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ANO I EDIÇÃO 8

DISTRITO FEDERAL, GOIÁS, MINAS GERAIS, SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E TOCANTINS www.kvooka.com

ABRIL 2013

Aloizio Mercadante: “Sem a valorização do professor não há qualidade na Educação” Desde janeiro à frente do Ministério da Educação (MEC), Aloizio Mercadante coordena uma estrutura gigantesca, que abarca 2 milhões de professores e 56 milhões de crianças e jovens, da creche à pós-graduação. Ministro da Ciência e Tecnologia por dois anos, ele trouxe para o novo posto sua experiência de mais de 15 anos na docência. Mercadante lecionou Economia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP), onde teve o privilégio de conviver com Paulo Freire (19211997). “Ele era um educador em tempo integral. Em todos os gestos, todas as palavras, todas as frases. Para mim, é a melhor referência de professor”, afirma. Pág. 03

FMI reduz previsão de crescimento do Brasil e alerta para desaceleração Para o Brasil, a estimativa de crescimento do Fundo é de 3,2% ou 0,8 ponto percentual a menos que a previsão de abril O FMI alertou nesta terça-feira para os “riscos elevados” de uma desaceleração

nos países emergentes como fator de contenção do crescimento da economia global neste ano. Pag. 04

Papa afirma que uso de preservativo é aceitável em ‘certos casos’ O Papa Bento XVI afirma que o uso de preservativos é aceitável “em certos casos”, especialmente para reduzir o risco de infecção do HIV, em um livro de entrevistas lançado em uma aparente suavização de sua postura a respeito do tema. Na série de entrevistas que será publicada na Alemanha, país natal do pontífice de 83 anos, Bento XVI é questionado quando a Igreja Católica não fundamentalmente contrária ao uso da camisinha. Pág. 5

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Café protege o sistema circulatório e previne infarto Um estudo israelense mostra que beber café é bom para a saúde, contrariando a sabedoria convencional. Pesquisadores do Sheba Medical Center descobriram que ingerir uma quantidade de cafeína equivalente a

três xícaras de café por dia ajuda o sistema circulatório e pode proteger o organismo contra ataques cardíacos.

Jalapão, um oásis no Tocantins Brasil é um país abençoado por natureza. Bem no centro deste país, no estado do Tocantins, encontra-se um paraíso natural de beleza única: o Jalapão, um dos principais roteiros para quem pratica o ecoturismo e o turismo de aventura. No mundo, com certeza, não há cenário igual. Pag. 11

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ANO I NÚMERO 08 ABRIL - 2013 PUBLISHER KLÉBER OLIVEIRA VELOSO JORNALISTA RESPONSÁVEL SUELI RAUL - DRT-GO/011263JP DESIGN GRÁFICO LUCIANO TAVARES EDITOR DE FOTOGRAFIA EDMAR WELLINGTON - MTB 1842 COMERCIAL 55 62 3954.8201 55 62 8545.0028 | 9921.1028 odisseiacomunicacao@gmail.com jornalkvooka@gmail.com

CONTEÚDO, DESENVOLVIMENTO, DESIGN, PROJETO GRÁFICO, PUBLICAÇÃO, IMPRESSÃO, REDAÇÃO E ORTOGRAFIA AGÊNCIA ODISSEIA COMUNICAÇÃO CNPJ 11.026.604/0001-23 Esta é uma publicação da Odisseia Comunicação, a g ê n c i a d e p u b l i c i d a d e e p ro p a g a n d a . A agência é comprometida com a ética, com o desenvolvimento sustentável, com o respeito ao consumidor e com a responsabilidade social. Os pontos de vista aqui expressos refletem a experiência e as opiniões dos autores. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios empregados sem a autorização prévia, por escrito, da agência e dos autores dos artigos.

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EDUCAÇÃO / ENTREVISTA

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Aloizio Mercadante: “Sem a valorização do professor não há qualidade na Educação” DEFENSOR DO CUMPRIMENTO DA LEI DO PISO, INCLUINDO 1/3 DA JORNADA PARA FORMAÇÃO, O MINISTRO APONTA A NECESSIDADE DE ALFABETIZAR AS CRIANÇAS ATÉ 8 ANOS PARA GARANTIR A APRENDIZAGEM PLENA POR TODA A ESCOLARIDADE

Desde janeiro à frente do Ministério da Educação (MEC), Aloizio Mercadante coordena uma estrutura gigantesca, que abarca 2 milhões de professores e 56 milhões de crianças e jovens, da creche à pós-graduação. Ministro da Ciência e Tecnologia por dois anos, ele trouxe para o novo posto sua experiência de mais de 15 anos na docência. Mercadante lecionou Economia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP), onde teve o privilégio de conviver com Paulo Freire (19211997). “Ele era um educador em tempo integral. Em todos os gestos, todas as palavras, todas as frases. Para mim, é a melhor referência de professor”, afirma. Preocupado com a valorização da carreira e com a qualidade na Educação, ele defende o cumprimento da lei do piso, inclusive do período de 1/3 da jornada para a hora-atividade - com formação efetiva - e a preparação dos educadores para o trabalho com a tecnologia. Casado com uma professora que lecionou por 20 anos para turmas de alfabetização, o ministro tem nessa fase um dos focos de sua gestão. O objetivo é ensinar todas as crianças a ler e escrever até os 8 anos. “Se há problemas nesse início, toda a escolarização fica prejudicada, levando à reprovação e ao abandono.” Numa sala anexa ao seu gabinete, em Brasília, ele recebeu NOVA ESCOLA em meados de março para esta entrevista exclusiva. O que fazer para tornar a carreira docente mais atrativa? MERCADANTE - Não existe qualidade na Educação se a carreira não for valorizada. E isso começa com melhores salários. É fundamental que o piso seja atrativo, pois ele motiva o ingresso no Magistério. Afinal, os jovens têm várias outras opções. Também é importante na lei do piso o estabelecimento da hora-atividade. Ela não pode ser concebida apenas como uma reivindicação sindical. Precisa se traduzir em formação continuada, em troca de experiências na avaliação dos alunos e,

