UMA PUBLICAÇÃO DOS SEIS COLÉGIOS VICENTINOS NO 6 / JANEIRO DE 2017
120 anos no Brasil
IRMAS VICENTINAS
Acervo dos Colégios
EDITORIAL
Nesta primeira edição da Revista dos Seis de 2017, relembramos o quão especial foi o ano de 2016. Os 120 anos da chegada das Irmãs Vicentinas ao Brasil foram intensamente comemorados, em eventos e homenagens que misturaram arte, solenidade, emoção e, acima de tudo, fé. A fé religiosa, que nos inspira, nos conforta e guia nossas decisões. E a fé de que o esforço, a dedicação e a qualidade da nossa atuação faz a diferença na vida das pessoas de 0 a 100 anos de idade com quem trabalhamos e nas comunidades nas quais estamos inseridas. Foi um ano agraciado por Deus, pois quem partilha conosco todos Irmã Balbina Ferreira de Brites e deputado os dias tiveram a oportunidade de fazer memória de todo o trabalho estadual Luiz Fernando Machado, em sessão desenvolvido nas escolas e nas obras sociais, vendo em todos eles a solene na Assembleia Legislativa de São Paulo determinação das Irmãs que deixaram a Bélgica em 1896 para se dedicar à educação e à ajuda aos que estão em situação de vulnerabilidade social. E como é bom EXPEDIENTE poder relembrar tudo isso nessa edição! Como é importante ver tudo o que já fizemos, para SUPERVISORA GERAL podermos nos inspirar a seguir adiante – sempre em busca de fazer mais e melhor! Ir. Luci Rocha de Freitas Além dos 120 anos da chegada das Vicentinas ao Brasil, também comemoramos os DIRETORA EDITORIAL 60 anos do Lar dos Idosos Nossa Senhora das Graças, de Jundiaí. A longa história de Renata Cenciarelli bons serviços prestados pela instituição também foi alvo de várias homenagens – também de uma campanha para reformas e ampliação, sempre de olho no futuro. TEXTO Ronaldo Nunes Assim como é com olhos no amanhã que desenvolvemos um trabalho de iniciação à (MTB 6077/RS) robótica com os pequenos da Educação Infantil – um dos assuntos dessa edição. Outro destaque foi a preocupação e o trabalho realizado na prevenção do que se apresenta CAPA Gil Tokio como um mal da modernidade que é o cyberbullying. Nosso evento esportivo mais esperado pelos alunos, a FAVISOL, dá um colorido PRODUÇÃO EDITORIAL BARUK STUDIO - Editorial especial à revista. Que também apresenta o belo trabalho das Corujas Vicentinas, um Rua André Saraiva, 366, projeto que une o contato direto com a Vila Sonia - São Paulo, SP natureza e o desenvolvimento de conteúdos www.barukstudio.com.br studio@barukstudio.com.br de diversas áreas. (11) 3569-8307 É uma edição que mostra que temos muito do que nos orgulhar, assim como temos Impressa na OGRA Oficina Gráfica a humildade de saber que os desafios são Irmã Luci Rua Dias Leme, 538 - Moóca enormes e que não podemos nos acomodar. 03118-040 - São Paulo - SP Diretora Geral dos Boa leitura! Tel. (11) 2076-3333 Colégios Vicentinos
Colégio Santo Antonio de Lisboa Rua Francisco Marengo, 1317, Tatuapé, São Paulo, SP, tel. (11) 2942-4300 santoantonio@colegiosvicentinos.com.br
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Revista dos Seis é uma publicação semestral da Editora Vicentinos Alameda Barros, 538, Santa Cecília, São Paulo, SP, tel. (11) 3825-0105 editora@editoravicentinos.com.br
Simulado Enem Evolucional
2016
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NOSSOS ALUNOS
ENTRE OS
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MELHORES DO BRASIL
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FORMAÇÃO CONTINUADA
QUANDO O TECLADO
VIRA VIOLÊNCIA Os Colégios Vicentinos na luta contra o bullying e, especialmente, o cyberbullying – um mal cada vez mais frequente
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ma pesquisa recente sobre os hábitos do brasileiro na internet aponta que 62% dos jovens entre 9 e 23 anos de idade utilizam a rede todos os dias. Essa busca frenética por se conectar com a rede mundial de computadores acaba abrindo caminho para uma das práticas virtuais criminosas mais utilizadas e temidas na atualidade: o cyberbullying. A pesquisa é da SaferNet, uma organização não governamental que trabalha no enfrentamento de crimes e violações aos Direitos Humanos na Internet. Segundo ela, 35% dos entrevistados já sofreu cyberbullying e outros 30% dizem conhecer alguém que foi vítima de agressões pelas mídias sociais. O cyberbullying nada mais é do que o bullying – antiga prática de agressões físicas e/ou verbais, que ocorre nas escolas – levado para o mundo cibernético. Se aqui a ameaça física não existe, seu potencial ofensivo é muito maior pela quantidade de pessoas que têm acesso a ela. Desde 9 de fevereiro de 2016, o Brasil passou a ter uma legislação específica sobre o assunto. A lei estabeleceu o “Programa de Combate à Intimidação Sistemática
De acordo com dados da SaferNet, ONG dedicada à defesa de direitos na internet, o número de denúncias de cyberbullying no Brasil aumentou 500% entre 2012 e 2014. Em quase dois terços dos casos, a vítima é do sexo feminino.
