Primeira Pauta nº 83

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Após corte de despesas e alterações na equipe de professores, instituição aposta na qualidade do ensino do curso de Comunicação Social, que completou 12 anos em 2010.

Esporte inspirado em treinamento militar de soldados franceses, já tem adeptos na cidade. Pular muros e saltar entre prédios é parte da rotina da modalidade.

Lar do Idoso Betânia abriga 38 pessoas e promove passeios, viagens, tempo de oração, salão de beleza, cursos de artesanato, terapia ocupacional e aulas de música.

Jornalismo em pauta no Bom Jesus/Ielusc

Envelhecimento ativo e qualidade de vida

Malucos do Le Parkour estão em Joinville

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO BOM JESUS/IELUSC

DIVULGAÇÃO

JOINVILLE, OUTUBRO DE 2010 - EDIÇÃO 83 - GRATUITO

RONALDO SANTOS

AEROPORTO

Só ILS não resolve Aparelho de precisão é insuficiente para garantir pousos seguros em condições adversas de tempo

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TURISMO

Preparação para a chegada do verão

São Francisco do Sul e Itapoá apostam em infra-estrutura e projetos de restauração para atrair turistas na temporada.

Página 11 RIVALIDADE

Do campo para a arquibancada

Disputa por hegemonia no esporte acirra ânimos entre torcedores das cidades de Jaraguá do Sul e Joinville.

Páginas 8 e 9

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CÃES E GATOS

ONGs buscam solução para abandono Página 6


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Opinião

Joinville - Outubro 2010 PRIMEIRA PAUTA

artigo

Informando com isenção Por Sared José Coninkuei

Se o velho Roberto Mari- plano de eleger Dilma Rousnho estivesse vivo, ele mesmo seff se materializa com pleno escreveria a manchete de O êxito”, escreveu Dorinha no Globo: “Dilma e Serra no 2º texto “Ato insensato”. turno”. Não quero desanimar A insensatez a que se refeos estudantes progressistas, riu Dora Kramer ocorreu no mas acredito que haverá um se- dia 23 de setembro, na sede gundo round. O PIG (Partido do Sindicato dos Jornalistas de da Imprensa Golpista) – para São Paulo. Partidos de esqueremprestar o nome da legenda da, sindicatos e movimentos batizada pelo Paulo Henrique sociais protestaram contra o Amorim – conseguirá. golpe midiático. “É legítimo Dias atrás, Lula resolveu – e desejável – que as direções fazer o que não fez em oito das empresas jornalísticas exanos: dar “uns pau” na mídia plicitem suas opções políticas, e apoiar a criação de mecanis- partidárias e eleitorais. O que mos de controle sobre a mídia é inaceitável é que o façam eletrônica, concedida pelo também fora dos espaços ediEstado a grupos econômicos toriais. Distorcer, selecionar, preocupados divulgar opisomente em niões como se EUREKA! ganhar dinheifossem fatos ro. O “comnão é exercer É no “espírito” da panheiro” não o jornalismo”, publicação que enfrentou o escreveu a dia Veja deve se “quarto poder” reção do Sinposicionar. Não na como poderia dicato. reportagem se tivesse optaEureka! É do pela alianno “espírito” ça com o povo, ao invés de da publicação que a Veja deve restringi-lo aos fisiologistas de se posicionar. Não na reportaplantão do Congresso. gem. O Estadão disse o que A colunista de O Estado todos sabiam – seu candidato de S. Paulo, Dora Kramer, era o Serra. O problema é que escreveu que o presidente as empresas, donas da infornão tinha do que se queixar mação (e não os jornalistas), quanto à cobertura da im- tentam esconder suas opções prensa. “Zangado poderia políticas atrás de conceitos estar José Serra, cuja candi- como “imparcialidade”, “neudatura é dada como morta e tralidade”, “isenção”. Apenas enterrada todos os dias nos a Gazeta de Joinville consegue meios de comunicação, nun- ser tudo isso ao mesmo temca o presidente Lula, cujo po. Sobretudo, isento.

editorial

A rapidez dos fortes é a arma dos políticos Os diferentes grupos que compõem a sociedade lidades e, às vezes, casos que fazem lembrar os humana sempre guerrearam. Somos animais inde- tempos em que a disputa por um pedaço de pendentemente da capacidade de organizar ideias carne crua, na pré-história, poderia culminar e de ter um cérebro desenvolvido. Evoluímos em num confronto interminável. Talvez os estádios alguns aspectos e transferimos os conflitos, entre de futebol atraíssem mais famílias num final de outros, das cavernas para os campos de futebol. semana ensolarado se não houvesse tanta gente A reportagem especial desta disposta a extravasar sua irracioedição resgata a história da rivalinalidade nos 90 minutos em que RIVALIDADE dade futebolística protagonizada transcorre um jogo. Ironicamente, Torcidas de pelos times de Joinville e Jaraguá a expressão “torcida organizada” é Joinville e Jaraguá do Sul. Fatores históricos, políticos usada não apenas para denominar e sociais podem explicar os embates trocam hostilidades grupos que objetivam não mais entre as torcidas das duas cidades, que incentivar o time do coração, que lembram a que testemunharam o pior episódio mas também por bandos que popré-história em 1959. Durante o jogo entre Badem ser comparados a verdadeiependi (Jaraguá) e América (Joinvilras quadrilhas. Como o jornalista le), em Jaraguá, jogadores dos dois times saíram de Edenilson Leandro — de Joinville — disse às campo machucados depois que a torcida visitante, autoras da matéria, é nas próximas semanas que provocada pelo goleiro da casa, invadiu o campo, será possível avaliar se as torcidas separadas por dando início a uma confusão generalizada. pouco mais de 53 quilômetros de distância foram Atualmente são as torcidas de Krona e capazes de vislumbram um jogo de futebol como Malwee que protagonizam provocações, hosti- o é na essência – apenas um jogo de futebol.

COORDENADOR DO CURSO Sílvio Melatti

Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo EDIÇÃO 83 - OUTUBRO 2010 Contato com a redação Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc Rua Princesa Isabel, 438 - Centro CEP 89201-270 - Joinville - Santa Catarina Telefone: (47) 3026-8000 - Fax: (47) 3026-8090 E-mail: nossoprimeirapauta@gmail.com

DISCIPLINA Jornal Laboratório I

Jaqueline de Mello Polianna Moraes Ronaldo Santos

COORDENADOR DE PRODUÇÃO Eduardo Schmitz

EDITORES Gustavo Cidral Maellen Muniz Patrícia Schmauch Priscila Carvalho Renan Pereira Tiffani Louise

DIAGRAMADORES Aline Seitenfus Edinei Knop Eduardo Schmitz

EDITORES DE FOTOGRAFIA Camilla Gonçalves Gisele Silveira Rita de Cássia Wischral

PROFESSOR RESPONSÁVEL Luís Fernando Assunção

REPÓRTERES Ana Luiza Abdala Ana Paula da Silva Augusta Gern Bárbara Elice Daiana Constantino Emanoele Girardi Francine Ribeiro Jaqueline Dias Lizandra Carpes da Silveira Matheus Mello Mayara Francine da Silva Rozane Campos Sandro Gomes Sared Buéri Vitor Forcellini

Vivian Braz FOTÓGRAFOS Ariane Pereira Diego Porcincula Fernanda Rosa Guilherme Duarte Jéssica Michels Luísa Desiderá REVISOR Jean Knetschik IMPRESSÃO Jornal A Notícia 2 mil exemplares