principalmente, deve estar associada a um já ingressaram na carreira, estamos projeto pedagógico da escola. elaborando o programa Escolas sem Fronteira, que permite fazer estágio Mas há estados que ainda não nas melhores escolas e faculdades pagam o piso e não disponibilizam 1/3 de Pedagogia do Brasil. A intenção é da jornada para a formação. premiar com bolsas os profissionais cujas unidades de ensino tiveram evolução no MERCADANTE - Reconheço que Índice de Desenvolvimento da Educação o reajuste de 22,2% no piso nacional Básica (Ideb) e melhor desempenho na parece alto para alguns estados e alfabetização. municípios que têm dificuldade em pagá-lo. Mas estamos falando de um Quais os planos para elevar os pouco mais de dois salários mínimos O índices de alfabetização das crianças? piso tem de continuar crescendo num ritmo compatível com a situação fiscal MERCADANTE - Primeiro acelerar e orçamentária. Sobre a hora-atividade, o Programa Nacional de Reestruturação em algumas circunstâncias, não se deve e Aquisição de Equipamentos para forçar seu cumprimento, mas dar um a Rede Escolar Pública de Educação prazo para que seja implantada. É preciso Infantil (Proinfância), pois temos uma diá-logo e esse será um esforço do MEC. cobertura ainda insuficiente na Educação Infantil: 23,6% na creche e 80,1% na préAtualmente, 57% dos municípios escola. A creche é importante por causa brasileiros ainda não têm plano de da nutrição e do acompanhamento carreira. O que o MEC pode fazer para neurológico e emocional dos bebês. solucionar o problema? E a pré-escola porque contribui para a alfabetização. Quando as crianças MERCADANTE - Vincular o conhecem os materiais, entendem o acesso a vários programas do Ministério arranjo social da escola, aprendem à adoção do plano é uma alternativa. a conviver nesse ambiente e são Não queremos punir, mas incentivar estimuladas intelectualmente, vão para a boas práticas. Antes, vamos equacionar alfabetização em melhores condições. O o problema do piso. Superando isso, Programa Alfabetização na Idade Certa discutir a evolução da carreira. Além de (Paic) tem o objetivo de ensinar todas a ter um bom salário de ingresso, deve-se ler e escrever até os 8 anos. ter uma perspectiva de promoção, de crescimento. Como os prefeitos estão O que prevê o programa? em fim de mandato, essa é uma pauta prioritária em 2013. MERCADANTE - Ele vai incluir produção de material didático de melhor O Ministério tem planos de um qualidade, formação inicial e continuada, contato mais efetivo com as universidades avaliações aos 7 e aos 8 anos de idade visando a melhoria dos cursos que para verificar o aprendizado e orientação formam professores? à coordenação pedagógica. O país não pode continuar com desigualdades nessa MERCADANTE - Temos de ter faixa etária. No Paraná, apenas 4,9% das uma relação mais orgânica entre a rede crianças não são alfabetizadas, enquanto federal de universidades e a formação no Pará são 32% nessa situação. Se não de professores. Essa distância não pode resolvermos a questão da alfabetização, continuar. Só 16% dos educadores da todo o processo de aprendizado rede vêm das universidades públicas, posterior fica comprometido, o que que precisam se debruçar sobre o desafio acaba motivando o abandono. do Ensino Fundamental e do Médio. Mesmo porque são esses alunos que O que está sendo feito para aprimorar depois, amanhã, vão estar matriculados a qualidade de ensino e diminuir os na faculdade. Estamos em discussão índices de reprovação e abandono? com a Diretoria de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino MERCADANTE - Uma das Superior (Difes) para atacar essa questão. iniciativas é o Programa Mais Educação, de ensino em tempo integral (sete Os cursos de Licenciatura e de horas por dia). Com uma jornada Pedagogia não formam os professores escolar maior, melhora o processo para a prática na sala de aula. Como de aprendizagem. A prioridade está suprir essa deficiência? nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências, que são MERCADANTE - Oferecendo essenciais, mas o programa inclui dez bolsas de estudos a alunos de Licenciatura macrocampos - como arte, cultura para que façam uma residência e esporte - complementares à grade educacional, semelhante à residência regular e que podem ser escolhidos pela médica. Serão 45 mil. Os professores escola. A meta era chegar em 2014 com precisam da experiência do dia a dia, mais 32 mil escolas incluídas, mas serão além da teoria. Para os professores que 30 mil só em 2012.

