Ginásios, Escolas Normais e Profissionais A arquitetura escolar do Paraná na primeira metade do século XX
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Elizabeth Amorim de Castro e Zulmara Clara Sauner Posse
Ginásios, Escolas Normais e Profissionais A arquitetura escolar do Paraná na primeira metade do século XX
Curitiba 2012
EQUIPE TÉCNICA
Depósito legal junto à Biblioteca Nacional, conforme Lei n.° 10.994/2004
PESQUISA Elizabeth Amorim de Castro, Zulmara Clara Sauner Posse e Janice Bernardo da Silva
Dados internacionais de catalogação na publicação. Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira
Fotografia Elizabeth Amorim de Castro, Athon Namur Gallera e Acervos Institucionais PRODUTOS CARTOGRÁFICOS Max Gaia Consultoria em Gestão Ambiental e do Território DESENHOS ARQUITETÔNICOS Elizabeth Amorim de Castro Textos Elizabeth Amorim de Castro e Zulmara Clara Sauner Posse Revisão de textos Zulmara Clara Sauner Posse
Livro E EXPOSIÇÃO Projeto Gráfico Elizabeth Amorim de Castro
CD-Rom Projeto Gráfico e desemvolvimento Kendy Otak Trilha sonora Mário Amadeu Gallera
Castro, Elizabeth Amorim de, 1963Ginásios, Escolas Normais e Profissionais : A arquitetura escolar do Paraná na primeira metade do século XX / Elizabeth Amorim de Castro e Zulmara Clara Sauner Posse. - Curitiba, PR : Edição do autor, 2012. 160 p. : il. ; 21 x 30 cm. + CD-ROM Acompanha CD-ROM Inclui bibliografia. ISBN 978-85-904968-9-2 1. Edifícios escolares – Paraná – História. 2. Arquitetura Paraná – História – Séc. XX. I. Posse, Zulmara Clara Sauner. II. Título. CDD ( 22ª ed.) 720.98162
© Elizabeth Amorim de Castro e Zulmara Clara Sauner Posse, 2012. Todos os direitos reservados.
Sumário Apresentação 7 A normatização da Arquitetura Escolar, a Educação e os Edifícios-Monumentos 11 O ideário e a materialidade do ensino secundário: Ginásios e Escolas Normais
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A formação do trabalhador e o cuidado aos desvalidos: Escolas Profissionais 103 Escola de Desenho e Pintura e Escola Profissional Feminina 106 Institutos Comercial e Agronômico, Escola Agronômica e Patronato Agrícola 112 Escola de Aprendizes Artífices 117 Abrigo de Menores, Escola de Preservação e Escola de Reforma 123 Lar Escola Hermínia Lupion 129 Escolas de Trabalhadores Rurais 135
Apresentação
Apresentação
O Livro Ginásios, Escolas Normais e Profissionais. A arquitetura escolar do Paraná na primeira metade do século XX aborda a estreita relação entre a evolução do ideário sobre a instrução pública, a assistência social e os edifícios escolares, desde o Império até 1950. A análise revela o processo de instituição e consolidação da rede pública de escolas secundárias e profissionalizantes no Estado e as várias transformações dos conceitos e diretrizes referentes à instrução e à arquitetura de escolas. A instalação da rede pública de Ginásios, Escolas Normais e Profissionais no Paraná percorre um longo caminho, desde o final do século XIX. Muitas escolas ao iniciarem as atividades, ocuparam antigos casarões, algumas passaram por diversas sedes, outras dividiram instalações físicas com grupos escolares até ganharem sede própria, construída a partir de um projeto arquitetônico elaborado segundo as demandas higienistas e pedagógicas. Tal trajetória propiciou, frequentemente, a dispersão das fontes documentais e a consequente ausência de registros e projetos arquitetônicos de inúmeras instituições. A pesquisa que resultou no presente trabalho foi longa e realizada em várias instituições, bibliotecas e acervos públicos e particulares, onde se encontra parte da história da educação pública do Paraná. Enquanto os Ginásios e Escolas Normais possuem diretrizes unificadas na sua estruturação, as Escolas Profissionais compreendem várias vertentes. Abrangem o ensino primário com formação para os ofícios destinados aos menores abandonados, órfãos e infratores, as escolas de profissões e de aprendizes do meio urbano e, ainda, as de trabalhadores rurais. As instituições profissionalizantes que aplicam o alfabetismo técnico passarão a ocupar sedes com projetos elaborados de acordo
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com suas atividades a partir da década de 1930, utilizando o sistema de modelos arquitetônicos que se repetem. A diversidade dos objetivos do ensino secundário e profissional marca os períodos históricos e caracteriza as concepções sobre a instrução pública, que se revelam nos edifícios projetados e construídos para escolas, no Paraná. O marco inicial é a sede do Ginásio Paranaense e da Escola Normal, edificada em Curitiba e datada de 1904. O sumptuoso predio, elaborado segundo as demandas higienistas e pedagógicas vigentes, inaugura o compromisso do governo estadual com a educação, o qual será renovado com as Escolas Normais da década de 1920. Iniciativas disseminadas em todo o Paraná, que irão constituir a rede escolar pública de Ginásios e Escolas Normais e Profissionais a partir dos anos 30. Os três capítulos do livro relacionam as diretrizes da instrução pública com a normatização dos projetos arquitetônicos para as escolas secundárias, normais e profissionalizantes, tanto no âmbito federal como no estadual. O ideário institucional vigente revela uma concepção sobre o ensino, direcionado para a formação da mão de obra, na sociedade que almejava se introduzir na modernidade. Projetos, dados construtivos e fotografias de cada obra mostram as características especificas e gerais do conjunto de escolas, resultado da ação direta daqueles poderes, na organização do sistema público de educação. Os Ginásios, Escolas Normais e Profissionais estudados apresentam múltiplas dimensões e constituem marcos culturais importantes na trajetória da educação pública e da arquitetura oficial do Paraná. A pesquisa resultou no presente livro – que é acompanhado de um CD-Rom – e em uma exposição, a qual percorrerá as escolas públicas paranaenses durante o ano de 2013.
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Este trabalho contou com a colaboração das pessoas abaixo relacionadas, para as quais registramos nosso agradecimento: Ana Paula Pupo Correia José Antonio Gediel Paulo Affonso Grötzner
Ana Paula Jokoski Maria da Graça Simão Gonçalves
Fundação Cultural de Curitiba
Vera Coelho
Jussara Reinert Ferreira
ACMA - Construções Civis Ltda.
