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Sem Planos Na Rea Pol Tica
opinião do arquiteto, ficam por conta da área política: “ a área política sem projetos e planos, comprometida apenas com interesses próprios e atolada numa corrupção institucionalizada, e da parcela significativa da elite econômica preocupada apenas com o lucro à curto prazo”. Mas Zanettini menciona também aspectos urbanos, como “a estagnação no desenvolvimento sustentável das cidades que incham desordenamento onde se acumulam erros de todos os níveis: trânsito infernal, ocupação equivocada de encostas e várzeas e com soluções improvisadas e imediatistas”.
“Sob o ponto de vista do consumismo as perspectivas tendem a se manter sob os aspectos humano, social e ambiental e como resultado deve perpetuar-se o anacronismo estrutural e a banalização da vida social que, acredito, só mudará com uma revolução cultural que não vejo a curto prazo”. Ele destaca ainda que não haverá mudança de rota, “pois, neste País nada é planejado e tudo caminha ao sabor de influências, interesses setoriais e políticos com uma visão curta, improvisada e imediatista. O mesmo ocorrerá com a infraestrutura”, vaticina
Para o arquiteto Siegbert Zanettini, o aquecimento geral da economia, com reflexos em todos os segmentos da economia, é um dos pontos a serem comemorados em 2011, pois têm solicitado novos investimentos em praticamente todas as áreas produtivas. Ele destaca também o acréscimo significativo de demanda de parte da população que teve acesso a novos patamares de consumo em geral, como também na área da cadeia de construção civil, assim como a melhoria gradativa de qualidade no controle da produção e de facilidades de crédito nas áreas de indústria e comércio. Os pontos negativos, no entanto, na
E lembra as condições desastrosas da infraestrutura nas áreas de educação e saúde públicas, caracterizada por: “ investimentos quase inexistentes em transporte de massa (metrô, trens, aeronaves), e a política de incentivo ao consumismo (automóveis, eletrodomésticos, etc), ao passo que é inexistente a preocupação tanto pública como privada de espaços de cidadania (parques, praças, locais de lazer não pago) e de habitações na faixa popular que permanecem com baixo nível arquitetônico e construtivo”.
O arquiteto volta a mencionar o consumismo como uma fonte de problemas sociais.
2011 marca processo de estaBiliZaçãoeconômica
Naquele momento houve até um crescimento de preços, que no nosso ponto de vista chegou até num limite, entre o final de 2010 e 2011”.
A seu ver, tanto os investimentos como os projetos não escapam dessa trajetória. “Há gargalos infindáveis a serem superados. Somente com ciência, tecnologia e produção inovadora, criativa e planejada sairemos desta mesmice. Nada no Brasil mudará a curto prazo. Faço um imenso esforço pessoal como profissional e professor há 50 anos e os enganos estruturais do País se perpetuam. Torço para que não percamos também este século”, conclui.
Depois de um pico alcançado em 2010, em 2011 o mercado imobiliário brasileiro deu os passos para a estabilização, segundo o presidente do Secovi/SP João Crestana. “O ano de 2011 foi sui generis para o mercado imobiliário, pois veio a seguir de 2010, ano em que o Brasil cresceu quase 8% e o setor imobiliário cresceu da mesma forma. Ao chegar ao ápice, ao cume de uma situação de recuperação desde a década de 1990, o mercado brasileiro chegou ao apogeu em 2010. Vendia-se muito e rapidamente...
Segundo ele, em 2011 os preços começaram a estabilizar devagar. Ele explica, porém, que há tipos de empreendimentos diferenciados, os quais os preços ainda são crescentes. “Mas a tendência é dos preços se estabilizarem. Com preços estabilizados, e a classe média comprando de uma maneira consciente, estudada... nada de compra por impulso. Eu acho que a nossa Sociedade está ficando muito madura, está aprendendo a comprar imóvel, seja para moradia ou renda, de uma maneira estudada. E esse ano de 2011 refletiu isso: vendas boas, uma dinâmica vigorosa no mercado, mas compradores responsáveis, mais conscientes...”, destaca.
Segundo Crestana, o mercado é em parte formado por casais com ou sem filhos, ou pessoas entre 20 a 35 anos de idade, caracterizando-se como a primeira residência.
Em geral, esse público demanda imóveis que vão de 40 metros até 70, 80 metros, na sua grande maioria, e preços geralmente abaixo de
R$ 500 mil, a maior parte situando-se entre R$ 90 mil e R$ 300 mil. “É um mercado com vigor, bastante dinâmico, mas com mais sustentabilidade”, destaca.
A expectativa para 2012, a seu ver, é um cenário semelhante ao de 2011. “Naturalmente nós estamos inseridos no mundo e temos de ficar atentos para o que vai acontecer na Europa e nos Estados Unidos. Mas eu entendo que o Brasil tem o seu rumo próprio. Se formos responsáveis, trabalharmos com cuidado, com sustentabilidade, cada um pensando muito bem na sua poupança, na sua possibilidade de fazer qualquer tipo de investimento, nós vamos ter oportunidades muito boas para comprar a casa própria, para investir na aposentadoria, investir no seu salário melhorado, e isso pode sim ser respondido pelos imóveis que trazem uma solução muito boa para essas demandas. Acho que 2012 vai ser positivo, mas não vai refletir nenhuma exuberância. Vai ser um mercado sustentável”, finaliza.