Quais são os planos para levar tecnologia às escolas? MERCADANTE - Os professores são imigrantes digitais. Os alunos, nativos digitais. Se as mudanças em relação à tecnologia começam pelo professor, ele ganha mais segurança. No momento seguinte, quando os estudantes tiverem acesso, ele estará mais preparado e liderará o processo. A tecnologia não substitui a relação professor/aluno. Mas o educador, na sociedade atual, deve funcionar como uma antena parabólica. Ele precisa captar mudanças, trazer novidades, ser atualizado. Vamos começar pelo Ensino Médio, pois é lá que está o maior nó do sistema hoje. E qual o futuro do programa Um Computador por Aluno? MERCADANTE - Fizemos uma experiência em cinco escolas por estado, em que distribuímos 150 mil computadores. Pesquisadores avaliaram o desempenho dos alunos, verificaram os maiores problemas de infraestrutura, as dificuldades dos professores, como aconteceu a relação professor/aluno e o impacto na comunidade. O resultado, em geral, é positivo. Mas vamos aguardar a finali zação da pesquisa, que analisará o uso do computador em sala de aula por um ano. Não iremos avançar sem antes ter segurança pedagógica, sem corrigir as deficiências observadas. Falamos de computadores, mas muitas escolas não têm acesso à internet e carecem de infraestrutura básica. MERCADANTE - Devemos dar recursos a obras de saneamento e água, que são elementares e priorizar 11 mil escolas no programa Luz para Todos. A meta é, em três anos, universalizar o acesso à energia elétrica. Além disso, precisamos construir mais de 3 mil escolas. As do campo estão em pior situação: 94% não têm banda larga, 90% não têm internet, 15% não têm luz, 10,4% não têm água e 14,7% não têm esgoto. O que será feito pela Educação das áreas rurais? MERCADANTE - O Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo) vai ser um grande caminho. Ele inclui uma mudança curricular importante, associando o Mais Educação às raízes e aos valores do campo. Além disso, cerca de 156 mil professores da zona rural só têm o Ensino Médio e mais de 4 mil só o Fundamental, o que pede um grande esforço na formação. Entrevista concedida a Maggi Krause e Denise Pellegrini, de Brasília (Gestão Escolar)


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CIDADE

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Educação e riqueza Você tem exatamente o que tem porque decidiu ter apenas isso. Todas as pessoas que nascem em uma família economicamente pobre, na vida adulta apenas permanecem pobres porque acreditaram na pobreza e, envolvidos numa espécie de hipnose, tomaram como certo que esse era seu fim. Jamais diga que é desejo de Deus que você seja pobre. Diante da abundância infinita de riquezas que o universo coloca a tua disposição, ser pobre é pecado. Se você nasceu pobre e permanece na pobreza, te garanto que nunca ninguém que você amava e estava próximo de ti jamais chegou a sentir o desejo de tornar-se rico. Ninguém na tua família jamais teve o desejo de ser qualquer coisa a mais do que um pobre porque a convivência com pessoas pobres não somente em nível material, mas principalmente na própria mente, te hipnotizaram e você tomou como definitiva a pobreza para tua vida também, fechando as portas da riqueza que o Universo reservou para ti muito antes de você nascer. Se você é uma dessas pessoas, você é mais um na multidão, pois a maioria dos que você encontra na rua também é assim e, apenas de vez enquanto, quase que raramente, uma alma consegue se rebelar contra esse estado nivelado de mente, começar a pensar e a fazer diferença primeiro em sua própria vida, depois na vida das pessoas próximas de si e depois na vida de milhares de pessoas. Um verdadeiro milagre. Desde quando nascemos as pessoas a nossa volta colocam expectativas sobre nossos passos e aos poucos nos empurram naquela direção. Alguns deles são muito

semelhantes para todos. Esperam de nós que estudemos muito, que entremos em uma boa universidade, que aprendamos uma profissão, que consigamos um bom emprego, que encontremos uma pessoa bonita e rica para casar, que tenhamos filhos e os eduquemos como nos educaram, que adquiramos bens, que cuidemos de nossa aposentadoria e assim por diante. Talvez você imagina que uma pessoa educada é aquela que estudou muito, tem mestrado, doutorado, pós doutorado e mais outros cursos acadêmicos. Você não está sozinho, pois eu também pensava assim. Meu pai me dizia que esse era o caminho e eu fui obediente. Meu pai plantou dentro de minha alma a semente do desejo de estudar, mas esqueceu de plantar também a semente do desejo de ficar rico para dar melhores condições de vida para as pessoas a minha volta e ajudar a tantas pessoas a reabrir na própria mente as comportas da abundância. Hoje entendi que a pessoa educada não é a que estuda muito, mas é aquela que sabe como adquirir tudo o que precisa para atingir sua principal meta na vida sem violar os direitos do seu semelhante. Henry Ford, isso mesmo aquele que deu o nome a uma grande montadora de automóveis, teve pouquíssima escolaridade, no entanto era um homem altamente educado porque adquiriu a habilidade de combinar leis naturais e econômicas e a mente de homens a fim de obter o poder de ter tudo o que queria de natureza material. Foi ele que, na sua “ignorância”, chegou para os engenheiros que trabalhavam para si e mandou que construíssem o motor V6. Por alguns

