NEUROMARKETING EMOÇÕES: DO MARKETING AO CONSUMO O JOVEM QUE VIVE EM "DÉJÀ VU" CONSTANTE.
EMOTIONS: FROM MARKETING TO CONSUMPTION
TERRIFYING TIME LOOP: THE MAN TRAPPED IN CONSTANT DEJA VU.
ÉMOTIONS: DU MARKETING À LA CONSUMMATION
Goiânia - ano VI - nº 67 - JUNHO - 2015
EPIDEMIOLOGIA: Doenças respiratórias e fatores associados: estudo de base populacional em São Paulo, 2008-2009. EPIDEMIOLOGY: Respiratory diseases and associated factors: population-based study in São Paulo, 2008-2009.
REVISTA ODISSEIA DA MEDICINA ......................................... ANO VI NÚMERO 67 JUNHO - 2015 ......................................... PUBLISHER
SUMÁRIO SUMMARY
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KLÉBER OLIVEIRA VELOSO
......................................... JORNALISTA RESPONSÁVEL
NEUROMARKETING NEUROMARKETING Emoções: do marketing ao consumo Emotions: from marketing to consumption Émotions: du marketing à la consummation
SUELI RAUL - DRT-GO/011263JP
......................................... REDAÇÃO E ORTOGRAFIA
EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGY Doenças respiratórias e fatores associados: estudo de base populacional em São Paulo Respiratory diseases and associated factors: population-based study in São Paulo
NATÉRCIA MARIA MARTINS DA FONSECA
......................................... DIAGRAMAÇÃO ODISSEIA COMUNICAÇÃO
......................................... EDITOR DE FOTOGRAFIA ONCOLOGIA ONCOLOGY Vitamina C injetável pode ajudar no tratamento contra o câncer, diz estudo. Vitamin C ‘gives chemotherapy a boost’.
EDMAR WELLINGTON - MTB 1842
......................................... TRADUÇÃO FELIPE HOMSI AGENOR NETO
......................................... CONSELHO EDITORIAL
NEUROLOGIA NEUROLOGY O jovem que vive em ‘déjà vu’ constanteo Terrifying time loop: The man trapped in constant deja vu
Dra. ADRYANNA LEONOR MELO CAIADO Dr. ANTÔNIO DA SILVA MENEZES JÚNIOR Dr. CLÁUDIO VITAL DE LIMA FERREIRA Dr. HÉLIO CURADO FRÓES Drª. JULIANA SILVA MOREIRA
NUTRIÇÃO NUTRITION Dietas personalizadas podem ajudar a perda de pesol In search of a personalised diet
Dr. JOEL DE SANT´ANNA BRAGA FILHO Dr. MARCO ANTÔNIO CARNEIRO Dr. MARCOS ANTONIO RIBEIRO MORAES Dr. NADIM CHARTER
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Emoções: do marketing ao consumo.
Emotions: from Émotions: du marketing to marketing à la consumption. consummation.
cérebro, principal integrante do encéfalo humano, é a estrutura mais sofisticada e maravilhosa que existe, podendo produzir cem bilhões de neurônios e quarenta quadrilhões de conexões. A sua topografia neurofisiológica sempre vem à tona, ensejando frequentes e atuais questionamentos. Esse contexto permite sublinhar, a cada instante, notáveis descobertas encefálicas que põem em relevo a sua extensão e diversidade, dentre elas: a produção de células neurais em determinadas áreas do cérebro; a “delegação” da prática de um ato por uma área cerebral, face à impossibilidade de outra (neuroplasticidade cerebral); adaptação de experiências internas e externas para o desempenho de novas funções. Elas vão muito além. Aliás, o que move a ciência não são as respostas, mas os questionamentos! A fazer valer a experiência humana, o córtex cerebral, o mais importante órgão do sistema nervoso central, é responsável pela consciência lógica, racional. Ele controla as atividades
he Brain, is the leading member of human body, it is the most complex and wonderful structure that we know, and can produce a trillion connections. Its geography physiological always comes up, allowing for frequent and current challenges. The preamble serves to emphasize, at every moment, remarkable brain discoveries that bring out its length and diversity, among them: the production of neural cells in certain brain areas, the “delegation” of the practice of an act by a brain area, the impossibility of another (neuroplasticity of the brain). It goes well beyond. Incidentally, what moves the world are not the answers prepared from the questions, but these! In asserting the human experience, the cerebral cortex, most important organ of the central nervous system is responsible for conscious rational logic. He controls the activities of voluntary and involuntary actions. In this context, a question: why, sometimes, the conquest of the superfluous is more pleasurable
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e cerveau, principal menbre l’encéphale humain, est la structure la plus complexe et merveilleuse que l’on s’éfforce de connaitre. Le cerveau humain pourrait produire un trillion de connexion. Sa géographie physiologique vient toujours à la surface, résultat: cela engendre des fréquents et courants questionnement.Ce préambule permet de souligner, à chaque instant, de notables découvertes encephaliques qui mettent en évidence son extension et sa diversité, parmi eux: la production de cellules neuronales dans certains secteurs du cerveau; la délégation de la pratique d’une action pour un secteur cérébral, fait face à l’impossibilité d’autres (neuroplasticide cérébral). Ils vont au-delà de ça. En fait, l’idée générale partagée par la société ne sont pas les réponses élaborée à partir du questionnement. Pour faire pour valoir l’expérience humaine, le cortex l’organe cérébral, plus important du système nerveux central, il est le responsable de la conscience raisonnable, logique. Il contrôle les
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than necessary? Going one step further: why do some people drink excessively, alcohol, even aware of the harm it causes? Or, on another trip: why some smokers, even though the toxicity of tobacco, are not always able to abandon its practice? Notice what this means! The answer to these questions is simple. And we shall see it. The person is the product of what you want and need. Since the ripe young age, way of life is bequeathed us by the likes, parents and tutors. Incorporated, thereby lifelong, value judgments are just the parameters of our choices. Most were educated to “collect” learning than to run them. Hence the choices being fair or not are made! A right eminently noble, independent of the atrocious consequences resulting there from, as each one give it the destination of life the way that best pleases you. Hear, therefore, who wishes, of course who is “authorized” to hear! The emotional connections are genetic, and connected to the brain areas. The feeling of pleasure, “appetite”, is related to endorphins, the phenylethylamine, dopamine, norepinephrine and oxytocin. The topography neurological felt over the sensation of pleasure is modulated in the mesolimbic reward system. It extends from the ventral tegmentum to the nucleus accumbens, regulating cognition, dependence, desire, emotion, motivation and reward. By making use of tobacco, for example, the person, while aware of their counter-effects, and a pleasure to feel superior to the real consequences it will cause. In other words, satisfaction and guarantees the “extinguished” the conscience! There are also
activités volontaires et involontaires de l’organisme. Dans ce contexte, plusieurs question s’impose: pourquoi, parfois, la conquête du superflu est-il plus plaisant à nos yeux que nécessaire? Ou encore: pourquoi quelques personnes ingèrent, excessivement, des boisson alcolisées, même conscient du mal qu’elle provoque? Ou encore: pourquoi quelques fumeurs, conscient également de la toxicité du tabac,n’arrivent-ils pas à abandonner leur habitude ? La réponse des ces enquêtes est simple. La personne est le produit de ce qui est voulu et du besoin. Depuis le commencement, la façon de vivre nous est déléguée par les semblables, des parents et des mentors. Nous avons fusionné, cette voie, le long de la vie, des jugements de valeur que s’ils tournent les paramètres de nos choix. Nous avons été instruits plus pour rassembler des études que les exécuter. Alors les choix que, étant la foire ou pas, ils sont faits! Un droit éminemment noble, indépendant de conséquences impitoyable, parcequ’ à chacun appartient le droit de tracer son chemin (destin). Cela est destiné aux personnes qui se sentent concernés bien évidement! Les rapports émotionnels sont génétiques et ils se lient avec les secteurs cérébraux. La sensation du plaisir, “de l’appétit”, est assimilé à l’endorfine, feniletilamine, dopamina, norepinephrine et l’oxitocine. La topographie neurologique est sentie pendant la sensation de plaisir et modulé dans le système mesolimbique. Il s’étend du tegmento ventral au noyau accumbens, réglementant la connaissance, la dépendance, le désir, l’émotion, la motivation et
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seus males, sente um prazer bem superior às consequências danosas que o fumo irá provocar no seu organismo. Noutras palavras: garante a satisfação e “extingue” a consciência! Há, também, forças neurobiológicas e diferenças individuais que vão regular a intensidade do seu uso. É bom registrar, à guisa de esclarecimento, que a publicidade contra o uso de cigarros – explícita nas carteiras que os contêm - estimula o seu consumo ao invés de inibir a sua prática. Por incrível que pareça, isso ocorre porque essa publicidade atua, diretamente, sobre o núcleo acumbens, estrutura essencial do sistema mesocórtico-límbico que hospeda as dependências e as recompensas. Esse núcleo, por sua vez, passa a “exigir” doses cada vez maiores da substância para satisfazer o “apetite” do usuário. O fumante, por isso, não se constrange física e nem psicologicamente pela agressão que o tabaco lhe provoca, de modo que a sua consciência não mais consegue estabelecer a relação entre o prazer obtido e o mal causado pelo consumo. Nesse contexto de publicidade, a pessoa, em regra, não tem a intenção de se ludibriar, mas o inconsciente interpreta determinadas circunstâncias melhor que o consciente. Então há pensamentos (motivo pelo qual alguém compra) e sentimentos e/ou emoções (amor, ciúme, inveja, raiva, simpatia) que estão, muitas vezes, OM 8
individual differences and neurobiological forces that will regulate the intensity on substance use. Just for the record, as a way of clarification, that the advertising against cigarette use – explicit, quite incisive in the portfolio that contains them – encourages consumption rather that inhibit its smoking practice. Amazingly, this is because such disclosure acts directly on the nucleus accumbens. This, in turn, passes the “demand” increasingly high doses of the substance to satisfy the “appetite” of the user. Smokers, therefore, does not constrain the aggression that tobacco causes him so that his conscience is no longer able to establish the relationship between the pleasure taken and damage caused by the consumption of drugs. In this context of advertising, the person generally has no intention to deceive, but the unconscious interprets certain behaviors rather than the conscious. Then, there are thoughts (why someone buys) and feelings and / or emotions (love, jealousy, anger, sympathy) that are often outside the conscious. Therefore, the authentic emotions and reactions experienced by consumers are in the brain before they are verbalized in the word. That is, the act of speaking is not always calibrates with the subtlety of those elaborations. In fact, two halves heterotrophic. Here dopamine, generating a feeling of well-being, comes into play. It is introduced into the bloodstream at the instant, and resolve to do something rewarding
la récompense. En fumant du tabac, par exemple, la personne, meme consciente des contre-effets attribué au tabac, assied un plaisir très supérieur aux conséquences réelles qu’il provoquera. Autrement dit: il garantit la satisfaction et il “éteint” la conscience! Il y a, aussi, des forces neurobiologique et les différences individuelles qui régleront l’intensité dans l’utilisation de la substance. Il est bon d’enregistrer, au mode d’explication, que la publicité contre la consommation du tabac est explicite et tout à fait incisif sur les paquets de cigarettes , la publicité stimule sa consommation au lieu d’interdire sa pratique tabagiste. Pour incroyable qu’il semble, cela arrive parce que ces lois de publicité agit directement sur le noyau acumbens. Cela dit la consommation du tabac à long terme engendre l’augmentation évolutive des doses . Le fumeur, n’est pas contraint par l’agression que le tabac provoque, de tel manière que la conscience ne puisse plus établir de relation entre le plaisir obtenu et le mal causé par la consommation de cette drogue. Dans ce contexte de publicité, la personne en générale, n’a pas l’intention de tromper, mais l’inconscient interprète certains comportements mieux que le conscient. Alors, il y a des pensées (le motif de l’achat) et des sentiments et-ou des émotions (l’amour, la jalousie, la colère, la sympathie) qui sont liés à la conscience. C’est pourquoi, les émotions authentiques et les réactions vécues par les consommateurs ne sont pas forcément élaborées dans le cerveau avant qu’ils soient dans le mot verbalisé. En réalité, il existe deux moitiés heterotropique. Ici la dopamine entre en action: la production d’une sensation de bien-être. Elle est présentée dans le courant sanguin,à l’instant même de sa décision de faire quelque chose entrainant un certain plaisir (pour manger, acheter, fumer etc), le comportement motivé par divers facteurs. Elle provoque le plaisir d’acheter, au point de créer une dépendance. Si ne pas “consommer”, ou “acquérir” l’objet, la personne se sent “exclue” de la voie sociale. Dans certaines situations, par exemple, en voyant un certain objet, la personne décide de l’acheter et tout de suite aprés le regrette. Cela provoque un sentiment de culpabilité par rapport à l’artificialité vécue. C’est une mutation epilogique. En fait une bonne partie de ce qui arrive au cerveau arrive par le biais de l’émotion, et non celui de la raison. C’est ce qui se cache derrière le succès de cette “consommation” ludique et “virtuel”. On sait que le cerveau, en action, nécessite parmi d’autre: le glucose et l’oxygène pour
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à margem da consciência. Por esse motivo, as autênticas emoções e reações vivenciadas pelos consumidores estão no cérebro antes de estarem na palavra verbalizada. Isto é, o ato de falar nem sempre se equaciona com a sutileza daquelas elaborações. Ou seja, são duas metades heterotrópicas: num primeiro momento a pessoa decide e, segundos após, ela se dá conta do que decidiu! Aqui, a dopamina, geradora de uma sensação de bem-estar, entra em ação. Ela é introduzida na corrente sanguínea no instante em que a pessoa resolve fazer algo gratificante (comer, comprar, fumar etc), comportamento motivado por n fatores. Ela pode provocar o prazer de comprar, inclusive ao ponto de se tornar um vício. Se não “consumir”, ou “adquirir” o objeto desejado, a pessoa se sente frustrada, “excluída” do meio social. Como a dopamina provoca felicidade em reduzido espaço de tempo, surgem, daí, os vários “apetites”, dentre eles, comer, comprar, fumar etc. Em algumas circunstâncias, por exemplo, ao ver determinado objeto, a pessoa resolve comprá-lo e, instantes após, se arrepende daquela aquisição. Isso provoca um sentimento de culpa em relação à artificialidade vivenciada, sentida. É uma mutação epilógica. Desse modo, boa parte
