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Enade testa o nível de faculdades no Brasil
Jazz democrático na Estação da Memória
Sétima edição do exame ocorreu em novembro e foi destinada a universitários e técnicos da área de saúde. Cerca de 650 mil alunos de escolas públicas e privadas participaram.
A oitava edição do Joinville Jazz Festival reuniu centenas de pessoas que tiveram acesso gratuito aos shows durante todo o dia 27 de novembro.
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Futebol americano tenta ganhar espaço Atletas da equipe Gladiators atuam sem receber salário e durante suas folgas ou finais de semana. Sonho é um dia sobreviver apenas com os ganhos no esporte. JAQUELINE MELLO
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO BOM JESUS/IELUSC
JOINVILLE, DEZEMBRO DE 2010 - EDIÇÃO 85 - GRATUITO JAQUELINE MELLO
CÂNCER
Doença mortal Inca estima que até o final de 2010 o número de casos novos de câncer de mama no Brasil atinja 50 mil Página 4 DIVULGAÇÃO AASB
FUTEBOL
Julgamento do JEC é adiado
TRANSTORNO ALIMENTAR
Obsessão por peso pode matar
Equipe espera que América de Manaus perca pontos para entrar na Série C do próximo ano.
Anorexia e bulimia são as principais doenças causadas pelo excesso do culto à beleza entre os jovens.
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COMPETIÇÃO
Ielusc sobe ao pódio do Comunica 2010 Páginas 6 e 7
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Opinião
Joinville - Dezembro 2010 PRIMEIRA PAUTA
artigo
Solidariedade de fachada e perus de natal Por Sared Buéri
Que culpa é essa que faz desencargo de consciência à todo mundo ficar bonzinho medida que se aproxima o nos finais de ano? Além de principal evento do calenencher um porta-malas com dário cristão. Patrões que brinquedos do 1,99 para pre- sugaram à força de trabalho sentear as crianças pobres do de seus “colaboradores” o periferia, decide-se arrecadar ano inteiro dão um upgrade alimentos para montar cestas na “responsabilidade social” básicas e ajudar os desgraça- e distribuem perus dentro dos da cidade. Porque comer de lindas bolsas térmicas direito nos outros meses do que poderão depois ser usaano já é querer demais. das pelos peões na praia, Para encontrar alguma atochando-a de cerveja para explicação menos “militante” esquecer as agruras proporem relação a este tema, en- cionadas pelo chefe. contrei uma justificativa mais A ideologia neoliberal é “científica” em um artigo pu- essencialmente individualisblicado anos atrás na Folha ta. Consumimos nós. ConsuOn-line. “No Natal come-se mimos o mundo, ignorando fartamente e que somos gasta-se muiparte dele, não PROVIDENCIAL to com preseus amos. sentes. Quem Engrenagem Elites incentivam o pode usufruir fundamental voluntariado sente culpa. do sistema para evitar que a O modo de capitalista, a fome cause lidar com esse propaganda convulsão social sentimento é tem tarefa imfavorecer os portante no outros, para que eles tenham incentivo ao voluntariado de uma coisa melhor do que fachada. Ainda que de forma o nada”. A afirmação é atri- inconsciente, essas iniciativas buída pela autora do artigo, de apagar incêndio jamais reJanaína Fidalgo, ao professor volucionarão as vidas dessas de psicologia da PUC (SP) pessoas. E “revolução” para Ari Rehfeld. Ele vê como po- muitas delas significa ter três sitivas essas ações “humanitá- refeições diárias. Conscienterias”, ainda que isoladas. mente, por outro lado, as eliMas não são apenas os tes econômicas continuarão a INGs (Indivíduos Não Go- incentivar o voluntariado, no vernamentais) — uma ana- exercício de evitar que a fome logia, já fora de moda, às dos desgraçados provoque ONGs — que operam um uma convulsão social.
editorial
Um marco para o jornalismo on-line O dia 24 de novembro de 2010 entrou para a pauta do encontro com os autores dos “blogs sujos” história, pelo menos do ponto de vista do jornalis— apelido dado pelo ex-presidenciável José Serra. mo e suas modificações forjadas a partir da internet: Internautas que acompanhavam a conversa foi concedida a primeira entrevista coletiva de um entre Lula e blogueiros como Altamiro Borges presidente da república exclusivamente a blogueiros. (Blog do Miro), Cloaca (Cloaca News), Leandro A ideia surgiu em agosto, no 1º Encontro Nacional Fortes (Brasilia Eu Vi) e Rodrigo Vianna (Escrede Blogueiros Progressistas, realizado vinhador) puderam fazer pergunem São Paulo. Reunidos no Palácio tas pelo chat e pelo Twitter — que HIGH TECH do Planalto, os dez blogueiros parinclusive, no dia seguinte, tinha a Ao deixar Planalto, hastag #lulablogs ocupando a lista ticipantes — críticos às empresas de presidente Lula comunicação tradicionais e suas práde Trending Topics mundial, clasticas jornalísticas — ouviram de Lula sificação que indica os os assuntos promete que terá que ao, deixar o governo, ele também mais comentados na internet. blog e conta se tornará blogueiro e tuiteiro. Que se torne rotina a valorizana rede Twitter Entusiasmado com a entrevista, ção dos jornalistas que decidiram transmitida ao vivo pelo Blog do Platentar uma “terceira via” para fazer nalto, o presidente elogiou o contraponto informatiseu ofício. Com essa “trincheira virtual”, como vo feito na rede. “Agora tem a internet que desmente diz Altamiro Borges, ganha a sociedade — com a em tempo real. Vamos trabalhar para democratizar a pluralidade de opiniões — e ganham os próprios mídia eletrônica para que o povo fique cada vez mais jornalistas que já estão, ou que chegarão em bresabido”. Assuntos como como a regulação da mídia, a ve ao mercado. A cada dia, o jornalismo on-line escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Fedemostra que os “barões da mídia” estão com os ral e o futuro do quase ex-presidente fizeram parte da dias de hegemonia contados.