anos, todos eles, depois de muito trabalho e estudos, unanimemente disseram que aquilo era impossível e ele apenas dizia que deviam continuar a trabalhar até conseguir. E eles conseguiram e o resto é história. Hoje estamos reaprendendo que a mente é um trabalhador silencioso que lhe pode trazer tanto o sucesso quanto o fracasso, a saúde ou a doença, a paz de espírito ou o sofrimento. Nosso inconsciente aceita como real todas as impressões que o atingem, sejam negativas ou positivas, construtivas ou destrutivas, reais ou falsas. Esse é o principal motivo pelo qual devemos condicionar nossa mente a alimentar-se das circunstâncias e coisas que desejamos e protegê-la das influências de sugestões relativas àquilo que não desejamos. A crença do hipocondríaco de que é doente o leva a doença. A crença do fracassado de que nasceu para ser pobre o leva a pobreza. A crença de quem entendeu que o Universo lhe tem reservado abundantes recursos o leva a ser rico. Nossa mente trabalha de forma ininterrupta, quer estejamos acordados ou dormindo. O que levarmos para a cama, quer seja medo e preocupação ou desejos de mudança e realização de sonhos, nossa mente os aceita como algo que realmente desejamos e começa imediatamente a trabalhar para encontrar os meios de vestilos com seus equivalentes físicos. Anota ai cinco informações valiosas de Napoleon Hill que, se você as colocar em prática mudará tua vida e a de milhares de pessoas: 1- A mente pode ser controlada, guiada e dirigida para os fins de nossa escolha. Na verdade há penalidades

definidas se deixarmos de fazer isso. 2- A mente pode atrair circunstâncias agradáveis e também indesejáveis, e o fará, a menos que seja mantida bem ocupada no atendimento daquilo que desejamos. 3- Todas as realizações construtivas do homem são resultados de pensamento organizado e dirigido para fins definidos, numa atitude mental positiva, lastreada na crença e na fé. 4- A maioria dos pensamentos que surgem voluntariamente na mente não são exatos. Por isso mesmo, todo pensamento precisa de análise cuidadosa antes que seja aceito e gere ação aconselhável. 5- Tudo aquilo que a mente do homem possa conceber e acreditar também pode realizar. E pode fazê-lo mediante aplicação de leis naturais e de princípios tradicionais aceitos pelo homem como praticáveis. * Psicólogo,Dr. Em saúde mental, Psicanalista e escritor- Prof. Associado - Instit. de Psicologia-UFU


ECONOMIA

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FMI reduz previsão de crescimento do Brasil e alerta para desaceleração Para o Brasil, a estimativa de crescimento do Fundo é de 3,2% ou 0,8 ponto percentual a menos que a previsão de abril O FMI alertou nesta terça-feira para os “riscos elevados” de uma desaceleração nos países emergentes como fator de contenção do crescimento da economia global neste ano. Estes riscos, agora mais fortes do que há apenas três meses, explicam uma diminuição das projeções de crescimento para este ano, junto com a recessão que continua se abatendo sobre a zona do euro e o efeito negativo do aperto fiscal sobre a economia americana, disse o órgão. Em sua atualização do relatório Panorama Econômico Global, o Fundo prevê que a economia mundial crescerá 3,1% em 2013, uma revisão de 0,2 ponto percentual para baixo em relação às previsões do último relatório, em abril. Algumas das revisões mais acentuadas estão entre os emergentes: prevê-se que o Brasil cresça 2,5% neste ano (meio ponto percentual a menos que na última previsão). A previsão para o crescimento de praticamente todos os emergentes, incluindo China, Índia, Rússia, África do Sul e México, também foi revista para baixo. Como conjunto, os emergentes devem crescer 5%, disse o FMI. Enquanto isso, a economia americana deve se expandir 1,7% e a zona do euro, retroceder 0,6%.

‘Abaixo do esperado’ “O desempenho abaixo do esperado se dá por três fatores. Primeiro, o crescimento continua a decepcionar nas principais economias emergentes, refletindo, em graus diversos, gargalos de infraestrutura e outros problemas de capacidade, menor crescimento da demanda externa, preços de commodities mais baixos, preocupações com a estabilidade financeira global e, em alguns casos, suporte político débil”, explica o relatório. “Segundo, a recessão na zona do euro foi mais profunda que o esperado (...) Terceiro, a economia americana se expandiu a um ritmo mais lento, na medida em que a consolidação fiscal pesou na melhora da demanda privada.” No ano que vem, o Fundo prevê que a economia global cresça 3,8%. Para o Brasil, a estimativa é de 3,2% ou 0,8 ponto percentual a menos que a previsão de abril. Como saída para o crescimento lento, o FMI recomenda que os países avançados adotem políticas que não abandonem a sustentabilidade fiscal, mas apoiem a recuperação da demanda econômica e do crescimento no médio prazo. Para os países emergentes, a recomendação é preparar-se para a retirada dos estímulos monetário nos EUA, o que pode diminuir o fluxo dos capitais financeiros para as economias em desenvolvimento. Pablo Uchoa Da BBC Brasil em Washington

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Apoio


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OPINIÃO

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A descaracterização da Residência Médica

Há algum tempo a Residência Médica no Brasil vem sofrendo ataques frequentes e equivocados. Membros do próprio governo, alheios ao tema e sem a menor competência técnica para opinar e decidir sobre o mesmo, aventuramse a sugerir maneiras de aproveitar a Residência Médica para, por exemplo, resolver o problema da falta de profissionais de medicina em áreas remotas e de difícil acesso. São posições oportunistas sobre a formação médica que deveria ser tratada com a máxima seriedade. Os desvios são inúmeros. A começar pelos interlocutores que ousam abordar o assunto. O posicionamento, neste caso, cabe única e exclusivamente à Comissão Nacional de Residência