(eating, shopping, smoking etc.), the behavior motivated by n factors. It causes the pleasure of shopping, even to the point of becoming an addiction. If you do not “consume”, or “acquire” the object, the person feels “excluded” from the social environment. As dopamine causes happiness in small time gap, there are, hence, the various “appetites,” among them, eat, shop, smoking etc. In certain situations, for example, seeing a particular object, the person decides to buy it, and shortly after, she repents of that acquisition. This causes a feeling of guilt about the artificiality experienced, felt. It is a mutation epilog. Thus, much of which occurs in the brain occurs at the level of emotion, not reason. That is what is behind the success of this “consumption” playful, “virtual”. It is known that the brain, the work requires, among others, glucose and oxygen for its linear performance. In the pendulum, the MRI - functional magnetic resonance imaging - operates by measuring the oscillations of cerebral blood flow. Besides mental health, the MRI is being used to map the “centers” of reward consumers in order to indentify which kind of marketing or advertising, is to be used to various kinds of
son bon fonctionnement. Dans ce pendule, l’IRMF.(image pour la résonance magnétique fonctionnelle). Il agit mesurant les oscillations du flux sanguin cérébral. Car en plus de la santé mentale, l’IRMf est utilisé pour dresser la carte “des centres” de la récompense des consommateurs, de la façon d’identifier le genre marketing, ou de publicité, qu’elle devrait utiliser pour le genre de consommation diver. Il a été observé, selon IRMF que, la poppulation s’est soumis aux tests d’ingestion de boissons et de dégustation de produits alimentaires qu’ils aimaient, il y avait une augmentation du flux sanguin dans le cortex pré-frontal, le secteur qui dirige l’émotion! Des études récentes prouvent que, approximativement 90 % des consumeristes sont inconscients. Même cela peut sembler un paradoxe, mais ce qui arrive est naturellement, le levier l’économie! Il est juste que l’économie est basée dans le comportement raisonnable des consommateurs, mais les émotions (le bien-être, l’avidité, la crainte etc) l’influence, significativement, dans la décision consumeriste. Parfois, le cerveau se rappelle du bien-être, ou de l’avidité, ou alors de la crainte. L’IRMf arrive à préciser du niveau de 9 OM
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do que ocorre no cérebro acontece no patamar da emoção, não no da razão. É isso, na maioria das vezes, o que está por trás do sucesso desse consumo “lúdico”, “virtual”! Sabe-se que o cérebro, ao trabalhar, exige, dentre outras substâncias, glicose e oxigênio. Nesse pêndulo, o IRMf – aparelho que utiliza imagens por ressonância magnética funcional – atua medindo as oscilações do fluxo sanguíneo cerebral. Para além da saúde mental, o IRMf está sendo utilizado para mapear os “centros” de recompensa dos consumidores, de modo a identificar qual a espécie de marketing, ou publicidade, que se deve utilizar nas várias modalidades de consumo. Observou-se, utilizando o IRMf que, em pessoas submetidas a testes de ingestão de bebidas e degustação de alimentos saborosos, houve um aumento do fluxo sanguíneo no córtex pré-frontal, área que rege a emoção! Novos estudos comprovam que, aproximadamente, 90% do comportamento consumista é inconsciente. É um paradoxo, mas isso ocorre e, naturalmente, trás benefícios à economia! A economia avança, também, pelo comportamento racional dos consumidores, mas as emoções (bem-estar, ganância, medo etc) influenciam, significativamente, na decisão consumerista. Às vezes, o cérebro se lembra do bem-estar, ou da ganância, ou então do medo. O IRMf, utilizando imageamento funcional por ressonância magnética, consegue precisar o OM 12
consumption. Was observed using MRI, that people testing the intake of beverages and foods that taste like, increase blood flow to the prefrontal cortex, an area that governs the excitement! Recent studies show that approximately 90% of consumerist behavior is unconscious. It may seem a paradox, but this is what happens and, of course, means the economy! Admittedly, the economy is based on rational behavior of consumers, but the emotion (welfare, greed, fear, etc.), influence significantly the consumerist decision. Sometimes, the brain remembers the well-being, once the greed, or fear. The MRI can specify the level of emotional connection or repulsion of a consumer to a visual stimulus in real time. That is, it quantifies and records brain activity, cognitive behavior. An interesting example and present the performance of MRI is the lie detector. As lying requires cerebral effort, this effort will lead to increased blood flow in certain brain area and, therefore, is denounced by MRI, a circumstance which shows that the person is lying. There are significant studies with regard to consumer marketing related to smell (scent of a perfume that induces seduction), taste (tasty food), hearing (musical rhythm appropriate to the environment), vision (light, window theme, format an exposed object, the position of a piece of clothing on the body of the mannequin, the color of a wall) and touch (try the object you wish
connexion ou de la répulsion émotionnelle d’un consommateur avant une motivation visuelle, en temps réel. Autrement dit, il se fait inscrire et il évalue quantitativement l’activité cérébrale, de la connaissance au comportement. Un exemple intéressant et actuel de la performance d’IRMF est le détecteur de mensonge. Le fait de mentir exige un effort l’effort cérébral, cet effort provoque une augmentation du flux sanguin dans certain secteur cérébral et, dont, il est dénoncé par IRMF, la circonstance qui montre que la personne ment. Il y a des études significatives concernant le marketing lié au sens olfactif (l’arome d’un parfum qui incite à la séduction), au palais (la cuisine savoureuse), à l’audition (à approprier le rythme musical à l’atmosphère), à la vision (la luminosité, la vitrine thématique, le format d’un objet exposé, la position d’un vêtement sur le corps du mannequin, la couleur d’un mur) et au contact (pour essayer l’objet que l’on veut acquérir). Le cortex ventrolateral pré-frontal traite les informations liées à l’émotion. L’émotion, parce que, il déplace par l’expérience sensorielle, étant l’émotion l’outil le plus important pour acheter quelque chose. Au but, il est nécessaire que la propagande interagisse avec le consommateur pour lui pour rester plus de temps dans l’établissement et, par conséquent, acheter plus! Il est nécéssaire de savoir que les neurones,
NEUROMARKETING NEUROMARKETING NEUROMARKETING OM nível de conexão ou de repulsão emocional do consumidor perante um estímulo visual, em tempo real. Ou seja, ele registra e quantifica a atividade cerebral, da cognição ao comportamento. Um exemplo interessante e atual da performance do IRMf é o detector de mentiras. Como mentir exige esforço cerebral, esse esforço provoca um aumento do fluxo sanguíneo em determinada área do cérebro e, por isso, é denunciado pelo IRMf, circunstância que mostra que a pessoa está mentindo. Há significativos estudos, no que diz respeito ao marketing consumerista, relacionados ao olfato (aroma de um perfume que induz à sedução), ao paladar (alimento saboroso), à audição (ritmo musical adequado ao ambiente), à visão (luminosidade, vitrine temática, formato de um objeto exposto, posição de uma peça de roupa no manequim, a cor de uma parede), e ao tato (experimentar o objeto que se deseja adquirir). O córtex pré-frontal ventrolateral processa a informação relacionada à emoção, que transita pela experiência sensorial, se tornando a ferramenta mais importante para o consumo! A propósito, é necessário que a propaganda interaja com o consumidor para que ele permaneça mais tempo no estabelecimento e, consequentemente, compre mais! É bom não dessaber, também, que os neurônios-espelhos, localizados no córtex frontal inferior e no lobo pariental, são células neurais que se ativam quando determinado comportamento é realizado, analisado e, naturalmente, imitado. Noutras palavras, é o fato de o observador se identificar, emocionalmente, com o observado e, por consequência, repetir o seu comportamento. Por isso é possível chorar ao assistir um filme; cair no chão, se não estiver sentado, ao assistir uma sessão de cinema 180º; esticar a perna quando o artilheiro do time, para o qual o telespectador torce, chuta a bola rumo ao gol; e, ainda, bocejar, ou sentir sono, quando alguém percebe um grande e preguiçoso bocejo de outrem. Essa espécie de neurônio está sendo mais bem analisada com o objetivo de influenciar o marketing de determinados produtos e, consequentemente, aumentar as suas vendas. Ou seja, o que se vê outrem fazer, se quer fazer também! Assim, às vezes, o neurônio-espelho sabota a razão e faz, inconscientemente, que a pessoa imite a outra e, por via oblíqua, compre aquilo que “deseja”, alterando o comportamento de consumo. Uma última palavra: estudos mais recentes avançam sobre os marcadores somáticos no contexto do marketing consumerista. Esses marcadores são as experiências pretéritas e atuais, boas (bem-estar, felicidade, recompensa) ou não (mal-estar, punição, tristeza), sedimentadas ao longo da vida.
to purchase). The ventrolateral prefrontal cortex processes information related to emotion. The thrill, for transit through sensory experience, and emotion is the most important tool to buy something. Incidentally, this pendulum, it is necessary that the advertisement interact with the consumer so that it stays longer in the establishment and, therefore, buy more! It is good not to avoid, also, that mirror neurons, frequently encountered in the inferior frontal cortex as well as pariental lobe are activated when certain behavior is performed, analyzed and imitated by somebody. In other words, the fact that observers identify emotionally with the observed and, of course, repeat that behavior So you can cry when watching a movie, hit the floor, if not seated, to watch a 180º movie in a theater; stretch the leg as the top scorer of the team, for which the viewer twists, kicks the ball toward goal; drowsiness when someone notices a big lazy yawn of others. This kind of neuron is being studied to influence the marketing of certain products, and thereby increase their sales. In verve, what you see others do, it is what you want to do too! So, sometimes, the mirror neuron-sabotage is the reason and, unconsciously, that mimics the other person and, of course, buys what you “want”, changing consumer behavior. One last word: Recent studies advance on somatic markers in the context of consumerist marketing. These markers are the past experience
dans le cortex inférieur de devant, aussi bien que dans le lobo parental, sont activés quand un certain comportement est accompli, analysé et la moquerie pour quelqu’un. Autrement dit, c’est le fait de l’observateur pour identifier, avec émotion,en l’observant et, naturellement, répéter ce comportement. Donc il est possible de pleurer en regardant un film; tomber par terre, s’il ne s’’assied pas, en suivant une session de films , pour lequel les torsions du téléspectateur, donnent un coup de pied à la balle se dirigeant vers le but; avoir someil quand quelqu’un remarque un bâillement paresseux de quelqu’un d’autre. Ce genre de neurone est étudiée pour influencer les certains produits marketing et, par conséquent, augmenter leurs ventes. D’autre part,le fait de voir quelqu’un d’autre faire quelque chose nous donne forcément l’envie de le reproduire! Comme cela, parfois, le miroir de neurone sabote la raison et inconsciemment, la personne imite l’autre et naturellement le reproduit automatiquement, changeant le comportement de consommation. Un dernier mot: des études récentes avancent sur les marqueurs somatiques dans le contexte du marketing consumeriste. Ces marqueurs sont des bonnes expérience passées et actuelles, (récompense, le bien-être) ou de mauvaise experiences (la crainte, la punition), réuni le long de la vie. Ils sont nominé d’instinct, tout naturellement. Ils aident la personne à prendre 13 OM
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São nominados instintos. Eles ajudam a pessoa a tomar decisões, inclusive a de comprar, pois estão bem arregimentados no consciente, situando, à sua medida, na retaguarda do consumo. Será que essas descobertas irão, em menor ou maior escala, influenciar o poder de compra das pessoas? É uma perspectiva interessante aqui contextualizada, em respeito ao arbítrio e ao pensamento de cada uma delas. Em todo caso, não se deve prescindir uma reflexão, principalmente num mundo cada vez mais sinalizado pelo agito e virtualidade!
and current best (reward, welfare) or not (fear, punishment), met throughout life. It is nominees of instinct or intuition. They help people make decisions, including buying, because they are well aware of the sediment, standing, its extent, at the rear of consumption. Do these findings will effectively influence our purchasing power? It is quite interesting what arises here, respecting the will and thinking of each person. In any case, should not exclude the consideration of each, especially in a world increasingly headed by agitation and vitality!
des décisions, en plus de ceux d’achat, donc ils sont bien informés dans le conscient au sujet de la consommation. Ces vaines découvertes auront-elles raison un jours afin d’influencer notre pouvoir d’achat? C’est quelque chose d’intéressant qui est mis en évidence, respectant la volonté et la pensée de chaque personne. Dans tous les cas, la pensée ne devrait pas résumer de la réflexion, principalement dans un monde de plus en plus tamponné pour le je mène une campagne virtuellle.
Kleber Oliveira Veloso. Pós-doutor em Direito Penal pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brasil. Doutor e Mestre em Direito Penal pela Universidade de Barcelona, Espanha. Especialista em Direito Penal e em Direito Processual Penal pela Universidade Federal de Goiás (UFGO), Brasil. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Brasil. Diretor Editorial da Revista Odisseia da Medicina. Membro das Comissões do MEC/SESu/INEP para avaliação, autorização, supervisão, credenciamento e reconhecimento dos cursos de graduação e de pós-graduação em Direito, Brasil. Membro Fundador da Academia Goianiense de Letras. Escritor. Professor. Kleber Oliveira Veloso. Post-doctor in Criminal Law by the Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brazil. PhD and Master of Criminal Law by the University of Barcelona, Spain. Specialist in Criminal Law and Criminal Process by University Federal of Goiás, Brazil. Graduated in Law by the Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Brazil. Publisher of the Magazine Odisseia da Medicina. State Committee member of MEC/SESu/INEP for evaluation, authorization, oversight, accreditation and recognition of undergraduate and graduate in law, Brazil. Founding Member of the Academia Goianiense de Letras. Writer. Professor. Post-docteur en Droit Pénal pour l’Université Fédérale de Santa Catarina (UFSC), Brésil. Docteur et Maître dans le Droit Pénal pour l’Université de Barcelone, l’Espagne. Spécialiste dans le Droit Pénal et dans Droit Procédural Pénal pour l’Université Fédérale de Goiás (UFGO), Brésil. Diplômé en Droit pour l’Université Catholique Papale de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Brésil. Directeur Éditorial de la Revue Odisséia de la Médecine. Membre des Commissions de MEC/SESu/INEP pour évaluation, autorisation, surveillance, accréditation et reconnaissance des formations diplômantes et de master en Droit, Brésil. Membre Fondateur du Monde universitaire Goianiense de Lettres. Auteur. Professeur. OM 14
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CARDIOLOGIA
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Fazer horas extras pode aumentar em 60% risco de doenças cardíacas.