COORDENADOR DO CURSO Sílvio Melatti
Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc EDIÇÃO 85 - DEZEMBRO 2010 Contato com a redação Rua Princesa Isabel, 438 - Centro CEP 89201-270 - Joinville - Santa Catarina Telefone: (47) 3026-8000 - Fax: (47) 3026-8090 E-mail: nossoprimeirapauta@gmail.com
DISCIPLINA Jornal Laboratório I PROFESSOR RESPONSÁVEL Luís Fernando Assunção COORDENADOR DE PRODUÇÃO Eduardo Schmitz DIAGRAMADORES Aline Seitenfus Edinei Knop Emanoele Girardi
Eduardo Schmitz Francine Ribeiro Gustavo Cidral EDITORES Jaqueline Dias Jean Carlos Knetschik Patrícia Schmauch Rita de Cássia Ronaldo Santos Sandro Gomes Tiffani dos Santos EDITORES DE FOTOGRAFIA Fernanda Rosa Guilherme Duarte
Priscila Carvalho REPÓRTERES Ana Paula da Silva Augusta Gern Bárbara Elice Camila Gonçalves Daiana Constantino Lizandra Carpes da Silveira Maellen Muniz Mayara Francine da Silva Matheus Mello Polianna Moraes Renan Pereira Rozane Campos Sared Buéri
Vitor Forcellini Vivian Braz FOTÓGRAFOS Ana Luiza Abdala Ariane Pereira Jaqueline Mello Luiza Desiderá Gisele Silveira Guilherme Duarte REVISOR Jéssica Michels IMPRESSÃO A Notícia - 2 mil exemplares
Opinião
Joinville - Dezembro 2010 PRIMEIRA PAUTA
que fim levou
Sem decisão, diploma e jornalismo A desregulamentação da profissão dos jornalistas foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2009. Desde então, a única esperança para tornar lei o uso diploma está na Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que tem previsão de votação para a metade de 2011. Enquanto não há definição sobre a medida, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) montará uma comissão que tem por finalidade criar critérios de registro para não formados. O grupo é formado por dois membros de cada sindicato. A primeira reunião será em São
Paulo, no mês de março. Na ocasião será discutida a a filiação dos profissionais, ou seja, a liberação da carteira. Hilton Maurente, secretário do sindicato em Santa Catarina, disse que “a desregulamentação não chegou a impactar as principais empresas da região sul”. Segundo ele, empresas como o Grupo RBS e a RIC Record continuam a contratar somente profissionais diplomados. A principal atividade do Sindicato dos Jornalistas tem se concentrado na luta para conscientizar os donos de meios de comunicação quanto a importância da mão de obra qualifi-
cada. Maurente fala que não há muitos problemas em Joinville. “O que mais preocupa são os jornais do interior”, afirma. O Brasil é um país que abriga um dos mais poderosos, modernos e concentrados sistemas de mídia do mundo. Cerca de 90% da produção de bens culturais e simbólicos, inclusive os produtos jornalísticos, estão sob controle de uma dezena de grandes grupos empresariais. Para Maurente, a desregulamentação é vista como uma “afronta a Constituição brasileira” e uma forma de “mercantilização da profissão”. Aline Seitenfus alinem.seitenfus@gmail.com DIVULGAÇÃO
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@twitter O que eles(as) falam em 140 caracteres @danielsavio C:\Documents and Settings\Gerson\Meus documentos\ StockCar\Temporada2002\Relatórios de equipe\two_girls_1_cup.avi. Problema do personagem Gerson, na novela da TV Globo Passione
@bope_rj Um desserviço prestado pelas aeronaves da Record e Globo! Batalhão de elite carioca opina sobre a cobertura aérea das emissoras de TV no Rio de Janeiro
@nilsonlage Momento em que Lula descer a rampa do Planalto, na posse de Dilma, corre o risco de ter os mais caros segundos publicitários da História. Nilson Lage, jornalista
@luciaverissimo Tô com rugas de preocupação. Mas vou continuar dormindo muito bem ao lado da sua mãe! Ex-aluna do Ielusc recebe resposta de Lúcia Veríssimo após dizer que a atriz não era mais sua “sapatão” preferida
@tiodino Agora no palco Leonardo, Daniel, Luan Santana e Zezé Di Camargo & Luciano. Paul tem a letra A na camisa, formando a palavra AMIGOS. Suposição de como seria a transmissão do show de Paul McCartney no estilo das antigas apresentações sertanejas
Protestos a favor da regulamentação do diploma para os jornalistas são constantes em todo o país
Coletiva de Artistas de Joinville chega à 40ª edição Segue até o dia 15 de fevereiro a 40ª coletiva de artistas de Joinville. A mostra ocorre na Cidade Cultural Antárctica e reúne obras de pintores e escultores que participaram ao longo dos 40 anos de exposição. Conforme Carlos Franzoi, um dos organizadores do evento, o processo de seleção dos trabalhos foi realizada por meio do Edital 2010 do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec). “Parte da produção parece reinventar um espaço urbano marcado pela verticalidade”, observa. A exposição fica aberta para visitação no Anexo 1 da Cidadela Cultural. O horário é de terça a sexta-feira das 9 às 17 horas, sábado, domingo e feriado das 12 às 18 horas. A entrada é gratuita.
