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Lorena Zago

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

LORENA ZAGO-------------

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Margarida Lorena Zago é casada, tem três filhas e quatro netos. É parapsicóloga, professora, escritora e terapeuta. Foi Secretária Municipal de Educação, Cultura e Desporto em Presidente Getúlio, por 10 anos. Hoje, Presidente da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina de Presidente Getúlio, Membro do Conselho Estadual da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina. Membro do Conselho Superior Brasileiro da Academia de Letras do Brasil, Doutora em Philosofia Humanística Internacional/Ph.I. em reconhecimento aos seus ideais de combate à Fome, Miséria, Guerras e Corrupções Mundiais, outorgado pelo Presidente da Academia de Letras do Brasil, Prof.Dr. Mário Carabajal e Dra. Dinalva Carabajal, Diretora da Academia de Letras do Brasil Humanitária, Membro Correspondente da Academia de Letras do Brasil/Suíça, Cadeira nº 139 e Comendadora das Artes pela ALB/Suíça, recebendo a Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha, no Grau de Acadêmica Comendadora. Medalha Paladino da Literatura Brasileira, outorgada pelo Príncipe Dom Alexandre da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho, Presidente da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. Moção de Aplausos, outorgado pelo Professor Miguel João Simão, Presidente da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina. Embaixadora da Paz, outorgado pelo Prof. Dr. Iguaci Luiz de Gouveia Júnior - Presidente da Organização Mundial dos Direitos Humanos – World Organization of Human Rigths Defenders (OMDDH). . Membro correspondente da Academia de Letras do Brasil, seccional RS. Consagrada a Ordem do Mérito de Haia no Grau de Oficial, por sua contribuição como Educadora e Escritora em prol da Cultura da Paz –pela ALB/Suíça. Obras: “Poemas, Contos e Encantos I e Poemas, Contos e Encantos II em três idiomas”, “A Borboleta Encantada no Jardim Secreto”, “A Canoa de Coqueiro”, “Tomy e a Princesa do Mar”, ¨Um Natal de Esplendor”, “Um Segredo Muito Sigiloso”, “O Acampamento, “A Lenda da Cabra D´Água”, Na Casa de Vovó Margherite, além de participar de inúmeras coletâneas e antologias.

Aquela manhã gelada!

Era sábado! 7 horas! Uma manhã congelante! Estava nevando... Laurem ainda dormia, quando aos poucos acordara ouvindo crianças falarem. Ou melhor, gritarem— Tia... tia...tia... — Pensou, só posso estar sonhando, a esta hora da manhã e num frio destes, não haverá criança nenhuma perambulando pela estrada. Todas, com certeza, estariam em suas casas, aconchegadas em suas camas. Mas o chamado continuou, — Tia... tia... tia... Lauren levantou e espiou pela janela para certificar-se de que ouvira vozes infantis chamando-a. E para o seu espanto, eram duas meninas que moravam próximo a sua casa. Lauren trabalhava no escritório da empresa da família. Saia cedo de casa e voltava somente à noite. Tinha pouco contato com os visinhos, por não estar em casa durante o dia. Porém, havia trabalhado muitas sobre-horas durante a semana e conseguiu uma folga naquele sábado. Estava felicíssima em poder ficar um pouco mais na cama, curtindo o conforto, naquela manhã gelada. Mas após ouvir os insistentes chamados, enrolou-se em uma coberta e foi ver o que estava acontecendo. Chegando ao portão lateral de sua casa viu duas meninas com as mãos e os pés roxos e congelados, perguntando se poderiam apanhar algumas frutas do pomar de Lauren, pois estavam com muita fome. Lauren consentiu que apanhassem as frutas, mas não conseguiu deixar que as crianças fossem para casa, sem tomar um café quentinho e bem enroladas em uma coberta, para aquecerem-se. Suas mãos e seus pés estavam duros de tanto frio. Mal conseguiam segurar as frutas. Lauren colocou-as em uma sacola para que pudessem levá-las.

