INSTITUTO POLITECNICO DE BEJA Escola Superior de Educação de Beja Mestrado no Ensino na Especialidade Pré – Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico
Projeto Roteiro Didático de Aprendizagens na Cidade de Beja
Alexandra Isabel Almeida Marques Cátia Alexandra Ângelo Letras Marta Jacinta Almeida Paiva Serrano Sofia Isabel Feliciano Farinha
Beja 2013
INSTITUTO POLITECNICO DE BEJA Escola Superior de Educação de Beja Mestrado no Ensino na Especialidade Pré – Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico
Projeto Roteiro Didático de Aprendizagens na Cidade de Beja A Biblioteca Municipal de Beja
Elaborado por: Alexandra Isabel Almeida Marques Cátia Alexandra Ângelo Letras Marta Jacinta Almeida Serrano Sofia Isabel Feliciano Farinha
Orientado por: Professor António Cartageno
Professora Sandra Lopes
Professor Luís Murta
Professora Manuela Azevedo
Professor Aldo Passarinho
Professora Maria do Sameiro
Professora Margarida Silveira
Professora Sofia Reis Beja 2013
“Numa Cidade acordada, uma biblioteca sem sono” José Saramago
Índice 1. Tema e Nota Introdutória……………………………………….
Pág.10
2. Finalidades e Objetivos…………………………………………
Pág.11
3. Enquadramento Teórico………………………………………… Pág.12 3.1 As fases do método de projeto………………………………. Pág.15 4. Caracterização 4.1 Do meio…………………………………………………….
Pág.21
4.2 Da Biblioteca Municipal……………………………………
Pág.24
4.2.1 Os Objetivos da Biblioteca Municipal de Beja………… Pág.25 4.2.1.1Educação…………………………………………… Pág.25 4.2.1.2 Cultura……………………………………………..
Pág.26
4.2.1.3 Informação……………………………………….... Pág.26 4.2.1.4 Lazer………………………………………………. Pág.26 4.3 Os espaços da Biblioteca…………………………………… Pág.27 4.3.1 Átrio……………………………………………………. Pág.28 4.3.2Sector de adultos- Leitura de periódicos………………... Pág.29 4.3.3 Sector de adultos- Referencia e consulta local…………. Pág.29 4.3.4 Sector de adultos- Empréstimo domiciliário…………… Pág,29 4.3.5 Sector Infantil…………………………………………..
Pág.30
4.3.6 Espaço de Exposições/Cafetaria……………………….. Pág.31 4.3.7 Sector dos Audio-visuais………………………………. Pág.31 4.3.8 Auditório da Biblioteca………………………………...
Pág.32
4.3.9 Fundo Bibliográfico e Documentário………………….
Pág.33
4.4. Como utilizar a Biblioteca…………………………………
Pág.33
4.4.1 Acolhimento e Orientação……………………………..
Pág.33
4.4.2 Acesso às estantes……………………………………… Pág.33 4.4.3 Arrumação dos livros…………………………………..
Pág.34
4.4.4 Empréstimo Domiciliário………………………………
Pág.35
4.4.5 Cartão de utilizador…………………………………….
Pág.35
4.4.6 Catálogo………………………………………………..
Pág.35
4.4.7 Requisição de Obras em Depósito……………………..
Pág.35
4.4.8 Sector Audiovisual……………………………………..
Pág.36
4.4.9 Visitas à Biblioteca…………………………………….. Pág.36 4
4.4.10 Animação Cultural/Extensão- Educativa……………… Pág.37 4.4.11 Regulamento…………………………………………... Pág.37 4.5 Caracterização do Agrupamento de Escolas de Santiago M… Pág.38 4.6 Caracterização das turmas 4.6.1 Caracterização da turma de Pré-Escolar………………... Pág.40 4.6.2 Caracterização da turma de 2º ano……………………… Pág.42 4.6.3 Caracterização da turma de 3º ano……………………… Pág.43 5. Mapa Conceptual……………………………………………………... Pàg.46 6. Cronograma…………………………………………………………… Pág50 7. Guião da visita à Biblioteca Municipal de Beja………………………. Pág.52 8.Seminário de Didática Especifica- Didática de Português……………. Pág.54 8.1 Enquadramento Teórico……………………………………………. Pág.55 8.2 Planificação das Sessões 8.2.1 Sessões do Pré-escolar………………………………………….. Pág.62 8.2.2 Sessões do 2º ano……………………………………………….. Pág.76 8.2.3 Sessões do 3º ano……………………………………………….. Pág.91 8.2.4 Anexo – História do ‘’Menino e as Aventuras na Biblioteca’’ …. Pág.113 9. Seminário de Didática Especifica- Didática de Matemática…………... Pág.122 9.1. Enquadramento Teórico…………………………………………….. Pág.123 9.2 Planificação das Sessões 9.2.1 Sessões do Pré-escolar……………………………………………Pág.132 9.2.2 Sessões do 2º ano…………………………………………………Pág.147 9.2.3 Sessões do 3º ano…………………………………………………Pág.181 10. Seminário de Didática Especifica – Didática de Estudo do Meio……..Pág.210 10.1 Enquadramento Teórico……………………………………………Pág.211 10.2 Estudo do Meio – Meio Físico……………………………………..Pág.219 10.3 Planificação das Sessões 10.3.1Sessões do Pré-escolar…………………………………………. Pág.221 10.3.2 Sessões do 2º ano………………………………………………Pág.263 10.3.3 Sessões do 3º ano………………………………………………Pág.274 10.4 Estudo do Meio – Meio Social……………………………………..Pág.286 10.5 Planificação das Sessões 10.5.1 Sessões do Pré-escolar…………………………………………Pág.288 10.5.2 Sessões do 2º ano………………………………………………Pág.312 5