Instituto de Educação Caetano Munhoz da Rocha
Antônio Carlos Moniz de Aragão Patrícia Moniz de Aragão
Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
Instituto Histórico e Geográfico do Paraná
Pedro Tadra
Biblioteca Pública do Paraná
Canísio Miguel Morch Josefina Palazzo Ayres Lídia Mara Rosa Gross Mara Rejane Vicente Teixeira
Colégio Estadual do Paraná
Ernani Costa Straube Venceslau Muniz Filho Eliseu Lacerda
Memorial Lysimaco Ferreira da Costa
Maria Josefina Franco Ferreira da Costa Luiz Guilherme Grein Vieira Thereza Cristina Grein Vera Lúcia Castro Grein Mercier
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Saneamento do Paraná - Sanepar Secretaria de Estado da Cultura Mauricio Stunitz Cruz Valéria Marques Teixeira
Secretaria de Estado da Educação
Instituto de Terras, Cartografia e Geociências Fernando Canesso
Cristiane Regina Zimermann Genivaldo Casteliano Pereira Ronel Corsi
Ministério da Cultura
Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística
Museu Paranaense
Fernando Henrique Rodrigues Lobo
Serviço Social da Indústria
Methilde Schenato
Daisy Lúcia Ramos de Andrade Marcia Medeiros Renato Augusto Carneiro Júnior Tatiana Takatuzi
Coordenadoria do Patrimônio do Estado
Museu da Imagem e do Som
Flávio Arns Marta Debortoli Moscheto Sandra Teresinha da Silva Waldir Pan
Colégio Estadual Regente Feijó Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo/Paraná
Departamento de Estradas de Rodagem - Paraná Célia Maria Beltrame Trilow Carneiro
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Departamento Estadual de Arquivo Público
Graça Bandeira Stefanie Carina Freiberger
Juliana Scheller Maria Schirley Cherobim Figueiredo
Vice-Governadoria do Governo do Paraná
A normatização da Arquitetura Escolar, a Educação e os Edifícios-Monumentos
A escola polariza, mais que a habitação, as ações da sociedade para com ela mesma. Por ser o lugar de transmissão do saber formalizado, a escola traduz o modo como a sociedade se pensa e se projeta. Ela realiza em si, de maneira incontestável, a união do projeto político ao projeto de arquitetura, sendo este ultimo o organizador e configurador de uma instância simbólica através da forma em todos os seus aspectos.1 L’architecture est le vêtement des civilisations.2
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A partir do século XIX, a instrução popular, concebida como fundamental para o desenvolvimento e o progresso dos países, expandese na Europa e nos Estados Unidos na condição de obrigatória, gratuita e proporcionada pelo poder público. Apoia-se nos conhecimentos teóricos da ciência e na regulamentação propiciada pelo Estado, estabelecendo diversos níveis de formação institucional. O Brasil insere-se no contexto internacional e organiza, desde meados do século XIX, um corpo de leis estabelecendo as diretrizes para a rede de escolas públicas, distribuída em todo o território nacional e dividida em modalidades (primária, normal, secundária e profissional). As determinações emanadas do Governo Imperial serão seguidas nas províncias, assim como o modelo das escolas ali instaladas. Reproduzem o ideário da modernidade estabelecido pelo poder central sobre a organização e a estrutura da instrução pública e privada. A educação e a produção de edifícios escolares em todo o Brasil no período imperial têm a administração existente na Côrte como agente normatizador e são executadas pelas províncias. Logo, a instrução pública implantou-se nas cidades e no meio rural atendendo às determinações legais emanadas de uma política central. Os edifícios projetados e construídos para escolas baseavam-se no conhecimento técnico-científico desenvolvido e aplicado nos países considerados avançados.
A questão educacional, portanto, é acompanhada de regulamentos detalhados, permeados pelo higienismo, tanto em relação à constituição do ensino, como no âmbito construtivo do edifício escolar e de sua implantação no meio urbano. Se a ordem é necessária por toda a parte, se é o fundamento de todo o bem, de todo o sucesso, é principalmente quando se trata de conduzir, educar e instruir meninos e moços reunidos em grande número no mesmo lugar, quase sempre preguiçosos, muitas vezes indóceis, naturalmente inimigos de todo aperto, de qualquer constrangimento, e comunicandose reciprocamente pelo exemplo da indolência, sua indocilidade e outros defeitos, daqui a necessidade de regulamentos justos sábios, severos e mantidos por uma disciplina ativa, zelosa e inflexível.3
O edifício escolar passa a simbolizar todas as expectativas de formação plena e disciplinada das crianças, futuros trabalhadores da jovem nação. Ao ser projetado e construído especialmente para o ensino, torna-se um dos componentes mais importantes na instituição da política educacional pública. Aconselhado pela hygiene e prescripto pelos salutares principios da pedagogia moderna, o edificio apropriado para a escola, com especial e exclusivo destino a ella, constitue uma necessidade do ensino, é uma condição essencial para a marcha regular da instrucção e educação da infancia.4 Depuis que les question d’hygiène ont pris une place très considérable dans la construction des édifices habités et que la pédagogie a fait de si grands progrès, on peut dire que la tâche de l’architecte, dans la conception d’une école, se trouve en grand partie tracée dans le règlement en vigueur.5
Como materializador de um conceito pedagógico, o edifício incorpora os princípios de ordem, controle e disciplina encontrados nos tratados de arquitetura, manuais técnicos, teses médicas, códigos sanitários e posturas municipais.
Les besoins et l’architecture des écoles ont été très étudiés et les résultats de l’expérience sont à peu près fixés.6
O edifício escolar é valorizado pela incorporação dos princípios científicos vigentes: 1 - programa de necessidades elaborado com base na higiene e na pedagogia; 2 - distribuição funcional e hierarquizada dos espaços; e 3 - ênfase no racionalismo construtivo e, sobretudo, técnico. Tais características são apresentadas minuciosamente em livros e periódicos, incorporando conceitos e virtudes que acompanham o edifício escolar até o presente: ordem, funcionalidade, racionalismo, economia e adequação. Entre o final do século XIX e a Primeira Guerra Mundial, os tratados de arquitetura europeus e norte-americanos reproduzem e comentam as normas vigentes – com fartas ilustrações, as principais informações técnicas-construtivas e vários exemplos edificados – relacionando minuciosamente os tipos de escolas, os ambientes necessários a cada um deles, as dimensões mínimas e o mobiliário adequado. Tornam-se manuais ou ferramentas da prática projetual e de conhecimento geral, utilizados nas escolas de arquitetura e engenharia em todo o mundo, inclusive no Brasil.7 O formato técnico, ilustrado e didático é a característica essencial dos tratados de arquitetura, como os elaborados por Louis Cloquet, Julien Guadet , Georges Tubeuf e Émile Guillot8, que reforçam a conotação racional e científica, materializada e simbolizada pela função, envolvida pela economia e austeridade, delimitada e normatizada pelas demandas higienistas do edifício escolar.