Médica do Ministério da Educação. No entanto, a Secretaria de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde invade a área de atuação da CNRM, buscando assumir responsabilidades que não lhe cabem. As distorções prosseguem quando se discute a escassez de programas de residência em Estados do Norte e Nordeste, como se o problema fosse localizado. Mais de 50% dos graduados em medicina não encontram vagas, que deveriam existir em número suficiente para qualificar a todos, uma vez que a residência médica é a melhor forma de treinamento após a graduação. O que aquela Secretaria busca hoje, infelizmente, não é resolver o problema

da má formação médica. É fazer dos residentes mão de obra barata para encobrir certos gargalos da saúde. São gargalos provenientes da falta de plano de carreira, condições mínimas para o exercício da medicina, do fracasso do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros. Parece que os membros da Secretaria de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, continuam vendo a medicina pela janela dos gabinetes. Certamente não é assim que se constrói uma medicina melhor, mais segura e de qualidade aos cidadãos. É lamentável o desserviço prestado por aqueles que tentam assumir a competência que é da Comissão Nacional de Residência Médica. Médicos de qualidade se formam à beira do leito, com preceptoria qualificada e responsável, com experiência clínica, humana e acompanhamento competente. Se houvesse de fato interesse em resolver o problema, uma real contribuição seria, por exemplo, remunerar os preceptores dos vários programas de residência médica. Como divulgado recentemente pela Secretaria de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, as 2 mil bolsas de residência médica a serem distribuídas para as regiões de difícil acesso certamente

ficarão, quase na sua totalidade, ociosas, a exemplo da experiência verificada há 3 anos. Em 2006, foram disponibilizadas 280 bolsas e apenas 20% delas aproveitadas. Após um ano esse número ainda caiu pela metade. Então fica inevitável perguntar: por que a necessidade da exposição na mídia de fatos não consumados nesta época específica do ano? A resposta é evidente até mesmo para os mais desinteressados - o pano de fundo é puramente eleitoreiro. “É lamentável o desserviço prestado por aqueles que tentam assumir a competência que é da Comissão Nacional de Residência Médica” Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, ex-secretário executivo da Comissão Nacional de Residência Médica e professor titular da Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo.

Dr. Antônio C. Lopes


MEIO AMBIENTE

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Práticas ambientais têm contribuição da nanotecnologia

Plásticos biodegradáveis para uso em sacolinhas, copos descartáveis, embalagens e materiais para a agropecuária. Essas são algumas das funcionalidades da nanotecnologia já identificadas por pesquisadores brasileiros. A tecnologia dispensa o uso do petróleo na produção do plástico e o material degrada-se mais depressa. Enquanto o produto tradicional demora até 400 anos para ser absorvido no meio ambiente, o plástico biodegradável leva 18 semanas, em média. Estudo liderado pela Embrapa Instrumentação aponta que o bioplástico pode ser misturado ao solo, a restos de alimentos e folhas, tornando-se adubo, princípio utilizado na compostagem. A utilização da nanociência permite que o material seja degradado por bactérias e fungos na água, gás carbônico e materiais biológicos.

O pesquisador da Embrapa, José Manoel Morconcini, explica que o plástico biodegradável pode ser produzido a partir do amido de alimentos como milho, mandioca, trigo e arroz, ou mesmo de materiais convencionais. O que vai definir o produto como biodegradável é a sua capacidade de se decompor no contato com a natureza. “Os pré-requisitos fundamentais para um plástico biodegradar-se é ter a presença de micro-organismos vivos no ambiente em que ele será descartado, além da temperatura e da umidade adequadas. Nesse processo, fungos e bactérias vão se alimentar do plástico que for biodegradável”, diz Morconcini. Segundo o pesquisador, o alto valor do plástico biodegradável em relação ao material tradicional é um dos fatores

que dificultam a produção. “Ainda é muito caro o plástico biodegradável, comparando com plásticos comerciais que a gente conhece no cotidiano. É um gargalo a gente não ter grandes produções de peças com material biodegradável”, assinala. Outro fator que distancia o bioplástico do consumidor é a ausência de um órgão que certifique a origem do material. “[É necessário criar] uma rede de institutos que certifique que o plástico é realmente biodegradável e compostável, para que o consumidor tenha segurança no uso desses novos materiais”. O estudo de plásticos biodegradáveis é feito no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, criado com investimentos de mais de R$ 10 milhões e mantido com recursos

da Agência Brasileira de Inovação - antiga Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) -, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). As linhas de pesquisa englobam desde nanobiossensores e sensores eletroquímicos para monitorar processos e produtos agropecuários, até nanofilmes comestíveis, produção de fertilizantes, pesticidas e remédios para animais. Desde 2006, a Embrapa coordena a Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, que tem sede na unidade de São Carlos e conta com a participação de 150 pesquisadores, sendo 70 do quadro da Embrapa e 80 de instituições parceiras. Fonte: Agência Brasil