Working overtime increases heart risk, a study finds.
esquisa reforça suspeitas de que trabalhar demais não é saudável. Fazer horas extras diariamente, trabalhando entre 10 e 11 horas por dia, pode aumentar em 60% os riscos de doenças cardíacas, de acordo com um estudo publicado no site da revista especializada European Heart Journal. A conclusão é o resultado de uma pesquisa com 6 mil funcionários públicos britânicos e descontou fatores de risco cardíaco tradicionais, como fumo. Segundo os autores, o estudo mostra a importância do equilíbrio entre trabalho e tempo livre. Ao todo, foram verificados 369 casos de pessoas que sofreram doenças cardíacas fatais, tiveram infartes ou desenvolveram angina. Em vários casos, os médicos constataram um forte vínculo com o número de horas trabalhadas. Personalidades ‘tipo A’ Entre as explicações para essa relação, estariam o menor tempo para exercícios e relaxamento, além de estresse, ansiedade e depressão. Além disso, os médicos dizem ter identificado uma relação entre pes-
eople who regularly put in overtime and work 10 or 11-hour days increase their heart disease risk by nearly two-thirds, research suggests. The findings come from a study of 6,000 British civil servants, published online in the European Heart Journal. After accounting for known heart risk factors such as smoking, doctors found those who worked three to four hours of overtime a day ran a 60% higher risk. Experts said the findings highlighted the importance of worklife balance. Overall, there were 369 cases where people suffered heart disease that caused death, had a heart attack or developed angina. And the number of hours spent working overtime appeared to be strongly linked in many cases. The researchers said there could be a number of explanations for this. People who spend more time at work have less time to exercise, relax and unwind.
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CARDIOLOGY They may also be more stressed, anxious, or have depression. A career-minded person will also tend to be a “Type A” personality who is highly driven, aggressive or irritable, they say. “Employees who work overtime may also be likely to work while ill - that is, be reluctant to be absent from work despite illness,” they add. Lead researcher Mianna Virtanen, an epidemiologist at the Finnish Institute of Occupational Health in Helsinki and University College London, said: “More research is needed before we can be confident that overtime work would cause coronary heart disease.” Cathy Ross, senior cardiac nurse at the British Heart Foundation, which part-funded the research, said: “This study raises further questions about how our working lives can influence our risk of heart disease. “Although the researchers showed a link between working more than three hours overtime every day and heart problems, the reasons for the increased risk weren’t clear. “Until researchers understand how our working lives can affect the risk to our heart health, there are simple ways to look after your heart health at work, like taking a brisk walk at lunch, taking the stairs instead of the lift, or by swapping that biscuit for a piece of fruit.” Dr John Challenor, from the Society of Occupational Medicine, said: “In many ways it confirms what we as occupational health doctors already know - that work/life balance plays a vital role in well-being. “Employers and patients need to be aware of all of the risk factors for coronary heart disease and should consider overtime as one factor that may lead to a number of medical conditions.”
soas muito dedicadas à carreira com personalidades “tipo A”, altamente motivadas, agressivas e irritáveis. “Funcionários que fazem horas extras também tendem a trabalhar quando estão doentes, ou seja, relutam em faltar ao trabalho mesmo doentes”, diz a pesquisa. A epidemiologista Mianna Virtanen, que coordenou o estudo pelo Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional em Helsinki, em parceria com a University College London, afirmou que as conclusões não são definitivas. “É preciso pesquisar mais antes de termos segurança ao afirmar que fazer horas extras causaria doenças cardíacas coronárias”, disse Virtanen. O médico John Challenor, da Sociedade de Medicina Ocupacional afirmou que a pesquisa confirma diversos fatos que médicos já conheciam: “que o equilíbrio trabalho/tempo livre tem um papel vital no bem-estar”.
Fonte: BBC Brasil OM 18
Source : BBC Brazil
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SAÚDE PÚBLICA
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Inatividade mata mais do que obesidade, indica pesquisa.
Inactivity ‘kills more than obesity’.
falta de exercício pode estar matando o dobro de pessoas se comparada à obesidade, sugere um estudo feito por 12 anos, que incluiu mais de 300 mil pessoas na Europa. Pesquisadores da Universidade de Cambridge registraram cerca de 676 mil mortes por ano por inatividade, contra 337 mil por conta de excesso de peso. Eles concluíram que pelo menos 20 minutos diários de caminhada rápida poderiam gerar benefícios substanciais. Especialistas afirmam, ainda, que exercício físico é benéfico para pessoas de qualquer peso. Obesidade e sedentarismo, muitas vezes andam de mãos dadas. No entanto, sabe-se que as pessoas mais magras têm um maior risco de problemas de saúde se forem inativas. E as pessoas obesas que se exercitam têm melhores condições de saúde do que pessoas inativas. O estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, tenta trazer à tona os perigos da inatividade e da obesidade. Inatividade mata Os pesquisadores acompanharam 334.161 europeus por 12 anos. Eles avaliaram os níveis de exercício e a circunferência das cinturas a cada morte.
lack of exercise could be killing twice as many people as obesity in Europe, a 12-year study of more than 300,000 people suggests. University of Cambridge researchers said about 676,000 deaths each year were down to inactivity, compared with 337,000 from carrying too much weight. They concluded that getting everyone to do at least 20 minutes of brisk walking a day would have substantial benefits. Experts said exercise was beneficial for people of any weight. Obesity and inactivity often go hand in hand. However, it is known that thin people have a higher risk of health problems if they are inactive. And obese people who exercise are in better health than those that do not. The study, published in the American Journal of Clinical Nutrition, attempted to tease out the relative dangers of inactivity and obesity. Obese v inactive Researchers followed 334,161 Europeans for 12 years. They assessed exercise levels and waistlines and recorded every death. “The greatest risk [of an early death] was in those classed inactive, and that was consistent in normal weight, overweight and obese people,” one of the researchers, Prof Ulf Ekelund told BBC News.
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“O maior risco (de morte precoce) está associado aos classificados como inativos, sejam com peso normal, sobrepeso ou obesidade”, disse às BBC News Ulf Ekelund, um des pesquisadores envolvidos no estudo. Ekelund afirma que eliminar a inatividade na Europa cortaria as taxas de mortalidade em cerca de 7,5%, ou 676 mil mortes, mas eliminar a obesidade reduziria a mortalidade em apenas 3,6%. “Mas não acho que seja caso de um ou outro. Nós também devemos nos esforçar para reduzir a obesidade, e a atividade física deve ser reconhecida como uma estratégia muito importante de saúde pública”, acrescentou Ekelund. Ekelund, que faz pelo menos cinco horas de exercício vigoroso toda semana, afirma que uma caminahada rápida todo dia é suficiente para transformar a saúde. “Vinte minutos de atividade física, o equivalente a uma caminhada rápida, é algo possível de incluir em qualquer trajeto para o trabalho, ou em intervalos de almoço, ou à noite, em vez de assistir TV”, sugere. Os males causados por inatividade e obesidade são, em grande parte, os mesmos, como doença cardiovascular. No entanto, a diabetes tipo 2 é mais comum entre os obesos.
He said eliminating inactivity in Europe would cut mortality rates by nearly 7.5%, or 676,000 deaths, but eliminating obesity would cut rates by just 3.6%. Prof Ekelund added: “But I don’t think it’s a case of one or the other. We should also strive to reduce obesity, but I do think physical activity needs to be recognised as a very important public health strategy.” Prof Ekelund, who is based in Norway, is into cross country skiing and clocks up at least five hours of vigorous exercise each week. However, he says all it would need to transform health, is brisk walking. “I think people need to consider their 24-hour day. “Twenty minutes of physical activity, equivalent to a brisk walk, should be possible for most people to include on their way to or from work, or on lunch breaks, or in the evening instead of watching TV.” The diseases caused by inactivity and obesity were largely the same, such as cardiovascular disease. However, type 2 diabetes was more common with obesity. Tackle both Commenting on the findings, Barbara Dinsdale, from the charity Heart Research UK, said: “This study once again reinforces the importance of being physically active, even when carrying excess weight. “Changing your lifestyle is all good news for heart health, but physical activity is always easier to achieve and maintain without carrying the extra ‘body baggage’ of too much weight.” Prof John Ashton, president of the Faculty of Public Health, said changes were needed to make exercise easier. “We need substantial investment in cycling infrastructure to make our streets safer. “If more people cycled or walked to work or school, it would make a big difference in raising levels of physical activity.”
Fonte: BBC Brasil
Source : BBC Brazil 23 OM
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Doenças respiratórias e fatores associados: estudo de base populacional em São Paulo, 2008-2009.
Respiratory diseases and associated factors: population-based study in São Paulo, 2008-2009.
s doenças respiratórias caracterizadas por bronquite aguda, rinite (alérgica) e sinusite (rinossinusite crônica) são importantes causas de morbidade em crianças e em adolescentes no mundo. Nos Estados Unidos, essas doenças foram responsáveis pelo maior número de visitas aos serviços ambulatoriais médicos para pessoas até 15 anos entre 2011 e 2002. Além disso, exercem importante pressão sobre os serviços de saúde e são responsáveis por frequente absenteísmo escolar. Essas doenças respiratórias também possuem posição de destaque no Brasil. O recente aumento dos casos de internação em crianças e adolescentes possivelmente ocorre por irritação brônquica de causas infecciosas e não infecciosas, como poluentes atmosféricos, fumaça de cigarro e outros alérgenos. A prevalência de episódios de bronquite aguda por ano é de 5% nos Estados Unidos, sendo uma das infecções mais comuns em crianças menores de cinco anos e responsável por inúmeros casos de hospitalização. De acordo com o último consenso brasileiro, a rinite é descrita na literatura como uma das doenças crônicas mais frequentes na infância. Embora pouco valorizada, traz grande desconforto e pode associar-se a
espiratory diseases characterized by acute bronchitis, (allergic) rhinitis and sinusitis (chronic rhinosinusitis) are important causes of morbidity in children and adolescents around the world. In the United States, these diseases were responsible for the highest number of visits to outpatient health services for people up to 15 years old between 2001 and 2002. In addition, they exercise an important pressure on the health services and are responsible for frequent school absenteeism. These respiratory diseases also have a prominent position in Brazil. The recent increase in the cases of hospitalizations of children and adolescents possibly occurs due to bronchial irritation from infectious and noninfectious causes, like atmospheric pollutants, cigarette smoke and other allergens. The prevalence of episodes of acute bronchitis is 5% per year in the United States. It is one of the most common infections in children younger than five years and it is responsible for numerous hospitalization cases. According to the last Brazilian consensus, rhinitis is described in the literature as one of the most frequent chronic diseases in childhood.
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problemas graves como apneia do sono, asma e infecções respiratórias repetidas. A prevalência média de sintomas relacionados à rinite alérgica no Brasil foi 29,6% entre adolescentes (de 13 a 14 anos) e 25,7% entre escolares (de seis a sete anos) entre 2002 e 2003. O Brasil está no grupo de países com as maiores prevalências de rinite alérgica no mundo. Rinite e sinusite são bastante comuns na prática clínica e são condições frequentemente associadas. Estima-se que a sinusite afete cerca de 31 milhões de pessoas anualmente nos Estados Unidos, uma das afecções mais prevalentes das vias aéreas superiores, com custo financeiro elevado para a sociedade. Tanto sinusite quando rinite podem significar diminuição da qualidade de vida, agravo de comorbidades e exigir significativos gastos com saúde. Também podem criar custos indiretos para a sociedade, fazendo com que os dias de escola perdidos reduzam a aprendizagem escolar. Ainda que a rinite e a sinusite ocorram com frequência na população, pouco se conhece sobre a epidemiologia dessas doenças. O mesmo pode-se dizer de bronquite aguda. A ausência de método padronizado para identificá-las em estudos epidemiológicos é uma limitação importante para obtenção desses dados. Embora as doenças respiratórias na infância e adolescência sejam comuns, informações sobre a frequência e a distribuição das doenças respiratórias em crianças e adolescentes são escassas no Brasil. Para o município de São Paulo, SP, existem poucos estudos de base populacional sobre estimação da prevalência dessas doenças respiratórias e fatores associados para essas faixas etárias. Os inquéritos populacionais de saúde têm importante papel no conhecimento dos aspectos atuais sobre a situação de morbidade da população. As informações em saúde subsidiam ações apoiadas em dados objetivos respaldados por evidência científica. Inquéritos populacionais de saúde periódicos são importantes para gerar informações não obtidas em registros contínuos nacionais e fundamentais para o planejamento e avaliação das políticas de prevenção e controle de agravos e de promoção da saúde no nível municipal ou regional. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de bronquite aguda, rinite e sinusite em crianças e adolescentes e identificar fatores associados.
