SOCIOPATHY THE OTHER SIDE OF PSYCHOPATY
A OUTRA FACE DA PSICOPATIA
SOCIOPATHY THE OTHER SIDE OF PSYCHOPATY
ONCOLOGIA ENSAIOS CLONOGÊNICOS PSICOLOGIA AMOR COM PAIXÃO ENDOCRINOLOGIA EFEITOS E SINTOMAS DA PRIVAÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO
ONCOLOGY CLONOGENIC ASSAY PSYCHOLOGY LOVE WITH PASSION ENDOCRINOLOGY EFFECTS AND SYMPTOMS OF DEPRIVATION OF PHYSICAL EXERCISE REVIEW
Goiânia - ano I I - nº 15 - Fevereiro - 2011
PSICANALISTA JORGE DE FIGUEIREDO FORBES: MAKTOUB? A INFLUÊNCIA DA PSICANÁLISE SOBRE A EXPRESSÃO DOS GENES. MAKTOUB? THE INFLUENCE OF PSYCHOANALYSIS ON THE EXPRESSION OF GENES
ODISSEIA DA MEDICINA ANO I I NÚMERO 15 FEVEREIRO - 2011 EDITORIAL
EDITOR’S LETTER
PUBLISHER KLÉBER OLIVEIRA VELOSO JORNALISTA RESPONSÁVEL SUELI RAUL - DRT-GO/011263JP EDITOR DE FOTOGRAFIA EDMAR WELLINGTON - MTB 1842
FEEDBACK
TRADUÇÃO JOÃO FLÁVIO SALES DE SOUZA AGENOR NETO
SOCIOPATIA PSYCHOSOCIAL A outra face The other side L’autre face
PSYCHOPATHIE
ENDOCRINOLOGIA ENDOCRINOLOGY Efeitos e sintomas da privação do exercício físico Effects and symptoms of deprivation of physical exercise review
NUTRIÇÃO NUTRITION Nutrindo as primeiras fases da vida Nurturing the early stages of life
ONCOLOGIA
ONCOLOGY
Quantitatividade: método para avaliar a carga tumoral em metilcelulose Quantitative: accurate and reliable method to assess tumor burden in methylcellulose
PSICOLOGIA
PSYCHOLOGY
Amor com paixão Love with passion
PSICOLOGIA PSYCHOLOGY Maktoub? A influência da Psicanálise sobre a expressão dos Genes Maktoub? The influence of psychoanalysis on the expression of genes
CONSELHO EDITORIAL Dra. ADRYANNA LEONOR MELO CAIADO Dr. ANTÔNIO DA SILVA MENEZES JÚNIOR Dr. CLÁUDIO VITAL DE LIMA FERREIRA Dr. DAVID JENDIROBA Dr. HÉLIO CURADO FRÓES Dr. JOEL DE SANT´ANNA BRAGA FILHO Dr. MARCOS ANTONIO RIBEIRO MORAES PUBLICIDADE, MARKETING E MERCHANDISING IBIS COMUNICAÇÃO
SUELI RAUL + 55 62 8545.0028 / 8218.6011 odisseiadamedicina@gmail.com CONTEÚDO, DESENVOLVIMENTO, DESIGN, PROJETO GRÁFICO, PUBLICAÇÃO, IMPRESSÃO, REDAÇÃO E ORTOGRAFIA AGÊNCIA ODISSEIA COMUNICAÇÃO CNPJ 11.026.604/0001-23 Esta revista é uma publicação da Odisseia Comunicação, agência de publicidade e propaganda, com conteúdo trilíngue, nacional e internacional. A agência é comprometida com a ética, com o desenvolvimento sustentável, com o respeito ao consumidor e com a responsabilidade social. Os pontos de vista aqui expressos refletem a experiência e as opiniões dos autores. Nenhuma parte desta revista poderá ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios empregados sem a autorização prévia, por escrito, da agência e dos autores dos artigos.
EDITORIAL EDITOR’S LETTER OM
N
SNORING AND APNEA
ACUPUNCTURE
RONCO E APNEIA
www.odisseiamedicina.com.br
Boa leitura!
ACUPUNCTURE
ACUPUNTURA - RONCO E APNEIA
inúmeras mulheres: a vacina contra câncer de mama será testada em breve. Um alerta: efeitos e sintomas da privação do exercício físico. Leia também nesta edição “descoberta sobre anticorpos pode levar à cura do resfriado.” Odisseia da Medicina trás recentes informações sobre psicopatia, entidade nolosológica que alcança cerca de 4% da população mundial. Por meio de artigo escrito pelo Pós-doutor em Direito, Kléber Veloso, importantes considerações são tecidas acerca dessa neuropatologia. Nesta edição leitor, que você tem em mãos, veicula-se temática delicada, que fomenta inúmeras discussões em torno das relações humanas, em particular nos meandros do amor, paixão e maturidade. Mente e corpo são alvos diretos de atenção da Medicina e, portanto, são temas que merecem e ganham destaque especial na edição que você, leitor, tem em mãos.
OM ANO I Nº 9 - AGOSTO 2010
esta edição, o psicanalista Jorge Forbes traz à reflexão, com o brilhantismo que lhe é peculiar, a influência da psicanálise sobre a expressão dos genes e o delinear do destino individual. Forbes alinhava, na palavra Maktoub, o reflexo de um velho e confortável sonho da humanidade, com a máxima: “Está escrito meu destino em algum lugar, logo, só me resta saber lê-lo e cumprí-lo.” Hipócrates disse: “deixe o alimento ser teu remédio e o remédio ser teu alimento”. Ele tem razão! Muitos médicos começam a concordar com o aforisma, aderindo ao discurso, que aponta a alimentação e o remédio como importantes aliados à saúde. A quantitatividade é uma metodologia confiável utilizada para se aferir determinada carga tumoral. O Pós-doutor em Medicina, David Jendiroba, excelente observador, demonstra, com esse método, a possibilidade de melhor acompanhar o desenvolvimento do mal, demonstrando a sua regressão ou avanço. Enquanto isso, uma boa notícia para um tipo de doença que tem vitimado
RONFLEMENT ET D'APNÉES
ODONTOLOGIA SORRISO E ORTODONTIA
ODONTOLOGY SMILE AND ORTHODONTICS
PSICOLOGIA DOMAR O CORPO
PSYCHOLOGY TAMING THE BODY UROLOGY VACCINE AGAINST PROSTATE CÂNCER
UROLOGIA VACINA CONTRA CÂNCER DE PRÓSTATA
Goiânia - ano I - nº 09 - Agosto - 2010
INOVAÇÃO CONTRA COLAPSO NA HEMATOLOGIA: TRANSFORMAÇÃO EM LABORATÓRIO DE SANGUES A, B OU AB EM O, O TIPO DOADOR UNIVERSAL. INNOVATION AGAINST COLLAPSE IN HEMATOLOGY: PROCESSING OF BLOOD IN LABORATORY A, B OR AB INTO O, THE UNIVERSAL DONOR TYPE.
EMOÇÕES: DO MARKETING AO CONSUMO NEUROMARKETING EMOTIONS: FROM MARKETING TO CONSUMPTION
NEUROMARKETING ÉMOTIONS: DU MARKETING À LA CONSOMMATION
NEUROLOGIA ATROFIA MUSCULAR ESPINAL CARDIOLOGIA ALIMENTAÇÃO E CORAÇÃO IMUNOLOGIA MAIS OTIMISMO, MAIS SAUDE?
NEUROLOGY SPINAL MUSCULAR ATROPHY
n this issue, the psychoanalyst Jorge Forbes brings to the discussion, with the brilliance that is peculiar to the influence of psychoanalysis on the expression of genes and the outline of individual destiny. Forbes analyzed the word Maktoub which reflects a comfortable old human dream, with the emphasis: “my destiny is written somewhere, so just know I can read it and do it.” Hippocrates said “Let food be thy medicine, and medicine be thy food”. He’s right! Many doctors are starting to agree with the aphorism, adhering to the speech, pointing to food and medicine and allied health major. The quantitative is a reliable methodology used to assess tumor burden determined. The Post-Doctor of Medicine David Jendiroba, excellent observer, demonstrates with this method, the ability to better monitor the development of evil, showing its progress or regression. Meanwhile, good news for one type of disease that has
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victimized many women: breast cancer vaccine will be tested soon. An alert: effects and symptoms of deprivation of physical exercise review. Also read in this issue “virus breakthrough raises hope over ending common cold”. Odisseia da Medicina behind recent reports of psychopathy, a frame that reaches about 4% of world population. Through article written by Post-Doctor in Law, Kléber Veloso, important considerations are woven about this neuropathology. In this edition, that you have on hand, convey delicate subject, which encourages numerous discussions about human relations, particularly in the intricacies of love, passion and maturity. Mind and body attract the attention of Medicine. These subjects receive deserved special attention in the present issue that you, reader, have in hands. Happy reading!
CARDIOLOGY FOOD AND HEART IMMUNOLOGY MORE OPTIMISM, PLUS HEALTH?
Goiânia - ano I - nº 10 - Setembro - 2010
DARIO FAUZA, DA HARVARD MEDICAL SCHOOL: ENGENHARIA DE TECIDOS FETAIS PARA O TRATAMENTO DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS. FETAL TISSUE ENGINEERING FOR TREATMENT OF BIRTH DEFECTS.
NEUROLOGY
MULTIPLE SCLEROSIS
NEUROLOGIE
ESCLEROSE MÚLTIPLA
SCLÉROSE MULTIPLE
ÉTICA ERRO MÉDICO E A LEI
ETHICS MEDICAL ERROR AND THE LAW
ODONTOLOGIA INOVAÇÃO EM IMPLANTODONTIA
ODONTOLOGY INNOVATION IN IMPLANTODONTIA
ESTETICA LIPO A LASER: MENOS DESGASTE
AESTHETIC LIPO THE LASER: LITTLE CONSUMING
INSÔNIA: DORMIR POUCO TORNA O ORGANISMO PRESA FÁCIL DA GRIPE COM BAIXA DA IMUNIDADE. SLEEPLESSNESS: TO SLEEP LITTLE BECOMES THE EASY IMPRISONED ORGANISM OF THE GRIPPE WITH LOW OF THE IMMUNITY. Goiânia - ano I - nº 08
Julho - 2010
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OM FEEDBACK Parabenizo pela qualidade da revista Odisseia da Medicina. Flávio Augustin. Editor. Caxias do Sul. Rio Grande do Sul, Brasil.
Congratulations for the quality of the journal Odisseia da Medicina. Flavio Augustin. Publisher. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.
Adorei a revista! Iracema Dantas. Jornalista. Goiânia. Goiás, Brasil.
I loved the magazine! Iracema Dantas. Journalist. Goiânia, Goiás, Brasil.
Obrigada pelo envio da revista. Como eu imaginava, matérias muito boas! Belfor Medeiros. Internauta do Orkut.
Thank you for sending the magazine. As I expected, very good subjects. Belfor Medeiros. Orkut follower.
Gostamos bastante da forma de apresentação e abordagem dos temas. Vinícius Portilho e Izabel Franco. Fisioterapeutas. Goiânia, Goiás, Brasil.
We liked a lot the way the magazine is presented and the approach of different issues. Vinícius Portilho and Izabel Franco. Physiotherapist. Goiânia, Goiás, Brasil.
Eu tenho tido o privilégio de acompanhar todas as edições da revista Odisseia da Medicina. É uma revista que veicula assuntos importantes e esclarecedores. Parabéns aos seus idealizadores por tão belo trabalho. Sucesso! Sônia Maria Silva Duarte. Esteticista. Goiânia, Goiás, Brasil.
I have had the privilege to follow all editions of the magazine Odisseia da Medicina. Is a magazine that brings major and insightful issues to their readers. Gongratulations! To its creators for that beautiful work! Success! Sônia Maria Duarte da Silva. Beautician. Goiânia, Goiás, Brasil.
Parabéns! Ontem, pela primeira vez, tive contato com a revista de vocês. Moro em Londres já há quase 9 anos, e nunca tinha me deparado com uma publicação brasileira de tanta qualidade aqui. Portanto, antes de tudo, parabéns pela empreitada, que não é nada fácil! Boa sorte com a empreitada e parabéns mais uma vez! Andrea Palluch. Diretora Executiva da European Medical Writers Association. Londres, Inglaterra, Reino Unido da Grã-Bretanha.
Congratulations! Yesterday, for the first time, I dealt with your magazine. I live in London for nearly 9 years and had never encountered a Brazilian publication of so much quality here. So, first of all, congratulations on the contract, that is not easy! Good luck with the venture and congratulations once again! Andrea Palluch. Executive Director of the European Medical Writers Association. London, England, United Kingdom of Great Britain.
O Procura é um centro de Pesquisas onde são conduzidos Estudos Clínicos para pacientes portadores de cancêr, tanto para os que irão iniciar tratamento, como para os que já receberam Com de investimentos em onde capacitação, O Procura étratamento. um centro Pesquisas são tecnologia e infra-estrutura o Procura tem como conduzidos Estudos Clínicos para pacientes objetivo ser referência em Pesquisa Clínica no Centro portadores de Oeste, cancêr, tanto também para osdeque iniciar dispondo umairão unidade de Pesquisa para Básica, os que transformará os problemas tratamento, como que já receberam presentes no leito em soluções clínicas.
tratamento. Com investimentos em capacitação, tecnologia e infra-estrutura tem como O procura Centro o de Procura Pesquisas participa de mais de 40 estudos no Centro exterior e objetivo ser referência empreviamente Pesquisa aprovados Clínica no no Brasil escolhidos por nosso corpo clínico, pelas Oeste, dispondo também dede que uma unidade dea evidências indicativas o paciente poderá vir ter chance real benefícios. Pesquisa Básica, transformará problemas Oque Procura édeum centro de os Pesquisas onde são conduzidos Estudos clínicas. Clínicos para pacientes presentes no leito em soluções
O Procura é dirigido pelo Dr. Jendiroba, com formação em Pesquisa Clínica, Básica e Translacional no MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, onde estudou por 10 anos, e realizou também Doutorado Pós-Doutorados. O eProcura é dirigido pelo Dr.
Jendiroba, com formação em Pesquisa Clínica, Básica e Translacional no MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, onde estudou por 10 anos, e realizou também Doutorado e Pós-Doutorados.
O Procura é dirigido pelo Dr. Jendiroba, com formação em Pesquisa Clínica, Básica e Translacional portadores de cancêr, tanto para os que irão iniciar no MD Anderson Cancer Center da Universidade do Diretor responsável: David Jendiroba CRM/GOpor 5814 Texas, onde estudou 10 anos, e realizou também tratamento, como para os que Técnico já receberam O procura Centro de Pesquisas participa de mais tratamento. Com investimentos em capacitação, Doutorado e Pós-Doutorados. tecnologia e infra-estrutura o Procura tem como de 40 estudos previamente aprovados no exterior e objetivo ser referência em Pesquisa Clínica no Centro no Brasil escolhidos por nosso corpo clínico, pelas Oeste, dispondo também de uma unidade de Pesquisa de Básica, transformarápoderá os problemas evidências indicativas queque o paciente vir a presentes no leito em soluções clínicas.
Rua 17, Qd. K 10, Lt.08, Setor Oeste, Goiânia - Goiás - Telefone: + 55 62 3212.1404 - CEP: 74140-050 ter chance real de benefícios.
O procura Centro de Pesquisas participa de mais de 40 estudos previamente aprovados no exterior e no Brasil escolhidos por nosso corpo clínico, pelas Diretor responsável: David Jendiroba CRM/GO 5814 evidências indicativas de que Técnico o paciente poderá vir a ter chance real de benefícios.
Diretor Técnico responsável: David-Jendiroba CRM/GO 5814+ 55 62 3212.1404 - CEP: 74140 7, Qd. K 10, Lt.08, Setor Oeste, Goiânia - Goiás Telefone:
Rua 17, Qd. K 10, Lt.08, Setor Oeste, Goiânia - Goiás - Telefone: + 55 62 3212.1404 - CEP: 74140-050 OM 6
SOCIOPATIA OM
A outra face KLÉBER OLIVEIRA VELOSO sse epifenômeno é uma disfunção neurocognitiva grave, fazendo a pessoa se comportar contrariamente aos padrões sociais. É uma variação mórbida da personalidade, uma deformação das qualidades morais do caráter. Esse distúrbio psicoemocional é sinônimo de personalidade antissocial ou dissocial. Sua existência acompanha a humanidade e seu conceito é recente. Ela alcança, em maior ou menor escala, a população mundial na proporção de 4%. Ou seja, uma em cada cem pessoas tem essa neuropatologia. Desse percentual, 1% é do sexo feminino e 3% do sexo oposto, diferença semiológica que necessita ser melhor esclarecida. Essa entidade nosológica é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e rotula a Classificação Internacional de Doenças (CID). O córtex órbito-frontal e o córtex pré-frontal, áreas encefálicas que modulam o juízo moral e o sistema límbico, responsável pela amplitude e adequação das emoções e dos sentimentos, hospedam esse embotamento afetivo-emocional. A deficiência da amígdala cerebelar, órgão mais importante do sistema límbico, ao se comunicar com os hemisférios
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cerebrais, desencadeia a sociopatia. Ao estabelecer as conexões entre a amígdala e os lobos frontais, por meio dos impulsos eletromagnéticos, ocorre um deficit conectivo e, face à baixa atividade neural nos lobos pela hipofunção da amígdala, elabora-se um comportamento lógico, mas despido de sentimentos. Não há, por esse motivo, uma perfeita sintonia entre as emoções, elaboradas no sistema límbico e a sua razoabilidade, formada nos lobos frontais, área cerebral que rege o comportamento consciente. Essa síndrome, além de inativar o sistema nervoso simpático, exime o comportamento de constrangimento moral, em nítido contraste àquele aceitável. Face a essa insuficiência neurológica, a pessoa não elabora sentimentos como altruísmo, amor ao próximo, compaixão, culpa, empatia, gratidão, solidariedade ou vergonha e, por isso, não consegue estabelecer relações emocionais com o próximo. Observem, portanto, o que isso quer dizer! A semiologia dessa entidade nosológica se estabelece pela ausência de um comportamento neurocognitivo pró-social, pois o mecanismo psíquico do 7 OM
OM SOCIOPATIA
seu portador diverge daquele de uma pessoa normal, situando-o à margem do equilíbrio neurocognitivo. O sociopata é incapaz de se emocionar, de aprender com a experiência e de obstar os seus impulsos associais, apesar de essas conformações variarem entre os seus portadores, pois lhe falta o julgamento ético. Ele não processa os estímulos sentimentais e, por isso, não se emaranha num legado transpessoal. É, portanto, imperturbável e indiferente às emoções alheias face ao seu embotamento psicoemocional. Essa disfunção neurocognitiva provoca um egocentrismo patológico no seu portador, fazendo-o buscar a satisfação dos seus interesses sórdidos. O psicopata se encontra em todas as camadas sociais. Constitui família e, não raras vezes, desfruta de significativos atributos pessoais. Ele tem consciência das suas capacidades e da vulnerabilidade emocional de suas vítimas, por isso as manipula para delas se aproveitar. Utiliza-se dos seus predicados para ludibriá-las, conjugando, por exemplo, dotes intelectuais, profissionais ou artísticos, com um desequilíbrio real de afetividade. Por isso, o sociopata é incapaz de se colocar no lugar do outro, de sentir afeto e emoção, de modo que o sofrimento alheio não lhe diz respeito. Por causa dessa dinâmica neurocognitiva, ele não relaciona as suas palavras às suas emoções. Daí a impossibilidade de o psicopata se deprimir ou possuir baixa auto-estima. Ele fala qualquer coisa, envolve pessoas, mas permanece alheio àquelas emoções provocadas nos outros. Investigações etiopatogênicas mostram que os sintomas dessa psicopatologia se manifestam ao longo da vida pessoal. Eles se iniciam na infância, tonificam-se na adolescência e perpassam a vida adulta. O distúrbio pode ser abúlico, amoral, astênico, compulsivo, delinquente, explosivo, fanático, hipocondríaco, histérico, inadaptável, inseguro, ostensivo, sexual, dentre outros. Os perfis leve e moderado de gravidade do distúrbio, se identificados precocemente, podem ter o seu avanço impedido por meio de regras OM 8
educacionais e religiosas, podendo ou não a modulá-los. O perfil severo é incorrigível e, se a pessoa tiver traços perversos e indômitos, pode evoluir para o canibalismo, dentre outras degenerescências. Na infância, essa neuropatogia se manifesta por meio de alterações comportamentais perceptíveis: afeição a brigas, às intimidações, às humilhações e à violência física contra amigos e a pequenos animais; assédio psicológico; caráter dissimulado; desrespeito à autoridade dos pais e dos professores; desapego aos sentimentos familiares; fácil colerização; fúria incontrolável; imediatismo; indisciplina; mentiras contumazes; raivas gratuitas; reduzida tolerância à frustração; trapaças para obter vantagens em jogos pueris, dentre outras. A adolescência é o estágio em que esse desequilíbrio psicoemocional mais se evidencia. Potencializa-se pelos seguintes comportamentos: abandono frequente do lar; ausência de remorso por um erro praticado contra alguém e de empatia com os sentimentos alheios; baixo controle da impulsividade; comportamento fantasioso, buscando adaptar a realidade à imaginação; exacerbado zelo com os interesses pessoais e nenhum com os alheios; fascínio pelo poder, daí a busca por profissões que “trazem” autoridade; incapacidade de elaborar sentimentos nobres; iniciação ao uso das drogas; insensibilidade emocional; megalomania; mitomania; prática de atos de vandalismo; procura de excitação; propensão a falecer prematuramente por meios violentos; rebeldia; sexualidade exaltada; trapaças pelo prazer, para citar alguns. Esse embotamento psíquico, no adulto, mantém uma cadência comportamental, sendo: agressões diversas; ausência de alucinações, de ansiedade, de baixa auto-estima, de delírios, de depressão, de neuroses, de sentimentos éticos e altruístas; chantagem emocional; desembaraço comportamental; dificuldades conjugais face à promiscuidade sexual; dificuldade para construir e manter amizades; estilo de vida parasita; frieza e calculismo ao se comportar; incapacidade de se responsabilizar por suas ações, em especial pelos compromissos financeiros e morais; inconstância nos empregos; loquacidade; manipulação de estados mentais alheios para alcançar o que se deseja; obsessão pelas mais variadas fantasias; prática de crimes bárbaros; quando pais, eles utilizam os filhos para alcançar seus objetivos, não lhes respeitando as escolhas; reduzida intuição; violência doméstica; voz monocórdica; vivência isolada e, quando realizada em grupo, procura lhe exercer o domínio. O Direito brasileiro não considera esse distúrbio uma doença para os fins de exculpar o seu portador. Se o psicopata cometer ilícito, civil ou penal, será responsabilizado. Ele tem a capacidade de entender - libertas intellectus – e a de se determinar – libertas propositi – sobre o ato que pratica, apesar de não se autodeterminar com relação às emoções face aos deficits neurocognitivos existentes no lobo frontal. Tem, portanto, hígida a sua curvatura cognitiva e a exata consciência do seu comportamento anormal, não apresentando deficiência algorítmica. Em função dessa desorganização afetivo-emocional, ele tem a sua própria lógica, “definindo” o que é lei, o certo e o errado, no seu mundo distorcido. Ele consegue maquiar a sua índole infratora. Cesare Lombroso (1835-1909), estudando antropologia criminal, etiquetou essa neuropatologia como oriunda de um determinismo
SOCIOPATIA OM
biológico. Brilhantemente, em parte, acertou! Nessa linha de raciocínio, indaga-se: a pessoa nasce criminosa? Sim, o psicopata é o exemplo e, ao mesmo tempo, a exceção. Seguramente, alguns crimes violentos são praticados por ele, como: brutalidade sexual, corrupção, crueldade, depravação, homicídios em escala (atos praticados pelos serial killers), latrocínio, liderança de crimes organizados, rituais de sadismo, sequestros, terrorismo, torturas, tráfico e vício em drogas, além de muitos outros. Os serial killers, particularmente, são criminosos capazes de atos brutais, de mutilações e de pura maldade, enfim, de atos incompreensíveis. Em busca do seu objetivo mórbido, às vezes com carisma e charme fatais, têm a necessidade incontrolável de matar, além de sentirem prazer com o sofrimento da vítima. Os seus cérebros não têm respostas emocionais, pois é reduzida a atividade neural no córtex pré-frontal. Além da ausência das emoções primárias (amor ao próximo, empatia e piedade), não possuem emoções secundárias (ansiedade, alterações do ritmo cardíaco, calafrios, medo, respiração ofegante e transpiração alterada), face à inativação do sistema nervoso simpático. Nem todos os psicopatas são criminosos e a recíproca é verdadeira. A maioria deles não é violenta e se comporta dentro de padrões estreitos de tolerabilidade face às trágicas consequências psicológicas e financeiras provocadas nas suas vítimas. Na senda criminal não há alcance psicológico se o sociopata for apenado. Ele não possui conexões cerebrais necessárias para associar a reprimenda que cumprir à eliminação do comportamento ilícito, apesar de dimensionar, subjetivamente, o dolo e a culpa. Noutra verve, ele sabe que o seu comportamento é errado, mas, face à baixa atividade neural nos lobos frontais, ele não consegue atingir um significado mais profundo de seu comportamento ilícito. Por causa dessa síndrome ele é incapaz de aprender, de se intimidar e de modificar a sua atitude com a pena que cumprir! Daí as reincidências criminais. Na esfera cível, de igual modo, não há resultado efetivo e, condenado a indenizar a vítima, ele continuará agindo pernosticamente face à sua insuficiência afetivo-emocional.