11. Seminário das Didáticas Especificas- Didática de Expressão Musical…Pág.326 11.1 Enquadramento Teórico……………………………………………...Pág.327 11.2 Planificações das Sessões 11.2.1 Sessões do Pré-escolar………………………………………….. ..Pág.346 11.2.2 Sessões do 2º ano…………………………………………………Pág.357 11.2.3 Sessões do 3º ano ……………………………………………… .. Pág.361 11.3 Anexos ……………………………………………………………….Pág.367 11.3.1Protocolos dos instrumentos musicais………………………………Pág.368 11.3.2 Letras das músicas………………………………………………….Pág.374 12. Seminário das Didáticas Especificas- Didática de Expressão Motora…...Pág.379 12.1 Enquadramento Teórico……………………………………………….Pág.380 12.2 Planificações das Sessões 12.2.1 Sessão do Pré-escolar……………………………………………….Pág.398 12.2.2 Sessão do 2º ano…………………………………………………….Pág.407 12.2.3 Sessão do 3º ano…………………………………………………….Pág.423 13. Seminário das Didáticas Especificas- Didática de Expressão Dramática..Pág.436 13.1 Enquadramento Teórico………………………………………………Pág.437 13.2 Planificações das Sessões 13.2.1 Sessões do Pré-escolar……………………………………………..Pág.448 13.2.2 Sessões do 2º ano………………………………………………….Pág.464 13.2.3 Sessões do 3º ano…………………………………………………. Pág.504 13.3 Anexos 13.3.1 Anexo 1- Links dos vídeos sobre as personagens…………………Pág.527 13.3.2 Anexo 2- Imagens das personagens……………………………….Pág.529 13.3.3 Anexo 3- Falas das personagens…………………………………..Pág.532 13.3.4 Anexo 4- Letra da canção ”Na Biblioteca”………………………..Pág.539 13.3.5 Anexo 5- Coreografia da dança……………………………………Pág.542 13.4. Reflexão de grupo de Expressão Dramática…………………………...Pág.545 14. Seminário das Didáticas Especificas- Didática de Expressão Plástica…..Pág.548 14.1 Enquadramento Teórico………………………………………………Pág.549 14.2 Planificações das Sessões 14.2.1 Sessões do Pré-escolar……………………………………………..Pág.557 14.2.2 Sessões do 2º ano…………………………………………………..Pág.566 14.2.3Sessões do 3º ano…………………………………………………....Pág.575 6
14.3 Anexos 14.3.1 Protocolos das técnicas de Expressão Plástica……………………Pág.595 14.3.2 Grelhas de avaliação……………………………………………... Pág.610 15. Avaliação do Projeto……………………………………………………Pág.611 16. Reflexões individuais…………………………………………………...Pág.612 17. Referências Bibliográficas……………………………………………...Pág.632
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Índice de Imagens Fig.1 – Cidade de Beja……………………………………………………Pág.21 Fig.2 – Foto antiga da Biblioteca Municipal de Beja……………………. Pág.25 Fig.3 – Planta do Piso 1………………………………………………….. Pág.27 Fig.4 – Planta do Piso 2………………………………………………….. Pág.27 Fig.5 – Átrio da biblioteca……………………………………………….. Pág.28 Fig.6 – Setor Infantil……………………………………………………....Pág.30 Fig. 7 – Setor de exposições/cafetaria…………………………………….Pág.31 Fig.8 – Auditório da biblioteca……………………………………………Pág.32
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Índice de Gráficos Gráfico 1 – Género e Idade do Grupo Pré-Escolar……………………… Pág.40 Gráfico 2 – Género e Idade da turma de 2ºano…………………………Pág.42 Gráfico 3 – Género e Idade da turma de 3ºano…………………………Pág.43
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1. Tema e Nota Introdutória No âmbito dos Seminários das Didáticas Específicas de Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio, Música, Motora, Dramática e Plástica, foi-nos solicitado, pelo conjunto dos docentes das respetivas cadeiras, que elaborássemos um projeto para o Pré-Escolar e para o 1º Ciclo, com o tema ‘’Roteiro Didático de Aprendizagens na Cidade’’. Face a este projeto, foi pedido a que cada grupo escolhesse um contexto espacial importante da cidade para trabalhar. O local escolhido pelo nosso grupo, constituído pelas alunas Alexandra Marques, Cátia Letras, Marta Serrano e Sofia Farinha, foi a Biblioteca Municipal de Beja. A escolha deste tema foi baseada na potencialidade que a Biblioteca Municipal contem para abordar as várias temáticas e as potencialidades dos alunos. O trabalho encontra-se dividido em sete separadores de cores, sendo eles:
Português de cor laranja;
Matemática de cor rosa;
Estudo do Meio de cor azul;
Música de cor vermelha;
Motora de cor verde;
Dramática de cor lilás;
Plástica de cor amarela.