Revista dos Seis
7 (Bullying)”. O texto caracteriza agressões físicas e psicológicas que podem ser consideradas bullying tanto na escola quanto na internet. “A lei coloca como obrigação de todas as escolas implementar programas de combate e prevenção ao bullying e ao cyberbullying”, diz a coordenadora do programa “Proteja-se dos Prejuízos do Cyberbullying”, a advogada Ana Paula Siqueira. Ana Paula fez cinco palestras nos Colégios Vicentinos em 2016 e destaca o pioneirismo do grupo: “Antes mesmo da lei ser promulgada a Irmã Luci já havia feito contato comigo sobre o assunto. Quando a lei saiu, já estávamos desenvolvendo um projeto. Saímos na frente”. A advogada conta que as palestras foram feitas para professores, pais, alunos e a comunidade escolar. Além das palestras já programadas para 2017, cartilhas também estão sendo preparadas para serem distribuídas aos diferentes públicos. “É um programa contínuo. É fundamental que todos tenham muito claro os males do cyberbullying. Na internet, uma única publicação pode virar um massacre. E, nesse caso, acabar tendo isso com desdobramentos legais”, explica Ana Paula. Nas palestras, Ana Paula percebe muito bem a diferença de gerações, uma das maiores dificuldades no trato da questão. “Temos pais e professores analógicos, lidando com jovens totalmente digitais. Em geral, as palestras com a garotada são muito dinâmicas, cheias de perguntas – e perguntas excelentes, sobre pontos realmente delicados. Já o público mais velho é mais passivo e eu recebo várias perguntas muito básicas”, conta.
O agravante do cyberbullying é a violência constante sobre a vítima. Diferente do bullying presencial, que geralmente ocorre nos pátios dos colégios, no mundo virtual o agressor tem sempre a vítima ao seu alcance – literalmente na palma da mão – 24 horas por dia. Ana Paula Siqueira
Para a advogada, o foco do trabalho da escola deve ser o de prevenção – evidentemente sem perder tempo na ação quando for detectado um caso. O programa não deve se adequar apenas à lei, mas também à metodologia de ensino. ”É um assunto que pode e deve ser incluído em diferentes disciplinas, de forma a ser tratado com naturalidade e constância”, defende Ana Paula. Ela, no entanto, alerta para o papel dos pais, que não podem se isentar da obrigação de educar. “É dever da família ensinar crianças e adolescentes os bons costumes, a ética e o respeito ao próximo, tanto por questões sociais ou humanitárias, quanto jurídicas”, alerta. “Os pais não podem simplesmente dar um smartphone para o filho sem impor limites ou dar informações sobre seu uso consciente”, conclui.
Arquivo Pessoal
NA LUTA CONTRA O BULLYING Com a experiência de quem há seis anos lida com direito digital e se tornou uma das maiores especialistas da nova legislação contra o bullying e sua variante cibernética, Ana Paula vem fazendo um trabalho exaustivo de conscientização e de apoio às escolas para se adequarem à lei. Seu escritório, o SLM Advogados já atua em mais de 40 escolas. “Atuávamos na área de direito tributário digital, mas percebemos um crescimento muito grande de demandas judiciais decorrentes do mau uso da internet de forma geral e das redes sociais de modo muito particular”, ela conta.
Editora Vicentinos
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PROJETOS E ATIVIDADES
Viajando com a VOVÓ Tarde de festa marca o encerramento do projeto multidisciplinar, desenvolvido no 7o ano, que aproxima estudantes de seus avós
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isso é apresentado numa tarde especialíssima. “É um encontro de muita emoção, tanto por parte das crianças quanto dos avós. É um momento especial, em que os jovens demonstram o carinho e o reconhecimento por aqueles que contribuem, mesmo que indiretamente, na formação de valores”, conta Soreny de Espírito Augusti, Diretora Adjunta do Colégio São Vicente de Paulo – Penha. Depois das apresentações, a escola oferece a todos um chá com bolo e salgadinhos variados. Soreny destaca um detalhe que sempre encanta os mais velhos: na chegada ao evento, avós e netos posam para uma fotografia. A foto é impressa, colocada num porta-retratos feito pelos próprios alunos nas aulas de Arte e, no final da tarde, entregue como lembrança. “Eles sempre se surpreendem e abrem um grande sorriso”, diz. É um registro para lembrar de uma tarde encantadora de encontro de gerações. Fotos: acervo dos colégios
um projeto que nasceu na área de Língua Portuguesa, mas que envolve diversas disciplinas – Geografia, Arte, Educação Física e Ensino Religioso – e, o mais importante: envolve a família. O Chá da Vovó já acontece há mais de dez anos nos Colégios Vicentinos, sempre com um encerramento que toca os corações de todos. O projeto ocorre no terceiro bimestre e se dá a partir da leitura de um livro pelos alunos. Em 2016 o título escolhido foi Um Trem de Janelas Acesas, da escritora paulista Tereza Noronha. A obra, paradidática, apresenta uma narrativa sensível das memórias de uma menina chamada Claudinha sobre sua profunda e amorosa relação com a avó e as viagens que fazia com ela. A partir da leitura, os estudantes preparam apresentações musicais e de teatro para homenagear seus avós – inclusive com depoimentos pessoais gravados em vídeo. Tudo
A emoção contagia a todos depois das apresentações de teatro e dos vídeos dos alunos com mensagens para seus avós Revista dos Seis
Acervo dos colégios
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Os alunos do 6o ano, do Colégio Francisco Telles, materializaram suas ideias sobre unidade na diversidade numa belíssima apresentação
UM DIA PARA AGRADECER
A história da menina paquistanesa que queria estudar inspira os alunos a refletir sobre diversidade e respeito