Como a arqueologia do saber envolve multifacetários vieses, estudos filogenéticos do distúrbio, aliados aos recentes avanços de investigação neurológica, por meio de imagens por ressonância nuclear magnética funcional (IRMf), têm permitido melhor análise da fisiologia cerebral. O IRMf atua medindo as oscilações do fluxo sanguíneo cerebral, obtendo imagens com alta resolução espacial e temporal. Esse instrumento consegue, em tempo real, precisar o nível de conexão ou de repulsão emocional da pessoa perante um estímulo visual. Um exemplo interessante e atual da performance do IRMf é o detector de mentiras. Como mentir exige esforço cerebral, esse esforço provoca um aumento do fluxo sanguíneo em determinada área cerebral e, por isso, é denunciado pelo IRMf. Essa circunstância mostra que a pessoa submetida ao IRMf está mentindo! Ou seja, ele registra e quantifica a atividade cerebral, da cognição ao comportamento. Com ele, pode-se examinar o campo magnético do tecido neural ao rastrear as ondas cerebrais em tempo real, gerando imagens em qualquer plano. Assim, foi possível mapear, topograficamente, os cérebros de alguns psicopatas. Descobriu-se que eles têm menor atividade cerebral nas áreas envolvidas no julgamento moral, possuindo alterações homeopáticas na sua arquitetura cerebral. Além da constatação dessas discrepâncias
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OM SOCIOPATIA
morfológicas, localizaram-se as regiões onde residem as deficiências. Essas notáveis descobertas permitem intervenções farmacológicas para atenuar, modular ou eliminar o distúrbio. Possibilitam, ainda, estimular as regiões cerebrais específicas para se alterar comportamentos, face à neuroplasticidade cerebral. É possível, também, microcirurgias neurofrontotalâmicas. As tentativas de tratamento – e aqui se incluem as terapias – nem sempre potencializam efeitos concretos, pois os sociopatas não lhes são responsivos. Pesquisas pós-modernas sugerem multideterminados e importantes fatores responsáveis por esse embotamento psicoemocional. Dentre eles se destacam os sociais (extrínsecos – maus tratos na infância, traumatismo cranioencefálico). Sabe-se, também, que lesões no lobo frontal podem apagar as conexões cerebrais que definem os comportamentos coerentes, provocando perda do auto-controle, impulsividade e violência. Destacam-se, ainda, os fatores biológicos (intrínsecos – causas psicogênicas, doenças mentais, forças neurobiológicas, do amor ao vício, tumores cerebrais) e os fatores genéticos (genótipo). Estes fatores, isolados ou em conjunto, e aqui se inclui o poliformismo (variação fenotípica num grupo, seja ou não com fundo genético), provocam alterações na capacidade de julgamento da pessoa. Os fatores genéticos, entretanto, prevalecem sobre os epigenéticos, pois se vinculam à manutenção do código vital pela transmissão bioquímica dos caracteres hereditários, de modo que filhos de psicopatas têm cinco vezes mais chances de desenvolver o mesmo distúrbio. Apesar disso, a etiologia desse distúrbio neurocognitivo merece esclarecimentos, mesmo em se tratando de uma referência nosológica que sempre interessou aos neurocientistas. OM 10
O Brasil, na contramão de países mais bem sedimentados culturalmente, ainda não elaborou procedimentos capazes de identificar os portadores dessa síndrome e ajudá-los por intermédio de um planejamento institucional, inclusive de lhes obstar o ingresso em determinadas profissões. Esse embotamento neurocognitivo é complexo e muito mais grave do que se imagina, pois, além do rastro de destruição e desalento deixado por seus portadores, é crescente em todos os tecidos sociais. Eis aí outro desafio a ser ultrapassado pelas ciências!
PSYCHOSOCIAL OM
The other side his epiphenomenon is a severe neurocognitive dysfunction, forcing the person to behave contrary to social standards. It is a morbid variation of personality, a deformation of the moral qualities of character. This disorder is psycho synonymous of anti-social personality or dissociative. Its existence came a long way with humanity and its concept is recent and achieves a greater or lesser extent, the world population at a rate of 4%.Therefore, one in every hundred people has neuropathology. Of this percentage, 1% is female and 3% of the opposite sex, semiological difference needs further clarification. That neurocognitive dysfunction is defined by the World Health Organization (WHO) and labels the International Classification of Diseases (ICD). The orbital frontal cortex and prefrontal cortex, brain areas that modulate the moral judgments and the limbic system, responsible for the scope and adequacy of emotions and feelings, will host the emotional-affective blunting. The deficiency of the cerebella tonsils, the most important organ of the limbic system, by connecting with the brain hemispheres, triggers sociopathy. In establishing the connections between the tonsils and the frontal lobes by means of electromagnetic impulses, occurs a deficit in their transferring and, given the low neural activity in the lobes by the tonsils’ hypofunctions, draws up a logical behavior, but devoid of feelings. There is not, therefore, a perfect harmony between the emotions produced in the limbic system
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and its reasonableness, formed in the frontal lobes, the brain area that governs the conscious behavior. This impaired neurocognitive, besides of inactivating the sympathetic nervous system, relieves the embarrassment of moral behavior conducted in sharp contrast behavior that is acceptable. Faced with the neurologic insufficiency, the persons does not elaborates feelings such as altruism, love towards others, compassion, guilt, empathy, gratitude, sympathy or shame, and therefore does not establish emotional relationship with others. Notice what this means! The semiology of neurocognitive dysfunction is established by the absence of a neurocognitive pro-social behavior, because the psychic mechanism of its carrier differs from that of a normal person, placing it outside the neurocognitive balance. The sociopath is incapable of emotion, learn from experience and prevent their asocial impulses, even though these conformations vary among affected individuals, because of the lack of ethical trial. He does not process emotional stimulus and therefore are not entangled in a transpersonal legacy. It is therefore untroubled and indifferent to others’ emotions in relation to their psycho-emotional blunting. This neurocognitive dysfunction leads to a pathological egocentricity in its bearer, causing him to seek satisfaction of their sordid interests. The psychopath is in every social economic class. Constitutes family and, often, enjoys significant personal attributes. He is aware of their capabilities and 11 OM
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the emotional vulnerability of his victims, so he handles to take advantage of them. He uses his predicates to deceive them, combining, for example, intellectual gifts, professional or artistic, with an imbalance of real affection. Therefore, the sociopath is incapable of putting himself on his victim’s shoes, to feel affection and emotion, so that the suffering of others does not concern him. Because of this dynamic neurocognitive, he does not link his words to his emotions. He talks about anything, involving people, but remains alien to those emotions provoked in others. The symptoms of psychopathology manifest during a person’s life. They begin in childhood, tone up and run through adolescence to adulthood. The disorder may be apathetic, amoral, asthenic, compulsive offender, explosive, fanatic, hypochondriac, hysterical, unadaptable, insecure, ostensibly, sexual, among others. The profiles of mild and moderate severity of the disorder, if identified early, could be prevented its advancement through educational and religious rules, or not coming to modulate them. The severe profile is incorrigible if the person has evil traits and indomitable, can develop into cannibalism, among other degeneracies. In childhood, this neuropathology manifests by noticeable behavioral changes: the affection fights, the intimidation, the humiliation and physical violence against friends and small animals, mobbing, disguised character; disrespect the authority of parents and teachers, detachment family feelings; easy persuasion; uncontrollable rage; immediacy; indiscipline; habitual lies, angriness with no reason, low frustration tolerance, cheating to gain advantages in childish games, among others. Adolescence is the stage where this psycho emotional imbalance becomes more evident. Potentiates by the following behaviors: frequent abandonment of home, absence of remorse for a mistake committed against someone and empathy with the feelings of others, low impulse control, fantasy behavior, trying to adapt reality to the imagination; exaggerated zeal with personal interests and none with others; fascination with power, hence the search for jobs that “have” authority, inability to develop noble sentiments; initiation of drug use, emotional insensitivity, megalomania; OM 12
mythomania; practice of acts of vandalism, looking for excitement, likely to die prematurely by violent means, rebellion, sexuality exalted, cheats for pleasure, and to name a few. This psycho numbing in an adult, maintains a cadence behavior as follow: several attacks, absence of, hallucinations, anxiety, low selfesteem, delusions, depression, neurosis, and feelings of ethical and altruistic emotional blackmail, clearance behavioral, marital difficulties in the face of sexual promiscuity; difficult to build and maintain friendships; parasite lifestyle, cold and calculating approach to behave; inability to take responsibility for their actions, particularly the moral and financial commitments; inconstancy in jobs; loquacity; manipulation of mental states of others to achieve what is wanted, obsession with varied costumes; practice of barbaric crimes, when parents they use their children to achieve their goals, not respecting their choices, reduced insight, domestic violence, monotone voice; experience isolated and, when done in groups, seeking to exercise domain. The Brazilian law does not consider this disorder a disease. If the psychopath committees unlawful, civil or criminal, shall be held responsible. He has the ability to understand - libertas intellectus - and to determine - libertas propositi - the act of practicing, though not self-determinate regarding to their feelings against the existing neurocognitive deficits in the frontal lobe. Therefore has its curvature healthy cognitive and accurate awareness of their abnormal behavior, showing no algorithmic deficiency. Depending on how the affective-emotional clutter, it has its own logic, “defining” what is law, right and wrong in their distorted world. He can make up their infringing nature. Cesare Lombroso (1835-1909), studying criminal anthropology, tagged this neuropathology coming from a biological determinism. Brilliantly partly right! In this line of reasoning, we look into: a person is born a criminal? Yes, the psychopath is an example and at the same
PSYCHOSOCIAL OM time, the exception. Sure, some violent crimes are committed by him, such as: sexual brutality, corruption, cruelty, depravity, murder on the scale (acts committed by serial killers), larcenies, leadership of organized crime, ritual sadism, kidnapping, terrorism, torture, trafficking and drug habits, and many others. Serial killers, in particular, are criminals capable of brutal acts of mutilation and pure evil, ultimately, incomprehensible acts. In pursuit of its morbid goal, sometimes with fatal charm and charisma, have the uncontrollable urge to kill, and feel pleasure in the suffering of the victim. Their brains do not have emotional responses, because the reduced functioning in the prefrontal cortex. Besides the absence of primary emotions (love to others, compassion and empathy), have no secondary emotions (anxiety, changes in heart rate, shivering, fear, panting and sweating as amended) are not triggered by the sympathetic nervous system. Not all psychopaths are criminals and the reverse is true. Most of them are not violent and behaves within the narrow standards of tolerability. Following on a criminal matter there is no psychological approach if the sociopathic convict. He has no brain connections needed to link the reprimand to removal of the offending conduct, despite sizing, subjectively, deceit and guilt. In another verve, he knows that his behavior is wrong, but, given the low neural activity in the frontal lobes, he fails to reach a deeper meaning of the unlawful conduct that he practices. For that neurocognitive dysfunction is unable to learn, to be intimidated and change his attitude to comply with the convicttion. Hence the criminal recidivism. In the civil sphere, similarly, there is no effective result, and ordered to indemnify the victim, he will continue acting pretentious given to his affective-emotional failure. As the archeology of knowledge involves multidimensional biases, phylogenetic studies of the disorder, combined with recent advances in neurological research, using functional magnetic resonance imaging (fMRI) have allowed for better analysis of brain physiology. In the pendulum, the fMRI works by measuring the oscillations of cerebral blood flow. This scientific instrument can, in real time, measure the level of emotional connection or emotional repulsion of a person before a visual stimulus. An interesting example and present of the performance of fMRI is the lie detector. As lying requires cerebral effort, this effort will lead to increased blood flow in certain brain area and, therefore, is denounced by fMRI. This fact shows that the person submitted to fMRI is lying! That is, it quantifies and records brain activity, of the cognitive behavior. With it you can examine the magnetic field of neural tissue, tracking brain waves in real time, generating images in any plane. Thus it was possible to map, geographically, the brains of a few psychopaths. It was discovered that they have less brain activity in areas involved in judging moral, physical conformation possessing a slightly difference from that of a normal person. In addition to finding these morphological changes were localized to regions where the weaknesses lie. These remarkable discoveries allow pharmacological interventions to alleviate, modulate or eliminate the disorder. It also allows stimulating specific brain regions to alter behavior in the face of brain neuroplasticity. It is also possible
neurofrontotal창micas microsurgery. Attempts of treatment - and included here are the therapies - not always potentiate specific effects, because sociopaths are not responsive to them. Postmodern researches suggest multidetermined factors responsible for this psycho-emotional blunting. Among them we highlight the social (extrinsic - childhood maltreatment, traumatic brain injury). We also know that lesions in the frontal lobe may erase the brain connections that define the behaviors consistent, producing abnormal behaviors, loss of selfcontrol, impulsivity and violence. Remarkable, yet, the biological factors (intrinsic - psychogenic causes, mental illness, neurobiological forces, love addiction, brain tumors) and genetic factors (genotype). These factors, singly or together, including the polymorphism (phenotypic variation in a group, whether or not genetic background), cause changes in the ability to judge the person. Genetic factors, however, outweigh epigenetic because they are bound to maintain the code for vital biochemical transmission of hereditary traits, so that the children of psychopaths are five times more likely to develop the same disorder. Nevertheless, the etiology of this disorder deserves neurocognitive explanations, even when dealing with a nosologic reference that always interested to neuroscientists. Brazil, in the opposite way of countries more culturally established, has not yet developed procedures to identify psychopaths and help them through an institutional planning, including prevent them the entry into certain professions. This neurocognitive blunting is complex much and more serious than we think, because, besides the trail of destruction and despair left by its patients, is increasing in all social classes. Here is another challenge to be overcome by science! 13 OM
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L'autre face et épiphénomène est une grave dysfonction récognitif, qui rend la personne concernée se comporter contrairement aux structures sociales. C’est une variation morbide de la personnalité, ainsi qu’une déformation des qualités morales du caractère.Ce trouble psychotique est synonyme de personnalité antisocial ou dissociable. Son existence suit l’humanité et son concept est assez récent. Cela atteint, en moyenne, proportionnellement 4% de la population mondiale. Autrement dit, une parmis cent personne est atteint de cette neuropathologie. Cela dit, 1% du sexe féminin et 3% du sexe masculin, différence sémiologique qui doit être clarifié. Cette entité nosologie est défendue par l’Organisation Mondial de la Santé(OMS) et étiquette de la Classification Internationale des Maladies (CIM). Le cortex frontalière et le cortex pré frontal, aires encéphaliques qui intègrent au jugement moral et le système limbique, responsable pour l’amplitude et pertinences des émotions et des sentiments, logent cette thermogène affective et émotionnelle. Le déficit de l’amygdale, organe le plus important du système limbique, Lorsqu’il se communique avec les hémisphères cérébraux, il déclenche ce qu’ont appellent la sociopathie. En établissant des liens entre l’amygdale et les lobes frontaux, par moyen d’impulsions électromagnétiques, il arrive un déficit conjonctif et tenu compte de la faible activité de neuronale dans les lobes par l’hyperfonction
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amygdale, crée un comportement logique, mais dépourvu de sentiments. Cela dit, il n’y a pas une syntonie entre les émotions crées dans le système limbique et le caractère raisonnable, formée dans les lobes frontaux, l’aire cérébrale qui réagit au comportement contiens. Ce syndrome, même qu’il inactive le système nerveux sympathique, et également il soulage la contrainte du comportement moral, en contraste frappant avec celle acceptable. Face à l’insuffisance neurologique, la personne ne ressent pas des sentiments comme l’altruisme, l’amour du prochain, la compassion, la culpabilité, l’empathie, la gratitude, la solidarité ou la honte et pour cela, n’arrive pas à établir des relations émotionnels au prochain. Observez, pourtant, ce que cela veut dire! La sémiologie de cet entité nosologique est établie par l’absence d’un comportement neurocognitif pro-social, car le mécanisme psychique de son porteur vient d’une personne normal, située à la marge de l’équilibre neurocognitif. Le sociopathe est incapable de s’émouvoir, d’apprendre avec l’expérience ou encore de contrôler ses impulses asociales, meme si ces symptômes varient entre les personnes touchées, car il en manque le jugement éthique. Le sociopathe n’a pas des stimuli émotionnels et, ceci dit, il ne porte pas un héritage trans-personnelle. Pourtant, il est imperturbable et indifférent aux émotions des autres face à son émousser psycho-affectif.
