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As Palavras do Grão Mestre na Afirmação da Nova Ordem Maçónica Portuguesa | Abílio Alagôa Silva

Volvidos 12 meses da nossa sessão de Equinócio de Outono, onde fui orgulhosamente instalado, aqui estamos a comemorar o 3º Aniversário da nossa SOBERANA. E que melhor prova de vitalidade poderíamos querer ter do que anunciar, em plena crise pandémica, que nos apresentamos aqui hoje em sessão de Grande Loja com mais 3 novas Lojas, quando quase todas as obediências se desmobilizaram e perderam obreiros.

E tudo começou com o Rito Português…

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A Soberana, firme nas suas convicções de abertura à sociedade de forma continuada, permanece apostada em dignificar a Maçonaria e prestigiar o bom nome dos Maçons.

Orgulhosos de sermos a Nova Maçonaria Portuguesa estamos na primeira linha das melhores práticas da Maçonaria Universal e trabalhamos no Renascimento do ideal maçónico com outras obediências internacionais, divulgando e destacando o nosso Rito Português por todo o espaço lusófono espalhado pelos quatro cantos do mundo, seja em África, na Ásia, na América ou onde haja uma afirmação da nossa portugalidade.

Firmámos 3 tratados de amizade neste período (e hoje acabámos de assinar protocolos que nos permitiram firmar muitos mais a curto prazo) e estamos também na génese e na liderança de uma nova Organização Maçónica Internacional (OMI), que hoje aqui formalizou a sua existência.

Com a terceira e, esperamos, última fase de desconfinamento em curso e com as nossas vidas a retomarem o curso normal, continuamos as sessões e ágapes no nosso templo, desta feita sem quaisquer restrições, mas com todos os cuidados de higienização que reconhecidamente devemos incorporar nas nossas vidas. Retomámos os eventos de carácter

cultural e artístico, de portas abertas para a sociedade e em prol das comunidades e do bem comum. Vamos muito em breve retomar o nosso programa de visitas de estudo Maçónicas, já aprovadas, com o nosso Grande Perceptor Fernando Casqueira.

Porque os Rituais se querem dinâmicos, atualizados e corrigidos, à semelhança do Rito Português, o REAA da SOBERANA verá sair antes do final do ano uma versão revista, destacando o trabalho em curso dos irmãos Jorge Fabião e Ricardo Dias.

Também a egrégora que vivenciamos na Soberana nos ajudou a angariar e a operacionalizar, de forma discreta, o apoio a quem dele necessitou, destacando de forma muito particular e especial o valor angariado e integralmente entregue, com o apoio fundamental do Grande Hospitaleiro Christian Hohn e da sua equipa, à família do nosso falecido e muito querido irmão João Vieira, que estiveram aqui connosco numa homenagem

muito digna e sentida. E continuámos também os nossos trabalhos solidários e com os sem-abrigo de forma continua com o Grande Esmoler João Gonçalves.

Igualmente continuámos a produzir conteúdos resultantes de muito trabalho Maçónico, mas também profano, como nenhuma outra obediência em Portugal. Crescemos, quando as maiores obediências nacionais não reuniam e estavam desmobilizadas. Continuamos a dignificar a Maçonaria e os Maçons e isso, meus irmãos, deve encher-nos de orgulho. O lastro histórico da nossa existência atesta a veracidade do que sempre nos propusemos fazer desde a nossa constituição.

Assim, a nossa esperança nunca foi abalada, nunca se cansou e nunca deixou que a descrença se apoderasse de nós.

O ágape que realizaremos hoje em honra das senhoras é a prova disso mesmo e tem como grande desígnio comemorar o nosso III aniversário, marcar o início oficial da OMI mas também o lançamento do livro “Os Novos Pedreiros Livres” com o alto patrocínio da Soberana, cujo autor é o nosso MRVGM Fernando Correia. Todos os Maçons, independentemente da sua origem ou obediência, não deveriam prescindir de o adquirir pelo seu conteúdo didático superlativo e pelos caminhos da espiritualidade com que nos inspiramos ao lê-lo.

