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Marisol
Entrevista com a escritora
Marisol
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A escritora Marisol F. cursou Ciências Biológicas, na PUC PR, mora em Curitiba, e tem três livros publicados. Os trabalhos da escritora estão publicados pela Editora Appris, e podem ser encontrados em todas as redes livreiras. Títulos já publicados: Ícaro; O Canto do Cisne e Dança Comigo? No momento está finalizando um novo suspense, ambientado em Curitiba e em Antonina, uma pequena cidade do litoral do Paraná, chamado O Lado Escuro da Lua, e preparando o lançamento de um livro documentário sobre casos de pessoas inocentes que foram condenadas pela Justiça e tiveram sua sentença revertida pela perícia criminal, a partir dos autos do processo e laudos periciais, com o título: A Culpa de Um Inocente. Apesar de ter trilhado o caminho da literatura, a escritora está sempre engajada e atuante na causa ambiental e animal. Quando perguntada sobre o que mais gostou do livro Encontro das Águas depois de pronto, ela respondeu:
Boa leitura!
Cultura indígena, na Amazônia, é destaque em ‘Encontro das Águas’
Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Assim como as águas desses rios, pesquisa, termina envolvido em Escritora Marisol, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento surgiu inspiração para escrever “Encontro das Águas”? Marisol - Devido a minha formação, Ciências Biológicas, eu sempre quis escrever algo a respeito da Amazônia, o maior reservatório de água do planeta e seus muitos e complexos ecossistemas. Como sou escritora de suspense, em princípio parecia um pouco difícil adaptar uma trama de mistério em local tão exótico, mas onde existem pessoas reunidas existem conflitos e todos sentimentos comuns a natureza humana, que são os ingredientes dos romances policiais. E assim nasceu Encontro das Águas, um suspense onde a trama se desenvolve em um resort de luxo, no meio da floresta amazônica. também existem muitas pessoas que vivem em mundos diferentes e ao se encontrarem não conseguem se misturar, devido as suas diferenças estruturais. Nesse texto, vários personagens diferentes se encontram, convivendo uns ao lado dos outros, mas sem conseguirem uma interação, devido ao universo tão diferente de onde cada um é originário, e da falta de sincronia. É o caso de Christine e Rangel, presos num casamento sem afinidade e sem futuro, e das dificuldades que suas diferenças produzem na convivência. Ou do casal Moa e Dayse, também tão diferentes entre si, tentando misturar seus objetivos de vida e expectativas. A trama começa em Curitiba, com um almoço entre dois velhos amigos que não se viam há muito tempo, num restaurante em santa Felicidade: O advogado criminalista, um crime de repercussão mundial, quando sua belíssima esposa, uma alemã, herdeira de um laboratório farmacêutico milionário, acaba assassinada em circunstâncias misteriosas, e em seu sangue são encontrados vestígios de uma substância usada pelos índios para caçar animais: o curare. Para desvendar esse intrincado mistério, Arnaldo Cerqueira chama o escritório de perícias particular, comandado pelo colega advogado, Alexandre Lobo Neto, localizado em Curitiba. E a partir de então, as surpresas começam a acontecer... Apresente-nos a obra Marisol - O título “Encontro das Águas” refere-se a um evento natural que ocorre em frente da cidade de Manaus, no Amazonas, onde as águas de dois rios muito importantes se encontram: Rio Negro e Rio Solimões. No entanto, apesar desse encontro ocorrer ali, naquele ponto, suas águas não se misturam de imediato, devido as diferenças de composição, Arnaldo Cerqueira, e seu amigo Aristeu Maldonado. Desse encontro surge o convite inesperado, por parte de Aristeu, para que o amigo o acompanhe numa viagem em um resort na Amazônia, onde pretende encontrar sua filha Luísa, uma bióloga que trabalha no Centro de Pesquisas da região, e é assistente de um famoso bioquímico que chefia uma pesquisa sobre plantas medicinais e células cancerígenas. velocidade e temperatura, sendo assim, elas percorrem lado a lado, aproximadamente 10 km, sem jamais se misturarem. Existe muita expectativa da comunidade científica sobre essa pesquisa, e Gustavo Rangel, o bioquímico que comanda a
Como surgiu o nome para os principais personagens que compõe a trama? Comente sobre eles.
