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Tito Mellão Laraya

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Tania Vidal

Tania Vidal

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR

TITO MELLÃO LARAYA-------------

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A IMPORTÂNCIA DA FACULDADE DE DIREITO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO PARA A LITERATURA BRASILEIRA

AFaculdade é composta de um pátio interno, onde nas paredes encontram-se nomes de escritores que lá estudaram, e salas nas laterais, cada uma com o nome de um jurista. O direito é ensinado em salas de aula, enquanto a vida, no pátio, no recreio. Segundo o professor Gofredo a faculdade é escola de vida, onde se forma de tudo, até advogado. A literatura tem fundo moral e social, é assim que ela se justifica como arte. E desta escola saíram escritores como Castro Alves, Rui Barbosa, Alvares de Azevedo entre outros. Acontece que as pessoas são criadas conforme os valores morais, que não são os do direito, que são mais amplos que os morais, e os do direito é que se aprende ali, não só de um caráter técnico, mas, filosófico, cria-se duvidas, que são debatidas com os colegas no pátio. Enquanto os professores cuidam do dever ser, no pátio, área do ser debatem-se as dúvidas. Cada aluno tem uma verdade, sempre relativa, para tirar dúvidas de algo absoluto, o direito ensinado nas aulas. Surgem conflitos, aí vem a primeira lição, respeitar e entender a verdade de cada um. Foi nesse meio que foi criado Monteiro Lobato, Oswald de Andrade e Lygia Fagundes Telles. O escrever nasce do conflito interno, que cria uma vontade intrínseca de tirar dúvidas e é ai que ele nasce. Depois como um rastilho de

pólvora se espalha por todos, pois afinal cada um quer contar sua dúvida de forma diferente ao linguajar utilizado nas salas de aula. E, cada um cria sua forma, dando na verdade uma conotação estética a arte de escrever, assim nasceram correntes filosóficas como o modernismo. Hoje acredita-se que a Faculdade tenha formado a totalidade da literatura do século XIX, e a metade do século XX, fazendo, pois, a história do Brasil. Ao pensar em escrever esse artigo muito fiquei em dúvida de tratar cada um como uma estrela que fulgura no céu das letras, ou mais um tijolo que mantém as Arcadas, optei pela segunda sem lembrar a primeira, porque todos foram, são e serão estrelas como Paulo Bonfim e Hilda Hilrst entre outros. O pensamento da faculdade nunca foi unanime, como o modernismo teve ferrenho opositor que foi Monteiro Lobato. Muitos não amaram faculdade como Oswald de Andrade, mas isso faz parte do mérito da casa, que foi construída com amor e com o ódio.

E sobreviveu a lutas e revolução como a de 32, tão bem cantada nos versos de Guilherme de Almeida.

Não podia deixar de esquecer de José de Alencar com seu romantismo que muito influenciou a faculdade. A semana de 22 traz em si uma revolução estética, preconizada pelo Manifesto Modernista de Mario de Andrade, que não foi acadêmico das Arcadas, mas influenciou a Oswald de Andrade e outros, como a literatura tem um escopo moral e social, que a justifica como arte, teve grande com um meio dominado pelo romantismo, e o modernismo personalizado por Oswald, na faculdade. Logo no princípio, a não aceitação do modernismo foi gritante, com conflitos entre estudantes e Oswald e sua mulher Pagú, Patrícia Galvão. Hoje, não se pode falar de literatura brasileira, esquecendo este movimento, pois os escritores que vieram depois, e hoje enriquecem a nossa literatura, sofreram influência do modernismo e sua estética. E a faculdade continua, com mais uma luta do passado enriquecendo o pensar dos seus alunos, e eles a vida cultural do Brasil, pois é na faculdade que aprendemos conviver com as diferentes maneiras de pensar, e é isso que constrói a literatura.

EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX

“Eu não sou a protetora das coisas frágeis” da autora Íris Ladislau

GÊNERO: poesia | FORMATO: 13X19 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 84| Pólen soft 80G SINOPSE: O amor mata e o amor morre e o amor abandona e o amor resgata e o amor se faz tão infalível, mas vulnerável, de proteção carente. Já em adiantados meses de pandemia do coronavírus, vi o amor assumir muitos comportamentos: emergir urgente, ou afundar para sempre; correr em pânico, ou descansar hedonista. A escritora mineira Íris apresentou tudo isso na sua obra, desdobrando o amor em reflexões com uma brutalidade que considerou necessária para se falar do que é frágil – um original irresistível ao catálogo Auroras. Dividido em três partes, o livro trafega por ambiguidades, elevando a paixão carnal e devota a sentidos que chegam à relação com Deus. Na minha visão de leitora, percebi que podia escolher o que queria interpretar, como se certos versos fossem cartas coringa. O eu lírico, coitado, cai de um abismo, escapa da solidão, se vê em armadilhas, encontra o inferno, lamenta, foge. Nada é fácil para ele. Justamente por isso, o visualizei publicado – a dor do coração partido ganha tanta complexidade nessa história em fases, que precisa ser encarada por mais e mais pessoas. O desamor que lute. Nós, que o lemos aqui, estamos prontos para a batalha. [Dani Costa Russo]