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alala Yousafza é a pessoa mais jovem a ter recebido um Prêmio Nobel. Para receber essa distinção, ela quase morreu. Tudo porque, com 11 anos, ousou escrever um blog defendendo a educação para todas as crianças – na época em que o grupo fundamentalista islâmico Talibã dominava a região que ela morava. Os Talibãs defendem uma determinada visão do islamismo e proíbem, entre muitas outras coisas, que mulheres sejam fotografadas, que andem desacompanhadas de um homem, e que frequentem escolas. Malala foi perseguida, sofreu um atentado a tiros, passou semanas em coma, mas sobreviveu para se tornar uma das mais famosas ativistas mundiais em prol da educação para todas as crianças. Essa história está contada no livro Malala, a Menina que Queria ir para a Escola, da jornalista Adriana Carranca. A obra serviu de ponto de partida para o projeto “Um Dia para Agradecer”, que começou a ser desenvolvido
este ano nos Colégios Vicentinos. O trabalho é desenvolvido junto aos alunos do 6o ano e é interdisciplinar, reunindo as áreas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Inglês e Espanhol. “Sentimos a necessidade de trabalhar diferenças e reforçar valores como a união e o respeito aos povos, culturas e religiões”, explica a Orientadora Pedagógica do Ensino Fundamental I, Sílvia Fontana Piantavinha. O projeto dura o ano todo, com atividades de interpretação, estudo da cultura e da região do Paquistão, entre outras. Os alunos fazem, também, uma relação entre o livro A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak e o texto escrito pela Irmã Luci para embasar as discussões do projeto. O encerramento é uma apresentação teatral com a presença dos pais. “Depois da peça, os pais são convidados a participarem de uma reflexão sobre a importância da educação e da busca pela paz mundial. É um evento muito emocionante”, relata Sílvia. Editora Vicentinos
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UMA DÉCADA DE ESPORTE E SOLIDARIEDADE A Família Vicentina Solidária – FAVISOL – é o maior e mais esperado evento esportivo dos Colégios Vicentinos
Fotos: Monica Andrade
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ão mais de 2 500 alunos, disputando nove modalidades esportivas da grade curricular e de cursos extras dos Colégios Vicentinos. Essa é a FAVISOL, um evento que em 2016 teve um sabor muito especial: foi a décima edição dos jogos, coincidindo com os 120 anos da vinda das Irmãs Vicentinas ao Brasil. “Por conta da data, tivemos uma participação muito especial na festa de abertura. O Corpo Musical da Polícia Militar fez uma apresentação de arrepiar”, conta o coordenador de Educação Física dos Colégios Vicentinos, Luis Claudio Tarallo. O evento contou com a participação dos alunos dos três Colégios Vicentinos de São Paulo e a abertura foi realizada no ginásio do Colégio Santo Antonio de Lisboa na sexta-feira,
dia 18 de novembro. Uma noite emocionante, com apresentações das delegações, a volta olímpica, performances de dança com as alunas do curso de jazz, de ginástica artística, de xadrez e de capoeira. A iluminação especial e um DJ garantiram a animação e prepararam o clima para os jogos. Em Jundiaí, a festa foi um pouco antes: dia 28 de outubro, reunindo os alunos dos Colégios Francisco Telles e São Vicente de Paulo no ginásio do Clube São João. A cerimônia de Jundiaí, assim como a de São Paulo, teve transmissão ao vivo pela internet. “O trabalho de organização é intenso. Em torno de 40 profissionais da área de Educação Física, coordenadores, orientadores, professores, colaboradores e a diretoria dos Colégios se envolvem com muito empenho para tudo dar certo.
BASQUETE
NATAÇÃO
Editora Vicentinos
CAPOEIRA
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É muito recompensador”, conta Tarallo. Depois da festa de sexta-feira, o sábado é dia de competições. Desde as oito da manhã, os estudantes das cinco escolas mergulham na piscina para as provas de natação, encaram o tabuleiro de xadrez, entram em quadra para os jogos de vôlei, basquete, handebol e futsal, sobem no tatame para as disputas de judô, capoeira e ginástica artística. Tudo simultaneamente, em diversos locais dos colégios. Não existe só competição: também depois das disputas, a garotada do judô tem a cerimônia de mudança de faixa e a da capoeira celebra seus batizados.
JUDÔ
PEQUENOS EM AÇÃO A participação dos alunos é intensa: os jogos são aguardados com ansiedade, tanto pelos mais velhos quanto pelos mais jovens. Os pequenos da Educação Infantil já participam de demonstrações de capoeira e natação. “É importante que todos se sintam integrados. Esse é um evento de congraçamento, de socialização e de união”, comenta Tarallo. Entre os mais velhos, a disputa é um estímulo forte, mas de forma saudável. “O foco é em ensinar os jovens a lidar com situações variadas e, inclusive, adversas. As competições são excelentes oportunidades para desenvolver nos alunos valores como respeito, cooperação e solidariedade” conclui.
XADREZ
CONVIDADO ESPECIAL
Acervo dos colégios
ROSQUINHAS VICENTINAS
Fotos: Monica Andrade
O Corpo Musical da Polícia Militar é uma tradição de quase 160 anos, já que foi fundado em 7 de abril de 1857. No passado, tinha a função de levar entretenimento às Praças Aquarteladas, mas ao longo dos anos a Banda deixou de entreter apenas a tropa e integrou-se à comunidade. A primeira apresentação aberta ao público foi na inauguração do Viaduto do Chá, em 6 de novembro de 1892. Atualmente, além de atuar em solenidades militares, os músicos também participam de projetos culturais em escolas, estações de metrô e de trens, terminais de ônibus, hospitais, abrigos para idosos, praças, entre outros locais.