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Ce dysfonctionnement neurologique provoque un égocentrisme pathologique, ce qui fait chercher sans cesse la satisfaction de ses intérêts sordides. Le psychopathe se trouve en toutes échelles sociales. Il constitue sa famille et, souvent, il profite des attribues personnels. Il reconnait ses capacités et sa vulnérabilité émotionnel de ses victimes, c’est pour cela qu’il les manipules pour tirer partie de ses victimes. Utilisant de ses prédicats pour les trompés, par exemple, il utilise des astuces intellectuelles, professionnels ou artistiques, avec un déséquilibrage réel d’affectivités. Donc, pour cela, le sociopathe est incapable de se mettre à la place de quelqu’un d’autre, de ressentir affection ou émotion, de façon que la souffrance des autres ne lui regarde pas. A cause de cette dynamique neurocognitif, il ne lie pas ses paroles à ses émotions. Cela explique l’impossibilité du psychopathe se déprimer ou avoir une faible estime de soi. Il raconte n’importe quoi, implique des personnes, mais il ignore ce que les autres peuvent ressentir. Des investigations étiopathogéniques démontrent que les symptômes de cet psychopathologie se déclenchent au long de la vie personnel. Cela commence a débuter à l’enfance, augmente à l’adolescence et imprègne à la vie adulte. La perturbation peut être aboulique, amorale, asthénique, délinquants, compulsifs, explosive, fanatique, hypocondriaque, hystérique, inadaptables, précaire, flagrante, sexuelle, entre autres. Les profils de gravité léger ou modéré de cet perturbation identifiés au début peuvent avoir être stoppés par des règlements éducationnels et religieux, qui peuvent être efficaces. Le profil sévère est incorrigible et, si la personne avoirs l’air pervers et indomptable, peut évoluer à un cannibalisme ou d’autres dégénérescences. A l’enfance, cet neuropathologie se manifeste par des altérations comportementaux perceptibles affection à des bagarres, des menaces, à
l’humiliation et à la violence physique à des amis ou à des petits animaux; le harcèlement psychologique; le caractère dissimulé; le non respect à l’autorité des parents et des professeurs; détachement des sentiments familiaux, en se mettant en colère; rage incontrôlable; immédiateté; indiscipline; mensonges; rages gratuites; réduite tolérance à la frustration; triches pour obtenir des avantages en jeux puérils entre autres. L’adolescence est le stade où ce déséquilibre psycho-émotionnel se met en évidece. En suivant les comportements suivants: l’abandon fréquent de la maison; l’absence de remords du tort causé contre une personne et l’empathie avec les sentiments des autres; faible contrôle des impulsions, le comportement, la fantaisie, en essayant d’adapter la réalité à l’imagination; exacerbée zèle avec ses intérêts personnels et aucun avec ceux des autres; fascination pour le pouvoir, d’où la recherche d’un emploi qui “fait” autorité; incapacité à développer des sentiments nobles; initiation à l’usage de drogue, l’indifférence affective; mégalomanie; mythomanie, la pratique d’actes de vandalisme, à la recherche de l’excitation; susceptibles de mourir prématurément par des moyens violents: la rébellion, la sexualité exaltée, recherche pour plaisir, pour nommer quelques-uns. Cet engourdissement psychique, l’adulte tient un comportement cadence, comme: des agressions à tout genre, absence d’hallucinations, d’anxiété, faible estime de soi, idées délirantes, la dépression, la rage, les sentiments éthiques et altruistes, chantages affectifs, le contrôle de comportement ; difficultés conjugales à l’encontre de la promiscuité sexuelle, de la difficulté à établir et maintenir des amitiés; mode de vie parasite froid et calculateur de se comporter, l’incapacité d’assumer la responsabilité de leurs actes, en particulier sur les engagements moraux et financiers, des emplois inconstance; loquacité, la manipulation des états mentaux d’autrui pour obtenir ce qu’il veut; obsession pour les costumes différents, la pratique des crimes barbares, autant que parents, ils utilisent leurs enfants pour
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atteindre leurs objectifs, en ne pas respectant leurs choix, la perspicacité réduite, la violence domestique, la voix monotone, le convive isolée lorsqu’ils sont dans les groupes, cherche a exercer son domaine. La loi brésilienne ne considère pas ce trouble d’une maladie pour innocenter le coupable. Si le psychopathe commet un délit illicite, criminelles ou civiles, il sera décrété responsable. Il a la capacité de comprendre - libertas intellectus – et de se déterminer - libertés proposition - par rapport l’acte qu’il pratique, même s’il ne s’auto mobilise par rapport les émotions face aux déficits neurocognitifs existant à lobe frontal. Il est, donc, en bonne santé sa courbure et sa conscience cognitive exacte de son comportement anormal, sans carence en algorithmique. En fonction de sa courbure et de sa conscience cognitive de ses comportement anormal, sans carence en algorithmique. Conformément à ce fouillis affective et émotionnelle, il a sa propre logique, “définir” ce qui est droit, bien et mal dans leur monde déformé. Il peut faire pour leur caractère fautif. Cesare Lombroso (1835-1909), en étudiant l’anthropologie criminelle, neuropathologie que étiquetés comme provenant d’un déterminisme biologique. Brillamment, en partie, il avait raison. Dans cette ligne de raisonnement, on se questionne: une personne peut être criminel? Oui, le psychopathe est un exemple et en même temps, l’exception. Bien sûr, certains crimes violents sont commis par lui, tels que: la brutalité sexuelle, la corruption, la cruauté, la dépravation, l’assassinat en échelle (actes commit par des tueurs en série), vol simple, leader de la criminalité organisée, le sadisme rituel, l’enlèvement, le terrorisme, la torture, le trafic de drogues et de toxicomanies, et d’autres. Les tueurs en série, en particulier, les criminels OM 16
sont capables de commettre des actes brutaux de mutilation et de malheur, enfin ils sont capables de commettre des actes incompréhensibles. En recherchant ses objectifs morbide, par fois avec charisme e charme, il ressent une envie incontournable de tuer, et il ressent du plaisir envers la souffrance de ses victimes. Son cerveau ne répond pas émotionnellement, car l’activité neuronale dans le cortex pré frontal. Et encore l’absence des sentiments primaires ( l’amour du prochain, l’empathie et la pitié), et aussi des sentiments secondaire ( l’anxiété, altérations du rythme cardiaque, frissons, peur, halètement et transpiration alternée), face à l’inactivation du système nerveux sympathique. Ce n’est pas tous les psychopathes qui sont des criminels et cet réciproque est vraie. La plupart d’entre eux ne sont pas violents et se comporte dans les normes de tolérance étroite avec les conséquences tragiques psychologique et financier causé à leurs victimes. A la voie pénale il n’y existe pas de psychologique si le sociopathe est condamné. Son cerveau n’a pas de connexion nécessaire pour relier la réprimande à l’élimination d’un comportement illégal, en dépit de la taille, subjectivement, la tromperie et la culpabilité. Dans un autre verve, il sait que son comportement est mauvais, mais, en sachant de sa faible activité de neurones dans les lobes frontaux, il ne parvient pas à un sens plus profond de son comportement illicite.Parce que ce syndrome, est incapable d’apprendre, de se laisser intimider et changer d’attitude pour se conformer avec sa punition! D’où la récidive criminelle. Dans le domaine civil, il n’y a pas de résultat efficace, et condamné à indemniser sa victime, il continuera d’agir prétentieux étant donné son incapacité affective et émotionnelle. Comme l’archéologie du savoir implique de multiples facettes, les études phylogénétiques de la maladie, conjuguée aux progrès récents de la recherche neurologique, à travers des images en imagerie par résonance magnétique fonctionnelle (IRMf) ont permis une meilleure analyse de la physiologie du cerveau L’IRMf fonctionne en mesurant les oscillations du débit sanguin cérébral. L’IRMf a un dispositif qui peut, en temps réel, préciser le niveau de lien affectif ou le refoulement d’une personne devant un stimulus visuel. Une performance intéressante du IRMf par exemple et courant est le détecteur de mensonge. Par exemple mentir exige un effort cérébral, cet effort conduit à augmenter le flux sanguin
PSYCHOPATHIE OM dans la zone spécifique du cerveau et, par conséquent, est dénoncé par l’IRMf. Ce fait démontre que la personne soumise à l’IRM f est en train de mentir! Autrement dit, il enregistre et quantifie m’activité cérébral, de la cognition au comportement. Avec cela, vous pouvez examiner le champ magnétique de tissu neural pour suivre les ondes cérébrales en temps réel, la création d’images dans n’importe quel plan. De cette façon il a été possible de cartographier, géographiquement, le cerveau de quelques psychopathes. Il s’est avéré qu’ils ont moins d’activité du cerveau dans des domaines impliqués dans les jugements moraux, ayant changements homéopathiques dans l’architecture du cerveau. En plus de trouver ces discrepancias morphologique, nous avons trouvé aussi les régions où se situent les défaillances. Ces découvertes remarquables permet de faire des intervestigations pharmacologiques pour soulager, moduler ou d’éliminer ce désordre. Permettent également de stimuler certaines régions du cerveau à modifier les comportements face à la neuroplasticité du cerveau. Nous permettent également de faire des microchirurgies neurofrontotalamiques. Les tentatives de traitement - et inclus ici sont les thérapies - pas toujours potentialiser les effets spécifiques parce qu’elles ne sont pas sensibles sociopathes. La recherche postmoderne suggère des raisons multidimensionnelles pour ce psycho matité. Parmi eux, nous mettons en évidence la vie sociale (extrinsèques - la maltraitance des enfants, traumatisme crânien). Nous
savons aussi que des lésions dans le lobe frontal peut effacer les connexions du cerveau qui définissent le comportement approprié, causant une perte de maîtrise de soi, l’impulsivité et la violence. Remarquable, également, les facteurs biologiques (intrinsèque - causes psychogènes, la maladie mentale, les forces neurobiologique, la dépendance à l’amour, les tumeurs cérébrales) et les facteurs génétiques (génotype). Ces facteurs, seuls ou ensemble, et cela inclut le polymorphisme (variation phénotypique dans un groupe, avec ou sans bagage génétique), entraînent des changements dans la capacité à juger la personne. Les facteurs génétiques, cependant, l’emportent sur l’épigénétique, car ils sont obligés de maintenir le code de transmission biochimique esse ntiel des caractères héréditaires, de sorte que les enfants des psychopathes sont cinq fois plus susceptibles de développer la même maladie. Néanmoins, l’étiologie de cette maladie mérite des explications neurocognitifs, même lorsqu’il s’agit d’une référence nosologique qui a toujours intéressés à neuroscientifiques. Le Brésil, dans le mauvais sens par rapport d’autres pays plus établie culturellement n’a pas encore élaboré de procédures permettant d’identifier les patients atteints de ce syndrome et les aider à travers une planification institutionnelle, y compris leur empêcher l’entrée de certaines professions. Il s’agit d’émousser complexe et neurocognitives beaucoup plus grave que vous le pensez, car, en outre des traces de destruction et de désespoir laissés par ses patients, est en augmentation dans tout les tissues sociaux! Voici un autre défi à relever par la science! KLÉBER OLIVEIRA VELOSO Pós-doutor em Direito Penal pela Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), Brasil. Doutor e Mestre em Direito Penal pela Universidade de Barcelona, Espanha. Especialista em Direito Penal e em Direito Processual Penal pela Universidade Federal de Goiás (UFGO), Brasil. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Brasil. Diretor Editorial da Revista Odisseia da Medicina. Membro das Comissões do MEC/SESu/INEP para avaliação, autorização, supervisão, credenciamento e reconhecimento dos cursos de graduação e de pós-graduação em Direito, Brasil. Membro Fundador da Academia Goianiense de Letras. Escritor. Professor. Post-doctor in Criminal Law by the Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brazil. PhD and Master of Criminal Law by the University of Barcelona, Spain. Specialist in Criminal Law and Criminal Process by University Federal of Goiás, Brazil. Graduated in Law by the Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Brazil. Publisher of the Magazine Odisseia da Medicina. State Committee member of MEC/SESu/INEP for evaluation, authorization, oversight, accreditation and recognition of undergraduate and graduate in law, Brazil. Founding Member of the Academia Goianiense de Letras. Writer. Professor. Post-docteur en Droit Pénal pour l'Université Fédérale de Santa Catarina (UFSC), Brésil. Docteur et Maître dans le Droit Pénal pour l'Université de Barcelone, l'Espagne. Spécialiste dans le Droit Pénal et dans Droit Procédural Pénal pour l'Université Fédérale de Goiás (UFGO), Brésil. Diplômé en Droit pour l'Université Catholique Papale de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Brésil. Directeur Éditorial de la Revue Odisséia de la Médecine. Membre des Commissions de MEC/SESu/INEP pour évaluation, autorisation, surveillance, accréditation et reconnaissance des formations diplômantes et de master en Droit, Brésil. Membre Fondateur du Monde universitaire Goianiense de Lettres. Auteur. Professeur.
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Efeitos e sintomas da privação do exercício físico Effects and symptoms of deprivation of physical exercise review Hanna Karen Moreira Antunes • Felipe Lopes Terrão • Marco Túlio de Mello osso objetivo foi revisar os efeitos e sintomas desenvolvidos durante a privação do exercício físico, principalmente em praticantes com dependência de exercício físico e com transtorno de imagem corporal, por meio de revisão sistemática. Foram utilizados artigos científicos disponíveis na base de dados do Pubmed, Scienc Direct, Cochrane, Ebsco Host, Ingenta Connect e Scopus, além de livros sobre o tema, sendo o período limitado de 1970 a 2009. Como critérios de inclusão foram utilizados trabalhos com na temática privação de exercício tanto em dependentes como em não-dependentes e estudos com essa metodologia. Assim, foram selecionados 63 trabalhos, sendo 4 livros e 59 artigos científicos. Os estudos encontrados demonstraram que a privação do exercício físico é um fator determinante para o surgimento de alterações negativas no dependente de exercício físico, tanto em um contexto fisiológico (tolerância, limiar de dor) quanto psicológico (ansiedade, depressão, irritabilidade). Além disso, há relatos de que o surgimento dessas alterações ocorre em ambos os gêneros e após 24-36 horas sem essa prática. Nessa linha de raciocínio, o Indivíduo com transtornos de imagem corporal também pode desenvolver alterações fisiológicas e psicológicas negativas semelhantes às desenvolvidas pelo dependente
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ur objective was to review the effects and symptoms developed during exercise deprivation, mainly in people with exercise dependence and body image disorder, through a systematic literature review. Articles available at the following databases were used: Pubmed, Science Direct, Cochrane, Ebsco Host, Ingenta Connect and Scopus, as well as books on the subject, limiting the studied period to 1970-2009. Inclusion criteria were works on the theme of exercise deprivation both in dependent and non-dependent individuals and studies with that methodology. Thus, 63 items, of which 4 books and 59 scientific papers, were selected. The analyzed studies demonstrated that physical exercise deprivation is a determining factor for the onset of negative changes in people dependent on physical exercise, both physiologically (tolerance, pain threshold) and psychologically (anxiety, depression, irritability). Furthermore,there are reports that the onset of these changes occurs in both genders and after 24-36 hours without exercise. In this line of reasoning, individuals with body image disorders may also develop negative physiological and psychological changes similar to those developed by the exercise dependent during deprivation, since physical exercise is used in individuals with body image disorders, to gain or lose body mass, in an attempt to attenuate
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OM ENDOCRINOLOGIA Endocrinology de exercício físico durante a privação, já que o exercício físico é utilizado pelo praticante com transtorno de imagem corporal para ganho ou perda de massa corporal na tentativa de amenizar a insatisfação com a própria aparência física. Como conclusão é possível afirmar que a privação do exercício físico colabora para o surgimento e desenvolvimento de variáveis fisiológicas e psicológicas negativas.
Fundamentação Classicamente tem sido demonstrado na literatura cientifica que a prática regular do exercício físico proporciona inúmeros benefícios, entre eles, podemos citar melhoras nos aspectos fisiológicos relacionados aos sistemas cardiorrespiratório, muscular, endócrino e nervoso. Além desses benefícios, a esfera psicológica também é beneficiada por essa prática, com evidentes impactos nos fatores psicobiológicos refletidos por uma redução de escores indicativos de depressão e ansiedade, melhora da função cognitiva, resultando em uma melhor qualidade de vida. Mesmo considerando tais benefícios, um corpo de evidências tem apontado que, quando praticado de forma compulsiva, o exercício físico pode acarretar em alterações negativas. Tal compulsão pode ser referida como uma necessidade incontrolável de se exercitar, o que está relacionado com a existência de uma condição conhecida como dependência de exercício físico. Uma vez impedido de realizar essa atividade, o mesmo pode desenvolver diversas alterações negativas tanto do ponto de vista fisiológico quanto psicológico. O primeiro relato sobre os efeitos da privação do exercício físico data da década de 70 e já demonstrava alterações nos estados de humor com o desenvolvimento de diferentes sintomas8. Em estudos posteriores, mesmo utilizando metodologias e populações distintas, também observou-se o desenvolvimento de sintomas tanto físicos quanto psicológicos em praticantes que foram privados do exercício físico. Nessa linha de raciocínio, conhecer tais sintomas pode contribuir para identificar o nível de dependência e auxiliar no controle da compulsão pelo exercício físico. Portanto, este artigo tem como objetivo abordar os principais efeitos e sintomas desenvolvidos durante a privação do exercício físico.
Material e métodos O estudo constituiu-se como uma revisão sistemática sobre os efeitos e sintomas da privação do exercício físico. Foi utilizando como fonte de pesquisa livros relacionados com o assunto e artigos científicos específicos disponíveis e indexados pela base de dados PubMed ISI e Medline, Scienc Direct, Cochrane, Ebsco Host, Ingenta Connect e Scopus, no período de 1970 a 2009. Foram utilizados trabalhos publicados em inglês e/ou português, e na busca bibliográfica foram utilizados os seguintes descritores: “exercise deprivation”, “overtraining”, “exercise dependence”, “exercise withdrawal”, “exercise addiction”, utilizando-se os boleanos específicos destas bases a fim de obter diversos arranjos de busca, maximizando tanto a abrangência quanto a qualidade da pesquisa. OM 20
dissatisfaction with their physical appearance. In conclusion, it is possible to say that deprivation of physical exercise contributes to the emergence and development of negative physiological and psychological variables.
Rationale Classically, it has been shown in scientific literature that regular physical exercise provides numerous benefits, such as improvements in physiological systems related to the cardiorespiratory, muscular, endocrine and nervous systems.1 Besides these benefits, the psychological aspect is also benefited by this practice, with obvious impacts on psychobiological factors reflected by a reduction of scores indicative of depression and anxiety, and improvements in cognitive function, resulting in an improved quality of life. Even considering such benefits, a body of evidence has been indicating that, when practiced compulsively, exercise may result in negative changes. Such compulsion can be referred to as an uncontrollable urge to exercise, which relates to a condition known as physical exercise dependence. Once prevented from performing this activity, the individual can develop several negative changes, both physiological and psychological. The first report on the effects of exercise deprivation date from the 1970s and already demonstrated mood changes with the development of different symptoms. Later studies, even when using the different methodologies and populations, also found the development of both physical and psychological symptoms in individuals who had been deprived of physical exercise.6,9 Taking that into account, understanding these symptoms may help to identify the level of dependence and help to control the compulsion to exercise. Therefore, this article aims to address the main effects and symptoms developed during physical exercise deprivation.
ENDOCRINOLOGIA Endocrinology OM A seleção dos artigos teve como critérios de inclusão: (a) pesquisas com privação de exercício físico em não-dependentes de exercício físico e em dependentes de exercício físico; (b) estudos que usaram como metodologia a privação de exercício. Não foram considerados estudos envolvendo animais de experimentação, nem aqueles desenvolvidos por dissertações e teses, sendo essa a nossa limitação. Através dos descritores acima citados, foram encontrados 3053 artigos científicos, dos quais 123 foram elegíveis para compor a presente revisão. No entanto, 60 trabalhos não dispunham de informações relacionadas aos sintomas e efeitos da privação do exercício, desta forma, para a composição final foram utilizados 63 trabalhos, sendo 4 livros e 59 artigos científicos (sendo 12 artigos de revisão e 47 artigos originais).
O primeiro relato sobre a privação do exercício físico O primeiro relato realizado sobre privação do exercício físico foi feito por Baekeland, em 19708. Nesse estudo, o autor tinha como objetivo examinar os efeitos de um mês de privação do exercício físico no padrão de sono e bem-estar psicológico de sujeitos fisicamente ativos, no entanto, ele encontrou uma grande dificuldade em recrutar corredores voluntários que se exercitavam de cinco a seis dias por semana e que estivessem dispostos a se privar da prática do exercício físico por um mês. Tal dificuldade permaneceu mesmo quando foi oferecido incentivo financeiro aos voluntários, sendo possível incluir no estudo, apenas indivíduos que corriam regularmente de três a quatro dias por semana. Durante o período de um mês de privação do exercício físico, esses participantes relataram redução no bem-estar psicológico, apresentando durante a privação, diversos sintomas como: aumento de tensão, aumento no número de despertares durante o sono, tensão sexual e ansiedade. Essa dificuldade encontrada pelo autor e o questionamento do porque algumas pessoas se recusavam a ficar sem realizar exercícios físicos mesmo quando oferecido incentivo financeiro, foi o ponto elementar dos estudos que envolvem dependência e privação de exercício físico, e representam à base de todas as pesquisas que se seguiram desde então, o que caracteriza um marco da linha de pesquisa sobre a privação do exercício físico.
Sintomas e efeitos da privação do exercício físico em dependentes e não-dependentes A prática de exercício físico regular produz resultados positivos que são refletidos tanto na esfera fisiológica quanto psicológica, entretanto, a privação dessa atividade resulta em alterações negativas que comprometem as esferas mencionadas e a qualidade de vida. Essas alterações estão relacionadas ao desenvolvimento de sintomas e sensações negativas que podem resultar em alterações de comportamento, alterações fisiológicas e distúrbios de humor durante a retirada desse comportamento compulsivo, sendo mais evidente em praticantes que apresentam características de dependência de exercício físico. Antes de descrever os efeitos da privação
Material and methods The study was established as a systematic review on the effects and symptoms of physical exercise deprivation. The following were used as sources: books on the subject and specific scientific papers available and indexed on PubMed ISI and Medline, Scienc Direct, Cochrane, Ebsco Host, Ingenta Connect and Scopus, from 1970 to 2009. Papers published in English and/or Portuguese were used, and for the bibliographic search the following keywords were used: “exercise deprivation”, “overtraining”, “exercise dependence”, “exercise withdrawal”, “exercise addiction”, using specific Boolean for these bases in order to obtain various arrangements and maximize both the scope and the quality of the search. Article selection followed the inclusion criteria: (a) research with physical exercise deprivation in physical exercise non-dependent and dependent individuals, (b) studies that used exercise deprivation methodology. Animal studies were not considered, nor were those developed for dissertation or thesis, being that our limitation. Through the above mentioned keywords, 3053 papers were found, of which 123 were eligible for this review. However, 60 studies had no information related to symptoms and effects of exercise deprivation, so 63 works, being 4 books and 59 scientific articles (including 12 review articles and 47 original articles) were used for the final composition.
First report on physical exercise deprivation The first report on physical exercise deprivation was done by Baekeland in 1970. In the study, the author aimed to examine the effects of a month of physical exercise deprivation on sleep patterns and psychological well-being of physically active subjects. However, he found great difficulty in recruiting volunteer runners who exercised five to six days per week and who were willing to abstain from physical exercise for a month. This difficulty remained even when financial incentives were offered to volunteers, and only individuals who regularly ran three to four days a week 21 OM
OM ENDOCRINOLOGIA Endocrinology could be included in the study. During a month of exercise deprivation, the participants reported a reduction in psychological well-being, experiencing various symptoms during deprivation, such as increased tension, increased number of awakenings during sleep, sexual tension and anxiety. This difficulty faced by the author and the attempt to understand why some people refused to go without physical exercise even when offered a financial incentive was the basic point of studies involving dependence and lack of exercise, and represents the basis for all research that ensued. It represents a landmark for the research on physical exercise deprivation.
