CNC Notícias 193

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Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

NOVEMBRO 2016 | ANO XVI | www.cnc.org.br

Presidente Michel Temer sanciona a Lei do Salão Parceiro pág.

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Comércio exterior de serviços precisa alinhar pautas para crescer pág.

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Transporte

Comunidade Lucro

Cidade

Produção Alimentação

Energia

Água

Comércio

Responsabilidade socioambiental Práticas sustentáveis são vistas como diferencial para empresas e geram respeito do consumidor

Funcionários


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Negócios e posturas responsáveis É um fato: no mundo de hoje, cada vez mais conectado, compartilhado e tecnológico, os paradigmas que norteiam empresas e indivíduos mudaram. A matéria de capa da CNC Notícias mostra que a responsabilidade socioambiental empresarial (RSE) ou corporativa é um dos grandes desafios da iniciativa privada para contribuir com o crescimento sustentável, e isso demanda das empresas a capacidade de desenvolver e implementar novos modelos de negócios. Valores humanos, transparência e ética são conceitos que, na atualidade, permeiam toda a cadeia produtiva de diversos segmentos – o que, naturalmente, inclui o comércio de bens, serviços e turismo. Diminuir externalidades, ou seja, desperdícios, por exemplo, é uma vantagem competitiva. Nas opiniões dos especialistas ouvidos pela CNC Notícias, um ponto se destaca: a preocupação e o ganho com ações e posturas responsáveis devem surgir de todos e para todos. O planeta e a vida em sociedade agradecem. A edição de novembro traz ainda importantes avanços em diversas áreas de atuação do Sistema Comércio, como os debates que o Grupo de Meio Ambiente da CNC realiza sobre os acordos de logística reversa; a sanção da Lei do Salão Parceiro, vitória que contou com a participação indispensável da Confederação; as reuniões das Câmaras de Comércio da entidade, que norteiam ações de diversos segmentos como o comércio farmacêutico, o comércio exterior e o de materiais de construção; as iniciativas na área de Turismo, como a participação em eventos como o Festuris e o debate sobre a regulamentação dos jogos e de serviços como o Airbnb no Brasil; e a realização do Fórum da Amazônia Legal, evento que debateu o desenvolvimento do comércio na região, entre outros assuntos. Boa leitura!


Transporte

Comunidade

CNC NOTÍCIAS Ano XVI, n° 193, Novembro, 2016

Lucro

Cidade

Presidente: Antonio Oliveira Santos Vice-presidentes: 1º – Josias Silva de Albuquerque, 2º – José Evaristo dos Santos, 3º – Laércio José de Oliveira. Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Carlos de Souza Andrade, José Marconi Medeiros de Souza, José Roberto Tadros, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Carlos Bohn e Luiz Gastão Bittencourt da Silva Vice-presidente Administrativo: Darci Piana

Produção Alimentação

Energia

Água

Comércio

Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira Diretores: Aldo Carlos de Moura Gonçalves, Alexandre Sampaio de Abreu, Ari Faria Bittencourt, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Araújo, Eliezir Viterbino da Silva, Euclydes Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Itelvino Pisoni, José Arteiro da Silva, José Lino Sepulcri, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Paulo Sérgio Ribeiro, Pedro José Maria Fernandes Wähmann, Raniery Araújo Coelho, Sebastião de Oliveira Campos e Wilton Malta de Almeida

Funcionários

Conselho Fiscal: Domingos Tavares de Souza, José Aparecido da Costa Freire e Valdemir Alves do Nascimento GABINETE DA PRESIDÊNCIA Lenoura Schmidt (Chefe) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – CNC REDAÇÃO Editora-chefe: Cristina Calmon Editor Executivo: Celso Chagas (Mtb 30683) Reportagem: Celso Chagas, Edson Chaves, Geraldo Roque, Joanna Marini, Luciana Neto e Marcos Nascimento Projeto gráfico: Programação Visual/Ascom Diagramação e ilustração: Carolina Braga e Marcelo Vital

SUSTENTABILIDADE EM FOCO

Com maior exposição das empresas ao público na era digital, ações de responsabilidade socioambiental são cada vez mais percebidas como essenciais para gerir um negócio. Especialistas ouvidos pela CNC Notícias afirmam que esse é um dos principais desafios da iniciativa privada, visando contribuir para o desenvolvimento sustentável da economia.

Revisão: Luciene Gonçalves

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Impressão: WalPrint Gráfica e Editora

CNC - RIO DE JANEIRO Av. General Justo, 307 PABX: (21) 3804-9200

CEP: 20021-130

CNC - BRASÍLIA SBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP: 70041-902 PABX: (61) 3329-9500/3329-9501 Contatos Assessoria de Comunicação CNC Telefone: (21) 3804-9374 E-mail: ascom@cnc.org.br www.cnc.org.br

ENTENDENDO NOSSOS ÍCONES

Análise conjuntural / sociedade / mundo empresarial Conteúdos socioeconômicos que gerem resultados positivos e desenvolvam a sociedade.


SALÃO PARCEIRO

LOGÍSTICA REVERSA

Atuação do Sistema CNC foi fundamental para a aprovação da lei que permite que salões de beleza contratem profissionais em regime de parceria. A medida foi sancionada pelo presidente Michel Temer em 27 de outubro e foi comemorada por dirigentes do comércio.

Grupo Técnico de Trabalho sobre Meio Ambiente (GTT-MA) da CNC reuniu-se em Brasília para debater acordos setoriais para implantação do sistema de logística reversa, previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

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REGULAMENTAÇÃO DO AIRBNB

Entidades que representam a hotelaria se uniram para cobrar a regulamentação de serviços on-line de hospedagem em propriedades particulares, como o Airbnb. Para as entidades, o atual cenário configura concorrência desleal.

VITRINE ......................................................................... 4 INTERESSE DO COMÉRCIO.......................................... 6 CAPA............................................................................. 8

37 PREJUÍZOS BILIONÁRIOS AO COMÉRCIO

A pirataria e o contrabando geram prejuízos anuais de mais de R$ 115 bilhões ao comércio. Os dados foram apresentados em encontro do Brasil em Foco, promovido pela Fecomércio-RN, com apoio da CNC.

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REUNIÃO DE DIRETORIA ............................................ 16 NO RADAR .................................................................. 18 INSTITUCIONAL .......................................................... 21 ECONOMIA.................................................................. 28 TURISMO..................................................................... 34 NOTAS E FATOS.......................................................... 40 COMÉRCIO EM AÇÃO................................................. 42

AMAZÔNIA LEGAL

Dirigentes das federações do comércio se reuniram no Fórum da Amazônia Legal, realizado entre os dias 20 e 22 de outubro no Acre. Fim da cobrança do ICMS antecipado esteve entre os assuntos debatidos no evento.

46 Trabalhos técnicos Pesquisas, avaliações, posicionamentos.

Representação, defesa e desenvolvimento do sistema Temas político-econômicos que influenciem a comunidade empresarial do comércio de bens, serviços e turismo para o desenvolvimento do país.


VITRINE

Mercado de luxo deve registrar faturamento de R$ 3 bi em 2016 O mercado de luxo global deve ultrapassar a marca de R$ 3 bilhões em faturamento em 2016, segundo uma projeção da consultoria Bain & Company em parceria com a Fondazione Altagamma, fundação italiana da indústria de bens de luxo. Entre os fatores que colaboraram para esse cenário estão a venda de carros de luxo, que apresentou um aumento de 8%, e as mudanças no comportamento dos consumidores, que agora preferem investir em experiências novas e mais pessoais, como viagens, gastronomia, vinhos e até mesmo obras de arte.

LIVRO

Vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2016 Os vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2016 estão tendo seus livros publicados e divulgados pela editora Record. Na categoria Romance, o escolhido foi Céus e Terra, do jornalista baiano Franklin Carvalho. O livro conta a história do menino Galego, que, aos doze anos, é convocado para salvar um cigano crucificado e acaba morrendo. Como uma espécie de fantasma, o personagem acompanhará uma família de pessoas bastante simples do sertão baiano, durante o ano de 1974. Ainda que transite por temas densos, como religião, morte e dramas familiares, o olhar do menino confere uma leveza lírica à narrativa. Além de jornalista, Franklin Carvalho é pósgraduado em Direito e Processo do Trabalho e assessor de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia.

LIVRO Outro vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, mas na categoria Contos, o livro Receitas para se fazer um monstro é uma coletânea de contos que transporta o leitor à infância dos anos 1980. O conjunto de brincadeiras e descobertas compõe um quadro trabalhado entre a dureza e a ironia, o que nos remete à própria origem da brutalidade que reside na alma dos personagens. Esse retrato cruel dialoga com os nossos dias, evidenciando as pequenas violências que existem em cada um de nós. O autor do livro, Mário Rodrigues, é pernambucano, pósgraduado em Língua Portuguesa, e atualmente dá aulas de Português, Literatura e Redação.

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VITRINE

Estudo mostra falta de produtos voltados à terceira idade Uma pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que três em cada dez idosos afirmam sentir falta de produtos voltados para a terceira idade. Para o levantamento, foram consultados 619 consumidores com idade acima de 60 anos de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras, entre agosto e setembro deste ano. De acordo com 13% dos participantes, os produtos que mais fazem falta são celulares com

teclados e telas maiores. Já em relação às roupas, 17% acham que é difícil comprar, uma vez que encontram peças para pessoas muito idosas ou muito jovens. O estudo mostrou ainda que 67% dos idosos são os únicos decisores sobre as compras que fazem. Quando se trata de atendimento e pontos de venda, 70% dos idosos acreditam que é preciso haver melhorias. Três em cada dez idosos acreditam ainda que os rótulos devem ser mais fáceis de ser lidos.

Brasileiros poderão entrar no Canadá sem visto A partir de 1° de maio de 2017, alguns brasileiros poderão entrar no Canadá sem a necessidade de visto de visitante, com apenas a solicitação de uma pré-autorização via internet. A medida vale somente para brasileiros que tenham visitado o Canadá nos últimos dez anos ou que tenham um visto americano válido. O anúncio foi feito pelo governo canadense em outubro e tem o objetivo de expandir o programa ETA (sigla em inglês para Autorização Eletrônica de Viagem) e trazer benefícios para o visitante, que terá acesso ao serviço on-line, sem custo. Cidadãos da Bulgária e da Romênia também foram beneficiados pela medida.

MTur lança guia com orientações para atendimento ao público LGBT Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), turistas LGBT representam 10% dos viajantes no mundo e 15% no faturamento do setor. Pensando no perfil desse público e na importância desse segmento para o mercado turístico, o Ministério do Turismo lançou a cartilha Dicas para atender bem o público LGBT. O lançamento foi durante o Festuris Gramado, que teve patrocínio da CNC (veja mais na página 36). Essa é a terceira cartilha do MTur com dicas de atendimento no Turismo para públicos segmentados – as anteriores foram destinadas a idosos e pessoas com deficiência. Todas podem ser encontradas no link http://www. turismo.gov.br/publicacoes.html

DICAS PARA ATENDER BEM TURISTAS LGBT

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INTERESSE DO COMÉRCIO

Procurando sair da crise Para o presidente da CNC, o tamanho e os gastos excessivos do Estado são as principais razões para o atual cenário de dificuldades, e qualquer solução deve partir deste ponto

A sociedade brasileira está totalmente engajada no debate sobre a atual crise político-econômica e as providências necessárias para sair da crise. Há um consenso nacional para encontrar as soluções capazes de superar os entraves e retomar a normalidade das atividades que levam ao desenvolvimento econômico-social, à retomada do emprego e à estabilidade do mercado de trabalho. A voz do povo nas ruas e as manifestações dos trabalhadores se aliam às manifestações intelectuais do mundo acadêmico, dos articuladores políticos e dos grandes líderes empresariais. Por caminhos diferentes, todos querem sair da crise, adotar medidas salvadoras e retomar a paz social e o desenvolvimento econômico. Chegamos, no momento, ao diagnóstico consensual de que a origem das dificuldades e dos principais obstáculos está na excessiva dimensão do Estado, na pesada carga tributária e na complexa e asfixiante burocracia oficial. Temos que começar por aí. Há praticamente duas décadas, o Governo – União, Estados e Municípios – vem sistemática e seguidamente gastando mais do que arrecada. Da mesma forma que os indivíduos e empresas, isso