@angbismarchi O meu querido Rio de Janeiro está precisando de mais amor, carinho e sexo… Ângela Bismarchi, modelo, reflete sobre a violência na capital carioca
@porradani você que dá RT no danilo gentili: você financia o tráfico. Maneira singela encontrada pelo Primeira Pauta para fazer o mea culpa nesta última edição do ano
@primeira_pauta Sugira tweets para a coluna do twitter no Primeira Pauta. Sua opinião é muito importante! twitter.com/primeira_pauta
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Saúde
Joinville - Dezembro 2010 PRIMEIRA PAUTA
JAQUELINE MELLO
O fumo ainda é a principal causa de contaminação pelo câncer
INIMIGO INVISÍVEL
A incansável luta pela cura do câncer Somente em 2010, aproximadamente 50 mil mulheres devem contrair câncer de mama no Brasil, segundo o IBGE
C
ombater o câncer é um dos maiores desafios enfrentados pela medicina. Mesmo com os avanços da tecnologia e de estudos científicos, ainda não foi encontrada a cura para a doença. O melhor remédio é investir na prevenção ou no tratamento, quando o câncer é diagnosticado em fase inicial. A doença não é contagiosa, mas pode atingir pessoas de qualquer
idade. Muitas são as causas para que uma pessoa possa ser afetada, entre elas estão substâncias químicas e predisposições hormonais. Segundo dados do IBGE, nas duas últimas décadas, aumentaram o risco de uma pessoa adquirir câncer. O envelhecimento e os maus hábitos da população alteraram o ranking das causas de morte no País. Infartos, acidentes vasculares cerebrais e hipertensão perma-
necem na liderança da lista desde 1999, de lá para cá o câncer avançou. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que até o final de 2010, o número de casos novos de câncer de mama no Brasil chegue a 50 mil. O risco é de 50 casos a cada cem mil mulheres. Para o câncer de próstata, o risco é de 54 novos casos para cada cem mil homens. Nas crianças o tipo de
câncer mais frequente é a leucemia, onde os principais sintomas são palidez e cansaço contínuos. “Quando é diagnosticado e tratado em fase inicial, é grande a chance de cura”, afirma o hematologista infantil, Túlio Eugênio Malburg. Para o controle da doença são feitas campanhas contra o fumo e existem vacinas na prevenção para a doença no colo de útero. “O câncer de colo de útero é a segunda
causa que mais mata mulheres, depois do câncer de mama”, diz o doutor Túlio. Amélia Ishiyamo, 60 anos, teve câncer de mama aos 51. A aposentada chegou a fazer sessões de quimioterapia, mas precisou realizar a cirurgia de retirada de um dos seios. Ela conta que não teve seu lado emocional afetado em função do câncer e conseguiu superar o problema. “A doença está em nossa cabeça, temos que pensar positivo e ter fé que seremos curadas”, completa. Em Joinville, existe a Rede Feminina de Combate ao Câncer. A entidade oferece acompanhamento para as mulheres que já fizeram a retirada da mama, além de exames preventivos para o câncer de colo de útero. A sede está localizada na rua Borba Gato 26, no bairro Atiradores. O contato também pode ser realizado pelo telefone (47) 3026-6506. Lizandra Carpes da Silveira lizandra.carpes@hotmail.com Vivian Braz vivianc.braz@gmail.com
Saúde
Joinville - Dezembro 2010 PRIMEIRA PAUTA
ALIMENTAÇÃO
com esses problemas está mais ameaçado de ter, por exemplo, uma parada cardíaca, por causa da baixa quantidade de potássio no corpo. Foi por isso que a morte súbita da modelo uruguaia Luisel Ramos causou rebuliço no meio da moda. Ela desmaiou durante um desfile e morreu devido a uma parada cardíaca. O pai teria declarado que a filha não estava comendo direito.
Culto à beleza incentiva transtornos alimentares Pessoas cada vez mais jovens são vítimas da atual ditadura da beleza, que apresenta problemas como a bulimia e a anorexia
H
á tempos que os padrões de beleza mudaram. A busca pela forma física perfeita, em muitos casos, é uma constante, beirando à obsessão. De carona nesta mudança comportamental surgiram os transtornos alimentares, alguns deles já populares, como a anorexia e a bulimia, que podem levar à morte. É a epidemia gerada pelo culto à beleza. Os transtornos alimentares aumentaram dramaticamente nos últimos anos. Aparecem com maior frequ-
ência na adolescência e início da idade adulta e afetam principalmente as mulheres. Estudiosos discordam sobre causa e tratamento. No Brasil, sobretudo nas classes média e alta, há a mania de elogiar a magreza. É com as silhuetas delgadas que modelos, atrizes e celebridades tornam-se símbolos de beleza, glamour, riqueza e aceitação social. Podemos assistir a tantos famosos comemorando publicamente a perda de gordura que é quase impossível impedir que tais “sucessos” repercutam em quem está
suscetível à pressão por um corpo perfeito e ideal. De acordo com dados publicados pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em 2007, pelo menos 10% das mulheres jovens do mundo já são atingidas por doenças como a anorexia nervosa, a bulimia e a compulsão alimentar. ANOREXIA A anorexia nervosa é a obsessão por um corpo magérrimo, caracterizado por extrema perda de peso, medo intenso de engordar, imagem corporal distorcida e padrões peculia-
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res de manusear os alimentos. Mesmo muito magros, se recusam a comer. Há uma busca implacável de magreza e um medo mórbido de parecer ou ficar gordo. Quando a perda de peso é excessiva, ocorrem alterações endócrinas, metabólicas e eletrolíticas conseqüentes do grave estado nutricional. Caracteristicamente o peso corporal é mantido em pelo menos 15% abaixo do esperado. A pessoa percebe-se gorda, ela sente que algumas partes de seu corpo como o abdome, as coxas e as nádegas estão “muito gordas”. Alguém ANA LUIZA ABDALA
A reeducação alimentar é imprescindível para combater os transtornos alimentares da atualidade que assolam, principalmente, as mulheres
BULIMIA A bulimia nervosa é o exagero na ingestão de comida seguido de indução de vômito. Caracteriza-se por uma preocupação persistente com o comer e um desejo irresistível de comida. Sucumbindo a pessoa a repetidos episódios de hiperfagia, o famoso “ataque à geladeira”, a uma sorveteria, etc. Esse é um distúrbio de quem come compulsivamente e depois induz o vômito para se livrar do alimento. Sentindo-se culpado, o indivíduo se força a vomitar ou a usar laxantes. Isso ocorre, no mínimo, duas vezes por semana. Ainda, por preocupação excessiva com controle de peso corporal, levando a tomar medidas extremas, como também a purgação e diuréticos. A fim de minimizar os efeitos “de engordar” da ingestão de alimentos. Pessoas com bulimia estão normalmente dentro da faixa de peso normal, embora alguns possam estar com o peso levemente acima ou abaixo do normal. A perda de ácido gástrico por meio dos vômitos pode produzir uma alcalose metabólica e a freqüente indução de diarréia pelo abuso de laxantes pode causar acidose metabólica. O vômito recorrente pode produzir perda significativa e permanente do esmalte dentário. Da mesma forma que a anorexia nervosa, a bulimia ocorre em 90% dos casos em mulheres, começando no final da adolescência ou início da idade adulta. Rozane Campos rozane.campos@yahoo.com.br
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Especial
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INTEGRAÇÃO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO AASB
horas de
praia, festa e ..