Symptoms and effects of physical exercise deprivation in dependent and non-dependent no praticante com dependência de exercício físico é importante conceituar esse comportamento para possibilitar um melhor entendimento de como a prática compulsiva dessa atividade pode influenciar no comportamento psicosocial desse indivíduo. A dependência de exercício físico é definida como “uma ânsia de atividade física que resulta em uma necessidade de se exercitar incontrolável e que se manifesta no comportamento fisiológico e/ou sintomas psicológicos”, podendo ser caracterizada como uma obsessiva e doentia preocupação com o exercício físico15, no entanto, as suas causas ainda não são bem descritas. Apesar disso, sabe-se que é um comportamento multifatorial, podendo torna-se um fator determinante no comportamento já que o seu praticante desenvolve uma incontrolável necessidade de se exercitar, independentemente dos problemas, tanto da ordem social, profissional, comportamental e fisiológica. Baseados nessa temática, Antunes e cols16, em seu estudo com corredores de aventura, observou que eles apresentavam escores de dependência de exercício físico, mas não apresentaram indicativos relacionados a alterações do estado de humor, o que corrobora com o estudo de Rosa e cols., que também não encontrou diferenças nesse parâmetro antes e após a realização de um teste de esforço realizado até a exaustão máxima, utilizando nesse estudo voluntários dependentes de exercício físico, não dependentes de exercício físico e sedentários, sugerindo não ter existido alterações de humor nos grupos estudados. É importante considerar que a dependência de exercício físico pode ocorrer sob duas perspectivas, à primeira conhecida pelo termo “positive addiction”, que descreve que o praticante de exercício físico utiliza essa ferramenta sempre com doses maiores para referir sensações de euforia e bem-estar18, e a segunda, conhecida pelo termo “negative addiction”, que se contrapõem à primeira, onde o praticante pode aumentar a prática de exercício físico com o intuito de diminuir as sensações de angústia, ansiedade, depressão e irritabilidade. No estudo de Antunes e Rosa, a amostra não foi privada de exercício físico, o que potencialmente implicaria no surgimento de sintomas negativos de humor, além de colaborar com a compreensão do grau de dependência de exercício físico, o que poderia justificar os resultados encontrados pelos autores. OM 22
The practice of regular exercise produces positive re¬sults that have both physiological and psychological impact. However, the deprivation of this activity results in negative changes that impairs physiological and psychological aspects and the quality of life.9 These changes are related to the development of symptoms and negative feelings that may result in behavioral changes, physiological changes, and mood disorders during withdrawal of the compulsive behavior, being more evident in individuals who present the characteristics of physical exercise dependence.9-12 Before describing the effects of deprivation in individuals with physical exercise dependence it is important to conceptualize this behavior to enable a better understanding of how the compulsive practice of this activity can influence the psychosocial behavior of that individual. Physical exercise dependence is defined as “a craving for physical activity that results in an uncontrollable need to exercise and that manifests itself in physiological behavior and/or psychological symptoms”.6,13,14 It can be characterized as an obsessive and unhealthy concern with physical exercise,15 however, its causes are not well described. Nevertheless, it is a multifactorial behavior and may become a determining factor in behavior, as the individual develops an uncontrollable need to exercise, regardless of social, professional, behavioral and physiological problems.6,13,14 Based on this, a study by Antunes et al16 with adven¬ture racers, noted that they had exercise dependence scores, but did not present indications of mood changes, which is consistent with the study by Rosa et al., which also found no differences in this parameter before and after performing an exercise test until maximum exhaustion. This suggests that there were no mood changes in the groups studied,17 as the study used volunteers who were: physical exercise dependent, non-dependent, and sedentary. It is important to consider that exercise dependence may occur from two perspectives, the first known by the term “positive addiction,” which describes that the individual uses the exercise as a tool with increasing doses to obtain feelings of euphoria and well-being18, and the second is known by the term “negative addiction”, which is opposed to the first, and where the individual may increase physical activity in order to lessen feelings of distress, anxiety, depression and irritabi¬lity.19 In the studies by Antunes16 and Rosa17 the sample was not deprived of exercise, which would potentially involve the emergence of negative mood symptoms, as
ENDOCRINOLOGIA Endocrinology OM Parece de fato que os sintomas da dependência de exercício físico estão intimamente relacionados com a privação dessa atividade. Isso parece ser mais evidente quando observamos os critérios descritos para caracterizar a dependência do exercício físico, entre estes estão alguns relacionados com a privação do exercício físico, tais como: • Sintomas de abstinência relacionados a transtornos de humor (irritabilidade, depressão, ansiedade, etc.), quando interrompido a prática de exercícios físicos; • Alívio ou prevenção do aparecimento da síndrome de abstinência por meio da prática de exercícios físicos e rápida reinstalação dos padrões prévios de exercícios; • Sintomas de abstinência após um período sem prática de exercícios fisicos. Hausenblas e cols., em seu estudo analisaram as possíveis variações diurnas em relação aos seus estados de humor durante a privação do exercício físico. Os autores observaram que os voluntários com menores níveis de dependência de exercício físico quando privados, não desenvolveram alterações nos estados de humor que pudessem ser expressos por escores elevados nessas medidas, entretanto, os voluntários com maiores níveis e sintomas de dependência do exercício físico apresentaram maiores alterações nessa mesma variável na mesma circunstância, desenvolvendo um comportamento similar aos dias em que não houve prática de exercício físico20. Resultados como estes evidenciam que os efeitos fisiológicos e psicológicos que ocorrem durante a privação do exercício físico podem contribuir para identificar componentes da dependência de exercício físico. O estudo Clássico de Sachs & Pargman, relata que o surgimento dos sintomas da privação em dependentes de exercício físico, ocorre no intervalo de 24-36 horas sem essa prática, sendo evidenciado pelos seguintes por: ansiedade, agitação, culpa, irritabilidade, tensão e desconforto. Já, o estudo de Mondin e cols. apontam que durante o período de 24-48 horas de privação do exercício físico já é possível observar o desenvolvimento de distúrbios de humor e diminuição do vigor. Além dessas alterações desenvolvidas pela privação do exercício físico, alguns estudos apontam que muitas vezes o praticante de exercício físico com compulsão por essa atividade pode realizar duas ou mais sessões de treinamento por dia para atenuar ou diminuir os sintomas negativos, podendo o excesso de treinamento contribuir para o surgimento do overtraining, nessa linha de raciocínio, quando o praticante dependente de exercício físico é impedido da realização sua atividade ele pode desenvolver sintomas e alterações fisiológicas e psicológicas negativas. A partir disso, é possível hipotetizar que o surgimento do overtraining em dependentes de exercício físico pode contribuir para agravamento dos sintomas relacionados com alterações de comportamento, alterações fisiológicas e distúrbios de humor, quando o praticante dependente de exercício físico apresenta sintomas de overtraining, e consequentemente tem que interromper a pratica de exercício físico. É importante mencionar que estudos na temática dependência de exercício físico e privação têm sugerido que os sintomas observados com a falta de exercício físico parecem ser semelhantes aos sintomas
well as helping to understand of degree of physical exercise dependence, and that could justify the results found by the authors.9-11,20 It seems indeed that the symptoms of physical exerci¬se dependence are closely related to the deprivation of this activity. This seems to be more evident when we look at the criteria described to characterize physical exercise dependen¬ce, including a few related to exercise deprivation, such as: - Withdrawal symptoms related to mood disorders (irritability, depression, anxiety, etc.), when exercise is dis¬continued; - Relief or prevention of withdrawal syndrome onset by means of physical exercise and rapid resumption of previous exercise patterns; - Withdrawal symptoms after a period without physical exercise.14 In their study, Hausenblas et al. analyzed the possible diurnal mood variation during physical exercise deprivation. The authors observed that when deprived, volunteers with lower levels of exercise dependence did not developed mood changes that could be expressed by high scores on these mea¬surements. However, volunteers with higher levels and symp¬toms of physical exercise dependence showed higher changes in that variable under the same conditions, developing a beha¬vior similar to the days when there was no exercise training.20 Results like these show that the physiological and psychological effects that occur during physical exercise deprivation can help to identify components of exercise dependence.9,14,21
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OM ENDOCRINOLOGIA Endocrinology desenvolvidos durante a abstinência de uma substância viciante, sendo os mais evidentes: irritabilidade, ansiedade, depressão e culpa. Embora os efeitos da prática regular do exercício físico estejam envolvidos com melhoras do ponto de vista psicológico como diminuição da ansiedade, depressão e sentimentos de angústia, as evidências já comentadas mostram que a privação dessa atividade pode causar sintomas desagradáveis. Esses sintomas parecem permanecer mesmo quando distintas modalidades esportivas são observadas. Estudo com corredores tem demonstrado alterações de humor quando esses praticantes são privados de exercício físico29. Ainda com o foco nessa população, Anshel30, observou que corredores privados ou impedidos de realizar exercício físico, apresentavam sintomas como irritabilidade, frustração, culpa, depressão, problemas com o sono, problemas endócrinos, dor e tensão muscular. Já Szabo & Parkin31 analisando uma amostra de praticantes de arte marcial (Shotokan Karate) também puderam observar o surgimento de sintomas negativos durante um período de privação, como raiva, depressão, tensão, frustração, culpa, ansiedade, hostilidade, perturbação total do humor e a diminuição dos aspectos positivos, como vigor, alegria e felicidade. Os sintomas da privação também foram observados em participantes que realizavam modalidades como natação, ciclismo e corrida, o estudo foi realizado durante cinco dias, onde os participantes foram privados do exercício físico do segundo ao quarto dia e exercitaram-se no primeiro e no último dia do estudo. Os resultados revelaram que ocorreram alterações nos estados de humor com o desenvolvimento de sintomas como
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The classic study by Sachs & Pargman reports that the onset of deprivation symptoms on exercise-dependent indivi¬duals occurs 24-36 hours without the practice, and is shown by: anxiety, agitation, guilt, irritability, tension and discomfort.22 On the other hand, the study by Mondin et al. suggests that during the 24-48 hour period of exercise deprivation it is alre¬ady possible to observe the development of mood disorders and decreased vigor.23 In addition to these changes developed by physical exercise deprivation, some studies show that often the indi¬vidual with compulsion to exercise may perform two or more training sessions per day to ameliorate or diminish the negative symptoms, and excessive training may contribute to the emer¬gence of overtraining.24 Therefore, when the physical exercise dependent individual is prevented from training, he/she may develop negative physiological and psychological symptoms and changes.14 From this, it is possible to hypothesize that the emergence of overtraining in physical exercise dependent individuals may contribute to the worsening of symptoms related to changes in behavior, physiological changes and mood disorders, when the individual presents symptoms of overtraining, and needs to discontinue physical exercise. It is important to mention that studies on physical exercise dependence and withdrawal have suggested that the symptoms observed with lack of exercise appear to be similar to the symptoms developed during withdrawal of an addictive substance, and the most obvious include: irritability, anxiety, depression and guilt.6,25,26
ENDOCRINOLOGIA Endocrinology OM aumento de tensão, depressão, ansiedade e diminuição do vigor durante o período de privação23. Em relação aos gêneros, parece não haver consenso sobre a magnitude dos efeitos da privação. De acordo com Robbins & Joseph29, mulheres podem reportar mais dificuldade com o desenvolvimento de sintomas como, irritabilidade, frustração, culpa e depressão durante o período de privação do exercício físico, devido ao fato de utilizarem essa atividade para combater o estresse diário. Por outro lado, Crossman32 e cols., apontam que homens podem apresentam maiores desconfortos quando interrompem seus programas de treinamento. No entanto, outras pesquisas, apontam que ambos os gêneros podem apresentar diminuição dos aspectos positivos e aumento de sintomas negativos durante a privação do exercício físico. Muitas especulações têm sido feitas na tentativa de explicar os sintomas da privação. Berlin, Kop & Deuster34, em seu estudo utilizaram um grupo experimental formado por não dependentes de exercício físico que foram privados do exercício físico durante 7 dias, e observou os sintomas já descritos anteriormente. Os autores discutiram que talvez a relação entre a diminuição dos níveis de treinamento e a ocorrência dos sintomas depressivos desenvolvidos, poderia ser mediados em parte, por alterações fisiológicas e biológicas (como por exemplo, aumento de marcadores da coagulação e de inflamação). Em outro estudo do mesmo grupo, tentou-se comprovar a hipótese formulada anteriormente, para isso, os autores analisaram marcadores inflamatórios como: IL-6 (interleucina-6), proteína C-reativa, fibrinogênio e sICAM-1, e após 14 dias de interrupção da rotina de exercícios físicos, os autores não encontram alterações nos marcadores avaliados, o que levou a conclusão de que a privação do exercício físico pode resultar no desenvolvimento de alterações negativas de humor e fadiga, mas não em alterações nos marcadores inflamatórios. O fato de não haver indícios que suportem mudanças fisiológicas em marcadores inflamatórios com a privação de exercício físico, pode estar relacionado com inúmeros fatores, entre eles, o período de privação. De fato, existe uma grande diversidade de estudos que avaliaram o intervalo de privação, intervalo esse que vão desde um único dia podendo chegar até 30 dias. O estudo conduzido por Niven, Rendell & Chisholm36, avaliou as possíveis alterações de humor e insatisfação corporal em praticantes do gênero feminino durante um período de 72 horas de privação de exercício físico. Participaram deste estudo 58 mulheres, que se exercitavam pelo menos quatro vezes por semana. Após o período de privação, as voluntárias apresentaram indisposição e diminuição do bem-estar, além disso, esses sentimentos foram acompanhados de um aumento de tensão e insatisfação corporal. Alterações negativas de humor também foram observadas por Conboy quando o autor avaliou 61 corredores durante 10 dias de corrida e de 2 a 5 dias de privação do exercício físico. O que podemos perceber é que existe realmente uma grande variabilidade nos estudos, quando considerado o período de privação de exercício físico, o que como já comentado, pode justificar as diferenças entre os sintomas relatados. Classicamente o exercício físico é conhecido por conduzir a uma melhora da percepção dos níveis de dor e produzir alterações benéficas
Although the effects of regular physical exercise lead to psychological improvements, such as decreased anxiety, depression and feelings of anguish,27,28 the above mentioned evidence shows that deprivation of this activity can cause unpleasant symptoms. These symptoms seem to persist even when different sports are analyzed. A study with runners has shown mood changes when there is physical exercise depri¬vation.29 Also focusing on this population, Anshel30 noted that deprived runners or runners who were unable to exercise presented symptoms such as irritability, frustration, guilt, depression, sleep problems, endocrine problems, pain and muscle tension. Meanwhile, Szabo & Parkin31 analyzed a sam¬ple of martial artists (Shotokan Karate) and also able observed the onset of negative symptoms over a period of deprivation, such as anger, depression, tension, frustration, guilt, anxiety, hostility, total mood disturbance and a decrease in positive as¬pects such as vigor, happiness and joy. Deprivation symptoms were also observed in participants who practiced swimming, cycling and running; the study was conducted for five days, and participants were deprived of exercise from days 2-4 and exercised on the first and last days the study. The results re¬vealed that there were mood changes with the development of symptoms such as increased tension, depression, anxiety and a decrease in vigor during deprivation. In relation to gender, apparently there is no consensus on the magnitude of the effects of deprivation. According to Robbins & Joseph, women may report more difficulty with the development of symptoms such as irritability, frustration, guilt and depression during the period of exercise deprivation, due to the fact that they use this activity to combat daily stress. On the other hand, Crossman et al., suggest that men may have increased discomfort when they interrupt their training programs. However, other studies suggest that both genders may present a decrease of positive aspects and an increase of negative symptoms during exercise deprivation. Many speculations have been made in an attempt to explain the symptoms of deprivation. Berlin, Kop & Deuster34 used an experimental group composed by non-exercise depen¬dent individuals that were deprived of physical exercise for 7 days, and observed the previously described symptoms. The authors argued that perhaps the relationship between decre¬ased training and the onset of depressive symptoms could be partly mediated by physiological and biological changes (e.g., increased coagulation and inflammation markers). In another study by the same authors, the hypothesis was tested and inflammatory markers such as IL6 (interleucin-6), C-reactive protein, fibrinogen and sICAM-1 were analyzed. After 14 days of interruption of routine exercise, the authors did not find changes in those biomarkers, leading to the conclusion that physical exercise deprivation may result in the development of negative changes in mood and fatigue, but not in changes in inflammatory markers.35 The fact that there was no evidence to support physiological changes in inflammatory markers with physical exercise deprivation may be related to various factors, including the period of deprivation. In fact, there is a wide range of studies that evaluated the deprivation interval, ranging from a single day25 and going up to 30 days. The study by Niven, Rendell & Chisholm36 evaluated possible changes 25 OM
OM ENDOCRINOLOGIA Endocrinology no sistema imune, no eixo HPA e na função autonômica. Entretanto, após uma semana de privação do exercício físico foi encontrado aumento de sintomas como dor, fadiga e diminuição da atividade do eixo HPA7. Em outro estudo, Aidman & Woollard21, observaram o aumento da freqüência cardíaca de repouso em corredores de ambos os gêneros após o período de 1 dia de privação do exercício físico. Tal resultado permite a elucidação de um paradoxo bastante interessante quando pontuados benefícios da pratica regular de exercício físico quando contraposto ao impedimento do mesmo. Isso nos leva a questionar quais seriam os sistemas orgânicos mais sensíveis à privação, uma vez que estudos que avaliaram marcadores inflamatórios35, sistema nervoso autônomo e variabilidade da freqüência cardíaca não encontraram resultados e o estudo com modulação do eixo HPA7 e o estudo com freqüência cardíaca de repouso encontraram. É plausível que praticantes de exercício físico regular, dependentes ou não dependentes de exercício físico, quando privados de realizar sua atividade sofram uma experiência de perturbação dos seus estados de humor, sendo que o dependente enfrenta maiores dificuldades durante a privação. Entretanto, é possível que haja realmente pontos mais frágeis em relação ao desenvolvimento desses sintomas apresentados, no entanto os reais mecanismos envolvidos ainda permanecem pouco elucidados. No quadro 1 são apresentados os trabalhos que observaram os sintomas e efeitos da privação de exercício (ver quadro 1).
Limitações dos estudos sobre a privação do exercício físico A avaliação da dependência do exercício físico e consequentemente dos efeitos da privação do exercício físico podem ser realizadas através de medidas qualitativas (estudos de casos, entrevistas) e quantitativas (questionários de auto-relato que avaliam as possíveis alterações de comportamento e distúrbios de humor), no entanto, mesmo com a utilização dessas medidas, alguns autores apontam limitações nas metodologias utilizadas nas pesquisas.
in mood and body dissatisfaction in women during a 72-hour period of physical exercise deprivation. The study had 58 participants who exercised at least four times a week. After the deprivation period, the subjects felt indisposed and presented a decrease in well-being, and these feelings were accompanied by an increase in tension and body dis¬satisfaction. Negative mood changes were also observed by Conboy when the author evaluated 61 runners for 10 days of running and 2-5 days of physical exercise deprivation. A great variability in studies is in fact observed when the deprivation period is considered, which may explain the differences in reported symptoms. Classically, exercise is known to lead to an improved perception of pain levels and to cause beneficial changes in the immune system, HPA axis and autonomic function.38-40 However, after a week of physical exercise deprivation there were increased symptoms such as pain, fatigue and decreased activity of the HPA axis. In another study, Aidman & Woollard21 observed an increase in resting heart rate in runners of both genders after the period of 1 day of physical exercise deprivation. This result clarifies a very interesting paradox when the benefits of regular practice of physical exercise are opposed to its prevention. This leads to questions as to what are the most sensitive organ systems to deprivation, since studies evaluating inflammatory markers, autonomic nervous system and heart rate variability did not find results, while studies with HPA axis modulation7 and a study of resting heart rate did. It is plausible that people who practice regular physical exercise, dependent or not dependent on physical exercise, when prevented from performing physical activity suffer mood disturbance, while dependent individuals have the greatest difficulties during deprivation. However, it is possible that there in fact are weaker points as to the development of these symptoms, but the actual mechanisms involved remain poorly understood. Table 1 lists the studies that observed symptoms and effects of exercise deprivation (see Table 1).
Limitation of studies on the deprivation of physical exercise The assessment of physical exercise dependence and therefore the effects of physical exercise deprivation can be done through qualitative measures (case studies, interviews) and quantitative (self-reported questionnaires that assess pos¬sible changes in behavior and mood disorders)6,22,62,63. However, even with the use of these measures, some authors point to the limitations of research methodologies. On the deprivation of exercise, it is possible to list as limitation for the implementation of studies in this line, the lack of studies with primary dependent individuals (intrinsi¬cally motivated to perform physical exercise) and secondary (extrinsically motivated to perform physical exercise, being associated with eating and body image disorders),14,57 lack of control of possible diurnal mood variation during deprivation, difficulty in recruitment, the deprivation period to which the subjects will be exposed, the lack of deprivation studies with participants in their natural environment and the time
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ENDOCRINOLOGIA Endocrinology OM Sobre a privação do exercício físico, é possível listar como limitação para a implementação de estudos nessa linha, a falta de estudos com dependentes primários (motivado intrinsecamente a realizar o exercício físico) e secundários (motivado extrinsecamente a realizar o exercício físico, sendo associado inclusive a distúrbios alimentares e de imagem corporal), a falta de controle das possíveis variações diurnas em relação aos estados de humor durante a privação, a dificuldade de recrutamento, o período de privação a que o sujeito será exposto, falta de estudos de privação com participantes em seu ambiente natural e a época do estudo. Além disso, a dificuldade no recrutamento de participantes voluntários dificulta uma melhor analise dos efeitos da privação do exercício físico nos estados psicológicos e fisiológicos, já que a privação voluntária do exercício físico permitiria uma investigação mais sistemática da relação entre exercício físico e os sintomas relacionados com a privação do exercício físico. Limitações como essas, evidenciam como a concepção dos estudos sobre a privação do exercício físico é variada tornando difíceis as comparações entre os estudos, por exemplo, os participantes dos estudos variavam entre atletas e praticantes regulares de exercício físico. Portanto, um maior aperfeiçoamento dessas escalas ou o desenvolvimento de instrumentos mais sensíveis são necessários para que as investigações possam avançar nos estudos sobre a privação do exercício físico.
Conclusão De acordo com os estudos utilizados neste artigo de revisão, pode-se concluir que praticantes com dependência de exercício físico desenvolvem uma necessidade de se exercitar de forma incontrolável e obsessiva, e quando privados de realizar essa atividade desenvolvem diversas alterações negativas sobre os aspectos fisiológicos e psicológicos. Nessa mesma linha de raciocínio, praticantes com transtorno de imagem corporal também enfrentam grandes dificuldades durante a privação, já que utilizam o exercício físico para perda ou aumento do volume corporal, na tentativa de diminuir o seu sofrimento físico e psíquico já desenvolvido devido à distorção da própria imagem corporal. Dentro deste contexto, é importante salientar que as alterações psicológicas e fisiológicas desenvolvidas durante a privação do exercício físico podem aparecer após 24-48 horas de privação do exercício físico, onde tanto homens como mulheres desenvolvem sintomas semelhantes durante a privação do exercício físico. Outro aspecto importante encontrado nas pesquisas são as limitações metodológicas, como por exemplo, a dificuldade de recrutamento de voluntários, o período de privação, a utilização de voluntários dependentes e a falta de controle das variáveis circadianas. Onde, o controle dessas variáveis auxiliará na detecção de como a privação pode influenciar no funcionamento psicosocial. Finalmente, é possível concluir com base nos estudos encontrados nessa revisão que praticantes com dependência de exercício físico e/ou transtornos de imagem corporal durante a privação do exercício físico podem desenvolver alterações de comportamento, alterações fisiológicas e distúrbios de humor.
of study.11,19 Moreover, the difficulty in recruiting volunteer par¬ticipants hinders a better analysis of the effects of deprivation of physical exercise on physiological and psychological states, since the voluntary withdrawal of exercise would allow a more systematic investigation of the relationship between physical exercise and symptoms related exercise deprivation.9,11 Limitations such as these show how the design of stu¬dies on exercise deprivation is varied, making comparisons difficult between studies. For example, participants in the studies ranged between athletes and individuals who practiced regular exercise.19 Therefore, a further refinement of these scales and the development of more sensitive instruments are needed so that investigations can proceed in studies on exercise deprivation.24
Conclusion According to the studies used in this review, we can conclude that exercise dependent individuals develop an un¬controllable and obsessive need to exercise, and that when prevented from performing this activity they develop several negative changes on physiological and psychological aspects. Similarly, individuals with body image disorder also face great difficulties during deprivation, since they use physical exercise to increase or lose of body volume in an attempt to reduce their physical and psychic suffering developed due to body image distortion. In this context, it is important to note that psychological and physiological changes developed during physical exercise deprivation may appear after 24-48 hours of exercise depriva¬tion, and that both men and women develop similar symptoms during physical exercise deprivation. Another important aspect found in the researches are the methodological limitations, such as the difficulty to recruit volunteers, the deprivation period, the use of dependent volunteers and the lack of control of circadian variables. The control of these variables will assist in the detection of how deprivation may influence psychosocial functioning. Finally, we conclude on the basis of the studies in this review, that individuals with exercise dependence and/or body image disorders may develop behavioral changes, physiological changes and mood disorders during physical exercise deprivation. 27 OM
BRASILLEU GONÇALVES OM hematologia hematology Goiano de Trindade, nasceu no dia 20 de novembro de 1946. Desde criança, extremamente sensível, demonstrou ser criativo e de grande habilidade em tudo que faz, em especial com o pincel e as cores. Brasilleu começou a pintar ainda jovem e, atualmente, se dedica à pintura e ao ensino desse singular e árduo ofício. Entre telas e paineis, já finalizou mais de trezentas obras. Com mãos ávidas, Brasilleu imprime às suas telas um toque mágico de introspecção, com formas e movimentos de pessoas, surgindo, a partir daí, expressões visuais ricas de significado. As telas de Brasilleu são marcadas por tendências abstratas, destacando-se, porém, a figura humana. As suas obras se encaixam em diferentes estilos, pois têm traços intensos e precisos, cuja marca é, também, a observação do dia a dia. Com instinto infalível do belo, Brasilleu materializa refinadas telas, traduzidas por intermédio do seu vasto acervo artístico. As suas telas brindam a vida humana em movimento, onde Brasilleu alcança a expressão máxima do seu gênio criador. A transcendência da obra de Brasilleu tem o reconhecimento da crítica especializada. Cheio de vida, Brasilleu participa de salões de artes e vernissages, individuais e coletivos, além de ser celebrado
e premiado em vários concursos artísticos. As suas obras estão presentes em muitas galerias do Brasil. O Museu de Arte de Goiânia mereceu uma tela de sua autoria. A pintura de Brasilleu tem um traço clássico, estético, artístico e cultural, repleta de personalidade. É um pintor de extraordinário merecimento e muito importante para Goiás e para o Brasil, pois sabe que a arte existe para maravilhar as pessoas.
Vernissages e aquisição de telas Ateliê: + 55 62 8499.2475 E-mail: brasileu2009@gmail.com
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IMUNOLOGIA IMUNOLOGY OM
Descoberta sobre anticorpos pode levar à cura do resfriado Virus breakthrough raises hope over ending common cold ientistas britânicos dizem que uma mudança fundamental no entendimento de como o corpo combate infecções virais pode auxiliar o combate a doenças causadas por vírus, entre elas, o resfriado comum. Até hoje, especialistas pensavam que os anticorpos produzidos pelo organismo combatiam infecções virais bloqueando ou atacando os vírus fora das células. No entanto, pesquisadores do Conselho de Pesquisa Médica (MRC), na Grã-Bretanha, concluíram que os anticorpos podem penetrar nas células e lutar contra os vírus uma vez lá dentro.
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Antivirais Segundo um artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a descoberta pode abrir caminho para a criação de novas drogas antivirais. Os cientistas do Laboratório de Biologia Molecular do MRC, em Cambridge, Inglaterra, enfatizaram que serão necessários anos de trabalho e de testes para que sejam desenvolvidas novas terapias.
edical Research Council animation shows how the body fights viruses Scientists say they have made a landmark discovery which could pave the way for new drugs to beat illnesses like the common cold. Until now experts had thought that antibodies could only tackle viral infections by blocking or attacking viruses outside cells. But work done by the Medical Research Council shows antibodies can pass into cells and fight viruses from within. PNAS journal said the finding held promise for a new antiviral drugs. The Cambridge scientists stressed that it would take years of work and testing to find new therapies, and said that the pathway they had discovered would not work on all viruses.
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Fighting viruses Some antiviral drugs are already available to help treat certain conditions, like HIV. But viruses remain mankind’s biggest killer, responsible for twice 29 OM
OM IMUNOLOGIA IMUNOLOGY Eles também dizem que essa possível nova estratégia de combate não teria efeito sobre qualquer tipo de vírus. “Os vírus são os grandes matadores da humanidade em todo o mundo, matam duas vezes mais pessoas por ano do que o câncer”, disse à BBC o chefe da equipe, Leo James. Ele explicou que quando um paciente sofre uma infecção viral, como um resfriado, vai a um médico, não há muito que ele possa fazer. Antibióticos só são efetivos no combate a bactérias, não aos vírus. “Essa descoberta nos dá uma estratégia completamente nova para a criação de novos tipos de antivirais contra uma gama deles, como o do resfriado comum e o da gastrenterite”, disse o chefe da equipe, Leo James. “Claro que ainda é muito cedo, não vamos ter uma cura amanhã”, ressaltou. Embora o resfriado comum não tenha cura hoje, seus sintomas costumam desaparecer espontaneamente em até dez dias.