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só é possível mediante crescente endividamento. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Governo Federal. O efeito acumulado desse procedimento foi a crise fiscal, caracterizada pela queda dos investimentos, principalmente, nos setores de infraestrutura, como transportes e energia, bloqueando o crescimento das atividades econômicas, sem o qual se retrai o mercado de trabalho, responsável pelo espantoso índice de desemprego atual, com cerca de 12 milhões de trabalhadores desempregados. Desde o início da recessão, a taxa de desemprego subiu de 6,8% para 11,8%. A cada dia é menor o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho. Entre julho e setembro deste ano, a população ocupada (54%) recuou 2,4%, de 92 milhões de trabalhadores para 89,8 milhões, o mais baixo patamar nos últimos quatro anos. Segundo o IBGE, entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano 507 mil pessoas deixaram de compor a força de trabalho, pois desistiram de procurar emprego. A questão mais importante na atualidade é a retomada do emprego e o combate ao desemprego. Para tanto, é preciso criar um


INTERESSE DO COMÉRCIO

Imagem: Christina Bocayuva

A questão mais importante na atualidade é a retomada do emprego e o combate ao desemprego”

ANTONIO OLIVEIRA SANTOS Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

ambiente favorável e de segurança jurídica para que os empresários privados se animem a investir e criar novos empregos; é preciso dar flexibilidade às relações capital-trabalho, como o apoio e garantia à terceirização, à flexibilização da política trabalhista, reforçando as negociações coletivas com base na prevalência do negociado sobre o legislado. Para início de conversa, o Presidente Temer encaminhou ao Congresso Nacional a PEC nº 241, que cria um teto para os gastos públicos por dez anos, a partir de 2017, mediante reajuste das verbas orçamentárias com base no índice oficial da inflação no ano anterior, sem aumento real. É importante deixar claro que a PEC nº 241 não tira recursos da saúde, nem da educação. Esse tem sido o argumento dos que são contra a mudança do Governo, negligenciando a responsabilidade de que foi preciso mudar para abrir novas perspectivas de trabalho e investimentos para tirar o País da crise, a mais séria crise político-econômica da História do Brasil. Aprovada a PEC nº 241, o Governo Temer vai poder trabalhar as reformas necessárias no

campo da Previdência Social e do Trabalho, principalmente, como já foi anunciado. Em nome do comércio de bens, serviços e turismo, a CNC vem proclamando seu apoio ao programa anunciado pelo Novo Governo. Nossos associados em 34 Federações e mais de 1.000 Sindicatos representam cerca de cinco milhões de empresas, que expressam sua confiança de que as novas diretrizes econômicas podem corrigir os graves erros do passado e retomar o caminho da estabilidade e do crescimento. As dificuldades da crise fiscal ainda estão longe de serem equacionadas e superadas. Em paralelo com a explosão da dívida pública, temos a tragédia do INSS, tanto no setor público como no setor privado. No SGPS em um ano, entre janeiro/setembro de 2015 e 2016, as receitas caíram 6,7%, para R$258,8 bilhões, e as despesas cresceram 10,4%, para R$373 bilhões. Os atuais 28,7 milhões de beneficiários do INSS têm uma taxa de expansão anual entre 2% e 3%, enquanto cai o número de contribuintes para financiá-los. Nos nove meses do ano, de janeiro a setembro, o desequilíbrio do INSS atingiu o recorde histórico de R$112,6 bilhões, principal responsável pelo déficit primário do Governo central.

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CAPA

Transporte

Comunidade Lucro

Cidade

Produção Alimentação

Energia

Água

Comércio

Funcionários

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CAPA

Iniciativa privada do bem Empresas responsáveis que adotam políticas gerenciais socioambientais tendem a ser mais competitivas e respeitadas por seus clientes. O retorno financeiro é também reflexo da boa imagem.

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CAPA

Responsabilidade socioambiental é diferencial para empresas Aumenta a exposição dos negócios privados a formas de julgamento público, com ênfase para as mídias sociais, que permitem a divulgação instantânea das ações empresariais. Com isso, a reputação das organizações passa a ser fator determinante em seu valor de mercado e na aceitação de seus produtos e serviços pelos clientes.

“Não é apenas atender bem o consumidor. Hoje, o cliente olha de forma crítica para dentro da empresa, avaliando o seu comportamento na relação com o fornecedor, a comunidade e o meio ambiente”, reforça Cristiane Soares, da Assessoria de Gestão das Representações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O crescimento econômico a qualquer custo é pouco tolerado pela sociedade, alertam estudiosos, analistas e executivos ouvidos pela CNC Notícias. Para eles, a responsabilidade socioambiental empresarial (RSE) é um dos grandes desafios da iniciativa privada, visando contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Segundo ela, o consumidor deseja que se vá além do básico. “Se sai melhor no mercado a empresa que dá peso em sua cesta de mercadorias à responsabilidade socioambiental”, diz.

“A gestão socioambiental passou, de fato, a ocupar posição de destaque entre as funções organizacionais de uma corporação”, garante a doutora em Economia de Empresa Joana d’Arc Bicalho, coautora do livro Gestão da Comunicação e a Responsabilidade Socioambiental. Uma atuação responsável, enfatiza, representa ganhos na imagem de qualidade da empresa, na mesma medida em que efeitos danosos de um mau desempenho a comprometem negativamente. Ela é defensora do Tripé da Sustentabilidade, em inglês, Triple Bottom Line (People, Planet, Profit – pessoas, planeta, lucro – veja box). Criada pelo consultor britânico John Elkington, essa concepção propõe que as empresas avaliem o sucesso não só com base no desempenho financeiro, mas também pelo impacto sobre o meio ambiente e a sociedade.

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O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, avalia que houve grande evolução no comportamento da sociedade e essa mudança repercutiu na gestão das empresas. “Hoje, as organizações estão muito mais atentas a questões que envolvem valores como ética e transparência”, diz.

O tripé da sustentabilidade People – refere-se ao tratamento do capital humano: salários justos, adequação à legislação trabalhista e ambiente de trabalho agradável, além da atenção para os efeitos da atividade econômica nas comunidades vizinhas; Planet – perna do tripé na qual a empresa deve pensar nas formas de amenizar e compensar os impactos ambientais; e Profit – resultado econômico positivo de uma empresa. Essa perna do tripé deve levar em conta os outros dois aspectos.


Imagem: Paulo Negreiros

Imagem: Divulgação/AccorHotels

CAPA

Antonietta Varlese, da AccorHotels

Márcio Milan, da Abras

Conforme o executivo, apesar de os conceitos serem relativamente novos, muitos empresários já agiam assim. O envolvimento com o tema responsabilidade socioambiental ajuda a focar na sustentabilidade de forma estratégica. “É seguindo essa visão que podemos perenizar as nossas empresas.”

RSE como a responsabilidade que tem com a sociedade e com o meio ambiente.

Mobilização Já Antonietta Varlese, vice-presidente de Comunicações e Responsabilidade Social da AccorHotels América do Sul, considera que, hoje, é primordial as empresas serem proativas em mobilizar frentes para o desenvolvimento sustentável. A seu ver, é um compromisso com investidores, fornecedores e clientes, “que buscam cada vez mais empresas que tenham no seu DNA iniciativas em prol do meio ambiente e da comunidade”.

“Tem de ser mais do que uma preocupação estratégica, deve fazer parte do plano de ação, mais um input para a evolução do modelo de negócio”, diz Suzy. E alerta: “Não administrar essas variáveis impactará impreterivelmente o resultado financeiro”.

Altruísmo ou caridade “Os valores ligados às questões sociais e ambientais passaram a ser considerados como variáveis de peso na tomada de decisões estratégicas das empresas”, reforça Bernardo Souto, advogado do Setor Jurídico Ambiental do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais. “Não se trata de adotar posturas altruístas ou de caridade, é um passo além”, afirma.

O Programa Global de Desenvolvimento Sustentável da AccorHotels, maior rede hoteleira do mundo, está estruturado com base nos seus principais públicos (colaboradores, hóspedes, parceiros e comunidades) e em itens importantes: zero desperdício de alimentos e empreendimentos com emissões neutras de carbono.

A RSE, explica Souto, não é só uma demanda da sociedade, é uma ação voluntária e estratégica da organização que considera as decisões ligadas ao meio ambiente e às questões sociais como afetas à sua própria sustentabilidade, incluindo os resultados financeiros.

Essa preocupação é compartilhada pela Via Varejo, que controla a Casas Bahia e o Ponto Frio, duas das mais importantes redes do País, e a Bartira, maior fábrica de móveis do Brasil. Segundo a gerente de Sustentabilidade, Susy Yoshimura, o grupo entende

O consultor Cassio Garkalns observa que muitas empresas ainda não conseguem incorporar tais princípios à essência do negócio, “gerando conflito entre o que é falado, o que é feito e o que é desejado como modelo de atuação CNC NOTÍCIAS | NOVEMBRO 2016 | ANO XVI

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Imagem: Paulo Negreiros

Imagem: Paulo Negreiros

CAPA

Consultor Cássio Garkalns

Cristiane Soares, da CNC

no mercado”. Garkalns, professor na Universidade de São Paulo (USP) de Gestão Socioambiental para a Sustentabilidade, em sua tese de doutorado, estuda justamente quais desafios dificultam a incorporação, pelas empresas, de práticas sustentáveis em seus negócios. Líderes empresariais, sustenta o consultor, começam a perceber que ser responsável pode significar uma estratégia diferenciada e ajudar na construção da imagem positiva da corporação.

A CNC está dando o exemplo nesse sentido. Para mostrar ao empresariado e à sociedade em geral a contribuição do Sistema Comércio em prol da sustentabilidade socioambiental, o presidente Antonio Oliveira Santos instituiu, em outubro, o Comitê de Coordenação Nacional do Programa Ecos de Sustentabilidade Socioambiental. O Ecos planeja, executa e apoia ações que induzam à prática colaborativa da sustentabilidade nas atividades desenvolvidas nos âmbitos da CNC, do Sesc e do Senac para mitigar os impactos socioambientais e otimizar os recursos das instituições.

Suporte às organizações O respeitado Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que ajuda empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, padronizou novas exigências. A instituição acaba de atualizar o seu Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, cujo objetivo é avaliar o quanto a sustentabilidade e a responsabilidade social têm sido incorporadas aos negócios, auxiliando a definição de estratégias, políticas e processos. De acordo com o Ethos, tendem a ter vida longa empresas cujos valores são percebidos como positivos pela sociedade. “A atuação cidadã da organização deve considerar o seu envolvimento e os impactos do negócio sobre todos aqueles com os quais se relaciona. A adoção de uma postura clara

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e transparente em relação a seus compromissos fortalece a legitimidade social de suas atividades”, ensina o instituto. Na mesma linha, atua a Mercado Ético, versão nacional da plataforma multimídia Ethical Markets, criada pela economista inglesa Hazel Henderson. Trata-se do maior conjunto de ferramentas do mundo voltadas para disseminar conceitos e práticas sustentáveis nas relações econômicas. Em seu best-seller Além da Globalização – Modelando uma Economia Global Sustentável, Hazel defende, na avaliação de organizações, a ruptura com o conceito convencional, fundamentalmente financeiro. Ela é pelo uso do pensamento sistêmico, “que promova a justiça e a sustentabilidade em todos os níveis empresariais”.


CAPA

No varejo e na hotelaria, exemplos de boas práticas

E, acima de tudo, conclui a executiva, “ampliar o nível de consciência e provocar mudanças comportamentais transformadoras, seja na loja, seja na cadeia de valor, seja em cada um de nós que trabalhamos na Via Varejo”.