Concomitante à apresentação de projetos já construídos, os detalhamentos construtivos e esquemas de disposição de mobiliários, as argumentações higienistas são ressaltadas nas publicações de arquitetura. Au point de vue géneral, il faut donc rechercher pour une école l’aération, la salubrité et la lumière.9 (...) l’hygiène, très longtemps négligée, a pris aujourd’hui une véritable préponderance, dautant mieux qu’elle doit sauvegarder la santé d’enfants pris dans la période la plus critique de leur développement.10
Também os livros sobre higiene escolar apresentam soluções espaciais que respondem às demandas da disciplina: A entrada de uma classe não deve dar diretamente para a rua. Nos edifícios grandes deve existir pelo menos uma porta para cada 300 alunos; toda casa escolar disporá, além disso, de dispositivos suficientemente grandes, colocados à entrada, onde os alunos possam limpar os sapatos, antes do início dos trabalhos escolares; deve-se limpar também o barro aderido à sola, pois é de máxima importância para professores e alunos, manter o asseio e sobretudo gozar de ar puro, e um dos meios preferíveis para obtê-los é fazer com que as salas de aula não se sujem.11
O diversificado conjunto de tratados sobre o edifício escolar deixa evidente sua complexidade. Desde meados do século XIX, as edificações projetadas e construídas como escolas são valorizadas e associadas ao bom desempenho da implantação da instrução pública, a qual, por sua vez, repercute diretamente no desenvolvimento social e econômico de uma nação. Em 1882, o presidente da Província do Paraná, Carlos de Carvalho, já explicita tal relação: Tenho observado n’esta provincia que as escolas, funccionando em edificios improprios como casa de educação, contrariam preceitos que, desprezados, annullam a influencia moral e social da instrucção publica, produzindo o duplo resultado de amesquinhar o espirito das crianças e inocular no professor o tedio, o aborrecimento.
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Eliminado o gosto pelo ensino, afinal o professor sem estimulos adaptando-se á imprestabilidade da mobilia e das casas escolares, com ellas forma um systema que é a negação do mais modesto plano de educação nacional. Acreditando que, ao lado da reforma do ensino primário, devem ser estabelecidos os devidos apparelhos, e a casa escolar em condições regulares é um d’elles, porque a estructura deve-se adaptar á funcção, faço esforço para ao menos em algumas povoações desta provincia levantar-se padrão que atteste a preoccupação em melhorar os meios de adquirir a consciência dos direitos e deveres.12
Considerando a realidade das escolas localizadas em inapropriados cômodos de residências, entende-se a necessidade de salas de aula que comportem confortavelmente o número de alunos existentes, dotadas de mobiliário que permita a correta acomodação e distribuição dessas crianças, com iluminação e ventilação suficientes para o desenvolvimento das atividades pedagógicas. A adequação do edifício conduz ao melhor desempenho da atividade pedagógica, assim como traz benefícios psicológicos, isto é, “influencia moral e social”. Nesta direção, Guadet orienta que o programa arquitetônico de necessidades das escolas deve assegurar o “bem-estar” dos alunos.13 Já o médico Trajano Joaquim dos Reis, Inspetor Geral de Higiene do Paraná, desde 1894, ressalta que se “as primeiras impressões recebidas são boas, ellas occupam todo o espírito infantil e não mais terão accesso nelle as más”.14 Portanto, exercendo a escola influencia não pequena sobre a creança, carece ser cercada de todos os attractivos, para que elle ame-a, deseje-a, a fim de ser essa influencia benefica.15
Enfatizando a questão técnica, os manuais descrevem as características essenciais do espaço físico de uma escola: o terreno, a implantação do edifício, o programa de necessidades e a disposição dos ambientes.
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Especificidades que se estruturam no conhecimento científico e são consideradas ideais, adequadas e, sobretudo, modernas por arquitetos, higienistas, pedagogos, políticos e a sociedade de uma forma mais ampla. A escola deve ser de fácil acesso, longe de atividades ou locais barulhentos, insalubres e perigosos; livre de umidade e com área suficiente que comporte os ambientes necessários, o número de alunos e as demandas de aeração e insolação de cada espaço. A locação do edifício deve ser cuidadosa, permitindo a iluminação e a ventilação naturais em proporção e horários adequados.16 Trajano Joaquim dos Reis recomenda, ainda, um jardim envolvendo a escola, “porque as arvores e as flores alegrarão a vista das creanças, servir-lhes-hão para instrucção pratica e as convidarão aos exercicios, alem da purificação que trazem no ar”.17 Tais princípios higienistas vão orientar uma das características mais importantes do edifício escolar: a implantação isolada no terreno, privilegiando a ventilação e a iluminação natural. Construir uma escola solta dos alinhamentos frontal e laterais do lote constituía-se em um forte elemento de diferenciação na paisagem urbana, destacando-a do padrão construtivo na cidade. O Brasil urbano do século XIX compreendia edificações geminadas, semelhantes em relação às dimensões de aberturas, à altura dos pavimentos e ao alinhamento com as edificações vizinhas, delimitando – pela proximidade, uniformidade e continuidade das ruas – a própria cidade. No Paraná, a comparação da regulamentação educacional com as posturas municipais exemplifica a diferenciação entre os edifícios escolares e as demais construções urbanas. Em 1884, é promulgado o Regulamento para a construção de casas escolares (Ato Estadual n.° 287), com instruções precisas sobre a localização e implantação de uma escola.
Artigo 4º: guardar-se-ão nas construções de casas escolares os seguintes preceitos: § 1º Quanto à localização deve ser preferido: 1) O centro da circunscrição escolar e neste: 2) O local mais acondicionado as exigências de higiene e neste: 3) O terreno com capacidade de isolamento para o edifício e ajardinamento circular.18
Em 1895, o Código de Posturas de Curitiba define que as novas construções devem obedecer ao “prévio alinhamento” e apresentar a “planta e o desenho da frente” para aprovação, com o objetivo de garantir a padronização construtiva estabelecida.19 As “casas edificadas para dentro do alinhamento” são tratadas como exceção, devendo ser locadas com cinco metros de recuo.20 Medida que se torna obrigatória somente em 1927, com regulamentação de novos loteamentos urbanos.21 A normatização para edifícios escolares, ainda no Império, antecipa uma prática que se consolida, em Curitiba, no final da Primeira República, demonstrando a modernidade de seus preceitos. Mesmo as pequenas escolas primárias, construídas em fins do século XIX, garantem destaque na paisagem urbana com o recurso do isolamento no lote. O programa de necessidades e o agenciamento espacial resultante são questões fundamentais para o edifício escolar, desde o século XIX, momento em que a sala de aula deixou de ser o único ambiente necessário. No Paraná, o Regulamento de 1884 determina, por exemplo, a existência de vestíbulo, salas de aula e do professor, vestiário de alunos, ginásio, instalações sanitárias, pátio e jardim.22 Cada qual com funções e atividades específicas que impõem a necessidade de setorização e distribuição de forma a delimitar claramente o espaço público e o privado, o do professor e o do aluno, das atividades de ensino e as recreativas. Julien Guadet esclarece que o programa de necessidades possui grande importância e, decorrente deste, a distribuição e a separação de ambientes são fundamentais para a arquitetura.23
Foto 1
Escola Tiradentes, em Curitiba - s.d.