Opinião

Joinville - Outubro 2010 PRIMEIRA PAUTA

que fim levou

Milhões de reais jogados no rio O Flotflux teve um custo de R$ 5 milhões para os cofres da prefeitura e está abandonado. O mecanismo milionário está se deteriorando. Uma das causas foi em relação ao licenciamento ambiental. A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) analisou e deu a Licença Ambiental Prévia (LAP). Porém, o Ministério Público Federal e o Estadual opinaram que era necessária uma autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Ibama realizou estudos e chegou a conclusão de que o sistema não tinha confirmação de funcionamento, isto é, o Flotflux não limparia o Cachoeira. Mais quatro estações do sistema de tratamento de água por floculação e flotação estariam no planejamento para a limpeza das águas do rio Cachoeira. O financiamento total chegaria a R$ 15 milhões. A ideia era boa: um projeto de despoluição que faz flutuar a sujeira para limpar a água, que já havia dado resultados expressivos em São Paulo, Minas

Gerais e Rio de Janeiro, iria limpar o rio Cachoeira. Porém, devido à grande quantidade de dinheiro já investida, foi decidido que apenas a estação já concluída do projeto poderia funcionar. Além disso, essa parte da obra provaria se o sistema é eficiente. A Prefeitura tinha a Licen-

ça Ambiental Prévia da Fatma para a limpeza do rio, mas o órgão estadual não renovou e nem a Prefeitura entrou com o pedido de renovação, ou seja, passou o prazo, ninguém entrou com o pedido, e o Flotflux permanece sem funcionar. Ana Paula da Silva anaonda@gmail.com

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@twitter O que eles(as) falam em 140 caracteres @jose_simao E o DEBATÉDIO na Record? Plínio doidão: citou a União Soviética. Que acabou há uns 20 anos. Só faltou chamar o Irã de Pérsia! Jornalista José Simão, sobre o candidato Plínio Arruda no debate

LUÍSA DESIDERÁ

@JacquesMick Jingle ruim devia constar da ficha suja. Jornalista Jacques Mick, sobre a baixa qualidade dos jingles de campanhas

@nilsonlage Mantido como está, o oligopólio da mídia agirá como fera pronta a dar o bote sobre o Estado ao primeiro sinal de crise na economia. Jornalista Nilson Lage criticando a “mídia golpista”

@realwbonner Já pensou? O (a) candidato(a) diz lá um absurdo(a) e o tio não consegue segurar o “PUTZ! Que droga(o)!” Willian Bonner, apresentador do Jornal Nacional, sobre as reações às possíveis gafes do debate que iria mediar

Continuidade da ideia parou sem a renovação da licença ambiental

Economia Solidária no CDH A palestra ministrada por Paulo Dalfovo Neto em 23 de setembro, no Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz (CDH), discutiu formas de produção, consumo e distribuição de riqueza centrados na valorização do ser humano, e não do capital. Numa geração onde as pessoas são valorizadas pelo carro que possuem e pela roupa que usam, bens comuns – como os recursos naturais - são utilizados de forma inconsequente. “Vivemos numa sociedade que classifica as pessoas pelo que elas têm”, enfatiza Dalfovo. O “adquirir” é mais importante do que o “ser” livre, contra, a favor e capaz de alguma coisa. O palestrante explica que cada indivíduo é responsável pela frágil situação do planeta devido ao potencial do consumismo. Ele defende formas de fabricação, utilização e comercialização de bens com a finalidade de priorizar a vida. Para Maria Eulália, aluna da Escola de Formação Popular do CDH, o uso de celular traz inúmeros benefícios. Embora se possa resolver os problemas do dia a dia apenas com ligações, os aparelhos já são multifuncionais. A necessidade de consumir é maior do que a de fazer um telefonema. Nesse sentido, o papel da economia solidária é mostrar o real valor das coisas.

Passaporte carimbado Uma pane foi registrada nesta semana para a emissão de passaportes em todo o Brasil. Joinville não escapou do problema, que foi restabelecido dia 30. Desta forma, os atendimentos às pessoas com agendamento estão regularizados, assim como a entrega dos documentos para as pessoas que já o requereram. O agendamento pela internet também já voltou à normalidade. Todas as unidades da PF foram orientadas a reforçar as equipes e a estender horários de atendimento, especialmente para a entrega de passaportes. Os cidadãos que estavam agendados e deixaram de ser atendidos durante este período de instabilidade do sistema terão prioridade de atendimento.

@andreolifelipe Dá vergonha dos candidatos a senador em SP. Netinho declarou q o patrimonio dele é de “só” 192 mil. Não sabia que o pagode dele era tão ruim. Felipe Andreoli, repórter do CQC, sobre a declaração de patrimônio do ex-pagodeiro candidato a senador

@millorfernandes No Brasil de hoje todo cidadão é considerado culpado até demonstrar, de forma insofismável, a sua capacidade de suborno. Chargista Millôr Fernandes criticando a conduta moral dos brasileiros

@deputadonilson So agora consegui tweetar. Essa merda quando em vez emperra. Nilson Gonçalves, candidato à Assembleia Legislativa, com dificuldades para utilizar a ferramenta

@primeirapauta Sugira tweets para a coluna do twitter no Primeira Pauta. Sua opinião é muito importante! twitter.com/primeira_pauta


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Geral

Joinville - Outubro 2010 PRIMEIRA PAUTA

ENSINO SUPERIOR

Jornalismo: crise está superada? Após alterações e corte de despesas, instituição garante que qualidade do curso não caiu DIEGO PORCINCULA

A grade curricular de jornalismo traz disciplinas práticas que ajudam a formar profissionais mais capacitados para o mercado de trabalho

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urante os 12 anos em que existe, o curso de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc passou por mudanças, como a nova grade de matérias implantada em 2008 e a troca de professores. O Ministério da Educação (MEC) recomenda uma atualização da matriz curricular a cada quatro anos. A grade antiga, implantada em 2002, permaneceu até 2007, quando houve uma revisão e o implante da matriz nova. A mudança aconteceu principalmente pela quantidade de disciplinas teóricas no primeiro semestre da grade antiga, que desmotivava os calouros no início do curso. A atualização foi focada em matérias mais técnicas. O aluno que estava matriculado na matriz curricular antiga teve que

migrar para a atual, sem perder nada, pois algumas matérias podiam ser validadas com base na ementa ou carga horária. Uma das alterações foi a retirada da disciplina ‘Língua Portuguesa II’. “Quem entra para o curso de jornalismo já tem que ter certo domínio da língua”, explica o coordenador do curso, Sílvio Melatti. Recentemente, a faculdade passou por uma crise e teve que reduzir gastos. O coordenador disse que a demissão de seis professores e a contratação de cinco aconteceu para diminuir despesas. Segundo ele, a escolha dos novos profissionais foi feita pela direção. Os professores que davam mais custo foram trocados, pois moram em outras cidades e a instituição pagava deslocamento e hospedagem.

Outros fatores que moti- que a redução de alunos não varam a diminuição de gastos afeta a qualidade do ensino e, foram os casos de inadim- por enquanto, não há necessiplência e a redução de matrí- dade de mais cortes. “Tenho culas. Melatti comenta que notado uma grande procura uma das causas dessa redu- pelo curso de jornalismo para ção é a não obrigatoriedade o vestibular do próximo ano”, do diploma. Segundo ele, completa Melatti. a questão do diploma afeta Francisco Duarte entrou mais quem está no curso este de fora, ainda ano e afirma CONFIANÇA decidindo que que está sendo curso fazer. Os o que esperava, Coordenação diz maiores motiapesar de o prique a redução de vos de desistênmeiro semesalunos não afeta a cia são problequalidade de ensino tre ter sido um mas financeiros pouco parado, da instituição ou troca de curcom matérias so. A instituiteóricas. “O ção também tem bolsistas na segundo semestre já foi mais Revi, no Centro de Direitos animado, por ter mais disciHumanos (CDH) e no Jor- plinas práticas”, diz. Para ele, nal do Paraíso, o que também a queda do diploma não decolaborou para a redução. sanimou. “Sei que a RBS só O coordenador garante contrata pessoas formadas”.