Envolvimento No setor hoteleiro, a AccorHotels é pioneira no desenvolvimento sustentável. “Somos a primeira companhia a implementar, em nível global, um programa com esse conceito, o Planet 21”, revela Antonietta Varlese. A vice-presidente destaca ainda os resultados do programa Plant for the Planet, que já conta com o plantio de mais de 500 mil mudas, e o projeto Watch, que reforça o combate à exploração sexual infantil, no qual estão envolvidos e treinados mais de 30 mil profissionais do grupo. Para os próximos anos, a estratégia é ampliar iniciativas que promovam a redução de consumo de água e energia, combate ao desperdício de alimentos e bebidas e construções mais sustentáveis. No segmento supermercadista, o superintendente da Abras, Márcio Milan, diz que há diversos exemplos de ações sustentáveis da entidade. Uma delas é o

Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos, que acompanha o trajeto de 15 milhões de quilos de frutas, legumes e verduras, colaborando para a redução de consumo de agrotóxicos por meio do incentivo às boas práticas agrícolas. Já o Programa de Redução do Uso do Fluido Frigorífico, parceria com o Ministério do Meio Ambiente, visa reduzir a utilização do produto nos sistemas refrigerados dos supermercados. O Programa para Implantação da Logística Reversa de Embalagens em Supermercados foca no descarte consciente de embalagens. Para o consultor Cássio Garkalns, a necessidade de mudança na forma de agir das empresas já é reconhecida e imperativa. O desafio, diz ele, passa a ser identificar como convergir todas as forças inerentes ao mundo dos negócios em tempo hábil e de forma alinhada e viável. “A pergunta não é mais ‘se’ a RSE deve ou não ser considerada nos negócios, mas sim ‘como’ deve passar a permeá-lo e a ganhar escala em sua implementação.” Imagem: Divulgação/Via Varejo

A Via Varejo é um exemplo do processo de mudança nas organizações. As três grandes empresas que representa não estão apenas conectadas à estratégia de investir no desenvolvimento sustentável, segundo a gerente Suzy Yoshimura. O grupo acredita que o processo é contínuo, e isso inclui mudar culturalmente procedimentos, atividades de negócio e rotinas.

Suzy Yoshimura, da Via Varejo

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CAPA

Senac incentiva empresas que adotam postura ética e responsável Diretor do Senac Paraná, Vitor Monastier, fala sobre preocupação com o desenvolvimento sustentável CNC Notícias: Como entende o conceito de gestão de empresa com Responsabilidade Socioambiental Corporativa/Empresarial? Vitor Monastier: O Senac-PR entende o conceito de gestão com Responsabilidade Socioambiental Corporativa/Empresarial quando as empresas adotam uma postura ética e responsável, beneficiando toda a cadeia produtiva: fornecedores, clientes internos e externos e a comunidade na qual estão inseridas. CN Nos dias de hoje, essa concepção tem que ser uma preocupação estratégica das organizações? VM Sim, pois faz parte do processo de maturidade organizacional. No Senac, a atitude sustentável é uma das marcas formativas da Instituição e faz parte do processo pedagógico utilizado na formação de colaboradores e alunos. É ainda aplicada aos projetos arquitetônicos desenvolvidos pela Instituição em seu plano de expansão.

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CN E de que forma o desenvolvimento sustentável está ligado a uma administração que segue esse conceito? VM Por meio de um processo contínuo em que, em parceria com a cadeia produtiva, a Instituição promove o círculo virtuoso, gerando: capacitação, trabalho, renda e resultado, baseados na consciência de um desenvolvimento sustentável e crescimento responsável. CN O quanto dar informações transparentes à sociedade melhora ou torna mais eficiente o relacionamento de uma instituição com o seu público, leia-se funcionários e empresas e, claro, a razão de sua existência, os consumidores, aqueles que usam seus serviços? VM O Senac faz parte da rede de entidades do chamado Sistema S, que qualificam e promovem o bem-estar social e disponibilizam educação profissional de qualidade. Entre as premissas de sua atuação, estão a transparência e a licitude, tanto no desenvolvimento das suas atividades quanto no


Imagem: Ivo Lima

CAPA

VITOR MONASTIER, diretor do Senac

relacionamento com os seus colaboradores, bem como a sociedade em geral. CN Para as organizações que seguem os padrões tradicionais de gerenciamento de seus negócios será necessária uma alteração da cultura para incorporar o critério de RSE? VM Sim, é necessário uma mudança cultural baseada na formação dos colaboradores. CN Como isso se dá na prática? VM Através de um movimento interno da empresa com a formação dos colaboradores para essa conscientização na mudança de comportamento. É possível atingir este objetivo com treinamento, palestras e ações conjuntas com entidades que sejam referência no mercado. CN O Senac é exemplo de boas práticas na sua área de atuação. Detalhe algumas de suas iniciativas. VM Na área da Educação, somos referência no mercado, haja vista a história de 70 anos que o Senac vem trilhando no processo de formação de novos profissionais para o comércio de bens, serviços e turismo. Os projetos arquitetônicos

das novas unidades do Senac-PR são planejados com diretrizes que utilizam elementos de caráter sustentável, visando minimizar o consumo de energia e água, por meio do melhor uso dos recursos naturais, e sempre buscando o melhor conforto para os seus usuários. A nova unidade Senac Portão é um exemplo desta preocupação, que, através da implementação de algumas soluções consideradas ecologicamente corretas e de caráter sustentável, como a produção de energia via placas fotovoltaicas, o reúso da água pluvial, a utilização de ventilação e iluminação natural e a otimização do uso de energia elétrica, visa contribuir para a construção de um ambiente mais agradável, trazendo conforto para os clientes e funcionários. O prédio está em processo de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida pela organização internacional U.S. Green Building Council. Ela premia bons projetos e práticas de construção, com foco na sustentabilidade, englobando a gestão do canteiro de obras, desde a utilização de materiais com certificação ambiental até o descarte correto de materiais, reduzindo impactos negativos no meio ambiente.

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REUNIÃO DE DIRETORIA

Atenção dentro e fora do País Visita à Argentina,defesa do Sistema e homenagem ao Sesc foram temas de reunião no Rio de Janeiro

A atenção dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo brasileiros às relações internacionais foi um dos temas abordados na reunião de Diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada dia 27 de outubro, no Rio de Janeiro. O presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, falou sobre a visita colegiada de presidentes das Federações do Comércio à Argentina, de 14 a 17 de novembro. “É um momento muito importante para deixar calcada, aos parceiros e representantes do nosso governo em Buenos Aires, a posição do comércio brasileiro no que tange ao Mercosul”, afirmou Oliveira Santos. “A CNC sempre participou das tratativas no âmbito do Mercosul, que hoje vive uma indefinição produzida basicamente por uma política de comércio exterior da Argentina, que tem criado problemas para o Brasil, seja na área automobilística, na parte de grãos, de carne, numa série de fatores”, contextualizou o presidente da CNC. “O que vocês defenderem vai ser importante para formar uma opinião sobre o que pensa o comércio brasileiro”, finalizou. O vice-presidente Administrativo da Confederação, Darci Piana,

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Imagem: Christina Bocayuva

REUNIÃO DE DIRETORIA

responsável pela coordenação da visita, deu detalhes técnicos e de agenda para os participantes.

Defesa da representatividade As contribuições destinadas por lei ao Sistema S e os projetos em tramitação no Congresso que tratam do assunto também foram debatidos pelos diretores da CNC. “O Sistema S, olhando apenas o lado do setor terciário, mantém, com o Sesc e o Senac, uma estrutura absolutamente fantástica em todo o Brasil. Não há nada parecido e funciona bem. Qualquer diminuição de recursos pode afetar nosso desempenho”, disse o presidente da Confederação.

70 anos do Sesc Outro tema abordado na reunião de diretores foi a sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados para comemorar os 70 anos do Serviço Social do Comércio (Sesc), em 18 de outubro. O autor do requerimento foi o deputado Laércio Oliveira (SD-SE), vice-presidente da CNC, que foi representada pelos também vicepresidentes Adelmir Santana e José Evaristo dos Santos. “Cumprimento Laércio pela sessão no Congresso, em que me fiz presente, e atesto o sucesso da homenagem ao Sesc”, apontou José Evaristo.

Reforma trabalhista e substituição José Pastore, professor da USP e especialista em relações do Trabalho, falou durante a reunião de Diretoria sobre os rumos da reforma trabalhista. “Temos uma legislação trabalhista e uma jurisprudência gerada pela Justiça do Trabalho tão complexas, que assustam muito o investidor”, disse Pastore. “O que muitos estão fazendo, principalmente aqueles que são contra a ideia, é apavorar o povo, falando que vão revogar os direitos do trabalhador, acabando com as proteções, precarizando. O que se pretende com a lei de terceirização é dar proteção aos empregados terceirizados, que, hoje, em muitos casos, não há, e dar segurança jurídica para as empresas poderem contratar e estarem certas de que estão contratando licitamente, legalmente, humanamente, respeitando as proteções dos empregados”, explicou. Alem da análise de outros temas, também na reunião de outubro, foi eleito Ari Faria Bittencourt para ocupar a vaga de Diretor da CNC, em substituição a Antonio Airton Oliveira Dias, diretor falecido em setembro deste ano.

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NO RADAR

Salão Parceiro trará benefícios e segurança a salões de beleza A sanção da lei, conhecida como Lei do Salão Parceiro, fez parte de uma série de medidas adotadas pelo governo no programa Crescer sem Medo, que também aumentou os limites de participação no Simples Nacional e o prazo de parcelamento de dívidas tributárias das empresas optantes do sistema – além de incluir os segmentos de salão de beleza e bebidas na lista do Simples.

Imagem: Marcos Corrêa/PR

O presidente Michel Temer sancionou, em 27 de outubro, a Lei n° 13.352, que altera a Lei n° 12.592, de 18 de janeiro de 2012, e trata do contrato de parceria entre as pessoas jurídicas registradas como salão de beleza e os profissionais que exercem as atividades de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador.

Michel Temer sanciona a Lei do Salão Parceiro durante evento em Brasília

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Participação do Sistema CNC A atuação da Assessoria Legislativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi um fator decisivo para aprovação da lei. “A assessoria atuou em todas as comissões permanentes em que o projeto tramitou, de modo que todos os relatores acolheram as sugestões advindas da entidade maior do comércio”,


Imagem: Reprodução

NO RADAR

afirmou o assessor legislativo da Confederação Reiner Leite. Além disso, o projeto foi amplamente discutido nas reuniões da Rede Nacional de Assessorias Legislativas (Renalegis), o que foi fundamental para aproximar e esclarecer os deputados acerca da lei em níveis estaduais. “Durante a votação, tivemos o apoio unânime da bancada cearense. Estamos muito felizes porque esse é um dos papéis da Federação”, disse Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio-CE e integrante da Renalegis. A aprovação da lei foi comemorada por dirigentes da CNC, de Federações do Comércio e de sindicatos do segmento de beleza. “Trabalhadores e empresários do setor estão mais protegidos com a definição das atribuições e direitos e deveres de cada um”, afirmou o vice-presidente da Confederação Laércio Oliveira, que é deputado federal e presidente da Fecomércio-SE. “A lei trata justamente de toda a discussão que estamos tendo sobre reforma trabalhista, da regulamentação de um segmento

extremamente importante, que faz parte da nossa base sindical. O resultado nasceu por uma ação do Ceará, mas contou com o apoio de toda a Renalegis”, afirmou o presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt, durante a última reunião da Diretoria da CNC. Para o diretor-secretário da Confederação, Bruno Breithaupt, “esta regulamentação é essencial para restabelecer segurança jurídica tanto para os donos de estabelecimentos quanto para os profissionais”.

Parcceria entre salões e profissionais visa estimular o crescimento do setor e dar segurança jurídica às empresas

Segundo Laércio Oliveira, a lei trará ainda mais benefícios para os mais de 630 mil profissionais do setor de beleza que trabalham como MEI. “Ela assegura a liberdade de horário de trabalho para o profissional e a garantia de seu rendimento de acordo com os seus atendimentos”, afirmou.

prestados pelos profissionais no salão, repassando os valores devidos conforme percentual acertado previamente. A medida incentiva a formalização de milhares de profissionais autônomos e permite a divisão dos custos tributários.

Como funciona

Além disso, ela elimina o vínculo empregatício entre o profissional e o dono do estabelecimento e também abre precedentes para que outras atividades possam celebrar parcerias em conformidade com o disposto na lei.

