Curso de auxiliar em saúde bucal processo saúde doença

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Curso de Auxiliar em Saúde Bucal – ASB

APOSTILA MÓDULO I DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA A BIOSSEGURANÇA NA ODONTOLOGIA

2016

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA SEÇÃO MINAS GERAIS / REGIONAL MONTES CLAROS

CURSO DE AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL

MÓDULO I Carga horária do módulo: 115 horas

Disciplinas e cargas horárias: Processo saúde doença 30 horas Biossegurança na odontologia 20 horas Ergonomia e segurança no trabalho 20horas Anatomia e fisiologia dental 25 horas Primeiros socorros 20 horas

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA SEÇÃO DE MINAS GERAIS

Curso de Auxiliar em Saúde Bucal – ASB

MÓDULO I – DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA A BIOSSEGURANÇA NA ODONTOLOGIA

DISCIPLINA: PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

2016

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................................................ 5 OBJETIVOS................................................................................................................................................. 5 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................................. 5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 5 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA .................................................................................................................. 6 SAÚDE-DOENÇA COMO REFLEXO DO PROCESSO DE VIDA ...................................................... 7 DOENÇA ..................................................................................................................................................... 7 OS AGENTES DE DOENÇAS INFECCIOSAS. .................................................................................... 7 OS AGENTES INFECCIOSOS NO MEIO AMBIENTE. ....................................................................... 7 OS MICROORGANISMOS ........................................................................................................................ 8 MICROORGANISMOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS ........................................................................ 9 MECANISMO DE DEFESA DO ORGANISMO.................................................................................. 10 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVES ............................................... 10 OS AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ................................................. 10 LOCALIZAÇÃO, PORTAS DE ENTRADA E DE SAÍDA ................................................................. 11 DOENÇAS INFECCIOSAS DE TRANSMISSÃO OCUPACIONAL NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA .................................................................................................................................................................... 11 HEPATITE ............................................................................................................................................. 11 HERPES SIMPLES ................................................................................................................................ 12 SÍFILIS ................................................................................................................................................... 13 SÍNDROME DA IMUNO DEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS) ........................................................ 13 GRIPE .................................................................................................................................................... 13 TUBERCULOSE ................................................................................................................................... 14 O AMBIENTE DE TRABALHO E SEUS RISCOS.................................................................................. 14 DOENÇAS BUCAIS ................................................................................................................................. 14 PLACA BACTERIANA OU PLACA DENTAL ................................................................................... 14 O QUE A PLACA BACTERIANA PROVOCA: .............................................................................. 16 CÁLCULO DENTAL ............................................................................................................................ 16 CÁRIE DENTAL ................................................................................................................................... 17 FATORES ASSOCIADOS AO APARECIMENTO DA CÁRIE .......................................................... 17 FATORES RELACIONADOS COM A SALIVA ............................................................................. 17 FATORES RELACIONADOS COM A SUSCEPTIBILIDADE DOS DENTES ............................. 18 APARECIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CÁRIE ................................................................. 18 DOENÇA PERIODONTAL ...................................................................................................................... 19 GENGIVITE .............................................................................................................................................. 19 PERIODONTITE ....................................................................................................................................... 20 CÂNCER DE BOCA ................................................................................................................................. 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 21 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 23

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INTRODUÇÃO A concepção mais difundida de saúde é a de um estado de harmonia e equilíbrio funcional do corpo. Estado de doença é tudo o que faz o ser humano sofrer, que o limita e impede de exercer suas atividades normais, que lhe dá a consciência de um corpo que deixou de “funcionar em silêncio” e que, portanto, dá mostras de alterações. No entanto, “não sentir nada”, nem sempre significa ausência de doenças, pois vários processos e lesões podem permanecer “calados” por muito tempo sem serem percebidos por seus portadores. A relação existente entre saúde e doença não é apenas uma relação de bom e mau funcionamento do corpo, mas uma interação muito mais ampla do homem com os ambientes (físicos e sociais) que o cercam, da sua maneira de relacionar-se com outros homens, da sua condição de trabalho (tipo características, condições físicas para exercêlo e a relação pessoal com o trabalho – gostar de realizá-lo); da forma como é organizada a produção de riquezas são repartidas e compartilhadas por todos, das possibilidades que ele possui para expressar, para desenvolver seu potencial criativo e desenvolver-se como pessoa. A busca de uma concepção de saúde é também a procura da compreensão do processo de vida dos homens ao longo da história.

OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Disponibilizar os recursos necessários para que o profissional ASB adquira conhecimentos básicos sobre o processo saúde-doença, conscientizando-o em agente transformador, capaz de acompanhar as mudanças sociais da saúde.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Identificar os determinantes e condicionantes do processo Saúde-Doença.  Conhecer as doenças Infecto contagiosas mais comuns no Brasil e suas causas.  Conhecer as doenças Infecciosas de transmissão ocupacional na prática odontológica.  Identificar aspectos de defesa do organismo e suas relações com o processo Saúde – Doença.  Conhecer as principais patologias das estruturas bucais em suas fases de manifestação.  Identificar as situações potenciais de risco para o desenvolvimento de doenças bucais.