Duarte destaca que pessoas sem formação jornalística cometem muitos erros, principalmente de vocabulário, por isso a importância de passar por uma faculdade. O jornalista Adilson Girardi se formou na primeira turma do curso no Ielusc. Para ele, ser pioneiro traz duas vantagens: não ter veterano para dar trotes e algum status. Mas, segundo Girardi, não passa disso. “No demais, você serve de cobaia para a instituição”, diz. Segundo Girardi, o nível de ensino era bom, pois os alunos tiveram uma equipe selecionada de professores experientes. “Praticamente todos vieram de fora da cidade e alguns de outro estado, como foi o caso do primeiro coordenador do curso, Edelberto Behs”, completa. Dos professores daquela época, o ex-aluno citou Jacques Mick, Samuel Lima, Valdete Daufenback, Sérgio Murilo, Antonio Piva, Gastão Cassel, Jacques Wainberg, Regina Zandomênico e Celso Vicenzi. Girardi ainda se diz suspeito para falar da qualidade do curso. Em 2002, o jornalista recebeu o prêmio “Mérito Catarinense Universitário” na categoria de melhor aluno do Curso de Comunicação (Jornalismo e Publicidade). Para ele, o aluno deve se aprofundar no conhecimento, porém os professores tem que dominar o conteúdo que ensinam. Para representantes do Diretório Acadêmico, a crise não está superada. Segundo o Dacs, a qualidade do curso piorou com a saída de professores qualificados para outras universidades. Ana Luiza Abdala analuizaabdala@hotmail.com


Geral

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TERCEIRA IDADE

Envelhecimento ativo garante saúde e bem-estar

A

é o caso de Helena Beretta Beltrame, uma gaúcha de 78 anos que há quase quatro, decidiu morar no Lar do Idoso Betânia. A senhora recebe as visitas de braços abertos, já que os parentes são de Porto Alegre e têm dificuldades em visitá-la periodicamente. O familiar mais próximo dela é o filho, um engenheiro que trabalha em Curitiba e viaja pelo mundo. Sempre que pode, ele a busca nos finais de semana para almoçar e passear. Muito religiosa, Helena carrega uma cruz no pescoço, e tem três terços enrolados na cabeceira da cama. Ao redor do quarto, os santos ganham

Aqui é pura atenção e carinho. Pra eu sair daqui só no caixão”

HELENA BERETTA BELTRAME moradora do Lar Betânia

Lar do Idoso Betânia abriga 38 pessoas e promove diversas atividades para garantir qualidade de vida aos moradores cada dia as pessoas envelhecem. Apesar da existência de políticas que colaboram com a natureza e outras medidas para o futuro, é difícil conhecer alguém que já tenha planos, ou saiba onde estará quando for um idoso. Em Joinville, algumas atividades e lugares são dedicados aos velhinhos. Bailes e grupos da terceira idade, e academias nas praças públicas trazem benefícios a essa faixa etária da população. Entretanto, pouco se sabe como vivem os senhores e senhoras distribuídos nos dez asilos e lares da cidade. Abandono da família não

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espaço especial. “Se me cha- carinho. Pra eu sair daqui só marem de carola, eu sou mes- no caixão!”, enfatiza. mo”, brinca. O Lar do Idoso Betânia Devido ao diabetes, He- é uma instituição filantrópilena sente dores nas pernas e ca cercada pela religiosidade. não sai muito do Lar. Ela in- Existe há sete anos, e tem caveste seu tempo pacidade para livre no na concomportar 42 AUXÍLIO fecção de roupessoas. Metade É possível colaborar das vagas é despas de crochê para as crianças tinada a pagancom depósitos do Lar Abdon tes, e as outras, a financeiros e Batista. “Assim idosos carentes, pagamentos feitos eles têm alguma encaminhados na entidade coisa para propela Secretaria teger o peito e de Assistênas costas, e podem brincar na cia Social de Joinville (SAS). rua”, explica. Helena adora o Enquanto o preço normal é Lar, e garante que é amiga de de R$ 1.350, os senhores e todos. “Aqui é pura atenção e senhoras encaminhados pela ARIANE PEREIRA

Helena Beretta Beltrame, 78 anos, investe parte de seu tempo livre para a confecção de roupas de crochê para crianças abandonadas

SAS pagam, no máximo, 70% do salário mínimo. Hoje, o Lar abriga 38 idosos. A rotina do lugar inclui horário para visitas – no período da tarde –, tempo para oração, alguns passeios e viagens, além das atividades promovidas pelos voluntários: massagem, serviços de cabeleireiros, artesanato, atividades de terapia ocupacional e grupos que tocam violão e cantam músicas. Mas, a maior parte do tempo é livre, e cada um ocupa da forma que preferir. A maior dificuldade do Lar é financeira. Segundo a assistente social Lúcia Baron Mendes, o lugar sobrevive do dinheiro pago pelos moradores, do convênio com a prefeitura, dos recursos arrecadados em eventos que algumas instituições promovem e de doações que podem ser feitas por depósito bancário ou pagamento na entidade. Entretanto, o dinheiro é quase insuficiente para pagar os 29 funcionários contratados, as contas de água e luz e ainda ter que comprar comida, remédios e fraldas geriátricas. “Só a conta de luz chega a R$ 5 mil porque é bastante gente”, comenta Lúcia. A outra forma de arrecadar dinheiro é a tradicional “feirinha de quarta-feira”. Durante a semana, as pessoas podem doar objetos ou roupas em bom estado à entidade, que em seguida, são organizados e revendidos a preços baixos. “Esse dinheiro vai pra caixinha, o que recebermos é lucro”, afirma Lúcia. O que é adquirido serve para pagar os passeios e as viagens dos idosos. “Eles já foram a um hotel fazenda e também para Nova Trento, na Santa Paulina”, lembra. Emanoele Girardi mani.girardi@gmail.com


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Geral

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ARIANE PEREIRA

Voluntários disponibilizam seu tempo e oferecem um pouco de carinho e atenção aos bichinhos abandonados, indefesos diante da crueldade dos seres humanos

VOLUNTARIADO

Ajuda para os animais abandonados Grupos de Joinville se mobilizam para garantir cuidados a bichinhos encontrados nas ruas

A

s grandes e pequenas cidades compartilham uma mesma realidade: o abandono e maus tratos aos animais. Pensando nisso, voluntários dividem seu tempo para dar um pouco de carinho e atenção a esses bichos, indefesos diante da crueldade dos seres humanos. Em Joinville, entidades buscam formas de acolher e tratar desses animais. Apenas um dos grupos recebe auxílio financeiro do poder público. Ainda assim, a quantia destinada é baixa, se levado em conta os gastos com os trabalhos desenvolvidos. Bruna Bachmann Tonelli, voluntária do Grupo de Apoio e Proteção aos Cães Abandonados (Guapecas) relembra o início dos trabalhos da entidade. “Trocamos e-mails e mantivemos contato. Daí surgiu a ideia de montarmos o Guapecas”,

conta. Atualmente, quatro voluntários participam das atividades. “Somos um grupo pequeno, mas organizado”, afirma. Devido ao grande número de animais nas ruas, o Guapecas prioriza o recolhimento de filhotes doentes, cadelas grávidas e cães que sofreram atropelamento. “Os gastos são muito altos, não há como acolher todos os bichinhos”, lamenta. Por não possuir sede própria, a entidade faz parcerias com clínicas veterinárias. As despesas dos serviços prestados pelo Guapecas são pagas com o dinheiro dos próprios voluntários e com as quantias obtidas nos eventos promovidos. Para buscar apoio, os participantes contam com o auxílio da internet. “Mandamos e-mails para a nossa rede de contatos, que os repassam para mais pessoas”, diz. Muitos dos que adotam, devolvem os cães e