Novo paradigma Já há algumas drogas antivirais disponíveis para auxiliar o tratamento de certas doenças. Entre elas estão os medicamentos usados por portadores do vírus HIV. Mas as revelações feitas pela equipe do MRC transformam o pensamento científico anterior a respeito da imunidade do homem contra doenças provocadas por vírus. O estudo mostrou que os anticorpos podem entrar nas células e, uma vez lá dentro, desencadear uma resposta, auxiliada por uma proteína chamada TRIM21. Essa proteína empurra o vírus para dentro de um sistema de excreção usado pela célula para se livrar de materiais indesejados. Os pesquisadores verificaram que esse processo acontece rapidamente, normalmente antes que a maioria dos vírus tenha oportunidade de prejudicar a célula. Eles também descobriram que aumentar a quantidade de proteína TRIM21 nas células torna o processo ainda mais efetivo, o que aponta o caminho para a criação de drogas antivirais melhores. O vice-diretor do Laboratório de Biologia Molecular do MRC, Greg Winter, disse: “essa pesquisa não representa um avanço apenas na nossa compreensão de como e onde os anticorpos atuam, mas também no entendimento geral da imunidade e das infecções”. Fonte: BBC Brasil.
as many deaths each year as cancer, and are among the hardest of all diseases to treat. The new discovery by Dr Leo James and colleagues transforms the previous scientific understanding of our immunity to viral diseases like the common cold, ‘winter vomiting’ and gastroenteritis. It shows that antibodies can enter cells and that once inside, they then trigger a response, led by a protein called TRIM21.
Start quote Doctors have plenty of antibiotics to fight bacterial infections but few antiviral drugs” End Quote Dr Leo James Lead researcher at the MRC in Cambridge This protein pulls the virus into a disposal system used by the cell to get rid of unwanted material. The researchers found this process happens quickly, usually before most viruses have chance to harm the cell. And they discovered that increasing the amount of TRIM21 protein in cells makes this process even more effective, suggesting new ways of making better antiviral drugs. Dr James said: “Doctors have plenty of antibiotics to fight bacterial infections but few antiviral drugs. “Although these are early days, and we don’t yet know whether all viruses are cleared by this mechanism, we are excited that our discoveries may open multiple avenues for developing new antiviral drugs.” Sir Greg Winter, deputy director of the MRC Laboratory of Molecular Biology, said: “This research is not only a leap in our understanding of how and where antibodies work, but more generally in our understanding of immunity and infection.” Font: BBC-UK
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Proteína pode definir novo alvo para remédio contra Alzheimer Finding Suggests New Aim for Alzheimer’s Drugs um ano em que as novidades sobre o Alzheimer parecem se alternar entre esperançosas e desanimadoras, uma nova descoberta, realizada por um cientista de 84 anos, iluminou um novo caminho. O cientista, Dr. Paul Greengard, que recebeu um prêmio Nobel em 2000 por seu trabalho na sinalização de neurônios, ainda trabalha sete dias por semana em seu laboratório da Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, a dois quarteirões de distância de seu apartamento, para onde caminha levando seu velho cachorro, o Alpha. Ele se interessou pelo mal de Alzheimer há aproximadamente 25 anos, quando o pai de sua esposa ficou doente. A sua pesquisa é financiada por uma fundação filantrópica criada unicamente para permitir que ele estudasse a doença. Além das bolsas concedidas pelo governo federal, essa fundação foi a principal responsável por permitir a descoberta de uma nova proteína necessária na produção da beta amiloide, material da placa que se forma no cérebro das pessoas com Alzheimer. A descoberta, publicada pela revista Nature, revela um novo alvo potencial para medicamentos que, segundo a principal hipótese sobre a origem do Alzheimer, poderia desacelerar ou interromper os devastadores efeitos dessa doença incurável. O trabalho envolve experimentos em laboratório e estudos com ratos. Os resultados ainda estão bem longe dos consultórios e hospitais. Mas muitos
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n a year when news about Alzheimer’s disease seems to whipsaw between encouraging and disheartening, a new discovery by an 84-year-old scientist has illuminated a new direction. Paul Greengard with his dog Alpha. Dr. Greengard made a discovery that could help slow or stop the effects of Alzheimer’s. The scientist, Paul Greengard, who was awarded a Nobel Prize in 2000 for his work on signaling in brain cells, still works in his Rockefeller University laboratory in New York City seven days a week, walking there from his apartment two blocks away, taking his aging Bernese mountain dog, Alpha. He got interested in Alzheimer’s about 25 years ago when his wife’s father developed it, and his research is now supported by a philanthropic foundation that was started solely to allow him to study the disease. It was mostly these funds and federal government grants that allowed him to find a new protein that is needed to make beta amyloid, which makes up the telltale plaque that builds up in the brains of people with Alzheimer’s. The finding, to be published Thursday in the journal Nature, reveals a new potential drug target that, according to the prevailing hypothesis of the genesis of Alzheimer’s, could slow or halt the devastating effects of this now untreatable disease. The work involves laboratory experiments and studies with mice — it is far from ready for the doctor’s office. But researchers, still reeling from the announcement two weeks ago by Eli Lilly that its experimental drug turned out to make Alzheimer’s worse, not better, were encouraged.
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pesquisadores, ainda afetados pelas declarações feitas pelos responsáveis pelo laboratório Eli Lilly, afirmando que seu remédio experimental acabou piorando a doença, sentiram-se estimulados. “Esta é uma abordagem realmente nova”, afirmou o Dr. Paul Aisen, da Universidade da Califórnia, em San Diego. “O trabalho é muito sólido e convincente”. Aisen dirige um programa, financiado pelo Instituto Nacional do Envelhecimento, para conduzir testes para tratamentos de Alzheimer. Nos últimos anos, as pesquisas sobre Alzheimer explodiram. Agora, segundo Aisen, cerca de 200 artigos sobre o assunto são publicados semanalmente. Existem novos exames por imagens e outros testes, como a punção lombar, que buscam sinais da doença o mais cedo possível, permitindo aos pesquisadores testar medicamentos antes que os cérebros dos pacientes fiquem arruinados demais. Empresas estão testando cerca de 100 remédios experimentais que, segundo esperam, irão alterar fundamentalmente o curso do mal de Alzheimer. A maioria dos novos remédios foca numa enzima, a gama secretase, que recorta uma grande proteína para produzir a beta amiloide. O problema do Alzheimer é supostamente uma superprodução de beta amilóide. A proteína é produzida em cérebros saudáveis, mas segundo as conjecturas, em quantidades menores. Sua função normal é incerta, mas pesquisadores recentemente descobriram que a beta amiloide pode matar micróbios, indicando que ela poderia ajudar a combater infecções. Além de produzir a beta amiloide, porém, a gama secretase desempenha papeis cruciais em nosso corpo. Ela remove restos de proteínas deixados para trás, na superfície de células nervosas, e também é necessária para produzir outras proteínas - por isso, bloqueá-la completamente seria problemático. Muitos cientistas acham que o erro do medicamento de Eli Lilly, que, segundo pesquisadores, atacou a gama secretase com um martelo, foi interromper todas as suas funções. Outras empresas dizem que seus remédios experimentais são mais sutis, mas que ainda podem afetar os outros alvos da enzima. Greengard descobriu, porém, que antes mesmo de a gama secretase iniciar seu serviço, a proteína encontrada por ele, que ele chama de “proteína ativadora de gama secretase”, precisa dizer à enzima para produzir beta amiloide. E como essa proteína recém-descoberta é usada pela enzima OM 32
“This really is a new approach,” said Dr. Paul Aisen, of the University of California, San Diego. “The work is very strong, and it is very convincing.” Dr. Aisen directs a program financed by the National Institute on Aging to conduct clinical trials of treatments for Alzheimer’s disease. Over the past few years, research on Alzheimer’s has exploded. Now, Dr. Aisen said, about 200 papers on the subject are published each week. There are new scans and other tests, like spinal taps, to find signs of the disease early, enabling researchers to think of testing drugs before patients’ brains are so ravaged. And companies are testing about 100 experimental drugs that, they hope, will fundamentally alter the course of Alzheimer’s disease. Most of the new drugs focus on an enzyme, gamma secretase, that snips a big protein to produce beta amyloid. The problem in Alzheimer’s is thought to be an overproduction of beta amyloid — the protein is made in healthy brains but, it is thought, in smaller quantities. Its normal role is not certain, but researchers recently found that beta amyloid can kill microbes, indicating that it might help fight infections. But gamma secretase has crucial roles in the body in addition to making beta amyloid. It removes stubs of proteins left behind on the surface of nerve cells and is needed to make other proteins, so completely blocking it would be problematic. Many scientists think that was what went wrong with the Eli Lilly drug, which, researchers say, took a sledgehammer to gamma secretase, stopping all of its functions. Other companies say their experimental drugs are more subtle and targeted, but they may still affect the enzyme’s other targets. Dr. Greengard found, though, that before gamma secretase can even get started, the protein he discovered, which he calls gamma secretase activating protein, must tell the enzyme to make beta amyloid. And since that newly discovered protein is used by the enzyme only for beta amyloid production, blocking it has no effect on the other gamma secretase activities. It turns out that the cancer drug Gleevec, already on the market to treat some types of leukemia and a rare cancer of the digestive system, blocks that newly found protein. As a consequence, it blocks production of beta amyloid. But Gleevec cannot be used to treat Alzheimer’s because it is
NEUROLOGIA NEUROLOGY OM somente para a produção de beta amiloide, bloqueá-la não surtiria efeito sobre as outras atividades da gama secretase. Acontece que o remédio contra o câncer chamado Gleevec, já no mercado para tratar alguns tipos de leucemia e um raro câncer no sistema digestivo, bloqueia essa nova proteína. Como consequência, ele bloqueia a produção de beta amiloide. Mas o Gleevec não pode ser usado para tratar Alzheimer, pois ele é bombeado para fora do cérebro na mesma velocidade com que entra. Mesmo assim, segundo pesquisadores, deve ser possível encontrar medicamentos similares a esse, e que fiquem no cérebro. “Você poderia usar o Gleevec como uma molécula iniciadora”, disse Rudolph Tanzi, professor de neurologia e pesquisador de Alzheimer na Escola de Medicina de Harvard. “Você poderia alterar um pouco a estrutura e tentar opções, até acertar uma que faça o que o Gleevec faz sem ser expulso do cérebro. Isso é possível”. Recentemente, Greengard contou a história de sua descoberta. Ele se sentou numa cadeira marrom em seu escritório, no nono andar de um velho prédio de pedra da universidade meticulosamente ajardinada, vestindo um suéter amarelo, com gola em V, e sapatos pretos de solado grosso. O cachorro Alpha estava calmamente deitado aos seus pés. A assistente de Greengard pediu o almoço e melão enrolado em presunto; ravióli com recheio de pêra mascarpone e queijo pecorino; cerejas; e biscoitos. Mas Greengard, absorto na história de sua ciência, pediu que ela não entrasse com a comida. “Eu pensei, essa é uma doença simplesmente terrível e talvez eu possa fazer algo a respeito”, disse ele. Cerca de uma década atrás, Greengard e seus alunos de doutorado fizeram a primeira descoberta no caminho da nova proteína - eles receberam uma pista de que certos tipos de remédios poderiam bloquear a produção de beta amiloide. Assim, fizeram uma extensa análise de medicamentos que respeitavam esse critério e descobriram que um deles, Gleevec, funcionava. Ele interrompia completamente a produção de beta amiloide. Aquilo foi animador - até Greengard descobrir que o Gleevec era expulso do cérebro. Ainda assim, ele descobriu que inoculando o remédio diretamente dentro dos cérebros de ratos com genes de Alzheimer, a beta amiloide desaparecia. “Nós passamos os seis anos seguintes tentando desvendar como o Gleevec agia sobre a gama secretase”, explicou Greengard. Ele sabia, porém, que tinha algo importante nas mãos. “Eu tinha poucas dúvidas a esse respeito”, disse ele. “Quando tenho uma ideia, eu tenho fé nela, fé de que ela precisa estar certa”. O sistema que ele descobriu - a proteína ativadora de gama secretase - fazia sentido, afirmou Greengard. “A gama secretase pertence a uma família de proteínas chamada protease”, explicou. As proteases cortam as proteínas em moléculas menores. Muitas vezes, porém, as proteases não são muito específicas. Elas podem atacar muitas proteínas diferentes. “Obviamente, você não pode ter esse tipo de promiscuidade numa célula”, disse Greengard. Tem de haver algum tipo de controle sobre quais proteínas são partidas, e quando.
pumped out of the brain as fast as it comes in. Nonetheless, researchers say, it should be possible to find Gleevec-like drugs that stay in the brain. “You could use Gleevec as a starting molecule,” said Rudolph Tanzi, a neurology professor and Alzheimer’s researcher at Harvard Medical School. “You could change the structure a little bit and try analogs until you get one that does what Gleevec does and does not get kicked out of the brain. That’s possible.” On a clear, cool summer day last week, Dr. Greengard told the story of his discovery. He sat in a brown chair in his office on the ninth floor of an old stone building on the meticulously landscaped grounds of the university, wearing a soft yellow V-neck sweater and thick-soled black shoes. Alpha lay quietly at his feet. Dr. Greengard’s assistant ordered lunch — cantaloupe wrapped in prosciutto; ravioli filled with pears, mascarpone and pecorino Romano; cherries; and cookies. But Dr. Greengard, caught up in the tale of his science, asked her to hold off bringing in the food. “I thought, this is just a horrible disease and maybe there is something I can do about it,” he said. About a decade ago, Dr. Greengard and his postdoctoral students made their first discovery on the path to finding the new protein — they got a hint that certain types of drugs might block beta amyloid production. So they did an extensive screen of drugs that met their criteria and found that one of them, Gleevec, worked. It completely stopped beta amyloid production. That was exciting — until Dr. Greengard discovered that Gleevec was pumped out of the brain. Still, he found that if he infused Gleevec directly into the brains of mice with Alzheimer’s genes, beta amyloid went away. “We spent the next six years or so trying to figure out how Gleevec worked” on gamma secretase, Dr. Greengard said. He knew, though, that he was on to something important. “I had very little doubt about it,” he said. “If I have an idea, I have faith in it, that it must be right.” The system he discovered — the gamma secretase activating protein — made sense, Dr. Greengard said. “Gamma secretase belongs to a family of proteins called proteases,” he explained. Proteases chop proteins into smaller molecules. But often proteases are not very specific. They can attack many different proteins. “Obviously, you can’t have that kind of promiscuity in a cell,” Dr. Green33 OM
OM NEUROLOGIA NEUROLOGY Assim, continuou Greengard, “o que vimos foi que as proteases invariavelmente possuem proteínas de direcionamento, que as ajudam a decidir quais proteínas atacar”. Foi isso que ele descobriu: uma proteína direcionadora que coloca em movimento a atividade da gama secretase, o que gera a beta amiloide. Para testar essa descoberta, ele desenvolveu geneticamente um subgrupo de ratos que tinha um gene do Alzheimer, mas bloqueou o gene para a proteína ativadora de gama secretase. Os animais pareciam ser perfeitamente saudáveis. E eles não desenvolveram placas no cérebro. Para o Dr. Sangram S. Sisodia, pesquisador de Alzheimer da Universidade de Chicago, o experimento com os ratos foi essencial. “Aquela foi a prova de conceito”, disse ele. Aquilo significava que Greengard estava certo e a proteína recém-descoberta, quando bloqueada, não parece interferir com outras funções cruciais da gama secretase. “São ótimas notícias”, afirmou Sisodia. Quanto a Greengard, ele disse, “Eu não poderia estar mais animado. Estou certo de que haverá bastante entusiasmo na área”.
gard said. There has to be some sort of control over which proteins are cleaved, and when. So, Dr. Greengard said, “what evolved is that proteases invariably have targeting proteins that help them decide which proteins to go after.” That was what he had found: a targeting protein that sets in motion the activity of gamma secretase, which makes beta amyloid. To further test the discovery, he genetically engineered a strain of mice that had a gene for Alzheimer’s, but he blocked the gene for the gamma secretase activating protein. The animals appeared to be perfectly healthy. And they did not develop plaques in their brains. For Sangram S. Sisodia, an Alzheimer’s researcher at the University of Chicago, that mouse experiment was critical. “That was the proof of concept,” he said. It meant that Dr. Greengard was correct — the newly discovered protein, when blocked, does not seem to interfere with other crucial functions of gamma secretase. “That is good news,” Dr. Sisodia said. As for Dr. Greengard, he said, “I couldn’t be more excited. “I am sure there will be a fervor in the field.”
Fonte: The NewYork Times.
Fonte: The NewYork Times.
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Nutrindo as primeiras fases da vida Nurturing the early stages of life iZaara carValHo alVarenga lá, caro leitor, convido-o a um mergulho na área da alimentação, suas dicas e, principalmente, seus benefícios. Vamos abordar aqui um período da vida em que o papel da boa alimentação é de extrema importância. Trata-se do momento no qual nos formamos, crescemos e construímos nossos hábitos alimentares do período fetal à adolescência. Para começar, veremos como as futuras mamães devem se alimentar.
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Alimentação saudável na gestação. O bebê agradece! A nutrição desempenha papel fundamental na gestação, período este no qual a mulher, por dom de Deus, se torna responsável pela geração de uma nova vida. Está cientificamente comprovado que uma alimentação desequilibrada durante a gestação pode ser prejudicial à saúde, tanto da mãe quanto do feto. Para as futuras mamães, aí vai uma dica muito importante: ao planejar a gravidez, aproveite também para cuidar do seu peso, mulher com peso adequado será uma gestante saudável.
ello, dear reader, I invite you to dive in the area of food, your tips and especially its benefits. Let us turn to a sentence of life in which the role of good nutrition is of utmost importance. This is the moment when we become a fetus; we grow and build our eating habits of the fetal period to adolescence. To understand from the beginning, we’ll see how the moms should eat.
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If the mom eats healthy during pregnancy. The baby thanks! Nutrition plays key role in pregnancy, a period in which the woman, for the gift of God, becomes responsible for the generation of a new life. It is scientifically proven that an unbalanced diet during pregnancy may be harmful to the health of both mother and fetus. For moms, there is a very important tip: when planning a pregnancy, and take advantage to take care of their weight, women with adequate weight are healthy pregnant women. A pregnant woman should follow a balanced and varied diet, rich in fiber, fruits and vegetables. Also, should prioritize quality and not quantity. 35 OM
OM NUTRIÇÃO NUTRITION A gestante deve seguir uma dieta equilibrada e variada, rica em fibras, frutas, verduras e legumes. Deve priorizar a qualidade e não a quantidade.
Amamentação e seus benefícios ao bebê e à mãe A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o bebê deva receber exclusivamente leite materno até seis meses de vida. A introdução de alimentos complementares deve ser iniciada a partir daí, mantendo o aleitamento até os dois anos de idade, se possível. O leite materno é um alimento de grande complexidade biológica, sendo fonte de nutrientes que garantem o crescimento e desenvolvimento do bebê. O primeiro leite, chamado colostro, aparece por volta do 7º mês de gestação e apresenta aspecto mais espesso, pegajoso e coloração amarelada. É o mais completo como primeiro alimento para o bebê e possui grande número de substâncias que o protegem contra doenças. Pode-se dar a ele a denominação de primeira vacina natural. O leite materno contém todos os nutrientes que o bebê precisa nos primeiros seis meses de vida, pois tem água em quantidade suficiente. Mesmo em clima quente e seco, o bebê que mama apenas no seio não precisa nem de água. Contém, ainda, quantidades adequadas de proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, prevenindo o excesso de peso. É de fácil digestibilidade, sendo mais facilmente absorvido pelo bebê no ato de mamar do que aquele tomado na mamadeira. O leite materno contém endorfina, substância química que ajuda a suprimir a dor. Ele também possui anticorpos, leucócitos e outros fatores anti-infecciosos que protegem contra a maioria das bactérias e vírus. O leite materno está sempre pronto e na temperatura certa. Não se erra no preparo e nem há risco de contaminação. Nos bebês, o ato de sugar o seio é importante para o desenvolvimento
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Breastfeeding and its benefits to the baby and mother The World Health Organization (WHO) recommends that the baby should receive only breast milk until six months of life. The introduction of complementary foods should be started from there, keeping the breast up to two years of age, if possible. Breast milk is a food of great biological complexity and a source of nutrients to ensure growth and development of the baby. The first milk, called colostrums, appears around the 7th month of pregnancy and features look thicker, sticky and yellowish. It is the most complete as first food for baby and has a large number of substances that protect against diseases. You can give it the name of the first natural vaccine. Breast milk contains all the nutrients the babies need the first six months of life, it has enough water. And even that they live in hot or dry climate, they do not need water, for been breastfed. It also contains adequate amounts of protein, fats, vitamins and minerals, avoiding excess weight. It is easily digestible, more easily absorbed by the baby in the act of breastfeeding than that taken in the bottle. Breast milk contains endorphins, a chemical that helps suppress the pain. It also has antibodies, leukocytes and other anti-infective factors that protect against most bacteria and viruses. Breast milk is always ready and at the right temperature. There is nothing wrong in the preparation and there is no risk of contamination. In babies, the act of sucking the breast is important for the development of the jaw, teeth and facial muscles. It also contributes to other benefits, such as the proper development of speech. When the child sucks, the mother of the posterior pituitary is stimulated to produce the hormone oxytocin, which causes the contraction of the uterus, promoting their more rapid return to normal. Help the mother to return quickly to pre-pregnancy weight. It is estimated that a lactating woman spends more than 704 kcal / day. Studies have shown that women who breastfed more frequently and for longer had a lower risk of ovarian cancer and breast cancer. Breastfeeding increases the bond of affection mother and child, making the baby feel loved and safe. Actually, children who are breastfeed tend to be quieter and easier to socialize during childhood.
NUTRIÇÃO NUTRITION OM da mandíbula, dentição e músculos da face. Contribui, também, para outros benefícios, como o bom desenvolvimento da fala. Quando a criança suga, a hipófise posterior da mãe é estimulada a produzir o hormônio ocitocina, que provoca a contração do útero, favorecendo seu retorno mais rápido ao volume normal. Ajuda a mãe a voltar mais rápido ao peso pré-gestacional. Calcula-se que a mulher que amamenta gasta mais 704 kcal/dia. Estudos demonstraram que as mulheres que amamentaram com maior frequência e por mais tempo tiveram menor risco de câncer de ovário e de mama. A amamentação aumenta o laço afetivo mãe-filho, fazendo o bebê sentir-se amado e seguro. Crianças que mamam no peito tendem a ser mais tranquilas e mais fáceis de socializar-se durante a infância. Bebê amamentado, saudável e feliz cresce, e cresce rápido. Por isso, iremos falar um pouco sobre as crianças e os desafios dos pais para alimentá-las bem. Acredite, é possível!
Repensando a alimentação infantil Estudos mostram que as crianças brasileiras estão gordas como as americanas e anêmicas como as indianas. O Ministério da Saúde relata que uma em cada seis crianças encontra-se, pelo menos, 20% acima do peso ideal, e que a anemia já atinge metade das crianças brasileiras. A correria do dia-a-dia não permite aos pais dar a devida atenção à alimentação dos filhos, que passam a maior parte do dia fora de casa, realizando diversas atividades, o que é sinônimo de alimentação desregrada. Neste contexto, quem ensina a comer é a TV e os pais têm se deparado com um conflito: ou o filho não ganha peso ou ganha peso em excesso. A solução está na reeducação alimentar.
Alimentando a vida dos filhos Sabe-se que, na infância, são formados os hábitos alimentares. Por isso torna-se tão importante a educação alimentar neste período em que a criança considera os pais como seus heróis. É conhecido que a melhor forma de educação não acontece por meio de imposições, mas por meio de exemplos. Uma alimentação saudável na infância é garantia de saúde no futuro. Converse com o seu filho, explique a ele a importância de ter uma alimentação equilibrada. Ensine que cada alimento fornece um ou vários tipos de nutrientes e que são eles que dão saúde ao corpo e fornecem um desenvolvimento adequado. A indústria alimentícia vem crescendo aceleradamente. Junto com ela, a incidência de doenças. Aumentam os fast-foods, o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, tais como salgadinhos, batatas fritas, sanduíches, doces, guloseimas e refrigerantes, em detrimento do consumo de frutas e alimentos naturais. Tudo isto, associado ao estilo de vida inadequado, faz parte do cotidiano de adultos e das crianças também.
Babies breast-fed, healthy and happy grow, and they grow faster. So, we will talk a little about the children and the challenge of parents to feed them well. Believe me, it is possible!