A nova lei, que só entrará em vigor em 2017, cria as figuras do “salão-parceiro” e do “profissional-parceiro”. O salão terá a responsabilidade pela centralização dos pagamentos e recebimentos dos serviços

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NO RADAR

Setor de serviços completa dezoito meses em queda Por décadas como o carrochefe da economia brasileira, o setor de serviços tem amargado uma grande queda no volume de receitas em 2016. Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, tanto agosto como setembro registraram os piores índices para esses meses desde o início da série histórica: quedas de 1,6% e 0,3%, respectivamente. O impacto de setembro foi a 18ª queda mensal consecutiva no faturamento do setor.

Para a Confederação Nacional Levando em consideração o do Comércio de Bens, cenário atual e o desempenho Serviços e Turismo (CNC), do setor ao longo do ano, a o resultado negativo indica CNC projeta que os serviços que o setor de serviços sofre devem registrar queda de 4,0% com a recuperação lenta da no faturamento em 2016. atividade econômica, mesmo que haja uma melhora gradual De acordo com a classificação da confiança do consumidor e do IBGE, em setembro, o dos empresários. “Por um lado, resultado negativo foi puxado observam-se a evolução positiva pelo segmento de Outros da confiança e o fechamento serviços (que abrange desde menos intenso de vagas no corretoras de imóveis a mercado de trabalho, mesmo vidraçarias e lanternagem), na atividade de serviços. Por com queda de 2,5%; também outro, a lentidão no processo foi puxado pelo segmento de redução da inflação no setor de Serviços prestados às Já em relação a setembro de e as taxas de juros ainda em famílias (como hospedagem e Divisão Econômica 2015, a queda foi de 4,9% patamar elevado, apesar das alimentação), com retração de e, desde janeiro deste ano, o perspectivas de redução”, afirma 0,9%; e Serviços de informação redução). Nesse sentido, o setor deverá ter seu pior desempenho em termos de volume de vendas desde o setor de serviços acumula uma a assessora econômica da CNC e comunicação (TI, empresas início da PMS. retração de 4,7%. Juliana Serapio. de comunicação, entre outros), com baixa de 0,6%. Entre as atividades Volume nominal de receita de serviços - subsetores com variações Mês/mês Mês/mês Var (%) 2015 ano MM3 Ano 12 meses anterior* positivas em anterior Total -3,6 -0,3 -4,9 -4,4 -4,7 -5,0 volume estão 1. Serviços prestados às famílias -5,3 -0,9 -5,7 -4,0 -4,3 -4,8 os segmentos 1.1 Serviços de alojamento e alimentação -5,5 -0,6 -6,1 -4,8 -4,7 -5,1 1.2 Outros serviços prestados às famílias -4,0 -5,1 -3,5 1,1 -1,8 -3,3 administrativos e 2. Serviços de informação e comunicação 0,0 -0,6 -1,9 -1,2 -2,7 -2,6 complementares 2.1 Serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 0,6 -0,4 -0,3 -0,2 -2,2 -2,3 2.1.1 Telecomunicações -0,4 -1,9 -2,5 -1,8 -3,0 -3,2 (+0,7%) e de 2.1.2 Serviços de Tecnologia da Informação 4,5 3,9 7,1 5,1 0,6 0,9 transportes, 2.2 Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias -3,8 -8,0 -13,1 -7,7 -5,8 -4,9 3. Serviços profissionais, administrativos e complementares -4,3 0,7 -3,8 -4,2 -5,8 -6,3 serviços auxiliares 3.1 Serviços técnico-profissionais -9,7 0,1 -11,3 -13,5 -10,5 -10,3 3.2 Serviços administrativos e complementares -2,4 -0,6 -1,4 -1,1 -4,2 -4,9 aos transportes e 4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio -6,1 0,3 -9 -8,9 -7 -7,1 correio (+0,3%). 4.1 Transporte terrestre -10,4 0,0 -11,5 -10,6 -10,0 -10,8 4.2 Transporte aquaviário

17,6

-9,1

-20,4

-14,6

-5,0

4.3 Transporte aéreo

4,3

5,2

-2,3

-5,2

1,5

4,2

4.4 Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio

-4,0

1,9

-4,8

-6,2

-4,4

-4,5

-9

-2,5

-4,9

-2

-3,2

-5,3

5. Outros serviços * com ajuste sazonal Fonte: IBGE

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-0,5


INSTITUCIONAL

CBFarma discute com Anvisa ampliação de serviços A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sediou, em Brasília, no dia 31 de outubro, reunião anual da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFarma). Entre os tópicos discutidos, a Câmara, que representa os comerciantes do setor farmacêutico, tratou com o diretor adjunto de Gestão Institucional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da expansão dos serviços prestados pelas unidades farmacêuticas, entre eles a aplicação de vacinas.

Imagem: Márzul Estumano

“O objetivo da CBFarma é melhorar a prestação de serviços no setor, visando ao bem social, já que a farmácia seria mais um estabelecimento que fornece saúde fora dos hospitais, clínicas e postos municipais. Isso desafogaria o governo em suas campanhas federais, assim como beneficiaria o cidadão brasileiro quanto aos valores despendidos em clínicas privadas”, explicou o coordenador da Câmara e presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Lázaro Luiz Gonzaga.

Sobre a proposta dos novos serviços apresentados pelo setor, o diretor de Gestão Institucional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Pedro Ivo Ramalho, disse que a Anvisa já iniciou o processo regulatório: “Estamos na primeira etapa do processo, a regulamentativa. Mas ressalto que o projeto foi bem recebido e está se encaminhando”.

Qualificação especializada Entre outros assuntos, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apresentou um projeto sobre a qualificação de profissionais farmacêuticos, em sua maioria proprietários de farmácias. “Realizamos cursos livres e de pós-graduação aos farmacêuticos, pelo Programa de Certificação Profissional. Acreditamos que esta será uma importante ferramenta para a atuação na área farmacêutica no Brasil”, disse o diretor Serafim Branco Neto, representante da associação.

Substituição tributária Outro dos temas abordados foi a decisão do Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário nº 593.849, de efeito repetitivo, que declarou inconstitucionais artigos da Lei do Estado de Minas Gerais que impedem a compensação de créditos de ICMS na Substituição Tributária. “Tal decisão se aplica apenas a processos que questionam a constitucionalidade de Lei Mineira, mas é, sem dúvida, uma virada de entendimento do STF, que será aplicado às demais leis estaduais que impedem a compensação de ICMS na Substituição Tributária, justamente uma das características mais criticadas deste sistema de arrecadação”, explicou o advogado da Divisão Jurídica da CNC Cácito Esteves.

Reunião da CBFarma na CNC tratou da ampliação de serviços nas farmácias, além de qualificação profissional

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Imagens: Christina Bocayuva

INSTITUCIONAL

Comércio exterior de serviços precisa alinhar pautas para crescer

A participação do setor privado no debate dos interesses do comércio exterior é indispensável para que órgãos públicos possam desenvolver políticas de atuação que gerem resultados efetivos e competitividade. E um dos desafios dos entes públicos é justamente construir uma pauta com temas horizontalizados, dada a pluralidade de atividades que se enquadram no segmento, principalmente no que tange à área de serviços. Essa é a opinião de Marcelo Maia, secretário de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que participou, no dia 24 de outubro, da reunião da Câmara Brasileira do Comércio Exterior (CBCex) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada no Rio de Janeiro. A diretora de Competitividade e Serviços do ministério, Edna Cesetti, também participou da reunião, que foi conduzida pelo coordenador da Câmara, Rubens Medrano. O vice-presidente Administrativo da CNC, Darci Piana, participou de todo o encontro. “A Confederação se preocupa com os interesses dos empresário do setor”, afirmou Piana. “Queremos trabalhar junto da CNC da forma mais produtiva possível. No mercado doméstico, o segmento é muito heterogêneo”, disse Maia, saudando a criação da CBCex e fazendo uma introdução aos dados do setor de serviços no Brasil. Segundo ele, o setor responde por mais de 70% do PIB e por 73,4% dos empregos formais. Além disso, recebe aproximadamente 60%

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INSTITUCIONAL Na foto à esquerda: a reunião da Câmara de Comércio Exterior da CNC, com representantes do MDIC; ao lado, Darci Piana, Marcelo Maia e Rubens Medrano

do total de investimentos estrangeiros no País. Os representantes do MDIC ressaltaram aos membros da CBCex a necessidade de, sobretudo no cenário econômico atual, fortalecer a indústria brasileira para gerar competitividade. “O ambiente de negócios no País compromete a definição de estratégias, devido a questões tributárias, trabalhistas e regulatórias”, explicou o secretário. “O comércio, na verdade, é um grande prestador de serviços, pelo valor que agrega aos produtos”, disse Edna Cesetti.

Siscoserv precisa de adesão maior das empresas Marcelo Maia também abordou as ações e políticas do ministério para o setor de serviços, com destaque para o Siscoserv, sistema de registro das operações de comércio exterior de serviços e de intangíveis, criado com o objetivo de promover ações de estímulo, acompanhamento e aferição de políticas públicas. Um dos objetivos é desenvolver estatísticas do comércio exterior de serviços e de devolver à sociedade os dados registrados no Siscoserv em forma de inteligência comercial, com mapeamento de mercados-alvo para os serviços brasileiros. “Com o passar dos anos, o Brasil terá um grande banco de dados, mas isso ainda é um desafio. O setor tem uma questão de transparência muito grande”, disse Edna Cesetti, ao se referir ao fornecimento correto de dados no Sistema por parte das empresas. Ainda sobre as ações e políticas do MDIC para o setor de serviços, foi abordado o Fórum de

Alavancagem do Comércio Exterior de Serviços, do qual a CNC faz parte. Outra iniciativa tratada na reunião da CBCex foi a Vitrine do Exportador, iniciativa do governo federal para divulgação on-line das empresas brasileiras e seus produtos e serviços no mercado internacional.

Projetos de lei que afetam o setor Dentre outros assuntos abordados na CBCex, Elielson Almeida, da Assessoria Legislativa da CNC, apresentou o andamento do Projeto de Lei (PL) nº 7.583/2014, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que obriga que os produtos importados comercializados tragam informações a respeito da submissão às normas de certificação de conformidade da Regulamentação Técnica Federal; e do PL 227/2007, do deputado Milton Monti (PR-SP), que dispõe sobre a movimentação e armazenagem de mercadorias importadas ou despachadas para exportação, o alfandegamento de locais e recintos, a licença para explorar serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias em centro logístico e industrial aduaneiro. Outro PL abordado por Elielson foi o 4.726/2016, do deputado Covatti Filho (PP-RS), que altera o art. 23 do Decreto-Lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, para excluir as importações por conta e ordem de terceiros, bem como as importações por encomenda, da presunção de interposição fraudulenta nas operações de comércio exterior. CNC NOTÍCIAS | ABRIL 2016 | ANO XVI

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INSTITUCIONAL

Construcard e Cartão BNDES devem dinamizar mercado de materiais de construção A Câmara Brasileira de Materiais de Construção (CBMC) se reuniu na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília, no dia 9 de novembro, para discutir ações que dinamizem o setor. Na pauta, assuntos como o Cartão BNDES para materiais de construção e o relançamento do cartão Construcard, da Caixa Econômica Federal (CEF), pelo presidente da República, Michel Temer. Também foram abordados a qualificação profissional setorial pelo Senac e os impactos do atual cenário econômico no mercado de atuação das empresas do setor.

Cartão BNDES Outro importante instrumento para estimular o mercado, o Cartão BNDES foi criado há 14 anos e teve uma expansão importante ao longo do tempo. “Tratamos agora no sentido de ampliar a presença do cartão, com a inclusão dos microempreendedores individuais (MEI). A presidente do BNDES ficou bem entusiasmada com a nossa proposta”, explicou Cláudio Conz, ao relatar a reunião realizada com a presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques. Ricardo Albano Dias Rodrigues, chefe do Departamento de Operações de Crédito do BNDES, declarou que “o cartão vem crescendo em seus desembolsos, e a intenção é essa, chegar às pequenas e médias empresas e espalhar os recursos para concessões de crédito pelas regiões do País”.

Novo provedor de financiamento para o comércio de materiais de construção, o sucesso na reativação do cartão foi definido por Cláudio Conz “como fruto de um importante trabalho conjunto do setor e deve, sim, ser comemorado por todos”.

