Curso de auxiliar em saúde bucal primeiros socorros

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA SEÇÃO DE MINAS GERAIS

Curso de Auxiliar em Saúde Bucal – ASB

MÓDULO I – DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA A BIOSSEGURANÇA NA ODONTOLOGIA

DISCIPLINA: PRIMEIROS SOCORROS

2016

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SUMÁRIO OBJETIVOS ............................................................................................................................. 5 OBJETIVO GERAL................................................................................................................ 5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 5 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5 PRIORIDADE, EMERGÊNCIA E URGÊNCIA .................................................................. 5 ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS ............................................................... 6 SINAIS VITAIS ...................................................................................................................... 6 TEMPERATURA ................................................................................................................... 7 PULSO .................................................................................................................................... 8 RESPIRAÇÃO ........................................................................................................................ 9 PRESSÃO ARTERIAL ........................................................................................................... 9 VALORES NORMAIS DOS SINAIS VITAIS ...................................................................... 10 SINAIS DE APOIO ................................................................................................................ 10 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR ....................................................................... 10 IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS:.......................................................................... 10 URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS ....................................................................................... 11 PARADA RESPIRATÓRIA ................................................................................................. 11 HEMORRAGIA .................................................................................................................... 11 MÉTODOS DE CONTROLE DE HEMORRAGIA INTERNA ........................................... 12 LIPOTÍMIA (TONTURA) .................................................................................................... 12 DESMAIO............................................................................................................................. 13 ESTADO DE CHOQUE ....................................................................................................... 13 CONVULSÕES .................................................................................................................... 14 CORPOS ESTRANHOS ........................................................................................................ 14 NOS OLHOS ......................................................................................................................... 15 NO NARIZ ............................................................................................................................ 15 NA GARGANTA .................................................................................................................. 15 LUXAÇÃO .............................................................................................................................. 15 FRATURAS ............................................................................................................................ 16 KIT DE PRIMEIROS SOCORROS..................................................................................... 16 URGÊNCIAS EM ODONTOLOGIA................................................................................... 17 AS PRINCIPAIS URGÊNCIAS EM ODONTOLOGIA .................................................... 18 TRAUMATISMOS DENTÁRIOS ....................................................................................... 18 OS PRIMEIROS PASSOS DE UMA CRIANÇA ................................................................ 18 MUDANÇA DE COR DO DENTE QUE SOFRE TRAUMATISMO ................................. 18 DENTE FRATURADO ........................................................................................................ 19 PERDA TOTAL DE UM DENTE......................................................................................... 19 ABSCESSOS ........................................................................................................................ 20 ALVEOLITE ......................................................................................................................... 22 HEMORRAGIAS BUCAIS .................................................................................................. 23 3


LESÕES BUCAIS POR AIDS, PIERCING E PRÓTESE. ................................................ 23 POR AIDS ............................................................................................................................. 23 PIERCING ............................................................................................................................ 24 PRÓTESES ........................................................................................................................... 25 LUXAÇÕES ............................................................................................................................ 26 LUXAÇÕES DE DENTES ................................................................................................... 26 LUXAÇÃO DA MANDÍBULA ........................................................................................... 28 NEURALGIA DO NERVO TRIGÊMEO ............................................................................ 29 PERICORONARITE ............................................................................................................. 29 PULPITE ................................................................................................................................. 30 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA .................................... 31

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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL Preparar o ASB para auxiliar o CD na possibilidade de urgências no ambiente odontológico com agilidade, competência e ética.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Conhecer as urgências que podem acontecer na rotina do atendimento odontlógico. - Dominar as técnicas de aferição dos principais sinais vitais. - Entender como funciona o encaminhamento de emergências para hospitais. - Dominar conhecimento das situações de prioridade, urgência e emergência. - Saber organizar um kit de primeiros socorros. - Conhecer os beneficios da ginástica laboral.

INTRODUÇÃO Primeiros socorros são cuidados imediatos e imprescindíveis que devem ser prestados a uma vítima até a chegada de atendimento especializado. Para realizá-los é necessário conhecer primeiramente as alterações das funções vitais, que se refletem geralmente na temperatura, pulsação, respiração e pressão arterial. Alterações nestas funções (também chamadas sinais vitais) podem indicar algum tipo de enfermidade. O valor normal dos sinais vitais pode diferir de um indivíduo para outro, ou no próprio indivíduo, dependendo de exercício físico, hora do dia, condições emocionais, saúde e doença. Através dos sinais vitais o organismo nos informa sobre suas condições e pela importância de cada um deles, sua verificação deve ser exata.

PRIORIDADE, EMERGÊNCIA E URGÊNCIA

Na vida pessoal ou nas diversas atividades que o ser humano exerce em seu dia-a-dia, é necessário que se saiba priorizar determinados assuntos, facilitando a administração do tempo e possibilitando soluções precisas e imediatas. Em serviços de saúde, existem três situações que devem ser compreendidas e colocadas em práticas: prioridade emergência e urgência. 5


Saber distinguir uma da outra não é tão fácil, portanto é necessário conhecer bem o significado de cada uma delas. “Prioridade:” Qualidade do que está em primeiro lugar, ou do que aparece primeiro: primazia, preferência dada a alguém relativamente ao tempo de realização de seu direito”. Em linhas gerais, você deve priorizar o atendimento de todos os pacientes, pessoalmente ou por telefone. entretanto existem pacientes diferenciados por algum motivo, cujo atendimento deve ser priorizado em relação aos demais, até por questão de bom senso. Porém, os outros pacientes desconhecem os motivos pelos quais alguém passou a sua frente, portanto,

uma

breve

explicação,

de

forma

educada

para

justificar.

