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Fátima Bento nasceu em 1967 e reside em Caldas de S. Jorge, Santa Maria da Feira. É licenciada em Educação de Infância pela Escola Superior de Educação (E.S.E.) Jean Piaget. Tem a especialização em Administração Escolar da E.S.E. do Porto e Mestrado em Ciências de Educação da FPCEUP. Trabalha há 26 anos como Educadora de Infância e foi a partir desta experiência profissional que surgiu o gosto pela escrita de livros infantis. Este é o primeiro livro infantil que publica mas tem muitas mais histórias que gosta de partilhar com as “suas” crianças.
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“Voltando ao meu cavalo, ele é enorme, é todo branco, exceto nas asas, nelas brilham todas as cores do arco-íris, em pequeno chamava-o de Aladinho, agora simplesmente Alado. Depois de o ter montado. - zip…” Esta história está repleta de fantasia e transportará as crianças para o mundo do imaginário e promoverá a sua criatividade. É também objetivo deste livro incutir nas crianças hábitos de leitura.
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AUTORA FÁTIMA BENTO ILUSTRAÇÃO SOFIA ALMEIDA
E tudo começou quando vi duas cegonhas…
título:
E tudo começou quando vi duas cegonhas Fátima Bento edição gráfica: Edições Berbequim das Letras® (Chancela Sítio do Livro) autora:
Liliana Simões Ângela Espinha ilustrações: Sofia Almeida paginação: Paulo S. Resende revisão:
grafismo da capa:
1.ª edição, Lisboa fevereiro, 2019 isbn:
978‑989-8711-32-8 451096/19
depósito legal:
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Ă€ minha filha Sofia
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Faltavam mais ou menos cinco minutos para as oito horas da noite, já era tarde para estar sozinha no parque da cidade, na verdade, perdi-me no tempo. Já tinha passado a hora do jantar, a esta hora já está o meu irmão a ajudar a minha mãe a levantar a mesa, o meu pai a sentar no sofá para ver as notícias das oito na tv. E a lembrar-me: -Ana, não tens trabalhos de casa? O sol só agora começava a descer por entre as nuvens. Nesse momento, enquanto o meu olhar se focava no céu, um grande pássaro, muito maior que um pato, até maior que uma águia e um pouco mais pequena que uma avestruz sobrevoava baixinho. Assim, de repente, não vi o que era. A seguir a primeira, lá estava outra, as duas transportavam não sei o quê, mas sei que era uma grande trouxa, penduradas nos seus longos bicos. Descobri depois de ter visto a segunda, que eram cegonhas e dirigiam-se para a parte nova da cidade. Mas para onde iriam elas e o que levavam? Passei algum tempo a pensar e acho que muito provavelmente seriam os filhotes ou talvez bebés.
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Lembro-me de perguntar ao meu pai como nasciam os bebés e ele explicou-me que eram as cegonhas que os traziam. Ora, certamente que eram bebés e quem sabe se não levariam a irmã que tanto tinha pedido à minha mãe! Bem… já estava a pensar há muito tempo e não chegava a nenhuma conclusão, ora nem é tarde nem é cedo, coloquei os dois dedos indicadores na boca e assobiei bem alto. Era assim que eu chamava o meu cavalo, tinha sido um presente que o meu padrinho me ofereceu quando fiz 3 anos. Não era um cavalo qualquer, era o meu cavalo alado.
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ILUSTRAÇÃO 2
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Após dois assobios ele apareceu por entre duas laranjeiras do parque, bem junto ao lago. De repente, lembrei-me que os meus pais já deveriam estar preocupados comigo, mas, também me perdoariam depois de lhes contar esta “fantabolástica” história, era como a minha mãe me chamava quando eu mostrava as notas dos meus testes. – És uma aluna “fantabolástica” – dizia ela. Voltando ao meu cavalo, ele é enorme, é todo branco, exceto nas asas, nelas brilham todas as cores do arco-íris, em pequeno chamava-o de Aladinho, agora simplesmente Alado. Depois de o ter montado. – zip… Era assim que eu gritava quando eu queria que ele voasse rápido e zap… quando fosse para voar devagar. Ele já estava ensinado desde pequenino. Ora o Alado, com certeza voava mais rápido que as cegonhas e depressa ele as alcançaria. E assim aconteceu, elas voavam em direção à parte nova da cidade onde não existiam ainda muitas construções. Ao desceram a encosta, perdemo-las de vista. Aproximamo-nos e avistamos um edifício pintado de verde, um verde igual à relva do jardim. Gritei: – Zap. O Alado ao tentar abrandar com as asas fez um grande estrondo: vreeeeeeep. Olhei para baixo e do edifício saíram pessoas, ou era o que me pareciam. Acenaram-nos, principalmente as mais pequenas, assim da minha altura. Pareciam simpáticas, ganhei coragem e pedi a descida ao Alado. Paramos aí a uns quarenta metros. Mesmo aquela distância, 13