José Maria Antas “I am an African, not because I was born in Africa but because Africa is born in me.”
NKWAME NKRUMAH
Semeado de saudade, mas sem apelos saudosistas, tenta este livro através de regresso a um espaço e a um tempo irreproduzível CELEBRAR uma vivência singular, ligada a uma terra, a um passado, a uma luta,e também a uma esperança.
“The darkest thing about Africa has always been our ignorance of it.” George Kimble quotes ( Geographer, b.1912)
B i sa v贸s ma ter nos L uis Jos茅 d e Oliveir a Pegado
Lourenço Marques A Pérola do Indico
24-8-1950
JosĂŠ Maria Antas
...A cidade era branca, mas viam-se nela pretos, chineses, indianos, turistas (sul africanos quase todos). E existia uma comunidade grega, uma afro-francesa (das ilhas Maurícias) e uma outra judaica. E toda esta gente parecia entender-se num ecumenismo religioso, visível nas igrejas mesquitas e sinagogas e numa confusão de vestuário o mais diverso, que também sobremaneira me agradava. Como me agradava ainda mais o espaço.
///perfumes...
Era tudo largo, ou como tal me parecia: os passeios, as ruas, as casas. Respirava-se! Sentia-se a sublime atmosfera africana, ouvia-se a passarada, envolvia-nos o cheiro da terra, viam-se jovens e miudagem à solta por tudo quanto era sitio, as pessoas eram desinibidas, evidenciavam descontracção e à-vontade (os namorados beijavam-se na rua!), vestiam roupas ligeiras, leves, coloridas e era evidente a assunção sensorial dos corpos.
lourenco marques/// Rodrigues da Silva
...A Baixa, era rasgada por largas avenidas, todas com semáforos (coisa rara então ainda em Lisboa), que desembocavam em três ou quatro parcas, onde proliferavam as esplanadas. Pois, havia grandes cafés. E múltiplas pastelarias. E jardins, E arvores, lindíssimas, por todo lado. E hotéis, bancos, restaurantes (até chineses, onde se comia com pauzinhos, coisa nunca vista em Portugal) toda a espécie de lojas, um teatro, meia dúzia de cinemas, e tudo o resto a que rapidamente me habituei: livrarias, jornais, mercados, uma feira popular, um ar em tudo cosmopolita...
Rodrigues da Silva
//beira-1952////
Fiz da Beira o meu delisco, Mas ainda não sei bem, Se é amor ou se é feitiço, Se estou preso Aos encantos Que ela tem Como há quem possa julgar, Que as cidades são iguais, Se parto, penso voltar, Se volto, não parto mais Oh Beira Que estás à beirinha Do mar que te beija Não és, nem serás toda minha por muito que eu seja, capaz de te amar Oh Beira Por muito, que eu queira Amor, não me podes jurar Embora me acolhas faceira Não negues, Oh Beira Que és noiva do mar.
Estação dos Caminhos de Ferro da Beira
Uma das 7 estações mais bonitas do mundo. NEWSWEEK MAGAZINE
2,800 km de rede
Estação dos Caminhos de Ferro Lourenço Marques
PRAIA DO ESTORIL
Farol do Macuti
PRAIA DO ESTORIL
/metropole-1953///
Av么 paterno Alfredo de Castro Antas
Av贸 paterna Clara Antas
cultura
ultramarina
//LISBOA-1956/
Igreja Nª S. de Fátima Beira, Moçambique
saudade
Lourenรงo Marques 24-8-1961
Marques, Lisboa (onde não se vi um preto, um indiano, um chinês, : só nós, portugueses todos brancos) Evocava-a eu agora como uma cidade mazomba, uniforme, cinzenta, provinciana, mesquinha, tensa e acanhada.”
LISBOA-1962
“Comparada com Lourenço
maristas
/LISBOA-1968
Primavera Marcelista
"Character is like smoke, it cannot be hidden." African Proverb
um destino
OTA BASE-1968
um destino
mueda-1970
um grande
companheiro
Real generosity toward the future lies in giving all to the present. Albert Camus
You know the real meaning of PEACE
only if you have been through the war
George Orwell
“For Africa to me... is a historical truth. No man can know where he is going unless he knows exactly where he has been and exactly how he arrived at his present place.�
Maya Angelou
I must study politics and war that my children may have liberty to study mathematics and philosophy. John Adams
Heureux deux amis qui s’aiment assez pour (savoir) se taire ensemble. [Charles Péguy]
“We must never allow the future to be weighed down by memory. For children have no past, and that is the whole secret of the magical innocence of their smiles.� [Milan Kundera]
The truest expression of a people is in its dance and in its music. Bodies never lie. Agnes de Mille
bob dylan:
I like to spend some time in
Mozambique The sunny sky is aqua blue And all the couples dancing cheek to cheek It’s very nice to stay a week or two And fall in love just me and you. There’s a lot of pretty girls in Mozambique And plenty time for good romance And everybody likes to stop and speak To give the special one you seek a chance Or maybe say hello with just a glance. Lying next to her by the ocean Reaching out and touching her hand Whispering your secret emotion Magic in a magical land. And when it’s time for leaving Mozambique To say goodbye to sand and sea You turn around to take a final peek And you see why it’s so unique to be Among the lovely people living free Upon the beach of sunny Mozambique.
Wàtàna ovoreya; nikhwatta na vammilo nnivolihiwa mará. Proverbio Macua Viver em bom entendimento exige sacrifícios; é como a ferida na garganta que se cura com a própria saliva.