esporte
manhã as ruas se tornaram mais silenciosas e tranquilas, a maioria dos participantes aproveitou para descansar. Já pela tarde as atléticas começaram a se encaminhar para a arena, onde aconteceu mais uma etapa de jogos. E o agito se repetiu. Após muitos saques, gols e gritos das torcidas, o gramado em frente à lagoa estava à espera para mais uma festa. Novamente com bebida liberada, a noite foi embalada com as batidas da banda Monobloco. No último dia (15), nem o cansaço, a falta de voz e o tempo feio abalaram a animação. As finais das modalidades esportivas e o campeonato de surf conduziram as torcidas até os últimos minutos. E no final da tarde a arena não era a mesma. Já com poucos partici-
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pantes, a única vontade compartilhada era de aguardar a próxima edição do evento. Agora começam nas atléticas a movimentação para os próximos jogos. Conforme a organização do Comunica Beach, os preparativos para a próxima edição já começam ainda neste ano. “Precisamos encontrar a próxima cidade sede e planejar tudo para que o evento continue sendo um sucesso”, disse o organizador. O objetivo é que aumente o número de participantes e o envolvimento de outros estados, com possibilidades de ocorrer em alguma praia de São Paulo.
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Classificação final 1º PUC-PR - 112 pontos 2º Ielusc - 80 pontos 3º UTFPR - 74 pontos 4º UP - 46 pontos 5º Opet - 35 pontos
6º UEL - 30 pontos 7º Pitágoras - 29 pontos 8º UFPR - 27 pontos 9º UFSC - 22 pontos 10º Unibrasil - 22 pontos
11º Unicentro - 20 pontos 12º Unicuritiba - 10 pontos 13º UEPG - 7 pontos 14º UCS - 6 pontos 15º Unisul - 0 pontos
Augusta Gern augustagern@gmail.com Bárbara Elice bahfck@gmail.com
Ielusc se revela para o esporte Calor e sol predominaram durante a maior parte do tempo, o que contribuiu para o sucesso de público em todas as torcidas das associações atléticas universitárias
Comunica Beach reuniu milhares de universitários do Sul do país em um cenário paradisíaco
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ntre o sol e a areia quente, todos se movimentavam ao som da bateria. Universitários tornaram-se atletas e as camisetas coloridas distinguiam as torcidas. Três dias de jogos e festas reuniu 3.100 universitários de comunicação social em um só objetivo: a integração. O Comunica Beach, em sua terceira edição neste ano, reuniu atletas de jornalismo, publicidade e propaganda, relações públicas e comunicação institucional. A praia da Ferrugem, ao sul de Santa Catarina, transformou-se durante os dias 13, 14 e 15 de novembro. Pela segunda vez consecutiva sediou o maior evento de comunicação social que reúne os estados do Paraná, Santa
Junto às disputas esportivas, a integração e mistura de uniformes foi marcante Catariana e Rio Grande do Sul. O movimento na praia de águas límpidas e geladas foi significativo. O evento é organizado por três estudantes: Emannuel Durão e Eduardo Ribeiro, da PUC-PR e Diogo dos Reis Ruiz, da UTFPR. “Porém existe um grupo por trás que tem um papel fundamental, pois colaboram com a realização dando sugestões e apoiando em alguma situações”, afirmou Diogo. Na manhã do dia 13, uma grande circulação de ônibus e estudantes transformaram as ruas de Ferrugem em passarelas para uniformes, batucadas e grito de torcidas. Após a viagem, que para muitos foi longa, o objetivo era encontrar as pousadas. E apesar dos olhares cansados, o que
