FICHA TÉCNICA EDIÇÃO: Edições Vírgula
® (chancela Sítio do Livro) de Silêncio AUTORA: Teresa de Figueiroa Rego TÍTULO: Horas
REVISÃO: Cecília Gil CAPA: Miguel Pratas PAGINAÇÃO: Paulo S. Resende 1.ª EDIÇÃO Lisboa, Maio 2014 ISBN: 978-989-8678-67-6 DEPÓSITO LEGAL: 375012/14
© TERESA DE FIGUEIROA REGO PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
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Teresa de Figueiroa Rego
A Todos aqueles que tiveram o dom de me inspirar.
PREFÁCIO
Um livro espelha inconscientemente o nosso consciente mais profundo. A essência das palavras ilustra o que pensamos, o que sentimos. De forma singular, o mundo exterior invade-nos em todas as suas dimensões e transforma-nos, quer pelas pessoas com quem privamos, quer pelas circunstâncias do quotidiano. Por isso, a escrita é sempre um reflexo autobiográfico, sobretudo na poesia, em que os versos possibilitam interpretações tão diversas, mediante o entendimento do leitor. A vida traduz-se num conjunto complexo de memórias, conquistas e dissabores, que se emaranham na mente alterando o nosso estado de espírito. Num ímpeto, por vezes nostálgico, o silêncio convida ao ensejo da escrita. Num segundo livro está patente uma nova escrita, ainda que mantendo o tom lírico. Os versos livres permitem uma conjugação diferente das palavras e da mensagem transmitida. A autora, enquanto Mãe e Mulher, concretizou mais uma vez, uma obra de elevada sensibilidade e olhar astuto sobre os ínfimos pormenores do universo que nos rodeia. Lisboa, Maio de 2014 Catarina de Figueiroa Rego
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HORAS DE SILÊNCIO
RECORDAÇÃO É bom ser criança, Abrir os olhos e nada ver. E, no reciclar da preguiça, Soltar os fantasmas da imaginação, Ouvir histórias que ficam na memória. E, num labirinto de incertezas, Nos caminhos do acaso, A transparência afectiva de quem não está só!
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TERESA DE FIGUEIROA REGO
PEDAÇOS Passo as faixas musicais No tocar da minha mente. Aglomero imagens de uma forma instantânea. O Passado, que já vivi, o Presente e o Futuro que antecipo É um desencadear de emoções. Uma visão pessoal que se suspende Numa consciência que só desliga quando adormece!
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HORAS DE SILÊNCIO
? Era uma criança de olhar triste, colonizado pela bondade. Buscava respostas para acalmar a sua mente. Porquê ser Presente e viver no Futuro? Vivia na montanha sem saber como se escala A boneca de pano, que pacientemente a ouvia, essa sim tinha sorte. No seu rosto, o sorriso imutável De quem existe, mas que não tem dúvidas.
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TERESA DE FIGUEIROA REGO
PARA SEMPRE Era dia de festa, em todos os recantos flores Que, decorando, exalavam um suave perfume. Ela, apesar da sua provecta idade, observava a energia que rodopiava à sua volta. Tudo se repetia, pensava, já era assim antigamente. Hoje era o seu aniversário e ele tinha vindo. Impávido e sereno namoriscava-a com as palavras. Comovida, as suas mãos trémulas buscaram o lenço para acudir à lágrima que teimou em cair. Afinal, passaram tantos anos, mas ele seria sempre o seu grande AMOR!
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HORAS DE SILÊNCIO
DE NOVO Quando nada há para dizer, Será um recomeço. Ficam para trás as convicções enferrujadas, Os caminhos inéditos, o tempo gasto com desperdício, A realidade, que ultrapassa o sonho na magia da vida Em que o desgastar lembranças é martírio.
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TERESA DE FIGUEIROA REGO
SEMPRE O sorriso, que cúmplice me segreda, Numa expressão com alma de poeta, Lembra-me que tenho gargalhadas no bolso E aventuras na pele, Mas que só te posso ver sorrir.