Marisol - O nome dos personagens surge espontaneamente… Eu procuro aplicar um nome que combine psicologicamente com eles, com a personalidade deles. Em Dança Comigo?, outro livro publicado, eu escolhi Lavínia para uma das personagens principais, porque eu queria um nome suave… como era a aparência dela, loura, delicada e muito sofisticada.
O que mais a atrai em “Encontro das Águas”?
Marisol - A paisagem. Levar o leitor para uma viagem pela maior floresta tropical do mundo. Apresentar os rios que banham a floresta, a comunidade ribeirinha, as comunidades flutuantes…
ambientar este romance, que já nasce sendo premiado, entre tantos inscritos, o escolhido. Comente como se ambientaliza o enredo dentro de um espaço tão vasto e diversificado como a Amazônia.
Marisol - Na verdade, Encontro das Águas foi um dos 20 textos classificados pelo edital. E é claro que ser premiada em um edital da Secretaria de Cultura do estado é uma honra muito grande e também um reconhecimento… não apenas por esse trabalho, mas também pelos anteriores. Eu procurei recriar o ambiente da floresta, dos indígenas, e também daquelas pessoas que decidiram se mudar para lá, com atividades voltadas para o turismo, e viver essa realidade impressionante e fantástica, feita de verde e de água.
Além deste livro você tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos.
Marisol - Ícaro; O Canto do Cisne; Dança Comigo?
Onde podemos comprar os seus livros?
Marisol - No site da editora Appris e nas grandes livrarias.
O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária?
Marisol - A escrita é um prazer, assim como a leitura. Provavelmente hoje eu domine uma técnica, um estilo próprio.
Quais os seus próximos projetos literários?
Marisol - O lançamento de A Culpa de Um Inocente, que foi protelado em razão da pandemia.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Marisol. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Marisol - A mensagem que eu gostaria de deixar é sobre esse momento que estamos vivendo…
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José Sepúlveda
À Sombra do Mirante
Ahistória da Família Xavier de Brito é ainda um mistério e o porquê da assunção do seu nome encontra-se ainda por desvendar. Numa análise cuidada, transparece de tudo isso que a preponderância do apelido Brito, em detrimento de Xavier, na hierarquia da família, se tivesse devido ao facto do avô de Mariana (e depois o pai) possuírem o Ofício de Comendadores da Ordem de Cristo , sob o beneplácito da Casa dos Duques de Lafões, cujo Duque era por seu lado, cunhado do Rei D. José e a sua filha, Joana Perpétua de Portugal, ser por seu lado casada com Diogo Vito de Meneses, filho D. Pedro de Menezes, o poderoso IV Marquês de Marialva, Estribeiro mor do Rei e um dos seus homens mais poderosos do Reino. Era tal o conceito que o Rei D. José I tinha por ele que, rezam as lendas, terá um dia dito a Pombal, seu prestigiado Primeiro Ministro: “Podes meter-te com quem quiseres, mas livra-te de tocares no Marialva.” A preponderância do apelido Brito parece ter-se assim sobreposto ao de Xavier. Manuel Machado Xavier exercia uma honrosa profissão de mestre carpinteiro, mas esse estatuto, embora bem remunerado, não era relevante para assunção na hierarquia social, como era o de Brito, que gozava de prestígio e da proteção da Casa de Lafões. Analisadas estas ligações, não será de estranhar até os motivos porque Mariana, ainda muito jovem, fosse parar a casa de D. Joana de Portugal, esposa do V Marquês, Diogo de Menezes, para ali ser criada e educada. Não é sequer de estranhar o zelo da Marquesa na tentativa de ocultar um casamento quase forçado da jovem, com Mariana a entrar na sua adolescência, e Vitorino um homem maduro (tinha então 36 anos), que vivia também na alçada da sua Casa, a Quinta da Praia. Não será também de estranhar que logo a seguir, Vitorino apareça a requerer a nomeação para ser Escrivão Judicial em Vouzela e Lafões, o feudo dos progenitores de Mariana. Os acontecimentos sucederam-se, com o regresso do casal a Lisboa três anos depois, já com mais dois filhos no rol, esses, nascidos