Ao longo do período estudado, a relação de ambientes necessários tornase mais complexa, todavia será a setorização e a consequente ordenação espacial que irão delimitar áreas destinadas ao ensino, à recreação e à administração. Com a introdução do método seriado no Brasil, no início da República24, a escola necessita de maior número de salas de aula; biblioteca, laboratório e museu; ambientes administrativos (diretoria, secretaria, inspetoria, portaria); pátios de recreação e ginásios esportivos; além de auditórios e salão nobre. Os espaços fundamentais são, contudo, incorporados paulatinamente, sempre considerando o tipo, o porte e a importância da escola. A separação de meninos e meninas foi outro preceito higienista que marcou profundamente a arquitetura escolar, exigindo a delimitação de áreas, setores e/ou alas para cada sexo nos edifícios. Em 1883, a Lei Estadual n.° 734, determina no Art. 2º que “em cada uma das localidades [do Paraná] serão edificadas sucessivamente duas casas escolares para cada
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sexo, salvo se forem ambas edificadas com entradas em frentes diversas e incomunicaveis”.25 Entretanto, a complexidade do programa de necessidades não é uma especificidade das escolas. Hospitais, estações ferroviárias, residências e mercados, por exemplo, também apresentam novas atividades e ambientes, que são exaustivamente estudados na arquitetura, além de enfatizados e ilustrados nos manuais e tratados da disciplina. A metodologia proposta por Jean-Nicolas-Louis Durand, em “Précis des leçons d’architecture”26, pressupunha a disposição simétrica das partes do edifício em relação a um ou mais eixos, tornando-se o “princípio diretor da arquitetura acadêmica” ou ainda a “disciplina axial” obrigatoriamente aplicada. A composição – reunião de elementos ou partes em função do uso – é difundida no ecletismo do século XIX e chega até o modernismo do XX como uma “filosofia de projeto”.27 (...) pode-se considerar como característica geral da arquitetura progressiva do começo do século XX o fato de que ela era concebida em termos de um volume separado e definido para cada função separada e definida, e composta de tal forma que essa separação e definição era deixada clara.28
A predominância da planta sobre os demais aspectos – volume e alçados – resulta da utilização desta metodologia enraizada no processo projetual. A composição prioriza o atendimento ao programa, com demandas cada vez mais complexas, e a imposição de setorização e hierarquização de atividades e ambientes (separação e definição). A elaboração de um projeto arquitetônico exige a aplicação de regras e fórmulas, o emprego de elementos da disciplina arquitetura e, sobretudo, o conhecimento aprofundado dos melhores exemplos edificados.
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La distribution doit être le premier objet de l’architecture; la decoration même dépend absolument d’un plan déterminé : c’est la distribution qui établit les longueurs, largeurs et hauteurs d’un édifice.29
Assim, a utilidade de um edifício valoriza-se, quando o conhecimento científico proporciona novas tecnologias, necessidades e modos de vida; questões trabalhadas na planta arquitetônica, onde o espaço e suas articulações evidenciam-se. A representação bidimensional possibilita o estudo dos ambientes em vários aspectos – dimensões, localização, relação com os demais – deixando para a etapa seguinte o alçado do edifício. Com estes condicionantes programáticos e de partido arquitetônico30, o edifício escolar adota tipologias que definem os setores pedagógicos – masculino e feminino – administrativo e recreativo, utilizadas nos exemplares paranaenses. O tipo refere-se a um esquema, um “objeto segundo o qual qualquer pessoa pode conceber obras que não se assemelharão em nada entre si”. O conceito, conhecido desde Vitruvio, é sistematizado e aprofundado por Quatrèmère de Quincy, que relaciona a tipologia ao caráter da obra.31 O tipo é um elemento importante da dimensão conceitual da doutrina da Arquitetura. Abarca a essência da arte em particular, mas também resulta no que poderia ser um desdobramento prático da teoria ao guiar a concepção do artista e o julgamento do público. Para Quatrèmère, a relação entre arquitetura antiga e moderna não era outra coisa senão a modificação do tipo, uma transformação conceitual requerida cada vez que um edifício é projetado. O tipo arquitetônico é o princípio que regula as modificações e a chave para a legibilidade do público, pois é por ele que se imprime o “caráter distintivo” aos edifícios. Quatremère estabelece uma relação entre as etimologias dos termos tipo e caráter. “Tipo” deriva do termo grego typos, no sentido de gravar ou imprimir. Caráter, do grego characteer, traz o significado de marca e de traço distintivo.32
Na arquitetura, o tipo conforma-se pela repetição de esquemas, formatos e soluções que se mostram eficientes e adequados, ao longo dos anos. As tipologias determinam-se, principalmente, pela função do edifício, programas e demandas comuns, como é o caso das escolas públicas.
Local de múltiplas atividades e demandas distintas, onde a circulação de pessoas é significativa e diferenciada, seu agenciamento espacial exige cuidado para que todas as especificidades sejam atendidas. A disposição dos ambientes, as possibilidades e os limites de fluxos, assim como a diferença entre atividades, devem ser claras, legíveis a qualquer pessoa. Para atender tais expectativas, recorre-se à setorização (separação e definição), a elementos articuladores e à simetria33 para agrupar atividades afins e distribuí-las segundo especificidade, demanda de usuários e importância. Os edifícios escolares paranaenses, até a metade do século XX, apresentam poucas tipologias: o bloco único, predominante até 1920; o corpo central e alas de ensino dispostos simetricamente em “U”, “L”, “T” e “E”, utilizados entre 1920 e 1950; e blocos independentes, usuais a partir de 1950 (Figura 1).34 A primeira, caracteriza-se por programa arquitetônico simplificado e a definição e separação de duas seções de ensino em uma construção compacta. A segunda pode ser encontrada em escolas de diferentes portes – desde as primárias com quatro salas de aula até os ginásios, escolas normais e profissionais – e estrutura-se na composição simétrica e hierarquizada; na definição de duas seções independentes de ensino; na presença de múltiplos acessos e na disposição de ambientes em torno do pátio interno. Por fim, a edificação formada por vários blocos independentes e interligados entre si prioriza a setorização, apresenta e reúne espacialmente os espaços de atenção ao aluno, como consultórios médico e dentário, e define o pátio coberto como ambiente aglutinador. Os Ginásios, Escolas Normais e Profissionais estudados no presente trabalho são construídos na primeira metade do século XX e adotam, majoritariamente, a segunda tipologia identificada. Percorrendo cinquenta anos, os edifícios apresentam linguagens formais distintas, como o Ecletismo, o Art-déco, o Neocolonial e o Modernismo. São
Figura 1
Tipologia dos Edifícios Escolares Paranaenses entre 1857 e 1955.