gatos algum tempo depois. chtold, voluntária e co-resA voluntária alerta para que ponsável pelo canil, o valor uma atitude seja tomada: “Pe- repassado é utilizado para dimos que liguem para nos a alimentação e gastos com avisar, e não joguem estes ani- as clínicas veterinárias que mais na rua novamente”. Para atendem estes bichinhos. adotar um ani“Essa quantia é mal, é necessácomplementaSOLUÇÃO rio que a pessoa da, já que não é seja maior de suficiente para Conscientização 18 anos, além alimentar todos e castração são de possuir uma os animais que alternativas para casa murada ou estão sob nossa reduzir animais cercada, para responsabiliabandonados que o bichinho dade”, reforça. não fuja. De Os animais resacordo com Bruna, o melhor gatados têm o mesmo perfil caminho para diminuir o dos acolhidos pelo Guapenúmero de animais abando- cas: filhotes e cadelas abannados é a conscientização e a donadas e animais feridos. castração dos animais. “Muitos são encontrados em No bairro Vila Nova, em caixas de papelão, sacos de Joinville, fica a sede da Ong lixo e com graves problemas Abrigo Animal. Lá são man- de saúde”, diz. Para Osnilda, tidos 800 cães e 200 gatos. a falta de apoio dos órgãos A entidade possui convênio públicos é um dos fatores com a Prefeitura Municipal determinantes para que o de Joinville desde 2003. De número de animais atendiacordo com Osnilda Ba- dos aumente. “Há pessoas

que pensam que somos obrigados a recolher seus cães e gatos quando não os querem mais”, fala. A Abrigo Animal conta com a colaboração de 10 voluntários. Buscando a conscientização, a Frente de Ação pelos Direitos dos Animais (Frada) não recolhe animais. Tem como objetivo captar sócios contribuintes para arrecadar verbas para a castração desses bichos, além de investir nos trabalhos de educação. Atualmente, a Frada conta com o auxílio de 12 voluntários ativos, além de outras pessoas que ajudam no desenvolvimento das ações. A busca por um lar temporário também é feita pela entidade. Segundo a presidente Ana Rita Hermes, os contatos são fundamentais para que um local que abrigue os animais seja encontrado. Francine Ribeiro francinetaina@gmail.com


Saúde

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REUMATISMO

Conviver com a dor se torna o melhor remédio Doença crônica pode levar à incapacidade física e a cura ainda é um mistério que desafia médicos e pacientes

S

egurar um garfo, calçar os sapatos, levar um copo de água à boca, escrever. Atividades simples do dia a dia tornam-se um inferno para quem sofre de alguma doença reumática, como a artrite reumatóide (AR). Pois bem, “reumatismo” é o nome popularmente empregado a essa e mais de 100 doenças que se manifestam no sistema músculo-esquelético. Ao contrário do que muitos pensam, DIVULGAÇÃO

não se tratam de “doenças de velho”, pois podem ocorrer inclusive recém-nascidos. As doenças reumáticas atingem aproximadamente 15 milhões de brasileiros, de acordo com levantamento da Associação Nacional de Grupos de Pacientes Reumáticos (Angpr). Em algumas regiões, a AR abrange 1,5% da população. É o caso da empresária Patrícia Antunes. Hoje aos 48 anos, Patrícia conta como enfrentou as limitações. “No começo vivia de-

sanimada e deprimida. Mas crônica, com dores fortes como adoro viajar e fazer o nas articulações, principalque gosto, decidi reagir. Pro- mente mãos e punhos. curo não pensar na doença e O tratamento tende a ser quando as dores me incomo- prolongado. Por isso, além dam, dou um jeito”, recorda. dos remédios receitados e Segundo o exercícios fíreumatologista sicos, Patrícia SEM CURA e professor de buscou apoio medicina da na medicina Estima-se que Univille, Dr. oriental. “Não 15 milhões de Pedro Wenuso remédios brasileiros sofram gril, as doenças anti-inflamatóde algum tipo de reumáticas cosrios. Faço tradoença reumática tumam atacar tamento para diversos órgãos aliviar as dores do corpo, como pulmões, com acupuntura. Acredirins e até a pele. Por isso os to que paliativos como esse pacientes têm sintomas, cau- ajudam mais do que apenas sas e tratamentos diferencia- utilizar a medicação”, conta. dos, que devem ser tra- Natação, ioga e pilates são as tados de acordo com práticas mais recomendadas o histórico de cada aos pacientes, pois ajudam paciente. No caso no bem estar da mente. da AR, uma Os exercícios fortificam das caracte- a musculatura e alongam os rísticas é a ligamentos, evitando maior evolução rigidez e os inchaços típi-

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Embora a artrite não tenha cura, procuro conviver com esta doença da melhor forma possível” PATRÍCIA ANTUNES paciente

cos. “É fundamental que o paciente durma bem, tenha boa alimentação, hábitos saudáveis, ou seja, sem vícios e uma vida muito atribulada. Como o mau humor e a depressão são fatores presentes na maioria dos casos. Os pacientes que se exercitam reagem melhor ao tratamento”, ressalta Dr. Pedro. A causa da AR é desconhecida. Por isso a cura dessa doença ainda é um mistério que desafia a ciência e a compreensão dos médicos e pacientes. Os medicamentos são direcionados para o paciente de acordo com os sintomas apresentados e as chances de controle são pequenas. Há estudos em desenvolvimento que procuram desvendar o mecanismo causador das agressões. “Embora seja uma doença que dizem não ter cura, procuro levar minha vida normalmente e conviver com a doença da melhor forma possível. Espero que, em breve, os cientistas encontrem a cura para minha doença”, finaliza. Rozane Campos rozane@wisdomidiomas.com.br

Mais informações sobre a doença

Dores provocadas por doenças reumáticas podem ser aliviadas com acupuntura

A incidência de artrite reumatóide (AR) é mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos. A evolução da AR é lenta, pouco agressiva e crônica. Dependendo do caso, a doença dura por meses e até anos, além de apresentar períodos sem manifestar-se. No início,

o portador pode apresentar mal-estar, fadiga e dor muscular. Esses sintomas tendem a acompanhar ou anteceder as dores articulares ou ósseas, principalmente nas pequenas articulações das mãos e dos punhos. Algumas pessoas amanhecem com dificuldade em movimentar as articulações por, pelo menos, 1 hora.

Em casos mais graves, a rigidez matinal só alivia parcialmente, mantendo a dor e limitação de movimentos. Sem o devido tratamento, a doença pode deformar as articulações e causar graves danos ao sistema nervoso, coração, outros órgãos e, com o passar do tempo, levar o paciente à incapacidade articular.


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E

Espe

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m um dia chuvoso no além da torcida, muitos jogaverão de 1959, o time dores saíram machucados”. Baependi, de Jaraguá Estudante da história espordo Sul vencia a parti- tiva do município, o aposentado da em casa contra o América ressaltou que a partir desse epide Joinville por cinco a um sódio, a antipatia entre as torcina Liga Catarinense de Fute- das dos dois times aumentou, o bol. O clube jaraguaense havia que não refletia nos atletas. As perdido a última partida dis- diversas modalidades esportivas putada em Joinville, para vin- também viraram inimigas, mas gar-se, o goleiro do Baependi de acordo com Caglioni, de provocou a torcida rival, que uma maneira saudável. invadiu o camO confronto po e realizou entre as duas cidaCONTRASTE a maior briga des vizinhas existe já vista pela desde a época da Existe glamour no região. Quem colonização. O clássico regional, conta todos os próprio desbravamas no futebol detalhes da hismento de Jaraguá os times vivem tória é o torcerealidades distintas do Sul ocorreu de dor jaraguaense forma inusitada: o José Augusto presente de casaCaglioni, que mesmo meni- mento da princesa Isabel, herno, recordou como ocorreu a deira de Dom Pedro II, foram pancadaria: “Era uma correria, as terras que hoje se localiza guarda-chuvas voavam para a cidade. A responsabilidade todo lado. Eu e meu pai obser- da demarcação do território vávamos de longe o tumulto e na época era do engenheiro e