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PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

Vamos saber mais sobre saúde? Pra gente falar em saúde, tem que pensar:

Preservação dos recursos naturais, do meio ambiente

Condições de Trabalho

Valorização culturas locais

Moradia

SAÚDE espiritualidade

Participação popular Educação

Alimentação

Organização Dos serviços de Saúde

Convívio social

no dever do governo melhorar condições de Vida do povo

A relação propositiva entre os setores que se referem à qualidade de vida do homem acontece quando esses setores trabalham em conjunto, construindo parcerias, unindo esforços e somando recursos financeiros e humanos para alcançar um objetivo comum. Para construir uma casa, precisa “fazer o alicerce”, precisa de areia, cimento, ripas madeiras, telhas e outros materiais para a casa ficar pronta. Com Saúde também precisamos ter alicerce para “construir a saúde”. Para isso precisamos juntar:

Desenvolvimento Integral do Homem Decisão

Alimentação Moradia Educação Trabalho Amizade Diversão Participação Popular política Participação Popular

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SAÚDE-DOENÇA COMO REFLEXO DO PROCESSO DE VIDA As condições de saúde estão estreitamente relacionadas com a maneira pela qual o homem produz seus meios de vida através do trabalho, e satisfaz suas necessidades, através do consumo. A saúde de uma população, genericamente, depende da qualidade e do acesso ao consumo de certos bens e serviços de subsistência, que se constituem, basicamente, de moradia, alimentação, educação e assistência em saúde. A assistência em saúde significa qualquer ação ou medida de controle que objetive melhorar a qualidade de vida do indivíduo e das populações. No aspecto individual, a medicina desempenha importante papel no alívio de sintomas, no cuidado de doentes, no atendimento das emergências, nas cirurgias e na cura de algumas enfermidades. Porém no Brasil morre-se mais de infecções hospitalares que de tuberculose, sarampo, tétano, meningite, difteria, poliomielite e acidentes de automóveis. A iatrogênese clínica, isto é, a alteração física (doença) causada diretamente pelos médicos em suas tentativas de cura, é também muito comum de acontecer. DOENÇA OS AGENTES DE DOENÇAS INFECCIOSAS. As bactérias, os vírus, os fungos, e outros micro-organismos estão em todas as partes: sobre a roupa, sobre a pele humana, no intestino, na cavidade bucal, nas plantas, na água, no solo: não há um só lugar onde eles não estejam presentes. Felizmente, para o homem a grande maioria desses micro-organismos são inofensivos e, ás vezes, muito úteis. A produção de cerveja, de coalhada, de pão, de sabão e de outros produtos utiliza a capacidade de fermentação própria desses pequeninos seres. O homem faz uso dessas espécies são só para manter-se vivo como para proteger-se: por exemplo, extrai dos fungos substâncias, os antibióticos, que combatem as bactérias de algumas doenças infecciosas. Dentre as milhares de espécies de bactérias, fungos e protozoários, somente algumas são patogênicas, isto é, provocam infecções. Só algumas, portanto, são parasitas. Em relação aos micro-organismos, não há uma separação total entre os que são maléficos ao homem e os que lhe são inofensivos. Existem inúmeros micro-organismos patogênicos (quer dizer, causadores de doenças) que habitam normalmente a boca, a faringe e o tubo digestivo. Eles não chegam a prejudicar o organismo humano porque seu número é pequeno e também porque existem formas de defesa e barreiras que protegem o corpo contra sua agressão.

OS AGENTES INFECCIOSOS NO MEIO AMBIENTE. Os agentes infecciosos são expelidos para o meio ambiente através das diferentes portas de saída: pelas vias respiratórias, fecal, pele e assim por diante. Ao sair para o meio exterior, esses agentes passam a se localizar em diversos elementos; podem ficar suspensos no ar envoltos em pequenas gotas produzidas pela tosse e espirro;

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podem misturar com a água e o solo; podem ainda permanecer nos objetos e utensílios que se usam no local de trabalho e na habitação. A existência no ar, água, solo e objetos, de agentes infecciosos que permanecem vivos e capazes de infectar outro hospedeiro é denominada de contaminação. As coisas contaminadas acabam por contaminar outras, ou seja, a contaminação se funde. A água de irrigação, por exemplo, contendo o agente de diarreia infecciosa pode contaminar as verduras de uma horta: a mão contendo resíduos de fezes contamina os alimentos e os utensílios de trabalho, e assim por diante. Certos micro-organismos não suportam a abundância de ar (oxigênio) em seu ambiente. É o caso das bactérias do tétano e da gangrena cujos esporos se desenvolvem bem numa ferida onde haja tecidos mortos e pus. São os de nome anaeróbios. No ambiente, encontram-se geralmente no esterco de gado e de outros animais, transmitindo-se por contaminação das feridas e do coto umbilical de recém-nascidos. Em resumo, são os seguintes os principais modos de contaminação:  Pelo solo e pelas terras.  Pela água.  Através dos alimentos  Pelo ar. A contaminação é uma espécie de poluição.

OS MICROORGANISMOS Como o próprio nome indica, micro-organismo é um minúsculo ser vivo que, devido ao seu tamanho, só pode ser visto com o auxílio de aparelhos especiais, como o microscópio comum da figura abaixo, ou o microscópio eletrônico.