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2. Finalidades e Objetivos Este projeto tem como finalidade: contribuir para a compreensão das oportunidades que a realidade que rodeia o aluno cria nas dinâmicas de ensinoaprendizagem. Os objetivos deste projeto são:
Desenvolver o trabalho integrado de todas as didáticas no contexto da educação pré-escolar e do 1º Ciclo de escolaridade do ensino básico;
Orientar a ação docente para os contextos de aprendizagem dos alunos;
Despertar a curiosidade instruída do docente e posteriormente do aluno, partindo da observação da realidade;
Rentabilizar o trabalho feito ao nível da operacionalização específica de cada área curricular para uma operacionalização transversal que permita o desenvolvimento de projeto demonstrativo do uso de diferentes linguagens em contexto de monodocência.
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3. Enquadramento Teórico “Cada projeto contém uma ideia sujeita a desenvolvimento. Quanto mais oportuna e interessante se esta for, maior será o seu alcance”- Lisboa, Oliveira
Para a definição de trabalho de projeto são apresentadas inúmeras definições, que variam consoante o autor que a define, no entanto, existe algo que é do senso comum. Através do trabalho de projeto a criança move-se diante do seu próprio desenvolvimento, ou seja, o trabalho de projeto promove o desenvolvimento intelectual das crianças e simultaneamente dos educadores e/ou professores. Não é só a nível intelectual que estes se desenvolvem, como Katz e Chard, afirmam e bem, também se desenvolve a sensibilidade emocional, moral e estética das crianças. ”Mais ainda é de referir, que a metodologia de trabalho de projeto caracteriza-se pelo questionamento de várias perguntas que as crianças fazem, estando mais uma vez a desenvolver-se o intelectual, o que vai fomentar diversas disposições inatas da criança para: “fazer sentido na sua própria experiencia; colocar hipóteses, analisar, elaborar conjeturas; ser curiosa (…)” Por outro lado, e segundo Katz, se os conteúdos dados forem meramente didáticos, as matérias que vão incidir não podem ser facilmente aprendidas através da descoberta e por outro lado requerem cuidado instrução, repetição, prática que pode ser certa ou errada, até se conseguir um completo domínio”. O trabalho de projeto não é uma novidade no ensino-aprendizagem, é sim uma maneira inovadora e flexível, que vai de encontro aos interesses das crianças e também é capaz de atender às competências estabelecidas para as mesmas. Ao analisar a Lei-quadro da Educação Pré-escolar e as respetivas Orientações Curriculares percebemos que estes documentos evidenciam o carater complexo do trabalho de projeto assim como a globalização das atividades de ensino-aprendizagem. Existe ainda a perceção que o Pré-escolar é a primeira etapa da Educação Básica e por isso se deve debruçar em metodologias de ensino aprendizagem mais sérias e mais eficientes com vista a reduzir a “ ineficiência da educação”. Segundo a Pedagogia progressiva americana, o trabalho de projeto,” prepara a nova geração para pensar por si própria: ” é um meio, um caminho, para a autonomia e para a participação ativa das crianças na aprendizagem’’.