Emergência:” Situação crítica, acontecimento perigoso ou fortuito, incidente”. É muito raro acontecer uma emergência em odontologia! Urgência: “Tudo aquilo que urge que é necessário ser feito com rapidez, imprescindível”. A vida urge em qualquer procedimento em serviços de saúde, na odontologia, urgência pode ser: hemorragia, pulpite, pericementite ou outra dor forte. Uma criança que sofreu um acidente na escola, em casa ou no parque de diversões. São acontecimentos com os quais as auxiliares convivem e devem estar preparadas. Neste momentos, é preciso ser ágil, encaminhar o paciente para o atendimento médico, deixar a parte burocrática para depois (ficha, formulários etc.), conversar um pouco com o acompanhante procurando tranquiliza-lo.

ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS

SINAIS VITAIS A temperatura, o pulso e a respiração têm sido tradicionalmente referidos como sinais vitais; juntamente com a pressão arterial e os batimentos cardíacos, indicam o funcionamento fisiológico básico, especificamente nas áreas funcionais da temperatura, dos estados circulatórios e respiratórios. Ao efetuar observações acerca das capacidades funcionais atuais de um indivíduo, o profissional inicia, frequentemente, pelos sinais vitais. Ao avaliar os sinais vitais, é importante lembrar-se de que cada pessoa possui seu próprio ritmo cardíaco (diurno) ou relógio biológico das 24 horas, que regula os acontecimentos diários em sua vida. Esse termo é evidenciado no funcionamento biológico, como a temperatura corporal, no sono e na pressão arterial, e o profissional observará diferenças nos sinais vitais de seus pacientes nas diferentes horas do dia. Normalmente, a temperatura de uma pessoa, por exemplo, está mais baixa nas primeiras horas da manhã e mais elevada ao 6


final da tarde ou ao início da noite. A pressão arterial está também mais elevada, na maioria dos indivíduos, após sua atividade durante grande parte do dia. Ainda que a temperatura, o pulso, a respiração e a pressão arterial variem de indivíduo para indivíduo nas diferentes horas do dia, no mesmo indivíduo, existe uma variação que é geralmente considerada normal, para cada um desses sinais. As variações normais para os indivíduos, nos diferentes grupos etários, estão incluídas em cada um dos tópicos seguintes, acerca da temperatura, do pulso, das respirações e da pressão arterial.

É importante, também, que os resultados dos sinais vitais sejam interpretados em relação a outras informações obtidas acerca do paciente. Uma súbita queda na pressão arterial, um aumento na freqüência do pulso (ou a irregularidade ou debilidade do pulso), ou a queda da temperatura corporal, com ou sem a presença de respirações rápidas e profundas, são sinais que merecem avaliação criteriosa.

TEMPERATURA Temperatura corporal é o equilíbrio entre o calor produzido pelo corpo e o calor perdido para o meio ambiente. A temperatura externa do corpo considerada normal, varia de 36 a 37°C. Acima ou abaixo desses valores, significa alterações no organismo que devem ser observadas. Sua verificação pode ser feita com termômetro ou através do tato (verificar se a pessoa está quente ou fria, colocando as costas das mãos sobre a testa). As regiões indicadas para o uso do termômetro são: axilar (mais comum), bucal e retal (somente para recém-nascidos e crianças pequenas). O termômetro é composto de três partes: o bulbo, o corpo e um canal com mercúrio (fig. 1). O bulbo deve ser colocado sob a axila, em contato com a pele, após tê-lo sacudido para descer a coluna de mercúrio a menos de 36°. Retirar de 3 a 5 minutos depois e proceder a leitura. Para identificar a coluna de mercúrio é preciso girar o instrumento ligeiramente.

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Fig. 1 PULSO

É produzido por uma onda de expansão e contração do sangue que passa ao longo de uma artéria, quando o coração contrai. Deve ser verificado pressionando levemente os dedos indicador e médio contra as artérias radial, carótida, temporal, femoral e braquial.

Fig. 2 Como verificar a PA: Material:  Estetoscópio.  Esfignomanômetro.  Solução de álcool a 70% ou iodada.

Fig.3  Colocar o manguito 4cm acima da prega do cotovelo, prendendo-o sem apertar demasiado, nem deixar muito frouxo 8


 Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos ruídos que produzem  Colocar o marcador de modo que fique bem visível  Localizar com os dedos a artéria braquial, na dobra do cotovelo  Colocar o estetoscópio no ouvido (curvatura para frente), e seguir o diafragma do estetoscópio sobre a artéria  Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente o manguito até o desaparecimento de todos os sons (aproximadamente 20 mm)  Abrir a válvula vagarosamente  Observar no manômetro o ponto em que são ouvidos os primeiros batimentos (pressão sistólica)  Observar o ponto em que o som foi ouvido por último (pressão diastólica)  Se for necessário repetir a verificação, esvaziar completamente o manguito antes de fazer a nova medida  Retirar todo o ar do manguito, e removê-lo  Limpar as olivas auriculares com algodão embebido em álcool

O número de pulsações normais no recém-nascido é de aproximadamente 120 a 140 batimentos por minuto; na criança, de 100 a 120, no adulto 60 a 80 batimentos por minuto.

RESPIRAÇÃO Consiste em movimentos de inspiração e expiração com a ajuda dos músculos respiratórios. Essa função acontece nos pulmões através da troca gasosa, absorvendo o oxigênio (02) e eliminando o dióxido de carbono (C02). A verificação deve ser feita observando-se os movimentos do tórax e abdome do paciente, ouvindo e sentindo a saída de ar pelas narinas.

PRESSÃO ARTERIAL É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. É difícil definir exatamente o que é uma pressão arterial normal. Fatores constitutivos e ambientais interferem nela. Aumenta com a idade e é considerada normal entre 130/80, 130/70, 120/80 e 120/70 mm Hg.