RIXA ESP

Joinville e Ja

alimentam rival

Confronto entre as duas cidades vizi coronel do Exército Brasileiro Emílio Carlos Jourdan, que iniciou a trajetória pela Baía da Babitonga (São Francisco do Sul), contrariando o itinerário mais apropriado, que seria partir de Joinville. Reconhecida como distrito de Joinville desde a fundação em 1876, JaraDIEGO PORCINCULA

As torcidas organizadas de Joinville e Jaraguá do Sul disputam no grito, mas não se conflitam fisicamente

guá do Sul conseguiu firmar-se como município somente em 1934. “A partir da separação territorial, nota-se que a disputa se trata de um fator cultural, porém, o que é mais evidente até hoje é a rivalidade esportiva, principalmente no futebol”, afirmou Caglioni. Apenas 53 quilômetros separam Joinville e Jaraguá do Sul, as semelhanças são acentuadas em ambos os municípios. Consideradas pólos industriais de Santa Catarina, o desenvolvimento das cidades ocorreu através dos setores metalúrgico, têxtil e metal-mecânico, que movimentam a economia local e também a do estado. Na década de 50, o Amé-

rica (Joinville) e o Baependi (Jaraguá) eram os times de elite de suas cidades. Em 1966, o Juventus foi inaugurado em Jaraguá do Sul, composto por exjogadores do Baependi e Acaraí, outro time jaraguaense. Dez anos mais tarde, a fusão entre o América e o Caxias, formou o Joinville Esporte Clube. O colunista esportivo Edenilson Leandro, diz que o desencontro nos jogos acalmou a concorrência. “No futebol, a rivalidade nem tem tempo de efetivamente existir, os confrontos entre Juventus e Joinville são poucos, principalmente por causa do sobe e desce do Juventus, que lá uma vez ou outra disputa a divisão

Registro antigo, do arquivo histórico de Jaraguá do Sul, retrata o tim


ecial

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PORTIVA

araguá do Sul

lidade histórica

inhas existe há mais de meio século em que o JEC está”. Os times de futsal ganharam patrocínio e visibilidade há pouco tempo, Joinville, por exemplo, teve a equipe assumida pela empresa Krona somente em 2005. Jaraguá fundou o time em 1992 e em 2001, passou a ser patrocinada pela Malwee. Segundo o jornalista Julimar Pivatto, editor de esporte de um jornal em Jaraguá do Sul, a disputa maior é no futsal, e por isso, mais recente. “No futebol conheço muita gente de Joinville que simpatiza com o Juventus e vejo que, a maior rivalidade é com os times da capital. Existe claro, certo glamour no clássico regional, mas no futebol as duas equipes (Juventus e

Joinville) vivem realidades distintas e isso faz com que hoje, a rivalidade tenha amenizado. No futsal, pelo contrário, só vem aumentando”. Para o colunista Edenilson, a rivalidade passou dos limites há tempos, embora os times ainda participem de competições. “Melhor que seja assim, entre os times e na bola. Nas próximas semanas teremos encontros decisivos pela Liga Futsal e poderemos ver em que nível a coisa realmente esteja. Espero que no campo da rivalidade sadia”.

tava uniformizado. Eram oito horas da noite e o lugar estava preenchido por torcedores que se aqueciam para o jogo que só começaria às 21h. As torcidas organizadas puxavam o grito e o ritmo da bateria para quem foi ao jogo somente por diversão. Gerson Bächtold é sócio

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da União tricolor desde 2006 e O tesoureiro da Torcida Inhá um ano, presidente da Tor- dependente Malwee, a TIM, cida Conexão Tricolor (TCT). Fábio Leoni conta que a torciFábio Leoni é tesoureiro e um da surgiu em 2007. Ele acredos fundadores da Torcida In- dita que a rivalidade no futsal dependente Malwee (TIM). começou quando o Krona de O que seria de um jogo sem Joinville ainda era o JEC. “Jaas provocações das torcidas? O raguá tinha um time top. Eles tempero, o feeling da partida estavam começando, a Krona está na vibração daqueles que se depois assumiu o time e passou arrepiam no drible do craque. a investir em jogadores com Embora disputem no grito, as mais qualidade. Eles não quetorcidas organizariam perder para das não se conflinós”, afirmou. ASCENSÃO tam fisicamente. Nas redes Para Gerson e Fásociais, a rivaliOs times de bio, as torcidas não dade também é futsal da região se falam, mas tamevidente. O torganharam mais bém não brigam. cedor jaraguavisibilidade O atual preense revelou que há pouco tempo sidente da TCT, no Orkut as torGerson, melhor cidas se xingam, conhecido como Alemão, con- mas tudo não passa de provocata 48 sócios da torcida. “É mui- ção. “Quando se chega em quato gratificante participar, nós dra as provocações nunca são temos uma relação boa com o executadas de fato”, brincou. time também, sempre conver- Bárbara Elice bah.rbara@hotmail.com samos depois dos jogos”. DIEGO PORCINCULA

O ENCONTRO No dia 30 de setembro, o Centreventos Cau Hansen esARQUIVO HISTÓRICO JARAGUÁ DO SUL

me do Baependi, campeão da Liga Jaraguaense de Futebol em 1956

Puxar o grito e o ritmo da bateria, incentivando o time do coração, é o objetivo das torcidas organizadas


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Geral

Joinville - Outubro 2010 PRIMEIRA PAUTA

FESTA TÍPICA

Ano de eleição adia a volta da Fenachopp Desde 2003 a cidade de Joinville não abriga a tradicional festa do chopp e deixa de receber dois milhões de turistas a cada ano

O

s promotores da tradicional Festa do Chopp de Joinville já podem comemorar. O processo que promoveu a substituição da Fenachopp pela Festa das Tradições de Joinville durou mais de cinco anos, mas finalmente chegou ao fim. A partir de agora os organizadores têm a liberdade de reativá-la ou de realizar festa similar na cidade. A ideia inicial era reativar a festa já em outubro deste ano, porém alguns problemas adiaram a volta da Fenachopp. Laércio Beckhauser, primeiro presidente da Promotur e organizador da festa, afirmou que por ser

ano eleitoral o retorno será nachopp e o presidente da só no ano que vem. “Além Promotur na época, Aledo problema das eleições, xandre Brandão – a quem ainda é preciso realizar algu- é atribuída a suspensão da mas reformas festa. Branno complexo dão admitiu DECEPÇÃO da Expoville, em juízo que como a instalasuspender a Festa das ção de ar conFenachopp em Tradições não dicionado”. Bebusca de uma conseguiu a ckhauser ainda mesma visibilidade nova festa foi adiantou que um erro, e que da Fenachopp o formato da o melhor para festa poderá ser o turismo de modificado, e transformado Joinville seria manter o forem uma espécie de feira. mato da antiga. O processo tramitou no Desde 2003, Joinville Poder Judiciário de Joinville tem ficado sem acolher os e teve seu fim em novembro mais de 2 milhões de tude 2009, em acordo feito ristas que frequentavam a entre a organização da Fe- festa anualmente. Nesse as-

pecto, a Festa das Tradições não conseguiu se aproximar da visibilidade que a Fenachopp possuía. O calendário de outubro no estado conta com mais de 10 festas típicas, e com datas próximas entre si, a fim de manter o turista em território catarinense. Os atrativos são os cardápios típicos, os trajes e a decoração, que remetem à cultura dos colonizadores europeus. FESTAS RURAIS Há em Joinville outro calendário de festas, desconhecido por grande parte da população. Uma infinidade de pequenas comemorações

acontecem todos os anos, na zona rural de Joinville. Algumas delas já são realizadas há anos dentro da maior cidade populacional do estado. É o caso da Festa do Tiro Rei, por exemplo, que ocorre em Pirabeiraba, e já está em sua 51ª edição. Novas festas nascem a cada ano, destacando o turismo rural, que é tão pouco divulgado na cidade. Esse ano mais uma festa passou a fazer parte desse pequeno calendário: A Festa do Aipim. A organização divulgou que espera ao menos 600 visitantes para o almoço e demais atrativos. Aos poucos, o distrito de Pirabeiraba vêm escrevendo seu nome no turismo de Joinville. Sobre o assunto, Beckhauser afirmou que tais festas merecem receber mais destaque. “Quando eu era presidente, nós divulgávamos, espalhávamos cartazes. A nova presidência da Promotur ainda está se acostumando com o cargo, é difícil prever”. Enquanto isso, os amantes da antiga festa do chopp aguardam ansiosos para ver o que os aguarda em 2011. Mayara Silva mf_silva90@yahoo.com.br DIVULGAÇÃO