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Estudos comprovam, que antigamente, mais concretamente na década de 70 a educação de infância não era de qualidade, e por esse motivo condicionava bastante o desenvolvimento da criança, a educação era vista como um fator desinteressante, em que não era segmentada em etapas e serviços, e sim entendida como um ensino coerente, em que as escolas e professores se articulavam entre si e elaboravam propostas curriculares que pudessem abranger os diferentes níveis educativos de um modo articulado. Assim sendo, e de forma a contornar todas estas adversidades, criouse o trabalho de projeto, vindo-se com os anos a comprovar a sua eficácia. Antes de estruturamos qualquer trabalho de projeto é fundamental conseguirmos ter um “olhar interdisciplinar” face ao real, é isto que vai permitir conhecermos bem o público-alvo com o qual iremos trabalhar. Assim sendo, “o educador deve ser capaz de entender o “nicho ecológico” no qual a criança, se foi desenvolvendo, e pensar ecologicamente o desenvolvimento e a sala de atividades como fonte de suporte para a criança em situação de aprendizagem- um “sistema de atividade” no qual decorrem interações múltiplas”. Só desta forma ocorrerá aprendizagem por parte da criança. O trabalho projeto tem como objetivo desenvolver a inteligência da criança, como por exemplo, a ativação de competências, que é feita de uma forma contextualizada e curricularmente integrada. Katz e Chard defendem que o trabalho projeto promove o desenvolvimento da mente: capacidade de imaginar, de prever, de explicar, de pesquisar e de inquirir. Importa salientar que é através dos projetos que as crianças aprendem a ser cidadãs, ganham responsabilidade e criam solidariedade com os outros, que aprendem a utilizar recursos que sabem ser limitados, entre muitos outros aspetos. A criança deve ser capaz de gerir o seu próprio processo de aprendizagem, com o apoio do adulto, é membro da sociedade e autora de si própria com o auxílio dos outros, onde os professores devem estimular as crianças sob o ponto de vista intelectual ao longo da sua vida. É importante falar em tópicos para os projetos, porque estes permitem às crianças pensarem minuciosamente e aprofundadamente sobre a sua pesquisa, sendo as suas representações mais detalhadas, pois permitem o contato com objetos concretos e reais que elas manipulam, aumentam a independência das crianças nas investigações e de um modo geral, quanto mais estreito for o tópico, mais aprofundado será o projeto.
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O trabalho de projeto é visto como objeto de uma "pedagogia de fronteira", este assegura uma criança investigadora entre as diferentes áreas do saber e disciplinas para a resolução de um problema, trabalhando as fronteiras do currículo com projetos integradores num sistema interativo. Os professores assumem o papel de transmissores de saberes e responsáveis pelo desenvolvimento infantil, estimulando as interações quem permitem as aprendizagens. O trabalho de projeto não existe sem a articulação entre saberes e sem o seu aprofundamento que proporciona pontos de crescimento no trabalho articulado entre disciplinas, sendo responsável pelo novo conhecimento. É de salientar que trabalhar por projetos deve examinar a capacidade de interpretar e abordar problemas e contrariar interpretações, lendo o ambiente traduzindo significados, sendo que a aprendizagem é individual e organizacional. Independentemente dos modelos curriculares adotados pelos J.I ou pelas escolas de 1º ciclo, uma metodologia comum não será de todo uma desvantagem á educação dos mais pequenos, como Gama e Castro defendem, uma articulação entre ciclos funcionará bem, na medida em que se adotarmos um conceito de aprendizagem em espiral, de Bruner, “qualquer ciência pode ser apreendida pela criança em qualquer idade (…) desde que seja relevante (…) e se utilizem métodos adaptados”. Tal como era calculável, para que se consiga desenvolver o trabalho de projeto com as crianças, o educador ou o professor não pode deixar de a usar também, de modo consistente, no seu trabalho uma equipa pedagógica ou na forma como os pais são envolvidos pedagogicamente na instituição, é portanto, um método de trabalho que atravessa a multiplicidade das dimensões das nossas vidas. Estudos apontam que é nos primeiros anos de vida que as crianças têm maiores capacidades de reter informação. Um caso prático disto é a memorização dos sons do alfabeto, usados em canções e lengalengas usadas pelos mais pequenos, que vão servir de ponte ao funcionamento da escrita, trabalhado mais tarde, sendo que o mais importante é ir-se promovendo o desenvolvimento intelectual. Este tipo de desenvolvimento, pode ocorrer de diferentes formas, nomeadamente, através da conversa (diálogo) que as crianças estabelecem entre elas. Contrariamente ao que muitas vezes é dito e pensado a arte da música não é assim tao fácil quanto aparenta, na medida em que, cada vez que se toca música, é crucial termos duas grandes ideias patentes: uma é exprimir-nos e a outra escutar os 14
restantes músicos. Por esse motivo, a arte de tocar música é simultaneamente tocar e escutar, sendo que uma reforça a outra, sendo que são interdependentes. A relação estabelecida entre musicalidade e trabalho de projeto encontra-se na importância que a coletividade assume enquanto característica de sucesso, isto é, tal como uma orquestra não funciona nas melhores condições somente com um músico um projeto também não, e tal como a música deve estar patenteada na vida dum individuo desde cedo, a educação de infância também, por esse motivo deve ser atribuída uma grande importância da metodologia de trabalho de projeto desde os primeiros anos de vida de um individuo. Assim sendo, ”insiste-se numa necessidade de metodologias de trabalho ativas, construtivistas, que impliquem a criança em processos de investigação. (…) sendo que a melhor forma de estimular o desenvolvimento intelectual das crianças será, então, colocar-lhe interrogações, situações dilemáticas, problemas, a possibilidade de escolhas múltiplas, a oportunidade de frutuosas discussões, etc.