SUSTENTABILIDADE: Brasileiro está mais consciente de práticas sustentáveis, aponta pesquisa O brasileiro está mais interessado pelo tema sustentabilidade. É o que aponta a Pesquisa Akatu 2012: Rumo à Sociedade do Bem-Estar. Em comparação a 2010, o número de pessoas que tem interesse ou compreendem o tema sustentabilidade aumentou de 44 para 60 por cento em 2012. O estudo mostra que ações como fechar a torneira, desligar as lâmpadas, planejar a compra de roupas e alimentos e utilizar o verso do papel aumentaram no período de dois anos. Além de seguir todas essas recomendações, a jornalista Maria Carolina Santana costuma

comprar produtos com certificado ambiental e utilizar o transporte público para ir trabalhar. Ela diz ainda que geralmente troca roupas com as amigas para não ter que jogar fora. “Eu e as minhas amigas, a gente faz muito isso. A gente separa coisas que não usa mais, fica no armário, passa um ano, às vezes está até com etiqueta. Então, vamos passar para frente porque alguém vai usar aquilo. As coisas boas, é claro. Nada rasgado, nada que não esteja em um bom estado, coisas que você não quer, mas que podem servir para alguém e isso alimenta

uma cadeia sustentável. É um ciclo de reaproveitamento”, afirma a jornalista Maria Carolina Santana. A Pesquisa Akatu 2012 mostra também que as pessoas preferem mais as situações sociais como passar mais tempo com a família e amigos do que as práticas de consumo, como comprar presentes. Mais de 800 pessoas maiores de 16 anos, em 12 regiões metropolitanas do País participaram do estudo. Reportagem, Leandro Aislan


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MUNDO

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Indústria da música alega que 95% dos downloads são ilegais enquanto cai venda de CDs

Um quarto de toda a receita da indústria fonográfica vem dos canais digitais, mas compartilhamento de arquivos online continua a minar a indústria fonográfica global, com as vendas de música física ou digital caindo no ano passado. A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), uma

entidade setorial, estima que 95% dos downloads de música em todo o mundo são ilegais. A IFPI disse que as vendas de música física, como CDs, caíram 16%, para US$ 11,6 bilhões. O crescimento das vendas digitais desacelerou para 12%, chegando a US$ 4,2 bilhões. As gravadoras têm lutado para

compensar o declínio acentuado na venda de CDs ao longo dos últimos 10 anos. O crescimento digital está desacelerando, apesar dos novos serviços online legais como o Spotify e do número crescente de países adotando legislação para proteção do direito autoral. A taxa de crescimento digital caiu de 25% em 2008 para 12% no ano passado, deixando as vendas de música em geral em queda pelo 10º ano consecutivo. John Kennedy, presidente executivo da IFPI, disse: “Seria ótimo poder relatar que essas inovações foram recompensadas com crescimento do mercado, mais investimento em artistas, mais empregos. Infelizmente, este não é o caso”. “A pirataria digital continua sendo uma enorme barreira para o crescimento do mercado.” As vendas globais da indústria

fonográfica -tanto física quanto digitalcaíram 30% ao longo dos últimos cinco anos apesar do crescimento de 940% nas vendas digitais, segundo a IFPI. A IFPI disse que países como a Suécia, Taiwan e Coreia do Sul conseguiram certo sucesso após introduzir uma legislação de direitos autorais, com aumento nas vendas de CDs. A Espanha foi apontada e descrita como correndo o risco de se transformar em um “deserto cultural”, em parte pela “apatia tolerada pelo Estado” em relação ao compartilhamento de arquivos. “A Espanha tem o pior problema de pirataria dentre todos os grandes mercados da Europa. Em 2009, nenhum novo artista espanhol figurava nos 50 álbuns mais vendidos, em comparação a 10 em 2003”, disse Kennedy. Tradução: George El Khouri Andolfato Salamander Davoudi, fINANCIALtIMES

Papa afirma que uso de preservativo é aceitável em ‘certos casos’ de posição, Bento XVI ofereceu o exemplo de uma prostituta usar um preservativo. “Pode ser justificado em casos individuais, por exemplo, quando uma prostituta utiliza um preservativo, onde isto pode ser... um pouco de responsabilidade, para desenvolver o entendimento de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se deseja”, afirmou Bento XVI no livro. O Papa Bento XVI afirma que o uso de preservativos é aceitável “em certos casos”, especialmente para reduzir o risco de infecção do HIV, em um livro de entrevistas lançado em uma aparente suavização de sua postura a respeito do tema. Na série de entrevistas que será publicada na Alemanha, país natal do pontífice de 83 anos, Bento XVI é questionado quando a Igreja Católica não fundamentalmente contrária ao uso da camisinha. “Com certeza (a igreja) não vê (o preservativo) como uma solução real e moral”, responde o Papa. “Em certos casos, quando a intenção é reduzir o risco de infecção, pode ser, no entanto, um primeiro passo para abrir o caminho a uma sexualidade mais humana”, completou o líder de 1,1 bilhão de católicos do planeta.

O livro, que tem como título “Light of the World: The Pope, the Church and the Signs of the Times” (Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo), é baseado em 20 horas de entrevistas conduzidas pelo jornalista alemão Peter Seewald. Até o momento, o Vaticano proíbe o uso de qualquer forma de contracepção aceita apenas a abstenção -, mesmo como forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis. Bento XVI provocou revolta internacional em março de 2009 durante uma visita à África, continente devastado pela Aids, ao afirmar à imprensa que a doença era uma tragédia que não podia ser combatida com a distribuição de preservativos, que na opinião dele até agravava o problema. Para ilustrar sua aparente mudança

que estava “profundamente chocado”. Bento XVI também cogita a possibilidade de um diálogo “sincero” com o Islã, acrescentando que as declarações polêmicas que deu sobre o assunto foram uma tentativa de um discurso acadêmico, e não de uma palestra política.