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Although little importance is given to it, it produces great discomfort and can be associated with serious problems like sleep apnea, asthma and repeated respiratory infections. The mean prevalence of symptoms related to allergic rhinitis in Brazil was 29.6% among adolescents (13-14 years) and 25.7% among schoolchildren (six-seven years) between 2002 and 2003. Brazil is in the group of countries with the highest prevalence of allergic rhinitis in the world. Rhinitis and sinusitis are quite common in clinical practice and are conditions which are frequently associated. It is estimated that sinusitis affects approximately 31 million people annually in the United States, one of the most prevalent affections of the upper airways, with high financial cost to society. Both sinusitis and rhinitis may mean decrease in the quality of life and aggravation of comorbidities; it addition, they may demand significant expenditures on health. They may also create indirect costs to society, as the lost school days can reduce school learning. Although rhinitis and sinusitis frequently occur in the population, little is known about the epidemiology of these diseases. The same can be said about acute bronchitis. The absence of a standardized method to identify them in epidemiological studies is an important limitation to obtain these data. Although respiratory diseases in childhood and adolescence are common, information about the frequency and distribution of respiratory diseases in children and adolescents is scarce in Brazil. Regarding the municipality of São Paulo (Southeastern Brazil), there are few population-based studies about estimation of the prevalence of these respiratory diseases and associated factors for these age groups. Population health surveys play an important role in the knowledge of current aspects about the population’s morbidity situation. Health information subsidizes actions supported by objective data backed by scientific evidence. Population health surveys carried out periodically are important to generate information that is not obtained in continuous national records, and are fundamental to plan and
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Métodos Estudo transversal, de base populacional, com os dados do Inquérito de Saúde no Município de São Paulo 2008 (ISA - Capital 2008), de 2008 a 2009. A amostra do ISA - Capital foi de 3.271 pessoas, e para este estudo foram selecionados crianças e adolescentes, perfazendo total de 1.185 indivíduos entre zero e 20 anos incompletos. Os participantes foram selecionados por amostragem probabilística, estratificada por sexo e idade, e por conglomerados em dois estágios: setores censitários e domicílios. Foram sorteados 70 setores a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD-2002), que amostrou 267 setores censitários urbanos no município. Questionário estruturado em 21 blocos temáticos com a maioria das questões fechadas foi aplicado à pessoa sorteada ou à mãe/responsável para os menores de 12 anos. As entrevistas foram realizadas por pessoal treinado e supervisionado durante o período do inquérito. Para assegurar o controle de qualidade, foram realizadas novas entrevistas por telefone ou diretamente no domicilio, para os entrevistados sem telefone, a partir de amostra aleatória de 5% das entrevistas. A taxa de não resposta foi de 22,5% e 7,3% de domicílios vagos ou cujos moradores se recusaram a informar se havia alguém da faixa etária no domicílio. As variáveis dependentes foram bronquite aguda, rinite e sinusite auto referidas (sim; não). As variáveis independentes foram: sexo, idade, cor da pele, escolaridade do chefe da família, renda do chefe da família, caracterização do domicílio, tipo de moradia, número de cômodos, destino do esgoto, presença de cão no domicílio, de gato, presença de alergia, de asma, índice de massa corporal (IMC, calculado segundo peso e estatura referidos), internação nos 12 meses anteriores à entrevista e noites de internação. Para classificação do IMC, foi adotado o critério proposto pelo Centers for Disease Control and Prevention, por meio da curva de IMC segundo idade e sexo. Considerou-se baixo peso o IMC abaixo do percentil
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evaluate the policies of prevention and control of health problems and of health promotion in the municipal or regional level. The aim of this study was to estimate the prevalence of acute bronchitis, rhinitis and sinusitis in children and adolescents and to identify associated factors. Methods Cross-sectional, population-based study with data from the 2008 Inquérito de Saúde no Município de São Paulo (ISA - Capital 2008 Health Survey in the Municipality of São Paulo), from 2008 to 2009. The sample of ISA - Capital was of 3,271 people, and for this study, children and adolescents were selected, totaling 1,185 individuals aged between zero and 19 years. The participants were selected by probability sampling, stratified by sex and age, and by two-stage cluster sampling: census tracts and households. Seventy sectors were drawn from Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD-2002 - National Household Sample Survey), which sampled 267 urban census tracts in the municipality. A questionnaire structured in 21 thematic blocks whose majority of questions was closed was administered to the drawn person or to the mother/guardian, for children younger than 12 years. The interviews were conducted by trained personnel who were supervised during the period of the survey. To ensure quality control, new interviews were conducted by telephone or directly in the households for those without telephone, based on a random sample of 5% of the interviews. The non-response rate was 22.5% and there was 7.3% of vacant households or households whose inhabitants refused to inform if anyone belonging to the age group lived there. The dependent variables were self-reported acute bronchitis, rhinitis and sinusitis (yes; no). The independent variables were: sex, age, 27 OM
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5, peso normal o IMC entre o percentil 5 e abaixo de 85, sobrepeso o IMC entre o percentil 85 e abaixo de 95, e obesidade o IMC maior ou igual ao percentil 95. A associação entre as variáveis independentes e dependentes foi estimada na análise bivariada pelo teste qui-quadrado com nível de significância de 5%. Foram utilizadas razões de prevalência e intervalos de 95% de confiança e realizada regressão múltipla de Poisson para análise ajustada. Foram consideradas as variáveis que tiveram p < 0,20 na análise bivariada e permaneceram no modelo múltiplo aquelas com p < 0,05. Interações entre as variáveis do modelo final foram examinadas. Considerou-se o efeito do desenho amostral para análise de inquéritos baseados em delineamentos complexos nas análises. Utilizou-se o programa SPSS 16.0, que permite incorporar os pesos distintos das observações. Os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no qual eram explicados os objetivos da pesquisa e as informações que seriam solicitadas e era garantida a confidencialidade das informações. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (Processo n° 381/2001). Resultados Dos 1.185 entrevistados com idades entre zero e 20 anos incompletos, 50,1% eram do sexo feminino e 61,9%, de cor da pele branca. Moravam em domicílios caracterizados como casa 94%, 56,1% em moradia própria e 60,1% em domicílios com quatro cômodos ou mais. Cão esteve presente em 42,3% dos domicílios e gato, em 13,3%. A prevalência de asma foi de 9,1% (IC95% 7,0;11,7) e de 21,1% (IC95%: 17,9;24,7) de alergia (Tabela 1).
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skin color, level of schooling of the head of the family, income of the head of the family, characterization of the household, type of household, number of rooms, sewage disposal, presence of dogs in the household, of cats, presence of allergy, of asthma, body mass index (BMI, calculated according to reported weight and height), hospitalization in the 12 months before the interview, and nights of hospitalization. For the BMI classification, the criterion proposed by Centers for Disease Control and Prevention was adopted, by means of the BMI curve according to age and sex. Low weight was considered BMI below percentile 5; normal weight, BMI between percentile 5 and below 85; overweight, BMI between percentile 85 and below 95; and obesity, BMI higher than or equal to percentile 95. The association between the independent and dependent variables was estimated in the bivariate analysis by the chi-square test, with level of significance of 5%. Prevalence ratios were used, as well as 95% confidence intervals, and multiple Poisson regression was performed for the adjusted analysis. The variables which had p < 0.20 in the bivariate analysis were considered and those with p < 0.05 remained in the multiple model. Interactions between the variables of the final model were examined. The effect of sample design was considered for the analysis of surveys based on complex outlines in the analyses. The program SPSS 16.0 was utilized. It allows incorporating the distinct weights of the observations. The participants signed a consent document in which the aims of the research and the information that would be requested were explained and the secrecy of the information was guaranteed. The research protocol was approved by the Research Ethics Committee of the School of Public Health of Universidade de S達o Paulo (Process no. 381/2001). Results Of the 1,185 interviewees aged between zero and 19 years, 50.1% were women and 61.9% had white skin color. In addition, 94% lived in households characterized as houses, 56.1% owned the place where they lived and 60.1% lived in homes with four rooms or more. Dogs were present in 42.3% of the households and cats, in 13.3%. The prevalence of asthma was 9.1% (95%CI: 7.0;11.7) and of allergy, 21.1% (95%CI: 17.9;24.7) (Table 1).
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A prevalência auto-referida de bronquite aguda foi de 7,3% (IC95%: 5,5;9,8), de rinite foi de 22,6% (IC95%: 19,3;26,2) e de sinusite foi de 15,3% (IC95%: 12,6;18,5). Bronquite aguda associou-se significativamente à idade (p < 0,001), à cor da pele (p = 0,007), à presença de alergia (p = 0,001), de asma (p < 0,001), ao número de noites de internação (quatro a sete noites, p = 0,012) e ao número de cômodos no domicílio (p = 0,004). Rinite esteve associada à idade (p = 0,001), à presença de alergia (p < 0,001), de asma (p < 0,001), à escolaridade do chefe da família (p = 0,005) e à caracterização do domicílio (p = 0,001). Sinusite associou-se à idade (p = 0,002), ao IMC (p = 0,014), à presença de alergia (p < 0,001) e à presença de asma (p = 0,009). No modelo de regressão múltipla de Poisson, associaram-se à bronquite aguda auto-referida: idades de zero a quatro anos (RP = 17,86; IC95%: 3,65;90,91), de cinco a nove anos (RP = 37,04; IC95%: 8,13;166,67), de dez a 14 anos (RP = 20,83; IC95%: 4,93;90,91), presença de alergia (RP = 3,12; IC95%: 1,70;5,73), cor da pele preta e parda (RP = 2,29; IC95%: 1,21;4,35) e de um a três cômodos no domicílio (RP = 1,85; IC95%: 1,17;2,94). O teste de interação não foi significativo entre as variáveis independentes. Idade e cor da pele não modificaram associação para presença de alergia (p = 0,998 e p = 0,528, respectivamente) e número de cômodos no domicilio não modificou associação para cor da pele (p = 0,187). Associaram-se à rinite auto-referida: idades de dez a 14 anos (RP = 2,77; IC95%: 1,60;4,78), de 15 a 19 anos (RP = 2,58; IC95%: 1,52;4,39), referir ter alergia (RP = 4,32; IC95%: 2,79;6,70), referir ter asma (RP = 2,30; IC95%: 1,30;4,10) e residir em apartamento (RP = 1,70; IC95%: 1,06;2,73). Não houve interação entre presença de asma e alergia (p = 0,196) e a idade não modificou associação para presença de asma (p = 0,840) e de alergia (p = 0,687). Sinusite auto-referida associou-se a: idade de cinco a nove anos (RP = 2,44; IC95%: 1,09;5,43), de dez a 14 anos (RP = 2,99; IC95%: 1,36;6,58), de 15 a 19 anos (RP = 3,62; IC95%: 1,68;7,81), referir ter alergia (RP = 2,23; IC95%: 1,41;3,52) e ser obeso (RP = 4,42; IC95%: 1,56;12,50). Não houve interação entre presença de alergia e índice de massa corporal (p = 0,457).
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Self-reported prevalence of acute bronchitis was 7.3% (95% CI: 5.5;9.8), of rhinitis, 22.6% (95%CI: 19.3;26.2), and of sinusitis, 15.3% (95%CI: 12.6;18.5). Acute bronchitis was significantly associated with age (p < 0.001), skin color (p = 0,007), presence of allergy (p = 0.001), of asthma (p < 0.001), number of nights of hospitalization (four to seven nights, p = 0.012), and with number of rooms in the household (p = 0.004). Rhinitis was associated with age (p = 0.001), with presence of allergy (p < 0.001), of asthma (p < 0.001), level of schooling of the head of the family (p = 0.005), and with the characterization of the household (p = 0.001). Sinusitis was associated with age (p = 0.002), with BMI (p = 0.014), presence of allergy (p < 0.001), and presence of asthma (p = 0.009). In the multiple Poisson regression model, the following variables were associated with self-reported acute bronchitis: ages from zero to four years (PR = 17.86; 95%CI: 3.65;90.91), from five to nine years (PR = 37.04; 95%CI: 8.13;166.67), from ten to 14 years (PR = 20.83; 95%CI: 4.93;90.91), presence of allergy (PR = 3.12; 95%CI: 1.70;5.73), black and mixed-ethnicity (black and white) skin color (PR = 2.29; 95%CI: 1.21;4.35), and one to three rooms in the household (PR = 1.85; 95%CI: 1.17;2.94). The interaction test was not significant among the independent variables. Age and skin color did not modify the association for presence of allergy (p = 0.998 and p = 0.528, respectively), and number of rooms in the household did not modify the association for skin color (p = 0.187). The following variables were associated with self-reported rhinitis: ages ten to 14 years (PR = 2.77; 95%CI: 1.60;4.78), 15 to 19 years (PR = 2.58; 95%CI: 1.52;4.39), reporting to have allergy (PR = 4.32; 95%CI: 2.79;6.70), reporting to have asthma (PR = 2.30; 95%CI: 1.30;4.10) and living in a flat (PR = 1.70; 95%CI: 1.06;2.73). There was no interaction between presence of asthma and allergy (p = 0.196), and age did not modify the association for presence of asthma (p = 0.840) and of allergy (p = 0.687).