Segundo o chefe do Departamento de Operações de Crédito do BNDES, uma das agendas em que o banco vem trabalhando é a limitação que a instituição tem atualmente para abrir linhas de crédito mais favoráveis aos pequenos e médios

Imagens: Márzul Estumano

O coordenador da Câmara, Cláudio Elias Conz, iniciou a reunião informando aos empresários do setor de materiais de construção a reativação do Construcard. “Declaro a todos o tão esperado relançamento do cartão Construcard, agendado para o dia 24 de novembro, pelo presidente da República, Michel Temer.”

Câmara Brasileira de Materiais de Construção se reúne e debate ações para expandir a atuação do setor

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INSTITUCIONAL

Panorama econômico do País O economista da Divisão Econômica da CNC Antonio Everton Junior apresentou análise sobre a economia, contextualizando o comércio de materiais de construção com base em dados divulgados pelo IBGE, Banco Central e FGV, e fez algumas previsões econômicas para o próximo ano.

Conz debate ampliação de créditos para inclusão de pequenas empresas com o convidado do BNDES

empresários. Abaixo de R$ 20 milhões, é a rede bancária que distribui, com limitações, os produtos como capital de giro e outros. Segundo Ricardo Rodrigues, o BNDES está atuando para ampliar o número de agentes financeiros distribuindo seus produtos. O banco pretende atrair, inclusive, financiadores estrangeiros. “Ainda dependemos dos agentes financeiros para atualizar essa forma de crédito.” Cláudio Araújo de Lima (Sicomavi-SP) comentou as declarações do representante do BNDES: “O grande desafio do empresário hoje é conciliar a venda com os recursos financeiros obtidos. Este ano procurei um crédito de R$ 200 mil e não consegui obter, pois o limite mínimo era de R$ 1 milhão, observou”. Na mesma linha, Jorge Gonçalves Filho, do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV-SP), disse: “O nosso objetivo é aquecer a economia, expandindo nossas lojas de material de construção, contratando novos empregados, e o BNDES pode, sim, contribuir para isso pelo desenvolvimento do setor e do País”.

O cenário de ajustes na economia deve continuar repercutindo em praticamente todos os setores. “Vemos a adoção de medidas austeras e duras pelo ajuste financeiro do setor público, pois é a sociedade que pagará com a manutenção dos juros reais altos e eventual aumento da carga tributária”, explicou Antonio Júnior. Segundo ele, este ano a economia ainda apresentará saldo negativo do PIB, devendo fechar em cerca de -3,2%. “Talvez em 2017 a situação da economia brasileira melhore, tenha ligeiro crescimento, de 1,3%, e então, em 2018, esperamos ter um melhor cenário.”

Cursos de qualificação no Senac A parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) com a CBMC tem permitido a criação e ampliação de cursos de treinamento para profissionais que atuam no setor de materiais de construção. Antônio Henrique Borges, diretor de Relações Institucionais do Senac, informou que os cursos existentes e os demais a serem criados serão norteados por princípios baseados na extensão de habilidades e conhecimento, com ênfase em vendas, trabalhando também valores e comportamento. A reunião foi finalizada pelo coordenador da CBMC, que se dirigiu ao Palácio do Planalto para encontro com o presidente da República, Michel Temer, para tratativas pelo setor.

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INSTITUCIONAL

Grupo de meio ambiente da CNC debate acordos de logística reversa

O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, falou sobre o andamento do acordo no segmento de embalagens em geral. Está previsto que, em janeiro, o comércio e a indústria apresentarão o relatório de desempenho comprovando o cumprimento dos compromissos assumidos. O Ministério Público Federal e o Ministério Público de São Paulo, no entanto, já questionaram, em ação civil pública, alguns pontos do que foi definido como meta e formato de funcionamento do sistema. Segundo Milan, o argumento empresarial é que está sendo cumprido o previsto em lei. “Tememos que a interferência do Poder Judiciário provoque um retrocesso no processo”, disse.

Marco Aurélio Sprovieri, diretor da CNC (ao microfone), participou do encontro, realizado na sede da entidade

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Baterias automotivas O vice-presidente da Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (Abrabat), que reúne os principais fabricantes nacionais, Carlos Zaim, detalhou o sistema de logística reversa de baterias automotivas inservíveis, que deverá servir de base para a proposta de acordo setorial a ser negociado com o Ministério do Meio Ambiente. “A minha percepção é de que temos uma relação mais harmônica em relação a outros segmentos, por estarmos mais estruturados e termos menos conflitos entre o usuário final, o fabricante, o comércio e o poder público”, afirmou.

Pneus Já o gerente-geral da Reciclanip, entidade criada pelas 300 maiores fábricas de pneus novos no Brasil para cuidar da coleta e destinação de pneus Imagem: Paulo Negreiros

O Grupo Técnico de Trabalho sobre Meio Ambiente (GTT-MA) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reuniu-se em Brasília, em 19 de outubro, para debater acordos setoriais para implantação do sistema de política reversa, previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A reunião teve a presença do diretor da CNC Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues.


Imagem: Paulo Negreiros

INSTITUCIONAL

Executivos, técnicos e especialistas de vários segmentos econômicos ouviram palestras e discutiram os avanços para formalizar acordos

inservíveis, Cesar Faccio, falou sobre logística reversa do setor. O desafio, enfatizou Faccio, é fazer com que os comerciantes de pneus usados, que não chegam aos pontos de coleta, participem da cadeia de responsabilidade. Para isso, a entidade quer envolver as Federações do Comércio pelo relacionamento próximo que têm com as empresas.

Embalagens plásticas de óleos lubrificantes Bernardo Souto, advogado da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), relatou o atual estágio da logística reversa de embalagens de óleos lubrificantes. Estão sendo discutidos os avanços do acordo setorial, focando na segunda e terceira etapas, que devem sair do papel no final deste ano ou, no máximo, no início de 2017.

Lâmpadas fluorescentes e similares O consultor de Inteligência de Mercado da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Produtos de Iluminação e diretor da Reciclus, entidade gestora criada para implantar o sistema de logística reversa, Maurício Costa Porto, explicou o andamento da implantação do sistema para lâmpadas fluorescentes e similares.

Ele reconheceu que ainda há entraves, principalmente operacionais e de licenças ambientais. A intenção é trabalhar com os órgãos ambientais estaduais, em sintonia com o comércio, porque é um obstáculo que precisa ser superado para o ciclo da cadeia não ser interrompido.

Conselho de Proteção Ambiental Fernando Toledo, secretário executivo do Conselho Estadual de Proteção Ambiental de Alagoas (Cepram), relatou a atuação do órgão, responsável pela política estadual de proteção ambiental.

Gerenciamento de resíduos sólidos Cristiane Soares, da Assessoria de Gestão das Representações, detalhou o orientador para o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), publicação produzida pela CNC. A obra apresenta o passo a passo para a elaboração, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos, do PGRS. O livro traz os princípios para a implementação da política, especifica os resíduos sólidos abrangidos e a sua classificação e mostra as etapas a serem seguidas. Mais informações em http://migre.me/vsNHk

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ECONOMIA

A opinião de FHC Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, País tem que optar por uma economia de mercado,e não de Estado

Em um significativo evento na Maison de France, no Rio de Janeiro, dia 14 de outubro, organizado pelo jornal O Globo e patrocinado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discorreu sobre a situação política atual, no mundo e no Brasil. Em princípio, disse ele que no mundo de hoje, em todas as sociedades, continua havendo um embate entre duas forças divergentes, o socialismo e o capitalismo, a prevalência do Estado versus o mercado. No Brasil, a organização política é confusa e carece de uma reforma estrutural, de

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Imagem: Christina Bocayuva

ECONOMIA

No Brasil, a organização política é confusa e carece de uma reforma estrutural, de profundidade” ERNANE GALVÊAS é Consultor Econômico da CNC

profundidade. No regime atual, caracterizado pelo Presidencialismo de coalizão, o Executivo vive em permanente barganha com o Congresso Nacional, onde cada grupo político mais se preocupa em apropriar-se de uma fatia maior do Orçamento. É um sistema que configura um corporativismo desfigurado. Todos acreditam que, no fundo, o ideal é a democracia. Mas a democracia tem um custo. Como financiar? É esse financiamento que, no sistema desfigurado, alimenta as distorções e leva à corrupção sistêmica. Por trás de tudo isto, ainda cabe reconhecer que o grande risco moral do Brasil, hoje, é o crime organizado. E isso não é só no Brasil, mas em

muitos outros países, como é o caso da França, principalmente. Cabe ao Poder Executivo elaborar uma agenda, com propostas viáveis para restabelecer a ordem. Na opinião de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil tem que optar claramente por uma economia de mercado. É do mercado e não do Estado que vão surgir as soluções. São forças divergentes. Temos que fazer a escolha. Cabe ao Chefe do Executivo apresentar aos políticos e à sociedade uma pauta de reformas, para criar um clima de confiança, que dê sustentação a esse trabalho.

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ECONOMIA

Recuperação lenta Dados das pesquisas da CNC sobre intenção de consumo das famílias, endividamento e inadimplência do consumidor e de confiança do empresariado do comércio mostram que o cenário econômico avança a passos lentos. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou suas expectativas de queda do varejo restrito de -5,4% para -6,0%; para o varejo ampliado, a projeção é de -9,0% ao final de 2016. Para os economistas da entidade, mesmo diante de expectativas menos desfavoráveis, dificilmente o varejo deixará de registrar seus piores resultados históricos. Por outro lado, a fragilidade do mercado de trabalho, com aumento da desocupação e queda da renda, além da manutenção de um nível mais elevado do custo do crédito, ainda impacta o varejo, que segue cauteloso.

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ECONOMIA

Intenção de consumo aumentou em outubro A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em outubro ficou em 73,9 pontos, numa escala de 0 a 200. Embora o resultado represente um aumento de 2,4% em relação a setembro, na comparação anual ainda existe uma queda de 5,7%. Além disso, o índice ainda se encontra bem abaixo da chamada zona de indiferença, de 100 pontos. Único componente a ultrapassar a zona de indiferença, de 100 pontos, o Emprego Atual ficou em 105,6 pontos. Em relação a setembro, o índice subiu 0,8%, mas, ante outubro de 2015, apresentou uma redução de 0,4%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao Emprego Atual é de 30,5%.

Compras a prazo O Nível de Consumo Atual subiu 2,3% em outubro, na comparação mensal. Em relação ao mesmo período do ano passado, no entanto, a retração foi de 17,6%. A maior parte das famílias (63,6%) declarou estar com o nível de consumo menor do que em 2015. O índice está em 47,5 pontos. Registrando 66,8 pontos, as Compras a Prazo também cresceram 2,2% ante setembro e diminuíram 11,7% ante outubro de 2015. Na mesma tendência, o componente Momento para Duráveis subiu 3,4% na comparação mensal e recuou 10,2% na comparação anual. O índice ficou em 46,1 pontos, o pior resultado entre todos os componentes. Confiança no emprego também sobe O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao Emprego Atual é de 30,5% ante 30,3% em setembro

30,5%

outubro

Expectativas Em relação às perspectivas profissionais, houve um aumento tanto na comparação mensal (1,4%) como na anual (+0,8%). Contudo, 46,2% das famílias ainda consideram o cenário negativo para os próximos seis meses. A Perspectiva de Consumo também apresentou melhora e teve a primeira variação anual positiva (de 0,7%) desde agosto de 2014. Em relação ao mês passado, subiu 7,9% e ficou em 62,7 pontos. O item Momento para Duráveis, por exemplo, apresentou aumento de 3,4% na comparação mensal, a terceira variação positiva consecutiva desde fevereiro deste ano. Em relação a 2015, o componente mostrou recuo de 10,2%. O índice segue abaixo da zona de indiferença.