predominava era a ansiedade além das redes sociais como e a expectativa para os três o facebook e o twitter. Para dias de festa. os organizadores, o uso da Segundo Diogo, a ideia internet é fundamental: “Ela de organizar o evento se faz os jogos serem conhedeu através dos Jogos Uni- cidos e é onde trabalhamos versitários de Comunicação grande parte da comunicaSocial (JUCS), que aconte- ção”, ressaltou Diogo. cem uma vez ao ano duranA estrutura para os jogos, te o inverno. montada na “O Comunica própria praia, EVENTO surgiu porque abrigou duas Três dias de jogos tinhamos que quadras de vôe festas reuniu esperar um ano lei, uma quapara os jogos. 3.100 universitários dra de futebol, Sabíamos que de comunicação em arquibancadas, um evento na tendas para a um só objetivo praia seria algo alimentação e diferente, que banheiros quípoderia dar certo, além de micos. Com poucas opções de ter bastante adeptos”. comida, mas muitas de bebiPara a divulgação, foram da, as mais de três mil pessoas distribuídos mais de 20 mil vivenciaram a integração emfolders e 500 cartazes pelas baladas com muita música. universidades participantes, No primeiro dia os jogos
iniciaram após às 14 horas e, na arena montada, os participantes disputaram vôlei e futebol feminino e masculino, além de gincanas interativas, que abrangeram atividades mistas. Até o anoitecer, todos dançaram e beberam muito em volta das quadras ou nas sombras das tendas. Ao final dos jogos as atléticas voltaram para as pousadas e, sem pensar em descanso, continuaram a animação até a primeira festa. Sobre o gramado em frente à Lagoa da Encantada, o palco principal, área vip e três tendas de bar, prometiam a noite. Com a bebida liberada, os jovens curtiram muito reggae e música eletrônica. Após algumas horas o raiar do sol avisava o início de mais um dia de jogos. Pela
Na torcida as faculdades também interagiram. Ielusc e UFSC vibraram unidas
O segundo lugar na classificação geral do Comunica Beach 2010 foi responsabilidade das meninas. Além do terceiro lugar no surf masculino, com o calouro de jornalismo, Humberto Reis, o futebol e vôlei masculino marcaram presença. No entanto, foram os títulos de vice no futebol, vôlei e surf feminino que arrecadaram o pódio para a Associação Atlética Segura Berenice. A AASB nasceu um pouco antes de duas semanas do Jucs, a organização foi no susto. O nome, por sugestão, foi baseada em uma famosa entrevista que a atriz Leila Lopes deu após um acidente de carro. Com muita calma Leila narra a casualidade, tanto, que revela ter dito enquanto o carro rodopiava “Segura Berenice, que nós vamos bater”, para a amiga que estava junto. Ficou o nome da brigada de atletas que adoram jogar futebol, vôlei e basquete aos sábados e, em seguida, tomar umas
cervejas no boteco próximo ao ginásio. “Muito emocionante essa integração com os colegas da faculdade. As atividades, além de trazerem um bem para o corpo, fazem com que os amigos se unam até mesmo fora dos horários de aula.” afirma o estudante de jornalismo e zagueiro, Juliano Schmidt. “Sair de todas essas atividades para tomar uma água, um suco e até uma cerveja, por quê não? Faz com que o sábado fique mais atraente para os alunos do Ielusc. Passar o dia com esse pessoal é sensacional”. Para os mais fanáticos, não se dispensa nem um amistoso depois da aula, jogo que dura até meia noite de um dia da semana. “Um dia marcamos o jogo no Saguaçú, como nem todos possuem carros, pegamos carona na caminhonete de outro acadêmico. Três pessoas e uma bola de vôlei dentro da carroceria, com a lona fechada.”, lembrou o estudante de jornalismo Diego Porcíncula.
Um motorista de ônibus muito mal humorado foi a inspiração para o nome da torcida organizada da Atlética do Ielusc. “Vingadores” são os discípulos daquela figura feia e doce – porém, veio a tornar-se malévola – do arquétipo desenho Caverna do Dragão. O querido Vingador, dono de um solitário chifre do lado esquerdo da cabeça é a própria caricatura, daquele que dirigiu a primeira excursão da AASB: o condutor antes conhecido por Luciano. Além do físico, as duas figuras se igualam em quesitos simpatia e gentileza. Dentre vários chingamentos e caras feias, no dia de arrumar as bagagens para retornar à Joinville, Luciano não hesitou em soltar um “só entra aqui [no ônibus] quem mija de croque”, logo, só as mulheres. Menino esperto. Hoje o nome já é consolidado, as faculdades maiores já estão reconhecendo a nada meléfica Vingadores.
