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A Soberana comemorou três anos de vida maçónica | Fernando Correia

As promessas e os mistérios de Sintra voltaram a marcar a vida da Grande Loja Soberana de Portugal nas festas do Equinócio de Outono que coincidiram com o início do seu quarto ano de existência ao serviço da Nova Maçonaria Portuguesa.

Para além da vasta representação de todas as suas Lojas, a Soberana registou ainda a presença de várias delegações estrangeiras que vieram assinar Tratados de Amizade e Cooperação, com especial destaque para a formalização da OMI – Organização Maçónica Internacional.

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O primeiro fim-de-semana de Outubro, deste novo ano da renovação, fica na história da Soberana pela comemoração do seu terceiro aniversário e pela visita de várias Delegações de Obediências

As Delegações Estrangeiras

Na Sessão de Grande Loja do dia 2 de Outubro estiveram presentes representantes das várias Grandes Lojas que fazem parte da OMI - Organização Maçónica Internacional, cujo Presidente é Abílio Alagoa da Silva, MRGM da Grande Loja Soberana de Portugal.

O registo de presenças foi o seguinte:

BRASIL Grande Oriente Independente de São Paulo GS Willian Fernando Lima Grande Oriente Independente da Amazónia GM representado por Willian Fernando Lima

ESPANHA Grande Loja Marbella MRGM Sebastian Fune

FRANÇA Grande Loge Maçons Libres de France MRGM Jean – Pierre Schwentzer Grande Loge de L ´Europe et de la Méditerranée MRPGM François Furia GS Didier Aynoun

ITÁLIA Grande Priorado Retificado de Itália MRGM Domenico Chindamo Grande Loja de Jerusalém MRGM Gianmario Ferromonti GI Denerando Garozzi

ROMÉNIA Marea Loja Nationala Romam RAGM Gianmario Ferromonti RVM Eros Valerio Cenci

Irmãs, vindas de várias partes do Mundo, que se quiseram associar às comemorações e firmar Tratados de Amizade que marcam o desenvolvimento conjunto da Maçonaria, não só na Europa, como também no Brasil, através da criação da OMI – Organização Maçónica Internacional que congrega um vasto número de Obediências, determinadas em seguir um caminho conjunto e uniforme.

A OMI tem como Grão-Mestre Internacional, Abílio Alagoa da Silva, que juntamente com o Past Grão-Mestre, João Pestana Dias, teve um enorme protagonismo na expansão internacional da Nova Maçonaria Portuguesa, para mais quando as línguas oficiais da OMI são o Português e o Inglês.As representações internacionais chegaram a meio da semana e ficaram alojadas nos hotéis que escolheram antecipadamente.

A Soberana proporcionou às delegações irmãs passeios à Lisboa Maçónica e à Quinta da Regaleira, sempre orientadas pelo Grande Perceptor, Professor Fernando Casqueira, e jantares em Lisboa e em Sintra, em locais históricos e emblemáticos da vida portuguesa.

A Festa do Equinócio

A Grande Loja Soberana de Portugal completou o terceiro aniversário da sua fundação, mas bem mais do que isso celebrou o

início de mais um ano de trabalho, de mais uma jornada fraterna de comunhão espiritual, na celebração do Equinócio de Outono que significa reflexão, recolhimento interior, amadurecimento pessoal e renovação.

Tal como as árvores que se despem de folhas e se preparam para enfrentar a invernia, também o Ser Humano deve criar espaços novos na sua vida, abrir – se em confiança, encarar o futuro com otimismo, disponível para ultrapassar os rigores que terá diante de si.

O Equinócio sugere equilíbrio na transição e como nada acontece por acaso, até nas estações do ano, nas diversas etapas do tempo, é possível colher preciosos ensinamentos.

No hemisfério Norte do Planeta Terra, o caminho que se percorre é do Verão para o Inverno, a anunciar que é preciso ser verdadeiro, ser autêntico, sem fingimentos nem subterfúgios, sem receios e sem angústias, despido de artifícios, disponível para criar um espaço, ao mesmo tempo, humilde e sagrado naquilo que se designa, em linguagem da alma, como o Templo Interior.