Os micro-organismos são classificados em patogênicos e não patogênicos. Um micro-organismo patogênico é aquele que provoca doenças.Micro-organismos não patogênicos são aqueles que, normalmente, não causam doenças. Entretanto, se o micro-organismo não patogênico encontrar um organismo fraco, em más condições ambientais e nutricionais, pode causar doenças e infecções graves. 8


É bom lembrar que: Os micro-organismos não patogênicos são encontrados em vários locais do organismo, sem causar doenças, sendo chamados de “flora normal” ou residente. A quantidade e os tipos de micro-organismos dependem da idade do indivíduo, da temperatura corporal e ambiental, além de outros fatores. Os micro-organismos da flora normal ou residente,não patogênicos, funcionam como defesa do organismo contra a invasão de outros micro-organismos externos patogênicos. Alguns até facilitam a absorção de substâncias úteis ao organismo, ou ajudam na indústria como, por exemplo:  O levedo ajuda o pão a crescer;  O mofo produz uma substancia que é usada para preparar a penicilina e faz fermentar a cerveja.

MICROORGANISMOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS Os micro-organismos aeróbios são aqueles que necessitam do oxigênio para viver e os micro-organismo anaeróbios são aqueles para os quais o oxigênio atua como um tóxico.

Existem, ainda, micro-organismos que são aeróbios e anaeróbios ao mesmo tempo e são chamados de “anaeróbios facultativos”. Essa peculiaridade os torna mais forte para provocarem infecções e atingirem os tecidos. A maioria dos micro-organismos anaeróbios é de origem endógena, quer dizer, originam-se dentro de nós mesmos. São micro-organismos da flora normal que saem do seu local habitual e contaminam outros tecidos, modificando-os, destruindo-os, favorecendo o desenvolvimento de infecções. A maioria dos micro-organismos aeróbios é de origem exógena, isto é, não habituam o nosso corpo. A quantidade de micro-organismos encontrada no ambiente é muito variável.

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MECANISMO DE DEFESA DO ORGANISMO Todos os seres vivos procuram constantemente manter seus organismos ajustados em relação ao ambiente em que vivem. Para isso, eles dispõem de sistemas de controle que mantém o corpo em condições compatíveis com a vida. Quando as agressões do meio ambiente ameaçam a integridade do ser vivo, seus mecanismos de defesa são acionados na tentativa de restabelecer o equilíbrio necessário à sua sobrevivência. Se estes mecanismos de defesa “falham”, instala-se a doença. A doença é um processo relacionado às múltiplas causas: quando uma pessoa adquire a doença tuberculose, por exemplo, isto não se deve exclusivamente ao fato dela ter-se contaminado com micro-organismo causador da doença. A interação deste fato com os fatores relacionados às condições de vida da pessoa (condições sanitárias, alimentação, características do trabalho, renda e consumo, moradia, resistência física, condições emocionais, etc.) irão atuar no processo de instalação da doença. Os humanos se defendem por meio da pele, mucosas, órgãos dos sentidos (tato, olfato, paladar, audição), dos reflexos, do suco gástrico, do fígado, do sistema Respiratório, dos rins, das glândulas sudoríparas, dos intestinos, da bílis e dos ossos. Também se defendem através do sistema imunológico, conhecido como: Mecanismos de defesa especial. O sistema imunológico, formado por diferentes células e tecidos, tem as funções de defender o organismo contra diversos tipos de agressões e impedir que alterações ocorridas nas células do corpo (por envelhecimento ou anormalidade) perturbem seu funcionamento. As alterações no funcionamento do sistema imunológico irá facilitar a presença e desenvolvimento dos organismos.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVES As doenças que ocorrem numa comunidade podem ser separadas em dois grupos: as doenças transmissíveis e as doenças não transmissíveis. As doenças transmissíveis são capazes de “passar” de um homem para o outro homem ou de um animal para o homem. Portanto, são doenças que as pessoas “pegam” de outras pessoas ou por causa de um animal. Ex: sarampo, tuberculose, xistose, sífilis,tétano e muitas outras. O reumatismo, o câncer, a asma, a desnutrição, o bócio são doenças não transmissíveis. Elas não se transmitem de uma pessoa para outra. Às vezes, uma doença tanto pode ser transmissível como não transmissível, porque tem mais de uma causa. É o que acontece com a diarreia, a hepatite e a pneumonia.

OS AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Para ocorrer uma doença transmissível, é necessário que um agente infeccioso penetre no corpo de um indivíduo e se desenvolva nos seus tecidos. Esses agentes são seres vivos e muitos deles são tão pequenos que não podem ser vistos sem a ajuda de 10


um microscópio. Popularmente são chamados de micróbios ou germes. Mas existem também os vermes, que são animais maiores e facilmente reconhecíveis. Estes são os principais tipos de agentes infecciosos e algumas das doenças que provocam:  Bactérias: (micróbios pertencentes ao reino animal) causam a tuberculose, a difteria, o tétano, a coqueluche, certas diarreias, a sífilis.  Protozoários: (micróbios pertencentes ao reino animal) causam a malária, a doença de Chagas, a amebíase, o calazar.  Fungos: (cogumelos) causam a impingem, o pano branco, a micose de unha.  Vírus: (micróbios menores que as bactérias e que não são vistos pelos microscópios comuns) causam o sarampo, a catapora, a gripe, a rubéola, o dengue, a febre amarela, a hepatite, a AIDS.  Vermes: causam à esquistossomose (xistose), a ascaridíase (lombriga), a ancilostomose (amarelão). O homem no qual penetrou um desses agentes de doença é chamado de hospedeiro. Quando o agente chega ao hospedeiro desenvolve-se e multiplica-se em seus tecidos, ocorre uma infecção. Por isso, as doenças transmissíveis são também denominadas de infecciosas. Assim, hospedeiro é uma pessoa ou animal, inclusive aves e insetos, em que se aloja e subsiste um agente infeccioso.