30,3%

setembro Fonte: CNC

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ECONOMIA

Confiança do empresário ganha força Influenciado pela melhora na avaliação das condições correntes, nas expectativas de curto prazo e nas intenções de investimento, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 97,3 pontos em outubro, mês que inicia o trimestre mais importante para o comércio. Na série com ajuste sazonal, houve aumento de 1% em relação a setembro e 18,7% na comparação anual. O índice, no entanto, ainda permanece na zona negativa, abaixo do corte de indiferença, de 100 pontos, refletindo a contínua redução das vendas no varejo. “Há a percepção de que a crise está abrandando, mas a renda das famílias segue restrita com o comprometimento com dívidas, as condições do mercado de trabalho seguem desfavoráveis”, analisa a economista da CNC Izis Ferreira.

Condições atuais melhoram O índice que mede as condições correntes alcançou 57,3 pontos, um crescimento de 2,8% em relação a setembro e 36,9% na comparação anual – a maior variação positiva da série histórica, iniciada em março de 2011. Na comparação mensal, a percepção dos varejistas quanto às condições atuais melhorou em relação à economia (+9%), ao setor (+2,2%) e manteve-se estável no que diz respeito ao desempenho da própria empresa. Contudo, para a maior parte dos comerciantes, 81,9%, a economia piorou em outubro.

-0,5% Fonte: CNC

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O índice referente às expectativas chegou a 148,6 pontos, único a ficar acima da zona de indiferença. O resultado reflete aumento de 1,7% em relação a setembro e 21% ante outubro de 2015. Todos os componentes subiram, tanto na comparação mensal como na anual. Em relação a setembro, as perspectivas de curto prazo cresceram 2,9% para a economia, 1,3% para o setor e 0,9% para o desempenho da empresa. Na comparação com outubro de 2015, o aumento foi de 37,6% para a economia, 19,1% para o comércio e 10,4% para o desempenho da empresa. Para 80,9% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos próximos meses. O componente relativo às condições de investimento registrou 85,9 pontos. Com um crescimento tímido em relação a setembro (0,2%), teve uma elevação de 5,9% em comparação com outubro de 2015.

Estoques represados A avaliação sobre o nível dos estoques piorou em outubro: caiu 0,5% na comparação mensal e 4,2% na anual.

Expectativas e investimentos


ECONOMIA

Menos famílias endividadas A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, em outubro, 57,7% das famílias possuíam algum tipo de dívida entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo, prestação de carro e seguro. O percentual é menor do que o registrado em setembro (58,2%) e há um ano (62,1%), porém 9,4% dos entrevistados afirmaram não ter como pagar as dívidas e, portanto, seguirão inadimplentes. Embora abaixo dos 9,6% do mês passado, o total é superior ao registrado há um ano, quando era de 8,5%. A quantidade dos que relataram ter dívidas em atraso chegou a 23,8%. Apesar de ser abaixo dos 24,6% registrados no mês anterior, o resultado é maior do que os 23,1% referentes a outubro de 2015.

Taxa de juros retém consumo A proporção das famílias que se declararam muito endividadas também diminuiu entre setembro e outubro – de 14,4% para 14,2%. Na comparação anual, houve alta de 0,3 ponto percentual. “As altas taxas de juros e a fragilidade do mercado de trabalho têm limitado o consumo, provocando também a diminuição recente dos níveis de endividamento”, explica o economista da CNC Bruno Fernandes.

62,9 dias

61,6 dias

outubro/2016

outubro/2015

...E atrasados Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 62,9 dias em outubro de 2016 – acima dos 61,6 dias de outubro de 2015.

Comprometidos... Do total das famílias brasileiras, 21% estão com mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas. O cartão de crédito permanece no topo da lista desse tipo de compromisso para 77,1% dos entrevistados. Carnês estão em segundo lugar, com 14,1%, e o financiamento de carro em terceiro, com 10,2%. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de sete meses, sendo que 26,4% delas estão comprometidas com dívidas até três meses, e 33,4%, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu na comparação anual, passando de 30,8% para 29,9%, e 21,0% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

Fonte: CNC

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TURISMO

Ministro do Turismo se reúne com o trade em São Paulo O Conselho Executivo de Viagens e Eventos Corporativos (Cevec), da Fecomércio-SP, recebeu, dia 19 de outubro, na sede da entidade, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, e o secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Laércio Benko, para discutir o setor no País, em encontro com membros do Conselho, diretores e presidentes de associações e empresas do segmento. Na ocasião, Viviânne Martins, presidente do Cevec, apresentou as ações realizadas ao longo de um ano de atuação do Conselho Executivo de Viagens e Eventos Corporativos, além dos temas mais importantes para os segmentos de turismo, viagens e eventos. Para Viviânne, o encontro significa uma grande oportunidade para que seja ampliado o diálogo entre as entidades e o governo.

Imagem: Gustavo Messina/MTur

Presente à reunião, Alexandre Sampaio, presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), reiterou a importância do setor para o desenvolvimento do Brasil. “O ministro demonstra interesse em gerir a pasta em parceria com o trade. É importante termos um ministro com esse perfil, que conhece o Legislativo”, disse Sampaio.

Prioridades Para o ministro do Turismo, o diálogo com o trade é fundamental para a definição do futuro do segmento. “Só assim poderemos enfrentar os desafios que o turismo possui. Estou aberto a conversar com todos os integrantes do trade para o crescimento nacional”, afirmou Marx Beltrão. Uma de suas bandeiras é aprovar a isenção de vistos para Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão, como na Olimpíada Rio 2016, e ainda acrescentar a China, em um teste de um ano para avaliar resultados. A questão dos vistos faz parte de uma agenda legislativa e de interface com os demais ministérios que Marx Beltrão, ele mesmo deputado federal, já iniciou. A revisão da Lei Geral do Turismo (uma proposta feita pela CNC será entregue a ele em novembro) e um novo Plano Nacional de Turismo fazem parte das urgências, assim como reuniões com ministérios ligados à infraestrutura, como o das Cidades. “Precisamos trabalhar em parceria. O setor privado está avançando nas pautas para geração de empregos e renda para o País, mas é fundamental que o governo esteja conosco nessa luta”, finalizou Viviânne Martins.

O ministro Marx Beltrão, Viviânne Martins (Cevec/Fecomércio-SP) e Alexandre Sampaio (Cetur/CNC): alinhamento com o setor privado

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TURISMO

Fecomércio-DF apresenta plano diretor de turismo Imagem: Joel Rodrigues/Fecomércio-DF

A Fecomércio-DF tem foco no desenvolvimento do setor de turismo da capital. O presidente da entidade, Adelmir Santana, entregou, dia 8 de novembro, na sede da Federação, em Brasília, um plano diretor de turismo para o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg. Entre outros pontos, o plano sugere a revitalização dos principais monumentos de Brasília, investimentos na captação de eventos de grande porte nacionais e internacionais, reformas nos espaços culturais, além de serviços turísticos de lazer e aventura às margens do Lago Paranoá. Adelmir explica que a intenção da FecomércioDF é recuperar uma tradição esquecida no Brasil: a prática do planejamento. São ações previstas para serem realizadas até 2026. “Temos a oportunidade de incluir entidades, instituições e empresários com a proposta de colaborar com o turismo local. Queremos criar um turismo com a cara da Capital da República e acessível a todos, além de ajudar o governo com alternativas inovadoras”, afirma Santana. O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, agradeceu à Federação do Comércio a contribuição e disse que a iniciativa da Câmara de Turismo legitima parcerias e oferece a possibilidade de ações conjuntas entre o setor privado e o Estado. “Eu considero extremamente importante essa união proposta pela Fecomércio para que nós possamos ter um plano a ser seguido e que norteie o turismo local. Reconheço que os nossos equipamentos turísticos precisam ser melhorados. Com esse intuito, recebo com muito orgulho esse documento, que será de grande ajuda para o nosso governo”, disse Rollemberg.

À esquerda, o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, recebe de Adelmir Santana o documento elaborado pela Federação

O governador destacou ainda que as parcerias com o setor produtivo trarão grandes ganhos para a sociedade. “Eu não tenho dúvida que o turismo é uma das alternativas mais rápidas e mais baratas que garantem o desenvolvimento sustentável de uma população. Vamos ler esse plano com muita atenção para acompanhar cada passo”, afirmou Rollemberg. O Plano Diretor do Turismo e Hospitalidade 20162026 faz parte de uma solicitação feita pelo governo em reunião do Conselho de Desenvolvimento do Turismo (Condetur). Na oportunidade, o governador solicitou a colaboração da FecomércioDF no sentido de elaborar um documento com todas as discussões que são travadas na área.

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TURISMO

Cetur/CNC debate regulamentação dos jogos no Festuris Gramado A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apoiou e participou da 28ª edição da Feira Internacional de Turismo (Festuris), congresso e feira de negócios, realizado de 3 a 6 de novembro, em Gramado, no Rio Grande do Sul.

A legalização dos jogos e o impacto na atividade turística foi tema de debate realizado dia 5 de novembro, com Alexandre Sampaio; o presidente do Instituto Jogo Legal (IJL), Magnho José Santos de Souza; o presidente da Associação Brasileira de Resorts (ABR), Luigi Rotunno; e o presidente do Sindetur-RS, Paulo Artur Chagas de Queiroz. Para Magnho José, se houver vontade política, com regulamentação em 2016, os

Imagem: Carla Zigon

O presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, Alexandre Sampaio, participou da abertura do evento, que também contou com a presença do ministro do Turismo, Marx Beltrão, e do presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, entre outros.

Regulamentação pode gerar empregos

A partir da esquerda: Paulo Artur, Alexandre Sampaio, Magnho José e Luigi Rotunno debatem a regulamentação dos jogos

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jogos podem ser implantados até maio de 2017. “Com a legalização, vamos atrair mais investimentos, gerar empregos, tributos mensais para o Estado e para o País”, ressaltou. Segundo ele, o Brasil é exportador de jogadores e, com a legalização, os brasileiros poderão ficar no País e os hotéis e resorts vão gerar empregos e renda. “Os cassinos geram 85 novas profissões que não têm em um hotel normal”, salientou Magnho. Alexandre Sampaio disse que os cassinos não têm o poder, por si só, de atrair turistas, mas aumentam o tempo de permanência deles nos destinos e melhoram a taxa de ocupação. “O jogo pode fomentar outros segmentos e tem potencial para girar R$ 50 bilhões anuais. Já é tempo de entender a relevância da legalização no Brasil”, destacou Sampaio. O Sistema CNC-Sesc-Senac, em parceria com a FecomércioPR e a Fecomércio-RS, também marcou presença no evento com um estande na feira de negócios, por onde circularam mais de oito mil profissionais.


TURISMO

Hotelaria cobra regulamentação do Airbnb e similares Aproximação da Embratur com a Airbnb, empresa de serviço de hospedagem negociado pela internet, e o posicionamento do ministro do Turismo, Marx Beltrão, sobre a necessidade de regulamentação da atividade repercutiram na hotelaria nacional, que se une para integrar o debate que pretende estabelecer regras para esse novo mercado. “Não é possível que esses meios alternativos de hospedagem floresçam no Brasil sem um mínimo de parâmetros de regulamentação. As entidades hoteleiras já estão trabalhando com afinco pela normatização. Queremos que a coexistência esteja dentro de padrões legais, que gerem tributos para a municipalidade, ou seja, que as plataformas paguem tributos, como o ISS”, defende o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio. A Federação Nacional de Hotéis e Restaurantes, presidida por Alexandre Sampaio, uniu-se a outras entidades hoteleiras para pedir a regulação imediata da atividade e pretende propor um anteprojeto ao Congresso Nacional. “Tomamos também conhecimento do Projeto de Lei nº 6.136/2016, do deputado federal Thiago Peixoto (PSB-GO), e estamos

estudando o apoio a essa proposta”, completou Sampaio.

Concorrência desleal A chamada economia compartilhada na hospedagem se refere a empresas que disponibilizam plataformas virtuais (sites e aplicativos), com aluguel de quartos e imóveis para pernoite ou temporada em propriedades particulares, entre as mais conhecidas estão Wimdu, Homeaway e Airbnb. Para a hotelaria, existem pontos que estabelecem uma concorrência desleal ao se permitir o funcionamento do novo negócio, sem tributação ou regras. Hotéis cumprem obrigações trabalhistas, normas de segurança, licenças, alvarás e legislação diferenciada por serem imóveis comerciais. Sampaio lembra ainda que a Organização Mundial do Turismo indicou que essas atividades sejam reguladas, estejam de acordo com a legislação de segurança do empreendimento, respeitem a lei do consumidor, recolham impostos, entre outros. “A proteção ao consumidor é uma questão que precisa ser abordada. Como ficam as responsabilidades da empresa dona da plataforma quanto aos serviços ofertados? Se existe intermediação de serviços, é preciso que exista responsabilidade solidária”, conclui Alexandre Sampaio.