3.1 As fases do método de projeto Para uma situação tomar um carácter educativo esta deve despertar a curiosidade e o interesse dos alunos, levando a uma atividade de pesquisa, de investigação, mas para que isso aconteça essa atividade deve conter uma problemática, ou seja deve gerar incertezas, dúvidas, vontade de investigar para obter respostas. Segundo Dewey, as fases do Método de Projeto são:
Para o aluno pensar e investigar é preciso que lhe seja exposta uma
situação problemática na qual ele se encontre implicado;
Para despertar o interesse e suscite a reflexão é necessário que essa
experiência seja fora do normal, escape à rotina e provoque a curiosidade; Por vezes nos Jardins de Infância, acontece surgir uma situação problemática que é transformada, através de pequenas questões mediadoras de reflexão, colocadas pelo educador, e tal situação é trabalhada a partir de atividades de pesquisa com vista a procurar respostas às dúvidas colocadas, contudo essa situação problemática deverá surgir em articulação com os interesses dos alunos. No método de projetos a sua base começa por um problema e não por um tema, é traçar um itinerário reflexivo, é fazer da pesquisa e dos seus intervenientes o centro 15
de uma aprendizagem. Assim analisando a base do método de projeto percebemos que existe uma mudança de paradigma, pois antes a aprendizagem era baseada numa pedagogia transmissiva, em que “ aprender era adquirir velhas soluções, enquanto a pedagogia progressiva assenta numa pedagogia criativa e participativa. Toda a investigação que envolve uma situação problemática se estrutura com o objetivo de encontrar uma resposta, contudo esta estrutura não é rígida, as fases do processo de investigação são apenas linhas orientadoras para servir uma condução eficiente da pesquisa. Contudo Kilpatrick insiste na questão da orientação da pesquisa, apresentando também ele uma estrutura – padrão da metodologia de projeto:
A situação problemática deve partir dos interesses dos alunos;
O problema deve ser analisado, tornando claros os objetivos e hipóteses;
Se surgirem vários planos de ação-pesquisa, deve-se escolher aquele que
é capaz de responder melhor à situação problemática;
O desenvolvimento da pesquisa e a testagem constante da sua
operatividade conduzirão, em caso de sucesso a um resposta-solução,
A conclusão deve resumir todo o saber adquirido durante a pesquisa,
Estes passos, não são passos cronológicos, com uma sequência obrigatória, trata-se de passos lógicos, fases de processo que deve fluir de forma flexível, criativa e funcionalmente integrada. No entanto segundo outros autores, o método de trabalho de projeto encontra-se dividido em quatro fases, sendo elas as seguintes:
Primeira fase: Definição do problema.
Na primeira fase do método de projeto deve-se formular o problema ou as questões a investigar, definir as dificuldades a resolver, o assunto a estudar: “Todo o problema implica um certo saber ou não saber, ou seja, antever se terá ou não solução e, para isso é preciso experiência” (Munari, 1982, in Vasconcelos, 1998:139). Nesta fase expõe-se os saberes que já se possuem sobre o assunto, realizam-se conversas em grande e pequeno grupo e pede-se as crianças que desenham, esquematizam, escrevam com o apoio do adulto o que já sabem, e o que pensam que irá acontecer e por fim os resultados obtidos. Segundo Helms parte-se de um “conhecimento base”, parte-se do que já se sabe acerca do assunto.
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Segunda fase: planificação e desenvolvimento do trabalho
Segundo Vasconcelos (1991) se considerarmos a palavra “planear” esta apontanos para a flexibilidade e multiplicidade de hipóteses e não para a uma planificação comum e direta. Numa planificação não-linear, após analisar a realidade educativa e as necessidades e potencialidades do grupo de crianças – analise essa que nos transporta para um diagnóstico dinâmico porque se vai reformulando á medida que vão surgindo novas informações que estão constantemente a ser recebidas, é possível fazer uma previsão do possível desenvolvimento do projeto em função de metas específicas. É preciso definir o que se vai fazer, como se vai fazer, dividir tarefas, verificar os recursos existentes, e quem poderá ajudar na pesquisa. Segundo Rinaldi há dois pontos de vista sobre planificação: 1ª- Vê uma planificação como uma forma de trabalho que estabelece previamente os objetivos gerais e específicos para cada atividade, apresentando uma hierarquização desses objetivos; 2ª- Uma planificação como uma forma de trabalho na qual os educadores estabelecem objetivos ou grandes intenções gerais mas não formulam objetivos específicos para cada projeto ou para cada atividade previamente. Em vez disso formulam hipóteses daquilo que pode acontecer com base no que conhecem das crianças e das suas experiências anteriores. A par destas hipóteses, formulam intenções flexíveis e adaptadas às necessidades e interesses das crianças. Estes interesses e necessidades são expressos pelas crianças ao longo do projeto e inferidos pelos educadores ao longo do processo (Rinaldi, in Edwards et al., 1999:101-102).
