Brasil Cidades, Alternativas para a Crise Urbana

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PUR

Universidade CatĂłlica de BrasĂ­lia Orietadora - Tatiana Chaer Felipe Carvalho


Erminia Maricato Currículo

Professora universitária, pesquisadora acadêmica, ativista política, ocupou cargos públicos na Prefeitura da Cidade de São Paulo, onde foi Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano (1989-1992) e no Governo Federal, onde foi Secretária Executiva do Ministério das Cidades (2003- 2005) cuja proposta de criação se deu sob sua coordenação. É professora aposentada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo onde defendeu mestrado, doutorado, livre docência e aprovada em concurso para professora titular. Fundadora do LABHAB- Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP (1997); coordenadora do Curso de Pós Graduação da FAUUSP (1998-2002), e integrante do Conselho de Pesquisa da USP (2007)

Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana MARICATO, Ermínia. São Paulo: Editora Vozes, 2001.

Professora visitante do Human Settlements Centre da University of British Columbia, Canadá (2002) e da School of Architecture and Urban Planning of Witwatersrand – Johannesburg/South Africa (2006). Key speaker do World Planning Schools Congress – Mexico (2006) Como ativista política foi escolhida para defender a proposta de Reforma Urbana de iniciativa popular junto à Assembleia Constituinte do Brasil. (1988). Foi demissionária do Human Settlements Advisory Board e recebeu suporte de inúmeras personalidades e entidades para receber o 2010 UN-HABITAT Cities Lecture Award Atualmente é Profa. Visitante do Instituto de Economia da Unicamp e Profa. Colaboradora do Curso de Pós Graduação da FAUUSP além de participar de corpos editoriais.


O Processo de Urbanização no Brasíl

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1 1940 - 2000

Intenso Processo de Urbanização, rápidido crescimento populacional. Movimento de Construção de Cidade Adaptação das condições de vivência pelo crescimento do número populacional. Reformas urbanas, privilegiando a classe média e alta.

2 1950

Produção de Bens Duráveis e bens de produção. Mudança do Modo de Vida devido á Massificação do consumo dos bens modernos.

3 1940 - 1980 Crescimento do PIB de 7% ao ano.

4 1964

Regime Militar Mudança no Perfil das Grandes Cidades, Verticalização e Introdução do Apartamento como Principal forma de Moradia da Classe Média.


5 1980 - 1990

Recessão, Taxas de Crescimento Demográfico superaram as do Crescimento do PIB. Desigualdade Social.

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1980

A Década Perdida. Enchentes, desmoronamentos, poluição dos recursos hídricos, hipermeabilização da superfície do solo, desmatamento, congestionamento habitacional, reincidência de epidemias.

7 1980 Aumento relativo das regiões pobres pelo maior crescimento de periferias do que áreas centrais em grandes metrópoles.

8 1940 - 1980 PIB

1980 - 1990 PIB

7% 1,3% ano

ano


Distribuição de Renda no Brasíl.

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1981 50% mais pobres 10% mais ricos 1% mais ricos

14,5% renda 44,9% renda 13,4 % renda

1995 50% mais pobres 10% mais ricos 1% mais ricos

13,3% renda 47,1% renda 14,4% renda


Aumento da Violência, segundo Taxa de Homicídio Município de São Paulo 1960 - 1997 folha de São Paulo. 45

48,7

1997 5,2 1991

1960


Consequencias

Segregação Espacial Ociosidade Ausência de Atividades Culturais e Esportivas Ausência de Regulação Social e Ambiental Precariedade Urbanística Mobilidade Restrita ao Bairro Desemprego Desorganização de Núcleos Familiares

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1991 - 2000 Aumento do número de favelas em todo Brasil, atingindo um total de 3.905 núcleos Favela é o conjunto de habitações populares precariamente construídas e desprovidas de infraestrutura (rede de esgoto, de abastecimento de água, de energia, de posto de saúde, de coleta de lixo, de escolas, de transporte coletivo etc). As favelas estão localizadas em áreas ocupadas irregularmente nas encostas dos morros, nas margens de córregos, rios, canais, mangues etc. As casas são construídas em madeira ou alvenaria, muitas com mais de um andar, sem espaçamento entre uma e outra, criando uma área densamente povoada. As favelas constituem a expressão viva das desigualdades sociais, da marginalização e exclusão social de parte da população das grandes cidades do mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento.

pexel, fonte

2000 612 Núcleos

1991 585 Núcleos IBGE

1980 763 Núcleos

SHDU Prefeitura São Paulo

1987 1592 Núcleos


“Defasagem e contemporaneidade” também nas cidades

Desenvolvimento urbano relacionado com as características históricas de uma sociedade de raízes coloniais. Processo de urbanização no Brasil apresenta a reprodução de novos e antigos males, como violência, pobreza, predação urbana e ambiental, poluição do ar e da água, epidemias etc.

O proprietário privado se tornou poder político, econômico e social.

Nos anos 90 havia chefes regionais. Entre a lei e a aplicação há um abismo medido pelas relações de poder da sociedade.

A industrialização baseada em baixos salários determinou muito do ambiente a ser construído.

“Jeitinho brasileiro” onde a aplicação da lei depende de a quem ela se aplica.

Trabalhadores que permaneceram na informalidade.

Correlação entre lei urbanística e mercado imobiliário capitalista.

Operários empregados do setor industrial não tiveram seus salários regulados de acordo com suas necessidades. A cidade ilegal é fruto dessa complexidade no mercado de trabalho. Persiste a clássica relação de favor nas trocas clientelistas, até nas metrópoles ricas. No campo, marcou a vida do trabalhador branco pobre durante o processo de escravidão.

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Dificuldade no financiamento de imóveis populares na década de 90.

Moradias construídas pelo SHF (2,4 milhões de unidades entre 1964 e 1986).

Problemas devido a falta de controle dessa ocupação.

Controle urbanístico somente na cidade legal.

População apela para seus próprios recursos e produz a moradia como pode.

A cidade é reprodução da força de trabalho.

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