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VALORES NORMAIS DOS SINAIS VITAIS Temperatur Respiração a Recém-nascido

Pulso

(mrpm) 40

120 a140bpm

30

100 a 120 bpm

20 15 a 20

80 a 100 bpm 60 a 80 bpm

Pressão Arterial Aumenta com a idade

36° Crianças maiores Adolescentes Adultos

A 37°

SINAIS DE APOIO Além dos sinais vitais, outros sinais devem ser observados: cor e umidade da pele, estado de consciência, sensibilidade, capacidade de movimento e dilatação das pupilas. Ao socorrer uma vítima de acidente, além de procedimentos corretos, alguns fatores devem ser considerados: 1. Manter a calma – vítima deve ser tranqüilizada, e para isto deve estar calmo e confiante. 2. Prevenir-se – o risco de contrair doenças infecto-contagiosas pode ser minimizado se alguns cuidados forem observados, tais como: evitar contato direto com sangue ou fluídos orgânicos da vítima; evitar ferir-se; não levar as mãos à boca, olhos ou pele; usar luvas cirúrgicas, se possível. 3. Procurar por socorro – além de atender a vítima, é muito importante que se providencie ajuda, chamando ou mandando chamar socorro médico.

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR Parada cardíaca ou respiratória é a paralisação de uma função vital do organismo, que neutraliza a oxigenação ou a circulação do sangue, podendo provocar a morte entre 3 a 5 minutos. Pode ocorrer nos casos de falta de oxigênio ou corpos estranhos caidos na garganta. Nesses casos torna-se necessária a ressuscitação cardiopulmonar.

IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS: • Na parada respiratória: Os sintomas apresentados são: inconsciência, lábios, língua e unhas azuladas, ausência de 10


movimentos do peito. • Na parada cardíaca: Sintomas apresentados: inconsciência, palidez excessiva, ausência de pulsação, pupilas dilatadas. O processo de reanimação deve ser iniciado imediatamente, devendo ser mantido até o reinicio da respiração/batimentos do coração da vítima ou até que receba atendimento médico. Não deve ser interrompido, mesmo na fase de transporte. Deve ser feita a respiração artificial e a massagem cardíaca.

URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS PARADA RESPIRATÓRIA Consiste na parada dos movimentos respiratórios. Quais os sintomas e como identificar uma pessoa com parada respiratória? 

O peito não se mexe

Seus lábios e língua ficam azulados Remova a vítima para um local mais arejado e não contaminado, praticando em seguida respiração boca-a-boca.

HEMORRAGIA É a perda de sangue resultante do rompimento de um vaso sanguíneo (veia ou artéria). Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente, pois representa uma ameaça à vida. Os sintomas observados são: debilidade orgânica, palidez, tontura, queda de pressão, extremidades frias, respiração difícil, e finalmente por síncope (parada cardíaca). Hemorragia externa: é o sangramento que pode ser observado. Hemorragia interna: é o sangramento de órgãos internos, como o fígado, rim, baço, e que não pode ser observado. Antes de iniciar o atendimento, identifique a extensão do ferimento. Corpos estranhos encravados não devem ser removidos, para não agravar ainda mais a situação. Métodos de controle de hemorragia externa: • compressão direta: usar uma compressa ou pano limpo sobre o ferimento, pressionando-o com firmeza, e fixá-lo com fitas ou tiras de pano. Na ausência de compressa ou pano, utilize a própria mão para evitar hemorragia abundante; 11


• elevação do membro atingido: manter a região que sangra mais elevada do que o resto do corpo, ajuda a diminuir o sangramento nas extremidades de membros feridos; • aplicação de compressas frias ajuda a diminuir o sangramento; • pontos de compressão: pressionar firmemente com os dedos ou com a mão, a artéria contra o osso, nos pontos de pressão acima do ferimento.

MÉTODOS DE CONTROLE DE HEMORRAGIA INTERNA Suspeite de hemorragia interna quando a vítima sofreu traumatismo direto ou um ferimento profundo e apresentava pulso fraco e rápido, peles frias e pegajosas, palidez intensa, sede, tonturas e até inconsciência. Deve-se manter a vítima deitada, com a cabeça mais baixa que o corpo e aplicar saco de gelo ou compressas frias na região atingida. Agasalhá-la bem e encaminhá-la, para um serviço médico, com urgência. Observação: nos casos em que houver suspeita de fratura de crânio ou de derrame cerebral, a cabeça deve ser mantida levantada. Hemorragia Interna: Nasal (colocar a cabeça do ferido para trás e fazer um tamponamento ou compressão). Pulmão (colocar a cabeça mais baixa que o corpo e não deixá-lo falar). Estômago (deitar o paciente sem travesseiro e não alimentá-lo). Boca (Colocar a cabeça mais alta que o corpo e fazer uma compressão local). Hemorragia nasal (epistaxe): Mantenha a vítima sentada e comprima a narina que sangra, por aproximadamente 5 minutos. Se o sangramento não parar, coloque um tampão de gaze umedecido por dentro da narina e um pano frio ou saco de gelo sobre o nariz. Se a hemorragia continuar, o socorro médico é necessário.

LIPOTÍMIA (TONTURA) É um processo de insuficiência circulatória que pode provocar diminuição do fluxo sangüíneo no cérebro. É temporária e de curta duração. Ela se diferencia do desmaio por não ocorrer perda de consciência. Alguns fatores podem predispor a uma lipotímia: fadiga, permanência em pé prolongada, distúrbios emocionais, anemia, desnutrição, hipoglicemia, dor violenta, ou outros fatores que

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causem instabilidade vasomotora. São sintomas: a palidez, pulso fraco, suor frio, extremidades frias, respiração lenta. Deve-se sentar a vítima e afrouxar-lhe as roupas. Caso ela esteja deitada, elevar-lhe as pernas para facilitar o retomo venoso. Mantê-la aquecida. Pode-se oferecer café, chá ou água com açúcar (jamais bebidas alcoólicas). Recomendar a procura de um médico para esclarecer melhor o incidente. Esses cuidados servem também para a vertigem, que é uma alteração no labirinto (órgão através do qual o organismo se mantém em equilíbrio). Neste caso, a sensação é de que tudo em volta está girando, acompanhada de náuseas e às vezes, vômitos. A vertigem tem como causas a labirintite, tumores e movimentos que não são realizados normalmente.

