelaria e construção civil, entre outras atividades -, que hoje paga a alíquota menor (3,65%) e teria de migrar para a maior (9,25% do faturamento), consome pouca matéria-prima e emprega muitas pessoas, ou seja, não teria descontos nos tributos e sofreria um aumento na tributação.


NO RADAR

Mudança elevaria tributação De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, isso elevaria em cerca de 5% a tributação sobre as empresas prestadoras de serviços, o que resultaria perda de 10% das vagas de emprego do setor, que chegam a 20 milhões. “Serviços é o setor da economia que mais emprega. Esse aumento quer dizer que, de cada dez postos de trabalho, dois serão eliminados, porque as empresas não terão como repassar esse aumento no valor dos seus serviços”, avaliou Amaral. Esse foi o sexto encontro que reuniu empresários para debater a proposta de unificação da alíquota pelo governo. A estimativa é que o aumento da carga tributária pode chegar a R$ 50 bilhões e impactar 1,5 milhão de empresas, inibindo investimentos e gerando desemprego. “Precisamos de uma sinalização direta do novo governo de que não há essa ameaça, e os empresários podem investir seguros”, defendeu Laércio.

Mobilização nacional O seminário Ameaças de Aumento de Impostos e seus Impactos sobre as Empresas, promovido na ACRio, faz parte de uma mobilização nacional de empresários, entidades de classe e parlamentares contrários à reforma do PIS/Cofins. De acordo com o deputado Laércio Oliveira, que preside a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), já ocorreram reuniões em Brasília, Paraná e São Paulo e estão previstas mais oito reuniões até o fim do ano. A próxima acontece em agosto, em Recife. Imagem: Carla Passos

Para o presidente da Febrac, Edgar Segato Neto, se aprovada a unificação do PIS/Cofins, além de afetar

o setor de serviços, que representa quase 70% da economia brasileira, isso vai refletir no dia a dia do cidadão, que vai sentir o aumento em contas como celular, plano de saúde, condomínio, passagens aéreas, mensalidade escolar, entre outros. “O aumento do PIS/Cofins gera uma cadeia de efeitos que pode prejudicar todo o País. É fundamental que tenhamos um sistema mais simples, com redução do número de tributos e ampliação da base contributiva. É preciso também desonerar a folha de salários de modo a aumentar a competitividade e a eficiência econômica”, destaca o presidente da Febrac.

Laércio Oliveira fala sobre o Código de Defesa do Contribuinte e movimentos contra mais impostos

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NO RADAR

Imagem: Lucio Bernardo Junior

Em debate, o primeiro emprego Advogado Antonio Lisboa (E) apresentou as propostas da CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentou, em audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em 21 de junho, uma série de sugestões para o aprimoramento da legislação de estágio e do aprendiz, etapas do primeiro emprego. As propostas, defendidas pelo advogado da Divisão Sindical Antonio Lisboa, “compreendem o esforço para o alinhamento das demandas sociais e o desenvolvimento econômico, sob a perspectiva da inserção qualificada de jovens no mercado de trabalho”. Atualmente, a matéria tramita na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (Ctasp). Participaram da audiência pública, entre outros, representantes dos Ministérios do Trabalho e da Educação, do Ministério Público do Trabalho, do Conselho Nacional de Secretários de Educação e da Associação Brasileira de Estágios.

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Propostas da CNC a) revisar a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), com apoio dos Serviços de Aprendizagem e especialistas, para indicar atividades que efetivamente demandam aprendizagem profissional; b) considerar como cumprimento da cota para a inserção do Aprendiz no mercado de trabalho, entre outras, as seguintes alternativas: I) o contrato de trabalho de jovens de 16 a 29 anos na perspectiva do primeiro emprego, exceto Pessoa com Deficiência, que não terá limite de idade; II) o contrato de trabalho com profissionais de segurança privada, a partir de 21 anos , conforme estabelecido na Lei nº 7.102/83, que exige para formação e o exercício dessa atividade plena aptidão física e mental e ausência de antecedentes criminais; III) a dedução da base de cálculo da cota de aprendizes dos empregados afastados pelo INSS e em férias; c) definir a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) como base de cálculo para a definição da cota de aprendizagem; d) excluir da base de cálculo da cota legal as atividades e ocupações vedadas por lei a menores de 18 ou 21 anos, por serem desempenhadas em áreas insalubres e/ou perigosas ou em horário noturno, bem como as atividades penosas, de risco e proibidas pela Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP); e e) permitir a contratação de aprendizes ao longo do curso de aprendizagem, afastando a exigência de concomitância entre o início do curso e o termo inicial do contrato de aprendizagem.

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INSTITUCIONAL

Grupo Técnico da CNC conclui análise do novo Código Comercial Advogados e assessores legislativos que integram o Grupo Técnico (GT) de Trabalho da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), criado para oferecer contribuições ao Projeto de Lei (PL) do novo Código Comercial, concluíram seu trabalho, durante reunião em 28 de junho, em Brasília. Os especialistas se posicionaram sobre os dois últimos temas incluídos no substitutivo apresentado pelo relator-geral, deputado Paes Landim (PTB-PI). O Grupo analisou o Processo Judicial Empresarial e as Disposições Finais e Transitórias do Projeto de Lei (PL) nº 1.572, de 2011, do deputado Vicente Cândido (PT-SP).

Paulo Negreiros

Em relação ao Processo Judicial Empresarial, os especialistas debateram a proposta segundo a qual certos temas de interesse processual sejam alterados no novo Código de Processo Civil (CPC) para que se adaptem melhor à realidade dos empresários. O consultor Jurídico da CNC, Marcelo Barreto, que coordena o Grupo, relatou que algumas das propostas foram aceitas e outras foram consideradas impróprias e, neste caso, decidiu-se manter as regras já vigentes no CPC.

Na questão das Disposições Finais e Transitórias do novo Código Comercial, os participantes voltaram a debater a possibilidade de admitir o registro de empresas tanto nas juntas comerciais como nos cartórios de pessoas jurídicas. O tema já fora discutido em 14 de junho com representantes das Juntas Comerciais e dos contadores, contrários ao compartilhamento. A CNC acompanhou essa posição. Marcelo Barreto declarou então que a “inclusão dos cartórios para o registro de empresas é inoportuna e vai causar um entrave no andamento da proposta com algo que não está realmente amadurecido”. No encontro de 28 de junho, o Grupo Técnico reiterou sua posição contrária à ideia. Segundo Marcelo Barreto, optou-se por manter a tradição de registro único nas juntas comerciais, “como ocorre desde o tempo do Império, quando não havia as juntas, mas existiam órgãos de registro chamados de Tribunais de Comércio”. Concluída essa etapa de avaliação do substitutivo, o GT vai aguardar a liberação do texto para avaliação do Plenário da Câmara dos Deputados. O Grupo fará nova análise, focando principalmente nas emendas legislativas. Especialistas analisaram o Processo Judicial Empresarial e as Disposições Finais e Transitórias do Projeto de Lei

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INSTITUCIONAL

Setor imobiliário se fortalece com informação de qualidade A adesão por parte dos Sindicatos da Habitação (Secovis) a banco de dados que permita mapear o mercado imobiliário em todo o País, sob a ótica da oferta, foi um dos temas debatidos na reunião da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, dia 17 de junho.

Imagem: Fabiano Veneza

Luiz Nardelli, do Secovi-PR e da Rede Avançada de Locação (RAL/PR), formada por sindicatos de 16 estados brasileiros, destacou os benefícios da iniciativa. “O sistema nos permite enxergar o mercado imobiliário em detalhes, fortalecendo nosso papel num momento de crise econômica”, disse, para defender a adesão dos Secovis à iniciativa. “O produto tem uma utilidade muito grande, no sentido de produzirmos números relevantes como legítimos representantes do setor que somos”, afirmou o coordenador da CBCSI, Pedro Wähmann. Durante a reunião, foram apresentadas as funcionalidades da ferramenta.

