23 de maio

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“zÉ rato”

OBRAS PUBLICADAS:

23 de maio dia da unidade e dos paraquedistas

Manual de Calcetaria; Escola das Profissões e do Desporto da Amadora; 2004 Maria dos Remédios - Poesia; Edição de Autor; 2006 Dália; Edição de Autor; 2006

23 de maio | dia da unidade e dos paraquedistas

Sofrer para Vencer - Conto; Edição de Autor; 2006

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“a mÃe que nos pariu segunda vez” www.sitiodolivro.pt

“zÉ rato”

O objetivo deste livro não é falar sobre a criação das Tropas Paraquedistas e dos seus pioneiros, mas falar sim em todos, de todos os tempos e, o que estas representam, porque se são reconhecidas hoje, é porque todos, no passado e no presente, as souberam honrar, dignificar e defender. Não se pretende individualizar, nem massacrar na leitura, mas sim, com poucas palavras e fotos, mostrar a nossa realidade, que sempre foi a de união. Tudo é muito simples, pois todos entendemos, e este livro é apenas para recordar o que nos une. O dia 23 de maio é o dia da confraternização de todos os “ex” e atuais paraquedistas. É ali, em Tancos, na Escola das Tropas Paraquedistas, que tem como lema: «Que Nunca por Vencidos se Conheçam», que se matam as saudades e se relembra os bons e maus momentos vividos. Para uns já se passaram décadas, anos, meses e dias, para outros é o começo, mas pouco importa, pois todos sabemos onde é «a casa da mãe que nos pariu segunda vez». Se durante décadas estivemos unidos, o dia 23 de maio é a prova de que gostamos de estar sempre unidos, somos unos, porque queremos conviver e reviver com aqueles que sabem sofrer e vencer, em prol da dignidade humana.



23 de maio

dia da Unidade e dos

Paraquedistas por ZĂŠ Rato


EDIÇÃO: edições ex-Libris® (Chancela Sítio do Livro) TÍTULO: 23 de maio - Dia da Unidade e dos Paraquedistas (A Mãe que nos pariu segunda vez) AUTOR: “Zé Rato” REVISÃO: Liliana Simões CAPA: Ângela Espinha PAGINAÇÃO: Susana Soares 1.ª EDIÇÃO Lisboa, outubro 2018 ISBN: 978-989-8867-45-2 DEPÓSITO LEGAL: 444771/18 © António Pinheiro

PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO:

www.sitiodolivro.pt


23 de maio dia da Unidade e dos Paraquedistas

(A Mãe que nos pariu segunda vez) “Zé Rato”



INTRODUÇÃO O objetivo deste livro não é falar sobre a criação das Tropas Paraquedistas e dos seus pioneiros, mas falar sim em todos, de todos os tempos e, o que estas representam, porque se são reconhecidas hoje, é porque todos, no passado e no presente, as souberam honrar, dignificar e defender. Sabemos que os novos paraquedistas também são a continuidade da honra e disciplina, da compreensão e orgulho, dos que como eles sofreram e lutaram, para serem sempre melhores. Se hoje nos juntamos por um ideal é porque algo ficou em nós. Ninguém volta onde é maltratado, volta sim porque tem saudades, até mesmo do sofrimento, que é reconhecido e que não foi em vão. Não se pretende individualizar, nem massacrar na leitura, mas sim, com poucas palavras e fotos, mostrar a nossa realidade, que sempre foi a de união. Tudo é muito simples, pois todos entendemos, e este livro é apenas para recordar o que nos une. O dia 23 de maio é o dia da confraternização de todos os “ex” e atuais paraquedistas. É ali, em Tancos, na Escola das Tropas Paraquedistas, que tem como lema: «Que Nunca por Vencidos se Conheçam», que se matam as saudades e se relembra os bons e maus momentos vividos. Para uns já se passaram décadas, anos, meses e dias, para outros é o começo, mas pouco importa, pois todos sabemos onde é «a casa da mãe que nos pariu segunda vez». Se durante décadas estivemos unidos, o dia 23 de maio é a prova de que gostamos de estar sempre unidos, somos unos, porque queremos conviver e reviver com aqueles que sabem sofrer e vencer, em prol da dignidade humana. 7



Imagem 1 › Monumento paraquedista de tributo aos mortos em combate (alcunhado por «Zé Rato»). Quando um militar passa ao lado deste, deve cumprimentar com a continência.



I É no dia 23 de maio que a Base Escola das Tropas Paraquedistas, situada no Polígono de Tancos, celebra o seu dia da unidade. Desde Bragança ao Algarve, Ilha da Madeira e Ilhas dos Açores, todos nós queremos estar presentes e ver os novos paraquedistas. Queremos ver a continuação da obra de que todos nos orgulhamos e que desejamos que continue, para bem do país. Neste dia, «sagrado para nós», é quando os mais velhos e os mais novos se juntam, convivem, recordam e se respeitam, uns de anos anteriores, outros deste dia, como se de uma só família se tratasse. Somos assim. Acompanhados pelos filhos, netos, mulheres e outros familiares e amigos, confraterniza-se e apresentam-se camaradas dos bons e dos maus momentos passados. Já começa a ser uma «obrigação abençoada», a presença de todos. Muitos grupos chegam no dia anterior; associações de vários pontos do país; grupos que vêm de Bragança ao Algarve, da Madeira, dos Açores; e os que imigraram, mas não esquecem onde passaram parte da vida. Ali, pelo campo de instrução, aproveitando a sombra das árvores, preparam o local onde ficaram em anos anteriores, e, assim, passam a noite em sã convivência. Pela manhã bem cedo, vão chegando outros grupos, e a partir das oito horas da manhã, os autocarros, que vêm exclusivamente para esta grande festa, vão-se acomodando no estacionamento. Viaturas particulares vão-se amontoando por todo o espaço da Base, onde se faz a instrução. Já é uma «obrigação abençoada», a presença neste dia tão memorável. Pelas dez horas inicia-se a parada militar, onde a maior parte dos visitantes e familiares se concentra. O início do desfile é pe11


