POEMAS BREJEIROS
Luiz Cruz
POEMAS BREJEIROS
FICHA TÉCNICA EDIÇÃO:
Luiz Cruz Poemas brejeiros AUTOR: Luiz Cruz TÍTULO:
PAGINAÇÃO:
Paulo Resende IMAGEM DA CAPA: Luiz Cruz ARRANJO GRÁFICO CAPA: Patrícia Andrade 1.ª
EDIÇÃO
LISBOA,
Setembro 2012
IMPRESSÃO E ACABAMENTO:
Agapex
ISBN:
978-989-20-3265-8 DEPÓSITO LEGAL: 348320/12
© LUIZ CRUZ PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
Sítio do Livro, Lda. Lg. Machado de Assis, lote 2, porta C — 1700-116 Lisboa www.sitiodolivro.pt
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ÍNDICE Agradecimentos Prefácio O sonho da Josefina O canito castanho O canário da tia Dama de vermelho Coelhinho Amigo Fortunato Cana de pesca A égua do homem Vida de campino Pão com chouriço Pastor de patas Amaral tacheiro Cachopa Teresa Bacalhau à Brás Lua-de-mel Com quantos ligeiros se faz um piquenique O que aconteceu em Abril? A candeia O sapo no sapato do Manuel Regalo para o leitor: O Jiquitaia
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Agradecimentos Agradeço por ter filhos fantásticos: _Mário Augusto (Guto) que deu-me uma nora muito especial, a Nair, uma criatura encantadora, e o Gabriel Augusto (Gabi), é o meu primeiro neto que cresce viçoso e alegre com o cuidado extremoso dos pais; _Danielle Christine (Dani) que cuida do meu não menos viçoso e feliz Felipe (Lipe), meu segundo neto e por ter trazido ao nosso convívio o André; _Caroline Rachel (Carol) que deu-me os netos Alexander Augusto (Alex) e Scott Augusto. Dois inglesinhos tão bonitos e alegres como os primos. A Carol forma um par muito especial com o Peter; _Ester Maria, uma pré adolescente alegre, carinhosa e que dedica-se com louvor aos estudos. Esse património emocional que consegui não há dinheiro que pague e por esta razão considero-me o mais afortunado dos homens. Luiz Cruz 11
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Prefácio Os poemas que aqui escrevo são oriundos daquelas tempestades cerebrais em que, num átimo, eu escrevo em avalanche. Fui criado a ouvir fados e ranchos folclóricos portugueses . Na juventude, eu só ouvia rádio duas vezes ao dia: pela manhã e pela tarde, horas em que todas as rádios tinham programas com músicas sertanejas (música da preferência dos agricultores). Esse tipo de música, que está a desaparecer, lembra muito as músicas dos ranchos folclóricos portugueses. Quando ouço música sertaneja gaúcha (Rio Grande do Sul) percebo uma incrível semelhança com a música Transmontana e da Galiza. Acho incrível o fado desgarrado e os poemas com frases de “duplo sentido”: é uma maneira de se descontrair e falar de coisas que, por mais modernos que sejamos, não temos a naturalidade para abordar, como assuntos relacionados à nossa vida sexual. Finalizando, esses poemas induzem as pessoas a descontrair e a aceitarem-se 13
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mais umas às outras. Torres Novas, 26 de Fevereiro de 2012. Em tempo, se alguém se interessar por dar música aos meus poemas, aceito parcerias. Contacte-me para o email: luizcruz_europa@msn.com Luiz Cruz
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O sonho da Josefina
Numa festa de pijamas A Josefina disse à luz do luar Que sonhava como modelo brilhar. A Cristina, um belo borracho, Logo lhe fez uns belos cachos Aos cabelos. A Andreia, cuidadosa com a imagem, Despachou uma nova maquilhagem. A Elisabete lembrou-se da dieta: Coma croquetes de caracoletas E salada de pepino aos tomates. A mãe da Josefina, Uma mulher esperta: Assim é que não, Vais inchar como um pão. Se queres ser um feijão-verde É melhor ficares pelos esparguetes Com molho de tomates.
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O canito castanho Minha vizinha Filó Criava uma bicharada A pão-de-ló. Castanho, o canito peludo, Tomava banho de champô, Era penteado e perfumado. O canário piava o dia todo. O gato dormia no sofá. O peixe nadava no aquário. A pomba arrulhava no telhado. A galinha ciscava no quintal. A cabra pulava a cerca. A ovelha fazia mééé. A porca comia. O burro zurrava. O cavalo escoiceava. Chegou a época da Filó ir para a faculdade. O pai da Filó Ficou com um grande inquietação. O canário, você não leva não. Ele vai cantar o dia todo E os rapazes vão pegar o seu passarinho. Acho melhor levar o castanho, Ele é maiorzito, mas vai passar despercebido. 17
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À noite quando você chegar Pode dar-lhe banho, Penteá-lo, perfumá-lo E levá-lo para a cama Para dormir bem agasalhado. E para o sono chegar Vá-lhe fazendo muitas festinhas.
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