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários da CNC: dados estratégicos e acompanhamento da legislação no foco dos empresários

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Ainda no encontro, Leandro Ibagy, coordenador substituto da CBCSI, abordou projetos de lei em trâmite no Congresso que impactam a atividade imobiliária. Entre eles, o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 114/2016, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que visa eliminar da Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/1991) o inciso que permite aos proprietários de imóveis exigir dos inquilinos a apresentação de fiadores em contratos de aluguel. Roberto Lopes, da Divisão Sindical da CNC, tratou de temas relacionados à arrecadação da contribuição sindical, dentre eles a contribuição da empresa sem empregados. Roberto destacou que a Justiça do Trabalho vem entendendo, erroneamente, que a empresa sem empregados, geralmente holdings, estaria desobrigada de recolher a contribuição sindical. Essa interpretação está sendo construída em função da falta de técnica na redação do inciso III, do art. 580 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que fixa a base de cálculo da contribuição sindical que, ao se referir aos integrantes de categoria econômica, denominou-os “empregadores”, daí alguns entenderem que a norma não se aplica àquelas empresas que não possuem empregados. A questão deverá ser debatida no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.429, proposta pela Confederação. Ênio Zampieri, da Assessoria Parlamentar da CNC, abordou os movimentos da Comissão Especial criada em 2015 na Câmara para repensar o financiamento da atividade sindical. “Ajustar a legislação é um tema em foco no Congresso hoje em dia, sobretudo por conta dos cenários político e econômico”, afirmou. O presidente da comissão é o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP).


INSTITUCIONAL

Imagem: FGV

Um sobrevivente de crises

Rubens Penha Cysne, Ernane Galvêas, Carlos Ivan Simonsen Leal, Sérgio Quintella e Joísa Campamher Dutra, durante palestra na Fundação Getulio Vargas: experiência repassada a novos economistas

O consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e ex-ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, participou como palestrante especial da formatura dos programas de Doutorado e Mestrado em Economia e do Mestrado Profissional em Economia e Finanças da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (EPGE/FGV). A cerimônia ocorreu no dia 24 de junho, no Centro Cultural da FGV, no Rio de Janeiro. Além de Galvêas, a mesa diretora foi composta pelo presidente da Fundação, Carlos Ivan Simonsen Leal; pelo vice-presidente da FGV, Sergio Quintella; pelo diretor da EPGE, Rubens Penha Cysne; pelo vice-diretor de Ensino e Pesquisa, Humberto Moreira; e pela coordenadora do Programa de Mestrado Profissional, Joísa Campanher Dutra.

“Minha carreira sempre esteve ligada à Fundação Getulio Vargas”, disse Galvêas, lembrando que as passagens mais significativas de sua trajetória se deram em meio a crises e a personalidades ligadas à instituição. O ex-ministro foi homenageado durante o evento pelos mais de 70 anos de serviços prestados ao Brasil. Galvêas repassou toda a sua carreira profissional, citando seu início no Banco do Brasil em 1942, chegando ao posto de chefe adjunto do Departamento Econômico da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc, embrião do futuro Banco Central). Galvêas lembrou também que o presidente Café Filho nomeou os professores Eugenio Gudin para o Ministério da Fazenda e Otávio Gouveia de Bulhões, ambos professores da FGV, para a Sumoc. “Lá nos encontramos,

e foi o fato mais importante de minha carreira”, enfatizou. Em 1961, Galvêas deixou a Sumoc para tornar-se assessor econômico do ministro da Fazenda, permanecendo na função até 1966, durante os governos Jânio Quadros, João Goulart e Castelo Branco. Além disso, foi diretor da Comissão de Marinha Mercante (Sunamam), de 1963 a 1964; diretor da Carteira do Comércio Exterior (Cacex), nos anos de 1966 e 1967; presidente do Banco Central do Brasil, nos períodos de 1968/1974 e 1979; e ministro da Fazenda, de 1980 a 1985. “Estamos vivendo hoje a maior crise do Brasil. Vamos precisar de soluções, como as que tomamos ao longo da história, para as grandes questões do Brasil, e é aí que entra a contribuição dos senhores”, disse Galvêas aos formandos, sendo muito aplaudido.

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ECONOMIA

Correção de rumo Momento é de apoio às medidas do governo, aponta ex-ministro da Fazenda

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O Governo do presidente interino Michel Temer confronta um tremendo desafio diante da atual crise econômica: “promover a correção de rumo durante o voo”. A nosso ver, a curto prazo, em pleno voo, é imprescindível concentrar todas as forças para corrigir o desequilíbrio fiscal e afastar o fantasma da explosiva dívida pública. Ao que tudo indica, está no caminho certo a primeira medida adotada para fixar um teto para os gastos orçamentários. Administrar, sem medo, o colossal déficit primário de R$ 170,5 bilhões e, ainda mais, programar o pagamento de mais de R$ 500 bilhões de juros que pesam sobre a dívida é o primeiro passo mais importante.


Imagem: Christina Bocayuva

ECONOMIA

É da maior importância iniciar um programa de reformas estruturais que inclua, necessariamente, a reforma do INSS” ERNANE GALVÊAS é Consultor Econômico da CNC

Como parece ter sido a intenção do ex-ministro Joaquim Levy (2015), o ideal seria executar em 2017 e 2018 o orçamento de 2015, sem qualquer acréscimo real ou de inflação. Obviamente, com algumas exceções, como é o caso da saúde e da educação, que estão defasados. Certamente, não vai ser fácil implementar o “pacote fiscal” na execução de um orçamento em que as verbas serão reajustadas em compasso com a inflação do ano anterior. Apenas para se ter uma ideia da dificuldade: e se houver uma queda no PIB, com queda de arrecadação, e uma inflação de 10%? Como cobrir os gastos? Mais difícil ainda, e desconcertante, será combinar qualquer arrocho fiscal com o aumento de R$ 68 bilhões na folha de pessoal.

A médio prazo, durante o período de interinidade, é da maior importância iniciar um programa de reformas estruturais, que inclua, necessariamente, a reforma do INSS, cujo crescente déficit deve chegar a R$ 146 bilhões, neste ano. Nesse contexto, o objetivo básico será sempre promover a retomada do crescimento econômico e a estabilidade do mercado de trabalho. Pelo lado político, como diz o ex-Ministro da Justiça, Bernardo Cabral, é preciso dar apoio e confiar no Governo Michel Temer, empossado Presidente da República dentro do mais claro regramento constitucional. A alternativa subversiva é o caos.

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ECONOMIA

Resistência para prosseguir Dados da economia revelam que um horizonte de mais tranquilidade para o comércio ainda está longe. Por exemplo: estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o fechamento de estabelecimentos do varejo de alimentos se acentuou este ano. De janeiro a abril, 14,3 mil empreendimentos do segmento que engloba os hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo fecharam as portas, cortando 29,7 mil vagas formais de emprego. O número corresponde a quase 12 mil estabelecimentos a mais do que o mesmo período de 2015, quando foram encerrados 2,4 mil pontos de venda do setor. Ainda assim, é preciso resistir: as pesquisas mensais da Confederação sobre intenção de consumo das famílias, confiança do empresário e endividamento e inadimplência se destacam em meio a tantos números negativos. Ainda não é o ideal, mas já é muito em um cenário de imprecisão e desconfiança.