LOCALIZAÇÃO, PORTAS DE ENTRADA E DE SAÍDA Os agentes infecciosos penetram no corpo humano através de uma porta de entrada. As principais portas de entrada dos agentes infecciosos são: a) Via digestiva – os agentes penetram através da boca, com os alimentos e a água. b) Via respiratória – os agentes infecciosos são inalados através do nariz, penetrando no corpo, através do processo de respiração. c) Pele- os agentes infecciosos penetram também devido ao contato da pele com o solo ou a água que os contenham, através da picada de insetos, de infecções e transfusão de sangue ou do contato direto com a pele de outra pessoa doente; d) Via genital e urinária – os agentes infecciosos penetram através dos órgãos sexuais.

DOENÇAS INFECCIOSAS DE PRÁTICA ODONTOLÓGICA

TRANSMISSÃO

OCUPACIONAL

NA

HEPATITE É um processo infeccioso primário do fígado. Atualmente já foram identificados cinco tipos de vírus: A, B, C, D e E. Em relação à Odontologia, o vírus da Hepatite B vem sendo considerado o maior risco para a equipe de saúde bucal. O sangue é a fonte principal da infecção ocupacional, no entanto a presença do vírus na saliva e no fluido gengival não deve ser desprezada. 11


Os profissionais da área de saúde; inclusive no ASB, TSB e TPD, têm maior risco de contrair o vírus da hepatite do que a população em geral. Principais vias de transmissão: sexual, parental, sangue e hemoderivados, perinatal, procedimentos cirúrgicos e odontológicos, soluções de continuidade de pele e mucosas. Sinais e Sintomas: a maior parte dos casos se assemelham a uma síndrome gripal ou são assintomáticos. A forma crônica consiste num processo inflamatório contínuo do fígado. Prevenção: a melhor maneira de se prevenir contra a hepatite é através da vacinação indicada principalmente para os profissionais de saúde.

Saída

Indivíduo Doente

Entrada AGENTE INFECCIOSO

AMBIENTE

Indivíduo Susceptível

CICLO BÁSICO

Fatores que interferem na transmissão das doenças

HERPES SIMPLES O Herpes simples é uma doença infecciosa aguda muito comum no homem. Os vírus do herpes simples apresentam dois sorotipos distintos: o tipo 1 considerado agente etiológico das infecções bucais e o tipo 2 agente infeccioso das infecções genitais. Atualmente sabe-se que tanto o tipo 1 como o tipo 2 podem provocar infecções em ambas as localizações. Transmissão: o vírus do herpes simples é mais frequentemente transmitido através do contato direto com lesões ou objetos contaminados. Pode infectar a pele ou membranas mucosas. Provoca também infecção ocular (via aerossóis ou auto-inoculação), porém não consegue atravessar a pele íntegra. Na infecção primária aguda, pequenas lesões vesiculares amareladas podem ocorrer em todos os tecidos orais. Essas lesões podem aumentar e formar grandes ulcerações. Em alguns casos é acompanhada de enfartamento ganglionar, mal-estar, inapetência, febre baixa e gengivo-estomatite. As lesões recidivantes iniciam-se com ardor local e aparecimento de pequenas vesículas que depois se rompem e cicatrizam em 7 a 14 dias sem deixar marcas. Prevenção: O controle da infecção por estes vírus baseia-se na prevenção através de cumprimento rigoroso das normas universais de biossegurança. 12


SÍFILIS A Sífilis é uma doença causada por uma bactéria, o Treponema palidum, quase sempre transmitida pelo contato sexual com indivíduos portadores de lesões infecciosas. Os outros modos de transmissão possíveis são a infecção intra-útero e a transmissão transfusional. A Sífilis é uma moléstia que se apresenta de formas diferentes, que vão se modificando com o avançar da doença. Posteriormente a doença entra numa silenciosa latência. A latência pode ser interrompida muitos anos depois, por manifestações denominadas sífilis terciária. São três as principais apresentações do terciarismo: lesões na aorta, lesões destrutivas de pele e osso (algumas sifilíticas) e manifestações neurológicas. O controle da sífilis se faz com a melhoria das condições de vida, busca ativa de tratamento dos contatos, uso de preservativos quando da exposição a relações sexuais, exames sorológicos e tratamento nas rotinas pré-natal, acesso a diagnósticos e tratamentos precoces para toda população e, a orientação para evitar-se contato com secreções das lesões abertas e com sangue.

SÍNDROME DA IMUNO DEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS) A AIDS, sigla inglesa que corresponde às iniciais SIDA em português, Síndrome de Imuno Deficiência Adquirida, é uma doença que acomete algumas pessoas infectadas com um vírus chamado HIV que lesa os linfócitos, células de defesa, deixando o indivíduo a mercê de doenças infecciosas, que frequentemente o matam. A doença é transmitida, principalmente, através de relações sexuais e de contato com sangue de pacientes doentes. Outras formas de transmissão estão sendo estudadas como, por exemplo, a possibilidade de transmissão por vetores. Os principais grupos expostos à doença, são os que recebem transfusões de sangue, os viciados em drogas endovenosas, os homossexuais promíscuos e prostitutas; como em outras doenças infecciosas, nem todos os infectados adoecem e os que adoecem, o período de incubação pode ser de meses ou anos. A doença se caracteriza por uma série de infecções que acometem o indivíduo com suas defesas deprimidas. As mais comuns e características são: candidíase grave, contaminando a boca e esôfago, pneumonia por pneumocisticarini, tuberculose, toxoplasmose e citomegalovirose, diarreia por criptosporidium, etc. Essas infecções, que normalmente não acometem indivíduos são de difícil tratamento, quase sempre levando esses pacientes à morte. O meio de diagnóstico é através do teste sorológico específico. O controle da doença nos serviços de saúde se faz através de educação da população, uso correto e responsável dos EPIs dentre outros meios.