concebidos para atender a diferentes métodos pedagógicos; reformas educacionais e normas estruturantes da instrução pública. A técnica construtiva evolui da alvenaria portante para o concreto armado; do processo artesanal para o industrial, com a presença marcante de elementos pré-fabricados. Tais eventos, porém, não modificam o agenciamento espacial do edifício escolar que manteve sua essência. Como regra geral, o hall desempenha as funções de recepção e distribuição, contendo a escada e o acesso às duas alas ou pavilhões de ensino, correspondentes às seções masculina e feminina. Ambiente
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encontrado geralmente no corpo ou no pavilhão central do edifício – onde também se localiza o eixo axial da composição – proporcionando a mesma disposição planimétrica em cada um de seus lados. Nesta parte central do edifício, situam-se os ambientes administrativos (secretaria, inspetoria e diretoria) e de maior importância, como biblioteca, salão nobre e auditório. A hierarquia define-se pela localização da atividade e de seu ambiente, desta forma o pavimento superior é mais valorizado que o térreo e o centro mais que as extremidades - situação tradicional encontrada nas casas comunais medievais. Consequentemente, o corpo ou o pavilhão central recebe um tratamento ornamental mais elaborado, denominado por Guadet de “motif milieu”; e ainda o sobrado, maior destaque que o térreo. A fachada na composição acadêmica é consequência da planta35 e materializa as necessidades das atividades presentes no edifício, as quais são ditadas pelo conhecimento científico, novas demandas da vida moderna e práticas sociais. As soluções formais do alçado para atender tais expectativas giram em torno de fórmulas consagradas, agrupadas em dois conjuntos: as fachadas uniformes e aquelas com movimento de planos.36 A prática corrente de repetições, reintepretações ou utilizações parciais de projetos arquitetônicos é considerada válida tanto na Europa, como no Brasil. Com o apoio das autoridades, afirma-se a prática a partir de então muito utilizada para a concepção de escolas: projetos compostos com partes intercambiáveis de outros preexistentes. Ocorrem recriações e adaptações de ideias precedentes, plantas ou fachadas feitas por seus próprios autores originais ou, indiferentemente, por outros incumbidos de desenvolvê-las.37
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Para obter bons edifícios-escolas nos pequenos centros de população, utilizam-se projetos modelos apropriados; deste modo, as localidades
podem conseguir uma pequena construção que reúna boas condições para escola, favorecendo-as, além disso, a possibilidade de que seus próprios habitantes se encarreguem de realizar os trabalhos correspondentes. (...) Pelo que se refere à construção de escolas, a primeira coisa que se deverá ter presente é sua disposição, de forma que se cumpram as regras higiênicas dentro dos limites permitidos pelas disponibilidades econômicas; devese atender, antes de tudo, ao necessário e depois às condições estéticas, porém nunca inversamente. Por último, as grandes cidades deverão fazer com que um dos arquitetos da prefeitura correspondente, seja posto em condições de estudar a bibliografia especial e as instalações escolares modelos, inclusive de outros países; do mesmo modo, deverá ter constantemente sob seu controle o estado de conservação do edifício escolar.38
Considerando a dimensão material e simbólica da arquitetura, o edifício escolar público expressa nas formas os princípios e virtudes que o orientam. Revela a importância política e social, relacionando progresso, desenvolvimento, civilização, ciência, modernização e modernidade; o vínculo com a ordem, a hierarquia, a racionalidade, a funcionalidade, o conforto e a economia; e imprime o caráter. Assim, todas as especificidades da escola devem ser compreendidas e imediatamente reconhecidas em sua sede, considerando, inclusive, as diferentes modalidades existentes, as quais são “très nombreux et divers, depuis la modeste école rurale jusqu’au palais universitaire”.39 Elas são divididas em: L’école pouponnière; la crèche; le jardins d’enfants; l’école gardienne; l’école primaire: rurale; urbaine, simple, mixte; les groupes scolaires avex ou sans habitation des maîtres, avec ou sans pensionnat; l’école moyenne; le collège, athènée, lycée; l’école professionnelle, ménagère, industrielle; les écoles normales des différents degrés; les conservatoires et académies.40
Cada uma possui um programa de necessidades próprio, correspondente às atividades ali desenvolvidas. Assim, os jardins de infância apresentam uma relação de ambientes menor e mais simplificada se comparados às
universidades; situação que se repete entre as escolas rurais e urbanas. No entanto, mesmo as modalidades mais complexas possuem alguns elementos em comum. Les éléments de l’école sont toujours la classe, la salle de travail, le préau, la cantine et quelques dépandances. Mais ces éléments peuvent s’appliquer à des écoles plus ou moins nombreuses, plus ou moins modestes.41
A sala de aula é o ambiente mais normatizado de uma escola, alvo de recomendações higienistas e determinações legais sobre área e volume mínimos, número máximo de alunos, índices de ventilação e iluminação natural. Les classes sont la partie la plus essentielle de l’école ; quel qu’en soit le nombre, il y a des principes permanents qui règissent la disposition intérière. Quant à leur emplacement dans l’ensemble de l’école, il importe qu’elles soient bien aérées, bien éclairées, et d’un accès assez immédiat pou éviter les lons parcours, qui sont toujours une occasion de bruit et de dèsordre. (...) La classe est une salle rectangulaire, dont la longueur ne doit pas être trop considerable: il faut que de toutes les places les éléves voient facilement le tableau, et entendent aisément le professeur. Une longueur de 8 mètres est très bonne ; on va parfois jusqu’à 10 mètres, c’est un maximum. Le parquet en est horizontal, et c’est la légère élévation de l’estrade recevent le bureau du professeur et le tableau qui permet aux éleves de bien voir, et le professeur de bien surveiller. Cette condition s’oppose à la creation de classes trop longues. Ainsi donc, les classes aurons environ de 6 mètres à 6,50m ou de 7,7 a 8 mètres de largueur ; des largueur intermédiaires n’auraient pas d’application. Mais pour que ces largueurs soient possibles, il faut que l’éclairage soit suffisant, car sans éclairage suffisant la classe est impossible. Or, pour que cet éclairage soit suffisant, que faut-il ? Qua la lumière arrive sur les tables sous un angle suffisamment ouvert. La hauteur est donc un facteur essentiel de la lumière. En général, les classes des écoles da la Ville de Paris ont 4 mètres de hauteur. Cette élévation est largement suffisante pour l’aération, mais elle ne l’est pas pour l’éclairage des classes profondes.42
No Paraná em 1857, mesmo com a instrução pública ainda insipiente, a sala de aula já está normatizada e “deve ser clara e arejada, varrida todos os dias e lavada duas vezes ao menos por mês”.43 Quase três décadas depois, no “Regulamento para a construção de casas escolares”, este ambiente recebe índices de área, volumetria, iluminação e ventilação natural associados ao número de alunos. Artigo 4º: guardar-se-ão nas construções de casas escolares os seguintes preceitos: § 3º Para a classe exige-se: 1) Capacidade superficial correspondente pelo menos a 1,92 m² por aluno, se o móvel for de um lugar, ou a 1,90 m² se o móvel for de dois lugares; 2) Capacidade cúbica nunca inferior a 5,5 m³; 3) Forma retangular, guardando o comprimento e largura entre si a proporção de 1½:1 mais ou menos; 4) Luz direta unilateral pela esquerda, ou bilateral, sendo mais intrusa pela esquerda; e 5) Aparelhos de ventilação. § 4º O exterior guardará o mais possível os elementos de distribuição interna.44
Os parâmetros físicos da sala de aula variam temporalmente (Tabela 1), sujeitos aos códigos sanitários estaduais e códigos de posturas municipais, que regulamentam as atividades e a construção. Igualmente, o número máximo de alunos, determinado pela legislação educacional, apresenta