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ECONOMIA

Mínima histórica desanima, mas cenário pode melhorar A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), chegou a uma nova mínima histórica em junho, com 68,7 pontos, numa escala de 0 a 200. Com queda de 1,7% na comparação mensal e 25,1% na anual, é a primeira vez que todos os componentes da pesquisa se encontram abaixo da zona de indiferença, de 100 pontos, o que evidencia uma insatisfação com a situação atual. “Mesmo com a perda da força da inflação, o contínuo encarecimento do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego impactam profundamente o consumo das famílias”, afirma Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC. Embora todos os componentes tenham registrado queda nas comparações mensal e anual, os itens relacionados às perspectivas apresentaram recuos mais baixos. O resultado indica que, aos poucos, as expectativas para os próximos meses devem melhorar. Os componentes relacionados ao cenário atual – Renda Atual, Compra a Prazo e Nível de Consumo Atual – foram os que mais influenciaram a queda da ICF. Por fim, o componente Emprego Atual, que até então era o único que se mantinha acima da zona de indiferença, de 100 pontos, chegou a 99,4 pontos. As quedas foram, respectivamente, de 0,8% e 13,7% nas comparações mensal e anual. Apenas 28,3% das famílias se sentem mais seguras em relação ao emprego atual. As perspectivas em relação ao mercado de trabalho apresentaram pequena retração na comparação mensal: 0,1%. Em relação a junho do ano passado, o componente apresentou variação negativa de 13,6%. O item Perspectiva de Consumo caiu 1,5% na comparação mensal e 34,8% na anual, ficando em 54,1 pontos.

Momento não é para duráveis Na comparação mensal, a maior queda da ICF foi em relação à compra a prazo. Na comparação com maio, houve um declínio de 4%. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a retração foi de 30,2%. O item Nível de Consumo Atual apresentou queda de 2,7% em relação a maio e 38,1% ante junho de 2015. Do total das famílias brasileiras, 66,8% declararam estar com o nível de consumo menor do que no ano passado. Já Momento para Duráveis é o que está no menor patamar: 42 pontos. O resultado é de 2,1% inferior em relação a maio e 35,8% em relação ao registrado há um ano. Do total das famílias brasileiras, 76% consideram o momento atual desfavorável para a aquisição de bens duráveis.

Insegurança 28,3% famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual Fonte: CNC

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ECONOMIA

Aos poucos, a confiança vai ganhando força Os empresários do comércio estão ficando mais confiantes, mas ainda não é hora de comemorar. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 82,3 pontos em junho, um aumento de 2,1% na comparação com o mês passado, com ajuste sazonal. Apesar de este ser o maior resultado dos últimos 11 meses, o índice apresentou recuo de 4,8% na comparação anual e mantém-se em patamar abaixo da zona de indiferença, de 100 pontos. “A confiança do empresariado tem evoluído positivamente nos últimos meses, evidenciando uma estabilidade. Contudo, no curto prazo, ainda seguem ausentes fatores que indiquem a retomada do desempenho positivo do varejo. A demanda está em nível historicamente baixo em função da deterioração do mercado de trabalho e do encarecimento do crédito”, avalia a economista da CNC Izis Ferreira. Por outro lado, em junho, o item que mede as condições de investimentos registrou 77,2 pontos, uma alta de 2,3% na comparação com o resultado de maio (74,6 pontos), influenciado por aumento nas intenções de contratação de funcionários (+6,3%) e melhora na avaliação do nível dos estoques diante da programação das vendas (+0,3%). Para 75,2% dos empresários consultados, as intenções de investimento no capital social das empresas são menores, retrato das taxas de juros elevadas que incrementaram os custos de financiamento. Em maio, aquele percentual foi 74,8%. Estoques melhoram

+2,8%

+2,3%

+2,2%

atividade não duráveis

atividade semiduráveis

atividade duráveis

A avaliação dos estoques melhorou na passagem de maio para junho tanto para os lojistas da atividade de não duráveis (+2,8%) quanto para semiduráveis (+2,3%) e duráveis (2,2%). Fonte: CNC

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Expectativa é de melhora O Índice que mede as Expectativas do Empresário do Comércio ficou em 129 pontos em junho, um aumento de 4,3% na comparação mensal e de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Todos os indicadores do índice tiveram alta na comparação mensal, com destaque para economia (+7,7%) e desempenho do comércio (+4,1%). Já em relação a junho de 2015, houve aumento de 8,1% na expectativa para a economia e de 1,8% para o desempenho do setor. Na avaliação de 62% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos próximos meses. Em maio, esse percentual era de 54,9%. Por fim, os comerciantes novamente melhoraram a percepção sobre os estoques diante da programação das vendas. Entretanto, para 32,6% dos empresários consultados, os estoques estão acima do adequado.


ECONOMIA

Mesmo pequeno, recuo nas dívidas é animador A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, em junho, 58,1% das famílias estão endividadas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. O resultado representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação aos 58,7% registrados em maio passado e recuo de 3,9 pontos percentuais em relação aos 62,0% registrados em junho de 2015. Também houve melhora na comparação mensal no número de famílias com dívidas ou contas em atraso. O indicador ficou em 23,5% em junho, abaixo dos 23,7% observados em maio, porém acima do percentual registrado em junho de 2015, que foi de 21,3%. “A retração no consumo, observada nos últimos meses, tem acarretado queda do endividamento. No entanto, as taxas de juros mais elevadas e a deterioração do mercado de trabalho vêm causando impacto negativo nos indicadores de inadimplência”, avalia a economista da CNC Marianne Hanson. Entre os grupos de renda pesquisados, abaixo e acima de dez salários mínimos, a redução do percentual de famílias endividadas foi observada apenas no grupo de menor renda. Na comparação com o mesmo período do ano passado, ambos os grupos apresentaram queda. Entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual daquelas com dívidas foi de 59,4% em junho de 2016, ante 60,3% em maio de 2016 e 63,5% em junho de 2015. Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual daquelas endividadas passou de 50,8%, em maio de 2016, para 51,2%, em junho de 2016. Cartão de crédito lidera dívidas 76,6% Cartão de crédito

Atraso para pagar aumenta Se por um lado houve queda dos endividados em junho, por outro o tempo médio de atraso para pagamentos das contas aumentou. Entre as famílias com contas ou dívidas pendentes, o tempo médio de atraso foi de 62,4 dias em junho de 2016 – acima dos 59,6 dias de junho de 2015. Já o tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,3 meses, sendo que 23,2% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 35,2%, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou na comparação anual, passando de 30,5% para 30,6%, e 22,8% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

15,6% Carnês 11,3% Crédito pessoal

O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 76,6% das famílias endividadas, seguido de carnês, por 15,6%, e, em terceiro, de crédito pessoal, por 11,3%. Fonte: CNC

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TURISMO

Prioridades são apresentadas ao ministro do turismo Alberto Alves

O documento é resultado da união de forças da Federação com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), o Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) e a Associação Brasileira de Resorts (ABR), que se reuniram no dia 28 de junho para debater os principais assuntos da hotelaria no Brasil. Entre os principais pontos debatidos, estão a taxação feita pelo Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad) em quartos de hotéis; economia colaborativa, gorjetas e trabalho intermitente. “No momento atual, é imprescindível o esforço conjunto das entidades representativas do setor para levantar as principais bandeiras. Não há dúvida de que o Turismo desponta como uma possibilidade real de gerar mais empregos e renda para o trabalhador”, afirma o presidente da Federação e do Conselho Empresarial de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio.

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Imagem: FNHRBS

A Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS) enviou ao ministro interino do Turismo, Alberto Alves, uma carta sobre as campanhas prioritárias dos meios de hospedagem em 2016.

Representantes das entidades de Turismo com o ministro da pasta: proatividade na defesa dos interesses do setor

Confira os itens que constam no documento: - Atualização da Lei Geral do Turismo, editada em 2008; - Regulação imediata da atividade exercida pelo Airbnb no Brasil, com a elaboração de anteprojeto para apresentação no Congresso Nacional; - Aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 57/2010 e Projeto de Lei (PL) nº 7.443/2010, principalmente no que diz respeito à gorjeta espontânea; retenção de um percentual destinado à satisfação de encargos trabalhistas e tributários e possibilidade de rateio entre os empregados; - Aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 3.119/2015 que trata da questão da insalubridade no grau máximo derivada da higienização e remoção de lixo de sanitários de uso coletivo, independentemente da existência de agente nocivo à saúde do trabalhador; - A instituição de Zonas de Exportação Turísticas, projeto idealizado pela Embratur, na gestão de Vinícius Lemmertz, e aprovado pelo então ministro do Turismo, Henrique Alves; e - Aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 3.785/2012, de autoria do deputado federal Laércio Oliveira, que cria o trabalho intermitente no Brasil.