em Vouzela (Gil e Casimira), para ali, na capital, se lançar se prestar ao concurso para Escrivão das Cavalariças do Rei, lugar prestigiado e propenso a uma ascendência rápida no seu estatuto social e que lhe viria abrir as portas para que uma boa parte dos filhos enveredassem por uma vida militar, perto da zona de influência da Corte, com êxitos assinaláveis, sempre debaixo do beneplácito das Casas de Marialva, de Lafões e até do Rei. Nos anos seguintes, conforme os filhos do casal foram nascendo, lá estavam os Marqueses ao lado do casal, na cedência do seu Oratório pessoal para o batismo dos filhos, mas assumindo algumas vezes o papel de padrinhos de parte deles. E foi assim que, na altura própria, quando Napoleão se decide por invadir a Península – e, consequen-
temente, Portugal - a Família Real parte para o Brasil. Com o séquito, seguiu Henrique Isidoro, o filho mais novo do casal, tenente da Guarda Marinha, integrando um Corpo de militares que constituíam a Guarda Real. Já no Brasil, desenvolveu uma longa prole. Seguiram-lhe os passos alguns dos seus irmãos que deram corpo à numerosa família hoje ali instalada. Através de todos esses acontecimentos, entendemos melhor a tal afinidade entre Vitorino e a Casa dos Marialva, cujos meandros continuaremos a aprofundar, sobretudo, quando abrirmos o véu sob que se encontram ocultos os mais de vinte anos, antes de se apaixonar pela jovem Mariana na Casa dos Marialva, também ela protegida daquela nobre Casa, cuja glória ia acabar interrompida na geração seguinte, após a morte de Pedro de Vito de Meneses, o VI e último Duque de Marialva. O Título e as suas propriedades (incluída a Real Quinta da Praia) fruto do seu casamento com Henriqueta de Lorena, foram herdados pela Casa de Lafões. Ora, a Casa de Lafões possuía o seu próprio Palácio na zona de Belém e não admira que o grande Palácio dos Marialva acabasse por ficar obscurecido e até abandonado, o que o fez entrar numa degradação acentuada nos anos seguintes, o que motivou a que a Real Quinta da Praia acabasse desmembrada e acabasse vendida a uma fábrica de sabões que, gradualmente, foi lavando as memórias de um tempo coberto de glória. Quanto a Mariana, na data do seu falecimento ocorrida em 1818, residia ainda na rua Direita da Junqueira, numa casa implantada dentro do limite dos terrenos que pertenceram à gloriosa Quinta da Praia. Parece que a dita fábrica de sabões, para expandir a sua atividade, adquiriu a segunda propriedade, conhecida por Quinta do Brito, que ao que apuramos tinha sido adquirida por um tal Afonso de Brito, capitalista lisboeta, cuja origem não foi possível apurar. Dessas memórias, restou apenas o Mirante do antigo Palácio, de onde D. José assistiu à inauguração dos caminhos de ferro, a ver dali o primeiro comboio a cruzar os terrenos aonde em tempos de antanho se situava a Real Quinta da Praia, Mirante que ainda hoje permanece, em acentuado estado de degradação, mas cujo pedido de reconversão urgente, dado o seu avançado estado ruina e em perigo de ruir, que foi votada e aprovada em Assembleia Municipal no dia 24 de Abril de 2018. . Quis a providência que dessa época de glória, algo viesse a ser perpetuado nesse lugar, a construção do Centro Cultural de Belém, um marco inalienável de cultura que sempre trará a memória de quem lá vai a glória ancestral da Real Quinta da Praia e para nós, a memória do aparecimento da Família Xavier de Brito e a recordação do alvorecer de uma gesta que, como cantaram os poetas, soube honrar os seus egrégios avós que, como nos tempos de antanho, decidiu cruzar os mares para de novo dar novos mundos ao mundo e espalhar Portugal por terras de além.
José Sepúlveda
ESTRELA DOS MEUS SONHOS
Deixa me olhar teus olhos, doce encanto, Saborear teus lábios de cetim, Tocar teus seios com ternura, espanto, E nos teus braços me enlaçar por fim.
Cobrir-te ternamente com meu manto De pura seda azul e carmesim E adormecer num sono puro e santo Enquanto em sonhos mil velas por mim.
E ao despertar, sentir os braços teus Num terno afago, olhando para os céus E ver estrelas mil a cintilar...