EPIDEMIOLOGIA
Discussão A prevalência estimada para episódios de bronquite aguda por ano encontrado no presente estudo é semelhante à dos Estados Unidos, em torno de 5%. A bronquite aguda refere-se a uma das infecções mais comuns em crianças menores de cinco anos e responsável pela maioria das causas de hospitalização. Os Estados Unidos realizaram mais de 5 milhões de consultas para bronquite aguda entre 2001 e 2002, e a classificaram entre as doenças mais frequentes nos serviços ambulatoriais médicos. Na Alemanha, a prevalência de bronquite auto-referida em crianças de cinco a sete anos foi de 21,3% em Munique, 33% em Dresden e 31,8% em Leipzig entre 1995 e 1996. A prevalência de bronquite foi de 24,4% em Munique e de 36,8% em Dresden para crianças entre nove e 11 anos. A prevalência de bronquite aguda entre cinco e nove anos foi menor no presente estudo: 13%. Idade esteve associada a bronquite aguda, sobretudo nos primeiros anos de vida. Presença de alergia associou-se à bronquite aguda. Essa doença frequentemente refere-se a processo infeccioso propagado pelas vias respiratórias superiores e é uma complicação de rinite ou faringite, mais comuns em indivíduos atópicos (alérgicos). Cor da pele preta ou parda e moradia em domicílios com menor número de cômodos também estiveram associados à bronquite aguda. Embora as relações de cor da pele não sejam definidas por um grupo social, diferenças étnicas estão associadas a desigualdades sociais e condicionam a forma de viver de conjuntos de indivíduos. Assim, negros são considerados mais suscetíveis às doenças infecciosas respiratórias. Aglomeração e baixo nível socioeconômico são importantes fatores para doenças respiratórias agudas baixas, assim como alergias e comorbidades associadas, como a asma. A prevalência média de rinite clinicamente diagnosticada na Europa foi de 22,7% (IC95%: 21,1;24,2) em 2001, semelhante ao presente estudo para São Paulo. Os países da Europa avaliados foram Bélgica (28,5%;
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Self-reported sinusitis was associated with: age five to nine years (PR = 2.44; 95%CI: 1.09;5.43), ten to 14 years (PR = 2.99; 95%CI: 1.36;6.58), 15 to 19 years (PR = 3.62; 95%CI: 1.68;7.81), reporting to have allergy (PR = 2.23; 95%CI: 1.41;3.52), and being obese (PR = 4.42; 95%CI: 1.56;12.50). There was no interaction between presence of allergy and body mass index (p = 0.457). Discussion The estimated prevalence for episodes of acute bronchitis found in the present study is similar to that of the United States, around 5% per year. Acute bronchitis is one of the most common infections in children under five, and it is responsible for the majority of the causes of hospitalization. The United States performed more than 5 million consultations for acute bronchitis between 2001 and 2002, and classified it among the most frequent diseases in the outpatient health services. In Germany, the prevalence of self-reported bronchitis in children aged five to seven years was 21.3% in Munich, 33% in Dresden and 31.8% in Leipzig between 1995 and 1996. The prevalence of bronchitis was 24.4% in Munich and 36.8% in Dresden for children between nine and 11 years. The prevalence of acute bronchitis for children between five and nine years old was lower in the present study: 13%. Age was associated with acute bronchitis, mainly in the first years of life. Presence of allergy was associated with acute bronchitis. This disease frequently refers to an infectious process propagated by the upper airways and is a complication of rhinitis or pharyngitis, more common in atopic (allergic) individuals. Black or mixed-ethnicity skin color and living in households with lower number of rooms were also associated with acute bronchitis. Although skin color relations are not defined by a social group, ethnic differences are associated with social inequalities and condition the way of living of groups of individuals. Thus, blacks are considered more 33 OM
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IC95%: 24,5;32,5), França (24,5%; IC95%: 21,0;28,0), Alemanha (20,6%; IC95%: 16,5;24,6), Itália (16,9%; IC95%: 12,9;20,9), Espanha (21,5%; IC95%: 18,5;24,4) e Inglaterra (26,0%; IC95%: 20,3;31,7%). A rinite apresenta importantes variações nos índices de prevalência de seus sintomas. De acordo com pesquisas realizadas em centenas de cidades da África, Américas do Norte e do Sul, Ásia, Austrália e Europa, com 463.801 crianças de 13 a 14 anos e em dezenas de cidades nas mesmas regiões, exceto África, com 257.800 crianças de seis a sete anos, a prevalência de sintomas de rinite variou de 3,2% a 66,6% e de 1,5% a 41,8%, respectivamente. A prevalência média de rinite em 20 cidades brasileiras para crianças de seis a sete anos e para adolescentes de 13 a 14 anos foi de 25,7% e de 29,6%, respectivamente. Para o presente estudo, a prevalência estimada de rinite para faixa etária entre cinco e nove anos foi de 22%, e entre dez e 14 anos, 29%, semelhante à média brasileira. Em São Paulo, o International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) - Fase 3 - apontou prevalência de sintomas de rinite (espirros, coriza ou entupimento nasal presentes na ausência de resfriado) para crianças e adolescentes em torno de 29% de 2002 a 2003. A prevalência de rinite por diagnóstico médico foi de 19,3% para crianças e 21,4% para adolescentes, valores semelhantes aos encontrados no presente estudo. As presenças de asma e de alergia estiveram associadas à rinite. Batlles-Garrido et al (2010) encontraram odds ratio 2,2 (IC95%: 1,22;4,02) vezes maior para rinite em asmáticos quando comparados aos não asmáticos, e para presença de atopia, o odds ratio foi de 2,5 (IC95%: 1,93;3,42). Estudos epidemiológicos mostram que asma e rinite muitas vezes coexistem na mesma pessoa. Pelo menos 60% dos asmáticos têm rinite e cerca de 20% a 30% das pessoas com rinite possuem asma. Law et al (2003) afirmaram que as consultas em pronto-atendimento
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susceptible to respiratory infectious diseases. Agglomeration and low socioeconomic level are important factors for acute lower respiratory tract infections, as well as allergies and associated comorbidities, like asthma. The mean prevalence of clinically diagnosed rhinitis in Europe was 22.7% (95%CI: 21.1;24.2) in 2001, similar to the present study in São Paulo. The European countries that were evaluated were: Belgium (28.5%; 95%CI: 24.5;32.5), France (24.5%; 95%CI: 21.0;28.0), Germany (20.6%; 95%CI: 16.5;24.6), Italy (16.9%; 95%CI: 12.9;20.9), Spain (21.5%; 95%CI: 18.5;24.4) and England (26.0%; 95%CI: 20.3;31.7%). Rhinitis presents important variations in the prevalence indexes of its symptoms. According to studies carried out in hundreds of cities in Africa, North and South America, Asia, Australia and Europe, with 463,801 children aged 13 to 14 years, and in dozens of cities in the same regions, except for Africa, with 257,800 children aged six to seven years, the prevalence of rhinitis symptoms varied from 3.2% to 66.6% and from 1.5% to 41.8%, respectively. The mean prevalence of rhinitis in 20 Brazilian cities for children aged six to seven years and for adolescents aged 13 to 14 years was 25.7% and 29.6%, respectively. For the present study, the estimated prevalence of rhinitis for the age group between five and nine years was 22%, and between ten and 14 years, 29%, similar to the Brazilian mean. In São Paulo, the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) - Phase 3 - pointed prevalence of symptoms of rhinitis (sneezing, coryza or nasal stuffiness present in the absence of a cold) for children and adolescents of around 29% from 2002 to 2003. The prevalence of rhinitis by medical diagnosis was 19.3% for children and 21.4% for adolescents, values that are similar to the ones found in the present study. The presences of asthma and allergy were associated with rhinitis. Batlles-Garrido et al (2010) found odds ratio 2.2 (95%CI: 1.22;4.02)
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são responsáveis por 1% dos custos diretos com a rinite, mas respondem por 62% dos dispêndios com a asma nos Estados Unidos. A rinite, intimamente associada à asma, apresenta-se como um problema de saúde pública em muitos países, levando à necessidade de monitoração contínua de suas tendências. A observação clínica e os dados da literatura mostram que a abordagem adequada da inflamação das vias aéreas superiores é imprescindível para o manejo satisfatório do asmático. Pessoas com rinite frequentemente apresentam diminuição da qualidade de vida, ocasionada por distúrbios do sono, fadiga, irritabilidade, sonolência diurna e déficits de memória. Além disso, o impacto financeiro torna-se maior quando consideradas as comorbidades relacionadas, como asma, sinusite e alergias. Em virtude da coexistência entre rinite alérgica e asma, a importância das infecções das vias aéreas superiores como fator de exacerbação para asma e da presença de rinite como um fator de risco para sinusite vem sendo amplamente discutida. A rinite está associada à piora do controle da asma. Isso é interpretado como expressão de uma mesma doença que acomete simultaneamente o trato respiratório superior e inferior, provavelmente devido a fatores de risco e patogênese comuns. Residir em apartamento associou-se à rinite, apoiando a hipótese da higiene, que interpreta a variação nos riscos para doenças alérgicas como reflexo da redução de exposições a agentes microbianos em fase precoce da vida. Segundo essa hipótese, as alterações para o estilo de vida moderno seriam responsáveis ou co-responsáveis pelo aumento expressivo das doenças alérgicas nas últimas décadas. Strachan (1989) a considera como a única explicação coerente e biologicamente plausível para as variações na alergia observadas entre famílias mais ou menos numerosas, estilo de vida moderno (apartamentos) ou em fazendas e campos (casas). Entretanto, parecem contradizer essa hipótese: altas taxas de doença respiratória entre a população urbana pobre nos EUA e em outros países industrializados, pulmões de muitas crianças atópicas são anormais antes da ocorrência de qualquer infecção e, ainda, não há evidências de que tenha ocorrido redução da incidência ou tipo de
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times higher for rhinitis in asthmatics when compared to non-asthmatic individuals, and for the presence of atopy, the odds ratio was of 2.5 (95%CI: 1.93;3.42). Epidemiological studies show that, many times, asthma and rhinitis coexist in the same person. At least 60% of the asthmatics have rhinitis and approximately 20% to 30% of the people with rhinitis have asthma. Law et al (2003) stated that consultations in emergency services are responsible for 1% of the direct costs with rhinitis, but account for 62% of the expenditures on asthma in the United States. Rhinitis, intimately associated with asthma, is a public health problem in many countries, which leads to the need of monitoring its tendencies continuously. Clinical observation and data from the literature show that the adequate approach to inflammation in the upper airways is indispensable to the satisfactory handling of the asthmatic. People with rhinitis frequently present a reduction in the quality of life, caused by sleep disorders, fatigue, irritability, daytime sleepiness, and memory deficits. In addition, the financial impact becomes higher when the related comorbidities are considered, like asthma, sinusitis and allergies. Due to the coexistence between allergic rhinitis and asthma, the importance of the upper airways infections as an intensification factor for asthma and the importance of the presence of rhinitis as a risk factor for sinusitis have been widely discussed. Rhinitis is associated with worse control of asthma. This is interpreted as the expression of one disease that affects simultaneously the upper and lower respiratory tracts, probably due to common risk factors and pathogenesis. Living in flats was associated with rhinitis, supporting the hygiene hypothesis, which interprets the variation in the risks for allergic diseases as a reflex of the reduction in the exposure to microbial agents in the early phase of life. According to this hypothesis, the change to the modern lifestyle would be responsible or co-responsible for the significant increase in allergic diseases in the last decades. Strachan (1989) considers it as the only coherent and biologically plausible explanation for the variations in 35 OM
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infecções respiratórias virais ao longo do período de trinta anos em que a prevalência das doenças alérgicas aumentaram. Quanto à sinusite, estima-se que afete um em cada seis adultos nos Estados Unidos e seu diagnóstico é considerado um dos mais comuns na prática clínica. Essas estatísticas possivelmente subestimam a verdadeira prevalência no país, pois cerca de 20% das pessoas afetadas não procuram atendimento médico. A sinusite por diagnóstico médico apresentou prevalência em torno de 10% na Europa, Japão e nos Estados Unidos em 2001. A prevalência de sinusite auto-referida foi maior no presente estudo. Grande parte dos estudos sobre prevalência dessa doença refere-se à realidade americana e européia; poucos apresentam informações sobre a América Latina. A sinusite gera impacto direto e indireto na economia global por sua alta prevalência, além de trazer repercussões significativas na qualidade de vida das crianças afetadas e de seus pais. Cunningham et al (2000) mostraram que pais de crianças com sinusite atribuíam a elas maior limitação física comparadas a crianças com asma. Alergia e obesidade estiveram associadas à sinusite no presente estudo, e idade apresentou efeito dose-resposta a depender do aumento da faixa etária. Hoover et al (1997) observaram odds ratio 4,3 (IC95%: 1,5;12,8) vezes maior para sinusite nos alérgicos quando comparado aos não alérgicos. De acordo com recomendações de consenso, o termo sinusite vem sendo substituído por rinossinusite devido às inúmeras relações anatômicas, histológicas e fisiopatológicas entre o nariz e os seios paranasais. Não há predisposição genética para a sinusite; entretanto, há predisposição familiar para alergias, consideradas principais fatores predisponentes para sinusite. Os sintomas se sobrepõem e a sinusite raramente ocorre sem outras alergias. Evidências apontam que asma, rinite (e outras alergias) e sinusite representariam partes de uma só síndrome inflamatória, a OM 36
allergy observed among more or less numerous families, modern lifestyle (flats) or in farms and fields (houses). However, the following aspects seem to contradict this hypothesis: high rates of respiratory disease among the poor urban population in the USA and in other industrialized countries, the lungs of many atopic children are abnormal before the occurrence of any infection, and there is no evidence that the incidence or type of viral respiratory infections have decreased during the period of thirty years in which the prevalence of the allergic diseases increased. As for sinusitis, it is estimated that it affects one out of every six adults in the United States and its diagnosis is considered one of the most common in clinical practice. These statistics possibly underestimate the real prevalence in the country, because approximately 20% of the affected people do not look for medical assistance. Sinusitis by medical diagnosis presented prevalence around 10% in Europe, Japan and in the United States in 2001. The prevalence of self-reported sinusitis was higher in the present study. A large part of the studies about the prevalence of this disease refers to the North American and European realities; few studies present information on Latin America. Sinusitis generates a direct and indirect impact on the global economy due to its high prevalence; also, it brings significant repercussions on the quality of life of the affected children and their parents. Cunningham et al (2000) showed that parents of children with sinusitis attributed to them greater physical limitation compared to children with asthma. Allergy and obesity were associated with sinusitis in the present study, and age presented dose-response effect depending on the increase in the age group. Hoover et al (1997) observed odds ratio 4.3 (95%CI: 1.5;12.8) times higher for sinusitis in allergic individuals when compared to non-allergic ones. According to consensus recommendations, the term sinusitis has been replaced by rhinosinusitis due to the numerous anatomic, histological and physiopathological relations between the nose and the paranasal sinuses. There is no genetic predisposition to sinusitis; however, there is family predisposition to allergies, which are considered
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“doença da via aérea única”. Os fatores de risco mais implicados nas sinusites são as alergias e as infecções virais das vias aéreas. Não foram encontrados estudos que mostrassem ou explicassem consistentemente a associação encontrada entre obesidade e sinusite. Uma das possíveis interpretações refere-se à associação entre a doença do refluxo gastroesofágico e sintomas respiratórios em crianças, doença que também se relaciona à presença de sobrepeso e obesidade, embora existam controvérsias. Por outro lado, a presença aumentada de citocinas pró-inflamatórias em obesos e essas substâncias estariam relacionadas às respostas inflamatórias local e sistêmica das vias aéreas. Pessoas obesas apresentam maiores riscos para asma e outras doenças associadas, como sinusite e alergias, em virtude da relação entre essas doenças respiratórias e níveis circulantes dessas citocinas, mais elevadas em obesos. No entanto, há pouco conhecimento sobre quais mecanismos fisiológicos, mecânicos, imunológicos, genéticos e ambientais participam da relação. Com relação às limitações, a morbidade auto-referida pode subestimar a prevalência da doença respiratória em virtude do viés de memória e/ou ausência de diagnóstico. Para epidemiologia, estimar a prevalência de doenças respiratórias auto-referidas na população é uma maneira simples e direta de obter informações sobre saúde e apresenta bons níveis de concordância, reprodutibilidade e custo-benefício quando se consideram os resultados obtidos de avaliações clínicas, o que pode refletir indiretamente a prevalência real da doença na população. A presença de alergia esteve associada com as três doenças. Os indivíduos atópicos são mais susceptíveis às comorbidades associadas, possuindo frequentemente mais de um órgão de choque sensibilizado: mucosa brônquica (asma), mucosa nasal (rinite), conjuntiva (conjuntivite alérgica) e pele (dermatite atópica). A sinusite e a rinite existem sem outras alergias associadas com menor frequência, e OM 38
the main predisposing factors to sinusitis. The symptoms overlap and sinusitis rarely occurs without other allergies. Evidences show that asthma, rhinitis (and other allergies) and sinusitis would represent parts of one single inflammatory syndrome, the “united airways disease”. The risk factors that are most implicated in sinusitis are the allergies and viral infections of the airways. No studies that showed or explained consistently the association identified between obesity and sinusitis were found. One of the possible interpretations refers to the association between gastro-oesophageal reflux disease and respiratory symptoms in children, a disease that is also related to presence of overweight and obesity, although there are controversies. On the other hand, the increased presence of proinflammatory cytokines in obese individuals and these substances would be related to the local and systemic inflammatory responses of the airways. Obese people present higher risks for asthma and other associated diseases, like sinusitis and allergies, due to the relation between these respiratory diseases and circulating levels of these cytokines, which are higher in obese people. Nevertheless, little is known about the physiological, mechanic, immunologic, genetic and environmental mechanisms that participate in the relation. Concerning the study’s limitations, self-reported morbidity may underestimate the prevalence of respiratory disease due to memory bias and/or absence of diagnosis. To epidemiology, estimating the prevalence of self-reported respiratory diseases in the population is a simple and direct way of obtaining information about health and presents good levels of agreement, reproducibility and cost-benefit when the results of clinical evaluations are obtained, which can indirectly reflect the real prevalence of the disease in the population. Presence of allergy was associated with the three diseases. Atopic individuals are more susceptible to the associated comorbidities, and they frequently have more than one sensitized shock organ: bronchial mucosa
EPIDEMIOLOGIA a bronquite aguda acomete maior número de indivíduos atópicos. A faixa etária de dez a 14 anos foi comum entre as três doenças respiratórias. Aspectos do domicílio apresentaram-se similares entre bronquite aguda e rinite. A hipótese da higiene pode explicar parte da prevalência elevada de rinite nos que residem em apartamento, ao contrário da relação entre baixo número de cômodos (de um a três) no domicílio e bronquite aguda, que pode estar relacionado ao baixo nível socioeconômico, aglomeração e baixo padrão de moradia, que por sua vez pode elevar o risco de uma infecção pulmonar por vírus ou bactérias, principalmente entre crianças. Cor da pele preta e parda esteve associada especificamente com bronquite aguda. Admitindo-se que a cor da pele dos indivíduos determina suas condições socioeconômicas ou que diferenças étnicas associam-se a desigualdades sociais e condicionam a forma de viver de grupos de pessoas, negros podem ser mais suscetíveis às doenças infecciosas respiratórias. Outro desfecho específico foi a presença de asma em pessoas com rinite. A literatura atual considera asma e rinite expressões de uma mesma doença que acomete, concomitantemente, as vias aéreas superiores e inferiores. Doenças respiratórias - rinite, sinusite e bronquite aguda - são mais prevalentes em determinados grupos populacionais e configuram-se como um importante problema de saúde pública em crianças e adolescentes. Doenças respiratórias na infância e seu impacto no sistema de saúde geram pesquisas epidemiológicas para dimensionar o problema e conhecer, além das suas prevalências, os fatores etiológicos envolvidos, a fim de implementar medidas para o controle dessas doenças e reduzir a morbidade e mortalidade associadas. Alérgicos de zero a 14 anos, de cor da pele preta e parda e que moram em domicílios com poucos cômodos associaram-se à bronquite aguda; alérgicos, entre dez e 19 anos, asmáticos e que moram em apartamento associaram-se à rinite; e alérgicos, entre cinco e 19 anos e obesos apresentaram associação para sinusite.