GRIPE Alteração viral atribuída ao vírus Influenza, comumente associada a quadro febril, dores, amigdalite e tosse não produtiva. Pode permanecer vários dias e evoluir 13


para pneumonia. Como as opções de tratamento antigripais estão limitados à prevenção ou alívio da sintomatologia as imunizações são indicadas. TUBERCULOSE Causada pelo Mycobacterium tuberculosis, afeta na maioria das vezes os pulmões, mas pode ocorrer em outros órgãos: rins, ossos, gânglios, mucosa bucal e outro. Transmissão: o modo mais comum é pela tosse que lança no meio ambiente gotículas contendo os bacilos. Sinais e Sintomas: tosse persistente, febre, sudorese noturna, perda de peso, dor torácica, fraqueza, inapetência e hemoptise (sangue no escarro)

O AMBIENTE DE TRABALHO E SEUS RISCOS

Por ambiente de trabalho entende-se o conjunto de todas as condições de vida no local de trabalho. Estas condições compreendem desde as características estritamente ambientais como tamanho do local de trabalho, iluminação, ruído, ventilação, poeira, disposição de equipamentos, etc, até os elementos relativos à organização do trabalho, ritmo, jornada, tipo de tarefa, etc. A capacidade de perceber, compreender e analisar os riscos presentes, constitui elemento fundamental para avaliação dos impactos do trabalho sobre a saúde do homem.

DOENÇAS BUCAIS

A Saúde Bucal, parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo, está também diretamente relacionada às condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente, transporte e lazer, liberdade e acesso aos serviços de saúde e à informação. O cirurgião dentista e sua equipe devem desempenhar um papel importante não só no tratamento global das pessoas, mas também como agentes de informação e orientação para a comunidade.

PLACA BACTERIANA OU PLACA DENTAL A placa bacteriana é uma camada gelatinosa que se deposita sobre as superfícies dos dentes, é transparente e invisível na sua fase inicial. Ela é detectada por agentes evidenciadores, como exemplo a fucsina básica 0,5%. É formada por bactérias, substâncias provenientes das secreções bucais (saliva e fluído gengival) e restos alimentares.

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A bactéria principal da placa é o Streptococus mutans, sendo considerado como o principal fator na formação da placa e produção da cárie dental. Bactérias são microorganismos, vistos ao microscópio, que podem causar doenças.. Na cavidade bucal são hospedeiros naturais, até que fatores predisponentes modifiquem o meio,e assim a rápida proliferação das bactérias passa a ser patogênica. Isso significa que o aumento significativo no número de microorganismos no meio, pode ocasionar doenças. Além do Streptococos mutans, existem outras bactérias na boca: STREPTOCOCUS - S. Salivares, S. Sangris, S. Mutans STAFILOCOCUS - S. epedermis e S. aureus LACTOBACILOS - L. acidofilus, L. Lasei BACTERÓIDES – B. Melaninogenicus e B.Oralis A placa bacteriana é uma massa bacteriana densa, não calcificada, mas tão firmemente aderida à superfície do dente que resiste à lavagem pelo fluxo salivar. Para sua remoção é necessário profilaxia através de escova e fio dental. O CÁLCULO OU TÁRTARO é uma massa calcificada da placa bacteriana, que se deposita na superfície de dentes naturais, artificiais e aparelhos protéticos e ortodônticos. A placa bacteriana pode ser classificada como placa supragengival, quando localizada sobre a coroa clínica dos dentes ou placa subgengival, quando sob a gengiva. Nela podem estar presentes os principais microorganismos causadores da cárie e da doença periodontal. O tamanho, espessura e quantidade da placa variam dependendo de inúmeros fatores. Geralmente nas superfícies lisas, nas pontas das cúspides e nas bordas incisais sua quantidade é pequena ou mesmo ausente. Isto se deve à maior facilidade de limpeza mecânica dessas áreas, seja pela limpeza natural promovida pelos movimentos musculares (da língua, dos lábios e bochechas) e pelo atrito dos dentes durante o processo de mastigação. Em outras superfícies ou regiões dentárias, com características anatômicas que dificultam esses processos de limpeza mecânica à maior retenção de bactérias e restos alimentares, favorecem o desenvolvimento e acúmulo excessivo da placa. Isto cicatrículas e fissuras das superfícies oclusais e nos sulcos gengivais. Estas duas últimas nunca serão completamente livres da placa. A presença de dentes mal posicionados, de restaurações mal adaptadas, lesões de cáries, superfícies rugosas ou ásperas, são outros fatores que podem contribuir para o aumento da retenção microbiana. Quando não removida, por longos períodos, a placa se apresenta visível, como uma cobertura amolecida e embranquecida sobre a superfície dos dentes. Por outro lado, sua presença pode ser sentida pelo contato da língua nos dentes, através de uma sensação de aspereza e rugosidade. A placa bacteriana se forma a partir de retenção de microorganismos na superfície dos dentes. Nas primeiras doze horas, seu crescimento é lento, e após este período ocorrem um rápido aumento no número de bactérias, que se espalham pela superfície dos dentes. Após 24 horas, o dente está completamente coberto pela placa, distribuída irregularmente, com regiões de variadas espessuras. É importante lembrar que a placa pode se formar com ou sem a presença de alimentos, isto é, mesmo que a pessoa fique sem alimentar, a placa irá se formar.