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“Quando versos gotejo” da autora Camila Dió

GÊNERO: poesia | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 106| Pólen soft 80 SINOPSE: O leitor desavisado, que folheia o livro com interesse e queda os olhos marejados de cansaço nestas sóbrias linhas, talvez espere encontrar aqui uma última palavra de incentivo: leia! Depois de perceber a capa, de olhar de soslaio a orelha, de começar as primeiras linhas do prefácio e abandoná-lo para súbito deslizar o polegar pela correria das folhas numeradas, chegará inevitavelmente o leitor neste exíguo parágrafo, que [...] diz insistentemente: leia, leia! O leitor então, animado por este minguado estímulo, passará novamente os olhos pelos pequenos poemas que compõem o volume e desta vez perceberá, certo que com espanto, que o livro é de ausências: na forma breve desses versos, o silêncio das páginas em branco predomina. Avisado esteja o leitor que a poesia, como brancura do livro, não serve para nada: são inutilidades as coisas da pura beleza da linguagem. Ainda sim, é preciso dizê-lo aqui e em toda parte: leia, leia, leia! Desconfiado, perguntará o leitor: mas ler o quê? No que eu responderei: ora, leia a vida - veja como ela goteja nos poemas de Camila Dió.

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“A inconstante órbita dos extremos” do autor Bioque Mesito

GÊNERO: poesias | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 100| Pólen soft 80G SINOPSE: É fácil concluir desta leitura que o autor deste livro já estava pleno, de posse das virtudes essenciais de sua poética inovadora e antenada com seu tempo, que destaquei em crônica jornalística, a respeito do primeiro de seus livros que li A anticópia dos placebos existenciais: “a contemplação irônica do que se passa ao redor, a construção de uma arquitetura poética que extrai poesia da fumaça e das sombras em suspensão dos momentos cotidianos, que privilegia não os arroubos sentimentais mas a fotografia da incompletude dos gestos e das aspirações reprimidas, prestes a se dissiparem, mas carentes de uma voz que as eternize e as valorize na amplidão intercalada de vulgaridade e pulsação, compondo a beleza da vida”.A vida é bela, sim, mesmo em seus momentos mais desprovidos de exaltação, como é belo também o êxtase com a tarefa de retirá-la do acaso e da finitude através de palavras. Como se o poder de síntese de Bioque Mesito dispusesse de um dispositivo para captar a ternura que brota dos momentos mais parcos da vida humana como fez o autor, portanto, já neste primeiro livro (que agora faz o relançamento 20 anos após seu lançamento). Que não foi uma antecipação, mas aquele que, antes do futuro a despontar, já se estabelecera no mesmo. [José Ewerton Neto]

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“Descanso” da autora Rafaela Riera

GÊNERO: romance| FORMATO: 14X21 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 180| Pólen soft 80 SINOPSE: Viver tantas décadas e não se sentir mais útil. Ou sofrer uma solidão e abandono tão grandes, que o propósito da vida passa a ser encontrar a morte. Descanso, distopia de Rafaela Riera, mostra como seria se idosos brasileiros pudessem escolher a hora de morrer. No mundo criado pela autora, o “Descanso”, simbolizado por um girassol, é um serviço que o governo oferece aos cidadãos maiores de 60 anos. Um suicídio assistido, considerado uma oportunidade preciosa. Para “descansar” pela eternidade, os candidatos precisam ser aprovados. São três os maiores impeditivos: falecimento recente de um parente, dívidas, e doenças que afetam o julgamento. Rafaela Riera impressiona com as muitas histórias que criou, nos alertando sobre a passagem dos anos, o peso inevitável da idade, a falta de consideração e respeito da sociedade com seus ancestrais, o descaso parental. Descanso foi produzido durante a pandemia do coronavírus, momento em que vimos nossa população idosa ser tratada como descartável, e aponta que, apesar de tudo, se tivermos sorte, um dia seremos velhos.

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Voz Mulher da autora Letícia Palmeira

GÊNERO: novela| FORMATO: 13X20 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 90| Pólen soft 80 SINOPSE: Letícia Palmeira brinca com o tempo ao dar voz à mulher. Mas que mulher é essa? Ela mesma? Uma autobiografia? A vida de uma mulher qualquer ou de qualquer mulher? O tempo hoje, um tempo de pandemia, um tempo no qual a protagonista se vê diante da rotina de um tempo mulher. Voz mulher, Letícia Palmeira. Um pequeno enorme livro. “A leveza dos lírios e a força sutil das divindades.” [Terezinha Pereira]

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‘Os anéis de Maria” da autora Lenita Estrela de Sá

GÊNERO: romance | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 202| Pólen soft 80G SINOPSE: Na São Luís dos anos 1940, um casal pobre buscar conciliar estudos, trabalho exaustivo e ambições artísticas. Esse é o mote de Os Anéis de Maria, novo romance da escritora maranhense Lenita Estrela de Sá. A partir da saga de suor, sangue e fábrica, acompanhamos o cotidiano árduo de Maria e Inácio, em um Brasil explorador, com restrições às mulheres, aos pobres e a todo aquele que, de alguma forma, não nasceu em um berço estrelado – e precisa, portanto, subir a montanha na marra para capturar estrelas.

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