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TURISMO

Cetur-TO participa do Seminário Sudeste do Tocantins

“O Tocantins é um estado culturalmente rico e localizado em uma região estratégica, de forma que é possível explorarmos as diversas cidades de acordo com as suas potencialidades e vocações”, afirmou Betelli, que também preside a Abrasel Tocantins. O evento contou com as presenças do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Pedro Ferreira; da vice-governadora do Tocantins, Cláudia Lélis; do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Manoel Pires; do deputado estadual Mauro Carlesse; do superintendente do Sebrae, Omar Hennemann; do presidente da Faet, Paulo Carneiro; e dos prefeitos dos Municípios de Natividade, Albany Nunes Cerqueira, e de Peixe, José Augusto, além de outras autoridades.

Márcia Cristina Alves, que apresentou a palestra O Conselho de Turismo como Instrumento para o Sucesso”.

Comitês turísticos são empossados no Cetur-TO Os Municípios de Almas, Dianópolis, Natividade, Peixe e Rio da Conceição estão representados por meio de seus Comitês de Turismo no Cetur da Fecomércio-TO como membros consultivos. A posse foi realizada durante o seminário, também no dia 28 de outubro. “Estamos muito satisfeitos em receber os comitês já constituídos no Cetur, que foi criado com o intuito de fomentar o trade turístico”, explica o presidente do Conselho e do Sistema Fecomércio-Sesc-SenacTO, Itelvino Pisoni. Imagem: Fecomércio-TO

A cultura, as belezas naturais, a gastronomia e o artesanato de cinco municípios tocantinenses foram destaque no seminário Sudeste do Tocantins – Mostra sua Cara, realizado pelo Sebrae, nos dias 27 e 28 de outubro, na capital, Palmas. Na abertura do evento, o Conselho Empresarial de Turismo da Fecomércio-TO (Cetur) foi representado pelo vicepresidente do grupo, José Ernesto Betelli.

Na abertura, os presentes assistiram a exposições culturais com Juraíldes da Cruz e de grupos representando um pouco da Folia do Divino Espírito Santo. Também foram realizadas apresentações de cases de sucesso dos empresários Antônio Constantino Filho, de Nobres (MT), e Rogério Pereira, de Bonito (MS). Na sexta-feira, dia 28, a programação do evento contou com a participação da assessora técnica do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

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Seminário reuniu lideranças do setor em Palmas


TURISMO Imagem: Fecomércio-ES

Evento em Vitória contou com aproximadamente 300 participantes

Sistema Fecomércio-ES apoia seminário empresarial de Turismo Com o propósito de incentivar o desenvolvimento da cadeia produtiva de Turismo no Estado do Espírito Santo, a capital capixaba recebeu, no dia 18 de outubro, o II Seminário Empresarial de Turismo – Inovações e Tendências –, evento que teve apoio do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-ES e promoção do Sebrae local.

Brasil, que apresentou as estratégias que fizeram da cidade espanhola um dos destinos mais visitados do mundo. Planejamento, coragem de inovar, as singularidades do local e o compromisso com sua população foram alguns pontos que fizeram Barcelona ser considerada uma cidade e um destino turístico criativo.

O presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, e o coordenador da Câmara Empresarial de Turismo (CET-ES) e também diretor regional do Sesc, Gutman Uchôa de Mendonça, participaram da abertura do evento. Na ocasião, o superintendente do Sebrae, José Eugênio Vieira, ressaltou aos participantes que o objetivo da iniciativa é apontar novos conceitos de planejamento e organização da atividade turística.

Na sequência, o case nacional foi Recife-PE, apresentado por Samuel Oliveira, ex-secretário de Turismo da cidade, que expôs várias iniciativas bem-sucedidas que foram possíveis devido à união de todo o trade turístico da capital pernambucana e a percepção da força do turismo pelo gestor público.

José Lino Sepulcri destacou que o Estado vive um momento oportuno para articular estratégias para a sustentabilidade do turismo. “Eventos como este vêm trazer novas ideias e, com isso, potencializar a geração de negócios e estimular o empreendedorismo dos profissionais de turismo”, reforçou Sepulcri. Na palestra principal, foi apresentado o case internacional Barcelona Cidade Criativa, por Pere Muñoz, representante da Barcelona Media Inovação

Já o case regional contou com a apresentação da Região da Costa e da Imigração, área turística do sul do Estado do Espírito Santo que vem inovando na promoção e na comercialização do destino turístico. Algumas estratégias foram a renovação da comunicação visual da região, a utilização de forma profissional das redes sociais, as fotos/vídeos 360° e o uso da realidade virtual para que turistas tenham a sensação de conhecer e interagir virtualmente com os atrativos do local. Demonstrações foram exibidas, como o tour interno pelo Santuário de São José de Anchieta e a experiência de um voo de parapente no município capixaba, Alfredo Chaves.

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Imagem: Christina Bocayuva

Imagem: Christina Bocayuva

NOTAS & FATOS

Defesa do desenvolvimento

Atuação reconhecida

“Qualquer recurso que saia do Sistema S estará sendo retirado de escolas, hospitais, do lazer e da cultura, áreas social e de formação profissional do Brasil.”

“Só é contra o Sistema S, e me refiro a Sesc e Senac, quem não os conhece porque, à medida que conhecem a atuação de Sesc e Senac, percebem o tanto de seriedade, o tanto de serviços prestados ao País.”

sobre projetos de lei que tratam da destinação de recursos ao Sistema S.

Caravana Fecomércio “As prefeituras vão iniciar uma nova gestão e uma parceria com o setor produtivo.” Wilton Malta, presidente da Fecomércio-AL, sobre a Caravana Fecomércio que, junto ao Sesc e ao Senac do Estado, presta orientações aos empresários, comerciários e população de diversos municípios alagoanos. Na foto, Malta com o prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo.

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Adelmir Santana, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-DF, durante reunião de Diretoria da entidade, realizada dia 27 de outubro, no Rio de Janeiro.

Imagem: Fecomércio-AL

Antonio Oliveira Santos, presidente da CNC, durante reunião de Diretoria da entidade,


NOTAS & FATOS

Imagem: Christina Bocayuva

70 anos do Sesc na Câmara “Fiz questão de convidar uma aluna, que usou da palavra dizendo como se sente e qual a importância do Sesc. A fala dela foi curta, de alguns minutos, e ela disse: ‘O Sesc é a continuação da minha casa, o Sesc é a minha vida’.” Laércio Oliveira, presidente da Fecomércio-SE, sobre homenagem da Câmara aos 70 anos do Sesc.

Imagem: Christina Bocayuva

Representatividade fortalecida “As ações de Sesc e Senac e a representatividade que é nossa por dever e por direito têm que estar mais fortalecidas com a representação empresarial.” Luiz Gastão Bittencourt, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-CE, sobre a representatividade do setor, durante reunião de Diretoria.

Imagem: Fecomércio-RN

Contra a pirataria “As questões da pirataria e do contrabando são extremamente complexas e envolvem diversos segmentos da sociedade, além de impactar de várias formas o dia a dia das empresas e da população.” Marcelo Queiroz, presidente da FecomércioRN, sobre o Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade, realizado dia 7 de novembro, em Natal, em parceria com a CNC (leia mais na página 43).

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Instalada Frente Parlamentar em Defesa do Comércio no MT Reivindicação da Fecomércio-MT, a Frente Parlamentar em Defesa do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso teve sua solenidade de lançamento realizada no dia 7 de novembro, na Assembleia Legislativa de Cuiabá. “A Frente é uma vitória para o segmento. Além da iniciativa de implantar localmente o Sistema Renalegis (Rede Nacional de Assessorias Legislativas), da CNC, em que a equipe jurídica da Fecomércio acompanha todos os projetos de lei do Legislativo estadual e municipal que possam afetar o comércio, conseguimos também mobilizar os legisladores para que eles tenham mais atenção às necessidades do comércio matogrossense antes de propor e aprovar leis que possam trazer reflexo para o setor produtivo do Estado”, disse Hermes Martins, presidente da Federação.

Projetos de lei demandam atenção local Um levantamento feito pelo Sistema Renalegis apontou que existem hoje, só no Legislativo estadual, mais de 50 projetos de lei que trazem algum tipo de prejuízo ao setor comercial de Mato Grosso. Propostas que, se aprovadas, podem atravancar o desenvolvimento econômico do Estado. “Por isso, é tão importante a Federação se posicionar e colaborar com os deputados antes da aprovação dessas matérias. Com a Frente Parlamentar, essa aproximação com o Legislativo será maior”, finalizou Hermes Martins.

Imagem: Fecomércio-MT

A criação da Frente Parlamentar ocorreu depois de uma reunião entre Hermes e o superintendente Evaldo Silva com o deputado Oscar Bezerra (PSBMT), em que foi feita solicitação formal com a entrega de um ofício.

“Nosso objetivo é defender o direito dos empresários do comércio. Nós geramos emprego e renda, movimentamos a economia. Quando o comércio vai mal, toda a sociedade sofre. Por isso, nossa expectativa é que os legisladores atuem de modo a favorecer o desenvolvimento do setor, com leis que ajudem a alavancar nossa economia e a atividade”, ressaltou Hermes, que fez questão de frisar que a participação da Fecomércio-MT na Assembleia será bem ativa, fazendo referência ao Sistema Renalegis.

Lançamento da Frente contou com a participação de representantes do comércio, que passará a ter mais voz na Assembleia Legislativa

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Imagem: Divulgação/Fecomércio-RN

Fecomércio-RN debate os prejuízos da pirataria no comércio

Especialistas e representantes de entidades empresariais participam do debate mediado por Marcelo Queiroz

O contrabando e a pirataria no Brasil geram prejuízos acima de R$ 115 bilhões por ano à economia do País e à sociedade. Desse total, cerca de R$ 80 bilhões vêm de 18 segmentos econômicos, como vestuário, cigarros e indústria farmacêutica, por exemplo, e os outros R$ 35 bilhões são decorrentes da sonegação de impostos. Os dados foram apresentados na edição especial do projeto Brasil em Foco, promovido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN) em 7 de novembro, com o apoio da CNC. O presidente do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, destacou a importância dos dados para alertar para os prejuízos decorrentes dessas práticas ilegais. “São perdas para a sociedade brasileira e são produtos que afetam nossa saúde, nossa segurança e prejudicam a competitividade. Uma concorrência ilegal ao nosso comércio e indústria”, afirmou Vismona. Segundo dados do FNCP, os produtos mais pirateados são filmes e músicas; os mais contrabandeados são cigarros; e os mais falsificados são roupas, tênis e óculos. “Há uma estrutura criminosa por trás dos produtos contrabandeados que gera uma fonte de recursos para outros

crimes. Em uma pesquisa no Nordeste, 79% dos entrevistados afirmam que o comércio ilegal estimula a criminalidade. O que queremos deixar claro é que não temos nada contra o comércio popular, e sim contra o comércio ilegal”, disse Edson Vismona. O presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Contrabando e à Falsificação do Congresso Nacional, deputado Efraim Filho (DEM-PB), alertou que o contrabando e a pirataria impedem ainda o empreendedorismo. “É necessário exterminar essas práticas para propiciar um ambiente de negócios favorável para o empreendedor”, disse. O presidente Marcelo Queiroz mediou ainda um debate entre o palestrante Edson Vismona e representantes das diversas entidades envolvidas na questão. O representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria, André Roncatto, afirmou que o evento foi um “choque de conhecimento” aos empresários e poder público presentes, aumentando assim a responsabilidade para o combate. “O comércio legal acaba sendo prejudicado, e a convivência com a ilegalidade gera a falência da sociedade. Os poderes precisam trabalhar integrados e em consonância, criando facilidades e gerando mais resultados”, comentou Roncatto.