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Há relatos de que a placa se forma em animais alimentados com tubos, porém em menor quantidade (Littleton e cols., 1967). Na presença de alimentos moles a placa se forma mais rapidamente, sendo retardada sua reposição com alimentos duros, por isso devemos preferir na nossa dieta os alimentos naturais e mais duros. Durante o sono, quando estão reduzidos os movimentos mecânicos dos alimentos, do lábio, da língua e mucosa bucal e a saliva fica mais ou menos parada, as condições são favoráveis ao desenvolvimento da placa, chegando a acelerar sua formação. O QUE A PLACA BACTERIANA PROVOCA: A simples presença da placa bacteriana não significa doença. As placas encontradas em partes sadias dos dentes são diferentes quanto à sua composição química e bacteriológica das placas presentes em áreas que apresentam lesões cariosas. As bactérias presentes, mais açúcares, mais suscetibilidade dos tecidos dentais e periodontais são necessários para provocar o aparecimento de lesões cariosas ou de gengivites e doença periodontal. Outro fator resultante da acumulação e desenvolvimento da placa é o aparecimento do cálculo dental.

CÁLCULO DENTAL Também chamado de tártaro, pode ser definido como depósitos calcificados que se formam sobre os dentes ou outras estruturas sólidas da cavidade bucal. Ë classificado como cálculo supragengival quando está presente nas coroas clínicas visíveis dos dentes, acima da margem gengival. O cálculo localizado no sentido apical (raiz) à margem gengival ou na bolsa periodontal é chamado de cálculo subgengival. O cálculo supragengival apresenta-se na forma de concreções brancas ou amareladas, geralmente localizados em torno da margem gengival dos dentes. No entanto, a cor pode mudar para marrom como o resultado de coloração secundária proveniente de cigarro ou de pigmentos de alimentos. A distribuição do cálculo supragengival não segue totalmente a da placa supragengival, uma vez que a tendência desta se calcificar varia na cavidade bucal. As maiores quantidades de cálculo supragengival são encontradas em localização oposta à abertura dos canais das glândulas salivares maiores: faces vestibulares dos molares superiores (abertura do canal da glândula salivar parótida), nas superfícies linguais e até mesmo bucais dos incisivos inferiores (glândulas salivares submandibulares e sublinguais). O cálculo subgengival apresenta coloração marrom ou negra, sendo mais duro e quase sempre mais firmemente aderido à superfície dentária. Sua distribuição é mais difusa nos diversos dentes, mas considerando o dente isolado, o cálculo subgengival é mais predominante nas superfícies proximais e lingual do que na vestibular. O cálculo supragengival pode ser reconhecido através do exame clínico quando está presente em quantidade suficiente. Camadas finas podem, no entanto, passar despercebidas se a superfície dentária estiver umedecida pela saliva que penetra na superfície porosa do cálculo. Se o dente é secado, a camada fina pode ter uma aparência

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semelhante à superfície do dente hipoplásico e sua detecção exige o uso de um instrumento de raspagem. O cálculo nas superfícies proximais às vezes pode ser visível em radiografias. Nas bolsas periodontais mais profundas, o cálculo só pode ser retirado através de cirurgia periodontal. A presença do cálculo quase sempre está associada à presença da doença periodontal nos seus diversos níveis, ou seja, quanto maior a quantidade de cálculo, maior a intensidade do problema periodontal.

CÁRIE DENTAL

É uma doença transmissível e infecciosa que ataca os dentes resultando na destruição localizada nos tecidos dentários. É uma doença multifatorial, ou seja, é necessário a presença de uma série de fatores interligados para o seu desenvolvimento: fatores do hospedeiro (dente e saliva), fatores do ambiente (tipo de dieta ou substrato) e os microorganismos ou agentes infeccioso. Para que a doença ocorra, esses fatores devem atuar em condições favoráveis ao seu desenvolvimento. É necessária a existência de tecidos dentais susceptíveis, a presença de microorganismos cariogênicos específicos e uma dieta rica em carboidratos (açúcares), interagindo durante um certo período de tempo, que pode variar entre meses e anos, para produzir as lesões cariosas.

FATORES ASSOCIADOS AO APARECIMENTO DA CÁRIE FATORES RELACIONADOS COM A SALIVA A saliva é uma mistura de fluidos bucais, constituída, basicamente, de secreções derivadas das glândulas salivares principais (parótida, submandibular, sublingual) e glândulas salivares acessórias da cavidade bucal, de resíduos do fluído gengival, de restos alimentares e de microorganismos. A saliva é muito importante para a manutenção da integridade dos dentes, porque contém substâncias que estão envolvidas na proteção e diminuição do ataque pela cárie. Sua função está baseada, principalmente, em 2 fatores: o fluxo salivar, isto é, a quantidade de saliva que circula na boca, e a composição salivar, quer dizer, o tipo e a quantidade de substâncias que a compõem. O fluxo salivar é responsável pela lavagem mecânica dos restos alimentares, microorganismos e outras substâncias da boca. Um alto nível de fluxo salivar é benéfico porque contribui para a remoção contínua desses elementos, protegendo os tecidos dentais contra a destruição pela doença. Ao contrário, sua diminuição na boca pode resultar num rápido aumento da atividade cariosa. Ex.: respiradores bucais.

