Em Portugal, país de poetas, como tão amiúde é propalado, existe provavelmente um dos maiores índices de indiferença em relação à Poesia, ainda que em teoria os poetas sejam, não menos frequentemente, motivo de discussões literárias de pseudointelectuais, que se dedicam e deleitam em estéreis dissertações, não tendo tantas vezes o mínimo amor pela poesia. E, realmente, a poesia é uma questão de amor! Por isso, aqueles que realmente amam - os poetas – continuam, não obstante a certeza que proíbe jamais serem ouvidos, lidos e amados, a escrever, sem medo da indiferença, nem da crítica literária, que em muitos momentos é bem pior do que esta última, pois é castradora e humilhante para aquele que procura encontrar um espaço de afeto para poder criar algo.
É, assim, que mais um poeta português, António Martins Silvestre, de origem alentejana, nasce sem receios para o grande público com esta sua primeira obra, intitulada “Um Sorriso por entre Lágrimas”. A sua poesia é clara, simples e sofrida – como é peculiar...