O Ser Humano obriga-se a criar bases sólidas, neste tempo de mudança, neste período de transição, para que, depois, tudo possa crescer e desenvolver-se a seu contento e ao preceito da comunidade.

Com a Soberana acontece exatamente o mesmo, mas com mais intensidade, com mais força, com mais razão de ser, porque o Equinócio de Outono celebrou a força da sua alma conjunta.

Ou seja: a sessão de Grande Loja serviu para cimentar ideais e forças e para tornar mais forte a egrégora.

Pedreiros Livres

A Soberana, ao comemorar três anos de existência, provou que quando se sabe fazer do tempo o nosso tempo, é possível pro-

duzir muito mais do que se imagina, abrindo em cada dia que passa novos caminhos sempre na direção do Oriente.

A nova Maçonaria portuguesa esteve unida, na Penha Longa, num ato de fraternidade que eternizou o seu canteiro de trabalho coletivo, graças aos seus Pedreiros Livres, aos seus Obreiros que demonstraram, mais uma vez, merecer a vida espiritual e integrar a grandeza do Universo.

As emoções de Sintra e os mistérios anunciados foram parte ativa de um Encontro de Almas, unidas pela vontade única de sendo diferentes, serem mais puras. E as que ficaram pelo caminho, por vontade própria, foram celebradas sem rancor, mas com tristeza.

Mesmo tendo piedade delas percebeu-se que ficou a verdade do ensinamento.

Depois da sessão de Grande Loja, marcada pela assinatura de Tratados Internacionais de Amizade e Colaboração; pela troca de lembranças; pelos Diplomas (de diversos graus) entregues a Obreiros que se distinguiram pelas suas ações meritórias e bondosas; pelas oratórias dos convidados; pelas palavras emocionadas de Veneráveis Mestres e do Grão Mestrado; pela emoção manifestada pelos representantes das Obediências Internacionais, realizou – se um cocktail de boas vindas a familiares, amigos e convidados especiais, durante o qual foi apresentado o livro, patrocinado pela Soberana, “Os Novos Pedreiros Livres”, do qual se faz pormenorizada referência noutra página desta edição da revista.

Realizou – se, depois, um jantar em honra das Senhoras, durante o qual foram leiloados, com fins beneficentes, quadros dos pintores Xicofran e Santiago Belacqua.

Para finalizar tão intenso e belo dia e culminando um jantar de grande fraternidade, a Soberana ofereceu uma sessão de fados e guitarradas portuguesas, principalmente destinada às comitivas estrangeiras.

Fartas palmas para quem tanto as mereceu. Seus nomes: Cláudia Leal (que bela voz!), Ivan Cardoso (viola) e José Manuel Duarte (guitarra portuguesa).

O Significado de Encontro

Este encontro de irmãos serviu, sobretudo, para anunciar novos caminhos e confirmar a intensão de dar bom rumo a novas propostas conjuntas.

A Maçonaria é, cada vez mais, um necessário encontro de almas e quando se atravessa um período tão conflituoso e tão carregado de imoralidade e desconforto espiritual, percebendo – se que a vaidade e o egoísmo são uma constante e que a maior parte dos Seres Humanos só pensa em si, ignorando os outros ou servindo – se dos outros para seu conforto pessoal, também se conclui que a Maçonaria é mais necessária que nunca. Para quê? Para confirmar os caminhos da criação e para lhes dar sentido. Para cumprir desígnios da existência humana que podem não ter sido condição anunciada, mas foram condição supostamente exigida. Para valorizar as almas. Para celebrar os espíritos. Para unificar a vida tal como foi concebida.

Ser Maçom (ficou demonstrado mais uma vez) pode não ser para todos, mas é uma necessidade e um conforto moral para muitos que ainda não descobriram os seus verdadeiros propósitos, caminhos e finalidades espirituais.

A Soberana orgulha – se do seu passado e projeta – se num futuro radioso de Paz, Amor e Luz.

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