Heri kufa macho kuliko kufa moyo É melhor perder a vista que a alma
War does not determine who is right only who is left. Bertrand Russell
When two Brothers fight, Strangers always reap the harvest African Proverb
25 Abril There are trivial truths and the great truths. The opposite of a trivial truth is plainly false. The opposite of a great truth is also true. Neils Bohr
LISBOA-1975
love is the voice under all silences, the hope which has no opposite in fear: the strength so strong mere force is feebleness: the truth more first than sun more last than star e.e.cummings
being to timelessness as it’s to time, love did no more begin than love will end
He who did well in war just earns the right, To begin doing well in peace. Robert Browning
O Meu Fado Fado tão longe e tão perto Fado tão meu, tão alheio Momento nítido, incerto Com esta voz pelo meio Noites passadas em branco Em cada fado que eu cante Há uma vida que arranco À morte de cada instante Grito no peito rasgado E na garganta contido Que faz de um pequeno fado Um grande instante vivido O fado que vou vivendo No canto e no gesto mudo É tudo o que não entendo Que me faz entender tudo Cámané
mocambique-2007
Escada sem corrimão É uma escada em caracol E que não tem corrimão. Vai a caminho do sol Mas nunca passa do chão. Os degraus, quanto mais altos, Mais estragados estão, Nem sustos nem sobressaltos Servem sequer de lição. Quem tem medo não a sobe, Quem tem sonhos também não. Há quem chegue a deitar fora O lastro do coração. Sobe-se numa corrida, Corre-se p’rigos em vão. Adivinhaste: é a vida A escada sem corrimão. Fado de Camané
A nostalgia lusitana de África
“OS que lá viveram de facto, mesmo se, como eu , divididos entre a Guerra e a Paz, estamos ainda ligados a África por uma nostalgia autentica, sincera, genuína.”
Beira hoje
“É um Espaço, um Tempo, um modo de Estar e de Ser que jamais reencontramos na Europa. Ficando para sempre saudosos de uma liberdade física e anímica em África descoberta e um dia por lá deixada. E de que, infinitamente mais do que quaisquer teres e haveres, nos envolvem hoje nas brumas da memoria.”
“Não esquecerei nunca o sortilégio das belíssimas noites dormidas no chão de África, ao relento, sob um céu estrelado, à volta de uma fogueira(para afugentar os mosquitos e as cobras), intermináveis conversas até que cada um de nós caia para o lado de sono. Para só acordar com o orvalho da manhã. “
Combatentes da Fortuna, Azagaia - As Mentiras da Verdade “Esta vai para todos os dirigentes africanos Que prometeram-nos uma África melhor Mas deram-nos uma pior que a encomenda Cambada de filhos da mãe Éramos escravos quando fizeram-nos sonhar com a liberdade Segregados quando fizeram-nos acreditar na igualdade Eles bombardearam discursos de unidade E libertaram-nos das grades da nossa passividade Nós, obedecemos àquelas ordens de combate Morremos p’ra nascermos homens livres de verdade Nós, combatemos o inimigo sem piedade A pão e água, na língua só o sabor da liberdade Operários, camponeses na trilha da revolução Eles eram os nossos deuses à quem fazíamos a adoração Donos dos nossos interesses, símbolos de idolatração Cristianismo bruxaria, socialismo religião Eles, discursaram contra ricos e burgueses, franceses, holandeses, portugueses e ingleses Eles, ensinaram-nos que o racismo tinha cor Que o diabo era branco e preta é a cor do senhor Vocês não são libertadores, são combatentes da fortuna E a liberdade existirá até onde for oportuna Capitalistas, socialistas ou então “comunas” Vocês não são nada disso, são combatentes da fortuna Assassinaram desde Amílcar Cabral até Samora Os grandes lideres, mandaram-lhes para os manuais de história Prostituíram o socialismo e pariram por acidente Um falso capitalismo, filho bastardo do ocidente O ocidente pagava bem e eles foram sem “camisa”
Pegaram o Vírus de Deficiência Orçamental Adquirida Esses revolucionários e recém-empresários Faliram bancos com empréstimos que nunca foram pagos Não se sabe que matou mais, se foi a guerra ou foi a fome Pela ganância que deixou milhões de africanos com fome Depois de venderem tudo, começaram a vender a fome E lucraram com imagens do povo a morrer à fome Eles, pegaram em armas e lutaram p´ra enriquecer Calaram as armas porque agora há um novo modo de o fazer Democracia, governantes no poder Eles são a única alternativa Tu és livre de escolher Neste combate vitalício nunca há desmobilizados Se não resulta com comícios, resulta com atentados Medias manipulados e civis sacrificados Resulta, nas eleições vemos os resultados E os combatentes da fortuna apenas mudaram de farda Ontem roubaram de balalaica, hoje é de fato e gravata Hoje é com a SADC A fingir que não vê Zimbabueanos condenados pelo direito de escolher Chibatados pelas costas como no tempo da escravatura Pelos mesmos africanos que os tiraram da escravatura Os falsos libertadores, combatentes da fortuna Corrompem a democracia e legitimam a ditadura Chiiii…cuidado que aqui também, há combatentes da fortuna Olhem bem para onde o nosso país ruma Quem não condena um ladrão manos, das duas uma Ou é ladrão, ou vai roubar na ocasião oportuna Rapper Azagaia - As Mentiras da Verdade 2009-07-29
to be continued....
In 2009, Mozambique ranked top 3 in world’s changing Markets
“I am an African, not because I was born in Africa but because Africa is born in me.