Delight Special Edition

fanzine curated by Ricardo Cruz aka SUNNY

FLASH INTERVIEW

“For me Azores islands was one of my best experiences ever, I’d definitely repeat it” Ahmed Mosaad Elsakhawy

Photographer AME: “Firstly, what took me into the world of photography was mainly how I do love nature and appreciate it’s beauty, in consequence to that, I was eager to show people how beautiful and dynamic nature is.. that’s what drives me into the world of photography”

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Bedside The 4-Hour Work Week Timothy Ferriss

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AME: “I remember my first sight to the northern lights, it was so funny moment as I was in a roadtrip in the beautiful island and I was wearing slippers inside the car although outside it was -10+ degrees and it was snow everywhere.. but suddenly when we realized that northern lights appears in the sky I went immediately out of the car without noticing that my feet are about to be completely freeze, I shoot for about 15 neglecting anything but mesmerized by the beauty of this amazing phenomenon, few mini later one friend asked me : are you seriously walking out on that 40cm+ layers of snow with your bare feet, just at that moment I realized that and start not feel my leg and luckily I save my feet at the end as I was about to loose it forever... the lesson learnt that nature can drive me crazy to the extent I’m not feeling anything but enjoy it and taking pictures�

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Vince Guaraldi

A Charlie Brown Christmas

1965

Vince Guaraldi, pianista de jazz com um dos melhores bigodes de sempre, foi quem compôs ou adaptou uma série de canções que acompanharam o especial A Charlie Brown Christmas, que estreou na CBS em 1965.

Por regra, não costumo achar grande piada a coros infantis, mas a sonoridade do trio (piano, contrabaixo e bateria) assenta que nem uma luva nas vozes das crianças da St. Paul's Church of San Rafael (Califórnia), que aparecem aqui ou ali. A parceria entre Vince Guaraldi e este coro ficaria marcada, neste mesmo ano, pelo concerto At Grace Cathedral, que contou com uma edição posterior em vinyl.

O original Christmas Time Is Here, que abre o episódio (acompanhando a inquietação de Charlie Brown por não sentir o espírito de natal), tornou-se repertório de Tony Bennett, Diana Krall, Stone Temple Pilots, Steve Vai e, mais recentemente dos Khruangbin. Até Mel Tormé se atirou a esta canção, num “toma lá dá ca”, já que Mel era o autor da famosa Christmas Song, que Vince interpreta neste álbum.

O álbum conta com outros originais, como Linus and Lucy (que acompanha uma bela dança conjunta da criançada), Skating ou My Little Drum (uma citação clara a Little Drummer Boy).

Oh Tannenbaum (Oh, Abeto! árvore que teimamos em chamar de pinheiro-de-natal) toca enquanto Charlie Brown, perante uma série de árvores metálicas “modernas”, escolhe a única árvore verdadeira, que era também a mais frágil.

Não faltam outros clássicos como What Child is This, Für Elise e Hark, The Herald Angels Sing.

Algumas versões do álbum contam com outras canções, embora eu prefira a versão mais curta.

Se fosse para falar mais sobre o Vince, preferia destacar os álbuns que ele gravou com o fabuloso guitarrista brasileiro Bola Sete, que Carlos Santana um dia destacou como uma das suas maiores influências (a par de Gabor Szabo e Wes Montgomery). por Indivíduo | projectoindividuo@gmail.com

are you aware of your perception of reality?

David Gama © 2020 (Serra da Freita)

É cedo para analisar com método as circunstâncias históricas que vivemos.

Só que nada impede a observação do passado e as vontades que o moldaram.

Ao estudar Comunicação deslumbrou-me o cinema norte-americano enquanto arma de propaganda.

Durante a Grande Depressão, o cinema ianque exaltava o capitalismo e o patriotismo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, retratavam-se japoneses e alemães como monstruosos.

Durante a Guerra Fria, o grande ecrã foi inundado com dignificações de violência militarista.

O meu interesse não atracou no "controlo mental" a que a propaganda submete as massas.

Mas pelo potencial que os filmes revelaram para influenciar sentimentos, emoções, perceções e comportamentos.

Pois esse poder é extensível à música, fotografia, ilustração, poesia...

Ser artista é transformar o que faz vibrar em matéria para que outros vibrem. Ou não.

E então? Como te está a transformar este período?

De que mudanças vais fazer parte? Qual das correntes vai adotar a tua expressão?

Que mundo imaginas? Há uma sociedade diferente para desejar?

Soma as respostas.

E divide-as pela tua propaganda.

O que é sentir? Sentir são dormências no intelecto. Eu? Eu sou mais real como personagem de filme do que em vida. E eu meu caro, duas pernas não me bastam para correr esses trilhos que me proponho. Preciso de mais, das pernas dos às aos zês, das pernas de todas essas letras que me caem quando sacudo as mãos e me mancham as toalhas. As minhas mãos mancham tudo aquilo em que toco, são como uma caneta incontinente, escorrem palavras como cabelos escorrem marés do oceano. Sou só um poeta enterrado entre poetas.

Somos um entre tantos e nenhuns. A minha pátria? É a minha ponta de caneta preta. Ó, se o é. E se me afasto é para estar a sós comigo. De todas as vezes, nem ouses questionar. Afinal, a maioria das pessoas nada tem a dizer às outras. E as que têm já sabem que a escuta é uma modalidade em extinção.

Sou uma nuvem à deriva. Sou dias a fio balão sem rumo. Sou um pedaço de nada. Sou um pedaço de tudo. O que é ser nada? O que é ser tudo? Tenho saudades tuas. Sempre tive. Já as tinha antes de te ver. O amor só tem rosto muito depois de maturar dentro de nós, sempre o achei. Perdoa-me se te persigo. Mas eu preciso de te perseguir, nalguns dias, para me esquecer de mim nesta cidade estrangeira que tanto me polui o coração.

Caroline Pires AHMED MOSAAD ELSLSAKHAWY Indíviduo Mariana Batista Diana Duarte MAtilde BABO Bluemint Pepa Ivanoff (cover)

(Interview)

Rëys Moreira Joana Amorim SUNNY Luis Grilo PEDRO ROLO PATRÍCIA RuÍVO Edna VidigaL BEATRIZ RESENDE JOEL ALMEIDA

(back coveR)