DESMAIO É a perda súbita de consciência por alguns minutos. Ocorre por deficiência de irrigação sanguínea no cérebro, ocasionando falta de oxigênio nas células cerebrais. As causas podem ser as mesmas da lipotímia, sendo que a lipotímia pode levar ao desmaio. Os sintomas são os mesmos, somados à inconsciência temporária. Os cuidados devem ser iguais aos da lipotímia e vertigem, com a diferença de não poder ser dado nada por via oral a uma pessoa inconsciente.

ESTADO DE CHOQUE O choque não possui uma definição única que compreenda todas as suas diversas causas e origens. A grande maioria dos acidentes graves pode vir acompanhada de choque, que é uma grave emergência médica. Os principais tipos são: choque hipovolêmico, choque cardiogênico,choque neurogênico, choque séptico e choque anafilático. Cuidados: • procurar socorro médico urgente • avaliar a possível causa do choque • combater, evitar ou controlar sua possível causa (exemplo: controle de hemorragia) • conservar a vítima deitada (cabeça abaixo do tórax) e agasalhada • elevar as pernas • afrouxar as roupas • manter vias aéreas desobstruídas • se houver salivação abundante ou vômito, lateralizar a cabeça 13


• dar líquido para beber, caso possa engolir • ficar alerta para os sinais vitais.

CONVULSÕES A convulsão é um ataque causado por descargas desordenadas de ação elétrica nas células cerebrais, que produzem movimentos involuntários e incontroláveis dos músculos e, em geral, perda de consciência. Em crianças pequenas podem ser causadas por traumatismo craniano, febre alta e desidratação grave. Em adultos, por intoxicação, epilepsia, meningite, malária ou tétano.

Cuidados: • proteger a cabeça • em caso de febre, procurar baixá-la com banho ou compressa • evitar que a vítima se machuque, afastando-a de objetos duros e pontudos • afrouxar as roupas • colocar um lenço dobrado entre os dentes da vítima para impedir que ela morda a língua • afastar curiosos • não dar nada pela boca • não dar tapas • não segurar a vítima (deixá-la debater-se) • não jogar água fria

Espere até que o ataque cesse. Acompanhe a vítima até o hospital ou residência, pois, ela se encontrará esgotada.

CORPOS ESTRANHOS São pequenas partículas de poeira, carvão, areia, limalha, ou pequenos insetos que podem penetrar nos olhos, no nariz, nos ouvidos ou na garganta.

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NOS OLHOS Por ser um órgão nobre, devemos ser cautelosos, a fim de não provocarmos lesão na córnea. Somente se for poeira, pedir que a vítima feche os olhos, lacrimeje e deixe escorrer pelos cantos. Caso contrário: • acalmar a vítima • pedir-lhe para que não esfregue os olhos • manter os olhos fechados • fazer uma bandagem de proteção • encaminhar ao serviço especializado

NO NARIZ A introdução de objetos no nariz é comum nas crianças. Mesmo que sejam obstruídas ambas as narinas, a pessoa pode respirar pela boca, não havendo problemas ligados à asfixia. Cuidados: • comprimir com o dedo a narina não obstruída • solicitar a vítima para manter a boca fechada e expelir pela outra narina, não permitindo que assoe com violência • se o corpo estranho não sair com facilidade, procurar um médico

NA GARGANTA Por vezes, o simples reflexo da tosse elimina o corpo estranho que se localiza na faringe. A manobra mais usada para a liberação das vias aéreas são as palmadas nas costas.

LUXAÇÃO É a perda de contato permanente entre duas extremidades ósseas numa articulação, causando dor intensa, edema, deformidade articular, e impotência funcional de articulação. Pode acontecer na articulação temporo mandibular ATM em consequencia de extração dentária complicada e demorada ou em outros casos que o paciente abrir muito a boca.

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FRATURAS É toda perda de continuidade da superfície de um osso produzida de forma violenta como resultado de um traumatismo. Podem acontecer na mandíbula em consequencia de extração dentária complicada em que se faz necessário o uso do martelo ou em acidentes do trânsito. As fraturas podem ser classificadas em: • simples ou fechadas: aquelas em que os ossos se quebram e não rompem a pele; • expostas ou abertas: aquelas em que os ossos se quebram e rompem a pele, exteriorizandose através de uma ferida. Os sinais e sintomas gerais da fratura são:

• deformidade • dor aguda e localizada • crepitação • mobilidade anormal • edema e equimose local

KIT DE PRIMEIROS SOCORROS Contém os materiais necessários para prestar ajuda rápida a acidentados: 

Atadura de crepom

Esparadrapo e algodão

Luva descartável

Tesoura de ponta romba

Papelão e bandagem triangular 16


Alfinete

Termômetro

Gaze, toalha limpa dentre outros

URGÊNCIAS EM ODONTOLOGIA São

situações

surgidas

de

maneira

inesperada

e

que

requerem

tratamento

imediato. Os principais casos que exigem um atendimento de urgência na odontologia são: 

Abscesso dentário ou periapical (em volta do dente

Angina de Ludwig

Alveolite (inflamação do osso onde se encontra o dente)

Câncer bucal

Hemorragias

Lesões bucais (causadas por próteses, Aids, piercing ou outros)

Luxações de dentes e da mandíbula com trismo (incapacidade de abrir a boca)

Neuralgia do nervo trigêmeo

Pericoronarite

Pulpite

.