Rethinking infant feeding Studies show that Brazilian children are fat as Americans and anemic as the Indian. The Ministry of Health reports that one in every six children is at least 20% above ideal weight, and that anemia has already reached half of Brazilian children. The rush of the day to day does not allow parents to give due attention to the feeding of children, who spend most of the day outside the home, performing various activities, which is synonymous with unbridled power. In this context, who teaches to eat is the TV and the parents have faced a conflict: either the child does not gain weight or gain weight in excess. The solution is in healthier food.
Feeding the lives of children It is known that in childhood are formed habits. So it is as important food education in this period when the child sees the parents as their heroes. However, it is also known that the best form of education does not happen by taxes but by example. A healthy diet in childhood is no guarantee of future health. So, talk to your child, explain to him/her the importance of having a balanced diet. Teach each food provides one or more types of nutrients and it gives health to the body and provide an appropriate development. The food industry has been rapidly growing. Consequently, along with this industry, the incidence of diseases grows too. There are increasing fast-foods, excessive consumption of foods rich in fats and sugars such as chips, crisps, sandwiches, pastries, sweets and soft drinks instead of fruit and natural foods. All this, coupled with inadequate lifestyle, is part of everyday life for adults and children alike. 37 OM
OM NUTRIÇÃO NUTRITION The Importance of nutrition in adolescence
A Importância da alimentação na adolescência A adolescência, que vai dos 10 aos 19 anos, constitui um período muito especial e de suma importância. É nesta etapa que se torna válida a frase: “adolescente que se alimenta bem, será um adulto saudável”. Todo jovem necessita de uma alimentação sadia e equilibrada, tanto em quantidade como em qualidade. O momento da alimentação precisa tornar-se prazeroso e fornecer combustível adequado para o crescimento e para a atividade muscular. A adolescência é conhecida e denominada como um período “conturbado”. Isto pelo fato de que, nesta fase entram em jogo as preocupações excessivas com o peso e a estética. Cabe aos pais conversar com os seus filhos, conhecendo-lhes os hábitos e as escolhas. A prática de atividade física prende-se, de maneira definitiva, à lista de atitudes para ter uma boa qualidade de vida, associada aos hábitos alimentares saudáveis. Atualmente, encontramo-nos inseridos numa sociedade em que ainda prevalecem o sedentarismo e a alimentação hipercalórica. Por isto, o cuidado deve ser redobrado. Os padrões alimentares dos jovens costumam ser caóticos. Eles tendem a omitir refeições, estabelecem associações distorcidas entre valores calóricos e nutritivos, além da frequência em fast-foods. A principal dúvida dos pais é como tornar as refeições mais atrativas e equilibradas, ao mesmo tempo. Os alimentos nutrem a vida e fazem com que a doença permaneça longe. Além disso, proporcionam qualidade de vida e alegria de viver, uma vez que fornecem nutrientes que nos mantêm vivos e essencialmente saudáveis. Abordando estas primeiras fases da vida, estamos lembrando que o exemplo e os hábitos começam cedo, mas perduram por toda a vida. Com saúde não se brinca. Portanto, leitores, dediquem-se na busca de uma vida pautada de qualidade alimentar e tenham sonhos tranquilos. Meus votos de saúde a alegrias! OM 38
The teens, ranging from 10 to 19 years, are very special and very important time in our lives. It is the step that validates the phrase “teenager, who eats well, will be a healthy adult.” Every couple needs a healthy and balanced diet, both in quantity and in quality. The moment of power must become enjoyable and provide adequate fuel for the growth and muscle activity. Adolescence is known and designated as a period “troubled”. This is because at this stage come into play excessive concerns with weight and aesthetics. That is why is very important that the parents talk to their children, knowing their habits and choices. We should not forget that the physical activity is connected, permanently, to the list of attitudes to have a good quality of life associated with healthy eating habits. Currently, we are inserted in a society that still prevailing sedentary lifestyle and high calorie food. Therefore, caution should be redoubled. The eating patterns of people tend to be chaotic. They tend to skip meals, provide distorted associations between nutritional and caloric values, and the frequency of fast-foods. The main question for parents is how to make meals more attractive and balanced at the same time. Foods nourish the life and cause the disease to stay away. Moreover, they provide quality of life and joy of living, as they provide nutrients that keep us alive and basically healthy. Addressing these early stages of life, we remember that the example and habits start early, but persist throughout life. We should not to play with our health! So, readers engage in the search of an early life of quality food and have peaceful dreams. My wishes for health joys!
Izaara Carvalho Alvarenga Especialista em Exercício
Físico, Nutrição e Medicina na Saúde pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em São Paulo. Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS), em Lavras-MG. Integrante do corpo clínico da Associação Materno-Infantil Rosa Haddad (AMIRH), em Lavras-MG. Expert in Exercise, Nutrition in Health and Medicine by Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP) in São Paulo. She has a Degree in Nutrition at the University Center of Lavras (UNILAVRAS), in Lavras-MG. She is member of the Medical Association of Maternal and Child Rose Haddad (AMIRH), in Lavras-MG.
Jornalista Valterli Guedes recomenda:
Revista HOJE publica çã o m ensa l Edit ada em Goiâ nia pela Editora Caraíba.
Palácio do Congresso Nacional. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
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Quantitatividade: um método quantitativo, preciso e confiável, para avaliar a carga tumoral em metilcelulose, baseado em ensaios clonogênicos. Quantitative: accurate and reliable method to assess tumor burden in methylcellulose-based clonogenic assays. DAVID BARQUETI JENDIROBA câncer é definido pela ploriferação clonal de uma célula única que escapou da homeostase. Os estudos da clonogenicidade de diferentes tipos de tumores têm contribuído para a compreensão da biologia do câncer, bem como para a melhoria do seu tratamento. Analisando, por exemplo, o tempo de duplicação das células blásticas, pode-se determinar quão rápido um tumor cresce e quão sensível o crescimento curvo do tumor pode ser estabelecido após a exposição e o desenvolvimento de diferentes agentes quimioterápicos. Como consequência, o tempo de duplicação do tumor, que pode ser medido in vitro pelo ensaio clonogênico, tem sido utilizado para determinar o prognóstico e a evolução clínica de pacientes com diferentes tipos de leucemia, por meio de testes com amostras de pacientes com conhecidos agentes quimioterápicos isoladamente ou em combinação. No ensaio clonogênico, as células do tumor são banhadas em 0,8% de metilcelulose, meio semi-sólido que permite a formação de colônias tumorígenas. A técnica de ensaio clonogênico, no entanto, tem limitações que incluem o tempo necessário para contagem manual das colônias,
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ancer is defined by the clonal proliferation of one single cell that has escaped homeostasis. Studying the clonogenicity of different tumor types has contributed to the understanding of cancer biology as well as to the improvement of cancer treatment. For instance, by analyzing the doubling time of blast cells, one can determine how fast a tumor grows and how sensitive the tumor’s growth curve can be after exposure to different established and developing chemotherapeutic agents. As a consequence, tumor doubling time, which can be measured in vitro by the clonogenic assay, has been used to determine the prognosis and clinical outcome of patients with different types of leukemia, by testing patient samples with well-known chemotherapeutic agents alone or in combination. In the clonogenic assay, tumor cells are plated in 0.8% methylcellulose, a semisolid medium that allows for tumor colony formation. However, the clonogenic assay technique has limitations, that include the time necessary to manually count the colonies, the possible subjective
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ONCOLOGIA ONCOLOGY OM o possível vies subjetivo associado a esse método, os problemas logísticos de manutenção não-visual de dados brutos de análises retrospectivas, bem como da incapacidade para avaliar a proliferação e a clonogenicidade de tumores que não formam colônias em qualquer tipo de suporte adequado. O objetivo deste estudo, portanto, é o de estabelecer e validar um sistema de análise digital de imagens, capaz de quantificar o crescimento do tumor em metilcelulose, mais precisamente em relação ao método de contagem manual, além de eliminar ou diminuir a polarização do observador associado aos ensaios clonogênicos, mantendo confiabilidade e precisão.
Métodos Ensaios de cultura de tecidos e clonogenia Utilizamos, nesse estudo, a derivada de células de leucemia mieloide, linhas HL60 (leucemia promielocítica aguda-like) e K562 (leucemia mieloide crônica em crise blástica). As linhagens de células foram mantidas a 37ºC, em incubadoras fornecidas com 5% de CO2, em culturas de células de suspensão, constituído por meio essencial mínimo médio (MEM-a Life Technologies, Grand Island, NY) e suplementado com 10% de soro fetal bovino. Antes das células serem plaqueadas para os ensaios clonogênicos, foram autorizadas a crescer a uma densidade de 106 células/ml, para garantir que estivesem na fase logarítmica de crescimento. As células foram colocadas em 24 placas-poço, a uma densidade celular variando entre 103 a 105 células/ml e, posteriormente, tratadas com diferentes biológicos e quimioterápicos, por exemplo, interferon g, necrose fator-a tumoral, cloridrato de irinotecano (CPT-11) e fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), por períodos de tempo variando entre 1 a 7 dias. Células em placas-poço de 24 também foram ressuspendidas em uma base diária, e 100-ml de células tratadas foram adicionados para completar 1 ml de 0.8% metilcelulose MEM-a em tubos de ensaio de 5 ml de poliestireno. Os tubos de ensaio foram centrifugados e quintuplicados. 100-ml alíquotas foram semeadas em 96 placas-poço. Colônias aumentaram entre 5 e 10 dias sob condições de incubação e, em seguida, foram contadas manual e digitalmente.
bias associated with the manual counting method, the logistical problems of keeping non-visual raw data for retrospective analyses, and the inability to assess proliferation and clonogenicity of tumors that do not form colonies in any kind of suitable medium. Therefore, the objective of the study reported herein was to establish and validate a digital image analysis system capable of quantitating tumor growth in methylcellulose more precisely than the manual counting method, as well as to eliminate or decrease observer bias associated with clonogenic assays, while maintaining reliability and accuracy.
Methods Tissue culture and clonogenic assays We used the human-derived myelogenous leukemia cell lines HL60 (acute promyelocytic-like leukemia) and K562 (chronic myelogenous leukemia in blast crisis) in this study. The cell lines were kept at 37ºC in incubators supplied with 5% CO2 in cell suspension cultures consisting of minimum essential medium (MEM-a Life Technologies, Grand Island, NY) and supplemented with 10% fetal bovine serum. Before the cells were plated for the clonogenic assays, they were allowed to grow to a density of 106 cells/ml, to ensure that they were in the logarithmic phase of growth. The cells were then plated in 24-well plates at cell densities varying from 103 to 105 cells/ml and subsequently treated with different biological and chemotherapeutic agents, i.e., interferon-g, tumor necrosis factor-a), irinotecan hydrochloride (CPT-11) and vascular endothelial growth factor (VEGF), for periods of time ranging from 1 to 7 days. Cells in the 24-well plates were resuspended on a daily basis, and 100-ml aliquots of the treated cells were added to complete 1-ml of 0.8% methylcellulose in MEM-a in 5-ml polystyrene test tubes. The test tubes were then vortexed, and quintuplicates 100-ml aliquots were plated in 96-well plates. Colonies were allowed to grow for 5 to 10 days under incubation conditions and were then counted manually and digitally.
Sistema de análise da imagem As imagens foram capturadas por meio de 0,5 polegadas, câmara de vídeo CCD de alta resolução (modelo A209 AutomatiCam, Vídeo Microsystems, Boyertown, PA) e armazenados digitalmente para posterior análise. A câmara digital foi conectada a um sistema de ampliação (zoom 6000 sistema, Navitar, Rochester, NY), e ambos os aparelhos foram presos e instalados em posição vertical, num ângulo de 90º em relação a uma fase de mesa. A fase de mesa tinha um buraco em seu centro para permitir a iluminação de uma fonte circular de luz halógena. Imediatamente antes da contagem, as 96 placas-poço foram colocadas no palco, sob a fonte de luz, com a tampa removida para evitar a condensação. As imagens 41 OM
OM ONCOLOGIA ONCOLOGY Image analysis system
foram adquiridas e processadas utilizando o domínio público da versão do programa NIH Image 1,61 (desenvolvido nos EUA, National Institutes of Health) em um computador Apple (PowerPC 7600/132, Apple Computer, Cupertino, CA) ou foram adquiridos utilizando Adobe Photoshop 5.5 (Adobe Systems Incorporated, San Jose, CA), e processadas utilizando Scion Image 3b beta (Scion Corporation, Frederick, MD) em um PC compatível com IBM (Dell Dimension XPS D300, da Dell Computer Corporation, Round Rock, TX), equipada com um 128 FlashPoint grabber placa de vídeo (Integral Technologies, Indianapolis, IN).
Critérios de pontuação As colônias foram marcadas manual ou digitalmente quando possuíam 20 ou mais células. Quatro observadores (A, B, C e D), com os conhecimentos em cultura de tecidos, contaram as colônias. Para a contagem manual todos os observadores utilizaram um microscópio de fluorescência zeiss invertido (Axiovert 25, Carl Zeiss, Thornwood, NY), com 50 vezes de ampliação. Em alguns casos, o nível de ampliação foi aumentado 100 vezes para garantir a precisão na contagem de células dentro de colônias individuais. Para a contagem digital, no entanto, o número de pixels para qualquer padrão de “colônias de 20-células” tinha de ser estabelecido, a fim de cumprir as exigências da Imagem NIH e software Scion Image, utilizados para capturar e processar as imagens. Para esse efeito, 50 colônias de tumor isolado, contendo cerca de 20 células cada uma, foram fotografadas, utilizando a câmara digital acoplada a um microscópio invertido zeiss. Essas imagens foram posteriormente processadas pelo programa NIH Image para medir a área da colônia em pixels quadrados. A área média das 50 colônias foi convertida para se ajustar à ampliação obtida pelas fotografias retiradas com as configurações da plataforma. A raiz quadrada do número foi utilizada para medir o maior diâmetro da colônia de tumor com 20 células. OM 42
Images were captured using a 0.5-inch high-resolution CCD video camera (AutomatiCam model A209, Video Microsystems, Boyertown, PA) and stored digitally for further analysis. The digital camera was attached to a magnifying system (Zoom 6000 system, Navitar, Rochester, NY), and both devices were attached and setup in a vertical position, in a 90-degree angle in relation to a tabletop stage. The tabletop stage had a hole on its center to allow illumination by a circular halogen light source. Immediately before counting, the 96-well plates were placed onto the stage and under the light source with the plate lid removed to avoid condensation. Images were acquired and processed utilizing the public domain NIH Image program version 1.61 (developed at the U.S. National Institutes of Health) on an Apple computer (PowerPC 7600/132, Apple Computer, Cupertino, CA) or were acquired utilizing Adobe Photoshop 5.5 (Adobe Systems Incorporated, San Jose, CA) and processed utilizing Scion Image 3b beta (Scion Corporation, Frederick, MD) on an IBM-compatible PC (Dell Dimension XPS D300, Dell Computer Corporation, Round Rock, TX) equipped with a FlashPoint 128 grabber video-card (Integral Technologies, Indianapolis, IN).
Scoring criteria Colonies were scored manually or digitally when they possessed 20 or more cells. Four observers (A, B, C, and D) with tissue culture expertise counted the colonies. For manual counting, all observers used a Zeiss inverted fluorescence microscope (Axiovert 25, Carl Zeiss, Thornwood, NY) at 50x magnification. In a few instances, the magnification level was switched to 100x to ensure accuracy in counting the cells within individual colonies. For the digital counting, however, the number of pixels for any standard “20-cell colony” had to be established in order to fulfill to the requirements of the NIH Image and Scion Image software utilized to capture and process the images. For that purpose, pictures were taken of 50 isolated tumor colonies containing approximately 20 cells utilizing the digital camera attached to a zeiss inverted microscope. Those images were subsequently processed with the NIH Image software to measure colony area in square pixels. The average area of the 50 colonies was converted to adjust to the magnification achieved for pictures taken using the platform settings, and the square root of that number was used to measure the largest diameter of any given tumor colony with approximately 20 cells.
Statistical analyses The end point of this study was to verify that the digital counting of human leukemia tumor colonies growing in methylcellulose was not significantly different from the criterion standard of manual counting. To ensure reliability, different observers counted the same colonies digitally at many time points, and the results were compared by the Pearson’s correlation coefficient. Validity was also assessed by comparing the digitally obtained colony numbers with numbers obtained using the manual
ONCOLOGIA ONCOLOGY OM Análises estatísticas O ponto final do estudo foi verificar que a contagem de colônias digital leucemia humana (colônias de tumor crescendo em metilcelulose) não foi significativamente diferente do critério padrão de contagem manual. Para garantir a confiabilidade, diferentes observadores contaram as mesmas colônias digitalmente em vários momentos. Os resultados foram comparados por intermédio da correlação de Pearson. A validade também foi aferida comparando os números de colônias obtidos digitalmente com os números obtidos pelo método de contagem manual, realizada por diferentes observadores. Estes resultados também foram analisados estatisticamente por intermédio do método coeficiente da correlação de Pearson. Para a validade e confiabilidade, valores de probabilidade foram calculados por meio do Statistica 5.1 (StatSoft, Tulsa, OK) e Sigma Plot 5 (SPSS, Chicago, IL). Os pacotes de software foram utilizados para análises estatísticas e plotagem dos resultados.
Resultados O método descrito nesse estudo foi desenvolvido com base em testes de novas estratégias de tratamento contra linhas de células humanas de leucemia. Este estudo observou as diretrizes a seguir. Inicialmente, o observador D investigou o tamanho correspondente de uma colônia de 20 células em pixels, necessário à análise das imagens adquiridas. Uma vez estabelecido o valor, o observador D treinou os observadores A, B e C. Após o treinamento, cada observador foi testado para confiabilidade no ensaio Inter em relação ao observador D. Em seguida, os observadores estabeleceram o crescimento da linha celular curva condicionada a diferentes configurações experimentais, e as colônias, a partir dessas definições, foram contadas manual e digitalmente. A comparação entre os dois métodos de contagem foi utilizada para avaliar a precisão. Finalmente, uma vez que as curvas de crescimento foram estabelecidas, novas estratégias de tratamento foram testadas pelos observadores, que avaliaram os números de colônias e as suas áreas para os tipos de tratamento e concentrações diferentes de drogas. Um total de 672 fotografias foram adquiridas e analisadas pelos quatro observadores no estudo.
counting method, performed by different observers; these results were also statistically analyzed using the Pearson’s correlation coefficient method. For both validity and reliability, probability values were calculated. Statistica 5.1 (StatSoft, Tulsa, OK) and Sigma Plot 5 (SPSS, Chicago, IL) software packages were used for the statistical analyses and plotting of the results.
Results The method reported in this study was developed on the basis of testing new treatment strategies against human leukemia cell lines. This study observed the following guidelines. Initially, observer D investigated the corresponding size of a 20-cell colony in pixels, which was required for the analysis of the images acquired. Once that value was established, observer D trained observers A, B, and C. After training, each observer was tested for interassay reliability in relation to observer D. Subsequently, observers established cell line growth curves conditioned to different experimental settings, and the colonies from these settings were counted digitally and manually. The comparison between the two counting methods was used to assess accuracy. Finally, once the growth curves were established, new treatment strategies were tested by the observers, who assessed colony numbers and colony areas for the different treatment types and drug concentrations. A total of 672 pictures were acquired and analyzed by the 4 observers in the study.
Colony area determination The 50 colony images acquired of non-treated K562 had 22.04 ± 4.36 cells (mean ± SD; counted on the computer monitor), and their calculated area was 22,483.74 ± 4,909.37 square pixels (mean ± SD).
Determinação de área da colônia As imagens adquiridas de 50 colônias K562, não-tratadas, tiveram 22,04 ± 4,36 células (média ± DP, contou com o monitor do computador), e a sua área calculada foi de 22,483.74 ± 4,909.37 pixels quadrados (média ± DP). Para dar conta das diferenças de ampliação entre imagens obtidas no microscópio invertido zeiss, para a determinação de área da colônia e imagens adquiridas no sistema de plataforma, as áreas calculadas das colônias adquiridas no microscópio invertido foram multiplicados por 1,75 de ampliação (do sistema de plataforma) e divididos por 100, que foi a ampliação utilizada no microscópio invertido. Uma maior extração da raiz quadrada do número obtido no procedimento anterior determinou o tamanho médio de pixels das colônias com cerca de 20 células. 43 OM
OM ONCOLOGIA ONCOLOGY Contagem digital inter-observador Para avaliar a confiabilidade interensaio do método de contagem digital, o mesmo conjunto de poços foi avaliado por dois observadores e os seus resultados foram comparados. O observador D comparou a contagem de colônia com o observador A em relação à área total das colônias com os observadores B e C. Um total de 48 poços foram avaliados entre o observador D e os observadores A, B e C. Os resultados detalhados do Inter-observador foram apresentados.
To account for the differences in magnification between images acquired in the zeiss inverted microscope for colony area determination and images acquired in the platform system, the calculated areas of colonies acquired in the inverted microscope were multiplied by 1.75 (magnification of the platform system) and divided by 100, which was the magnification used in the inverted microscope. A further square root extraction from the number obtained in the previous procedure determined the average size in pixels of colonies with approximately 20 cells.
Inter-observer digital counting
Contagem digital versus contagem manual Para aferir a validade do método digital, 375 poços foram avaliados manual e digitalmente. Entre os 375 poços testados, 200 foram avaliados pelo observador A, 60 pelo observador B, 90 pelo observador C e 25 pelo observador D. Os coeficientes da correlação de Pearson para os observadores A, B, C e D foram, respectivamente, 0,957, 0,955, 0,989, e 0,956. Em termos globais, os 375 poços avaliados apresentaram um coeficiente de correlação de 0,980 (P<0,0001). Apesar da estreita correlação entre os dois métodos, observou-se uma tendência de maior diferença entre colônias contadas pelos dois métodos, quando o número das colônias foi maior. Demonstraram-se os detalhes da contagem digital em comparação à manual para os quatro observadores.
Correlação área-colônia Total da área da colônia por poço foi avaliada pelos observadores B, C e D, respectivamente, 212, 185 e 50 poços, correlacionados com os números das colônias obtidos para os mesmos poços. Os resultados desta comparação demonstraram uma estreita correlação entre os dois parâmetros para baixo ou alto número de colônias (correlação de Pearson r=0,9578, P<0,0001). Demonstrou-se o gráfico de regressão linear para a correlação da área combinada das colônias avaliadas pelos três observadores.
Discussão Ensaios clonogênicos têm a vantagem de permitir que as células-tronco cresçam e formem colônias, permitindo a avaliação da capacidade dos tumores para a propagação como clones. Estudos clonogênicos têm sido utilizados para determinar a sensibilidade dos diferentes tipos de tumores a diferentes agentes quimioterápicos e têm sido usados para prever o resultado clínico em pacientes com base no clonogenicidade de células tumorais em cultura após o tratamento com diferentes terapias citotóxicas. Células tumorais tratadas podem ser vivas, mas podem não ser capazes de proliferar como clones. Isso aponta para a principal vantagem do ensaio clonogênico. Diferentes variações do método foram descritos e, apesar de suas vantagens, alguns inconvenientes permanecem. Por exemplo, a contagem das colônias está sujeita ao vies do observador, que geralmente é a mesma pessoa que realizou o experimento. Além disso, descobrimos que, para um maior número de colônias, houve uma discrepância cresOM 44
To assess interassay reliability of the digital counting method, the same set of wells was evaluated by 2 observers, and their results were compared. Observer D compared colony counts with observer A and compared colony counts and total colony area per well with observers B and C. A total of 47 wells were assessed between observer D and observers A, B, and C. Details of the inter-observer counting results.
Digital vs. manual counting To evaluate the validity of the digital method, 375 wells were assessed manually and digitally. Among the 375 wells tested, 200 were evaluated by observer A, 60 by observer B, 90 by observer C, and 25 by observer D. The Pearson correlation coefficients for observers A, B, C, and D were 0.957, 0.955, 0.989, and 0.956, respectively. Overall, the 375 wells evaluated showed a correlation coefficient of 0.980 (P< .0001, Fig. 1). Despite the tight correlation between the 2 methods, we observed a trend of bigger gap between colony numbers counted by the 2 methods when the number of colonies was greater. Shows the details of the digital counts compared with the manual method for the 4 observers.