A tradicional Festa do Chopp acontecia na cidade desde 1988 e o bjetivo do organizador é que ela volte a integrar o calendário das festas de outubro


Turismo

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VERANEIO

Litoral Norte se prepara para o verão Com a aproximação da temporada as cidades iniciam trabalhos para aguardar os turistas

C

asas cheias, filas em joinvilenses não sabem quem supermercados e está aqui do lado”. um trânsito atípico. Em contrapartida, a preO feriado da Inde- feitura possui vários projetos pendência movimentou as e investe em preparativos. praias do norte catarinense “Estamos fechando parceria e deu início aos preparativos com o Senac (Serviço Napara a próxima temporada de cional de Aprendizagem Coverão. Agora obras, projetos mercial) e o Senai (Serviço públicos e investimentos pri- Nacional de Aprendizagem vados tomam conta da rotina Industrial), afim de promodos últimos meses do ano. As ver capacitação técnica em prefeituras correm atrás do diversos setores e trabalhamaior número de turistas, dores do comércio”, afirma enquanto os moradores tor- o diretor de turismo Ricardo cem para não faltar água. Ribeiro Haponiuk. Ele conta Em Itapoá, município que a prefeitura está investinlitorâneo com divisa ao es- do em infraestrutura em todo tado paranaense, a cidade o município, como a consjá mudou o ritmo. Comer- trução de quatro calçadões, ciantes investem nos estabe- sendo dois na beira mar: “Até lecimentos e projetos para o verão estarão finalizados, a expansão do com paisagisturismo surgem mo, chuveiros DESCASO nos órgãos mue iluminação nicipais. “Neste diferenciada”. Falta de ano mudamos Conforme o divulgação por de endereço e diretor, Itapoá parte do governo reformulamos a é muito rica incomoda loja para atrair e em belezas nacomerciantes atender melhor turais, e isso os clientes”, já atrai os tufala a comerciante, Graziela ristas. “Não é preciso fazer Benkendorf. Para Romilda muita coisa, só melhorar a Velem, dona de um posto de estrutura”, acredita. Até a gasolina no centro da cidade, temporada os pontos turístinão vale mais a pena investir cos serão revitalizados e o popara o verão, pois as férias es- der municipal está na busca tão cada vez mais curtas. “E de recursos para a construção as pessoas que vem para cá só de um pórtico. tem o sol e a praia como atraNa cidade vizinha, São tivos, se o tempo não colabo- Francisco do Sul, a prepara, não há o que se fazer”, ração da prefeitura também critica que a prefeitura não iniciou. Até a temporada divulga a cidade, que não serão realizados cursos para existem eventos e nem pro- condutores culturais do cenpaganda. O corretor de imó- tro histórico, de turismo e veis Neuci Francisco Ferreira hospitalidade para agência também reclama da falta de de viagens, formação e aperiniciativa do poder público feiçoamento de garçons e tade divulgar a cidade e se in- xistas. Segundo a diretora de digna por moradores de cida- coordenação e planejamento des vizinhas não saberem da da secretaria de turismo e existência de Itapoá: “Muitos lazer do município, Janaína

Martins Ramos, a prefeitura prevê a estruturação de uma feira de artesanato no Centro Histórico e, nas praias, está ocorrendo o aumento das calçadas e a construção de ciclovias. Janaína também comenta que há outros projetos, mas ainda não estarão prontos para esta temporada. Mas junto à expectativa de projetos e movimento de

turistas, a população de Itapoá teme pela falta de água. “Todos os anos é a mesma coisa, a estrutura do abastecimento não comporta a quantidade de pessoas”, diz Lucas Fernandes Henk, morador da cidade há quinze anos. A comerciante Graziela também reclama: “Muitas vezes turistas deixam de vir pois sabem que faltará água”. Conforme

o diretor do departamento de águas, Francisco Rossival Borges, a demanda de pessoas nos últimos dias do ano aumenta muito e não se pode afirmar que não faltará água. “Mas estamos fazendo investimentos na infraestrutura para minimizar o problema”, fala o diretor. Augusta Fehrmann Gern augustagern@gmail.com AUGUSTA F. GERN

A prefeitura de Itapoá investe em pieres e calçadas na beira-mar para atrair um público maior

São Chico e Itapoá: turismo separado por águas Separadas pela Baía da Babitonga, as cidades de Itapoá e São Francisco do Sul oferecem um conjunto de belezas naturais. Além dos cartões postais das belas praias, contam com cachoeiras, áreas rurais e a tecnologia e investimento dos portos. Itapoá, neste verão, terá a inauguração do Tecon, porto que movimentará

ainda mais as águas da Baía com os grandes navios. O município conta com um turismo voltado à natureza, como o encontro do rio e do mar na Barra do Saí, as três pedras no Balneário Itapema do Norte, as águas tranquilas e o Farol no Baln. Pontal e ainda a “Volta Velha”, uma Reserva do Patrimônio Público Natural (RPPN).

São Francisco do Sul, além das belezas e da prática do surf nas praias, também conta, por exemplo, com o Centro Histórico, o Museu Nacional do Mar, o Forte Marechal Luz e o Museu Histórico. A partir desta temporada haverá o receptivo de 320 navios que, segundo o departamento de turismo, contarão com 50 mil passageiros.


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Geral

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MOVIMENTO

E se no seu caminho houvesse um muro ?

são da polícia – os grupos são abordados com frequência por guardas quando praticam a atividade. “Uma vez batemos boca com dois policiais que nos encontraram saltando em uma praça. Eles disseram que éramos vândalos e estávamos destruindo o patrimônio público. Mas é normal, tem gente que vê problema em tudo”, explica o estudante Thiago Dias, que há nove meses faz parte do grupo Samparkour. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, os agentes são treinados para cuidar do que é da siderado um esporte. Mas população e evitar a destruios traceurs – como são cha- ção do patrimônio público. mados seus praticantes - o “Às vezes, o nosso cuidado é consideram uma filosofia excessivo, mas ajuda a evitar de vida. Segundo Rafael a ação de vândalos na cidados Santos, do grupo Sam- de”, diz o policial João Ferparkour de Joinville, tudo reira Matos, que patrulha as está ligado ao sentimento de ruas da capital paulista. liberdade que os movimenNo Brasil, o Parkour cotos proporcionam aos pra- meçou a ser praticado em ticantes. “Quando estamos 2004, e o número de simsaltando temos patizantes uma sensação cresceu signiREPRESSÃO de independênficativamencia, que somos te. Pesquisas Praticantes de Le livres para ir a do psiquiaParkour sofrem qualquer lugar tra Eduardo com “cuidados sem depender de Bittencourt, excessivos” da ninguém”, afirum dos funpolícia ma. Rafael faz dadores do parte do grupo Parkour no há dois anos. Os saltos são país, estimam que só em feitos de qualquer lugar – São Paulo existam 2 mil prédios, pontes e escadas. praticantes, a maioria meSempre acompanhados de ninos. Em grandes metróuma câmera, os traceurs fil- poles, já é considerado um mam suas acrobacias para a meio mais rápido de locodivulgação na internet. “Às moção, devido aos grandes vezes você vê um cara fazer congestionamentos. É uma uma coisa diferente em um alternativa encontrada pevídeo e passa a treinar pra los jovens de sobreviver na fazer igual, como um desa- guerra que são a maiores fio”, conta o estudante Car- cidades brasileiras, assim los Cassati, do grupo Free como os soldados franceses Life de São Paulo. fizeram no Vietnã. Os traceurs, entretanto, Vitor Forcellini ainda sofrem com a repres- vitor_f_porks@hotmail.com