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TURISMO

Conselho de Turismo do Tocantins empossa Diretoria

O evento contou com a presença do governador Marcelo Miranda, do presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio, entre outras entidades e agentes do setor. Durante sua apresentação, Alexandre Sampaio falou sobre o forte potencial turístico do País e mostrou números que podem ser incrementados, caso haja o fortalecimento do setor. “Nós precisamos potencializar essa rede para o fortalecimento do setor de turismo no País, e, para isso, é necessário que haja essa união das entidades em prol deste objetivo. Estamos em um período muito próximo aos Jogos Olímpicos, e a perspectiva é de melhoria, principalmente porque mais de 500 mil estrangeiros estarão no Brasil durante os Jogos Rio 2016”, afirmou. Após a posse de todos os membros que compõem o conselho, o presidente do Sistema Fecomércio-TO, Itelvino Pisoni, iniciou seu discurso ressaltando o trabalho já realizado pela CNC. “A Confederação já desenvolve diversas ações voltadas ao turismo e ao fomento de negócios relacionados ao trade, por meio do conselho presidido pelo nosso companheiro, Alexandre Sampaio. Todos da Diretoria da Federação acreditaram nesta ideia

e nos apoiaram para a consolidação de mais esse projeto. O Tocantins pode também ser um grande destino turístico, desde que haja planejamento e compromisso de todos os envolvidos, dentre eles os órgãos públicos e nós, empresários”, disse Pisoni. O governador do Estado do Tocantins, Marcelo Miranda, sinalizou uma parceria com o conselho: “A indústria do turismo ganha mais um reforço com a implantação do Conselho Empresarial de Turismo. Esse conselho já nasce forte pela sua representatividade e pela disposição do poder público de cooperar e contribuir com as demandas dos novos parceiros. Juntos, conselho empresarial e demais governanças de instâncias públicas, agregaremos mais eficácia e eficiência aos nossos propósitos”. A Diretoria do Conselho Empresarial de Turismo é composta pelo presidente eleito, Itelvino Pisoni (Fecomércio); pelo vice-presidente, José Ernesto Betelli (Abrasel); pelo coordenador técnico, Antônio Malan (Abbtur); e pela secretária executiva, Otávia Sotero (Fecomércio). São membros efetivos do Conselho as seguintes entidades: Fecomércio, Sindhorbs, Abav, Abih, Abrasel, Sesc, Senac, Instituto Fecomércio, Fieto, Sebrae, Palmas Conventions & Visitors Bureau, Abla, Abrajet, Abbtur, ATTR e Ajee. Imagem: Fecomércio-TO

O Conselho Empresarial de Turismo (Cetur) da Fecomércio-TO empossou no dia 6 de julho os membros de sua Diretoria e dos conselhos efetivo e consultivo. O conselho efetivo do Cetur é composto por 16 entidades representativas do setor e dez instituições em seu conselho consultivo. Além da posse, durante o evento foi apresentado também o plano de ação do Cetur para este ano. A cerimônia aconteceu no auditório da Fecomércio e reuniu cerca de 65 convidados, dentre eles autoridades e empresários.

Itelvino Pisoni, Antônio Malan, José Ernesto Betelli e Otávia Sotero, na posse da Diretoria do Cetur-TO

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TURISMO

Bahia recebe Caminhos do Sertão

O encontro debateu temas como a padronização operacional e o posicionamento mercadológico de hotéis independentes e o uso das mídias sociais para impulsionar os negócios. Alexandre Sampaio, presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC fez uma análise do mercado atual de hotelaria e alimentação fora do lar. Além de promover a capacitação, o encontro levantou demandas dos empresários locais. A edição Caminhos do Sertão foi realizada pelo Sindicato de

Imagem: Divulgação SindFeira

Estimular o debate e a análise dos diferentes cenários do turismo nas diversas regiões do Brasil é uma das constantes bandeiras da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com esse objetivo, a entidade apoiou o Encontro Regional de Hotelaria, Gastronomia e Economia – Edição Bahia – Caminhos do Sertão, que aconteceu em Feira de Santana, na Bahia, durante os dias 7 e 8 de junho.

Presidentes do SindFeira de Santana, Getúlio Andrade, e do Cetur, Alexandre Sampaio

Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Feira de Santana, em parceria com a Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS).

Hotelaria mineira mais forte

Imagem: Renato Hazan

A cidade de Capitólio em Minas Gerais recebeu, em 1º de julho, o 13º Encontro da Hotelaria Mineira, que reuniu empresários do segmento e fornecedores para promover novos negócios e contribuir para

Amaro Gadbem representou o presidente da FNHRBS e do Cetur da CNC, Alexandre Sampaio, no evento

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a atualização profissional de colaboradores com palestras e minicursos. Promovido pela FNHRBS, o evento também teve o apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-MG. O presidente do Sindicato de Hotéis e Restaurantes de Caxambu (MG) e diretor da FNHRBS, Amaro Gadbem, destacou a importância da política de interiorização realizada pela Federação, que leva conhecimento e capacitação para os empresários, auxiliando o desenvolvimento do turismo local. Para o prefeito de Capitólio, José Eduardo Terra Vallory, o encontro hoteleiro contribui para a economia da cidade e ajuda no crescimento do turismo. “Um evento como este fortalece o setor associativista e reforça a divulgação do destino, além de estreitar os laços de conhecimento”, afirmou.


TURISMO

Turismo e alimentação de mãos dadas na Fispal Food Service Imagem: Guarim de Lorena

Entre os dias 14 e 17 de junho, o Sistema CNC-SescSenac participou da Fispal Food Service, a maior feira de alimentação fora do lar da América Latina, realizada em São Paulo. “Para a CNC, é fundamental estar num evento tão relevante para o setor. Tratase de um ambiente frutífero para a troca de ideias, realização de negócios e para o desenvolvimento de todo o segmento, não apenas gastronômico, mas também turístico, uma vez que um setor complementa o outro”, afirma o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, Alexandre Sampaio. Quem visitou a feira pôde conferir o Espaço CNCSesc-Senac, com informações sobre a atuação da CNC e da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS). Os participantes também tiveram a oportunidade de se informar sobre cursos e obter livros de gastronomia da Editora Senac, com 30% de desconto. A CNC também realizou o lançamento da 27ª edição da revista Turismo em Pauta, uma edição especial voltada para a gastronomia brasileira, com oito artigos assinados por presidentes de Federações do Comércio ligadas à CNC: Josias Albuquerque (Fecomércio-PE), Darci Piana (Fecomércio-PR), Bruno Breithaupt (Fecomércio-SC), Carlos Andrade (Fecomércio-BA), Luiz Carlos Bohn (FecomércioRS), José Lino Sepulcri (Fecomércio-ES), Lázaro Luiz Gonzaga (Fecomércio-MG) e Sebastião Campos (Fecomércio-PA). “São testemunhos de pessoas representativas, lideranças em seus estados, que reproduzem fielmente como esse setor colabora com o desenvolvimento do País”, complementou Sampaio. No alto: estande do Sistema na Fispal; no meio, Eraldo Alves da Cruz, Manoel Cardoso (vice-presidente da FNHRBS), Alexandre Sampaio e Gilmar Silveira (gerente da Fecomércio-MG) no lançamento da Turismo em Pauta

A revista Turismo em Pauta está disponível no site da CNC, através do link http://bit.ly/ TurismoemPauta27

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Imagem: Divulgação/Fecomércio-SE

NOTAS & FATOS

Parceria Brasil-Japão “Temos que facilitar investimentos. Precisamos de investimentos externos.”