CONHEÇA A HISTÓRIA DAS ROSQUINHAS VICENTINAS
Aqueles que puderam acompanhar in loco as festas de abertura da FAVISOL em Jundiaí e São Paulo contaram com opção extra para saborear os eventos: as Rosquinhas Vicentinas estavam à disposição para a compra pelo público. A receita das rosquinhas foi trazida da Bélgica pelas Irmãs Vicentinas em 1907 e durante muitos anos esses pequenos bolos foram uma marca do lanche nos colégios. Agora, as rosquinhas foram recuperadas para serem protagonistas da campanha solidária para a reforma do Lar Nossa Senhora das Graças, uma das entidades assistenciais mantidas pelos Colégios Vicentinos. O valor arrecadado na venda será revertido em melhorias para o Lar. Quem quiser fazer uma saborosa boa ação, pode encomendar pela internet. O endereço é www.colegiosvicentinos.com.br/rosquinhas. Revista dos Seis
PROJETOS E ATIVIDADES
FALANDO COM CLASSE Projeto Conversation Classes estimula o uso da oralidade em Língua Inglesa e renova o interesse dos alunos pelo idioma
A
conversação em língua estrangeira é um elemento essencial na formação dos alunos inseridos num mundo globalizado. Com isso em mente, os Colégios Vicentinos criaram o projeto Conversation Classes, que começou de forma experimental em 2015 atendendo às turmas de 6o e 7o anos. Em 2016, o 8o ano passou a fazer parte do projeto. A Coordenadora de Inglês e autora dos livros didáticos usados nos Colégios Vicentinos é quem prepara o material usado nas aulas, sempre voltado para que os alunos exercitem a oralidade. “Para trabalhar a oralidade é fundamental lidarmos com grupos menores”, afirma Gisele Périgo. “As turmas são divididas, com o uso de uma sala e um professor extras, e as classes dispostas em formato de ‘U’. Assim os estudantes ficam frente a frente, o que estimula a interação”, explica. As aulas de conversação completam os estudos realizados em gramática, leitura e interpretação trabalhadas em sala de aula. “O verdadeiro propósito do ensino de uma língua estrangeira é formar indivíduos ca-
pazes de interagir com pessoas de outras culturas”, explica Gisele. Por isso, o trabalho de speaking e listening – falar e escutar o idioma – é fundamental. “Nas Conversation Classes, o professor fala predominantemente em inglês. Isso faz uma enorme diferença”, comemora Gisele. O efeito da nova abordagem é um salto na motivação dos estudantes para se relacionarem com o idioma. “Recuperamos alunos que não se envolviam muito nas aulas tradicionais. É muito diferente quando eles conseguem fazer o uso comunicativo e espontâneo da língua! Eles passam a valorizar e a buscar mais vocabulário e também ficam mais atentos à pronúncia e à sonoridade do idioma. Os professores sentiram um aumento geral no interesse e tivemos retornos positivos de alunos manifestando seu entusiasmo”, conta. Em 2017, o projeto Conversation Classes chega ao 9o ano e a expectativa de Gisele é a melhor possível. “Esse projeto é um enorme sucesso. Dá pra dizer que foi um divisor de águas no ensino de inglês dos nossos colégios”, conclui. Editora Vicentinos
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PROJETOS E ATIVIDADES
Aprendendo ao NATURAL D
á para imaginar dois dias junto à natureza e cheios de atividades didáticas, culturais, lúdicas e de socialização, intercaladas com passeios. É justamente isso o que os alunos das 1a e 2a séries do Ensino Médio vivenciaram nos dias 7 e 8 de outubro de 2016. Eles ficaram hospedados no Educandário São Vicente de Paulo, em Pindamonhangaba, para o projeto Corujas Vicentinas – que integra quase todas as disciplinas. “O passeio promoveu a relação dos jovens com o meio ambiente, reforçou a conscientização a respeito dos valores humanos e fortaleceu os vínculos entre alunos e professores”, conta Wagner Stefani, Coordenador de Filosofia/ So-
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ciologia/ Atualidades dos Colégios Vicentinos. No primeiro dia, os alunos visitaram o museu e o parque local – com direito a piquenique e “Safari fotográfico”, envolvendo a exploração fotográfica de uma lista de espécies de plantas e animais. À noite, veio a “Fogueira Filosófica”. “Num primeiro momento, ocorreu a introdução e a discussão de conceitos envolvendo as áreas de Filosofia, Física e Química. Depois, os alunos puderam assar marshmallows e salsichas e continuar a discussão desenvolvida anteriormente ao som de músicas cantadas pela Irmã Luci. O grupo também cantou, observou os astros e mostrou toda a criatividade literária na “Oficina de poemas”, relata Vanderlei de Paula, coordenador de Química.
Fotos: acervo dos colégios
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PÃO AUSTRALIANO O segundo dia começou com atividades físicas de alongamento e exercícios, seguidos de estudos de lançamento de foguete a pressão. Uma caminhada entre as plantações permitiu analisar métodos de cultivo, tipos de agricultura no Brasil e no mundo, tipos de irrigação e de aproveitamento de água da chuva, tipos e formação de solo, compostagem e técnicas de conservação do solo. Depois disso, “Química na cozinha”. A turma teve que fazer um pão australiano, com explicações sobre boas práticas de fabricação, conceitos de fermentação e inclusive o uso de estequiometria – o cálculo que permite relacionar quantidades de reagentes e produtos que participam de uma reação química. A Matemática também entrou na mistura, trabalhando processos de conversão de unidades de medida. Destaque para participação especial da Irmã Helena na parte de sovagem do pão. O professor de Física Ricardo Daroz, destaca a interdisciplinaridade do projeto: “o ambiente extraescolar e o contato direto com a natureza permitiu uma abordagem diferente das disciplinas do currículo regular por meio da interdisciplinaridade. Não só os alunos, mas também os professores puderam ver na prática uma aproximação entre as áreas”. Lembrando o nome do projeto, o professor Wagner recordou que a Coruja simboliza a re-
flexão, o conhecimento racional e intuitivo. “A esse significado, acrescentamos a espiritualidade de São Vicente, que contém as virtudes da humildade, da bondade, do amor e de uma visão social voltada para os mais pobres e indefesos. Por isso, essa é uma experiência que permite o trabalho com duas dimensões que compõem a natureza humana: a ciência e a espiritualidade”, conclui. E no caminho de volta, destaque para o lanche: o pão australiano feito pelos próprios alunos. Quentinho e com aquele sabor especial de “eu que fiz”!