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Geral
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INCENTIVO
Chance para deixar a informalidade Governo acha forma de arrecadar impostos e oferecer direitos para trabalhadores autônomos
“
Ei. Tá na hora de se formalizar” é chamada do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e governo federal aos 15 milhões de brasileiros que trabalham na informalidade. O projeto EI (Empreendedor Individual) é uma tentativa do governo federal atrair as pessoas que estão na informalidade para o mercado formal de trabalho. O governo ganha na arrecadação de impostos. Trabalhadores como Fernando Luís Gomes, 47 anos, alfaiate, passa a ter um número no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e direitos, tudo por até R$ 62,10 mensais. Em Joinville, o Sebrae promove a terceira semana do Mutirão de Formalização do Empreendedor Individual, atendendo em média a 100 consultas diárias. Para aderir ao Empreendedor Individual é necessário ser um trabalhador por conta própria nas áreas do comércio, indústria e serviços com faturamento mensal de até R$ 3 mil por mês (anual de até R$ 36 mil). Fernando atua no mercado há 25 anos, sempre trabalhou como autônomo e já procurou se formalizar antes, porém os altos impostos o impediram de abrir uma micro-empresa. “Agora eu posso me tornar um empreendedor e modernizar minha alfaiataria, é bem mais fácil no banco”, desabafa. A formalização é gratuita e feita pela internet. Seus principais benefícios são a obtenção de número no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), apoio técnico do Sebrae, segurança
para desenvolver a atividade, lhões da economia nacional. acesso a produtos e serviços “Sem uma regulamentação, bancários como pessoa jurí- o governo deixa de arrecadar dica, cobertura da Previdên- impostos sobre essas movicia Social para o Empreen- mentações, influenciando dedor Individual e família, diretamente nos cofres púemissão de nota fiscal para blicos. Foi uma grande sacavenda a outras empresas ou da do governo ao criar um ao governo e dispensa da projeto que beneficie tanto formalidade de escrituração os trabalhadores quanto fiscal e contábil. ele próprio”, analisa Oseias Em vigor desde julho de Batista, recém formado em 2009, a lei regulariza 439 economia. Sem burocracias, categorias de atividades o projeto facilita a criação exercidas por de empresas. trabalhadores Para disseOPORTUNIDADE que até então minar o projeto Sebrae realiza eram consideem várias cidamutirões para rados infordes, o governo atrair autônomos mais. Pesquisa concede as tenao Empreendedor divulgada pela das para os muIndividual FGV (Fundatirões e a Prefeição Getúlio tura coloca um Vargas) declarou que somen- responsável por esclarecer dúte no ano passado esses tra- vidas quanto ao alvará necesbalhadores corresponderam sário para algumas categorias, a 18,4% do PIB (Produto como costureiras e padeiros. Interno Bruto), movimen- Nesse espaço os trabalhadotando cerca de R$ 578 bi- res podem se informar com
contadores e consultores do Sebrae. “É um projeto que interessa a todos nós. Essas pessoas que nos procuram sobre o EI tornam-se parceiros em outros programas também”, conta o coordenador regional do Sebrae, Jaime Dias Junior. Ele cuida de 26 cidades no norte de Santa Catarina e acredita que o projeto é um grande marco no cenário econômico. As expectativas já foram superadas. “Temos no Mutirão atendimento em parceria com a Caixa Econômica Federal que facilita a abertura de contas e oferece linhas de crédito especiais para os empreendedores individuais”, diz. Levantamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontou 311.124 trabalhadores autônomos formalizados até junho deste ano. Até o momento, Santa Catarina
tem mais de 24 mil inscritos, sendo aproximadamente dois mil cadastrados em Joinville. A meta do Sebrae é contribuir para alcançar um milhão de formalizações até o final do ano. Para isso, a instituição desenvolve uma série de iniciativas, como orientações e realização direta de registros de empreendedores país afora. Mesmo com atendimento gratuito aos novos empreendedores no primeiro ano de serviço, os profissionais de contabilidade acreditam que eles se tornarão clientes num futuro muito próximo. “As pessoas que iniciam como EI tem uma forte tendência a alcançar um lugar melhor no mercado e assim precisarão de nossos serviços contábeis”, complementa o economista Oseias Batista. Polianna Moraes polianna.cmoraes@gmail.com JEAN CARLOS KNETSCHIK
Os mutirões do EI foram realizados em diferentes cidades de Santa Catarina. Só em Joinville, foram atendidos centenas de trabalhadores
Esporte
Joinville - Dezembro 2010 PRIMEIRA PAUTA
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Este é o time campeão da Copa Santa Catarina do ano de 2009. O título possibilitou o acesso do Joinville Esporte Clube à série D do Campeonato Brasileiro em 2010
FUTEBOL
Justiça vai decidir o futuro do Jec Clube joinvilense espera decisão do tribunal para saber se estará ou não na Série C de 2011
A
Arena estava lotada e o Joinville só precisava de uma vitória simples contra o modestíssimo América de Manaus. Mas o que aconteceu foi mais uma decepção para a já sofrida torcida joinvilense, a equipe apenas empatou e deu adeus a série D. O tricolor catarinense até saiu na frente com um gol de pênalti, mas deu bobeira e o time visitante empatou a partida e garantiu o acesso a série C. Dois dias depois a desolação dos torcedores por mais um ano perdido, mais uma chance de subir desperdiçada e mais um fracasso do JEC nessa década transformou-se em esperança. A di-
retoria joinvilense descobriu que o jogador Amaral estava irregular e entrou com pedido de eliminação da equipe amazonense. Porém o STJD absolveu a equipe de Manaus, que seguiu na competição e foi vice-campeã, perdendo a final pra o Guarany de Sobral. Insatisfeita com o resultado na justiça a direção do JEC recorreu ao pleno, última estância da Justiça Desportiva. O julgamento inicialmente marcado para o dia 25 de novembro foi adiado e ainda não tem data definida para acontecer. O que anima os dirigentes do tricolor é que a procuradoria da justiça desportiva também entrou com recurso pedin-
do a eliminação do América, com isso o Joinville ficaria com a vaga por ter a melhor campanha entre os eliminados até as quartas de final. No meio dessa bagunça os jogadores treinam e se preparam para o Campeonato Catarinense de 2011. Com apenas dez dispensas, o elenco é praticamente o mesmo que fracassou em tudo o que disputou nessa temporada e ainda esperasse um técnico para comandar a barca tricolor no ano que vem. O único grande reforço da equipe foi o atacante Lima, grande destaque da equipe nas últimas quatro temporadas e que estava jogando na Coreia do Sul.