Imagem: Divulgação/Fecomércio-SC

Laércio Oliveira, vice-presidente da CNC, sobre reunião com o embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda, e com o deputado Luiz Nishimori, presidente do grupo parlamentar Brasil-Japão.

Negócios com Taiwan “Este acordo deve beneficiar os dois mercados e fomentar o desenvolvimento econômico dos setores públicos e privados.” Bruno Breithaupt, presidente da

Excelência e troca “O que pretendemos é fazer com que as organizações estejam o tempo todo trocando informações de uma forma mais aprofundada.” Edison Araújo, presidente da Fecomércio-MS, sobre o segundo encontro, em 27 de junho, do Modelo de Excelência de Gestão (MEG) do Ciclo de 2016.

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Imagem: Divulgação/Fecomércio-MT

Fecomércio-SC, sobre a assinatura, em 22 de junho, do termo de cooperação entre a Federação e Taitra - Conselho para Desenvolvimento do Comércio Exterior de Taiwan.


Imagem: Juliana Moscofiian

Imagem: Divulgação/Febrac

NOTAS & FATOS

Menos vagas de trabalho

Súmulas do TST

“A geração de vagas está, sim, acompanhando a atividade econômica em recessão.”

“O TST tem adotado algumas súmulas que trazem grande insegurança jurídica, pois as empresas e os trabalhadores ficam com dúvidas quanto às divergências ou incoerências com o texto expresso da lei.”

Luiz Carlos Bohn, presidente da

Imagem: CNC

Fecomércio-RS, sobre o estudo O que está acontecendo com o mercado de trabalho no Brasil? Temos um novo enigma?, produzido pela entidade.

Edgar Segato Neto, presidente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac), sobre reunião no dia 15 de junho com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho, para tratar de assuntos afetos aos empresários do setor de serviços.

Diagnóstico estratégico “O objetivo é permitir às entidades sindicais identificar o grau de maturidade de suas gestões. Agora, essas entidades têm um diagnóstico para planejar melhorias.” José Sepulcri, sobre as Avaliações de Consenso da Fecomércio-ES e do sindicatos participantes do ciclo 2016 do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs), da CNC.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Sesc promove a prática de esportes em nível nacional Em ano de Olimpíada no Brasil, um evento esportivo que ressalta a unidade e a igualdade entre os povos, o trabalho do Serviço Social do Comércio (Sesc) no incentivo ao esporte é evidenciado em suas diversas ações e o impacto que elas têm na vida dos cidadãos. Mais do que apenas reforçar a importância da prática de esportes e atividades físicas, as ações do Sesc acabam por transformar a vida dos cidadãos por meio do esporte.

Imagem: Ivo Lima/Sesc-PR

Um dos casos é o da judoca Sarah Menezes. Campeã nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, Sarah trouxe a primeira medalha de ouro para o judô feminino brasileiro. Natural do Piauí, Sarah iniciou o seu treinamento em uma unidade do Sesc no bairro Ilhotas, em Teresina. “Começamos aqui no Sesc, com 15 tatames ruins, duros”, lembra o professor Expedito Falcão, treinador de Sarah. A atleta treinou no Sesc Ilhotas até montar seu próprio Centro de Treinamento, no bairro Piçarra.

Sesc Triathlon Outro influenciado pela prática de esportes no Sesc é o triatleta Juraci Moreira. Ele participou pela primeira vez do Sesc Triathlon em 1995, em Caiobá, no Paraná, mas já competia em eventos de natação do Sesc desde 1993. “No Brasil, o Sesc Caiobá é a minha prova predileta. Não só por me sentir em casa, mas pelo calor da torcida, família e da turma do Sesc”, afirmou Juraci, que ganhou medalha de bronze nos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, em 2007, e participou de três olimpíadas: em Sidney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008). Realizado desde 1989, originalmente apenas no Paraná, o Sesc Triathlon conta desde 2005 com um circuito nacional que passa ainda por Brasília, Pará, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Amazonas e Tocantins. Em 2015, mais de 5 mil atletas participaram do Circuito Nacional, que foi eleito pelo portal especializado Mundotri como o melhor circuito nacional para competições de curta distância.

Move Brasil e Dia do Desafio

Imagem: Divulgação

Um dos programas mais conhecidos do calendário de atividades do Sesc, o Dia do Desafio é promovido em diversas unidades pelo País. Trata-se de um único dia, repleto de atividades que vão de danças a esportes como corrida, natação, ciclismo, futebol, entre outros. O Dia do Desafio propõe ainda uma competição informal entre cidades do mundo todo, na qual

Acima: etapa Caiobá do Sesc Triathlon em 2015; ao lado, Sarah Menezes com a medalha de ouro nos Jogos de Londres

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Iniciativas que transformam As ações pelo esporte se repetem em uma intensa programação nas unidades regionais. Diversas competições reforçam o posicionamento do Sesc, relacionando o esporte com qualidade de vida e inclusão social. Um exemplo é o Projeto Carrossel, do Sesc Tocantins, que desde 2006 foca a inclusão social de crianças e adolescentes de baixa renda por meio de atividades esportivas. “O projeto busca aperfeiçoar o senso de responsabilidade, comportamento e concentração do aluno, ensinando-o a lidar com desafios e descobrir os próprios limites, além de aumentar a autoestima e autoconfiança dos jovens”, afirmou a coordenadora do projeto, Elionaiky Pires.

Atualmente, a estrutura do Sesc em todo o território nacional contempla 113 ginásios, 324 piscinas, 504 salas de ginástica, 148 campos de futebol, 299 quadras esportivas, 11 pistas de atletismo e ainda 6 pistas de patins e skate. E esses números continuam em constante crescimento.

Diretor da CNC participa do revezamento da Tocha Olímpica O presidente da Fecomércio-AC e diretor da CNC, Leandro Domingos, participou do revezamento da Tocha Olímpica, no dia 21 de junho, em Rio Branco. Domingos foi um dos 110 condutores da Tocha, que percorreu 24 quilômetros, segundo informações da Prefeitura de Rio Branco. “A Tocha Olímpica é um símbolo de união entre as nações nesta época de Olimpíada. Nós, do Sistema Fecomércio-AC, acreditamos que o esporte pode mudar vidas. Disponibilizamos, por meio do Sistema, atividades esportivas e lúdicas a toda a população, em especial aos comerciários, de modo mais econômico”, comentou Domingos. Imagem: Divulgação/Fecomércio-AC

ganha a que mais realiza atividades físicas. Desde 1995, o Sesc é o coordenador da data no Brasil, que, a partir de 2016, passou a integrar as atividades do Move Brasil, campanha do Sesc que surgiu como forma de aumentar o número de brasileiros praticantes de atividades físicas até 2016, expandir a oferta de esportes em todo o Brasil e mostrar às pessoas em que a prática de atividades físicas pode melhorar a qualidade de vida e promover o desenvolvimento social.

Imagem: Divulgação/Sesc-SP

Outro exemplo é o JISESC, os Jogos de Integração de Crianças e Adolescentes do Sesc-DF, que visa reafirmar a importância do esporte na vida de crianças e adolescentes e por lá já passaram atletas como Joaquim Cruz (atletismo), Gilberto Cardoso (handebol) e Ricarda Lima, ex-jogadora de vôlei que conquistou o bronze em Sidney com a seleção brasileira. “Temos muita saúde e qualidade de vida por meio do esporte. E essa iniciativa do Sesc está cumprindo bem esse papel de integração, em que alunos de escolas públicas e privadas jogam de igual para igual, o que é muito democrático”, ressalta Ricarda, que, hoje, é subsecretária de Políticas do Esporte e Lazer do Distrito Federal. Dia do Desafio: data estimula a prática de atividades físicas em todo o Brasil

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Especialistas avaliam relações do trabalho em Sergipe Com o objetivo de debater a modernização das relações do trabalho, a Fecomércio-SE promoveu, dia 7 de julho, no auditório do Sesc Centro, em Aracaju, mais uma edição do ciclo de Diálogos Empresariais. Foram convidadas para o encontro a chefe da Divisão Sindical da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Patrícia Duque, e a gerente executiva de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sylvia Lorena, que abordaram questões ligadas à responsabilidade da negociação nos acordos coletivos. O evento contou também com a participação de empresários, advogados e representantes de classe, entre outros.