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valores que procuram adequar as demandas higienistas e o crescimento populacional ao custo financeiro da obra e de manutenção de uma escola. No livro “Projectos de Grupos, Escolas Reunidas e Ruraes”, o engenheiro Mauro Álvaro, revela não haver unanimidade em relação aos números: o Código Sanitário paulista determina 40 alunos/sala de aula, ou ainda 30, dependendo das circunstâncias. Da mesma forma, as recomendações para a área mínima/aluno variam entre 0,60 a 1,50 m². Em se tratando dum problema dispendioso como é o da instrução publica e o qual difficilmente será desenvolvido na medida do accrescimo da nossa população, parece-nos de bôa razão darmos preferencia ao limite fixado pelas leis sanitarias, com o qual podemos resolver o problema das construcções escolares mais economicamente.45
O ajustamento dos parâmetros ideais às necessidades locais e aos limites econômicos é constante na produção de edifícios escolares. Os manuais de arquitetura e de higiene escolar reconhecem o custo elevado de sua construção e explicitam que a funcionalidade, a adequação e o conforto devem aliar-se à racionalidade e à economia, além de concretizar a importância e hierarquia de cada unidade dentro do conjunto de escolas públicas. “Nos écoles de Paris seraient absurdes en Provence et aussi dans nos départements du nord de la France”, alerta Guadet.46 Apesar de orientações básicas, o programa de necessidades, as demandas higienistas e pedagógicas, a técnica construtiva e a solução formal variam de acordo com a modalidade da escola e o local de implantação, além da condição de urbana ou rural. as construções [escolares] tem de ser naturalmente sujeitas a balanço de um orçamento criterioso e rasoavel. E desse modo, forçoso é harmonisar taes interesses [pedagógicos, higienistas, políticos e sociais], organisando-se projectos que correspondam perfeitamente ás exigências apontadas.47
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Logo, observa-se que edifícios escolares de maior porte, com programa de necessidades mais elaborado e sofisticação formal e técnica são, primeiramente, construídos nas capitais e a seguir nas cidades mais populosas e/ou de maior importância econômica e política. Como exemplares mais elaborados constituem-se em marcos da ação política em prol da valorização da instrução pública, da rede escolar, da arquitetura oficial e das cidades onde se situam. Tratam-se de “monumentos”, edifícios que incorporam um determinado valor, ideologia ou mensagem, transmitindo-os ao longo do tempo.48 A arquitetura escolar pública nasceu imbuída do papel de propagar a ação de governos pela educação democrática. Como prédio público, devia divulgar a imagem de estabilidade e nobreza das administrações. (...) Um dos atributos que resultam desta busca é a monumentalidade, consequência de uma excessiva preocupação em serem as escolas públicas, edifícios muito “evidentes”, facilmente percebidos e identificados como espaços da esfera governamental.49
Embora, a monumentalidade esteja frequentemente relacionada às escolas da Primeira República, esta é uma característica que percorre todo o período estudado (1904 a 1950), presente nos edifícios mais significativos de cada modalidade de ensino construídos no Estado. No Paraná, durante o processo de instituição e consolidação da rede de escolas públicas foram edificados Ginásios, Escolas Normais e Profissionais, cuja arquitetura compreende múltiplas dimensões e constituem marcos culturais importantes na trajetória da educação pública e das cidades. Para entendê-las é importante esmiuçar o programa de necessidades, o partido arquitetônico, a técnica construtiva e as “qualidades plásticas”50 do edifício escolar, assim como os princípios e virtudes que a nortearam. A arquitetura não é uma área que permite a pureza do recorte damatemática trata-se de um campo de limites difusos, desfocados, que é atravessado por outros, tingindo-se deles. Fazer um projeto de arquitetura é habitar a interdisciplinaridade com todas as suas consequências.
Foto 2
Ginásio Paranaense, em Curitiba - 1916.
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Lidamos com a racionalidade das ciências exatas e, ao mesmo tempo, com a complexidade dos indicadores sócio-culturais e a subjetividade das questões plástico-formais.51
A rede de escolas públicas atende a diferentes modalidades de ensino e possui, sempre, um exemplar mais representativo, seja pela complexidade do programa pedagógico e arquitetônico, pelo pioneirismo ou, ainda, por reproduzir total ou parcialmente certos modelos. Situado no topo da hierarquia, determinada escola e seu edifício apresentam características que a destacam: o corpo docente mais preparado, o programa pedagógico melhor elaborado e as instalações físicas orientadas pelo conforto, higiene, racionalidade e modernidade. Neste contexto são identificados alguns monumentos da arquitetura escolar, que marcam a implantação e a valorização da instrução secundária, normal e profissional durante a primeira metade do século XX no Paraná: o Ginásio Paranaense, (Curitiba, 1904); as três escolas normais da década de 1920 (Curitiba, Ponta Grossa e Paranaguá); a Escola de Aprendizes Artífices (Curitiba, 1934); e o Colégio Estadual do Paraná (Curitiba, 1950). O primeiro exemplar foi projetado pelo engenheiro Affonso Teixeira de Freitas, no início do século XX, para a sede do Ginásio Paranaense e da Escola Normal. As duas instituições funcionavam juntas desde 1876, em um prédio adaptado na antiga Rua Aquidaban (atual Emiliano Perneta). O compartilhamento de instalações e professores não era considerado ideal, mas reduzia o custo de manutenção de espaços físicos distintos e o aumento dos honorários dos professores, os quais duplicavam suas horas em sala de aula.52
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Teixeira de Freitas projetou dois edifícios implantados assimetricamente no terreno (esquema a seguir). O bloco principal, voltado para a Rua Borges de Macedo, com dois pavimentos, abrigou as atividades pedagógicas e administrativas das escolas e a Biblioteca Pública; o outro foi destinado
ao auditório. O primeiro, de formato retangular, apresenta salas distribuídas simetricamente em torno de um átrio, iluminado por zenital. Este anno assignalou-se pela transferencia do Gymnasio e Escola Normal para o sumptuoso edificio, erecto á rua Borges de Macedo. Os ensinos secundario e normal muito lucraram com este facto, pois as acanhadas dimensões do Gymnasio velho, muito mal comportavam o grande numero de alumnos matriculados em ambos os cursos. Fiz a distribuição das salas do novo predio, destinando-as a fins diversos: directoria, secretaria, congregação, aulas, etc. e como sobrassem compartimentos amplos sem occupação no momento julguei de utilidade a installação de duas escolas primarias para o ensino pratico de pedagogia aos alumnos da Escola Normal, e de accordo com o Governo e o director da Bibliotheca Publica foi tambem para ahi transferida a mesma Bibliotheca, que hoje se acha installada em dous vastos salões. As condições do edificio prestam-se admiravelmente para a separação dos sexos, de modo que somente em aula encontram-se alumnos e alumnas.53
A possibilidade de atender funções distintas daquelas planejadas inicialmente demonstra a flexibilidade da ordenação espacial e a baixa especificidade dos ambientes originais. Uma mesma sala poderia abrigar
utilizou uma solução espacial tradicional na arquitetura, frequente em conventos e edifícios administrativos de diferentes períodos históricos: um bloco único, com um átrio central envolvido por diversas salas. O partido arquitetônico pouco usual no universo da arquitetura escolar traduz, antes da função educacional, o caráter público da edificação. Na torre da fachada principal que marca o acesso principal estava inscrito “Instrucção Pública” e nas entradas laterais e secundárias, “Gymnasio” e “Escola Normal.” A propalada adequação espacial estaria mais relacionada ao espaço único que reúne as escolas, à existência dos ambientes necessários (ou possíveis) e às corretas dimensões e condições de ventilação e iluminação, do que a uma configuração específica para atividade escolar.