3ª Fase- Execução
Nesta fase ocorre o processo de pesquisa através de experiências diretas, de forma a preparar aquilo que se deseja saber. Nesta fase organiza-se, seleciona-se e regista-se a informação, pedindo às crianças para desenhar, tirar fotografias, criar textos, fazer construções que reflitam os resultados obtidos. É também nesta altura que se elaboram pequenas sínteses do trabalho realizado e dos respetivos resultados. Nesta fase faz-se um aprofundamento da informação obtida, debatendo, representando e contrastando com o que já sabíamos, o que ficamos a saber e as especulações que não eram verdadeiras.
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A avaliação do projeto pode ser realizada diariamente para verificar em que ponto da situação se encontra, para poder planificar os pontos seguintes. No método de projeto surgem grandes mapas, gráficos, diversas formas de representar os dados recolhidos, dessa forma, este tipo de trabalho implica uma sala de atividades organizada em “oficinas de criação e experimentação” e não em cantinhos, segundo Vasconcelos.
4ª Fase - Divulgação /avaliação
Nesta fase pode-se divulgar os resultados da pesquisa a outros meninos, como por exemplo á sala ao lado, ou á escola do 1º Ciclo, as famílias e a comunidade envolvente. Os trabalhos realizados durante a pesquisa são expostos de forma a poderem ser apreciados por todos. Depois e ao longo de todo o processo, avalia-se o trabalho, a intervenção dos vários elementos do grupo, o grau de entreajuda, a qualidade da pesquisa e das tarefas realizadas, a informação recolhida, as competências adquiridas. Formulam-se novas hipóteses de trabalho e, eventualmente, nascem novos projetos e ideias que serão posteriormente explorados. Alguns autores dão relevante importância á documentação, pois esta permite recolher todas as evidências do processo de desenvolvimento de um projeto e, simultaneamente, devolve-nos, em espelho, o conjunto de aprendizagens realizadas pelas crianças. Ao mesmo tempo que o educador está a avaliar de modo reflexivo o seu próprio trabalho, mediante a documentação, está a tornar o seu trabalho transparente, dando – lhe uma maior visibilidade. A participação é a chave de conduta do trabalho projeto e da pedagogia que o apoia, onde o aluno em liberdade e cooperação, procura e reinterpreta o conhecimento, participa na sua construção apoderando-se do seu significado como algo substantivo para si. A aprendizagem significativa representa um dos conceitos fulcrais do construtivismo pois constitui um momento constante na produção pedagógica do trabalho de projeto. Para este, é necessário delinear um objetivo, compreender o problema inicial, pesquisar e escolher em que fontes de informação fazê-lo, recolher os dados, registá-los e reuni-los. Quando é apresentada uma nova situação o que fazemos é recorrer a experiências anteriores e relacioná-la com a nova, fazendo a sua atualização, construindo, assim, a aprendizagem significativa. 18
A base cognitiva da educação baseia-se na forma como nós aprendemos a pensar na situação anterior, desenvolvendo a capacidade de pensar situações novas, formando hábitos investigativos e reflexivos (observação, visão, partilha e diálogo de opiniões e avaliação do seu trabalho e dos pares). Durante o processo de ensino-aprendizagem é fundamental que haja interação entre as pessoas, atividades e os assuntos de um modo articulado, não bastando reconhecer a sua importância mas torna-la real. A interação requer a perceção da complexidade das dimensões pedagógicas e da forma como as mesmas operam em todo o processo. A participação da criança é a base do Trabalho Projeto, visto que é a partir da participação e pela participação que a mesma aprende a exercer os seus direitos e deveres como ser social, pelo que a criança também tem de se interessar. A educação é comunicação, diálogo, interação de interesses, e é através disso que o Trabalho Projeto se desenvolve, promovendo a importância da ligação da criança ao mundo através do pensamento e da ação. O Trabalho Projeto exige a consciência de uma pedagogia, na qual esta se constrói no trabalho reflexivo que o leva à sua descoberta, à sua interiorização e à sua reconstrução pessoal permanente que uma prática educativa exige. Cada professor desenvolve o seu trabalho, no entanto tem de existir um esforço cooperativo interpares. Hoje em dia, pudemos constatar que a nossa sociedade está a passar por transformações de grande impacto, na forma como acedemos à informação e ao conhecimento, como aprendemos, comunicamos e como nos integramos socialmente. É cada vez mais exigido aos alunos, que estes desenvolvam um conjunto de literacias básicas de leitura, matemática, ciências, entre outras. A natureza destas literacias, presentes em todas as áreas e ambientes de aprendizagem, faz com que cada vez mais o desenvolvimento dos alunos dependa da escola e dos intervenientes na mesma, sendo a biblioteca um recurso privilegiado neste exercício. Ao longo dos tempos, as bibliotecas têm vindo a consolidar o seu papel na escola. Este percurso concretizou-se através da melhoria das condições funcionais, do sucessivo enriquecimento dos recursos documentais e de informação e da afetação progressiva de recursos humanos qualificados para a sua gestão. Tratando-se de um recurso que se revela fundamental face aos desafios da sociedade atual, pelas condições de espaço e acolhimento, facilidade de acesso à 19