O que para a maioria das pessoas significa um transtorno, para os praticantes de Parkour se torna um obstáculo a ser vencido

Q

ualquer semelhança com o francês “lê parcours” não é em vão. Movimentar-se pela cidade pulando sobre obstáculos urbanos – não importando o que estiver na frente – é o principal objetivo do Parkour, e o que justifica a escalada de muros de qualquer altura, pulos quase

mortais de um telhado para outro ou caminhadas em corrimãos de apenas alguns centímetros, seguidos de um mortal e superação do próximo obstáculo. O que parece uma atitude de jovens irresponsáveis e rebeldes se torna uma prática divertida. O Parkour surgiu inspirado em treinamentos

militares dos soldados franceses no Vietnã – que utilizavam saltos para transpor obstáculos na mata. David Belle uniu esses movimentos com a ginástica e as artes marciais, criando os primeiros movimentos da atividade. Atualmente, não há competições oficiais de Parkour, por isso não pode ser conDIVULGAÇÃO

“ A vida de um traceur não consiste em vencer um adversário, mas em superar seus próprios limites

Às vezes você vê um cara fazer uma coisa diferente em um vídeo e passa a treinar” CARLOS CASSATI traceur

Quando estamos saltando temos uma sensação de independência, que somos livres” RAFAEL DOS SANTOS traceur


Segurança

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TRÂNSITO

Lei das cadeirinhas gera mais dúvidas Após alterações, veículos fabricados antes de 1999 são isentos do uso do equipamento

D

esde 1º de setembro, a Polícia Militar e os órgãos de trânsito fiscalizam e já estão autorizados a multar os motoristas que não estão de acordo com a lei que regulamenta o uso de dispositivos de retenção nas crianças. “O objetivo é reduzir os números de acidentes de trânsito envolvendo crianças”, explica o chefe do setor de Trânsito do 14º Batalhão da Polícia Militar de Jaraguá do Sul, tenente Carlos Augusto Sell Júnior. A resolução do Contran, aprovada em junho

de 2008, não prevê o uso o carro do pizzaiolo Nelson obrigatório dos dispositivos Vendramim, 50 anos. Na de retenção em veículos fa- primeira saída à procura de bricados somente com cin- uma cadeirinha, Vendrato de dois pontos e, como mim percebeu que o assena configuração to móvel não dos carros não se adequava FISCALIZAÇÃO pode ser altea seu veículo. Polícia Militar e rada, o órgão “Deve haver órgãos de trânsito precisou alterar estrutura para estão autorizados a as regras. que cumpramultar motoristas O descuido mos a lei. Não fora da nova lei do Conselho podem simNacional de plesmente imTrânsito (Conpor”, critica. tran) ao elaborar a lei aca- A mudança deve-se ao fato ba de isentar da penalidade de que carros fabricados até mais de 10 milhões de au- 1999 tenham apenas cinto tomóveis no Brasil. Como de dois pontos no banco

traseiro, enquanto a legislação prevê o uso de assentos e/ou cadeirinhas com cinto de três pontas. “Não entendo como aprovam uma lei que não é possível ser cumprida por toda a população”, completa. O Contran publicou a alteração no Diário Oficial da União no dia 6 de setembro. Mas segundo o Inmetro, crianças de zero a quatro não possuem altura adequada e nem estrutura óssea bem desenvolvida para usar o cinto de segurança do automóvel. Agora de acordo com o Departa-

mento Nacional de Trânsito (Denatran), as crianças com idade inferior a dez anos podem ser transportadas no banco de trás, desde que a acomodação esteja adequada ao peso e a altura. Porém, a regra é válida para situações específicas: quando o veículo for dotado exclusivamente deste banco, a quantidade de crianças com esta idade exceder a lotação do banco traseiro ou o veículo tiver apenas cintos de segurança de dois pontos. Daiana Constantino daiana_constantino@hotmail.com DIVULGAÇÃO

Como usar os dispositivos Bebê-conforto Em carro: o equipamento deve ser instalado no banco traseiro, de costas para a dianteira do veículo. Não esqueça de prender a criança com o próprio cinto do equipamento. Em caminhonete: se tiver air-bag, o bebê-conforto deve ser instalado na mesma posição da dianteira do veículo, com a criança de frente para o painel, com o banco puxado o mais para trás possível. Em veículo sem air-bag, a orientação é a mesma acima. Cadeirinha Em carro: deve ser instalada no banco traseiro, de frente para a parte dianteira do veículo, em posição vertical, presa ao banco por trás pelo cinto de segurança do veículo. A criança deve ser presa com o cinto da própria cadeirinha. Em caminhonete: a cadeirinha deve ser instalada no banco do passageiro da mesma forma que é colocada em carros de passeio. Assento de elevação Em carro: o assento sobre o banco traseiro deve ser colocado no espaço junto ao encosto. Coloque a criança no assento e prenda com o cinto de segurança do carro. Caso o cinto passar sobre o pescoço, ela ainda é pequena para usar o equipamento. Neste caso, a orientação é continuar usando a cadeirinha. Em caminhonete: o assento deve ser usado no banco do passageiro da mesma forma que em carros de passeio.

Cadeirinhas são vendidas para instalação no banco traseiro do carro apenas em cintos de três pontas


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Geral

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RONALDO SANTOS

Por enquanto, pilotos ainda não podem contar com o Instrument Landing System para auxiliar no pouso de aviões. O equipamento deve reduzir trasntornos no aeroporto

AVIAÇÃO

ILS ainda é ilusão em Joinville Instalação de sistema que auxilia pouso de aviões em clima instável só minimiza problemas

D

epois de grande mobilização por parte de empresários e políticos influentes do Estado no mês de maio, uma comitiva foi montada e o tão sonhado ILS (Instrument Landing System) será instalado pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) no Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, no prazo de até 18 meses. O equipamento ajudará a diminuir os fechamentos devido ao mau tempo, tornando o aeroporto mais acessível a novas empresas aéreas. Junto com o ILS, será instalado um sistema

de luzes de alta intensidade e uma estação de análises meteorológicas. No total, a aquisição destes equipamentos custará cerca de R$ 14 milhões. Além da visibilidade, o vento é outro fator que atrapalha o pouso das aeronaves. Segundo o gerente de Navegação Aérea do Aeroporto, Orlando Bejarano, nada pode ser feito. “O vento de cauda [na direção da rota do avião] é algo conhecido pelas empresas aéreas em Joinville há muito tempo e, inclusive, está no manual do aero navegante. Ele dificulta o pouso dos aviões na pista 33, a mais usada entre as ae-

ronaves maiores”, avalia. Para Bejarano, a imagem de que o ILS resolverá de vez os problemas em pousos e decolagens do local é falsa. “O ILS vai reduzir, mas não acabar com o fechamento do aeroporto. Nevoeiro existe em qualquer lugar do mundo, e aqui não é diferente”, ressalta. Bejarano lembra que em Joinville será instalado equipamento categoria I, enquanto o Aeroporto Afonso Pena, de Curitiba, tem ILS categoria II e, mesmo assim, cancela pousos e decolagens constantemente. Matheus Mello senso_de_humor@hotmail.com

O que é o ILS? O Instrument Landing System ou Sistema de Aproximação por Instrumento é um sistema que dá orientação precisa ao avião no momento do pouso. Existem três categorias: Categoria I: aproximação por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão não menor que 60 m (200 pés) e visibilidade não menor que 800m ou contato visual com a pista não menor que 550 m. Categoria II: aproximação por instrumento de preciFonte: Wikipedia

são e pouso com uma altura de decisão menor que 60 m (200 pés) mas não menor que 30 m (100 pés), e contato visual coma pista não menor que 350 m. Categoria III: possui sub-divisões, mas é possível pousar com visibilidade próxima a zero, no piloto automático.