Figura 2
Plantas dos pavimentos térreo e superior do Ginásio Paranaense e Escola Normal, em Curitiba - 1904.
aulas de desenho ou a biblioteca, a diferença residia apenas no mobiliário e equipamentos utilizados. O gabinete de história natural e os laboratórios de química e física, por exemplo, foram instalados após a inauguração do prédio, o que não impediu a adequação de tais ambientes. O “sumptuoso” edifício, concebido para receber uma escola secundária,
Volumetricamente o prédio apresenta-se como uma caixa, com o telhado encoberto por platibanda em todo o perímetro. A composição ganha movimento pela presença de torre implantada na fachada frontal, tripartida segundo a estruturação clássica da arquitetura. Enquanto o edifício principal conta com dois pavimentos demarcados por cornijas, a torre possui três, definindo o acesso principal no térreo, o balcão no pavimento superior e o nicho do relógio, inserido em moldura de alvenaria na parte frontal deste conjunto. Colunas jônicas estão presentes na torre e no pavimento superior da fachada frontal, aqui ladeando as aberturas. Há uma clara intenção de valorização do
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Foto 3
Ginásio Paranaense - 1904.
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Detalhe da torre central - 2006.
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Vista geral - 2006.
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Fachada lateral voltada para a Rua Saldanha Marinho - 2006.
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sobrado, com a utilização de aberturas em arco pleno neste e em verga reta no térreo; do jônico sobreposto ao dórico; e de pedestais nas colunas e de balaustres nos peitoris das janelas superiores. A rustificação foi empregada nos dois pavimentos como ornamentação. As fachadas laterais também são tripartidas, cada qual com um conjunto de três vãos por pavimento. A composição de filiação acadêmica é rígida e utiliza de forma conservadora os ornamentos, revelando um edifício com função austera, importante e, sobretudo, nobre. O relógio instalado na torre do edifício é outro símbolo de seu caráter, vinculado à ordenação do tempo, ao científico, ao técnico e ao racional.
Foto 8
Átrio - s. d.
A utilização de materiais industrializados (como o ferro e o vidro) e de técnicas construtivas mais elaboradas possibilitou a cobertura do átrio.
Foto 9
Sala de Desenho - s. d.
O acesso principal destinava-se ao público em geral e foi valorizado pela posição central e escadaria imponente que vence o desnível do terreno e do porão alto. Os laterais – utilizados pelos alunos do Ginásio (à esquerda) e
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Detalhe da fachada lateral - 2006.
da Escola Normal (à direita) – foram alocados no alinhamento do edifício, de forma descentralizada e com tratamento idêntico aos demais vãos. Assim como havia entradas distintas para os alunos das duas instituições, os espaços de uso e a circulação de normalistas e ginasianos foram delimitados internamente. Na década de 1920, com o ensino primário e profissional sob responsabilidade dos estados, é concebida, no Paraná, a rede estadual
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Foto 10
Sala de Química - 1941.
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Sala de Geografia - s. d.
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Sala do Diretor - s. d.
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Secretaria - s. d.
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Biblioteca - s. d.
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Auditório - 1941.
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Foto 16
Escola Normal de Curitiba - 1922.
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Mapa 1
Escolas Normais construídas no Paraná durante a década de 1920 e suas regiões de influência.
de escolas normais projetadas pelo engenheiro Carlos Ross, Diretor de Obras Públicas do Estado – “illustre discipulo de Ramos de Azevedo” – em Curitiba (1922), Ponta Grossa (1925) e Paranaguá (1927).55
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Sendo a Escola Normal a base solida de toda reforma racional na instrucção publica primaria, claro é que deve merecer o maximo cuidado por parte dos governos. A organização desse instituto eminentemente profissional determina forçosamente o bom ou mau exito de todo o apparelho escolar, pois fornece o material mais importante, que é o professor. Os cuidados relativos a tão magno assumpto começam pelo edificio. A construção que se vae iniciar será um grande passo para a instrucção publica do Paraná e attestará o firme proposito que animou o espirito do Exmo. Snr. Dr. Presidente do Estado em prestar á sua terra serviços relevantes.56
Considerando ainda que uma Escola Normal na Capital é insufficiente, pois que do interior difficilmente se encaminham candidatos; e mais ainda que os professores aqui formados não deixam a capital, preferindo permanecer na expectativa de uma collocação no centro, ou desistindo, em busca de outro rumo; ficando como consequencia, sem professores a zona afastada do littoral e do interior, servida exclusivamente por pessoal leigo, com graves prejuizos para o ensino, alvitrei a creação de mais duas escolas: uma em Ponta Grossa e outra em Paranaguá. A primeira, situada num grande centro para onde convergem os negocios de cinco importantes municipios (Tibagy, Ypiranga, Imbituva, Prudentopolis e Guarapuava) dos chamados Campos Geraes, tendo proximos os municipios de Castro, Entre Rios, Teixeira Soares, Iraty, Mallet, Roxo-Roiz e União da Victoria, servidos por estrada de ferro, pode fornecer a zona futurosa do Estado os professores de que já necessita e de que virá a precisar. A segunda, centro de toda a faixa litoranea, servirá
uma zona muito povoada e que mais exige o concurso do normalista, pois compreende uma região rica, ainda não aproveitada em virtude das diversas doenças, proprias dos climas quentes e umidos, das quaes os seus moradores não se libertam, em virtude da sua ignorancia.57
A rede paulista de escolas normais era composta, em 1924, por dez unidades, duas na capital e as demais no interior.58 No Paraná, todos os edifícios tomavam como modelo a Escola Normal de São Paulo, projetada por Ramos de Azevedo e inaugurada em 1894. Destacam-se como características gerais: grande porte, linguagem eclética, apuro construtivo, implantação isolada no terreno, ênfase nos aspectos higienistas e um programa de necessidades elaborado com a presença de biblioteca, anfiteatro, laboratórios, além das salas de aula, do diretor, dos professores e administrativas.59 No sumptuoso edifício [de Curitiba] funccionarão, alem das aulas da Normal, o grupo modelo annexo, o curso intermediario e duas escolas isoladas, modeladas pelo padrão que deve formar os demais estabelecimentos desse genero. O projecto obedece a todos os rigores da Hygiene e da Pedagogia, podendo ser considerado como um trabalho completo.60
Os exemplares da rede de escolas normais paranaenses possuem entre si unidade compositiva e formal, espelhando-se no edifício paulistano. Localizam-se em áreas centrais e visíveis para toda a população, estão recuados do alinhamento predial, cercados por pequenos muros e adotam o recurso do porão alto que os deixa mais imponentes. Todos apresentam dois pavimentos, sendo que o de Curitiba faz o aproveitamento total do porão. O corpo central é alongado, recuado e valorizado pela presença do acesso principal e ornamentação elaborada. Dois pavilhões, correspondentes às salas de aula, são acoplados em cada extremidade daquele, tomando o formato de um “U” com um eixo de ligação que reúne as diversas partes (esquema a seguir).