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(asthma), nasal mucosa (rhinitis), conjunctiva (allergic conjunctivitis) and skin (atopic dermatitis). Sinusitis and rhinitis exist without other associated allergies with lower frequency, and acute bronchitis affects a higher number of atopic individuals. The age group ten to 14 years was common among the three respiratory diseases. Household aspects were similar between acute bronchitis and rhinitis. The hygiene hypothesis can explain part of the high prevalence of rhinitis in those who live in flats, unlike the relation between low number of rooms (one to three) in the household and acute bronchitis, which can be related to low socioeconomic level, agglomeration and low standard of living, which in turn can increase the risk of lung infection by virus or bacteria, mainly among children. Black and mixed-ethnicity skin color was specifically associated with acute bronchitis. Admitting that the individuals’ skin color determines their socioeconomic conditions, or that ethnic differences are associated with social inequalities and condition the way of living of groups of people, blacks can be more susceptible to infectious respiratory diseases. Another specific outcome was the presence of asthma in people with rhinitis. The current literature considers asthma and rhinitis as expressions of the same disease, which affects, concomitantly, the upper and lower airways. Respiratory diseases - rhinitis, sinusitis and acute bronchitis - are more prevalent in certain population groups and are an important public health problem in children and adolescents. Respiratory diseases in childhood and their impact on the health system generate epidemiological studies to dimension the problem and to know, in addition to their prevalences, the etiologic factors involved, so as to implement measures to control these diseases and reduce the associated morbidity and mortality. Allergic individuals from zero to 14 years whose skin color are black and mixed (black and white) who live in households with few rooms were associated with acute bronchitis; allergic individuals between ten and 19 years, asthmatic and who live in flats were associated with rhinitis; and allergic individuals between five and 19 years and obese were associated with sinusitis.
Chester Luiz Galvão César. Departamento de Epidemiologia. FSP-USP. São Paulo, SP, Brasil. Clóvis Arlindo de Sousa. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde Pública (FSP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, SP, Brasil. Júlio Cesar Rodrigues Pereira. Departamento de Epidemiologia. FSP-USP. São Paulo, SP, Brasil. Luana Carandina. Departamento de Saúde Pública. Faculdade de Medicina. Universidade Estadual Paulista. Botucatu, SP, Brasil. Marilisa Berti de Azevedo Barros. Departamento de Medicina Preventiva e Social. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, Brasil. Moisés Goldbaum. Departamento de Medicina Preventiva. Faculdade de Medicina. USP. São Paulo, SP, Brasil. Chester Luiz Galvão Caesar. Department of Epidemiology . FSP- USP . São Paulo, SP, Brazil . Clovis Arlindo de Sousa . Graduate Program in Public Health . Department of Epidemiology . Faculty of Public Health (FSP ) . University of São Paulo ( USP) . São Paulo, SP, Brazil . Julio Cesar Rodrigues Pereira. Department of Epidemiology . FSP- USP . São Paulo, SP, Brazil . Luana Carandina . Department of Public Health . School of Medicine . Universidade Estadual Paulista . Botucatu , SP, Brazil . Marilisa Berti de Azevedo Barros . Department of Preventive and Social Medicine . School of Medical Sciences . State University of Campinas . Campinas , SP, Brazil . Moses Goldbaum . Department of Preventive Medicine . School of Medicine . USP . São Paulo, SP, Brazil .
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Vitamina C injetável pode ajudar no tratamento contra o câncer, diz estudo.
Vitamin C ‘gives chemotherapy a boost’.
estudo, divulgado na publicação científica Science Translational Medicine, afirma que doses injetáveis de vitamina C podem ser um coadjuvante eficiente, seguro e barato no tratamento de mulheres com tumor nos ovários. Na década de 70, o químico Linus Pauling defendeu que a administração intravenosa de vitamina C poderia ser eficiente contra o câncer. No entanto, testes clínicos em que a vitamina era ingerida pela boca falharam em replicar o mesmo efeito e as pesquisas foram abandonadas. Hoje se sabe que o corpo humano expele rapidamente a vitamina C quando ingerida pela boca. Na pesquisa, os especialistas injetaram vitamina C em células cancerígenas do ovário em laboratório. Eles também repetiram o experimento em camundongos e em 22 pacientes com câncer de ovário. Eles observaram que as células cancerígenas que receberam vitamina C em laboratório reagiram à substância, enquanto as células normais não foram afetadas. Em camundongos, a vitamina C reduziu o crescimento do tumor e os pacientes com câncer que receberam injeções com a substância disseram ter sofrido menos dos efeitos colaterais da quimioterapia.
iven by injection, it could potentially be a safe, effective and lowcost treatment for ovarian and other cancers, say US scientists. Reporting in Science Translational Medicine, they call for large-scale government clinical trials. Pharmaceutical companies are unlikely to run trials, as vitamins cannot be patented. Vitamin C has long been used as an alternative therapy for cancer. In the 1970s, chemist Linus Pauling reported that vitamin C given intravenously was effective in treating cancer. However, clinical trials of vitamin C given by mouth failed to replicate the effect, and research was abandoned. It is now known that the human body quickly excretes vitamin C when it is taken by mouth. However, scientists at the University of Kansas say that when given by injection vitamin C is absorbed into the body, and can kill cancer cells without harming normal ones. The researchers injected vitamin C into human ovarian cancer cells in the lab, into mice, and into patients with advanced ovarian cancer. They found ovarian cancer cells were sensitive to vitamin C treatment, but normal cells were unharmed.
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The treatment worked in tandem with standard chemotherapy drugs to slow tumour growth in mouse studies. Meanwhile, a small group of patients reported fewer side-effects when given vitamin C alongside chemotherapy. No patent potential
Sem patente A pesquisadora Jeanne Drisko disse que há um interesse crescente entre oncologistas de testar o poder da vitamina C no tratamento contra o câncer. “Pacientes estão buscando opções eficientes e mais baratas de melhorar os efeitos do tratamento”, disse ela à BBC News. “E a vitamina C intravenosa tem esse potencial, como indica nossa pesquisa científica e resultados dos primeiros testes”. Um possível obstáculo ao avanço das pesquisas é falta de disposição das empresas farmacêuticas em financiar testes, porque não há como patentear a vitamina C - um produto natural. “Como a vitamina C não tem potencial para patente, seu desenvolvimento não deverá ser apoiado pelas farmacêuticas”, disse o pesquisador Qi Chen. “Mas acho que chegou a hora de as agências de pesquisa apoiarem de forma vigorosa os testes clínicos com essa vitamina”. A médica Kat Arney, da instituição Cancer Research UK, disse que há uma longa história de pesquisas sobre os efeitos da vitamina C sobre o tratamento contra o câncer. “É difícil dizer com uma pesquisa tão pequena (com apenas 22 pacientes) se altas doses da vitamina podem aumentar os índices de sobreviência ao câncer. Mas já é interessante o fato de que diminuíram os efeitos colaterias da quimioterapia”. Fonte: Helen Briggs, BBC News
Co-researcher Dr Jeanne Drisko said there was growing interest in the use of vitamin C by oncologists. “Patients are looking for safe and low-cost choices in their management of cancer,” she told BBC News. “Intravenous vitamin C has that potential based on our basic science research and early clinical data.” One potential hurdle is that pharmaceutical companies are unlikely to fund trials of intravenous vitamin C because there is no ability to patent natural products. “Because vitamin C has no patent potential, its development will not be supported by pharmaceutical companies,” said lead researcher Qi Chen. “We believe that the time has arrived for research agencies to vigorously support thoughtful and meticulous clinical trials with intravenous vitamin C.” Dr Kat Arney, science communications manager for Cancer Research UK, said there was a long history of research into vitamin C for treating cancer. “It’s difficult to tell with such a small trial - just 22 patients - whether high-dose vitamin C injections had any effect on survival, but it’s interesting that it seemed to reduce the side-effects of chemotherapy,” she said. “Any potential treatment for cancer needs to be thoroughly evaluated in large clinical trials to make sure it’s safe and effective, so further studies are needed before we know for sure what benefits high dose vitamin C may have for patients.”
Source: Helen Briggs, BBC News
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O jovem que vive em ‘déjà vu’ constante.
Terrifying time loop: The man trapped in constant deja vu.
ma das teorias é que déjà vu seria causado por pequenos espasmos no cérebro. O caso extraordinário de um britânico de 23 anos que há oito anos tem experimentado episódios de déjà vu com grande frequência tem intrigado médicos e cientistas. E a suspeita de um grupo de pesquisadores do Reino Unido, França e Canadá é que o problema tenha sido desencadeado por um excesso de ansiedade. Déjà vu (que significa “já visto” em francês) é a expressão usada para descrever aquela sensação de que você já esteve em determinado lugar ou já fez a mesma coisa antes, ainda que o senso comum lhe garanta que isso não é possível. Pesquisas indicam que cerca de dois terços das pessoas experimentam essa sensação pelo menos uma vez na vida, mas se sabe muito pouco sobre suas causas. O jovem britânico com déjà vu crônico chegou a ter de evitar assistir televisão, ouvir rádio ou ler jornais, porque ele sempre sentia que já tinha se deparado com aquelas histórias antes. Segundo Chris Moulin, neuropsicólogo cognitivo da Universidade de Bourgogne que está envolvido no estudo do caso, o jovem tinha um histórico de depressão e ansiedade e uma vez usou a droga LSD na universidade, mas era completamente saudável.
ome researchers believe deja vu is caused by neurons “misfiring” in the brain. Scientists believe the extraordinary case of a 23-year-old British man with “constant deja vu” may have been triggered by anxiety. It is the first time such a link has been made. But what is deja vu - and do we really know what causes it? Most of us know the feeling - the fleeting sensation that you have been somewhere or done something before, when common sense tells you that is not possible. The term deja vu translates literally from French as “already seen”.
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Start Quote Some people with persistent deja vu greet you like an old friend, even though they’ve never seen you before” Dr Chris MoulinCognitive Neuropsychologist According to research, about two thirds of us experience at least one deja vu in our lifetime, yet very little is known about what causes it. The group of scientists from the UK, France and Canada who studied the strange case of the man with “chronic deja vu” think one possible cause of the phenomenon could be anxiety. The man’s condition was so persistent he avoided watching television,
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listening to the radio and reading newspapers because he felt he had “encountered it all before”. Dr Chris Moulin, a cognitive neuropsychologist at the University of Bourgogne who worked on the study, says the man had a history of depression and anxiety, and had once taken the drug LSD whilst at university, but was otherwise completely healthy. “This man was striking because he was young, otherwise aware, but completely traumatised by this constant sensation that his mind was playing tricks,” he says. Frightening time loop
“Ele ficou completamente traumatizado com essa sensação constante de que sua mente está brincando com ele”, diz Moulin. Túnel do tempo Segundo o neuropsicólogo, a sensação de que o paciente está revivendo experiências pode durar alguns minutos - às vezes até mais. “Certa vez ele foi cortar o cabelo e, quando entrou na barbearia, teve um déjà vu. Em seguida, teve um déjà vu do déjà vu. E já não conseguia mais pensar em outra coisa.” O britânico diz ter a sensação de que vive preso em um túnel do tempo. E quanto mais angustiado fica, maior parece ser a frequência de suas crises. Segundo os pesquisadores, nas tomografias e exames de seu cérebro, tudo sempre pareceu normal, sugerindo que a causa do déjà vu constante provavelmente é mais psicológica que neurológica. “Esse caso não é suficiente para provar que existe uma ligação entre ansiedade e a sensação de déjà vu, mas ele indica que seria interessante estudar mais a fundo essa relação”, diz Moulin. Ao contrário dos problemas de memória, o déjà vu parece ter maior incidência entre pessoas jovens. Britânico chega a ter déjà vu do déjà vu
For minutes, and sometimes even longer, the patient would feel that he was reliving experiences. He likened the “frightening” episodes to being in the psychological thriller film Donnie Darko. “There was one instance where he went to get a haircut. As he walked in, he got a feeling of deja vu. Then he had deja vu of the deja vu. He couldn’t think of anything else,” says Dr Moulin. For eight years, the man felt “trapped in a time loop”. The more distressed he became by the experience, the worse it seemed to get. Haven’t I read this before? The term deja vu was coined in 1876 by the French philosopher Emile Boirac. It is the overwhelming sense that you have already experienced something before. But there are other, lesser known, phenomena which are thought to be related. Jamais vu - translated as “never seen”, this is the sense that something which should be familiar is alien, for example a common word which suddenly seems strange. Presque vu - translated as “almost seen”, this is the sense of being on the edge of an epiphany or realisation, for example recalling a memory. Déjà entendu - translated “already heard”, this is the sense of feeling sure you have heard something before, like a snippet of conversation or a musical phrase. Brain scans appeared normal, suggesting the cause was psychological rather than neurological. Whilst this case on its own does not prove a link between anxiety and deja vu, it raises an interesting question for further study, Dr Moulin says.