Laércio Oliveira, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-SE, destacou que a relação dos trabalhadores com os empresários deve se consolidar por meio de entendimentos, diálogos e busca das soluções em conjunto. “Nem sempre a demissão é a saída. Precisamos construir o entendimento”, apontou Laércio. Para os participantes, as apresentações das palestrantes e debatedoras foram importantes para o esclarecimento a respeito da melhoria nas relações do trabalho, com desenvolvimento de negociações coletivas mais aprofundadas entre patrões e empregados, criando um ambiente de trabalho positivo para todos.

Imagem: Fecomércio-SE

Para Patrícia Duque, o bom ambiente de trabalho se cria por meio do diálogo e da negociação coletiva que beneficiem todos os envolvidos. “Temos que atuar para a melhoria da negociação coletiva e otimizar as relações do trabalho. Precisamos reconhecer as negociações coletivas como a modernização das relações do trabalho e vencer entraves judiciais. Quando as partes são legítimas, há o bom resultado na negociação”, afirmou Patrícia.

De acordo com Sylvia, o conceito moderno de relações do trabalho deve ser aplicado para a geração de benefícios. “Temos que permear a empresa sustentável, a produtividade do trabalho, e um dos instrumentos eficazes para isso é a valorização da negociação coletiva. De modo que empregados e empregadores possam ajustar as condições específicas que promovam a melhoria do trabalho e seu ambiente”, disse.

Patricia Duque e Sylvia Lorena com Laércio Oliveira: relações do trabalho devem ser equilibradas para todos os envolvidos

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COMÉRCIO EM AÇÃO

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-MS, Edison Araújo, e o diretor Regional do Senac-MS, Vitor Mello, receberam na manhã do dia 1º de julho um grupo de empresários, representantes de instituições públicas e privadas e da classe política do Mato Grosso do Sul para visita às instalações da nova Escola de Gastronomia e Turismo do Senac, em Campo Grande. As obras tiveram início em 2015, e a previsão de conclusão é o fim deste ano, com o início das operações previsto para março de 2017. A escola está sendo construída no Bairro Jardim dos Estados, e o espaço terá 3.095 metros quadrados, com dez ambientes pedagógicos e previsão de atender mais de 4 mil alunos por ano, por meio de cursos técnicos, qualificações e aperfeiçoamentos. Para Edison Araújo, a instalação física da escola é um avanço para a comunidade local. “Com essa iniciativa, damos início a um novo ciclo na educação profissional da área da gastronomia, fomentando a qualificação da mão de obra para o comércio gastronômico e turístico”, afirma Araújo.

Imagem: Fecomércio-MS

Escola de gastronomia vai gerar diferencial no Mato Grosso do Sul

O prédio que vai abrigar a Escola de Turismo e Gastronomia do Senac-MS: mais oportunidades de qualificação a partir do ano que vem

O diretor do Senac-MS, Vitor Mello, explica que, por meio da unidade, será possível ampliar a capacidade de atendimento. “O Senac já tem contribuído com a oferta de cursos de qualificação profissional, por meio da unidade Turismo e Hospitalidade, que oferece cursos que vão desde as técnicas corretas de manipulação de alimentos até as orientações sobre como chefiar e organizar uma cozinha, mas com a Escola de Gastronomia o alcance será bem maior”, explica.

Já para o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, a unidade vai tornar Campo Grande um referencial em prestação de serviços. “Sob o ponto de vista econômico, a escola vai fomentar o desenvolvimento dos negócios no Estado”, frisou. “O cenário gastronômico e turístico das empresas do setor será potencializado com essa obra”, complementou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Hermas Rodrigues.

Para o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, a iniciativa deve ser elogiada. Riedel disse ainda que acredita no potencial de trabalho que será gerado após a conclusão do empreendimento.

Além das salas de aula, a escola contará com cozinhas didáticas, ambiente para panificação e confeitaria, restaurante-escola, espaço gourmet, adega, sala de convivência, biblioteca, auditório, horta na cobertura, reúso de água, aquecimento solar e a gás.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Taxa de conversão da loja virtual deve melhorar estratégias de vendas Ainda que o comércio eletrônico seja uma nova e promissora fronteira para o comércio físico, boa parte dos micro e pequenos empresários que operam no comércio on-line não tem conhecimento das métricas e indicadores do setor nem de sua importância para o negócio. A Fecomércio-SP destaca que indicadores são importantes para revelar o desempenho do negócio. A taxa de conversão é essencial porque mostra quantas visitas a uma loja virtual resultaram em pedidos fechados pelo consumidor. No e-commerce brasileiro, ela gira em torno de 1,5%, segundo essa mesma pesquisa do Sebrae, de 2015. “Quanto maior a taxa de conversão, maior será o retorno e menor será o custo de investimento em marketing que o empresário do setor vai precisar fazer”, explica Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Fecomércio-SP e CEO da E-bit. Segundo ele, alguns indicadores – como a taxa de conversão e abandono de carrinho de compras – devem ser analisados quase em tempo real. Essas informações podem ser disponibilizadas pela própria plataforma da loja virtual e ferramentas de analytics, que informam ainda dados como o “funil de compra”, ou seja, em quais etapas do processo de compra o consumidor desiste. A partir daí, o empresário pode entender se é possível melhorar a usabilidade da página, reforçar a comunicação, diminuir a quantidade de etapas para o cliente finalizar a transação ou ainda entender se o site está com algum problema técnico. Guasti explica também que a taxa de conversão está diretamente ligada à qualidade e ao perfil do tráfego da loja. Em outras palavras, quem é o visitante que entra na loja virtual? “O público que chega até o e-commerce tem que estar alinhado com o público-alvo que compra os produtos. Se vendo pranchas de surfe para jovens, tenho que atrair jovens”, exemplifica.

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Campanha para doação de órgãos no Acre

No material educativo distribuído pelos funcionários da Fecomércio, Sesc e Senac, há adesivos, cartazes e panfletos. De acordo com o presidente da Federação, Leandro Domingos, a iniciativa pode ajudar ainda mais a realização de cirurgias que salvam vidas e diminuem a permanência de pacientes em listas de espera. Domingos acredita que a doação é um gesto de nobreza, humanidade e demonstração de compromisso com a vida.

Imagem: Fecomércio-AC

Idealizada pela Fecomércio-AC, foi lançada, em 20 de maio, a campanha Doe órgãos, doe vida, que incentiva a doação de órgãos. Segundo a entidade, o objetivo é conscientizar a população para informar aos familiares a importância de ser um doador.

Iniciativa da Fecomércio-AC buscou conscientizar a população da capital do Estado

Fecomércio-SP sugere parceria para renovação trabalhista

Para Ivo Dall’Acqua Junior, vice-presidente da Federação, é de extrema relevância que empresários e trabalhadores sejam representados de maneira igualitária junto ao governo neste momento de busca da retomada do emprego e

fortalecimento da economia. Com a reunião, a FecomércioSP visa abrir um canal de comunicação bilateral com o Ministério do Trabalho, para propor sugestões para os gargalos na relação sindical. “O

novo governo vai trabalhar com base no marco regulatório e na atividade sindical, estabelecendo regras e fortalecendo os princípios da transparência e da fiscalização”, esclareceu Nogueira. Imagem: Fecomércio-SP

A Fecomércio-SP recebeu em sua sede, dia 27 de junho, em São Paulo, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB). Ele tem buscado se aproximar de entidades sindicais para promover a futura renovação trabalhista no País.

