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Esclarecimentos prévios do autor

Esclarecimentos prévios do autor

Quanto melhor conhecermos a Natureza, mais apreço ganhamos pela mesma e mais esforços disponibilizamos em defesa da sua conservação. Como se chama esta rocha e como se formou? De que organismo vivo representa aquele fóssil nela incrustado e o que podemos dele inferir sobre a sua biologia, ecologia e do ambiente em que viveu? Da espécie de que descende e daquela espécie mais recente a que pode ter dado origem? E porque são verdes as plantas e qual a sua importância? As aves e os outros animais, organismos, qual o seu papel no intricado mundo natural do qual a nossa espécie também depende na sua plenitude? Apesar de belas e quase sempre presentes perante os nossos olhos ou aos nossos ouvidos, mesmo em meio urbano, poucos são aqueles que reconhecem as aves como descendentes dos répteis, e, menos ainda, aqueles que as reconhecem como diretos descendentes do mais emblemático e mediático grupo dos répteis: os dinossáurios. Na realidade, cientificamente falando, estas são, nos dias de hoje, reconhecidas já no meio académico como dinossáurios - voadores, por certo - mas de pleno direito. Inclusive, o desconhecimento deste facto é patente ainda entre alguns zoólogos que não ornitólogos, observadores de aves (birdwatchers), naturalistas e muitos amantes do mundo natural. Este pequeno livro tem assim por objetivo fazer uma breve introdução e dar a conhecer, de uma forma concisa, a formulação histórica sobre origem das aves e factos com ela relacionados. Paralelamente, tem também por 11

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objetivo apresentar as principais características do seu endosqueleto que permitiu aos dinossáurios não-avianos adquirirem - através de um longo processo evolutivo - a possibilidade de voar (dinossáurios voadores, as aves) de uma forma eficaz e sem precedentes no mundo animal.

Não obstante a inclusão de algum conteúdo, figuras e fotos que melhor enriquecem a temática abordada, a presente publicação tem por génese, no seu miolo, o meu trabalho final do Curso online de Introdução à Paleoornitologia, promovido pelo Centro Português de Geo-história e Pré-história. Esta publicação, como verá o/a leitor/a, não é, nem aspirou a ser, um substituto de um completo atlas de anatomia do sistema ósseo das aves, e muito menos de um bom livro de paleontologia dedicado à origem e evolução dos dinossáurios não avianos e, especialmente, sobre a origem e evolução dos dinossáurios avianos. Apesar de tudo, julgo que os dados apresentados são uma boa introdução nesse âmbito e nesse sentido. As fotos usadas são de parte de um esqueleto de ave de rapina noturna tipicamente florestal, a coruja-do-mato, Strix aluco, mas que reflete as principais características gerais (não específicas a cada espécie) partilhadas por outros grupos de aves voadoras. Por forma a melhorar o contraste e perceção da dimensão de cada estrutura óssea apresentada, as fotografias foram tiradas tendo por fundo uma base preta com uma grelha de 10mmX10mm, ou seja, quadrados de 1cm de lado. Complementarmente, e por forma a permitir uma avaliação rápida da dimensão relativa dessa estrutura, colocou-se lateralmente (não em todas as fotos) um objeto do quotidiano - uma moeda de 1 cêntimo. Não sou paleontólogo nem biólogo, sou, “apenas”, um naturalista 1 com especial interesse pela observação de aves selvagens e tudo o que tenha a ver com a sua origem, biologia, ecologia e conservação. O conhecimento está ao alcance daquele que o procura! Tanto quanto possível, procurei reduzir o uso de termos técnicos, por forma a melhor ser compreendido por leitores com menos conhecimentos em ornitologia; ainda assim, há termos e abordagens incontornáveis. As palavras que possuem um asterisco (*), podendo ou não estar em negrito, indica que o seu significado pode ser consultado no glossário. Necessariamente, o conteúdo teve revisão científica efetuada por especialistas em paleontologia e ornitologia. Quer o autor, quer os revisores científicos, 12

procuraram fornecer o máximo de rigor na informação fornecida. Contudo, é possível que possam existir incorreções, e/ou omissões e/ou a necessidade de inclusão de novas teorias em função de estudos realizados mais recentemente. Caso o/a leitor/a detete alguma incorreção, omissão, gralha ou pretenda apresentar alguma sugestão para uma possível segunda edição, as mesmas serão muito bem-vindas. Para o efeito, poderá enviar um email para: luisavelar25@gmail.com Apesar da contribuição dos revisores e entidades parceiras que deram chancela a este livro, tal não reflete necessariamente a concordância ou discordância pela inclusão ou omissão de determinado conteúdo, opinião, posição dos mesmos face a uma ou mais ideias apresentadas pelo autor ou outros autores citados no livro. A inclusão ou omissão de determinado conteúdo é da inteira e exclusiva responsabilidade do autor do presente livro.

Obrigado!

Legenda das fotos osteológicas:

A complementar a descrição dos textos, no presente livro são apresentadas algumas fotos com ossos, mais ou menos individualizados, pertencentes a um esqueleto de ave voadora. Para que seja possível compreender a correta disposição e orientação anatómica do/s osso/s em “posição de vida” e da disposição relativa destes entre si, é necessário dar a conhecer ao/à leitor/a uma legenda e seu significado (ex. anterior, posterior, superior, etc.) e que se encontra mencionado em cada foto. A legenda apresentada tem assim por base de referência o assumir que o longo eixo do corpo da ave é horizontal, como se a ave estivesse no solo em posição de pé (de frente para o observador).

Dto. membro direito Esq. membro esquerdo

ant. (anterior): em direção da frente, isto é, na direção em que o animal se desloca naturalmente. pos. (posterior): em direção à parte de trás do animal, retaguarda.

pro. (proximal): mais próximo do centro do corpo. dis. (distal): mais afastado do centro do corpo.

superiormente (sinónimo de dorsal): osso visualizado desde cima lateralmente: osso visualizado lateralmente

v.lat. (vista lateral): indica que se vizualiza a face do osso mais afastada da linha média do corpo, ou seja, a linha que divide o corpo em lado esquerdo e direito.

v.med. (vista medial): indica que se vizualiza a face do osso mais próxima da linha média do corpo, ou seja, a linha que divide o corpo em lado esquerdo e direito.

v. Vista

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