Teorias Há várias teorias que tentam explicar as causas do déjà vu. Akira O’Connor, psicólogo da Universidade de St Andrews, por exemplo, acredita que, na maioria dos casos, a sensação está ligada a uma espécie de “falha de ignição” momentânea nos neurônios no cérebro, que criaria conexões falsas. “O déjà vu pode ser uma espécie de tique do cérebro. Da mesma forma que temos espasmos musculares ou contrações das pálpebras de vez em quando, pode ser que, às vezes, a parte do cérebro responsável pela memória e sensação de familiaridade tenha uma pequena convulsão”, diz O’Connor. Isso ajudaria a explicar por que o que déjà vu é mais frequentemente entre pessoas que têm epilepsia ou algum tipo de demência. Outra teoria, desenvolvida pela professora Anne Cleary, da Colorado State University, é que a sensação seria causada pela existência de algo genuinamente familiar no entorno de quem a experimenta - como o formato de uma estrutura ou a disposição dos móveis de uma sala. 45 OM
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Para testar sua hipótese, Cleary desenvolveu um jogo de realidade virtual computadorizado chamado “Deja-ville”, em que as pessoas navegam por cenários semelhantes. A natureza fugaz e espontânea do déjà vu faz com que seja muito difícil estudar o fenômeno em laboratório, segundo os pesquisadores. “Os métodos para se tentar induzir um déjà vu ainda são bastante incipientes”, diz O’Connor. “Nós usamos a hipnose e testes que envolvem listas de palavras. Outro método é chamado de ‘estimulação calórica’. Consiste em esguichar água morna nos ouvidos das pessoas.” O´Connor explica que, inicialmente, esse método foi criado para o tratamento de outros problemas, como vertigem, mas os cientistas perceberam que um efeito colateral comum era justamente o déjà vu. “Acredita-se que isso ocorra porque o canal do ouvido é próximo ao lobo temporal, que pode ser responsável por essa sensação”, diz ele. Incidência Não se sabe quantas pessoas sofrem de déjà vu crônico, mas Moulin diz já ter encontrado casos semelhantes ao do jovem britânico - inclusive alguns pacientes que insistiam que já o conheciam em função do problema. “Eles me cumprimentavam como um velho amigo, apesar de nunca terem me visto antes. Alguns falaram comigo por Skype, estavam do outro lado do mundo, mas ainda assim tinham essa sensação”, conta ele. Segundo Christine Wells, da Sheffield Hallam University, desde que a história do jovem foi publicada nos jornais britânicos mais pessoas estão procurando ajuda de especialistas dizendo ter o problema. “Recebi mensagens de pessoas que vivem na Austrália e nos Estados Unidos. Trata-se de uma condição rara, mas há de fato pessoas que dizem que têm ou tiveram a mesma coisa - ou conhecem alguém com o problema.” Para Wells é necessário estudar mais a fundo esse fenômeno.
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Start Quote One idea is that deja vu is a sort of ‘brain twitch’” Dr Akira O’ConnorUniversity of St Andrews Unlike many other memory problems, deja vu seems to occur more in young people. People first experience deja vu at the age of about six or seven, and it happens most often between the ages of 15 and 25, before tailing off as people get older, according to research by Professor Alan Brown at South Methodist University in Dallas. There are several other theories about what causes the sensation. Dr Akira O’Connor, a psychologist from the University of St Andrews, believes that in most cases it is a momentary “misfiring” of neurons in the brain which creates false connections. “One idea is that deja vu is a sort of ‘brain twitch’. Just as we get muscle spasms, or eye twitches, it could be that the bit of your brain which sends signals to do with familiarity and memory is firing out of turn,” he says. He says this fits with evidence that deja vu is more frequently experienced by people with epilepsy and dementia. Deja vu is more frequent for people with dementia and epilepsy Another theory, developed by Professor Anne Cleary at Colorado State University, is that deja vu is the natural result of seeing something genuinely familiar in our surroundings - such as the shape of a structure, or the layout of a room - sparking a false memory. She developed a computerised virtual reality called “Deja-ville” where people navigate around similar landscapes to test the hypothesis. But Dr O’Connor says none of the current theories definitively solves the mystery of deja vu - partly because its fleeting and spontaneous nature makes it almost impossible to reliably study in lab conditions. “Methods of trying to induce deja vu are pretty crude,” he says. “We’ve used hypnosis and experiments using lists of words. Another method is called ‘caloric stimulation’. It’s just squirting warm water into people’s ears. 47 OM
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NEUROLOGY “It’s meant to deal with various problems like vertigo, but one of the common side effects is deja vu. People have suggested that’s because the ear canal is near the temporal lobe, which may control it,” he says. Beautiful mystery It is not known how many people suffer from the “chronic” version of deja vu, but Dr Moulin has encountered cases before - with some patients even insisting they had already met him because of their deja vu. “People greet you like an old friend, even though they’ve never seen you before. Some of them were on Skype on the other side of the world, but they still had that sense,” he says. Since reports of the 23-year-old man appeared in newspapers, fellow report author Dr Christine Wells, from Sheffield Hallam University, says more people are coming forward. “I’ve had people from Australia and America emailing me. It appears to be something quite rare, but there are people who say they’re experiencing it, or they went through a period of it, or know someone who has,” she says. She says it is an area which needs “a lot more study”. But for some, it is a phenomenon that should remain unexplained. “I’ve had people say to me you don’t really believe in deja vu, do you? Like it’s something paranormal,” says Dr O’Connor. “I’ve had letters from some people who believe strongly that it is something spiritual, quoting the Bible and the Qu’ran. “Some people say I shouldn’t investigate it; that ‘explaining rainbows ruins their beauty’. Personally I’ve always loved getting deja vu - and finding out what causes it just makes the experience more beautiful.”
Mas também há quem defenda que ele não é assunto para a ciência. “Já recebi cartas de pessoas que acham que o déjà vu é algo espiritual e citam a Bíblia e o Alcorão”, diz O’Connor. “Alguns acreditam que eu não deveria estudar isso. Dizem que ‘explicar o arco-íris estraga a sua beleza’. Pessoalmente, sempre gostei de ter um déjà vu - e tentar descobrir o que causa essa sensação apenas torna essa experiência mais bonita.”
Fonte: Emma Ailes, BBC News OM 48
Source: Emma Ailes, BBC News
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Estudo liga remédios para renite e insônia a maior risco de demência.
Dementia ‘linked’ to common over-the-counter drugs.
m estudo ligou medicamentos usados regularmente, incluindo remédios contra insônia, depressão e rinite alérgica, à demência. Pesquisadores da Universidade de Washington acompanharam a saúde de 3.434 pessoas com 65 anos ou mais que não tinham sinais de demência no início do estudo. Eles observaram registros médicos e de medicamentos para determinar quantos tinham ingerido remédios com o efeito anticolinérgico, quais as doses e quantas vezes. Então, compararam esses dados com diagnósticos subsequentes de demência nos 10 anos seguintes. O estudo, divulgado na publicação científica Jama Internal Medicine, apontou que doses mais elevadas e o uso prolongado destes medicamentos estavam ligados a um risco maior de demência em idosos. O perigo aumentava se o consumo fosse diário por três anos ou mais. Todos os medicamentos listados têm efeito anticolinérgico, que bloqueiam um neurotransmissor chamado acetilcolina. Os mais usados foram os antidepressão, tratamentos anti-histamínicos para alergias, como rinite, ou contra a insônia, e para tratamento de incontinência urinária. A maioria dos remédios só é vendida com prescrição médica. Todo medicamento pode ter efeito colateral, e as bulas destes remédios alertam para a possibilidade de redução da capacidade de atenção e memória, e boca seca. Mas pesquisadores disseram que usuários deveriam estar cientes de que eles podem estar ligados a um risco maior de demência.
tudy has linked commonly used medicines, including over-the-counter treatments for conditions such as insomnia and hay-fever, to dementia. All of the types of medication in question are drugs that have an “anticholinergic” effect. Experts say people should not panic or stop taking their medicines. In the US study in the journal JAMA Internal Medicine, higher doses and prolonged use were linked to higher dementia risk in elderly people. The researchers only looked at older people and found the increased risk appeared when people took drugs every day for three years or more. Side-effects All medicines can have side-effects and anticholinergic-type drugs that block a neurotransmitter called acetylcholine are no exception. Patient information leaflets accompanying such drugs warn of the possibility of reduced attention span and memory problems as well as a dry mouth. But researchers say people should also be aware that they may be linked to a higher risk of developing dementia. Dr Shelly Gray and colleagues from the University of Washington followed the health of 3,434 people aged 65 and older who had no signs of dementia at the start of the study. They looked at medical and pharmacy records to determine how many of the people had been given a drug with an anticholinergic effect, at what dose and how often and compared this data with subsequent dementia diagnoses over the next decade.
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NEUROLOGIA O estudo
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Drugs in the study
Ao longo do estudo, 797 dos participantes desenvolveram demência. O estudo estimou que as pessoas que tomaram pelo menos 10 mg/ dia de doxepin (antidepressivo), 4 mg/dia de difenidramina (auxílio para dormir), ou 5 mg/dia de oxibutinina (contra incontinência urinária) por mais de três anos teriam um risco maior de desenvolver demência. Os pesquisadores disseram que médicos e farmacêuticos poderão adotar uma abordagem preventiva e oferecer tratamentos diferentes como consequência do estudo. E, quando não houver alternativa, poderiam dar a menor dose pelo menor tempo possível. Alguns dos participantes do estudo concordaram em serem submetidos a uma autópsia após a morte, disse a médica Shelly Gray, que participou do estudo. “Vamos analisar a patologia cerebral e ver se podemos encontrar um mecanismo biológico que pode explicar os nossos resultados”. Simon Ridley, chefe de pesquisa do grupo britânico Alzheimer’s Research UK, disse que o estudo é interessante, mas não definitivo, já que, segundo ele, não há evidências de que essas drogas causem demência. Já Doug Brown, da Sociedade de Alzheimer da Grã-Bretanha, disse: “Há preocupações de que o uso regular de certos medicamentos com efeitos anticolinérgicos, como soníferos e tratamentos de rinite, por pessoas mais velhas pode aumentar o risco de demência em determinadas circunstâncias, o que é apoiado por este estudo”. “No entanto, ainda não está claro se este é o caso, ou se os efeitos observados são resultado do uso a longo prazo ou vários episódios de curto prazo. É necessária uma pesquisa mais robusta para entender quais são os potenciais perigos, e se algumas drogas são mais propensas a terem este efeito do que outras. “Gostaríamos de incentivar que médicos e farmacêuticos estejam cientes desta potencial ligação e aconselhem qualquer pessoa preocupada a falar com seu médico antes de parar com qualquer medicação”.
Fonte: Michele Robert, Health Editor, BBC News on line
The US study does not name specific brands, but does outline the types of treatments investigated, which include: Most of the drugs were given on prescription, rather than bought at the pharmacy over-the-counter. The most commonly used anticholinergic-type drugs were medicines for treating depression, antihistamines for allergies such as hay-fever or to aid sleep/promote drowsiness, and drugs to treat urinary incontinence. Nearly a fifth were drugs that had been bought over the counter. Over the course of the study, 797 of the participants developed dementia. ‘Not causal’ The study estimated that people taking at least 10 mg/day of doxepin (antidepressant), four mg/day of diphenhydramine (a sleep aid), or five mg/day of oxybutynin (a urinary incontinence drug) for more than three years would be at greater risk of developing dementia. The researchers say doctors and pharmacists might want to take a precautionary approach and offer different treatments instead. And when there is no alternative, they could give the lowest dose for the shortest time possible. Dr Gray says some of the study participants have agreed to have an autopsy after their death. “We will look at the brain pathology and see if we can find a biological mechanism that might explain our results.” Dr Simon Ridley, head of research at Alzheimer’s Research UK, said the study was interesting but not definitive - there was, he said, no evidence that these drugs cause dementia. Dr Doug Brown, from the UK’s Alzheimer’s Society, said: “There have been concerns that regular use by older people of certain medications with anticholinergic effects, such as sleep aids and hay-fever treatments, can increase the risk of dementia in certain circumstances, which this study supports. “However, it is still unclear whether this is the case and if so, whether the effects seen are a result of long-term use or several episodes of short-term use. More robust research is needed to understand what the potential dangers are, and if some drugs are more likely to have this effect than others. “We would encourage doctors and pharmacists to be aware of this potential link and would advise anyone concerned about this to speak to their GP before stopping any medication.” He said the charity was funding more research in this area to better understand any connections between these and other drugs on the development of dementia. The Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency, which monitors the safety of medicines in clinical use in the UK, said it would review any new evidence. Drug company Johnson & Johnson Ltd said many hay-fever products sold in the UK now contain newer, second generation antihistamines - not the type looked at in the study. Matthew Speers, who represents the UK trade association for manufacturers of over-the-counter drugs, said: “Over-the-counter allergy and sleeping aid products are not intended to be used continuously and people are advised to talk to their pharmacist or doctor if they need to use these products long-term. “There are a range of allergy products on the market which contain a number of different ingredients, many of which were not considered in this study.” Source: Michele Robert, Health Editor, BBC News on line; 51 OM
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NUTRIÇÃO
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Dietas personalizadas podem ajudar a perda de peso.