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AS PRINCIPAIS URGÊNCIAS EM ODONTOLOGIA TRAUMATISMOS DENTÁRIOS Situações de urgência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para pais e crianças. As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de urgência.Por isso, é importante estar preparado para se ter a atitude correta num momento desses. Apresentaremos, assim, os traumatismos mais comuns e qual a melhor atitude que deve ser tomada em tais circunstâncias. Cortes e Sangramentos: Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento, deve-se colocar no lugar, sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Muitas vezes, é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada.

OS PRIMEIROS PASSOS DE UMA CRIANÇA Os

acidentes

mais

comuns

que

ocorrem

na

dentição

de

leite

são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar. O dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca. O dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. Muitas vezes, esse dano é maior do que aparenta ser. Freqüentemente, é preciso radiografar o dente e observar por um período determinado. O dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente. MUDANÇA DE COR DO DENTE QUE SOFRE TRAUMATISMO É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente, uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar; nesses casos, quase sempre há perda de vitalidade do dente, e um tratamento de canal se faz necessário. Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retomar ao seu normal. O dentista deve ser consultado, para acompanhamento. 18


DENTE FRATURADO É comum a fratura de um ou mais dentes em conseqüência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes, pode ocorrer que o nervo do dente se danifique. Só o dentista irá avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventualmente problemas da vitalidade futura do dente. A melhor maneira de se evitar fraturas nos dentes é prevení-las; assim, no caso de esportes, como bicicleta, "skate", basquete, vôlei, jogos de futebol ou "rugby" e outros esportes coletivos, é importante o uso de protetores bucais.

PERDA TOTAL DE UM DENTE Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente. É essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente, para que se aumentem as chances de salvar esse dente. Se o dente for de leite, a colocação deste de volta em seu lugar não é indicada; a probabilidade de sucesso é mínima. No caso do dente permanente,o reimplante é indicado. Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário: • Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento • Encontrar o dente • Pegue o dente somente pela coroa, não toque na raiz • Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dentes com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue o dente • Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. Não se esqueça: a parte côncava do dente é do lado de dentro da boca. Faça a criança morder com uma gaze ou um pano limpo para que o dente se mantenha na posição. Procure imediatamente um dentista • Se você não conseguir colocar o dente em sua posição, mantenha-o numa solução de soro fisiológico ou leite momo e procure imediatamente um dentista. O resultado final de um reimplante depende muito do período em que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. O dente deverá ficar fora do alvéolo o menor tempo possível O dente reimplantado deverá ser "fixado" pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado; mesmo assim, com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua 19


raiz. O tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de até 5 anos; muitas vezes, esse tempo é necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.

ABSCESSOS São acúmulos de pus em uma cavidade formada devido a processo inflamatório ocorrido em algum órgão ou cavidade do corpo. O abscesso é uma nítida resposta do organismo a uma infecção e não pode ser negligenciada, pois pode levar à morte por complicações diversas. Na odontologia, o abscesso geralmente ocorre devido a evolução lenta e gradual da cárie dentária ou inflamação da gengiva e do periodonto, região mais profunda, junto à raiz do dente. Os principais tipos são: Agudo - a evolução é muito rápida, devido ao tipo de bactéria presente e a situação de baixa defesa orgânica encontrada. Crônico - a evolução do quadro clínico é mais lenta, podendo criar um foco de infecção, com repercussões à distância, em outras partes do organismo, inclusive o coração. No caso de um dente provisório (decíduo ou de leite), o abscesso poderá danificar o dente permanente que surgirá mais tarde, gerando uma série de distúrbios, inclusive a sua formação inadequada.

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Caso o abscesso surja em um final de semana, de madrugada ou em local sem dentista, o que se deve fazer? Algumas providências podem aliviar a situação até procurar um atendimento em clínica dentária: 

Aplicação de gelo sobre a região, o que diminui um pouco a dor e o inchaço que se forma no local, tornando-se cuidado para não colocá-lo diretamente sobre a pele, pois o gelo poderá queimar as mucosas

Bochechar com água morna e um pouco de sal para facilitar a saída da secreção purulenta (pus)

Uma boa tática é usar chá das folhas de malva, que dará alívio imediato e ajudará bastante na saída do pus

Caso não haja melhoras, pode-se tomar um analgésico comum, com os naturais cuidados, quanto às restrições e dosagem, etc. Trata-se, no entanto, de um paliativo enquanto se procura o atendimento profissional

O que não se deve fazer? 

Tomar

antibiótico

por

conta

própria,

pois

pode-se

adquirir

grande

resistência por parte dos microrganismos responsáveis pela infecção. Além disso, cada um deles tem a sua indicação e dosagem adequada que só podem ser prescritas pelo médico ou dentista. A automedicação - de todos os tipos - é condenável. 

Ao repousar, evitar deitar na posição horizontal. Recostar com a cabeça sempre em um plano mais alto do que o corpo, diminuindo assim a pressão dosangue na cabeça.

A não observância dos cuidados preliminares e, principalmente, não procurar atendimento especializado pode até levar a óbito, além de criar foco de infecção crônica, de evolução lenta e gradual, como já foi dito. Se a vítima não procurar logo um atendimento, o próprio organismo procurará levar a infecção para um espaço externo ao osso, daí o grande perigo, porque o trajeto da secreção poderá levá-la a regiões nobres, com grande possibilidade de casos fatais. A melhor maneira de prevenir estas complicações é procurar atendimento odontológico anualmente, no mínimo, para uma pesquisa de possíveis focos de problemas desse tipo ou outros similares.

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ALVEOLITE É a inflamação do alvéolo dentário, região do osso onde se aloja o dente. seca Existe a alveolite seca, sem secreção purulenta( pus), e a úmida, sem secreção. .