Dentre os dispensados, as baixas mais importantes foram Fabiano, Charles, Éder e Ricardinho. Sem grandes contratações e com um elenco sem perfil vencedor, a torcida dos joinvilenses é para que o tribunal de a vaga a equipe, nesse caso o JEC teria um calendário garantido para toda a temporada, do contrário o time vai ter que brigar por uma vaga na Série D durante o estadual, para não ficar parado durante seis meses como aconteceu em 2008 e 2009. Muito pouco para quem já esteve entre os dez melhores do país. E AGORA, COMO VAI SER? Apoiar, incentivar, exigir,
discutir, chorar e comemorar são algumas características atribuídas para o torcedor de futebol. A paixão não fica restrita apenas às arquibancadas, muitos deles demonstram o amor ao clube com bandeiras nas casas, tatuagens ou até mesmo pintar o quarto com o escudo do clube. O amor pelo Joinville Esporte Clube fez o aluno de jornalismo Juliano Schmidt, pintar o escudo do clube em seu quarto. “Eu já tinha uma bandeira fora de casa, pensei em fazer alguma coisa diferente”, fala. Diego Porcincula diegoporcincula@gmail.com Vitor Forcellini vitor_f_porks@hotmail.com
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Esporte
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POBRES X RICOS
Esporte sucesso nos EUA ainda é hobby no Brasil Ao contrário do que acontece na América do Norte, futebol americano tem pouca estrutura e visibilidade no Brasil
A
ltos salários, visibilidade, glamour, popularidade. Palavras que facilmente se encaixam na descrição da National Football League (NFL), a liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos, estão longe de serem características dos clubes brasileiros. Enquanto alguns jogadores da NFL recebem mais de U$20 milhões anuais, atletas brasileiros veem o esporte como uma diversão,
e não como trabalho fixo, já que o máximo que conseguem são ajudas de custo para transporte e alimentação. Basta conversar cinco minutos com os atletas do Joinville Gladiators para perceber como são determinados e apaixonados pelo esporte. Muitos deles deixam de passar as folgas com a namorada para treinar ou jogar. O gerente de vendas Gustavo Jock, 38 anos, é um dos inúmeros adeptos do esporte no país.
Segundo ele, tudo começou ricano com reconhecimento em um baile de formatura. e espaço nos grandes veícu“Fui convidado por um ami- los de comunicação. “Esse é go que já jogava o esporte que futebol amerimais paga míSONHO cano durante o dia televisiva Atletas almejam baile. Eu semno mundo e ter vida confortável pre fiz muitos que mais gera e salário digno esportes e achei recursos de pavivendo apenas do legal conhecer trocínio e púfutebol americano mais um que eu blico. Um dia só via pela TV”, seremos recocomenta. Gustavo, pratican- nhecidos não só pelos amigos te há três anos, tem um gran- e parentes, mas pela populade sonho: ver o futebol ame- ção em geral”, desabafa. ASSESSORIA GLADIATORS
Sem ajuda financeira, jogadores do Gladiators Joinville já precisaram comprar equipamentos com dinheiro tirado do próprio bolso
Outro jogador do Gladiators, Daniel Paulo Schneider, 20 anos, possui uma história semelhante. “Comecei a gostar de futebol americano assistindo aos jogos da NFL pela televisão. Logo depois entrei para o Panzers (time anterior ao Gladiators) e fiquei por um ano. Estou há dois no Gladiators, ou seja, é meu terceiro ano no esporte”, afirma. Daniel trabalha como bancário durante a semana e sonha em ter uma vida confortável e um salário digno somente com o futebol americano. “Meu maior sonho é que haja uma liga nacional forte e profissional, na qual os jogadores poderão tirar seu sustento”. Fundado em novembro de 2008, o Joinville Gladiators representa muito bem o nome da cidade. A equipe foi bi-campeã estadual em 2010, vencendo o São José Istepôs na final. Apesar do sucesso e do reconhecimento de outras equipes brasileiras, ainda não há patrocinadores interessados em investir no esporte. Estes só aparecem depois de muito esforço por parte da comissão técnica e dos diretores. De acordo com o presidente da equipe, Romenito Silva Siewerdt, para este ano, já existe um patrocínio encaminhado, o que não ocorreu em 2009. “Estamos fechando uma parceria com um grupo que será responsável pelo Gladiators. Porém, no ano passado, tivemos que comprar os shoulder pads (equipamentos de proteção, obrigatórios no campeonato catarinense) com dinheiro do próprio bolso”, relata. Apesar da falta de apoio, o início de 2010 foi marcado por um importante passo. O torneio Buiser Kick-Off SC 2010, realizado na cidade de Timbó, ofereceu a maior premiação em uma competição de futebol americano no Brasil: onze shoulder pads. A competição reuniu as oito equipes catarinenses e teve como campeão o próprio Gladiators. Matheus Simões Mello senso_de_humor@hotmail.com
Educação
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EXAME
Enade testa ensino superior no país Milhares de alunos avaliaram conhecimentos próprios e a qualidade dos cursos de graduação
E
m 21 de novembro sam seus saberes”, afirma. foram aplicadas as Muitas universidades vêm provas da sétima edi- divulgando um sistema de boição do Exame Na- cote ao Enade por meio dos seus cional de Desempenho de centros acadêmicos. Ao contráEstudantes (Enade), sucessor rio do que se pensa, a ação não do antigo Provão. A avaliação é apenas a ausência no dia da deste ano, destinada a univer- prova. O estudante comparece, sitários e técnicos da área de assina a lista de presença, não saúde, foi realizada sem regis- faz o teste e o entrega em brantro de ocorrências graves, se- co como forma de protesto. gundo dados do Instituto NaHá pontos positivos no exacional de Estudos e Pesquisas me. Entre eles, está a análise de Educacionais (Inep). Entre- conhecimentos da formação tanto, em redes sociais como geral e específica. As instituições o twitter, muitos estudantes podem utilizar os resultados do reclamaram das provas, consi- Enade para verificar numa videradas longas e