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FATORES RELACIONADOS COM A SUSCEPTIBILIDADE DOS DENTES Varia enormemente entre regiões ou superfícies dentárias e entre grupos de dentes. Por exemplo: superfícies oclusais dos dentes posteriores, caracterizados pelas facilidades de acumulação e retenção da placa bacteriana, pela impossibilidade de limpeza adequada e pela dificuldade de acesso à proteção salivar, são altamente suscetíveis ao desenvolvimento de lesões. Superfícies lisas raramente desenvolvem cáries. De maneira geral, a ordem decrescente para o desenvolvimento de cáries nas superfícies dentais é: oclusais, interproximais, linguais e vestibulares. Outros fatores de variação na susceptibilidade à cárie podem ser a presença de irregularidades na arcada dentária, de apinhamentos dentais, de restaurações e próteses mal-adaptadas.

APARECIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CÁRIE O início da cárie, em geral, é caracterizado por alterações muito pequenas na porosidade do esmalte, num nível microscópico, impossíveis de serem vistas clinicamente. Com o aumento da porosidade, torna-se possível a visualização clínica, que são chamadas manchas brancas do esmalte. Essa é uma lesão reversível e a inativação das lesões iniciais da cárie (sem o rompimento da camada externa do esmalte) pode ser obtido através da limpeza adequada da região e pelo uso do flúor. O sinal mais comum da cárie é o “buraco”.O avanço da cárie, vai comprometer dentina e posteriormente a câmara pulpar, resultando em dor. A cárie é uma alteração da estrutura dos tecidos duros dos dentes, começando da periferia para o centro, podendo na sua evolução atingir a polpa. Cerca de 90% da humanidade é vítima dessa enfermidade. As bactérias encontradas na placa e a ação dos seus ácidos desencadeiam o processo carioso. As bactérias transformam o açúcar e as substâncias hidrocarbonadas em ácido láctico, especialmente, e este ataca o esmalte e a dentina. A idade, o sexo, a raça, a hereditariedade, a alimentação, as anomalias de estrutura, etc, poderão influir em um maior ou menor número de cáries. No início, a lesão não dói porque só atinge o esmalte do dente (camada externa). Depois de perfurar o esmalte a cárie atinge a dentina, camada um pouco menos dura que o esmalte, muito sensível à dor porque recebe prolongamentos do nervo (polpa). Se a cárie não for tratada, continuará perfurando o dente até atingir o canal onde está o nervo, provocando dores muito fortes e infecção (pulpite). Com o processo da infecção, formam-se lesões no osso e abscessos (bolsas e pus). A cárie atinge primeiro o esmalte, depois a dentina e finalmente a polpa

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Os Micróbios do foco infeccioso através das artérias e veias podem atingir todos os pontos do organismo, causando doenças, como as cardíacas e septicemia (infecção generalizada no organismo)

DOENÇA PERIODONTAL É o processo inflamatório que envolve os tecidos periodontais. O fator causal principal é a camada de microorganismos que cobre os depósitos de cálculo subgengival, chamada de placa bacteriana, como estudamos anteriormente. Há referência de que determinados pacientes, tendo placa e tártaro em abundancia e restaurações mal adaptadas a vida inteira, não apresentam evidencias de alterações destrutivas. Individualmente, o grau de doença periodontal não é determinado apenas pela placa bacteriana. A chamada “resposta individual do hospedeiro”, que contém vários componentes imunológicos e sistêmicos, também tem acentuada importância. Na gengivite, a placa bacteriana pode desenvolver sinais mais ou menos acentuados, dependendo das diferenças individuais na reação tecidual do hospedeiro. A doença periodontal abrange, provavelmente, um grupo de alterações diferentes, as quais, em seu conjunto afetam as estruturas de suporte dos dentes e que podem resultar na perda dos mesmos. As doenças periodontais são: gengivite e periodontite. Elas são diferentes graus de uma mesma afecção; pois a inflamação da gengiva quando não tratada segue seu curso evolutivo chegando a periodontite. De início, a gengivite pode regredir, estacionar ou progredir. Porém, ao contrario da gengivite, a periodontite, devido às suas características patológicas, uma vez instalada, segue seu curso até a perda total do dente.

GENGIVITE A alteração da cor da gengiva é um dos primeiros sinais do processo inflamatório. A cor gengival está condicionada ao fator predominante do quadro inflamatório. Varia da cor rósea (sadia), podendo intensifica-se atingindo o vermelho intenso e até o acinzentado. O volume pode variar para mais ou para menos. A posição para mais pode causar a bolsa gengival (não é bolsa periodontal) e para menos é a retração gengival. O contorno é conseqüência da gengiva durante a inflamação pode ser alterada no sentido de apresentar-se flácida ou frouxa ou mais dura e resistente, segundo o tipo de resposta inflamatória. O sangramento é devido à proximidade dos vasos sanguíneos ao meio ambiente do sulco gengival devido à ulceração do epitélio sulcular. O exsudato pode ser de maneira serosa, mucosa, purulenta, sanguinolenta ou necrótica.

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A halitose ocorre devido à degeneração e degradação das substancias presentes no exsudato. A dor não é sintoma frequente, pode estar presente esporadicamente.