Colony-area correlation Total colony area per well was measured by observers B, C and D (212, 185, and 50 wells, respectively) and correlated with the colony numbers obtained for the same wells. Results from this comparison demonstrated a close correlation between both parameters for low and high colony numbers (Pearson’s correlation coefficient r=0.9578, P<.0001). Depicts the linear regression plot for the combined colony-area correlation assessed by the 3 observers altogether.
Discussion Clonogenic assays have the advantage of permitting stem cells to grow and form colonies, thereby allowing evaluation of the ability of tumors to propagate as clones. Clonogenic assays have been used to determine the sensitivity of different tumor types to various chemotherapeutic agents and have been used to predict clinical outcome in patients based on the clonogenicity of tumor cells in culture after treatment with different cytotoxic therapies. Treated tumor cells may be alive, but may not be able to proli-
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cente no número de colônias contadas, utilizando os dois métodos: foram maiores para o método de contagem manual, que pode ser explicado pelo fato de que algumas colônias são duplamente marcadas. No entanto, o crescimento curvas do tumor obtido pelos dois métodos é impossível. Outra desvantagem relevante ao método de contagem manual é que muitos tipos de tumores, apesar do crescimento em metilcelulose, não podem formar colônias em qualquer tipo de suporte fornecido para o método, enquanto outros tipos de tumores formam colônias, mas não em padrão uniforme, o que torna impossível a contagem. Nessa experiência, isso acontece com frequência entre os tumores de leucemia, o que restringe o uso do método para tumores bem definidos que podem formar colônias “contáveis”. Portanto, o método de contagem manual traz também um vies seletivo de tumor. Há, ainda, outro inconveniente que limita a viabilidade do método padrão manual: consumo laboriosamente tempo, especialmente quando o número de colônias são superiores a 200 por poço. Isso exige exclusividade do pesquisador para o método prático, prejudicando o desempenho do trabalho em laboratório. Entre os poucos métodos automatizados para avaliar o número de colônias, cerca da metade foram concebidos para contagem de colônias microbianas 14-18, e a outra metade para contar tumor colonies 19-22. Para o nosso conhecimento, todos os trabalhos anteriores descreveram colônias de tumores automatizadas, contando avaliados o tempo de duplicação de tumores em agar e não em metilcelulose. O método digital aqui descrito é simples, rápido, confiável e preciso. Além disso, acrescenta parâmetros importantes ao estudo da clonogenicidade do tumor. Nosso estudo detectou que o novo método tem uma faixa aceitável de precisão, geralmente exigido para as novas técnicas, o que garante a sua utilização para substituir o método de contagem manual de colônia padrão. Além disso, ele passou por testes de confiabilidade Inter, o que demonstra a robustez do método no que se refere à utilização por pesquisadores e em diferentes grupos experimentais. No entanto, o fato de que nosso método demonstra alta correlação entre os números e área total da colônia, é talvez um dos trunfos mais importantes da técnica. Por exemplo, temos observado, em diversos experimentos, que as colônias podem fundir durante o processo de expansão clonal, o que constitui um
ferate as clones, and this points to the main advantage of the clonogenic assay. Different variations of the method have been described and despite its advantages, a few drawbacks remain. For instance, colony counting is subject to the bias of the observer, who is usually the same individual who has performed the experiment. Additionally, we found that, for larger numbers of colonies, there was an increasing discrepancy in the number of colonies counted using the 2 methods: results were greater for the manual counting method, which may be explained by the fact that some colonies were double scored. Nevertheless, the tumor growth curves obtained by both methods is super imposable. Another relevant drawback of the manual counting method is that many tumor types, despite growing in methylcellulose, cannot form colonies in any kind of medium provided for the method, while other types of tumors will form colonies but not in a uniform pattern, making it impossible to count the colonies. In our experience, this happen frequently among the leukemia tumors and restricts the use of the method to well-defined tumors that can form “countable” colonies. Therefore, the manual counting method carries also a tumor selection bias. Yet another drawback limits the feasibility of the standard manual method: it is laboriously time consuming, particularly when the colony numbers are greater than 200 per well, which requires exclusiveness of the investigator for the method and impairs practicality of laboratory work performance. Among the few described automated methods for assessing colony numbers, about half were designed to count microbial colonies 14-18 and half to count tumor colonies19-22. To our knowledge however, all previous work describing automated tumor colony counting evaluated the doubling time of tumors in agar and not in methylcellulose. The digital method described here is simple, fast, reliable and accurate. In addition, it adds important parameters to the study of tumor clonogenicity. Our study found that the new method has an acceptable range of accuracy usually required for new techniques, which assures its use to replace the manual standard colony counting method. Besides, it has passed interassay reliability tests, which demonstrates the ruggedness of the method as it concerns the use by different investigators and in different experimental groups. Nonetheless, the fact that our method shows a high correlation between colony numbers and total colony area is perhaps one of the most significant assets of this technique. For instance, we have observed in different experiments that colonies may merge during the clonal expansion process, and this constitutes a bias factor for the manual counting method, even for the most experienced investigator. However, by utilizing the digital technique one can use the tumor area as measure of growth, meaning that the capabilities of tumor clonogenicity can be assessed as total tumor burden per well, instead of colony numbers. Likewise, tumors that do not grow uniformly or that grow diffusely rather than in colonies, can be assessed in terms of their total tumor burden per well. An additional advantage of the digital method we described is reflected by the assessment of qualitative suppression or stimulation of growth associated with different 45 OM
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vies para o método de contagem manual, mesmo para o pesquisador mais experiente. No entanto, utilizando a técnica digital pode-se usar a área do tumor como medida de crescimento, o que significa que os recursos do clonogenicidade do tumor podem ser avaliados como carga total do tumor, ao invés de números da colônia. Da mesma forma, os tumores que não crescem de maneira uniforme ou que, ao invés de crescer difusamente em colônias, podem ser avaliados em termos de carga total do tumor por poço. Uma vantagem adicional do método digital que descrevemos é refletida pela avaliação qualitativa de supressão ou estímulo de crescimento associado a diferentes agentes. Temos notado que em alguns casos, de acordo com o tipo de tratamento utilizado, as colônias apareceram maiores ou menores do que os controles, apesar do fato de que os números foram estatisticamente comparáveis. Por exemplo: as células HL60 tratadas com 50 nM de VEGF apresentaram maiores áreas de colônias individuais em relação aos controles, enquanto o número de colônias em ambos os grupos eram comparáveis em todos os momentos. Isto representa um aumento global de 18% da carga de tumor em células VEGF tratados sobre os controles. Vemos esse fato como uma modalidade de resposta do tumor ao tratamento in vitro, que tem sido quase ignorado. O uso do método de contagem digital pode ajudar a distinguir os tumores que poderiam mostrar uma mudança celular mais lenta e, ainda, manter o mesmo potencial clonogênico com o crescimento dos tumores, completamente inibida por agentes citotóxicos. Portanto, este método pode ajudar a identificar novos agentes antineoplásicos de acordo com sua capacidade de promover cytostasis ou citotoxicidade do tumor. Em geral, a técnica digital descrita em nosso estudo é simples de desenvolver, precisa e confiável. Sua capacidade de caracterizar o crescimento do tumor por meio da medição da sua carga permite uma melhor compreensão da sua biologia, além de fornecer uma visão mais conspícua sobre a resposta do tumor às drogas novas que lhes são ministradas. Oferece, também, a vantagem de estudar os tumores que não têm um padrão uniforme de crescimento. Portanto, seu uso deve ser considerado quando a clonogenicidade das células do tumor for avaliada. Artigo escrito por David B. Jendiroba, Michael L. Pearlman, Afsaneh
Keyhani, Baoshun Liu, Jim Klostergaard, Lance C. Pagliaro, Bradley W. McIntyre, and Emil J Freireich. OM 46
agents. We have noticed in some instances that according to the type of treatment utilized, colonies appeared bigger or smaller than controls, despite the fact that the numbers were statistically comparable. As an example, HL60 cells treated with 50-nM of VEGF had bigger individual colony areas compared to controls, while the number of colonies in both groups were comparable at all times. This represents an overall increase of 18% in tumor burden of the VEGF treated cells over the controls. We see this fact as a modality of tumor response to treatment in vitro that has been mostly overlooked. Use of the digital counting method can help distinguish tumors that could be showing slower cellular turnover and yet maintaining the same clonogenic potential from tumors with growth completely inhibited by cytotoxic agents. Therefore, this method can help identify new antineoplastic agents according to their ability to promote tumor cytostasis or tumor cytotoxicity. Overall, the digital technique described in our study is simple to develop, accurate, and reliable. Its ability to characterize tumor growth by the measurement of tumor burden allows for a better understanding of tumor biology and provides a better insight into tumor response to new drugs; it also offers the advantage to study tumors that do not have a uniform pattern of growth. Therefore, its use should be considered when the clonogenicity of tumor cells needs to be assessed. Article written by David B. Jendiroba, Michael L. Pearlman, Afsaneh
Keyhani, Baoshun Liu, Jim Klostergaard, Lance C. Pagliaro, Bradley W. McIntyre, and Emil J Freireich. DAVID BARQUETI JENDIROBA Pós-doutor em Medicina
(Doenças Infecciosas e Parasitárias) pela Universidade do Texas, EUA. Pós-doutor em Medicina (Cancerologia) pela Universidade do Texas, EUA. Doutor em Medicina pela Universidade do Texas, EUA. Especialista em Metodologia Científica e em Pesquisa Básica Aplicada, pela Universidade do Texas, EUA. Especialista em Oncologia Clínica, pela Associação de Combate ao Câncer, Goiânia, Goiás, Brasil. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFGO), Goiânia, Goiás, Brasil. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Goiás, Brasil. Post-doctor of Medicine (Infectious and Parasitic Diseases), at University of Texas, USA. Post-doctor of Medicine (Oncology), at University of Texas, USA. PhD of Medicine from the University of Texas, USA. Expert in Scientific Methodology and Applied Basic Research, at University of Texas, USA. Specialist in Clinical Oncology, the Association Against Cancer, Goiânia, Goiás, Brazil. Graduated in Medicine at Universidade Federal de Goiás (UFGO), Goiânia, Goiás, Brazil. Professor at the Catholic University of Goiás (PUC-GO), Goiânia, Goiás, Brazil.
REUMATOLOGIA RHEUMATOLOGY OM
Osteoporose: inibição farmacológica da síntese de serotonina no intestino pode ajudar no tratamento Osteoporosis: pharmacological inhibition of the synthesis of serotonin in the gut may help in treating osteoporose é uma doença em que há aumento da reabsorção óssea, o qual não é suficientemente compensado por um correspondente aumento na formação óssea. A síntese intestinal de serotonina inibe a formação óssea. Cientistas da Columbia University Medical Center, em Nova Iorque, investigaram se a inibição desta biossíntese pode ajudar a tratar a osteoporose por meio de um mecanismo anabólico (ou seja, aumentando a formação óssea). O artigo foi publicado na revista Nature Medicine. Os cientistas sintetizaram e usaram a LP533401, uma pequena molécula inibidora da hidrolase-1 triptofano (Tph-1), a enzima inicial na biossíntese intestinal de serotonina. A administração oral desta pequena molécula, uma vez ao dia, por seis semanas, age profilática ou terapeuticamente, de maneira dose dependente, para tratar a osteoporose em ratas ooferectomizadas, causando um aumento isolado da formação óssea. As ratas que apresentavam osteoporose após a menopausa cirúrgica (retirada dos ovários) foram curadas. Naquelas em que não havia osteoporose, a molécula administrada preveniu o desenvolvimento da doença e, de importância crítica, os níveis de serotonina cerebral mantiveram-se normais, o que indica que a LP533401 não entrou na circulação geral e não atravessou a barreira hematoencefálica, evitando potenciais efeitos colaterais. Estes resultados fornecem a prova de que inibir a biossíntese de serotonina intestinal pode se tornar um novo tratamento anabólico para a osteoporose, no futuro. Há uma necessidade urgente de novos tratamentos para osteoporose que não só reduzam a perda de massa óssea, mas que ajudem na construção de osso novo.
steoporosis is a disease in which there is increased bone resorption, which is not sufficiently offset by a corresponding increase in bone formation. The intestinal synthesis of serotonin inhibits bone formation. Scientists at Columbia University Medical Center in New York, investigated whether the inhibition of biosynthesis may help treat osteoporosis through a mechanism anabolic (i.e., increasing bone formation). The article was published in the journal Nature Medicine. Scientists have synthesized and used LP533401, a small molecule inhibitor of tryptophan hydrolase-1 (TPH-1), the initial enzyme in the intestinal biosynthesis of serotonin. Oral administration of this small molecule, once daily for six weeks, acts prophylactically or therapeutically, a dose dependent fashion, to treat osteoporosis in rats ooforectomizadas, causing an isolated increase in bone formation. The rats that had osteoporosis after surgical menopause (removal of ovaries) were cured. In districts where there was osteoporosis, the molecule administered prevented the development of disease and critical levels of brain serotonin remained normal, indicating that LP533401 not entered into the general circulation and does not cross the blood brain barrier, preventing potential side effects. These findings provide evidence that inhibit the biosynthesis of intestinal serotonin may become a new anabolic treatment for osteoporosis in the future. There is an urgent need for new treatments for osteoporosis that not only reduce bone loss, but to help in building new bone.
Fonte: Nature Medicine.
Source: Nature Medicine.
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Psicologia Psychology
Amor com paixão Love with passion CLÁUDIO VITAL DE LIMA FERREIRA amor passional é visto como característico dos jovens enamorados. É um amor visceral, instintivo e impulsivo. Quem já se apaixonou um dia sabe a que estou me referindo. Esse tipo de sentimento provoca algumas das sensações mais gostosas e, ainda que dure menos do que se gostaria, talvez pela primeira vez faça com que os apaixonados vistam os óculos de Deus. Sim, isso mesmo, pois os apaixonados somente conseguem enxergar e perceber qualidades no amado, a despeito de todos os defeitos existentes, embalados por um desejo ardente de fusão e inspirados em uma mútua contemplação. Por isso os apaixonados gostam tanto de ficar se olhando e é através desse olhar que comunicam seus sentimentos mais intensos. O amor passional não é necessariamente profano. Tanto é verdade que as Escrituras Sagradas, voltadas principalmente ao amor espiritual, onde é realçado o amor de Deus pelo Homem e a relação e crença deste pelo divino e sobrenatural, reserva um livro que é um hino de louvor ao amor jovem e físico. O Cântico dos Cânticos enaltece os encantos femininos e
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he passionate love is seen as characteristic of young love. Love is a visceral, instinctive and impulsive. Anyone who has ever been in love one day must know what I mean. This kind of feeling leads some of the hottest sensations and even that lasts less than you’d like, perhaps for the first time can make those in love to wear the glasses of God. Yeah, right, as only lovers can see and understand the qualities beloved in spite of all defects, packed by a fervent desire to merge and inspired by a mutual contemplation. So the lovers are so fond of looking to get through this and is looking to communicate their feelings more intense. The passionate love is not necessarily profane. So much so that the Holy Scriptures, directed mainly to spiritual love, which is highlighted by the love of God and Man and the relationship of belief in the divine and supernatural, reserve a book that is a hymn of praise to young love and physical. The Song of Solomon praises the feminine charms and strength of sexual impulses, evident that in a delicate and poetic language. It is as if an evil book had been included in that sacred book is the Bible.
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a força dos impulsos sexuais, evidente que em uma linguagem delicada e poética. É como se um livro profano tivesse sido incluído no livro sagrado que é a Bíblia. As crianças, desde o nascimento, aprendem a amar as pessoas em sua volta, principalmente os pais e irmãos. Mas o primeiro amor em que terão plena consciência da existência é o amor surgido de uma paixão quase sempre na pré-adolescência ou, mais tardar, até o final da adolescência. Enquanto que em outras áreas do sentimento humano há todo um processo com início, desenvolvimento e crescimento dentro de um curso natural, o amor passional quase sempre já nasce forte e intenso, regado pelo combustível do desejo. Talvez por isso esse amor é tão enaltecido e retratado em forma de músicas, poesias e histórias, muitas delas dramáticas como as de “Romeu e Julieta”, de Shakespeare. O amor jovem, muitas vezes frustrado, será sempre o tema preferido dos romancistas e poetas. No entanto, a deusa do amor é caprichosa, ela deixa os amantes sentirem seu gostinho, mas se não houver sabedoria deles, aos poucos, vai retirando todo o tempero da atração e do encanto e, por último, como golpe de misericórdia, leva consigo também o amor em procura de outros corpos para habitar. O amor jovem e impulsivo somente tem sentido se os apaixonados conseguirem, com o tempo, transformá-lo em um sentimento profundo e maduro. Ainda que com dificuldades, esse amor é capaz de ultrapassar toda a juventude e aprofundar-se em uma vida inteira, sem ser infinito apenas enquanto durar, a despeito das devastações dos anos e das circunstâncias. Esse amor jovem, se for transformado em maturidade, criará uma fortaleza capaz de levar as pessoas envolvidas a enfrentar todas as adversidades, movidos por uma força superior à apresentada pelos tropeços da vida. Os anos sempre deixam as marcas em cada célula, se refletindo na fragilidade dos corpos ou nos rostos sofridos, mas um belo sorriso e duas mãos geneticamente OM 50
Children, from birth, learn to love the people around them, especially parents and siblings. But the first love that will be fully aware of the existence of love is a passion emerged often in pre-adolescence or later than the end of adolescence. While in other areas of human feeling is a whole process with a beginning, development and growth within a natural course, often passionate love is born strong and intense, watered by the fuel of desire. Maybe that’s why this love is so praised and pictured in the form of music, poetry and stories, many of them dramatic as those of “Romeo and Juliet”, by Shakespeare. Young love often frustrated, will always be the favorite topic of novelists and poets. However, the goddess of love is fickle, it makes lovers feel its taste, but if not their wisdom, little by little, will remove all the seasoning of attraction and charm, and finally, as a coup of grace, carries also love in search of other bodies to inhabit. The Young and impulsive Love, only makes sense IF lovers can, over time, transform it into a deep and mature feeling. Although with difficulties, that love can overcome all the youth and delve into a whole life without being infinite only for the duration, despite the ravages of time and circumstances. This young love, if it is transformed into maturity, it will create a fortress capable of getting people involved to face the odds, propelled by a force superior to that presented by the stumbling blocks of life. The year always leave the tags in each cell, reflecting the fragility of bodies or the suffering faces, but a nice smile
PSICOLOGIA PSYCHOLOGY OM and two genetically different hands, together, walking slowly, able to move mountains and change the world. When you, dear reader, see an old couple happy walking on the street, holding hands, you will slowly understand what I am saying. As Dr. Louis says in his book “O Poder da Maturidade”, passionate loves has an important place in this process of human growth, and deny the passions of youth would be to deny human nature. However, its foundations are weak and that kind of love has strong relation to happiness. Surely this love can be an endless source of pleasure but also of considerable torture, or because people in love one day end up discovering that they are more different than they thought or, worse, stepped in as a third person. Can and must take advantage of passionate love, but a wise and mature person is aware that it is fleeting and not turn it into deep water, flowing gently towards the sea, this love will be only a temporary phenomenon; removing the foundations for stability and happiness. Mature young people who can also be able to love deeply, but can not forget that happiness is almost always not the child of that passion. It does not matter your age nor from the person you love, just love pretty much every second and day of your life. If you can do that you will know what kind of love binds you towards your beloved.
diferentes, unidas, caminhando a passos lentos, conseguirão mover montanhas e transformar o mundo. Quando você, caro leitor, ver na rua dois velhinhos felizes, de mãos dadas, andando lentamente, entenderá o que estou dizendo. Como nos ensina Dr. Louis Binstock, em seu livro “O poder da Maturidade”, o amor passional tem um lugar importante nesse processo de crescimento do ser humano e negar as paixões da juventude seria negar a própria natureza humana. No entanto, suas bases são frágeis e esse tipo de amor não tem relação sólida com a felicidade. Seguramente esse amor pode ser uma fonte inesgotável de prazer, mas também de considerável tortura, seja porque as pessoas apaixonadas acabam um dia descobrindo que são mais diferentes do que imaginavam ou então, pior ainda, porque entrou em cena uma terceira pessoa. Pode-se e deve-se usufruir do amor passional, mas uma pessoa sábia e amadurecida tem consciência de que é fugaz e que se não transformá-lo em águas profundas, fluindo mansamente em direção ao mar, esse amor será apenas um fenômeno passageiro, retirando as bases para a constância e a felicidade. Jovens que conseguem amadurecer também são capazes de amar profundamente, mas não podem esquecer que a felicidade quase sempre não é filha dessa paixão. Não importa sua idade e a de quem você gosta, apenas ame muito a cada segundo, todos os dias por toda a vida. Se conseguir fazer isso saberá que tipo de amor une você ao seu(sua) amado(a).
cLAudio VitAL de LiMA ferreirA Pós-doutor em Programas de Atendimento Comunitário pela Universidade do Porto, Portugal. Pós-doutor em Intervenção Terapêutica pela Universidade de Barcelona, Espanha. Doutor em Saúde Mental pela UNICAMP, Brasil. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC de Campinas, Brasil. Graduado em Psicologia pela Faculdade de Humanidades Pedro II, FAHUPE, Brasil. Psicanalista. Professor Associado II da UFU. Avaliador ad hoc do INEP. Professor Associado do Instituto de Psicologia da UFU. Autor de vários artigos científicos. Membro do Conselho Editorial das revistas Psique-Ciência, Odisseia da Medicina e Vida e da International Journal of Integrative and Eclectic Psychotherapy. Post doctor in Programs in Community Service by the University of Porto, Portugal. Post doctor in fellowship Therapeutic Intervention, University of Barcelona, Spain. PhD of Mental Health, UNICAMP, Brazil. Master in Clinical Psychology from PUC Campinas, Brazil. Graduated in Psychology at the Faculty of Humanities II Peter, FAHUPE, Brazil. Psychoanalyst. Associate Professor II of the UFU. Ad Hoc Reviewer INEP. Associate Professor of Psychology Institute of the UFU. Author of numerous scientific articles. Member of Editorial Board of the journals Science and Psyche-Life, Odisseia da Medicina, and International Journal of Integrative and Eclectic Psychotherapy. 51 OM
Equitação é a arte de andar a cavalo. É uma modalidade esportiva que envolve a prova dos três tambores, rédeas, laço, adestramento e saltos. É utilizada principalmente como terapia para o tratamento de várias disfunções físicas e cognitivas. Andar a cavalo proporciona a pessoa um movimento corpóreo tridimensional, variável, rítmico, natural e repetitivo. Benefícios desse esporte: estímulo do equilíbrio, postura, mobilidade e atividades funcionais; melhora da função tátil, visual, auditiva e olfativa; desenvolvimento e coordenação dos movimentos motores, bem como da visão; aumento da auto-estima; melhora do funcionamento dos órgãos internos; superação de acrofobia (medo de altura), cinesofobia (medo de movimento), equinofobia (medo de cavalo), dentre outras fobias; motivação do aprendizado; ensino e fortalecimento da disciplina e segurança, além da sensação de bem-estar.