Presidentes dos Conselhos da Fecomércio-SP com o ministro Ronaldo Nogueira

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Fecombustíveis lança relatório 2016 de revenda A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), representante de cerca de 40 mil postos revendedores de combustíveis em todo o País, realizou dia 23 de junho o lançamento do Relatório Anual de Revenda de Combustíveis, edição 2016, na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro.

Gil Siuffo, presidente de honra da Fecombustíveis e vicepresidente da CNC, falou das questões ambientais e de mão de obra que impactam o segmento. “Sem o frentista, por exemplo, o consumidor fica exposto a um produto tóxico”, disse Siuffo, ao falar da presença de profissionais qualificados para atendimento nos postos de gasolina. Dados do Relatório 2016 foram temas abordados por Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis. “Nosso setor não está sofrendo tanto quanto setores como o da indústria automobilística, por exemplo, sobretudo os fabricantes de caminhões, mas

Imagem: Carolina Braga/CNC

A cerimônia contou com muitos empresários e lideranças sindicais do segmento. Presente ao encontro, o consultor Econômico da Confederação e ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas falou sobre o cenário do País. “O contexto é muito difícil”, disse. Para Galvêas, é preciso que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário se comuniquem mais; além disso, um corte nas despesas do governo

reforçaria a esperança de uma retomada. “Sem uma mudança de comportamento por parte da administração pública, será impossível sair da crise”, analisou Galvêas.

José Lima, Paulo Miranda, Ernane Galvêas e Gil Siuffo, no lançamento do Relatório Anual de Revenda de Combustíveis, da Fecombustíveis (ao lado)

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temos dificuldades também. Somos um setor extremamente fiscalizado”, destacou. De acordo com Miranda, pela primeira vez em dez anos, as vendas totais de combustíveis no País registraram queda de 1,9% em 2015, em relação a 2014, para 141,8 milhões de metros cúbicos. Maria Aparecida Siuffo Pereira Schneider, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindicomb), e José Lima de Andrade Netto, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), foram alguns dos representantes das entidades do setor presentes no lançamento do relatório, que, em sua oitava edição, traz um design mais moderno, facilitando a visualização dos dados.


COMÉRCIO EM AÇÃO

Ministros do Trabalho e do Planejamento no Piauí

O encontro teve como objetivo promover integração e conhecimento entre os diversos departamentos regionais do Senac. Participaram ainda da reunião a diretora Regional do Senac no Piauí, Elaine Dias, entre outros. “O Senac atua de forma bem organizada e segmentada, abrangendo formação auxiliar, técnica, graduação e pós-graduação”, afirmou o ministro Ronaldo Nogueira.

Imagem: Fecomércio-PI

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-SenacPI, Valdeci Cavalcante, recebeu representantes de três ministérios no dia 4 de julho, na FecomércioPI, em Teresina. Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho; Dyogo Oliveira, ministro do Planejamento; e Elisete Berchial, representante do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, participaram da reunião do Conselho Fiscal do Senac.

Dyogo Oliveira, Valdeci Cavalcante, Elaine Dias e Ronaldo Nogueira: integração e conhecimento sobre as ações do Senac

Campanha da Fecomércio-AL recebe prêmio internacional

A campanha usou 17 outdoors diferentes em forma de teasers pela cidade, com frases como “Aline, abre o olho, seu marido quer outra”. Após sete dias do lançamento dos teasers, começou a segunda etapa da campanha, assim como a autoria da Fecomércio-AL: nos espaços em branco dos outdoors foram coladas imagens de produtos que, segundo pesquisa da entidade, eram os mais

pedidos na data, mudando totalmente o sentido da mensagem. Assim, passamos a ler “Aline, abre o olho, seu marido quer outra camisa” e “Carlos, sua noiva tá atrás de outro perfume”. Saiba mais em http://goo.gl/yFEq6j. Imagem: Divulgação Fecomércio-AL

A campanha Dia dos Namorados Fecomércio-AL, elaborada pela Six Propaganda, acaba de levar ouro na categoria Campanha de Outdoor no Prêmio Lusos, o maior festival de publicidade da língua portuguesa, sediado em Lisboa, Portugal. Este é o maior prêmio da história da agência e o mais importante que a publicidade alagoana já recebeu.

A segunda fase da campanha da Fecomércio-AL: bom humor e criatividade reconhecidos pelo Prêmio Lusos

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Feiras itinerantes precisam ser regulamentadas em Alagoas A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL) promoveu no dia 11 de julho, na sede da entidade, em Maceió, reunião com o secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, lideranças do setor terciário e empresários. O encontro teve como pauta a regulamentação de feiras itinerantes e contou com a participação também da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Penedo.

Riscos e prejuízos O presidente da Fecomércio-AL e do Sindilojas Arapiraca, Wilton Malta, observou que, além de as atividades comerciais eventuais gerarem prejuízos econômicos nos locais onde funcionam, acabam por colocar em risco a segurança pública. “Pela própria natureza dessas atividades, que atraem um volume considerável de pessoas, acabam pondo em risco tanto a segurança física das pessoas, pois as instalações não passam por vistorias comuns aos estabelecimentos comerciais, quanto a segurança dos municípios, que recebem um número a mais de pessoas e podem vir a ter tumultos”, afirma Malta.

Imagem: Fecomércio-AL

No dia 7 de julho, uma reunião prévia com o superintendente da Receita Estadual, Francisco Suruagy, iniciou o diálogo com o governo estadual. A legislação em torno do assunto é uma reivindicação do setor. As entidades afirmam que as feiras itinerantes em condições irregulares, além de gerarem concorrência desleal, não deixam divisas no Estado. Por isso, a

ideia de o governo editar um decreto, regulamentando as condições para que uma feira possa se instalar, somada à criação de comissões que averiguem o cumprimento dessas condições, é a alternativa para buscar uma concorrência justa.

Ao centro, o presidente da Fecomércio-AL, Wilton Malta, em reunião junto a representantes do governo e de entidades

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Ver para Aprender entrega óculos em Alvorada O Sesc Tocantins, por meio do projeto Ver para Aprender, entregou 186 óculos de grau para crianças, jovens, adultos e idosos do Município de Alvorada. A cerimônia aconteceu na Escola Municipal Filomena Rocha Soares.

projeto e afirmou que vai continuar promovendo a parceria com a Prefeitura de Alvorada para levar, no próximo ano, as carretas OdontoSesc, que oferece serviços gratuitos de odontologia, e Sesc Saúde Mulher, que previne cânceres de colo do útero e de mama nas mulheres.

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac -TO, Itelvino Pisoni, ressaltou a importância do

Imagem: Fecomércio-TO

Na ocasião, foram contemplados alunos da escolas municipais Filomena Rocha Soares, Alvorada e Geraldo Oliveira, além de pessoas assistidas e indicadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), bem como pessoas carentes relacionadas pela Secretaria Municipal de Saúde, Saneamento e Meio Ambiente. Presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-TO, Itelvino Pisoni, participa da entrega de óculos no município tocantinense

Consulesa da Guiana visita Fecomércio-RR

Vice-presidente da Federação, Ademir dos Santos assumiu, em 1º de junho, a Presidência da entidade e dos Conselhos Regionais do Sesc, Senac e Instituto Fecomércio em Roraima. Ademir substitui Airton Dias, que se licencia para cumprimento do prazo de desincompatibilização.

Imagem: Charleson Maduro

A Consulesa Geral da Guiana em Boa Vista, Shirley Melville, fez uma visita de cortesia, no dia 20 de junho, ao presidente em exercício da Fecomércio-RR, Ademir dos Santos. O encontro teve o intuito de estreitar os laços entre o Estado e a Guiana não só na área econômica, mas também nas questões culturais, políticas e sociais entre as fronteiras. O Consulado pretende facilitar a integração entre guianenses e brasileiros por meio do comércio, da cultura e dos esportes.