“Mas não é a maneira correta de lidar com o horror da infecção pelo HIV”.

Em setembro de 2006, durante um discurso em Regensburg, o Papa provocou revolta em alguns setores da comunidade muçulmana por questionar a base racional do Islã e associá-lo à violência.

Bento XVI reiterou que o uso do preservativo por si só não resolveria o problema do HIV. “Deve acontecer muito mais”, disse.

O novo livro é a primeira série de entrevistas com o pontífice desde que o então cardeal Joseph Ratzinger tornou-se Papa, em abril de 2005.

“Tornar-se simplesmente fixado na questão dos preservativos torna a sexualidade mais banal e esta é exatamente a razão pela qual tantas pessoas não encontram mais a sexualidade como uma expressão do seu amor, mas como um tipo de droga auto-administrada.”

Seewald fez mais de 90 perguntas sobre três temas principais durante as conversas, realizadas de 26 a 31 de julho na residência de verão do Papa, Castel Gandolfo.

Além dos preservativos, o livro, que deve ser traduzido para 18 línguas, aborda muitas outras questões sensíveis, incluindo os escândalos de pedofilia, o celibato e a ordenação feminina. Com relação ao escândalo de pedofilia que abalou a Alemanha, terra natal de Bento XVI, assim como outros países ao redor do mundo, o Papa disse

O pontífice também aborda o caso do bispo que negou o Holocausto, Roger Williamson, o perigo de uma divisão na Igreja e a possibilidade de um Concílio Vaticano III sobre as reformas da Igreja. Ex-comunista, Seewald tornou-se católico após conhecer o então cardeal Ratzinger, com quem produziu dois volumes anteriores de entrevistas. Fonte AFP


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Café protege o sistema circulatório e previne infarto

Um estudo israelense mostra que beber café é bom para a saúde, contrariando a sabedoria convencional. Pesquisadores do

Sheba Medical Center descobriram que ingerir uma quantidade de cafeína equivalente a três xícaras de café por dia ajuda o sistema

circulatório e o organismo cardíacos.

pode contra

proteger ataques

A equipe liderada pelo prof. Michael Shechter, diretor de pesquisa clínica no Instituto do Coração de Sheba, fez um estudo com 80 adultos, metade saudável e metade cardíaca. Eles tomaram uma pílula de cafeína que equivalia a três xícaras de café por dia. Exames realizados posteriormente revelaram que o consumo de cafeína melhora o funcionamento do endotélio em 30%, reduz em 40% a proteína C-reativa (CRP) no corpo – fator que propicia ataques cardíacos e AVCs – e aumenta em 25% a quantidade de adiponectina, proteína que previne ataques cardíacos AVCs. Os benefícios da cafeína foram detectados nos dois tipos de pacientes. Shechter observou que ainda não está claro quais são as consequências do consumo de café no longo prazo, mas que, ao longo de várias horas, seu efeito é positivo. Os pesquisadores planejam agora estudar os efeitos de longo prazo do consumo de cafeína sobre o sistema cardiovascular. Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada


TURISMO

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Jalapão, um oásis no Tocantins

Brasil é um país abençoado por natureza. Bem no centro deste país, no estado do Tocantins, encontra-se um paraíso natural de beleza única: o Jalapão, um dos principais roteiros para quem pratica o ecoturismo e o turismo de aventura. No mundo, com certeza, não há cenário igual. Pouco conhecido e selvagem o Jalapão fica no leste do Tocantins, cuja capital, Palmas, fica a 1.776 km de São Paulo e a 2.124 km do Rio de Janeiro. Este não é um lugar comum: as estradas sem fim alguns trechos de areia fofa limitam o acesso a esse paraíso, e talvez seja por isso que o lugar ainda esteja tão preservadas. O Jalapão é um verdadeiro oásis perdido no meio do cerrado. Seu nome se origina de uma planta muito comum da região: a erva jalapa-do-brasil. O grande atrativo e a melhor maneira de conhecer o Jalapão é fazendo o rafting no Rio Novo, que corta boa parte da região. Existem inúmeras atrações naturais como a Cachoeira da Formiga, as dunas de até 40 m e o Fervedouro, um poço de águas borbulhantes. Para conhecer essa região inóspita é preciso ter espírito aventureiro, pois o Jalapão, além de ter uma das densidades demográficas mais baixas do país, não possui quase infra-estrutura para os turistas. Um prato cheio para quem está atrás de grandes emoções. A região do Jalapão é um lugar de descobertas permanentes. Em plena mata de transição entre o cerrado e a caatinga, onde predomina uma vegetação rasteira similar às savanas, surgem cachoeiras, rios de águas cristalinas, corredeiras, grandes chapadas e formações rochosas de cores e formas variadas. Neste cenário, destacam-se dunas de areias douradas, com até 30 metros de altura, o que levou o lugar a ser chamado de deserto do Jalapão. Seria um deserto, se o Jalapão não fosse também um paraíso das águas e um lugar onde a presença de flores e animais exóticos salta aos olhos. Um convite à contemplação e à aventura. Além das pedras e buracos, o