A alveolite ocorre após a extração de um ou mais dentes (cerca de 5% dos casos) e pode ser causada por: 

Uso continuado de contraceptivos orais. Tabagismo. 22


  

Presença de microrganismos na região. Falta de cuidados de higiene por parte do paciente. Bochechos exagerados e contínuos, logo após a extração do dente.

O tratamento para os casos de alveolite é muito variável e vai depender de cada situação. O CD irá decidir qual o tratamento mais indicado.

HEMORRAGIAS BUCAIS É o extravasamento do sangue para fora dos vasos (artérias, veias, vênulas, etc.) 1. Hemorragia da mucosa bucal Geralmente é causada por ferimento de causas diversas. 2. Hemorragia do osso alveolar Geralmente devido à uma fratura, principalmente de uma espícula (fragmento) óssea. 3. Hemorragia pós-operatória Geralmente ocorre após uma extração dentária. 4. Hemorragia incontrolável e contínua Pode ocorrer em pacientes com discrasia sanguínea, que é a dificuldade de coagulação

do

sangue,

ou

em

pacientes

que

estejam

em

tratamento

com

medicamentos anti-coagulantes.

LESÕES BUCAIS POR AIDS, PIERCING E PRÓTESE. POR AIDS As

mais

comumente

encontradas

e

que

primeiro

denunciam

a

presença

da

Aids são: 

Candidíase, mais conhecida como "sapinho".

Feridas muito dolorosas e de difícil cicatrização.

Infecções causadas por vírus e que persistem durante muito tempo, tais

como herpes.

Xerostomia: diminuição drástica e quase ausência total de saliva.

Gengivite extensa, geralmente com necrose.

Feridas na língua. 23


Outras infecções denominadas oportunistas.

As indicações de tratamento serão sempre específicas para cada caso.

No início, esses pacientes podem ser atendidos na clínica , nada há que contra-indique o atendimento, logicamente, tomando-se os devidos cuidados quanto à biossegurança.

O

correto é que para todo paciente atendido tenhamos o máximo de cuidados de biossegurança, pois todo paciente deve ser tratado como suspeito.

Quais são as providências que o profissional deve adotar?  Maior rigor quanto à esterilização do instrumental.  Comunicação às unidades de saúde que controlam esse tipo de doença infecciosa.  Dar continuidade aos procedimentos de rotina.  Manter sigilo profissional sobre o tipo de paciente tratado, rotina a ser seguida normalmente.

PIERCING

As lesões que podem ser causadas por piercings, podem ocorrer nos dentes, na língua, nos lábios, mesmo que os adornos não estejam implantados nesses locais, pois a dinâmica bucal de falar, mastigar, etc, faz com que as peças interfiram nessas partes anatômicas, havendo vários casos de dentes fraturados, língua e lábios feridos, etc. 24


Os piercings podem causar outras lesões na boca: A principal é a inflamação e que segue com a infecção, devido a falta dos cuidados de higiene, que devem ser redobrados diante da possibilidade de acumular detritos na região onde se localiza a peça. A pessoa que usa piercing devem ter cuidados básicos: Além de maior cuidado na escovação, é necessário remover a peça periodicamente, limpar criteriosamente para remoção dos acúmulos de detritos, principalmente de tártaro, e recolocar, reiniciando-se o ciclo.

PRÓTESES

As lesões causadas por próteses: As mais comuns acontecem nas próteses removíveis, sejam parciais ou totais e dizem respeito às reações na mucosa que as suporta, denominadas estomatites protéticas. As causas geralmente são falta de higiene das próteses e das mucosas ou por traumatismos causados pelas próprias peças protéticas, na maioria das vezes, mal confeccionadas O pior defeito é a presença da câmara de sucção ou de vácuo. Como prevenir:  Manter uma boa higienização é a medida mais fácil, sendo apenas uma questão de conscientização para manter a prática rotineira indispensável de escovação da prótese e de toda a boca.  Quanto às próteses, é preciso observar que tenha uma perfeita adaptação à boca, e não o contrário, pois a boca não poderá nunca ser adaptada à prótese.

25


 Evitar

a

câmara

de

sucção

ou

vácuo,

que

é

uma

prática

totalmente

condenável e causa de muitos casos de câncer bucal, porque gera uma reação do organismo de maneira totalmente anómala, com novas células, quase sempre malignas.

Como deve ser feita a higiene da prótese:

Nas farmácias encontra a venda escova especifica para escovação de dentaduras, porém, como tem um custo maior, podemos orientar o paciente para usar escova dental dura, aquela não indicada para escovar dentes naturais.Podendo-se usar substâncias apropriadas, com maior capacidade detergente, à venda nas farmácias e drogarias. Essas substâncias são as mesmas do enxaguatório bucal. Podem ser usados produtos caseiros como água sanitária, sabonete e detergentes comuns. É aconselhável retirar a prótese da boca para dormir, pois dá um descanso à mucosa. Se a pessoa não quiser ou não puder tirar todas as noites, é conveniente fazer isso três vezes por semana, pelo menos. As próteses partidas não podem ser coladas em casa, pois o uso de colas podem irritar severamente a mucosa, podendo causar até mesmo feridas, perfeitamente evitáveis. Deve-se procurar o cirurgião-dentista para resolver a situação de maneira adequada.

LUXAÇÕES LUXAÇÕES DE DENTES Todo dente tem uma mobilidade natural, fisiológica, isto é, o dente normal, nunca está "colado" ao osso, pois há fibras musculares mi-croscópicas (periodontais) que funcionam como um "amortecedor" para os impactos em geral, inclusive da mastigação. Quando há uma anormalidade qualquer, como um acidente, por exemplo, essa fibras se alteram, o que leva o dente atingido a ficar "mole", luxação. Outra causa para a luxação são as doenças infecciosas, que destroem esses ligamentos podem ser responsáveis pelo fenômeno.