Nunca é demais recordar-vos e dizer, principalmente aos nossos aprendizes e companheiros, os mais recentes chegados ao nosso seio, mas também a alguns Mestres, que continuamos a trabalhar para que os valores e princípios, como a integridade, a lealdade, o comprometimento, o mérito e a solidariedade espontânea e desinteressada, sejam o ADN da nossa augusta ordem e o barómetro para nomeações e distinções na Soberana.

Esta não é, nem nunca será, uma obediência para maldizer, difamar, trair ou enganar irmãos. Teremos mão pesada para práticas não recomendáveis e indesejadas, dentro e fora do templo, pois na Soberana não somos Maçons a tempo parcial.

Como sempre disse desde a minha instalação é cada vez mais difícil entrar na Soberana pelo rigor que o passado e a experiência nos obrigaram a ter na admissão de novos membros, mas a saída para quem ousar perturbar os nossa trabalhos será rápida e definitiva, contando para tal com a total isenção e imparcialidade do nosso Tribunal Maçónico, presidido pelo nosso irmão Rui Teixeira e os restantes 4 juízes eleitos.

Vamos juntos continuar a fazemos acontecer a bem da nossas respeitáveis lojas, a bem da nossa obediência e a bem de PORTUGAL!

Deixo-vos aqui uma vez mais o apelo, para que não aguardem que o vosso VM:. ou um Grande Oficial vos peça ajuda. Vençam a inércia, antecipem-se, participem, ajudem, façam parte do que é vosso e saibam que, ao não o fazerem, estarão a sobrecarregar os vossos irmãos e a atrasar os propósitos da nossa existência e o nosso crescimento. Nada mais vos posso dar a não ser a oportunidade, o impulso e a chave para o fazerem…

Gostaria de deixar um agradecimento muito especial a muitos de vós que diariamente nas várias RRLL:. e na Grande loja nos ajudam a manter um nível de excelência nos nossos trabalhos, voluntariando-se e, na maioria das vezes, tomando a iniciativa para o muito que temos de fazer.

E também a vinda de tantas e distintas obediências a esta sessão, prestigiam e dignificam ainda mais todo o trabalho realizado por todos nós.

Quero deixar uma palavra de agradecimento

a todos vós que têm ativamente colaborado para a obra feita mas permitam-me que tenha um destaque muito especial ao MRPGM João Pestana Dias, ao MRVGM Fernando Correia e ao RI Orlando Gomes, por todo o apoio incondicional que diariamente, inclusivamente em horas menos próprias, me têm dado e que humildemente agradeço.

Aproveito para vos dar duas breves explicações que julgo merecerem ser feitas nesta ocasião: uma é explicar-vos que existe todo um racional e hierarquia na atribuição das ordens honorificas que, em loja e se assim o entenderem, poderei eu ou o nosso Grande Chanceler Miguel Arantes, explicar em detalhe. A integridade, a excelência, a capacidade de iniciativa, a dedicação e disponibilidade dos visados e a consequente assiduidade às nossas sessões de Loja e Grande Loja são os fatores mais importantes para a sua atribuição. Alguns irmãos que não foram hoje agraciados já o foram nas sessões passadas, outros serão seguramente nas próximas, pois muitos deles estão a meio dos seus diversos percursos e atribuições. Ainda outros poderão ser agraciados com ordens superiores, como foi o caso de hoje.

A segunda explicação tem a ver com a ordem de precedência das altas entidades da nossa obediência, que contrariam um pouco as demais, e tem a ver com o facto de nesta obediência - e assim espero que se mantenha sempre - os PPGGMM apesar de não terem funções executivas, continuarem ativos e a representar a Obediência ao mais alto nível, honrando e dignificando a mesma.

Explicações dadas, e terminando deixem-me dizer-vos, com uma mensagem de esperança, que antevejo e acredito que o legado pandémico, apesar de duradouro, será o prenúncio de um mundo mais fraterno, mais preparado e mais sustentável. A restauração da independência das nossas vidas está ao virar da esquina, num novo paradigma universal face a este devastador vírus, e poderá muito bem materializar o sonho do Quinto Império, o Império Português, o império espiritual do Espírito Santo.

Parafraseando Vitor Hugo : “O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade.”

Meus irmãos, mantenhamos a nossa Luz e façamos a nossa História!

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