Jalapão é um lugar onde se deve estar atento 100% do tempo: as estradas não são bem sinalizadas, existem poucos postos de gasolina e as chances de você conseguir ajuda, caso precise, são muito pequenas. Por tudo isso a região é conhecida como “deserto” do Jalapão: tem uma das menores densidades populacionais do país, só perdendo para a Floresta Amazônica - cerca de 1,2 habitante / km2. ASPECTOS GEOGRÁFICOS REGIÃO DO JALAPÃO A Região Leste do estado do Tocantins denominada “Jalapão” está situada entre os paralelos 9 º e 48 º de longitude Oeste, cujas belezas naturais apresentam-se de uma forma exuberante constituídas por chapadões e planaltos, serpenteados por inúmeros rios e ribeirões, possuindo acidentes geográficos tais como: Cachoeira do Jalapinha, Cachoeira do Prata, Cachoeira da Velha, Cachoeira do Sussuapara , as dunas e a pedra da Baliza, considerada o marco de divisa dos estados do Tocantins, Maranhão, Bahia e o Piauí. A geologia da região é formada por rochas sedimentares datadas da era mesozóica no período cretáceo com aproximadamente 135 milhões de anos. Apresenta textura arenosa e coloração variada entre o branco e o róseo, este varia de acordo com a concentração de argila e óxido de ferro. Quatro tipos de paisagem Platô: com chapadões e planaltos Rebordos ou encostas: onde se localizam as nascentes dos rios e os processos de erosão, a partir dos ventos e das chuvas, que formam as Dunas do Jalapão. Planícies: área de vegetação do cerrado aberta – mais sujeitas às queimadas. Veredas: áreas úmidas, ao longo dos rios, aonde se encontram as palmeiras de buriti. Chapada das Mangabeiras, serra da Jalapinha, Serra do Meio, Serra do

espírito Santo e Serra Geral. A geomorfologia é caracterizada por apresentar planaltos e chapadões aplainados, observando-se serras do tipo “mesa”e morros “testemunhos” com bordas uniformes. Nos taludes das serras ação erosiva pluvial e eólica é de forma destrutiva, esta desnudação contínua provocará alterações no modelado da região. Predominam na região os solos formados por areias quartzosas e litólicos, ambos distróficos e álicos. RECURSOS HIDRICOS DO JALAPÃO Com relação aos recursos hídricos, a região do Jalapão está inserida na Bacia Hidrográfica Araguaia – Tocantins. Entre os principais rios destacam-se: Sono, Balsas, Novo, Galhão, Prata, Soninho, Vermelho, Ponte Alta, Caracol. A região conta ainda com uma grande quantidade de nascentes formadoras de caudais, águas borbulhantes, também chamadas de “fervedouro” pela população local. Tal característica desta região é devido à formação rochosa do tipo arenítica onde as chuvas abastecem o lençol freático e pelo fenômeno “ressurgência da água”, têm-se essa abundância de nascentes, com uma regularidade de vazão, tanto no período chuvoso quanto na estiagem. O clima da região é do tipo Tropical-Continental com duas estações bem definidas, uma “chuvosa” compreendida entre outubro e abril e outra “seca”de maio a setembro.A cobertura vegetal da região é formada por savanas nos seus vários gradientes, predominando a savana gramíneolenhosa e uma estreita mata ciliar sendo observada eventualmente. AREAS DE PRESERVAÇÃO DO JALAPAO • Estação ecológica da Serra Geral do Tocantins= Federal • Parque Nacional das Nascentes

do Rio Parnaíba = Federal • Área de Proteção ambiental da Serra da tabatinga = Federal • Parque estadual do Jalapão = Governo Tocantins • Área de Proteção ambiental do Jalapão = Governo do Tocantins Clima Existem dois períodos bem definidos no Jalapão: o chuvoso (outubro a abril) e seco (maio a setembro). A melhor época é a da seca, pois as estradas ficam em melhores condições e as águas do Rio Novo ficam mais baixas, facilitando a prática do rafting. A temperatura média da região é de 30ºC. Hospedagem Para conhecer bem o Jalapão é preciso estar disposto a fazer o camping selvagem. Em Ponte Alta existe um hotel que acomoda o turista. É normal que os moradores da região aluguem algumas de suas camas para os aventureiros. Como chegar Diversas agências de turismo oferecem o pacote completo até o Jalapão. Em todos os casos, o ponto de partida é Palmas, a última cidade brasileira totalmente planejada. De Palmas, segue-se 64 quilômetros pela rodovia TO-050 até Porto Nacional, e depois 116 quilômetros pela TO-255, até Ponte Alta do Tocantins, considerada a entrada do Jalapão. Resta seguir até os atrativos, sempre por estradas de terra – o que torna recomendável o uso de veículos com tração 4x4. Outra opção de acesso ao Jalapão é sair de Palmas pela TO-020, sentido Norte (108 km de extensão), com acesso para Novo Acordo. Também pode-se trafegar pela TO-030 (100 km de extensão), interligação com Taquaruçu e Santa Tereza do Tocantins. Então, é seguir adiante, até os atrativos, sempre por estradas de terra – o que torna recomendável o uso de veículos com tração 4x4.


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