Os estudantes discutiram conteúdos de diversas disciplinas e desenvolveram a interação e o respeito com a natureza. Um projeto para ensinar a pensar e a agir em um ambiente favorável ao empírico de forma lúdica.
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ARTIGO
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escola cresceu nos últimos decênios, porém, sob muitos aspectos, ainda enfrenta grandes desafios para realizar plenamente seu papel social. Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, a educação nos dias de hoje está submetida à modernidade líquida, ou seja, o aprendizado, o pensamento, é influenciado pelas consequências do desenvolvimento tecnológico. Os alunos vivem em um mundo que os coloca cada vez mais conectados a uma realidade virtual – e ela deixa suas marcas. A atenção dos estudantes, a concentração e a dedicação de tempo, essenciais ao ato de aprender, mudaram completamente frente ao acesso às informações e às estruturas digitais em tempo real. Um exemplo dessas mudanças é a elaboração de textos e registros de pesquisas indicados aos alunos. É comum que, diante da solicitação da elaboração de um trabalho escrito, o professor receba um texto cheio de citações, passagens e sínteses encontradas em sites de busca. Segundo Bauman, a velocidade das informações e as conexões em rede, próprias ao mundo virtual, geram relações menos constantes e mais superficiais, “líquidas e leves”, de curta permanência. Isso gera incertezas,
Revista dos Seis
inseguranças e vínculos pouco profundos entre as pessoas e o conhecimento. A escola está inserida nesse contexto no qual há uma grande dificuldade de discernir entre o que deve ser provisório e o que é permanente em nossos processos de aprendizado. É claro que não podemos negar a facilidade e a eficiência do acesso à informação após o advento da internet, porém o uso desregrado e irrefletido da tal facilidade gera uma crise que é instaurada quando o imediatismo, a falta de paciência e de concentração invadem a sala de aula trazendo reflexos nefastos à aprendizagem significativa. Portanto, um dos grandes objetivos da escola não é mais a transmissão de conteúdos e informações – muitas vezes disponíveis na rede – mas orientar a leitura dessas informações, sua compreensão e interpretação para a construção de conhecimento sólido fruto de reflexão sobre o que se estudou. São muitas as discussões e medidas realizadas nos últimos anos por parte dos responsáveis pela educação nacional e por toda a comunidade educativa para redimensionar o papel da escola. Avaliações escolares como as realizadas pelo PISA (Program for International Student Assessment – Programa de Avaliação Internacional de Estudantes), o Indep (Índice de Desenvolvimento da Educa-
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EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
17 ção Básica) e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), assim como as reformas propostas para o Ensino Médio e para a Base Nacional Comum Curricular, são exemplos das transformações que se desenham para a escola na realidade que se apresenta em nosso século. O importante é que as soluções não sejam pautadas simplesmente na reorganização de um currículo já existente ou de mecanismos que “façam o aluno seguir a diante” sem a devida formação integral ao qual tem direito. A escola é fruto da sociedade em que está inserida, por isso está em movimento e precisa ser repensada constantemente, mas a partir de uma transformação nas estruturas das relações entre alunos e professores apropriados das novas modalidades de acesso aos
conteúdos, na compreensão de qual é o papel da escola nas sociedades do século XXI e da incorporação das tecnologias digitais de forma crítica. Nos Colégios Vicentinos buscamos incansavelmente desenvolver indivíduos que saibam explorar a tecnologia dentro da modernidade líquida, como diz Bauman, mas sólidos nos seus desejos e aptidões, pacientes e atenciosos, tolerantes diante da diversidade, interessados, engajados e responsáveis com seus aprendizados – aprendizados que seguirão necessariamente por toda a vida.
WAGNER APARECIDO STEFANI Coordenador de Filosofia, Sociologia e Atualidades dos Colégios Vicentinos
DICA E PERGUNTA PARA LER E GOSTAR
FALA, PROFESSOR
LEVE E LÍQUIDA
QUAL É O PAPEL DA ESCOLA?
O polonês Zygmunt Bauman faleceu aos 91 anos e deixou publicados mais de 30 livros. Durante toda sua vida foi muito produtivo e atento às questões sociais atuais. De acordo com ele, vivemos dias em que as relações entre os indivíduos tendem a ser menos frequentes e menos duradouras – escorrem pelo vão dos dedos. A modernidade é “líquida”, “leve”, vivida em condições de incerteza constante. Nesse livro, o sociólogo sustenta que os valores mais nobres da cultura ocidental se diluem. E esse processo simbólico de liquefação dos valores leva as pessoas a se tornarem incapazes de se relacionarem com a pessoa do “outro” de maneira plena, compreendendo assim a sua subjetividade e singularidade. Com um estilo que associa clareza argumentativa com beleza retórica, A obra de Bauman convida a uma reflexão fundamental em tempos de recrudescimento da intolerância.