A secretária da Fecomércio-RR, Silara Cândido, a consulesa Shirley Melville e o presidente em exercício da Federação, Ademir dos Santos

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Fecomércio-PA participa da apresentação do Pará 2030

Imagem: Sedeme

A Fecomércio-PA esteve presente na apresentação do Plano Pará 2030 – Turismo e Gastronomia, realizada dia 5 de julho pelo Governo do Estado através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e Secretaria do Estado de Turismo (Setur) no Centro Integrado de Governo (CIG), em Belém.

Adnan Demachki fala para os empresários paraenses sobre o programa de fomento do turismo e gastronomia locais

Na ocasião, o secretário da Sedeme, Adnan Demachki, ressaltou que o Programa Pará 2030 tem participação do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil organizada. Para Sebastião Campos, presidente da Fecomércio-PA, a gastronomia como produto é interessante porque apresenta possibilidades nem sempre bem exploradas. “Tem de haver diferencial. O negócio precisa ser atraente não apenas para quem é da região, mas para todos”, afirmou Campos. Em artigo assinado recentemente na revista Turismo em Pauta, do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), da CNC, Sebastião Campos falou sobre o potencial turístico paraense e sua relação com a culinária e a gastronomia regional.

Inteligência de mercado é tema de evento em Pernambuco

O encontro foi aberto pelo 2º vice-presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, e teve como objetivo incentivar os empresários a fazer uso de mecanismos que proporcionem o desenvolvimento da sua inteligência de mercado, para que enxerguem novas oportunidades de negócios.

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Imagem: Fecomércio-PE

Como se preparar para o novo perfil de consumidor, quais os tipos de serviços e as principais mudanças que o mercado espera do Varejo. Esses foram alguns dos pontos levantados em 14 de junho pela especialista em varejo e CEO da GS&MD Consultores, Ana Paula Tozzi, durante o Fórum Empresarial Inteligência de Mercado, promovido pelo Instituto FecomércioPE, em parceria com o Sebrae.

Ana Paula Tozzi, da GS&MD: “As pessoas procuram comprar não só uma mercadoria, mas sentir prazer em comprar e experimentar novas sensações”


COMÉRCIO EM AÇÃO

Iniciativas em prol do empresariado mineiro

De pé, o vice-presidente da CNC e deputado Laércio Oliveira: Código Comercial vai gerar segurança jurídica para os negócios

Imagem: Alberto Wu

O presidente da Fecomércio-MG, Lázaro Gonzaga, destacou que iniciativas como essa são fundamentais, porque permitem atualizar leis que ficaram defasadas por não acompanhar as novas relações econômicas e comerciais. “Precisamos sempre monitorar essas ações com o objetivo de defender os interesses dos nossos representados. O País tende a ganhar um ambiente mais favorável aos negócios, a novos investimentos e à geração de empregos”, afirmou.

Imagem: Izabela Ventura

Em palestra na Fecomércio-MG no dia 29 de junho, o deputado federal e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Laércio Oliveira, falou sobre o Projeto de Lei para a criação do Código Comercial (PL 1.572/11) e seu substitutivo. “O novo Código vai contribuir para a afirmação da livre iniciativa e privilegiar o princípio da segurança jurídica nas relações comerciais”, afirmou Laércio, que é presidente da Comissão Especial do Código Comercial.

Conselho de Assuntos Tributários da entidade tem novo presidente O advogado tributarista Valter de Souza Lobato assumiu o cargo de presidente do Conselho de Assuntos Tributários da Fecomércio-MG, em solenidade realizada dia 22 de junho, na sede da entidade, em Belo Horizonte. Ele assume o cargo no lugar do doutrinador tributarista Sacha Calmon, que foi nomeado presidente de honra do Conselho. Lázaro Gonzaga citou a relevância de Calmon à frente do Conselho e também garantiu que a entidade prosseguirá com seu processo de modernização, transparência e excelência no trabalho de apoio aos empresários. “Temos recebido um número crescente de demandas que interferem no desempenho das empresas. Por isso, atuamos em diversas frentes no acompanhamento da legislação”, disse.

Valter Lobato e o presidente da Fecomércio-MG, Lázaro Gonzaga: continuidade do trabalho

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Imagem: Febrac

Febrac promoverá na Bahia o maior evento de limpeza do País Foto dos premiados é da última edição do Eneac, realizada em Campos do Jordão (SP), em setembro de 2014

Em setembro, entre os dias 21 e 25, a Febrac (Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação) realizará na Praia do Forte, na Bahia, mais uma edição do Encontro Nacional das Empresas de Asseio e Conservação, o Eneac. O evento tem como objetivo propiciar um ambiente de troca de conhecimento, negócios e aprendizagem para os empresários e fornecedores da área, por meio da troca de experiência e estreitamento dos relacionamentos. Durante o Eneac, os empresários poderão debater temas atuais, além de assistir a palestras sobre assuntos de interesse comum. As atividades do Eneac serão iniciadas na noite de quarta-

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feira, 21, com a solenidade de abertura. A programação técnica acontece entre os dias 22 e 24, ficando o restante do período livre para os participantes aproveitarem as atividades de lazer, cultura, diversão e compras, podendo assim desfrutar de grandes momentos com a família, quando conhecerão melhor a cultura e o folclore da capital baiana. Um dos pontos altos do evento é a premiação das mais importantes empresas de asseio e conservação. “O Prêmio Mérito em Serviços é uma homenagem que traz reconhecimento e valorização àquelas empresas há mais de dez anos no mercado e que têm obtido destaque no âmbito nacional”, explica Edgar Segato Neto, presidente da Febrac.

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Para receber o prêmio, a empresa deve atender aos requisitos do regulamento e precisa ter a inscrição homologada em uma das seguintes categorias: Bronze (empresas entre 10 e 20 anos de fundação); Prata (empresas entre 20 e 30 anos de fundação); Ouro (empresas entre 30 e 40 anos de fundação); Platina (empresas entre 40 e 50 anos de fundação); e Diamante (empresas com mais de 50 anos de fundação). Paralelamente, ocorrerá a exibição das maiores novidades do setor, em estandes espalhados pelo pavilhão de exposição do Iberostar Premium Praia do Forte, o luxuoso hotel onde o evento será sediado. Segato acrescenta: “O ambiente é ideal para a exposição de produtos, equipamentos e serviços utilizados pelo setor de asseio e conservação”.


Imagem: REUTERS/Dylan Martinez

Imagem: REUTERS/Toby Melville

HISTÓRIA EM IMAGEM

Divórcio à inglesa O resultado do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia dominou o noticiário econômico internacional nas últimas semanas. O termo “Brexit” – uma fusão das palavras inglesas “britain” e “exit” (saída) – ficou conhecido de todos e foi repetido à exaustão. Em boa parte, pelo temor do impacto na economia dos países diretamente envolvidos e sua repercussão global. Os britânicos decidiram que é hora de sair, mas por uma margem apertada, refletindo a divisão da população sobre o assunto. Passados o susto e a perplexidade iniciais, o mercado foi se recompondo. As agências de risco Fitch e S&P rebaixaram a nota do Reino Unido. A União Europeia, por sua vez, decidiu acelerar o processo de saída. O tempo dirá quem perdeu mais.


COMÉRCIO E TURISMO JUNTOS DESENVOLVENDO A ECONOMIA E O PAÍS.

O turismo movimenta a economia e cria novas oportunidades de negócios. O comércio também. Por isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atua na defesa dos interesses do setor e na elaboração de projetos que fortalecem o turismo. E mais: por meio do Sesc, promove turismo social e sustentável, saúde, educação, cultura e esporte para milhões de brasileiros. Com o Senac, oferece qualificação e atualização profissional, gerando mão de obra para um mercado cada vez mais exigente. É assim que o Sistema CNC-Sesc-Senac trabalha pelo setor com tanto orgulho. Afinal, em qualquer lugar do País, comércio e turismo sempre viajam juntos.

cnc.org.br/turismo


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