cansativas. são mais ampla a qualidade dos Neste ano, cerca de 650 cursos que oferecem, aperfeiçomil alunos de escolas públicas ando seu projeto pedagógico. e privadas foram convocados Do outro lado estão os para a realização do exame. A pontos negativos, alvo de participação dos estudantes constantes críticas. O priselecionados é indispensável meiro deles é o nivelamento para a emissão do histórico es- das universidades, que resulta colar e expedição do diploma, numa visão propagandista. por ser consideAlém disso, o rado compofinanciamento CONVOCAÇÃO nente curricular das universidaNeste ano, cerca obrigatório dos des baseia-se nos de 650 mil alunos cursos de graresultados do foram chamados duação. Enade, ou seja, para a realização O Enade é as instituições do exame uma avaliação bem avaliadas do governo com recebem mais finalidade de acompanhar o incentivos do que as outras. desempenho acadêmico dos Outro problema é referente universitários em relação aos aos resultados, que deveriam conteúdos programáticos pre- ser divulgados publicamente vistos nas diretrizes curriculares. para melhora dos problemas Participam da prova alunos do pertinentes à educação. “Não primeiro ano (ingressantes) e é o que vem acontecendo”, do último ano (concluintes). A desabafa a estudante de eduestrutura da faculdade e a quali- cação física, Isabella Fontini, ficação dos professores também 24 anos. Segundo ela, a dificonta. No final, tudo é somado culdade de uma única prova e gera nota de zero a cinco para para os ingressantes e cono curso. A estudante de enfer- cluintes também se soma à magem Fabiana Says, 19 anos, questão. “As mesmas questões não concorda com a política do para os calouros e formandos exame. “Se o teste é para avaliar dificulta a análise do ensino a instituição de ensino, os pro- como um todo”, explica. fessores deveriam fazer a prova, Ana Paula da Silva já que são eles quem nos pas- anaonda@gmail.com
DIVULGAÇÃO AGÊNCIA BRASIL
Estudantes que iniciaram e concluíram os cursos da área de saúde foram obrigados a fazer o Enade
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azz
Cultura
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MÚSICA
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Joinville Jazz Festival ressuscita com a Virada do Jazz depois de ter quase sido banido do calendário de Joinville
8ª edição do Joinville Jazz Festival foi a mais democrática entre todas as realizadas. No último sábado, dia 27, as pessoas puderam acompanhar os shows do evento gratuitamente, por cerca de 12 horas de apresentações de música instrumental. A “Virada do Jazz”, como foi batizada esta edição, ocorreu das 10 às 22 horas, na Estação da Memória (localizada na Estação Ferroviária de Joinville). Durante o dia foram promovidos nove shows, com músicos de Joinville, Itajaí, Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo Carlos Adauto Vieira, um dos idealizadores do evento e presidente do Instituto Joinville Jazz Festival, chegar mais perto do público e manter o padrão de qualidade musical do evento foi mais um dos objetivos alcançados. “Sempre procu-
sob
medida
ramos proporcionar acesso livre à comunidade, com os palcos alternativos e oficinas, mas desta vez foi melhor. Todas as apresentações foram gratuitas”, conta. Outra novidade da 8ª edição do Joinville Jazz Festival foi o Palco Aberto. O espaço estava equipado com bateria, teclado, amplificadores de guitarra e baixo e microfones para sopro que ficaram à disposição das pessoas interessadas em mostrar um pouco da própria música. Para isso, bastava realizar, gratuitamente, a inscrição no local e dia do evento e levar o instrumento. Qualquer instrumentista, solista ou em grupo, pôde participar. Aprendendo Jazz Além dos shows gratuitos, o evento aprimorou os músicos da cidade, trazendo profissionais de fora para ministrar oficinas, descobrindo
talentos e incentivando-os. O “Clubinho do Jazz”, aberto para crianças de 9 a 12 anos, tem por objetivo semear nos menores o interesse pela música. Os músicos Suzana Machado e Robertinho Silva comandaram as aulas que resultaram numa apresentação às 13 horas. As inscrições eram gratuitas e foram feitas no dia e local do evento. A oficina ocorreu das 10 às 12h30. Nos dias 25 e 26 de novembro foi realizada uma oficina de guitarra, baixo, bateria, sopros e teclado. No formato “Ensaio Aberto” as aulas ocorreram no Conservatório Belas Artes, das 14 às 17 horas. Os músicos que participaram das aulas ministradas pela principal atração deste festival, Heraldo do Monte, encerraram as apresentações de shows no sábado, às 22 horas, apresentando-se juntamente com os POLIANNA MORAES
Música instrumental por 12 horas no Joinville Jazz Festival músicos joinvilenses All Star Band - formada pelos alunos participantes das edições anteriores do festival. Os destaques da Virada O recifense Heraldo do Monte, participante ativo da era de ouro dos festivais das décadas de 60 e 70, formou com Hermeto Pascoal, Airto Moreira e Téo Barros o lendário Quarteto Novo. O grupo agregou modernidade e brasilidade mudando o rumo das improvisações. Heraldo se transformou num dos maiores guitarristas do mundo e teve seus discos lançados em mais de 20 países. Além da guitarra, o artista também toca violão, baixo, banjo, bandolim e cavaquinho e viola nordestina. Em seu trabalho como instrumentista e arranjador, Heraldo participou da gravação de diversos discos de outros artistas. O chorinho também teve seu espaço durante a Virada do Jazz e trouxe o músico bandolinista Danilo Brito, considerado um dos melhores do gênero. Aos 19 anos, foi nomeado o melhor instrumentista brasileiro pelo júri do Prêmio Visa. Com o domínio da técnica e com conhecimento dos estilos brasileiros, intérpretes e compositores, Danilo conta que aprendeu música de forma autodidata, escutando os velhos discos do pai. Ainda criança, participava de rodas de choro das tradicionais lojas de música do centro de São Paulo. Camilla Gonçalves camillacomvc@gmail.com