informação e possibilidades de aprendizagem que potência, é hoje impensável idealizar a escola sem o recurso à biblioteca, seja ela escolar ou a municipal. A biblioteca tem vindo a contribuir para uma boa aprendizagem e domínio da leitura, seja qual for o seu suporte e para a promoção de estratégias e atividades de aproximação ao currículo, que em muito vêm facilitando a aquisição de conhecimentos e a formação global dos alunos nestas múltiplas literacias. Só o seu domínio permitirá uma aprendizagem contínua e o desenvolvimento de uma consciência crítica, fatores essenciais de sucesso num mundo em acelerada mudança. Tendo em conta uma conceção de biblioteca como espaço público de produção de sentidos, onde se ativam lugares sociais, vivências, relações com o outro, valores da época e da comunidade, conhecimentos das coisas do mundo (crenças, saberes, comportamentos, experiências estéticas e contemplativas,) é importante frisar que esta contem uma dimensão valorativa, como matriz ética do relacionamento interpessoal, no uso da informação, no processo de aprendizagem e na aquisição do conhecimento. Cada área da biblioteca, desdobra-se em desempenhos a atingir pelos alunos no final da educação pré-escolar e dos, 2º e 3ºciclos do ensino básico. Dado o caráter progressivo e acumulativo dos conhecimentos e capacidades a desenvolver ao longo dos graus de ensino em que incide, está organizado de modo a garantir a sua sequencialidade e coerência, no acesso dos vários intervenientes. A presença da biblioteca na prática do jardim-de-infância e no ensino básico deve assumir uma dimensão globalizante e integradora.
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4. Caracterização 4.1Caracterização do meio
Fig.1 - Cidade de Beja
O concelho de Beja, com 1141 km2, localiza-se no coração da vasta peneplanície alentejana que constitui a unidade fundamental do terço meridional do país. A zona central do Concelho forma uma planície de onde surgem, aqui e além, algumas elevações de pequena importância. Devido à sua topografia é bastante pobre em águas correntes. A cidade foi fundada, cerca de 400 a.C., pelos Celtas que lá se estabeleceram durante algum tempo. Com o nome alterado para Pax Júlia, foi sede de um convento, (circunscrição jurídica) pouco depois da sua fundação. A sua importância é atestada pelo facto de nesta, passar uma das vias romanas. Os Alanos, Suevos e os Visigodos dominaram esta cidade depois da queda do Império Romano, tornando-se a cede do bispado. No século V, depois de um breve período no qual haverá sido a sede da Tribo dos Alanos, os Suevos apoderaram-se da cidade, sucedendo-lhes os Visigodos. Nesta altura, a cidade passa a denominar-se Paca.
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Do século VIII, ao ano de 1162, esteve sobre a posse dos Árabes, designadamente no domínio dos Abádidas do Reino Taifa de Sevilha, que lhe alteraram o nome para Beja (existe outra cidade com este nome na Tunísia). No referido ano, os cristãos reconquistaram
definitivamente
a
cidade.
Beja
recebeu
então,
o foral em 1524 e foi elevada a cidade em 1517. Foi repovoada por D. Afonso III, que reedificou a muralha romana, que tinha quarenta torres. Nessa muralha, o rei mandou abrir sete portas, que foram chamadas: Évora, Avis, Moura, Mértola, Aljustrel, Nossa Senhora dos Prazeres e Nova ou de S. Sezinando; destas portas saíam as estradas que conduziam às povoações correspondentes aos seus nomes. Dos monumentos bejenses salientam-se, para além do castelo, a Igreja de Santo Amaro (século V), da época dos Visigodos; a Igreja da Misericórdia, de estilo renascentista, mandada construir, em 1550, por D. Luís, duque de Beja; a Igreja de Santa Maria, a mais antiga, e tudo indica ter sido uma mesquita moura; a Igreja de S. Salvador (século XIII); o Convento e a Igreja da Conceição, mandados construir por D. Fernando, pai de D. Manuel I, em 1459, com alguns traçados góticos; o Convento de São Francisco, que foi fundado em 1268 e adaptado a quartel em 1850, o que lhe modificou o traçado inicial; a Ermida de Santo André, construída no reinado de D. Sancho I, para comemoração da tomada da cidade aos Mouros; e o hospital e os paços do concelho, anexo aos quais se encontra o Museu Arqueológico. A sala de sessões dos paços do concelho é decorada com retratos de Júlio César, D. Sancho I, D. Afonso III, D. Manuel I, D. Maria II e outras personalidades. Estão igualmente representados os brasões de todos os concelhos do distrito. Neste momento, Beja é a capital do mais extenso distrito em que se divide o país, com 10276,1km2 de superfície, repartindo-se por 14 concelhos: Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Odemira, Ourique, Serpa e Vidigueira. Beja tem como feriado municipal a quinta-feira de Ascensão. Cada freguesia de Beja tem o orago correspondente à sua designação. Os cantares alentejanos típicos deste distrito são melodias a duas vozes, sem acompanhamento de instrumentos e cantadas unicamente por homens. Na vila de Vidigueira, em dezembro, em qualquer casa particular é comum ouvir-se "o canto do menino", que é um canto religioso diferente do canto alentejano, uma vez que tem carácter familiar.