PERIODONTITE A gengiva não tratada vai progredir e teremos a periodontite. Uma das mais sérias consequências da periodontite é a perda óssea. Algumas das características clínicas iniciais da periodontite são as mesmas das gengivites, um pouco mais extensas, isto é, podem estende-se por toda a parede gengival. As demais alterações como são típicas de um quadro avançado de periodontite, como: mobilidade, bolsa periodontal, retratação gengival, exposição radicular, halitose, pus, etc. Toxina

Ação sobre a gengiva Reações inflamatórias subclínica

Reações inflamatória clínica, gengiva inchada, avermelhada e com tendência a sangramento

Continuidade do irritante: mineralização da placa

Infecção com formação de pús

Remoção da placa

Gengiva sadia

Bolsa Periodontal, perda óssea e grande mobilidade dos dentes

Perda dental

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CÂNCER DE BOCA O câncer de boca tem cura, se descoberto em sua fase inicial. Tem como principais sinais: a) pequenas feridas que não doem e não cicatrizam em 20 dias b) cicatrizam em 20 dias c) caroços e endurecimentos que não desaparecem d) sangramentos frequentes e sem causa conhecida    

Estão mais propícias a câncer de boca pessoas que: Fumam ou bebem muito Têm mais de quarenta anos Expõem-se ou trabalham ao sol constantemente e têm pele clara. Têm dentes quebrados, próteses mal adaptadas ou outras irritações na boca (ex: hábito de morder lábios, bochechas).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Já é uma assertiva aceita, e não mais discutida, que o homem é uma realidade bio-psico-social. Diríamos, entretanto, que, se a isto não for acrescentada outra dimensão – a espiritual - , jamais teremos o homem integral. O homem é um ser inacabado e que se faz dia a dia. E a sua maior grandeza está, exatamente, não só no fato de interpretar a realidade, como temos repetido tanto, mas de captar e expressar toda a sua beleza e sua dor. Dizem que ser poeta é ser capaz de, às vezes, com uma só palavra, colocar sentimentos tão complexos, como amor, paixão, saudade... O filósofo, muitas vezes, é prolixo demais, gasta mil palavras para falar sobre coisas que o poeta sente de maneira tão simples. Uma coisa, porém, é certa: só se é filósofo e só se é poeta, se desenvolve esta dimensão maior: a espiritual. O homem não é apenas, como também já vínhamos repetindo, o único ser que tem consciência de si e que reflete sobre isto. É, além disso, o único que se percebe transcendental a toda e qualquer realidade e que sente que é mais do que carne, sangue, suor, lágrimas, ossos e pó. Mente a si mesmo, aquele que nega a sua existência e destinos eternos. Somente o homem integral impulsiona a cultura, cria sonhos e utopias, que serão o alicerce d um mundo novo e diferente, mais justo e fraterno. Somente o homem integral sente-se em comunhão com a natureza, convive em harmonia com o seu semelhante e é capaz de criar a beleza e de transformar, para melhor, a realidade. Somente este homem, consciente, verdadeiramente, de si, de sua realidade interior, é capaz de tornar reais (trazer para a práxis) conceitos de bondade, honestidade, integridade, compreensão, justiça... Somente o homem integral é capaz de amar realmente, com aquele amor autentico, que significa sair de si, doar-se, entregar-se, encarar a vida e as pessoas com o coração aberto. O homem comum, quando morre, realmente morre para o mundo, mas, o homem integral fica, de alguma forma, para sempre, aqui mesmo, no nosso cotidiano. Ele fica, eternamente, através de seus versos, de sua música, de sua filosofia e de seus atos, sussurrando em nossos ouvidos a necessidade de crescer, de nos expandir, de 21


realizar o projeto-homem. Porque nossas possibilidades são infinitas. Nós vamos, em espiral, subindo aos tropeços, mas em uma espiral que não tem fim... O homem integral é universalista. Para ele, não existem raças, nem fronteiras. Como ele alcançou um patamar superior, vê todos os habitantes do planeta como uma família, que mesmo usando roupas diferentes, comendo alimentos diferentes, falando línguas diferentes, vive as mesmas alegrias e as mesmas angústias. Se a filosofia não servir para desenvolver este homem, então ela não serve para nada; resume-se a uma “masturbação mental”, em elucubrações vazias, sem finalidade e sem sentido. ................................................................................................................................... CRÉDITOS DESTA APOSTILA: CD/ PROFESSORA: ELIZABETH SANDRA SOUZA XAVIER

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REFERÊNCIAS

1.

Guia curricular para formação do atendente de consultório dentário para atuar na rede básica do SUS.

2.

Apostila de Microbiologia e Parasitologia da Escola Técnica de Saúde – Unimontes – Curso THD.

3.

Apostila de Higiene Dentário da Escola Técnica de Saúde – Unimontes – Curso THD.

4.

Cezar/ Sezar/ Bedaque. Ciências, Entendendo a Natureza . Saraiva – 1999.

5.

O Trabalho do Agente Comunitário da Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Políticos de Saúde, 2000.

6.

Apostila dos Cursos Introdutórios para Equipes Básicas de Saúde da Família – Unimontes – 2000.

7.

Manual de Condutas – Ministérios de Saúde – Brasília – DF – 2000

8.

Filosofia para jovens, uma iniciação à filosofia Maria Luiza Silvânia Teles – pgs 72, 73 – Ed. Vozes – 1996.

9.

Bier, Otto, Microbiologia e Imunologia – Ed.

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