las dez horas e trinta minutos. Segue-se a demonstração do curso de Paraquedismo com monitores e instruendos; fazem-se saltos automáticos e manuais; confraterniza-se pelas ruas da Base; encontram-se velhos e novos camaradas; fala-se das aventuras, dos bons e dos maus momentos. Quem quer almoçar no refeitório da Base, compra uma senha a um preço simbólico, e a partir das doze horas inicia-se a entrada para o almoço. A maior parte já vem com tudo preparado, e fazem-se assados, em grupo, por todo o campo de instrução. Há quem simplifique e faça uma refeição muito simples: uns pastéis de bacalhau, uma latinha de atum, cebola, tomate, pão e vinho, e se junte a outros grupos para conviverem. Seguem-se fotos, com legenda, de pontos conhecidos de todos, mas que nos fazem recordar, e há quem diga - recordar é viver.

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Imagem 2 › Nas primeiras horas da manhã, os visitantes vão alinhando os automóveis no campo de instrução.

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Imagem 3 › O parque de estacionamento é no campo de instrução exterior aos edifícios da base. Os que chegam mais tarde estacionam na estrada, porque já não têm onde estacionar no campo de instrução. 14


Imagem 4 › Aguarda-se a hora de abertura do portão, para a zona privada dos festejos.

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Imagem 5 › Os grupos reveem a base escola e tentam encontrar outros camaradas.

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Imagem 6 › (em cima) - Os cães de guerra, e os seus tratadores, avançam para o desfile. Imagem 7 › (em baixo) - Aguarda-se o início dos festejos.


Imagem 8 › Os visitantes procuram lugares onde têm mais visibilidade para assistir ao desfile.

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Imagem 9 › Discurso de várias individualidades, antes do início do desfile.

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Imagem 10 › Desfile da tropa paraquedista e convidados de outras forças militares.

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Imagem 11 › (em cima) - Monitores prontos para iniciar a instrução. Imagem 12 › (em baixo) - Instruendos na revista para iniciar a instrução do curso de paraquedismo. 21



II O dia 23 de maio é o dia de todos aqueles que, com orgulho, cantam quando algo lhes toca a alma, e isso foi, sem dúvida, o de terem sido paraquedistas e de cobrirem a cabeça com uma «Boina Verde», que custou sangue, suor e lágrimas. É, sem dúvida, o dia em que os paraquedistas de Portugal se unem de Norte a Sul (talvez em todo o mundo não haja igual) e, em sã «camaradagem», recordam os bons e os maus momentos, onde os que morreram em guerra, ou posteriormente em serviço, ou por outros motivos, são recordados, como se ali estivessem no momento. As frases: Um paraquedista não morre; ele está presente; ele volta já; vamos ter com ele; são sem dúvida frases de quem não esquece. Ali, se vê a verdadeira união. União de sofrimento, de arriscar, de querer, de amizade infinita. Não são as pequenas quezílias, que nas horas amargas de um, abalam a dinâmica de uma organização. Tudo fica resolvido sem qualquer rancor, porque todos estão preparados para o entendimento. Temos a capacidade de pedir desculpa pelos erros que cometemos, como a organização tem a capacidade de compreender os erros, porque todos por lá passaram e sabem que os erros existem, e que entre todos, tudo se resolve. Não é por acaso que um paraquedista pode fazer parte de qualquer outra força militar depois de eliminado. Mas nenhum outro pode ser paraquedista se for eliminado noutras forças militares. Não são meia dúzia, nem centenas, são milhares. Muitos por motivos de saúde, e outros por motivos económicos, tudo fazem para ali estarem naquele «sagrado dia». 23



Imagem 13 › Torre de saltos «francesa» faz parte das provas iniciais para ser paraquedista. Quem não salta, será eliminado.

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Imagem 14 › Torre de saída «americana» serve para o treino da saída do avião e aterragem.

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Imagem 15 › (em cima) - O chão da instrução onde, em tronco nu, dávamos cambalhotas que faziam mossa na pele e o sangue escorria pelo corpo. Imagem 16 › (em baixo) - Ao fundo, a torre de dobragem e secagem dos paraquedas. 27


Imagem 17 › (em cima) - Pista de aparelhos Imagem 18 › (em baixo) - Muro de betão para provas de admissão. Quem não salta, não será paraquedista.

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Imagem 17 › (em cima) - Pista de cordas Imagem 18 › (em baixo) - Telheiros dos arneses suspensos - treino de contacto com o chão.

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