Após tomarem o café quentinho e saborearem um lanche, Lauren conduziu-as para casa. Estas visitas em horas inesperadas repetiram-se inúmeras vezes e a amizade consolidou-se. Dialogando com as crianças, Laurem, descobriu que tinham mais irmãos pequenos em casa. O pai as abandonara e a mãe lutava para sobreviver com cinco crianças pequenas. Não tinham cama e nem agasalhos que os aquecessem. Buscavam abrigo na casa dos visinhos, durante a semana e nos finais de semana na casa de Laurem. Após longa conversa com as meninas, Laurem, perguntou-lhes se aceitariam tomar um banho para cuidar de seus corpinhos tão surrados pelo tempo e pela falta de higiene, que já estavam fazendo pequenas feridas nos braços, pernas e na cabeça. Nunca penteavam-se com medo de que a cabeça pudesse doer. E o banho era um terror para elas. Poderia machucar os ferimentos em seus membros inferiores e superiores. Mas, Laurem foi falando durante várias semanas até as meninas concordarem em tomar um banho. Não foi uma tarefa muito fácil. Estavam há tempo sem fazer uma assepcia em seus corpinhos. Antes do acordado banho, Laurem foi às lojas de tecido e comprou flanela em metro e lã em fio, para tricotar casacos, meias, tocas, xales e a flanela para costurar saias de pregas as suas meninas de estimação. Em pouco tempo tudo ficara pronto e muito bonito. Laurem provara que seu curso de corte e costura tinha valido a pena. Estava exuberante com seus feitos e a sua arte! Mal podia esperar que chegasse o tão sonhado sábado, para mostrar as suas amiguinhas o seu labor. Era sábado e o dia amanheceu com um sol esplendoroso! Laurem levantou cedo, fez café, preparou o lanche de suas amiguinhas, Keity ( 6 anos) e Heidy (5 anos). Fechou as janelas de sua lavanderia, acendeu o fogo no fogão à lenha, encheu o taxo de água até a borda, lavou com todo o cuidado os tanques de lavar roupa, colocou uma toalha de banho bem felpuda no fundo dos tanques e preparou o banho das princesas. Sim, seriam as suas princesas, de agora em diante. Tomaram banho no tanque de lavar roupas porque o chuveiro na casa de Lauren, não aquecia o suficiente. Enquanto uma tomava banho, a outra lia um livrinho. O banho de cada menina demorou uma hora, pois os cuidados eram muitos, para evitar machucá-las. O maior problema era lavar as suas cabeças. Mas Laurem sabendo da complexidade com a higiene, convidou sua mãe, que era enfermeira, para ajudá-la com os curativos, após o banho. Passadas duas horas de dedicação com banho, curativos e vestir as meninas, Laurem ficou emocionada com a lindeza que observava a sua frente. Realmente duas princesas. Que lindas ficaram, em suas saias de pregas, casacos, tocas, meias e xales de lã, limpas e penteadas! Laurem tinha vontade de adotá-las, pois não tinha filhos. Serviu-lhes um café e conduziu-as para casa. Chegando em casa a mãe quase não as reconheceu, tão lindas estavam! As visitas aos sábados continuaram por muito tempo. Aos poucos Laurem organizou-se e foi em busca de camas e agasalhos para os irmãozinhos das meninas. Ficou felicíssima com a compreensão e a ajuda dos amigos que lhe auxiliaram a reunir os itens necessários, para que todas as crianças desta família recebessem aconchego e alimentação. E assim, passaram-se vários anos. As crianças foram encaminhadas para escolas, e jardins de infância, e a vida prosperou lentamente, de acordo com as possibilidades. Um dia, para a surpresa de todos, a família foi embora. E Laurem ficou por muitos anos, sem notícias de suas princesas amadas. Os anos passaram, sem comunicação entre a família e Lauren. Esta sentia-se triste pois havia se apegado às crianças, com muito carinho. Eis que um belo domingo, toca a campainha de sua casa e para a surpresa de Laurem, observa ser uma família conhecida! Tomou um choque! Ficou sem palavras! Eram as suas meninas, agora, já mulheres, muito bem conduzidas em suas vidas, a mãe e o seu companheiro novo, e os meninos, agora, já homens. Para a sua surpresa maior, vieram convidá-la para ser madrinha de casamento de filho mais novo da família. Laurem chorou de alegria! Quando poderia imaginar uma surpresa tão agradável e feliz! Aceitou o convite e no dia do casamento estava lá deslumbrada e ofuscada pela emoção, por tudo o que pode presenciar e vivenciar! A festa de casamento fora maravilhosa, mas, o que mais emocionou Laurem, foi a união e a integração daquela família! Saiu de lá feliz e agradecida! Muito agradecida! Havia ganhado um grande prêmio! Constatar a felicidade das crianças que um dia a tiraram do seu aconchego e lhe ensinaram a ser solidária, fora muito, muito bom!

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