Conquista, antiguidade e nobreza da mui insigne e ínclita cidade de Coimbra

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Terceira e Quarta Parte de Leaõ, Galliza, e Cantabria; Quinta e Sexta Parte do Reyno de Castella, Setima e Oitava Parte dos Reynos de Aragaõ, e Navarra; De los linages de Galicia; Clarissima, e nobilissima Arvore da Illustrissima Casa dos Condes de Linhares; C

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Antiguedades de Braga; Casa de Castro.

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ANTÓNIO LOURENÇO CAMINHA Cavaleiro da Ordem de S. Tiago, professor de Retórica e Poética, primeiro na vila de Ourique, e depois em Lisboa, onde obteve de D. João VI a nomeação como Oficial da Biblioteca Pública. Publicou, em nome próprio, dois volumes de Obras Poéticas, e numerosos opúsculos. Entre 1791 e 1821 dedicou-se à publicação de Inéditos de Autores Portugueses, obtendo de D. Maria I um Privilégio de exclusividade da edição, e angariando uma nutrida lista de assinantes. Além da Conquista de Coimbra, editou as Ordenações da Índia, de D. Manuel I, e textos de António de Abreu, Aires Teles de Menezes, Diogo do Couto, Duarte Ribeiro de Macedo, Estêvão Rodrigues de Castro, Francisco Galvão, D. Jerónimo Osório, D. Luís da Cunha, Manuel Godinho de Herédia, Pedro da Costa Perestrelo e outros anónimos. Faleceu em 1831.

“O Precioso Monumento (que a pezar da verocidade do tempo, que tudo consome, e aniquila, hoje damos ao Público do insigne Jurisconsulto Antonio Coelho Gasco): os Sábios da Nação por quem foi visto, e admirado, o reputão por hum daquelles nobres escritos que a idade aurea da nossa litteratura produzio, e por esta causa nos não podemos dispensar de o fazer communicavel ao Público instruido pelo beneficio do Prélo. Precisariamos de hum longo e prolixo Discurso Preliminar, se entrassemos no projecto de analysar o improbo trabalho, e canceira desta laboriosa composição, producto feliz deste grande Genio Lusitano; porque são tantos os exames de pedras sepulchraes, de apagados pergaminhos, e de outras muitas Antiguidades de Portugal, e Hespanha, que o Leitor comprehende de huma vez, que Gasco em nada fica inferior aos Aldretes, Gloriveus del Campo, Moralles, e dos nossos, Estaços, Marinhos, Resendes, Oliveiras, e Ruys de Pina, famosos Escavadores de mil Antiguidades, com que tanto se nos augmentárão os Monumentos litterarios. Cuidámos, quanto em nós esteve, de conservar em tudo a sua antiga, e primitiva pureza de estylo, pensamentos, e frase nobre, e genuina.” ANTÓNIO LOURENÇO CAMINHA “De António Coelho Gasco, escreveu JÚLIO DE CASTILHO: «é um erudito á moda do sec. XVII, em cujos escriptos, pausada e consciosamente elaborados, se entremeia já, por entre farragem mal criticada, muita e preciosa observação pessoal. Gosto d’elle por isso; viu, copiou, cotejou com paciência. Raro predicado!” A mesma opinião perdurará no espírito daqueles que se devotaram, algum dia, à leitura das páginas do antiquário seiscentista, onde perpassa uma frescura que denota um espírito curioso e ávido de novos conhecimentos, um desejo constante de cativar a atenção pela novidade, – se bem que as longas tiradas de erudição nos denunciam ainda, por outro lado, um escritor formado na escola clássica.” ANTÓNIO CRUZ

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António Coelho Gasco

Primeira, e Segunda Parte da Nobreza de Espanha em que se contem a origem, e descendentes dos Reys de Portugal, e os Titulos, e Fidalgos delle;

CONQUISTA, ANTIGUIDADE E NOBREZA DA MUI INSIGNE E ÍNCLITA CIDADE DE COIMBRA

Permaneceram inéditos diversos outros manuscritos seus, havendo referências aos seguintes:

“ANTONIO COELHO GASCO (…) Igualmente foy illustre por geraçaõ, que pelo estudo da Jurisprudencia de que deu claros argumentos da sua natural viveza na Universidade de Coimbra. Depois de ter com summa inteireza administrado alguns lugares no Reyno navegou para o Maranhaõ a ser Auditor Geral no Graõ Pará cujo ministerio ao tempo que o exercitava com prudencia, e justiça sendo digno de mayor duraçaõ o naõ acabou impedido pela morte no anno de 1666. Foy naturalmente inclinado ao Estudo da genealogia naõ podendo divirtillo desta applicaçaõ as continuas occupaçoens dos lugares juridicos, que administrou, antes parece impossivel que escrevesse tantos livros Genealogicos quem consumia a mayor parte do tempo no exercicio de outra faculdade totalmente opposta a esta de que deixou tantos argumentos da sua erudiçaõ historica.” DIOGO BARBOSA MACHADO

ANTÓNIO COELHO GASCO Nasceu em Lisboa, em data indeterminada, cerca de 1595. Era filho de Gaspar Coelho Gasco, Cavaleiro professo da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real. Em 15 de julho de 1617 concluiu a formatura na Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra. Desempenhou funções na magistratura e na administração pública, designadamente como juiz dos órfãos em Lisboa e em Freixo de Espada à Cinta, vila onde também foi juiz de fora e capitão-mór. Foi nomeado, em 1652, Auditor Geral no Estado do Grão Pará e Maranhão, onde faleceu em 1666. Durante a sua permanência no Pará e Maranhão, teve intervenção nas convulsões originadas pela questão da escravidão dos índios, com confrontos entre a Missão da Companhia de Jesus, liderada pelo Padre António Vieira, por um lado, e os senhores dos engenhos, restantes colonos e outras congregações religiosas, por outro. Desde muito cedo manifestou especial interesse pelos estudos históricos, em especial pela genealogia (sendo considerado a maior autoridade do seu tempo nesta matéria), epigrafia, heráldica e numismática, percorrendo o país a examinar e copiar pergaminhos, crónicas e livros de linhagens, visitar monumentos e decifrar e transcrever inscrições epigráficas. Quando partiu para o Maranhão deixou em poder de um seu particular amigo diversos manuscritos, dos quais viriam a ser editados: Conquista, Antiguidade e Nobreza da mui insigne e inclita cidade de Coimbra, por António Lourenço Caminha, Lisboa, 1.ª edição, 1805; 2.ª edição, 1807; Primeira parte das Antiguidades da Muy Nobre Cidade de Lisboa Imporio do Mundo, e Princeza do Mar Occeano, publicado no Archivo Bibliographico da Bibliotheca da Universidade, Coimbra, vols. IX (1909), X (1910), XI (1911) e XII (1912), reunido em separata na série Inéditos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (1924), com uma introdução de Augusto Mendes Simões de Castro; e Antiquário Discurso Dedicado ao Ill.mo e R.mo S.or D. Rodrigo da Cunha, Arcebp.o de Braga, S.or della, Primas das Hespanhas, e Elleito Metropolitano de Lisboa, no Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, vol. XII, 1935, com introdução de António Cruz.


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