Cultura

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COMPORTAMENTO

Conhecimento além das grades Condenado a 20 anos e seis meses de prisão escreve seu primeiro livro na penitenciária

E

le precisava treinar a redação para o vestibular. Se empolgou com o texto e acabou escrevendo seu primeiro livro. Com 323 páginas, “Onde foi que eu errei?” demorou três anos para ser

escrito e será publicado, em breve, pela Unisul. É um dos acertos na vida de Marcelo Diogo Weiss, 27 anos, um dos 366 moradores da Penitenciária Industrial de Joinville. Condenado a 20 anos

e seis meses de prisão por assalto à mão armada – ele jura que não guardou nenhum centavo dos R$ 269 mil que roubou -, Weiss já cumpriu cinco anos da pena. Neste tempo, concluiu o ensino médio, fez FRABRICIO PORTO

curso técnico, freqüentou aulas de espanhol e em 2008 ingressou na faculdade de Engenharia da Produção, na Univille. Por estar em regime semi-aberto, ele pode sair da penitenciária para estudar. “Chego à meia noite. Durmo cinco horas”, diz o rapaz, que levanta às seis da manhã para trabalhar na Ciser, uma das 12 empresas instaladas dentro da penitenciária, que empregam 224 presos. Outros 155 apenados estudam na PIJ. Mas poucos têm a mesma dedicação do escritor. Casado e pai de dois filhos – de nove e dois anos de idade – ele escreveu um livro de poesias para homenagear sua mulher. Nos finais de semana refletia sobre seus erros e deu vida à sua primeira obra. Agora ele se debruça sobre seu segundo livro, inspirado no filme “Um sonho de liberdade”, sobre a vida numa cadeia norte-americana. Em pouco tempo as obras de Marcelo Weiss devem estar disponíveis aos de-

mais apenados na biblioteca da penitenciária. BLOG DO “PENITA” Além de livros escritos nas celas, um blog sobre a vivência carcerária começa a ganhar forma no computador da biblioteca. O responsável pelo conteúdo é o apenado Luciano Siqueira, 39 anos. Como acessar internet é proibido aos presos, o blog é apenas uma simulação, usada para exercitar a palavra. Siqueira também controla a distribuição dos livros nas galerias. Há cerca de 40 obras em rotação, por semana. Na penitenciária, não se escolhe o livro pela capa. O que importa é o conteúdo. O apenado observa que Montesinos – o nome da empresa que administra a penitenciária - vem de um general que cuidava do sistema prisional na Espanha. Lá, na entrada da instituição, há uma frase: “Aqui morre o criminoso e nasce um homem”, conta. Sandro Gomes sandroalberto2005@yahoo.com.br

Doações à biblioteca

Marcelo Diogo Weiss, 27 anos, tomou gosto pela escrita quando precisou estudar para o vestibular

Com 1.780 títulos distintos em seu acervo, a penitenciária realiza campanha para angariar novas obras à biblioteca. A intenção é chegar aos três mil títulos, conforme a gerente em saúde, ensino e promoção social da PIJ, a psicóloga Jaqueline Fachini. O diretor Richard Harrison Chagas salienta que promover cultura e educa-

ção são os melhores caminhos para reduzir o grau de reincidência. Ele salienta que dos 15 mil presos catarinenses, 80% reincidem. Dos 643 presos que já passaram pela instituição, apenas 65 retornaram. “É claro que isso não depende apenas da literatura, mas cria uma sinergia favorável. Realizamos várias atividades reintegradoras”.


Cultura

MEMÓRIA

O mundo contado em imagens Museu Fotográfico expõe acervo com fotos de viagens feitas por um baiano

A

sala tem 7.014 fotos espalhadas pelas paredes. Imagens de rostos, praias, animais e carros de diversos países. Este é o ambiente encontrado por quem vai visitar o Museu Fotográfico, em Joinville. A ideia veio de Hilton Silva Lima, 44 anos. Baiano, formado em psicologia, ele viajou por vários países de moto e bicicleta durante dez anos. Nesse período, fotografou lugares, pessoas e situações inusitadas que presenciava. O fundador do local também é conhecido como James Scott. Em 1988, Lima ganhou uma competição de resistência em Frankfurt, na Alemanha, e adotou o pseudônimo porque muitas pessoas encontravam semelhanças entre ele e o atleta que deu o nome à volta-ciclística. O conhecimento adquirido se deu através da prática e da leitura de livros, já que nunca frequentou cursos de fotografia. O psicólogo tem 3 mil fotografias reveladas e prontas para serem expostas, mas pretende alcançar uma coleção que tenha entre 20 e 25 mil fotos. “Quero preencher o teto e o chão com as fotografias que tirei pelo mundo”, explica. A parte do acervo preferida de Lima recebe um lugar especial em frente sua mesa. O objetivo dele é formar o maior museu fotográfico do mundo e alcançar o título no livro dos recordes. Para conquistar essa meta, faz algumas campanhas no bairro, com intuito de divulgar o espaço à comunidade. Ele já entrou em contato com 96 fotógrafos que se dispuseram a colaborar. O projeto para fundar o

local surgiu há quatro anos. Ao conhecer um químico que recuperava fotos na Alemanha, o psicólogo encomendou o serviço para algumas amostras e percebeu que a recuperação era possível. Lima precisou vender carro e moto para pagar o trabalho. Passou um ano recuperando e digitalizando seu arquivo de imagens. Enquanto olha as fotos espalhadas a sua volta, ele conta as histórias que lembra. “Essa mulher eu conheci na Venezuela, passei dois dias na casa dela. Depois de algum tempo, eu voltei e ela continuava trabalhando no mesmo lugar”, comenta o psicólogo enquanto mostra a fotografia de uma ambulante. Ele escreveu um livro, uma espécie de diário, que precisa de alteração em alguns trechos, já que o final do registro está em espanhol. Antes de iniciar sua viagem, precisou vender alguns bens para conseguir dinheiro. Procurou patrocinadores, mas não obteve apoio. “Tinha R$ 160 mil, mas em cinco anos esse dinheiro acabou,” explica. Para se manter, Lima fez vários trabalhos, que variavam de pintura de casas à palestras em escolas. No início fotografava apenas rostos de pessoas. “Eu usava lentes, aquelas de campo de futebol, e ficava de longe observando. As vezes demorava de 30 a 40 minutos. Tirava 20 fotos e escolhia uma.” Durante o período em que estava fora do Brasil, ele fez quatro exposições em países como Colômbia, Espanha, Itália e México. O intuito era conseguir fundos para continuar a aventura. Assim que retornou, demorou oito meses para se readaptar. “Eu me sentia um estranho no meu país”, conta o psicólogo. Ele enfatiza que alguns visitantes do local não reconhecem as

fotos como arte. “Isso aqui não é um comércio, mas é difícil as pessoas verem isso”. Lima comenta que muitas pessoas olham as imagens e perguntam o que ele vai ganhar de lucro. O idealizador do museu afirma que em países como França e Itália tinha o caminho aberto para colocar sua ideia em prática, porém sofreria preconceito por ser estrangeiro em algum momento. “Aqui eu posso sofrer no começo, mas depois vem o reconhecimento”, conclui. Vivian Carolini Braz vivianc.braz@gmail.com

DIEGO PORCINCULA

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Joinville - Outubro 2010 PRIMEIRA PAUTA

Hilton Silva Lima idealizou o espaço que funciona todos os dias, das 14h30 às 20 horas


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