Sentir cadente estrela bem brilhante Descendo sobre nós e nesse instante No brilho dos meus olhos te encontrar!
José Sepúlveda
SOMBRA
Quem és, o que desejas de meu ser? Porque razão persegues meu andar? O que te faz em cada alvorecer Andar atrás de mim a cortejar?
Eu olho de soslaio sem querer E de repente eu sinto caminhar Atrás de mim o vulto de algum ser Que quer a minha vida perturbar...
Vai-te de mim, ó sombra, que não quero Que sigas os meus passos, só espero Ao caminhar não ter ninguém à frente...
Eu quero-me encontrar e não ter medo De desventrar segredo após segredo E ter meu coração por confidente!
José Sepúlveda
TEUS OLHOS
Que belos são teus olhos cintilando No espectro de minha alma apaixonada... Olhando o teu olhar, de vez em quando Eu sinto essa paixão acorrentada.
Às vezes te desejo... e com desmando, Procuro-te na longa madrugada E, enquanto te procuro, vou pensando: - Será nossa paixão desencontrada? Ao resguardar bem dentro de meu peito O teu olhar sereno, são, perfeito, Eu caio num clamor, um brado aos céus...
E logo chega a paz, tanta alegria E olho-te com terna simpatia Sentindo que teus olhos já são meus!
QUANDO VOLTAR A PRIMAVERA
Eu sou aquela que quis ser um dia A musa inspiradora do teu ser Aquela que no sonho e fantasia Musa não foi, apenas foi mulher.
No dia-a-dia anseio liberdade E junto a ti nos céus poder voar Mas tamanha é minha ansiedade Porque não posso nunca te encontrar. E, sonhadora, sulco os altos céus Não tendo os teus desejos como meus Mas ansiando um dia me entregar
Eu sei, quando voltar a primavera, Irei viver no sono e na quimera E com paixão, em ti, vou-me encontrar.
Rosa Maria Santos
JUNTO AO MAR
Eu sei que a lua vem na escuridão, Em noites de um luar, em qualquer lado, E eu sigo lado a lado, mão na mão, Olhando o teu olhar apaixonado.
Na rua respiramos mil odores, Os pirilampos brilham lá no ar Passeio num jardim de tantas cores E olho estrelas lindas a brilhar. Seguimos sem ter rumo, sem sentido, Protejo-me em teus braços do perigo E paro a ver gaivotas junto ao mar
Sorrimos um para o outro com dulçor E se olho nos teus olhos, meu amor, Meu coração não deixa de te amar.
Rosa Maria Santos
ODE AO MAR
Eu quero ver o mar, o mar azul Que noite e dia chama sem parar Estou no norte, quero ir ao sul E no meu mar almejo mergulhar
Eu quero ver gaivotas a voar Olhar o mar feliz e a sorrir E ver o azul do céu a se apagar No entardecer e o sol a decair Quero sentir voar o meu cabelo E mergulhar nas águas com anelo Saborear os sons da maresia
Quero sentir o sal na minha pele O travo de frescura que a arrepele Viver meu mar, sonhar dia após dia
Rosa Maria Santos
Caem “folhas de outono”, que o tempo envelheceu e que no cair dos dias deixam marcas profundas nos “ramos” despidos onde a vida, já morreu…
há nelas saudade, não do passado que o tempo marcou, mas das linhas de um sorriso, que o vento levou…
hoje… invento sorrisos do presente, sem passado, porque… como folhas de outono são os meus dias, dias…tão escassos, que me ensinam a delinear cada um dos meus passos…
caem os dias e os anos, como folhas envelhecidas… o tempo não é generoso e leva tudo de arrasto, tudo…que tenha vida…
Teresa Costa
CREPÚSCULO
Horas de silêncio paradas e indecisas e, com os olhos pousados no horizonte, um fio de claridade se suspende do céu e os raios de luz vêm beijar a minha fronte...
Tudo é calma tudo se sustém na copa da sombra da árvore, na floresta perdida da vida… A água gelou no lago em frente ao mar… Brilham agora os raios de luz do sol desenhados em reflexos baços de penumbra. Ainda é dia, mas talvez à noite… ou talvez não... Acorde o nosso coração... com o crepúsculo da vida... a fervilhar de emoção...