O papel da escola vem mudando aceleradamente na sociedade. No mundo inteiro, pais e mães saíram para o mercado de trabalho e deixaram mais tempo, mais responsabilidade na formação dos filhos ao encargo da escola. No Brasil, de forma muito particular, uma multidão que ficou de fora da vida estudantil – pela falta de acesso e pela necessidade de trabalhar em idade infantil – na virada do século, com a universalização do ensino, passou a conseguir manter seus filhos na escola. E criou expectativas e ansiedades enormes sobre os efeitos disso. Tais questões são delicadas, mas a Escola não pode ter dúvidas sobre seu papel: ela existe para a construção de conhecimento, de formação de mentes pensantes capazes de analisar e criticar a sociedade em que vivemos. Escola ensina, pais educam. À Escola, cabe refinar a educação, agregando valores sólidos ao ensino. O tipo de coisa que vai ser cobrada pela vida, não por vestibulares.
MODERNIDADE LÍQUIDA Zygmunt Bauman. Editora Zahar. 2001
WAGNER APARECIDO STEFANI
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EDUCAÇÃO INFANTIL
MON TANDO O FUTURO Com o projeto MONTAR, alunos da Educação Infantil já dão os primeiros passos dentro da Robótica
N Fotos: acervo dos colégios
Montagem dos ovos de dinossauro
Revista dos Seis
os Colégios Vicentinos, a Robótica é vista como um meio de estimular os alunos a construir e redescobrir soluções em equipe e de melhorar o raciocínio lógico. É eficiente também para estimular a criatividade e despertar o interesse pelo conhecimento e pela importância da tecnologia. Com isso em vista, a Robótica é disciplina regular até o 6o ano e o começo é bem cedo, com os pequenos da Educação Infantil dos Níveis 1 e 2. Nessa fase, as atividades de montagens,
Montagem de dinossauro
associadas à pesquisa, à elaboração de projetos, aos jogos de construção e ao trabalho coletivo, promovem a aprendizagem de forma simples, lúdica e natural. O projeto MONTAR é desenvolvido desde 2011 e a cada fase das montagens permite o desenvolvimento da concentração, da coordenação dos movimentos, da memória e da emotividade. “A cada bimestre desenvolvemos um novo tema. E sempre fazemos uma apresentação dos resultados para os pais”, conta Denise Simbaldi, Orientadora Educacional e Peda-
19 gógica do Berçário e Educação Infantil do Colégio J. R. Passalacqua. ”São crianças de 4 a 6 anos, que ainda estão aprendendo a lidar com o erro e descobrindo a noção de trabalho em grupo. E é um trabalho com uma meta, que gera expectativa. Todas essas questões são muito importantes nessa idade”, explica Denise. O projeto MONTAR é desenvolvido uma vez por semana. Ele começa com a apresentação de um filme, uma animação, feita especialmente para o projeto, seguida por uma discussão a respeito do tema sugerido e da elaboração de desenhos pelas crianças, para só então chegar na fase de montagem. Vários materiais são utilizados nessas montagens: blocos de montar de diversos tamanhos, materiais recicláveis, caixas de papelão, caixas de leite, garrafas PET, tampinhas de garrafas plásticas, rolinhos de papel higiênico, embalagens em geral, materiais escolares, argila, massa de modelagem, papéis variados, entre muitos outros.
CAMINHO PERCORRIDO “O trabalho de montagem desenvolve diversas habilidades das crianças. Ele envolve raciocínio, coordenação e movimento, linguagem oral e escrita, cumprimento de regras, solução de problemas e interação com os colegas”, afirma Denise. O caminho percor-
rido até a montagem é uma experiência muito rica e, por isso, é todo registrado. Na apresentação das montagens para os pais, todo esse percurso é apresentado, para que eles percebam o que foi trabalhado e que soluções os filhos encontraram para os desafios que viveram. “O feedback dos pais é muito bom. Muitos se surpreendem com o desempenho apresentado pelos filhos”, conta Denise. A partir do 1o ano do Ensino Fundamental, os alunos passam a trabalhar com a mecanização nas montagens – e os pequenos chegam ao fim da Educação Infantil já ansiosos com isso. “Eles adoram o projeto MONTAR também porque provoca muito a curiosidade deles, e ela é uma característica muito marcante da idade. Eles se envolvem nas atividades com muita dedicação e entusiasmo”, conclui Denise.
MONTAGEM POR ETAPAS O projeto MONTAR foi idealizado para trabalhar a Robótica na escola aliada aos princípios dos conhecimentos técnicos necessários à construção e programação de robôs. O foco é sempre a inovação na solução de problemas e cada montagem é planejada especialmente para a faixa etária e ano de escolarização dos alunos.
Montagem de robo com blocos
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CORPO E ESPÍRITO
SACOLINHAS DE AMOR Acervo dos colégios
Ação entre amigos permite a compra de sacolinhas de presentes de Natal para serem doadas às crianças das obras sociais mantidas pelas Irmãs Vicentinas
Os alunos participaram do sorteio realizado no Colégio Santo Antonio de Lisboa, que teve transmissão ao vivo pela internet
ASSISTA ENTREGA DAS SACOLINHAS DE NATAL 2016 PARA AS CRIANÇAS DO CENTRO PROMOCIONAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA EM SÃO PAULO.