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Tradicionalmente, o traje do alentejano é constituído por fato de lã escura, casaco curto, calça, peitilho branco sem gravata, cinta de lã, lenço ao pescoço e chapéu de feltro de aba larga. Às vezes usa uma samarra. Por sua vez, o traje da mulher alentejana é constituído por saias rodadas de tecido de algodão claro, lenços coloridos na cabeça (amarrados sob o queixo), chapéu de feltro e grevas. No escudo da cidade de Beja existe a cabeça de um touro porque, segundo a lenda, nos tempos iniciais de Beja, existia por aqueles lados uma serpente-monstro que a todos aterrorizava e matava. Um dia, alguém se lembrou de envenenar um touro e pôlo perto da serpente para que esta o comesse acabando por morrer envenenada. Estima-se que a população atual ronde os 32000 habitantes. A tendência para o crescimento da cidade e o esvaziamento dos aglomerados rurais tem vindo a manter-se, atingindo alguns o declínio quase absoluto. A população do Concelho apresenta características de duplo envelhecimento e de não substituição de gerações. A taxa de natalidade do Concelho de Beja é de 12,8%, sendo a mais elevada de todo o distrito. A taxa de natalidade tem vindo a decrescer, sendo este um resultado, entre outros fatores, da tendência manifesta de os casais terem menos filhos e do envelhecimento da população. Em termos de ensino, nos últimos anos, têm-se concentrado na cidade, vários estabelecimentos de ensino de nível superior, nomeadamente nos seguintes domínios:
Agricultura e pecuária;
Educação;
Enfermagem;
Direito;
Contabilidade Gestão;
Informática;
Serviço Social.
Também o ensino técnico-profissional teve grande incremento, destacando-se os relacionados com o Turismo, Animação Social, Contabilidade, Serviços de apoio à população, e Serviços Técnicos de manutenção, entre outros. Relativamente ao ensino secundário, registou-se um aumento global de alunos e, desta forma, das respetivas escolas, registando-se uma ligeira diminuição de alunos no ensino básico. 23
4.2. Caracterização da Biblioteca Municipal de Beja A Biblioteca Municipal de Beja, talvez a mais antiga instituição cultural da cidade, foi fundada no dia 21 de Junho de 1874. Insere-se no conjunto de bibliotecas de leitura pública que surgiram um pouco por todo o país, como consequência do movimento de renovação das mentalidades, que se seguiu às Guerras Liberais. Quase todas essas bibliotecas foram criadas com base nos acervos documentais provenientes das livrarias dos conventos e colégios religiosos, que a pouco e pouco se foram extinguindo em virtude da aplicação da Lei de 18 de maio de 1834. Para além do fundo documental proveniente dessas instituições, a Biblioteca Municipal de Beja beneficiou ainda de algumas ofertas do Curso Eclesiástico e da Biblioteca Pública de Lisboa. As ofertas da Liga dos Amigos da Biblioteca e as doações particulares contribuíram para completar o seu fundo antigo. Primitivamente esteve instalada no Colégio dos Jesuítas, onde no século XVIII havia funcionado uma Academia criada por D. Frei Manuel do Cenáculo, assim como o seu museu e biblioteca particular. Devido a um contencioso entre o Vigário da Diocese e a Câmara, a biblioteca mudou de instalações e foi ocupar um edifício camarário no Largo de Sta. Maria. Mais tarde, em 1923, procedeu-se à sua transferência para as arcadas e dependências anexas do Convento de N. Sra. da Conceição. Devido à exiguidade do espaço foi obrigada a mudar-se para o atual edifício das Finanças. Todavia, o seu destino de andarilha, ainda a fez conhecer o edifício do antigo Colégio do Sagrado Coração de Jesus e de 1975 a 1992 as instalações do Arquivo Distrital de Beja. Em 1987, a Câmara Municipal de Beja e o Ex-I.P.L.L. (Instituto Português do Livro e da Leitura), estabeleceram um contrato-programa com vista à criação de uma nova biblioteca. Contrato esse que passou pela construção do edifício, aquisição de mobiliário e equipamento, bem como de um importante fundo bibliográfico de cerca de 40000 novos livros e documentos audiovisuais.
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