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Sesc-ES inaugura escola infantil em Cariacica

Imagem: Divulgação/Fecomércio-ES

O Sistema Fecomércio-ES inaugurou, em 28 de outubro, a Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental para Vida, que faz parte do Complexo de Esporte e Lazer Nair Santos de Oliveira Santos. As instalações ficam no Sesc Cariacica e têm capacidade

Antonio Oliveira Santos e José Lino Sepulcri em visita à escola

para receber até 420 alunos. A estrutura da escola ainda conta com sala de música, ampla biblioteca, piscinas, laboratórios de informática e ciências. A inauguração teve a presença do presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri; do diretor do Departamento Nacional do Sesc, Carlos Artexes Simões; do diretor regional do Sesc, Gutman Uchôa de Mendonça; e do secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha. Em 1° de novembro, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, visitou as instalações. “É muito importante instruir desde cedo o indivíduo com um ensino de qualidade, oferecendo, além de estrutura física, professores altamente qualificados, com didática para estimular o conhecimento”, ressaltou.

Fecomércio-RS inaugura Impostômetro na capital gaúcha

“Tudo que é pago pelas pessoas e empresas deveria ser revertido na prestação de bons serviços públicos, mas, ao

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contrário disso, o que vemos é o crescimento da situação caótica dos serviços que são fornecidos pelo Estado, como saúde, educação e segurança pública, por exemplo”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. O Impostômetro também está disponível no site da Fecomércio-RS (http:// impostometro.fecomercio-rs. org.br/), que também mostra a tributação paga apenas pelos contribuintes gaúchos.

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Imagem: João Alves

A Fecomércio-RS lançou, em 3 de novembro, o Impostômetro, painel que contabiliza, a cada segundo, quanto os brasileiros já pagaram de tributos ao longo do ano. O painel gigante, iluminado por LEDs, tem 4,1 metros de largura por 2,6 metros de altura e está localizado no alto do prédio da Federação gaúcha.

Painel do Impostômetro no alto do prédio da Fecomércio-RS, em Porto Alegre


COMÉRCIO EM AÇÃO

Senac promove gastronomia amazonense no Rio de Janeiro

O almoço inaugural da Semana, realizado dia 26 de outubro, contou com a presença do presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos; do vicepresidente da Confederação e presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac do Amazonas, José Roberto Tadros; do diretor-geral do Departamento Nacional do Senac, Sidney Cunha; e da chefe do Gabinete da Presidência da Confederação, Lenoura Schmidt; entre outros.

com um dos segmentos mais tradicionais da instituição. Também participaram do encontro a diretora regional do Senac-AM, Silvana Maria Ferreira de Carvalho; a diretora regional do Sesc-AM, Simone de Souza Guimarães, e o diretor de Operações Compartilhadas, José Carlos Cirilo, entre outros gestores e técnicos da instituição. Os responsáveis pela preparação do cardápio e pelo almoço foram o chef Michel Brito, docente do curso de Cozinha do Senac no Amazonas, seu assistente Adams Bacellar e a nutricionista Patrícia Werner. No bufê, delícias como o arroz com tucumã e queijo coalho, a costela de tambaqui no tucupi, o escondidinho de

pirarucu fresco, entre outras iguarias do Estado.

Semanas de Gastronomia Conquistar paladares, disseminar conhecimentos, aprimorar profissionais e alunos são os principais objetivos das Semanas de Gastronomia Regional, promovidas desde 2013 pelo Departamento Nacional do Senac nas empresas pedagógicas que integram o Senac Gastronomia. No Restaurante Downtown do Rio de Janeiro, a Semana de Gastronomia Regional é realizada desde 2015; até hoje, já foram apresentadas ao público as culinárias do Espírito Santo, da Bahia, de Santa Catarina, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Maranhão. Imagem: Carolina Braga/CNC

Os cariocas tiveram a chance de conhecer a riqueza da culinária amazonense durante a Semana de Gastronomia Regional do Amazonas, realizada nos dias 26 e 27 de outubro, no RestauranteEscola Senac Downtown do Rio de Janeiro.

“Comemoramos, nesse encontro de cultura e arte, os cheiros e sabores e a qualificação de milhares de profissionais de hospitalidade ao longo de sete décadas, do norte ao sul do País”, afirmou o presidente da Fecomércio-AM, José Roberto Tadros, ao destacar que o evento era uma oportunidade de celebrar os 70 anos do Senac O Senac Downtown ofereceu aos cariocas cardápio especial com os sabores do Amazonas

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COMÉRCIO EM AÇÃO

Desenvolvimento do comércio na Amazônia Legal em pauta A Federação do Comércio do Estado do Acre (Fecomércio-AC) sediou, entre 20 e 22 de outubro, o XXIV Fórum da Amazônia Legal, encontro que debateu os assuntos relevantes para o desenvolvimento do comércio da região amazônica. Participaram presidentes das Federações do Comércio e dirigentes do Sesc e do Senac dos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins. O fórum foi instituído para fortalecer as entidades e promover uma aproximação ainda maior entre as instituições. A intenção é adequar as formas de atuação e facilitar parcerias. Esta é a segunda vez que o Acre é escolhido como sede do evento.

Domingos ressaltou, ainda, a importância de abordar a conjuntura nacional para que os Estados possam se readequar aos novos tempos. “Além do mais, temos uma motivação muito boa que é aproximar mais, formar grupos em defesa da Amazônia, de modo que ela seja vista com bons olhos. A união de todos faz com que possamos viabilizar ainda mais recursos para a nossa região”, disse o presidente da Fecomércio-AC.

As economias se assemelham O presidente da Fecomércio-AM e do Fórum da Amazônia Legal, José Roberto Tadros, reitera o momento o qual passa a Amazônia. “As economias se assemelham grandemente, e o descaso com a região é idêntico a todos os Estados componentes. A Amazônia sempre foi deixada em segundo plano e, em nível de Federação, nos reunimos com um objetivo não particularizado, mas com uma visão macro. Representamos um território de forma

Imagem: Divulgação/Fecomércio-AC

Para o presidente da Fecomércio-AC, Leandro Domingos, o que enobrece o fórum é o nível de participação. “Este é um dos encontros com o maior número de estados participantes, com presidentes, superintendentes e assessores jurídicos das instituições. São aproximadamente 90

pessoas integrando este momento para discutir os problemas que afligem os setores”, afirmou.

Ao microfone, José Roberto Tadros, presidente do Fórum da Amazônia Legal, realiza a abertura do evento ao lado de dirigentes de federações

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COMÉRCIO EM AÇÃO Imagem: Divulgação/Fecomércio-AC

Agraciados com a Ordem do Mérito Comercial do Acre, do Amazonas e da Amazônia

integral que corresponde a 2/3 do Brasil. Precisamos ser vistos e reivindicar melhorias para a região”, disse Tadros.

Fim do ICMS antecipado Em um dos debates, os presidentes das federações do comércio abordaram o fim da cobrança antecipada do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que pode tornar mais justa a coleta do imposto. “Como o nome já diz, é um imposto que você paga pela circulação do produto. E, se não circula, forma-se uma anemia profunda que acaba adoecendo o comércio que está com o produto na prateleira”, defendeu José Roberto Tadros, da Fecomércio-AM. A ideia é que o fim do ICMS antecipado seja feito através de uma nova modalidade, em que o imposto possa ser quitado no prazo de 180 dias. Tadros ainda sugere que seja obedecido um rodízio de estoque, variando para cada ramo de atuação. E, desta forma, “evitar o massacre do comércio diante do sistema de tributação atual”, completou.

Perspectivas econômicas Na reunião dos superintendentes das federações da região, os debates foram centrados na perspectiva econômica para 2017. O superintendente da Fecomércio-AC, Aurélio Cruz, comentou acerca

de fatores que poderiam interferir na economia regional, como a depreciação do câmbio e o salário mínimo. “Há questões que podem atrapalhar a economia regional, como as condições monetárias apertadas e as perdas no grau de investimento. Além disso, elencamos os juros altos, que retraem o consumo em todos os setores”, avaliou. Ele lembrou também que, apesar dos índices de desemprego, o momento de instabilidade financeira seria pelo perfil do consumidor. “Temos que debater estratégias e perceber que o perfil do consumidor de 2015 não é o mesmo de 2016. O empresário precisa perceber, neste momento de crise, que há novas oportunidades de se fazer comércio”, finalizou Cruz.

Ordem do Mérito Na noite do dia 20 de outubro, foi realizada a entrega da Ordem do Mérito Comercial do Acre, do Amazonas e da Amazônia, honraria dada a personalidades que se destacaram nos setores empresarial, cultural, científico, político, religioso e social da Amazônia. Os presidentes da Fecomércio do Ceará, Luiz Gastão Bittencourt, do Pará, Sebastião Campos, e do Tocantins, Itelvino Pisoni, foram homenageados com a Ordem do Mérito da Amazônia. Já Leandro Domingos, da Fecomércio do Acre, e o governador do Estado, Tião Viana, receberam a comenda da Ordem do Mérito Comercial do Amazonas.

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COMÉRCIO EM AÇÃO Imagem: Divulgação/Senac-CE

Participantes exibem as bandeiras de seus estados na abertura das competições

Competições Senac celebram aniversário da instituição No ano em que completa os seus 70 anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) promove a primeira edição das Competições Senac de Educação Profissional. O torneio testa as habilidades e os conhecimentos de estudantes do Senac de todo o Brasil em quatro ocupações: Serviço de Restaurante, Cozinha, Cabeleireiro e Cuidado de Saúde e Apoio Social. Os competidores são 35 jovens com menos de 21 anos, provenientes de 16 estados (AL, AM, BA, CE, DF, ES, MA, PA, PB, PE, PR, RN, RR, RS, SC e SE). As provas, elaboradas por docentes da instituição, simulam situações reais de

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trabalho nessas ocupações, revelando a excelência do projeto pedagógico do Senac. A primeira competição, na modalidade Cabeleireiro, foi realizada entre os dias 7 e 11 de novembro, no Ceará, o primeiro estado a receber as competições. Para a realização das provas, foi reservada uma área de 1.700 m² no Shopping RioMar Fortaleza, com arena de provas, pódios, salas para competidores e avaliadores, além de salas de coordenação do evento, VIP e de imprensa. A abertura foi realizada por Maurício Filizola, presidente em exercício da FecomércioCE. “Quem faz parte do Senac

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sabe o quanto esta casa é valiosa”, disse. Participaram das provas Bruna Santos de Sousa (CE), Jackeline Campos Passinho (PA), Leonardo de Oliveira Câmara (PB), Ivinny Vieira Barbosa dos Santos (PE), Alaniele Vitória dos Santos de Figueiredo (RR), Sara Ohana da Costa Moreira (SC), Jeisiane Matos Santos (SE) e a vencedora, Vitória Guimarães (RS). As etapas seguintes serão no Rio Grande do Sul (na ocupação Cuidado de Saúde e Apoio Social, de 21 a 25 de novembro), no Espírito Santo (Serviço de Restaurante, de 28 de novembro a 2 de dezembro) e Santa Catarina (Cozinha, de 4 a 8 de dezembro).


Imagem: REUTERS/Mike Segar

HISTÓRIA EM IMAGEM

Surpresa! A eleição do empresário Donald Trump, candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de 2016, vai entrar para a história como o resultado surpreendente (pelo menos para uma boa parte dos que acompanharam o processo no país e em todo o mundo) de uma das mais polarizadas e agressivas disputas políticas americanas. Hilary Clinton, a adversária democrata, era a favorita dos mercados, e o movimento das bolsas e do câmbio em todo o mundo no dia seguinte às eleições é a melhor prova disso. A volatilidade em um cenário de incertezas jogou as ações para baixo e o dólar para cima. Apesar das polêmicas promessas, como a adoção de políticas protecionistas, os primeiros discursos de Trump foram na direção do entendimento e de um chamado à união de um país dividido. O mundo e metade dos americanos ainda estão se acostumando com a ideia de ter o empresário nova-iorquino à frente da maior potência econômica, militar e cultural do planeta.


Jéssica Ramalho Aluna de Extensão Universitária em Gestão das Organizações Hospitalares.

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