Delight #7

Page 1

fanzine curated by Ricardo Cruz aka SUNNY


FLASH INTERVIEW

“Enquanto existir 1% terei força suficiente para ultrapassar qualquer barreira, por isso não desisto dos meus sonhos que é levar São Tomé e Príncipe para competições internacionais de surf” AILTON ABRIL

surfista e instrutor de surf

Interest

Trending

Bedside

Color:



02

cover

Clarence Carter

This Is Clarence Carter

1968

A sonoridade faz lembrar Otis Redding, Aretha Frankin ou Wilson Pickett. Sente-se, por isso, uma certa familiaridade ao ouvir estas canções. Mas Clarence Carter acrescenta um cunho muito pessoal na maneira como canta (e até como declama), que facilmente nos deixa rendidos. Um equilíbrio de grande qualidade entre as canções e os refrões "catchy" ajudam bastante. Embora seja o seu LP de estreia, Carter já se tinha estreado na dupla Clarence & Calvin. Tinha também composto a música "Tell Daddy", versão original do êxito de Etta James “Tell Mama” (Janis Joplin também a cantava). Entre as canções originais, descobre-se a frase "But I just can't see myself/No, I can't see myself crying about you", algo cómica, sendo Clarence Carter invisual. Em "Wind It Up" (que, a par da "Funky Fever", faz lembrar James Brown) e em "Thread The Needle" (com letra mais "picante"), Carter invoca os passos do "boogaloo" e do "shing-a-ling" (dança com o mesmo nome que um snack das Filipinas).

As versões de outros autores encaixam que nem uma luva. É o caso da "Do What You Gotta Do", de Jimmy Webb, que foi também cantada por Nina Simone, por Tom Jones, ou até pela curiosa banda de rock psicadélico da Malásia chamada "The Strollers" - não confundir com o duo português formado por Teresa Paula Brito e José Duarte (sim, esse mesmo, do histórico programa “Cinco Minutos de Jazz”). Os re-arranjos dos originais de Dan Penn ("Slippin'Around" e "She Ain't Gonna Do Right") e do blues de Clay Hammond chamado "Part Time Love" valém também a escuta. O álbum acaba em beleza com uma versão de "Set Me Free" (de Curly Putman Jr.), com coros que remetem para Ray Charles. Só aponto duas coisas menos positivas no álbum: o fade out com que acabam todas as músicas, por vezes demasiado forçado, e a sua curta duração (31 min). Como se costuma dizer, o que é bom acaba depressa. por Indivíduo | projectoindividuo@gmail.com









#7 Joel Almeida Mariana Batista Indivíduo José Valente Lirio Edna Vidigal Pedro Rolo Pátrick Willians Diana Duarte Ana Miguel Santos


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.