Revista dos Seis
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eguindo os preceitos vicentinos de serviço aos pobres, os Colégios Vicentinos tradicionalmente organizam uma campanha de arrecadação de roupas e brinquedos, na época do Natal, para serem distribuídos às crianças e adolescentes das obras sociais em Laranjal Paulista e no bairro Cocaia – na periferia de São Paulo. Há três anos, a coleta de contribuições dos pais foi substituída pelo projeto “Ação Entre Amigos”. O montante arrecadado com essa ação é todo investido na compra de itens que compõem uma sacolinha que é dada à garotada.
“Quando os próprios pais doavam as sacolinhas prontas ou mesmo itens para sua confecção, o resultado era muito irregular. Algumas sacolinhas continham produtos de qualidades bem superior ao de outras sacolinhas”, conta Rosmari Goldmacher Garcia, Orientadora Educacional do Colégio Santo Antonio de Lisboa. Além de acabar com a diferença dos presentes, a centralização da confecção das sacolas traz outra vantagem, como aponta Rosmari: “Conseguimos adequar as sacolinhas à faixa etária das crianças, já que atendemos desde os pequenos até outros que já estão na adolescência”. O projeto “Ação Entre Amigos” contempla a venda de rifas, com cada número custando apenas R$ 2,00. Cada aluno de todos os seis Colégios Vicentinos levou para casa um talão com dez números. No dia 05 de dezembro, no Colégio Santo Antonio de Lisboa, foi feito o sorteio – acompanhado pelo público no local e transmitido ao vivo pela página do Facebook dos Colégios Vicentinos. Entre os 30 prêmios estavam bicicletas, skates e mochilas, entre outros. Nos dias 10 e 16 de dezembro foram feitas as entregas em Laranjal Paulista e Cocaia, em meio a uma grande comemoração. Apresentações de dança e teatro, preparadas com auxílio de monitores, animaram a festa que marca o fim das atividades desses núcleos no ano. Com o valor arrecadado, foi possível fazer a alegria de mais de seiscentas crianças – muitas delas terão apenas a Sacolinha de Natal dos Colégios Vicentinos como presente. “Esse tipo de ação integra professores e alunos e reforça a preocupação com o social que caracteriza os Colégios Vicentinos”, conclui Rosmari.
22 MEMÓRIA ESPECIAL - CAPA
CONHEÇA UM POUCO DO TRABALHO DAS IRMÃS VICENTINAS NAS OBRAS E NOS COLÉGIOS SOCIAIS E SE EMOCIONE ACESSANDO O VÍDEO
120 anos trabal IRMÃS VICENTINAS
O
ano de 2016 foi de muitas homenagens pelos 120 anos da chegada das Irmãs Vicentinas ao Brasil. A Congregação religiosa das Irmãs de São Vicente de Paulo – Servas dos Pobres – nasceu na pequena cidade de Gysegem, na Bélgica. A cidade não existe mais – foi incorporada ao município de Aalst – mas a semente ali plantada pela baronesa Elisabeth de Robiano não só se manteve fir-
me como se espalhou da Bélgica para o Uruguai, o Paraguai, a África do Sul, a República Democrática do Congo e o Brasil. A fundação foi em 1818, tendo como carisma o serviço aos pobres. Nesse ano, Elisabeth abriu uma escola para crianças carentes. Embora a principal atividade fosse a instrução de jovens, o trabalho se estendeu para o cuidado de idosos e de doentes em domicílio e ao atendimento a órfãos.
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lhando pelos pobres Casa das Irmãs Vicentinas de Gysegem, na Bélgica, anos 1930
À luz dos ensinamentos de São Vicente de Paulo, o projeto da fundadora Elisabeth de Robiano, construído pelas mãos das Irmãs, prosperou. Em 1896, o Instituto das Irmãs Vicentinas de Gysegem – Servas dos Pobres, chegou ao Brasil. A pedido do Papa Leão XIII, Irmãs foram enviadas para Olinda (PE) a fim de promover a vida dos menos favorecidos na região. A missão chegou a São Paulo pelas mãos do pernambucano Dom Joaquim Arcoverde de Al-
buquerque Cavalcanti, quando tornou-se Bispo Emérito da capital paulista. Em 1907, as Irmãs fundaram a primeira escola no Brasil – o Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Penha. Em 1914, veio o Colégio Francisco Telles, em Jundiaí. Hoje, são seis colégios, quatro escolas sociais, um lar de longa permanecia para idosos, uma casa de apoio à população de rua e dois centros promocionais para crianças e adolescentes.
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VEJA A REPORTAGEM SOBRE O ATO SOLENE, REALIZADO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO, EM HOMENAGEM AOS 120 ANOS
Assembleia Legislativa
HOMENAGEM
No dia 2 de agosto, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo fez uma sessão solene em homenagem aos 120 anos da chegada das Irmãs Vicentinas ao país. Na ocasião, a Irmã Balbina Brites, presidente da Associação União Beneficente das Irmãs de São Vicente de Paulo de Gysegem, relembrou a história do Instituto e a tradição do trabalho em educação, que começou com a fundação da pequena escola belga, cha-
mada Spinhuys, em 1818, até a vinda de um grupo de religiosas para o Brasil. “A presença das Irmãs Vicentinas no Brasil destaca-se pelo carisma e espiritualidade que permeiam nossa atuação. O carisma que se manifesta em honrar Jesus Cristo e servi-lo, na figura dos pobres”, disse a Irmã Balbina. Durante o ato solene, foram entregues diplomas de homenagem a diversas personalidades que contribuem para as atividades do Instituto.
Nossa Senhora Aparecida MISSA NO
SANTUÁRIO DE
No dia 14 de novembro, foi celebrada uma missa especial para registrar os 120 anos da chegada das Irmãs Vicentinas ao Brasil no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Foi uma linda homenagem no maior templo católico do Brasil e o segundo maior do mundo! O evento teve transmissão ao vivo pela TV Aparecida.