26


A evolução dos casos de luxação por infecção é lenta e gradual e não causa dor.

O que gera essa infecção é o acúmulo de tártaro na região do dente junto à gengiva e abaixo dela. Com o passar do tempo, há destruição do osso que suporta o dente e ele fica completamente solto, luxado.

Outras

situações

podem

causar

luxação

do

dente:

Trauma oclusal - Pela má posição de um dente que passa a alterar a mordida, ficando "maior", isto é, fora do alinhamento vertical dos demais. O dente passa a receber uma carga mastigatória exageradamente grande, necessitando receber um ajuste na sua estrutura, normalizando assim a situação.

Restaurações

dentárias

respeitam

engrenagem

a

e

próteses normal

defeituosas

dos

dentes,

São

aquelas

que

o

contato

prematuro,

gerando

não

isto é, que antecede o normal, vindo a causar a indesejada mobilidade ou luxação. bem

As

como

consequências complicações

são

mais

desagradáveis sérias.

O

e

podem

causar

até

simples

acerto

da

altura

mais

interna

do

dente,

febres,

do

dente,

a

polpa,

normaliza a situação.

PULPITE também

leva

É

a à

inflamação inflamação

da e/ou

camada infecção

das

citadas

fibras

periodontais,

27


situação

resolvida

pela

simples

terapêutica

endodôntica,

isto

é,

o

tratamento

do canal.

Tratamento

ortodôntico

(correção

dos

dentes

mal

posicionados

nas

arcadas) - durante esse tratamento, o especialista precisará aplicar determinadas forças nos dentes a serem corrigidos, movimentando-os na direção adequada. Tal manobra é feita por meio de aparelhos, que podem ser removíveis ou fixos. Em muitos casos, nos dois primeiros dias, a pessoa sente uma grande pressão nesses dentes, deixando-os luxados, mas logo retoma ao normal. Trauma

por

acidente

-

um

tombo,

uma

pancada

na

borda

de

uma

superfície rija ou um choque em um adversário ao praticar esporte, podem gerar

uma

grande

luxação

do

dente,

muitas

vezes

com

a

total

saída

do

seu alvéolo (espaço no osso onde fica alojado).

LUXAÇÃO DA MANDÍBULA É o deslocamento da mandíbula do seu local normal, impedindo o fechamento da boca. É também chamada de trismo.

28


Os sintomas são: 

Grande sensibilidade ao toque da musculatura da região

Dor de cabeça intensa, antiga e incontrolável com analgésicos ou sedativos.

Estalos de grande intensidade ao abrir e fechar a boca

Travamento da mandíbula

Imensa dificuldade para abrir a boca, geralmente cerca de dois centímetros

As principais causas: 

Tratamento

odontológico

prolongado,

com

longo

tempo

de

abertura

da boca 

Perda de vários dentes, o que leva a distúrbios musculares diversos

Ranger de dentes de maneira compulsiva, tanto durante o dia quanto à noite, dormindo

Uso de goma de mascar continuadamente

Apertar constantemente a mandíbula, forçando-a em demasia

Estresse negativo contínuo

NEURALGIA DO NERVO TRIGÊMEO A neuralgia é a dor que ocorre no nervo responsável pela sensibilidade dos dentes, no caso, o tronco chamado trigêmeo, porque dá três ramificações: oftálmico, maxilar e mandibular.

PERICORONARITE É

uma

inflamação

na

coroa

do

dente

devido

ao

crescimento

da gengiva que o circunda, geralmente, o terceiro molar inferior (raramente o segundo), de ambos os lados, quando ele começa a aparecer na cavidade bucal.

Devido à dificuldade de higienizar o local, aparecem as placas bacterianas que proliferam no local. A gengiva inflama, infecciona, aumenta muito de volume e

29


dificulta fechar a boca, causando dores fortíssimas que se refletem em todo o lado afetado. Também há dificuldade para engolir e a conseqüente perda de apetite.

PULPITE É uma inflamação da polpa dentária, causada geralmente por evolução da cárie e, muito raramente, por traumatismos. Pode ser aguda ou crônica.

As causas da pulpite: Mecânicos - fraturas do dente e traumas diversos. Térmicos

-

Químicos

-

longa uso

exposição de

ao

medicamentos

calor ou

ou materiais

frio. irritantes,

Bacterianos - microorganismos que agem no dente.

30


EMERGÊNCIAS MÉDICAS NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA

Quais

são

os

sinais

e

sintomas

que

caracterizam

as

emergências

médicas? 

Alguma dificuldade para respirar com respiração curta e/ou descontrolada

Dor ou sensação de aperto e pressão no peito ou na parte superior do abdomen

Desmaio (síncope - com perda das forças e dos sentidos, desfalecimento súbito, abatimento geral, desvanecimento de cor, de brilho da pele, perda temporária de consciência devida a má circulação do sangue no cérebro por diversas causas. O fenômeno pode durar de alguns segundos, até meia hora)

Tontura de aparecimento súbito, fraqueza (perda de força) ou alteração de visão

Mudança de estado mental, como comportamento anormal, confusão, dificuldade de acordar ou de se manter alerta e acordado

Dor de aparecimento súbito em alguma parte do corpo

Sangramento contínuo - é conveniente descobrir a causa

Vômitos intensos e/ou persistentes

Quais são as principais causas do desmaio? As principais causas do desmaio, também chamado de síncope, podem ser: 

Baixa taxa de açúcar no sangue (hiperglicemia), muito comum no início da gravidez ou quando a pessoa faz uma dieta excessivamente rigorosa

Anemia 31


Qualquer situação em que haja perda de sangue rápida, que pode ocorrer por algum sangramento interno, como o de úlcera gástrica, uma gravidez tubária, ou a ruptura de um cisto de ovário, por exemplo, sem descartar as intervenções cirúrgicas complicadas

Problemas cardíacos e/ou circulatórios, tais como ritmo anormal dos batimentos cardíacos, ataque cardíaco ou derrame

Distúrbios alimentares diversos como anorexia ou bulimia, que geralmente ocorre quando a pessoa é atendida logo cedo ou no final do dia e não está devidamente alimentada

Dor muito intensa e súbita

Grande estresse emocional, bastante comum na clínica odontológica, principalmente, devido ao medo, ansiedade, etc.