In search of a personalised diet.
ientistas testaram dietas específicas para diferentes perfis de ‘comilões’. Cientistas britânicos dizem ter identificado, entre as pessoas que comem em excesso, três perfis distintos de “comilões”. Eles testaram dietas específicas para cada grupo e, com base nos resultados, estão esperançosos de que uma abordagem personalizada venha transformar os tratamentos para obesidade no futuro. O experimento, envolvendo especialistas das universidades de Cambridge e Oxford, na Grã-Bretanha, foi tema de um documentário apresentado nesta semana pela BBC. Tradicionalmente, janeiro é um mês em que muitos iniciam - e abandonam - dietas bem intencionadas para perder o excesso de peso. Segundo a equipe britânica, a falta de sucesso da maioria dessas dietas não tem nada a ver com a força de vontade dos envolvidos e, sim, com as características particulares a cada indivíduo: sua herança genética, seus hormônios e a psicologia de cada um. Portanto, solução é, em vez de optar por uma dieta padrão, cada pessoa deve seguir uma dieta feita sob medida para suas necessidades. A teoria foi posta à prova em um experimento envolvendo 75 pessoas de várias cidades britânicas que foram monitoradas em suas casas durante três meses. Os participantes foram divididos em três categorias: aqueles que acham difícil parar de comer, aqueles que têm vontade de comer o tempo todo e os que comem por razões emocionais - quando estão estressados ou ansiosos.
orget the latest weight-loss fad - science may already have worked out what diet is best for you. Experts say a personalised approach could transform the way people lose weight. January is a month when many go on a post-Christmas purge and start dieting. It’s also the month when many fail and go back to their bad eating habits. Scientists say this isn’t just down to a lack of willpower. It is due to a person’s individual make-up - their genes, hormones and psychology. The latest weight-loss theory is that instead of reaching for a one-sizefits-all diet, people should follow one that is tailored to their individual needs. For the first time leading obesity experts and BBC Science have put this theory to the test nationally. Over three months, 75 dieters were put through a series of tests and monitored at home. The study was overseen by scientists from Oxford and Cambridge and their research teams. The study looked at three types of overeaters. Feasters who find it hard to stop eating once they start, constant cravers who feel hungry all of the time and emotional eaters who turn to food when they get stressed or anxious. When it comes to feasters, research shows hormones play a big part in their eating habits. In particular, they produce low levels of certain gut hormones that are released when food arrives in the intestines. These chemical signals travel through the blood to the brain and tell the body when it has had enough food and should stop eating. “Some people have astonishingly low levels of certain gut hormones and are not getting those signals,” says Susan Jebb, a professor of diet and population at Oxford University.
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Sem Parar Segundo a equipe britânica, baixos níveis de certos hormônios poderiam ajudar a explicar o comportamento de pessoas que, quando começam a comer, não conseguem parar. Quando uma pessoa come, assim que o alimento chega ao intestino, esses hormônios são liberados e viajam pelo sangue até o cérebro, sinalizando para o organismo que a pessoa já ingeriu o suficiente e, portanto, pode parar de comer. “Algumas pessoas têm níveis incrivelmente baixos de certos hormônios do intestino e não recebem esses sinais”, diz Susan Jebb, da Oxford University Desejo Constante Os pesquisadores identificaram, entre as pessoas que comem excessivamente, o grupo daquelas que sentem vontade de comer o tempo todo. Com frequência, os “cérebros famintos” desses indivíduos as levam a buscar alimentos gordurosos e cheios de açúcar. Baixos níveis de certos hormônios podem ajudar a explicar alguns comportamentos alimentícios Esse comportamento teria raízes genéticas: determinados genes interferem na forma como o corpo sinaliza para o cérebro que a pessoa já pode parar de comer, induzindo o cérebro a “pensar” que os estoques de gordura do organismo precisam ser repostos continuamente. “O papel dos genes na perda de peso é inquestionável e graças a mudanças na tecnologia estamos começando a descobrir que genes são esses”, disse Giles Yeo, da Cambridge University. Conforto na Comida Em situações de estresse e ansiedade, a pessoa que come por razões emocionais procura algum tipo de recompensa, ou conforto, no alimento. “As pessoas pensam que fazer dieta é uma questão de força de vontade”, diz Jebb. “Não é por aí. Dietas são uma questão de hábito. Nunca soube de um estudo que concluiu que as pessoas podem perder peso por meio de força de vontade. O que elas podem fazer é mudar seus hábitos”. Então, que tipo de dieta cada um desses três grupos deveria seguir para perder peso?
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Constant cravers always want to eat and their “hungry brains” often want fatty and sugary foods. Scientists know certain genes make people this hungry. They disrupt the way signals are sent to the brain telling it to stop eating, tricking it into thinking fat stores continually need replenishing. “The role genes play in losing weight is unequivocal, but due to changes in technology we are beginning to find out what these genes are,” says geneticist Dr Giles Yeo, from Cambridge University. Emotional eaters reach for food when they are stressed or anxious. When the brain perceives a person is in difficulty, it triggers changes to the body, like the heart rate increasing. This stressed state makes it even harder for people to overcome what they are facing. This sort of eater has developed habits that are hard to break and in stressful times their brains seek out a reward. “People often think diets are about willpower,” says Jebb. “Forget that, diets are about habits. There has never been a study that says people can will themselves to lose weight, but they can change their habits.” So, what diet should each group follow to successfully lose weight? Feasters need a diet that makes them feel full for as long as possible. Scientists suggested a high protein, low glycaemia index (GI) diet. These are foods that boost gut hormone signals and include fish, chicken, basmati rice, lentils, grains and cereals. No potatoes or bread because they don’t make people feel full for very long. “Protein and carbs that are not absorbed quickly are absorbed lower down the gut, producing more hormones that make us feel fuller,” says gut hormone specialist Prof Fiona Gribble, from Cambridge University. Constant cravers have genes that make them feel hungry most of the time. As a result they struggle to diet for seven days a week. Instead they were told to drastically reduce their diet to 800 calories on two days of the week. They ate normally, but healthily, for the other five. This is often called intermittent fasting. “Constant cravers have the toughest job as they have a strong predisposition to being overweight,” says Jebb. “The fasting diet should shock their bodies into burning fat.” “My relationship with food has been quite negative in the past. I now know that is a result of being deliberately deprived of food when I was very small. I would often only be given bread soaked in water. It has taken
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Três Dietas O grupo dos que começam e não param mais de comer seguiu uma dieta cujo objetivo era fazer com que se sentissem satisfeitos o maior tempo possível. Ou seja, uma alimentação rica em proteína e com baixo Índice Glicêmico (alimentos cujo açúcar é absorvido mais lentamente pelo organismo). Por exemplo, peixe, frango, arroz basmati, lentilha, grãos e cereais. Segundo os especialistas, esses alimentos melhoram a sinalização feita pelos hormônios do intestino. A batata não é indicada, já que o açúcar da batata é absorvido muito depressa. “Proteínas e carboidratos de absorção mais lenta são absorvidos mais adiante no intestino, levando à produção, em maior quantidade, dos hormônios que nos fazem sentir mais cheios”, diz a especialista em hormônios do intestino Fiona Gribble, da Cambridge University. Pessoas que sentem vontade de comer o tempo todo têm dificuldade em seguir dietas sete dias por semana. Em vez disso, a equipe recomendou que reduzissem drasticamente a quantidade de calorias ingeridas (para apenas 800 calorias diárias) durante dois dias por semana. Nos outros cinco dias, o grupo foi orientado a comer normalmente, porém de forma saudável. Esta dieta é conhecida como jejum intermitente.
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a long time to realise the effect this has had on the way I eat. The study made me realise food was controlling me, now it is the other way round. “Getting support was an essential part of that, weekly meetings were a big help for me. I feel relieved at being classified as an emotional eater because it gives you a footing from which to continue, unless you can see what the issue is you’ve really got no hope of changing. “I lost 1st 11lb (11.3kg) over the 12 weeks and my total weight loss now is 3st 1lb (19.5kg). As my size goes down, my confidence and belief in myself goes up.” Emotional eaters have established bad habits that are hard to break. As well as following a healthier diet, group support was important for them. Encouragement can trigger the motivational part of the brain that helps people overcome stress. By being part of online support groups and attending weight-loss meetings, they were encouraged to stick to their diets. They also had cognitive behavioural therapy to help manage the thoughts and behaviour associated with emotional eating. The study also confirmed other behaviour that could help people in all groups to lose weight. • Eat slowly. This can increase the level of the gut hormones that tell the brain to stop eating • Always eat breakfast. It decreases cravings for bad food. Three quarters of successful dieters have breakfast, says Yeo • Soup makes you feel fuller. Thick soup stretches the stomach and crucially stays there longer. Scientists say it fills you up more than solid vegetables • Tiredness messes with decision making and can increase a desire for unhealthy foods. Recognise this and make shopping lists when you are not hungry The study also put to the test popular beliefs about the effect of exercise and people’s metabolic rate when it comes to dieting, busting one dieting myth.
Tentações estão por toda a parte “Pessoas que constantemente desejam comida têm mais dificuldade (em perder peso), já que têm forte predisposição a ser obesas”, diz Jebb. “O objetivo dessa dieta é colocar seus corpos em estado de choque para que queimem gordura”. Indivíduos que buscam conforto emocional na comida fazem isso por hábito - e esse hábito é difícil de ser rompido, dizem os cientistas. Além de adotarem uma dieta saudável, foram orientados a integrar grupos de apoio na internet e frequentar reuniões. O objetivo dessas estruturas de apoio era encorajá-los e motivá-los a perseverarem em suas dietas. Também receberam sessões de Terapia Cognitiva Comportamental para ajudá-los a compreender os pensamentos e comportamentos associados à forma como se alimentavam. 55 OM
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Dicas Úteis O estudo britânico confirmou outras práticas que podem ajudar pessoas de todos os grupos a perderem peso. • Coma devagar. Isso pode aumentar os níveis de hormônios do intestino que dizem ao cérebro que é hora de parar de comer. • Sempre tome café da manhã. Isso diminui o desejo de comer alimentos pouco saudáveis. 75% das pessoas que tiveram sucesso em suas dietas tomam café da manhã, diz Yeo. • Sopa faz você se sentir mais cheio. Especialistas dizem que uma sopa espessa deixa você mais satisfeito do que legumes sólidos. • Cansaço atrapalha a tomada de decisões e pode aumentar o desejo por comidas pouco saudáveis. Tenha consciência disso e não faça a lista do supermercado quando estiver cansado e com fome. Rompendo Mitos Crenças populares relacionadas ao efeito de exercícios e do índice metabólico do indivíduo sobre a dieta também foram testadas - e derrubadas - pelo experimento. Exercícios podem ajudar a pessoa a perder peso, mas com frequência ela fica menos ativa depois de se exercitar, o que anula grande parte dos benefícios que a atividade física teria trazido. A forma mais efetiva de se perder peso é quase sempre mudar a dieta, os cientistas ressaltam. Outro grande mito associado a dietas é o efeito do índice metabólico sobre a perda de peso, diz Jebb. O índice metabólico tem a ver com a velocidade com a qual seu organismo digere o alimento e o transforma em energia. Esse processo pode ser afetado por muitos fatores, como a idade, gênero e tamanho. Com frequência, pessoas obesas acham que não conseguem perder peso porque têm um metabolismo lento, e que pessoas magras têm metabolismos mais rápidos. “O que sabemos é que pessoas maiores têm índices metabólicos mais rápidos, isso porque têm corações e pulmões maiores”, diz Jebb. “São necessárias mais calorias para manter seus corpos em funcionamento, é como um carro maior que usa mais combustível”. A pesquisadora explica que o índice metabólico diminui à medida que você perde peso. Um teste feito como parte do estudo mostrou que, em média, o índice metabólico de todos os participantes caiu 5% à medida que eles emagreceram. Essa “contra-partida biológica” dificulta a perda de peso a longo prazo para todas as pessoas. É por isso que o peso de uma pessoa que faz dieta se estabiliza a partir de um ponto. Os três grupos foram desafiados a diminuir em 5% seu Índice de Massa Corporal (IMC, fórmula que se baseia na altura, sexo e idade de uma pessoa para determinar seu peso ideal) - mas acabaram perdendo 8%. Coletivamente, os 75 participantes perderam 654 kg. O grupo dos que que sentiam desejo constante de comer teve mais dificuldade. A categoria dos que não conseguem parar foi a que perdeu mais peso. Todos expressaram alívio ao compreender por que tinham tanta dificuldade em emagrecer. “Finalmente entenderam por que sua estrutura biológica trabalhava contra eles e isso lhes deu mais controle e auto-confiança”, diz Yeo. A equipe britânica ressalta que a ciência das dietas personalizadas ainda engatinha, mas diz que a nova abordagem tem grande potencial.
Fonte: Emma Ailes, BBC News OM 56
It found exercise can help people lose weight, but there is a catch. Often they are less active afterwards, negating much of the hard work they have done. The most effective way to lose weight is nearly always to change your diet, say the scientists. But one of the great myths of dieting is the role of the metabolic rate, says Jebb. This is the speed you break down food and change it into energy. It can be affected by many factors, such as age, gender and size. Often overweight people think they can’t lose the pounds because they have a slow metabolism and slim people have a fast one. “What we know is bigger people actually have a higher metabolic rate; that’s because they have bigger heart and lungs,” says Jebb. “It takes more calories to keep their bodies ticking over. It’s rather like a big car that uses more fuel.” The metabolic rate goes down the more weight you lose, she adds. One test conducted as part of the study showed on average the metabolic rate of all dieters went down by 5% as they got slimmer. This “biological backlash” makes it harder for everyone to lose weight over time. It’s why a dieter’s weight often plateaus. The three groups were challenged to lose 5% of their body mass - in fact, they lost 8%. It was a collective loss of 103 stones (654kg). Constant cravers had the toughest job and feasters lost the most. Importantly, dieters expressed huge relief at finding out why it was so hard to lose weight. “They finally understood why their biology was working against them and that is very empowering,” says Yeo. It is still early days for the science of personalised diets but there is huge potential is for this approach, say the experts.
Source: Emma Ailes, BBC News;
SÃO PAULO SÃOE PAULO PEDRO: E PEDRO: AVANÇANDO AVANÇANDO JUNTOS. JUNTOS.
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