Ag en d e u m horá r io e ini ci e s ua s a ula s ! Instrutora: Érika Santos Local: Complexo Rural Veterinário Contato: + 55 62 9616.2464 E-mail: bella_sol10@hotmail.com
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Maktoub? A influência da Psicanálise sobre a expressão dos Genes Maktoub? The influence of psychoanalysis on the expression of genes Jorge de Figueiredo Forbes otamos duas correntes entre os psicanalistas no confronto atual da psicanálise com os laços discursivos do século XXI. Uma que privilegia os alertas de não desnaturalização da psicanálise, outra que privilegia as novas possibilidades que se abrem para a psicanálise, exatamente a partir dessas mudanças. Essas correntes não se excluem e motivam essa pesquisa. Maktoub é um velho e confortável sonho da humanidade: está escrito meu destino em algum lugar, logo, só me resta saber lê-lo e cumpri-lo. Maktoub retira a responsabilidade do sujeito sobre o seu destino. Dependendo da época, sempre o humano buscou um lugar onde estaria escrita a sua história. Se ontem era nas estrelas, o que o levava, e ainda leva, a consultar astrólogos; hoje é no genoma, no sequenciamento dos genes humanos que ele busca o conforto do Maktoub. Curiosamente, em entrevista recente, de 13 de abril de 2008, ao jornal O Estado de São Paulo, Craig Venter, um dos mais importantes pioneiros da genômica, contraria a ideologia cientificista ao afirmar:
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e note two trends among psychoanalysts in the current confrontation between psychoanalysis and discursive ties of the century. One of them focuses on the warnings not to denaturalization of psychoanalysis and another one that exactly for these changes favors the new possibilities that open to psychoanalysis. These currents are not mutually exclusive but motivate this research. Marktoub is a comfortable old dream of mankind: my destiny is written somewhere, so I can only learn to read it and do it. In other words Maktoub removes the liability of the human about their destiny. Actually, the man always looked for a place where his history would be written. If yesterday this place was the star which led and still leads to consult astrologers, today is the genome, the sequencing of human genes that he seeks the comfort of Maktoub. Interestingly, in an interview to O Estado de Sao Paulo, Craig Venter, one of the most important pioneers of genomics, declared himself contrary to the scientist’s ideology when he said: - “Yes, humans are
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OM Psicologia Psychology - “Sim, os seres humanos são animais altamente influenciáveis pela genética, mas são também a espécie mais plástica do planeta em sua capacidade de se adaptar ao ambiente. Há influências genéticas, sim, mas acredito que as pessoas são responsáveis por seu comportamento”. Esta afirmação de Venter coincide com a posição da maior parte de geneticistas e os aproxima dos psicanalistas em um ponto fundamental para o desenvolvimento das pesquisas, a saber: não há uma relação biunívoca entre o genótipo e o fenótipo; entre o mapa genético e sua expressão, conhecida como expressão gênica. Existe uma distância que só é preenchida singularmente, não universalmente - em nosso jargão - por objetos a. Temos aí um campo comum aos cientistas, aos psicanalistas e, lembro de passagem, também aos filósofos, como Hans Jonas e seu Princípio Responsabilidade necessário para o pensamento ético atual, exatamente em decorrência das mudanças do laço social na globalização. À quebra de padrões da verticalidade das identificações, nessa nova sociedade de rede, plana, ou horizontal, como preferirem, corresponde, em igual medida, o aumento da responsabilidade subjetiva frente ao encontro e à surpresa, que deve ser possibilitada pela clínica psicanalítica de orientação lacaniana. Os avanços das pesquisas científicas na Genética importam ao psicanalista de hoje, como importaram os avanços da Física ao psicanalista de cem anos atrás; a Genética representa, em nossos tempos, para a ciência, o que a Física já representou: o lugar de ponta do avanço científico. Retomo nessa breve comunicação - e porque me foi solicitado - o que apresentei aos colegas europeus reunidos em Paris, por ocasião das 36 Jornadas de Estudo da Escola da Causa Freudiana, há poucos meses, em 6 de outubro de 2007. Tenho novos resultados, mas a essência da pesquisa é a mesma. Os fatos clínicos que passo a lhes relatar ocorrem na Universidade de São Paulo, mais precisamente no Centro de Estudos do Genoma Humano, centro de referência científica mundial. Sua diretora, a professora Mayana Zatz, é também a Pró-Reitora científica da Universidade e recebeu o prêmio da UNESCO conferido à melhor cientista da América Latina. Na origem dessa colaboração aparentemente surrealista entre um guarda-chuva e uma máquina de costura, ou, mais precisamente, entre a psicanálise e a genética, está uma pergunta que fiz à professora Mayana Zatz, no nosso primeiro encontro de trabalho, pergunta baseada no já exposto: - Você acredita que exista uma relação biunívoca entre o genótipo e o fenótipo? O que eu visava, em termos psicanalíticos, era compreender qual é a consistência, para ela, de seu sujeito suposto saber. Para minha agradável surpresa, sua resposta foi imediata: - Claro que não! Quem lhe disse tamanha besteira? Como num flash, lembrei-me dos fóruns realizados no Palais de la Mutualité, por Jacques-Alain Miller, sobre a emenda Accoyer; pensei em colegas pedindo asilo a uma pretensa ciência das localizações cerebrais, enfim, todos estes ironicamente notáveis avanços da sociedade de controle com os quais temos nos confrontado. Muitos acreditam nessa « besteira », tal como qualificou a cientista. OM 54
animals highly influenced by genetics, but they are also the species with most planet ability to adapt to the environment. There are genetic influences, but I believe people are responsible for their behavior”. This Venter assertion coincides with the position of most geneticists and psychoanalysts in approaching a key point for the development of research, namely: there is a two-way relationship between genotype and phenotype, between the genetic map and its expression, known as gene expression. There is a distance that is met only individually, not universally - in our jargon - for objects a. Here we have a common ground for scientists, psychoanalysts, and also philosophers, as Hans Jonas and his principle which pronounces that responsibility is necessary for the current ethical thinking, just as a result of changes in social relations in globalization. To break the vertical patterns of identifications in this new network society, flat, or horizontal, corresponds to the same extent, the increase in subjective responsibility before the meeting and the surprise it should be possible by the psychoanalyst Lacan’s orientation. Advances in scientific research in genetics care to the psychoanalyst today, as imported advances in physics to the psychoanalyst than a hundred years ago, genetics represents, in our time, to science, that physics has played: at the cutting edge of scientific advance. I return to this brief statement - and why I was asked - which I presented to colleagues gathered in Paris, during the 36 Days of Study School of the Freudian Cause. I have new results, but the essence of research is the same. The clinical facts which I shall report them occur at the University of Sao Paulo, more specifically the Center for Human Genome Studies, scientific point of reference worldwide. Its director, Professor Mayana Zatz, (?) is also the Scientific Pro-Rector of the University and was awarded the UNESCO awarded the best scientists in Latin America.
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Nós criamos um serviço de psicanálise no Centro de Estudos do Genoma Humano, atividade, aparentemente, pioneira no mundo. Devido aos resultados que começamos a publicar, temos sido consultados para a sua reprodução. A primeira pesquisa que realizamos foi formalizada a partir de um diagnóstico situacional sofre o sofrimento reportado pelos pacientes e pelos geneticistas. Detectamos um novo e verdadeiro vírus do laço social que nós denominamos RC, iniciais de « Resignação e Compaixão ». Resignação dos pacientes, compaixão das famílias. Fomos acostumados a procurar um médico quando sofremos de algo e não quando estamos nos sentindo muito bem. No entanto, um fenômeno típico do nosso tempo, que era antes impensável, é a comunicação, a uma pessoa, de um diagnóstico e prognóstico científicos, anunciando-lhe uma doença futura, da qual ela ainda não sofre e que, freqüentemente, tem um nome estranho, geralmente aterrorizante. Passado um primeiro momento de raiva, quase sempre a pessoa escolhe alienar-se no sujeito-suposto-saber do imaginário social, ou, em outros termos, em um sofrimento prêt-à-porter. Sabemos bem como a sociedade é capaz de produzir sofrimentos e alegrias em modelos prêt-à-porter. Ao adotar tal atitude, o sujeito deixa a porta aberta a dois problemas. Primeiro, resignando-se, ele antecipa o sofrimento e facilita por esta antecipação o progresso da doença anunciada. Segundo, do lado da família, justaposta à resignação, surge a compaixão que, sob sua face de virtude, esconde o vício da acomodação indiferente, congelando a situação em um dueto dor-piedade. É por que intitulamos nossa pesquisa « Desautorizar o sofrimento », entenda-se, o sofrimento padronizado. Conseguimos verificar que uma ação psicanalítica era possível com estes pacientes, retirando-lhes a segurança da solução prêt-à-porter e devolvendo-lhes a surpresa do encontro que eles haviam tido em suas vidas com aquele terrível veredicto. Nós entendíamos que nosso « sujeito-suposto-saber », criativo e responsável, traria benefícios a dois aspectos críticos: o momento imediato e o progresso da doença. Pudemos notar na prática clinica o que Jacques-Alain Miller anunciou ao propor o tema das últimas jornadas da Escola da Causa Freudiana: « Quando trabalha na potência máxima, a psicanálise faz, para um su-
The origin of this seemingly surreal collaboration between “an umbrella and a sewing machine”, or in other words, between psychoanalysis and genetics, is a question that I made to the teacher Mayana Zatz, in our first workshop. Actually, this question was based on the subjects already exposed – “Do you believe there is a two-way relationship between genotype and phenotype?”. My focus, in psychoanalytic terms, was to understand what the consistency is for her, its subject supposed to know. To my pleasant surprise, her response was immediate: - Of course not! Who told you such nonsense? Like a flash, I remembered the forums held at the Palais de la Mutualité, by Jacques-Alain Miller, on the amendment Accoyer; colleagues thought asylum seekers to an alleged science of brain locations. Finally and ironically all these remarkable advances highlight the control of the society in which we have been confronted. Many people believe this “nonsense”, as she pronounced. We created a service of psychoanalysis at the Center for Human Genome Studies, activity, apparently, a pioneer in the world. Due to the results start to publish, we have been consulted for their reproduction. The first survey we conducted was formalized from a situational diagnosis suffers the pain reported by patients and by geneticists. We detected a new virus and real social virus which we call RC, initial “Resignation and Compassion”. That means Resignation of patients, and compassion for families. We usually see a doctor when suffering from something and not when we are feeling very well. However, a typical phenomenon of our time, which was previously unthinkable, is the way we should to communicate or convince one person about a scientific diagnosis and prognosis, announcing a future illness, which she/he does not suffer and that often has a strange name, usually terrifying. After a first moment of anger, often the person chooses to dispose of the subject-supposed knowledge of the social imaginary, or, in other words, suffering from a prêt-à-porter. We know how society is able to produce suffering and joys of models prêt-à-porter.
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jeito, vacilar todos os semblantes... (incluindo aqueles da dor, devemos adicionar).... Isto libera um sinal de abertura, talvez de inventividade ou de criatividade que está na contramão do festim de Baltazar. O que daí emerge, na melhor das hipóteses, é um sinal que diz « Nem tudo está escrito ». Uma objeção ao mestre contemporâneo. Nem tudo está escrito. Até mesmo quando está escrito no código genético, existe um gap, uma distância entre o escrito, o genótipo que citávamos, e sua expressão, o fenótipo. É a isso, como dissemos, que se chama de « expressão gênica ». Expliquemos melhor. O genoma humano, ou genoma de uma pessoa, é o conjunto de todos os genes que ela herdou de seus pais. Os genes são seqüências de DNA responsáveis pela codificação das proteínas. Se analisarmos o DNA de uma pessoa, ele será o mesmo em todos os tecidos. Mas, as proteínas são diferentes em cada tecido: por exemplo, nas células do fígado, acharemos as proteínas ou produtos que são essenciais para manter as funções hepáticas. Por isto dizemos que os genes « se expressam » de maneira diferente em cada um dos tecidos. A expressão dos genes depende também do ambiente. Por exemplo, os genes de um cérebro que foi exposto à educação terão uma expressão diferente daqueles que não o foram. Esta mudança de expressão é « epigenética », pois ela não será passada aos descendentes. Sabemos também que os « neurotransmissores » são influenciados pelo que chamamos de « ambiente ». Rita Levi Montalcini, que recebeu o prêmio Nobel de medicina, demonstrou que os « neurotransmissores » podem influenciar o sistema imunológico, o que tem um papel importante no desenvolvimento de certas doenças. Uma das hipóteses de trabalho é então que a psicanálise poderia influenciar a expressão de genes que modulam os « neurotransmissores » e ter um efeito – nada banal – sobre a velocidade de progresso de uma doença neuromuscular, por exemplo. Por um ano, nós seguimos dezenove pacientes dentre os que solicitaram ser atendidos por um psicanalista no Centro de Estudos do Genoma Humano. Suas doenças eram muito variadas: distrofia muscular de Duchenne, distrofia miotônica de Steinert, distrofia muscular fácio-escápulo-umeral, ataxia espino-cerebelar. OM 56
By adopting this attitude, the person leaves the door open to two problems. First, resigning himself, he anticipates the pain and facilitates the anticipation for this disease progress announced. Second, the side of the family, juxtaposed with the resignation, there is compassion, which under her view of virtue, the hidden addiction indifferent accommodation, freezing the situation in a duet pain-pity. It is why our research entitled “Disregard the suffering”. We mean the suffering standardized. We found that psychotherapy could share with these patients by removing the security solution ready-to-wear and returning them to the surprise of the meeting that they had taken their lives with that terrible verdict. We understood that our “subject -supposed knowledge, creative and responsible, benefit the two critical issues: the immediate moment and the progress of the disease. We noted in clinical practice that Jacques-Alain Miller said by proposing the theme of the last days of the School of the Freudian Cause: When working at full power, psychoanalysis is, for a person, flinching every face ... (including those pain, we must add)...”. This releases a sign of openness, perhaps inventiveness or creativity that is going against the feast of Belshazzar. What then emerges, at best, is a sign that says “not everything is written.” There is one objection to the contemporary master. I really agree that “not everything is written”. Even when it is written in the genetic code, there is a gap, a distance between the writing, the genotype that quotable, and his expression, the phenotype. Is this, as we said, what is called “gene expression”. Let me explain better. The human genome or a person’s genome is the set of all the genes she inherited from her parents. Genes are DNA sequences encoding the proteins. If we analyze the DNA of a person, it will be the same in all tissues. But proteins are different in each tissue: for example, in liver cells, we find the proteins or products that are essential to maintain liver function. For this we say that genes “express themselves” differently in each tissue. The expression of genes also depends on the environment. For example, genes from a brain that has been exposed to education have a different expression of those who were not. This change of expression is “epigenetic” because it will not be passed on to descendants. We also know that ‘neurotransmitters’ are influenced by what we call “environment”. Rita Levi Montalcini, who won the Nobel Prize in Medicine, demonstrated that the “neurotransmitters” can influence the immune system, which has an important role in the development of certain diseases. One of working hypotheses, then, is that psychoanalysis could influence the expression of genes that modulate the ‘neurotransmitters’ and have an effect - not so common - about the speed of progress of a neuromuscular disease, for example. For a year, we followed nineteen patients among those who asked to be treated by a psychiatrist at the Center for Human Genome Studies. Their illnesses were very varied: Duchenne muscular dystrophy, Steinert’s myotonic dystrophy, muscular dystrophy, facio-scapulohumeral, spinocerebellar ataxia.
Psicologia Psychology OM The first, and sometimes the second session of interviews, done by me - I use this because of the continuity of this work, now also open to families - in the presence of Professor Zatz. These interviews are transmitted directly to a team of psychoanalysts Institute of Lacanian Psychoanalysis, São Paulo, associated with the Institute of the Freudian Field. They aim to determine the scope of impact of the separation between S1 and S2. To quote the same text by Jacques-Alain Miller: “This defines the condition of the very possibility of psychoanalytic exercise. For there to psychoanalysis, it must be lawful, allowed - and this is what comes up against the established powers of other discourses - reaches the master signifier, make him fall, reveal his claim to absolute, as a face, and replace it follows that the clutch of unconscious subject on the body, that is what we call, with Lacan, the object. Next to these preliminary interviews, which are discussed with the entire team, one member became the director of analytic treatment in weekly sessions. Professor Zatz and I have reviewed all the patients every three months. Adherence to treatment was complete. There was no one at any of consultations throughout the year, and it is worth remembering that these people have difficulties in walking. Their change of position in relation to the enjoyment was evident, as was the change in position of families in relation to the feeling of pity. We do not have the possibility to know the precise effects on the progression of disease expression. A primeira, e às vezes a segunda sessão de entrevistas, é feita por mim – utilizo o presente em razão da continuidade destes trabalhos, agora aberto também às famílias – na presença da professora Zatz. Estas entrevistas são transmitidas diretamente a uma equipe de psicanalistas do Instituto da Psicanálise Lacaniana, de São Paulo, associado ao Instituto do Campo Freudiano. Elas visam determinar o campo de incidência da separação entre S1 e S2. Citemos o mesmo texto de Jacques-Alain Miller: « Isto define a condição da própria possibilidade do exercício psicanalítico. Para que haja psicanálise é necessário que seja lícito, permitido – e é isso que esbarra nos poderes estabelecidos de outros discursos -, atingir o significante-mestre, fazê-lo cair, revelar sua pretensão ao absoluto, como um semblante, e substituir-lhe pelo que resulta da embreagem do sujeito do inconsciente sobre o corpo, isto é, o que chamamos com Lacan de objeto a. » Em seguida a estas entrevistas preliminares, que são discutidas com toda a equipe, um dos membros assume a direção do tratamento analítico em sessões semanais. A professora Zatz e eu revemos todos os pacientes a cada três meses. A adesão ao tratamento foi total. Não houve uma única ausência a qualquer das consultas durante todo o ano e vale lembrar que estas pessoas têm dificuldades de locomoção. Suas mudanças de posição em relação ao gozo foram evidentes, assim como o foi a mudança de posição das famílias em relação ao sentimento de pena. Ainda não temos a possibilidade de saber os efeitos precisos sobre a progressão da expressão da doença.
This clinical practice, little standardized, teaches us many things among others: 1. There is the possibility of a practice of psychoanalysis among several, like the one described by colleagues RI3. 2. There is the possibility of transmitting the clinic, the technical savoir faire inspired by the second clinic of Jacques Lacan, that we call the Real Clinic. 3. Particularly, there is an openness to collaboration with scientists do not merely say that Freud was also a neurologist. This confirms the need to respect the differences between the speeches to make them work together.
Finally, I want to mention the spontaneous testimony of a patient, writing and authorized by the doctor of dentistry, victim of a girdle type dystrophy. Follow: “I describe the importance of the project analysis at this time of my life. By begin the project, the rapid progression of the dystrophy was inherent and visible and this was painful and sad. In a time not far away, I was playing football, riding my bike, swimming, when, after my 33 years, I began to have difficulty climbing stairs, to run and shoot the ball. The falls became more frequent, and the fall, I hurt knees, elbows, nose and head, and also my emotional state, my soul. These frequent falls made me lose my motivation to achieve personal and professional activities, I became increasingly haunted by a projection: to be ever closer to relying on a wheelchair. In a way, was anticipating the pain. I did not know what to think! 57 OM
OM Psicologia Psychology Essa prática clínica, pouco padronizada, nos ensina muitas coisas – entre outras: 1. que existe a possibilidade de uma prática da psicanálise entre vários, como aquela que foi descrita pelos colegas do R.I.3. 2. que existe a possibilidade de transmitir, pela clínica, o ‘savoir faire’ técnico inspirado na segunda clínica de Jacques Lacan, aquela que chamamos de Clínica do Real. 3. particularmente, que existe abertura a uma colaboração com os cientistas que não se limita a dizer que Freud também era um neurologista. Isto confirma a necessidade de se respeitar as diferenças entre os discursos para fazê-los colaborarem.
Para terminar, mencionarei o testemunho espontâneo de um paciente, escrito e autorizado por ele, doutor em odontologia, vitima de uma distrofia do tipo cinturas. Escutêmo-lo. « Desejo relatar a importância do projeto Análise neste momento de minha vida. Ao principiar o projeto, a rápida progressão da distrofia era inerente e visível e esta situação era sofrida e triste. Em uma época não muito distante, eu jogava futebol, andava de bicicleta, nadava, quando, passados meus 33 anos, comecei a sentir dificuldades para subir escadas, para correr, para chutar a bola. As quedas se tornaram cada vez mais freqüentes e ao cair eu feria não só os joelhos, os cotovelos, o nariz e a cabeça, como também meu estado emocional, minha alma. Estas quedas freqüentes me faziam perder a motivação para realizar minhas atividades pessoais e profissionais, eu me tornava cada vez mais assombrado por uma projeção, a de estar cada vez mais próximo de depender de uma cadeira de rodas. De certa maneira estava antecipando o sofrimento. Não sabia mais o que pensar! Foi após uma dessas quedas que eu viajei para São Paulo,.... contei minha falta de motivação em conseqüência das quedas. Cair para mim era tão desencorajador! Gentilmente a doutora Mayana me convidou a participar do projeto Análise. Eu sei que a progressão da distrofia é concreta e que suas conseqüências são claras em meu corpo, marcado principalmente pela modificação da força, do tônus e do contorno dos músculos, da qual resultam limitações nos movimentos. Aprendi que a realidade da distrofia não é fixa, que ela pode ser mutável, plástica, flexível e modelável, eu aprendi a fazer dela um detalhe, com o afastamento que se deve... uma analogia interessante é pensar que a distrofia é como uma rede no oceano... se o peixe ficar preso nela, ele morrerá. Portanto, com esse trabalho no projeto análise, eu aprendi que após o horror do diagnóstico, a rede realmente trava, mas o mar é muito grande e a tarefa é não ficar nela! Assim como na vida, o mar permite criar caminhos diferentes, para ir além da rede. ... a distrofia é apenas um detalhe na multiplicidade dos corpos e tratá-la assim é formidável. As quedas hoje em dia não me assustam mais... há várias alternativas para se levantar... o objetivo maior é « desautorizar o sofrimento » Assim concluímos: a clínica dos objetos a na experiência psicanalítica possibilita ao homem do século XXI de se liberar dos novos Maktoubs, e, em decorrência, de se responsabilizar sobre o osso de sua existência de uma forma renovada e inventiva. OM 58
It was after one of these falls that I traveled to Sao Paulo ... I told my lack of motivation as a result of falls. Fall for me, was so discouraging! Gently, Dr. Mayana invited me to participate in the project analysis. I know that the progression of dystrophy is real and that its consequences are clear in my body, marked mainly by modifying the strength, tone and contour of the muscles, which results in limitations in movement. I learned that the reality of the dystrophy is not fixed, it can be changeable, plastic, flexible and moldable, I learned to make it a detail, with the removal that should be and an interesting analogy is to think that the dystrophy is like a net in the ocean ... if the fish gets stuck in it, he will die. Therefore, with this work on the project analysis, I learned that after the horror of the diagnosis, the network really lock, but the sea is very large and the task is not to get it! As in life, the sea creates different paths to go beyond the network.... dystrophy is just a detail in the multiplicity of bodies, and treat it so is great. The falls today, do not scare me more ... there are several alternatives to raise ... the main objective is “to undermine the suffering.”. Thus, we conclude: the clinic of the objects in the psychoanalytic experience enables men to release the twenty-first century is the new Maktoubs, and, consequently, be responsible about the ease of their existence in a fresh and inventive. Jorge de Figueiredo Forbes PhD in Psychoanalytic Theory UFRJ. Master in Études approfondies Concepts Psychanalyse Et Clini, the Universite de Paris VIII, France. He is graduated in Medicine, Faculdade de Medicina de Santos. psychoanalyst and psychiatrist in Sao Paulo. He is one of the main initiators of the thought of Jacques Lacan in Brazil, who attended the workshops in Paris from 1976 to 1981. He had a role in creating the Brazilian School of Psychoanalysis, which was the first director general. He is the Principal Director of IPLA - Institute of Lacanian Psychoanalysis and Analysis Project (www.projetoanalise.com.br). He directs the Clinical Psychoanalytic Center of Human Genome - USP. He is also Analyst Member of the Brazilian School of Psychoanalysis and the European School of Psychoanalysis. It has several articles published in Brazil and abroad and is author, among other books, You Want You Want?, which is a psychoanalysis beyond the Oedipus itself to the new “desbussolado” man of globalization. Co-author of The Invention of the Future, which believes that solutions to live in this new era of broken ideals. Also collaborates frequently with the mainstream media, and curator and lecturer at the Philosophical Café CPFL - TV Cultura (Video http://migre.me/diXB) has been consulted by businesses, hospitals and schools. He is Member of the Brazilian Society of Psychoanalysis, Ecole Europeenne de Psychanalyse and the Association Mondiale de Psychanalyse. Also, Counselor editorial elucidation Revue.
A griffe fashion
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