Levantar-se da cadeira muito rapidamente, após estar longo tempo em tratamento

Uso constante de certos medicamentos, tais como antidepressivos, tranqüilizantes, etc.

Quais

são

as

principais

emergências

médicas

que

ocorrem

na

clínica

e

quais os seus sintomas? Acidente Vascular Cerebral ou Encefálico (AVC ou AVE) é causado por uma deficiência da irrigação do sangue em determinada região do cérebro, podendo ter várias causas.

Trombose Cerebral é a obstrução de uma artéria do cérebro, devido a um coágulo (ou trombo), que impede a nutrição de sangue à região atingida.

Hemorragia ou Derrame Cerebral ocorre quando há rompimento de uma artéria e, da mesma forma que a trombose, deixa uma região do cérebro sem sangue suficiente. A pressão no interior do crânio aumenta pressionando o cérebro, o que acaba por interferir nas suas importantes funções. Os sintomas são variados e, conforme a localização e extensão do dano, pode ocorrer: forte dor de cabeça, desmaio, paralisia unilateral da face, respiração e fala alteradas, visão difícil e descontrole da urina e dos intestinos. Angina do Peito: Os principais sintomas são dor opressiva e intensa no peito, freqüentemente irradiada para o braço esquerdo, provocada por isquemia do miocárdio e resultante, quase sempre, de moléstia coronariana. Bronco-Espasmo: Os principais sintomas são a contração súbita dos brônquios, de duração 32


variável, dor e prejuízo funcional, podendo haver distorção e movimentação involuntária.

Choque Anafilático: Geralmente ocorre devido à injeção de anestésico em vias indevidas, quase sempre, na tentativa de anestesiar a região posterior da mandíbula. Os sintomas mais comuns são o edema de glote, quando a pessoa atendida fica com terrível dificuldade respiratória. Também pode ocorrer uma queda brusca e acentuada da pressão sanguínea, sensação

de

formigamento

nas

pernas,

pele

fria

e

tremor

das

mãos. Crise Hipertensiva: As causas da crise hipertensiva são a elevação anormal e súbita da pressão sanguínea sistólica (contração) arterial em repouso, de 250 mm Hg (mercúrio) ou mais e a elevação da pressão sanguínea diastólica (dilatação) de 140 mm Hg ou mais. Os sinais mais comuns são:

Crise Convulsiva ou Convulsão: São as crises de ausência, chamadas de "pequeno mal", e as que são associadas à epilepsia, chamadas de "grande mal". As crises são antecedidas de uma espécie de clarão (aura), a pessoa solta um grito, cai e iniciam-se as convulsões, que terminam espontaneamente após um curto período, sendo as primeiras mais curtas (10 a 30 segundos) que as segundas (cerca de um minuto). O grande perigo são as possíveis lesões que podem acontecer, daí a necessidade de se tomar algumas providências: 

Primeiramente, proteger a pessoa da queda.

Colocar um lenço dobrado na boca da vítima, para evitar que morda a língua.

Afrouxar a roupa.

Melhorar a ventilação.

Prevenir contra a ingestão de seus vômitos e/ou secreções.

Edema Agudo do Pulmão: A causa é o acúmulo anormal do volume sanguíneo na circulação do órgão, inundando os alvéolos pulmonares. Os principais sintomas são a falta de ar intensa, cianose (coloração azulada da pele), taquicardia, palidez extrema e grande ansiedade.

Infarto Agudo do Miocárdio: A causa é uma lesão ou degeneração de uma parte do músculo do coração (miocárdio), devido à redução da quantidade normal de sangue. Os sintomas são forte dor e sensação de grande pressão no peito, com variações para o pescoço, 33


nuca, braço esquerdo, região superior do abdome, náuseas, suores intensos e descontrolados, dificuldade para respirar, grande fraqueza e intensa agitação e angústia. Ao cirurgião-dentista cabe, nesse caso, apenas diminuir a dor e a ansiedade, porém precisa ter certeza do diagnóstico comparativo com o de angina, pois há medicamentos que são incompatíveis, como é o caso dos vasodilatores usados por via sublingual. Parada Cardiorrespiratória: As causas podem ser uma assistolia (movimento de contração imperfeito das fibras do coração) ou associadas também ao infarto do miocárdio, lesões das válvulas do coração, embolias pulmonares e reflexos exagerados do nervo vago, principalmente durante as cirurgias. Os sintomas são: perda da consciência, ausência de pulsação (carotídea, femoral, etc.), falta de respiração e dilatação pupilar.

CRÉDITOS DESTA APOSTILA : CD/ PROFESSORA Elizabeth Sandra Souza Xavier

REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual do Diagnóstico e Tratamento dos Acidentes Ofídicos, Normais e Manuais Técnicos. Brasília. 2. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Manual para Instrutores de Socorristas. Brasília, 1990. 3. DE DEUS, Quintiliano Diniz. Endodontia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1976. 4. ERAZO, Guilherme A.L., PIRES, M.T. Baccarini. Manual de Urgências em Pronto Socorro. 5. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC). Primeiros Socorros (s.L s.n.).

6. SONIS, FAZIO, FANG. Medicina Oral. Rio de Janeiro: Guanabara, 1985. 34


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