Arraiá Vicentino e Jazz
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COMEMORAÇÕES
A chegada das Irmãs de São Vicente de Paulo de Gysegem ao Brasil também deu o tom nas festas juninas dos Colégios Vicentinos. A comemoração deste ano teve como título “Arraiá Vicentino e a Força das Mulheres Brasileiras” – Comemoração dos 120 anos das Irmãs Vicentinas no Brasil. Cerca de 25 mil pessoas prestigiaram as festas juninas dos seis Colégios. Os alunos e as famílias se divertiram com brincadeiras diversas e show musical, além de deliciar-se com os tradicionais quitutes da festa de São
ASSISTA A BELÍSSIMA APRESENTAÇÃO DE JAZZ QUE FEZ PARTE DAS COMEMORAÇÕES DOS 120 ANOS DAS IRMÃS NO BRASIL
APRESENTAÇÃO DE DANÇA
Fotos: Acervo dos colégios
ARRAIÁ VICENTINO
João. O momento religioso, marcado por muita emoção, uniu centenas de pessoas pelos laços da fé e da oração. Toda a arrecadação foi destinada às obras sociais mantidas pelas Irmãs Vicentinas. Mas não foram só as quadrilhas que animaram as comemorações. Alunas e professores dos Colégios Vicentinos criaram um show musical muito especial para marcar os 120 anos da chegada das Irmãs ao Brasil. Foram desenvolvidas coreografias das músicas que se destacaram em cada década desse período.
Lar Nossa Senhora das Graças
60 ANOS
O anfiteatro do Colégio São Vicente de Paulo, em Jundiaí, ficou pequeno para o público que foi acompanhar o ato solene, dia 11 de agosto, pelos 120 anos da chegada das Irmãs Vicentinas ao Brasil e pelos 60 anos do Lar Nossa Senhora das Graças. A cerimônia foi seguida de coquetel na própria escola. O Lar existe desde 1840, um refúgio para os desamparados de Jundiaí nos tempos da
Monarquia. O Asilo Barão de Rio Branco era dirigido pelas Damas da Caridade, em 1927 passou para a administração das Irmãs de São Carlos e em 1956 as Irmãs Vicentinas assumiram permanentemente a tutela da obra social e lhe batizaram com o nome atual. Um vídeo de curta metragem contando a história do Lar foi exibido na rede de cinemas de Jundiaí antes dos filmes comerciais.
ASSISTA AO CURTA SOBRE A HISTÓRIA DO LAR NOSSA SENHORA DAS GRACAS, EXIBIDO NOS CINEMAS DE JUNDIAÍ, SP
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Missa presidida pelo Bispo Diocesano de Jundiaí, Dom Vicente Costa, em celebração aos 60 anos do Lar Nossa Senhora das Graças
O CENTRO DE CONVIVÊNCIA SÃO VICENTE DE PAULO, MANTIDO PELAS IRMÃS VICENTINAS NO CENTRO DE SÃO PAULO PARA ATENDER MORADORES DE RUA, FOI DESTAQUE EM REDE NACIONAL. CONFIRA A REPORTAGEM EXIBIDA PELO JORNAL NACIONAL, DA REDE GLOBO, NO DIA 17/12/2016.
Revista dos Seis
O Lar atende idosos em todas as suas necessidades corporais e espirituais, sobretudo os pobres, desamparados, doentes e acamados. São quase cem idosos acolhidos de forma integral, com todos os cuidados que a idade demanda. O então Deputado Estadual Luiz Fernando Machado, agora prefeito de Jundiaí, representou a Assembleia Legislativa e abriu o ato, que também contou com a presença do Deputado Federal Miguel Haddad e de autoridades municipais. Luiz Fernando Machado destacou o trabalho abnegado das Irmãs na instituição e qualificou como exemplar a atuação delas junto a pessoas que estão em condição de vulnerabilidade social. Para continuar essa bonita história de atendimento aos necessitados, o Lar Nossa Senhora das Graças começou uma grande campanha de arrecadação para a reforma e ampliação das instalações. “O trabalho voltado para a população carente é muito exigente e precisa ter qualidade, porque essas pessoas não têm outra oportunidade”, explica a Irmã Luci Rocha de Freitas, Diretora Geral dos Colégios Vicentinos. Entre os eventos para angariar fundos para as obras, uma “Pizza Solidária” aconteceu no dia 14 de outubro. Foi uma noite de muita ale-
gria e com música ao vivo na pizzaria Vesúvio, em Jundiaí. No final de novembro, uma missa de ação de graças foi rezada no Lar, encerrando as comemorações pelos 60 anos da entidade.
CONTINUANDO A OBRA O ano de tantas homenagens prova que o trabalho da Congregação vem sendo amplamente reconhecido pela sociedade. Para a Irmã Luci, esse reconhecimento vem como consequência direta do preceito de reforçar o caráter humano de seu público, sempre trabalhando dentro dos mais altos níveis de qualidade. “As religiosas por si só já transmitem respeito e confiança quando estão à frente de algum trabalho, mas a qualidade dos profissionais que atuam nas instituições faz toda a diferença”, diz. Uma obra que hoje engloba a educação e o direito à cidadania para pessoas de 0 a 100 anos. Promover a vida é o lema da instituição que atende, em todas essas frentes de trabalho, cerca de 10.500 pessoas mensalmente. “Temos que agradecer a todos que nos acompanham e têm feito do nosso trabalho e da nossa missão um momento especial. A proposta é continuar a obra iniciada pelas primeiras Servas dos Pobres há 120 anos”, conclui.
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