Os edifícios construídos para a rede de escolas normais foram os primeiros a contemplar o programa de necessidades adequado às atividades pedagógicas, indicando sua importância e explicitando os símbolos da ação governamental na instrução pública. Além das salas de aula (24 em Curitiba e 18 nas de Paranaguá e Ponta Grossa), as escolas contaram com ambientes administrativos (secretaria e sala de diretor), biblioteca, sala de professores, laboratórios e instalações sanitárias no corpo do edifício principal. O salão nobre só foi incluído no projeto de Curitiba. [São] typos que merecem referencia especial, pois tem em media vinte salas de aula, alem de outras dependencias: amplos corredores para ligação, salas independentes entre si, com illuminação rigorosa, installações sanitarias muito commodas, rigorosamente hygienicas; distribuição facil de agua, ornamentação discreta em todos os commodos.61
A Escola Normal de Curitiba é “um estabelecimento modelar”. O edificio, de grandes proporções, comportará 1.200 alumnos dos differentes cursos. Na sua construcção teve-se em vista simplicidade e solidez, alliada á economia. Não ha um palmo de obra desperdiçado, nem commodo que não seja necessario. Tudo se aproveitou dentro do possivel e do util. Da mesma forma o mobiliario, fabricado com esmero no proprio Estado, de accordo com os typos escolhidos e adoptados, será commodo e resistente. A bibliotheca da Escola será installada com mil volumes, pelo menos, em armação appropriada e em salão onde os alumnos possam, de dia e de noite, ler e consultar. O habito de ler, que é o melhor dos habitos, se implantará por certo, desde o alumno do grupo, até o futuro professor.
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Para isso haverá todo o escrupulo na escolha das obras. Annualmente poderá ser augmentada a bibliotheca, com pequena despesa para o Estado.62 O predio foi construído em um terreno que mede 48 metros de frente por 72 de fundo. Está majestosamente situado na esquina das ruas Aquidaban e Voluntarios da Patria, apresentando linhas impeccaveis de uma architetura ao mesmo tempo sobria e elegante que muito diz com o fim a que se destina. É constituido o edificio por um corpo principal e duas alas que lhe são ligadas posteriormente. De construção solida, compõe-se de 3 pavimentos, nos quaes estão installados: gabinete do Director, Secretaria, Salão Nobre, Professores, Portaria, Biblioteca, Leitura, Arquivo, Gabinetes Sanitarios e 24 espaçosas salas de aula. Todas as salas obedecem rigorosamente os melhores preceitos de hygiene. Aeração ampla, distribuição unilateral de luz solar, evitando as anomalias de visão, tão frequentes nas escolas, sendo que alguns especialistas chegaram a conclusão de que a diminuição da visão e a myopia em particular eram devidas ás más condições desses estabelecimentos. A largura das salas de aula, para tornar uniforme a distribuição da luz, é limitada e está em funcção dos claros, sendo geralmente de 6 metros por 9 de comprimento. A excepção do apparatoso Salão Nobre, as demais salas pintadas com muito gosto, não apresentam ornamentação com molduras, condennaveis no caso, por se tornarem nocivos depositos de pó. Annexo ao predio estão construidos o pavilhão de gymnastica e a casa do Zelador. Gradis metallicos fecham os jardins que contornam o predio em suas 3 fachadas principais. Interiormente existe um pateo destinado ao recreio. Tem o edificio capacidade para 1.040 alumnos, tendo o seu custo excedido o orçamento feito em 621:700$651, devido os serviços que foram accrescidos, conforme verificação a que se procedeu por esta Diretoria.63
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A ornamentação, diferenciada em cada exemplar, é constante – embora contida e severa – assinalando a importância da instituição e, ao mesmo tempo, remetendo à racionalidade construtiva. Todas consideradas virtudes necessárias de um edifício escolar, assim como “commodidade
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Escola Normal de Curitiba, em construção - 1922.
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Apresentação de alunos no pátio interno da Escola Normal de Curitiba - década de 1920.
Figura 3
Plantas das Escolas Normais de Curitiba, Ponta Grossa e Paranaguá - década de 1920.
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Detalhe da porta principal e das iniciais da antiga Escola Normal registradas no gradil - 2006. ďƒ¨
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Detalhe da entrada principal - 2006.
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Detalhe do desenho dos vitrais que iluminam a escadaria principal - 2006.
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Laboratório de Química - 1953.
Figura 4
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Fachada frontal da Escola Normal de Curitiba - década de 1920.
Sala de aula - 1953.
Museu de História Natural - 1953.
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Anfiteatro - 1953.
Biblioteca - 1953.
Ginásio - 1953.
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e conforto, economia e condições hygienicas”.64 Neste sentido, a escola de Curitiba é, segundo o Governo Estadual, “um verdadeiro palacio, caprichosamente acabado”65, onde gradis e corrimãos em ferro apresentam um refinado desenho, ora com motivos geométricos, ora com curvas mais soltas; as iniciais da Escola Normal, “EN”, estão gravadas na porta de acesso principal; os forros são em estuque, as paredes decoradas e a escadaria interna iluminada por três vitrais, os quais apresentam os símbolos do Paraná e a data da inauguração, 7 de setembro de 1922,
Centenário da Independência do Brasil. A construção dos três edifícios das escolas normais no Paraná viabiliza a proposta de consolidação e propagação do ensino normal, um dos pilares da instrução pública primária. Suas sedes definiram um modelo pedagógico, arquitetônico e programático, expresso em tipologia consolidada e no caráter momumental e racionalista, correspondendo à importância desta modalidade de ensino.
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Escola Normal de Ponta Grossa - 1924. Hoje, denomina-se Colégio Estadual Regente Feijó.
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Escola Normal de Ponta Grossa À Escola Normal de Ponta Grossa cabe o papel importantissimo de formar professores que possam acompanhar o progresso espantoso de zonas ferteis, já colonizadas e por colonizar, onde, como por encanto, surgem povoações que logo são cidades, antes que o professor ou o collegio extrangeiro ahi formem raizes com o intuito de zelar pela lingua, usos e costumes dos paizes de origem, alimentando-lhes a chamma do amor patrio que trouxeram do berço. E si ahi se installarem, que encontrem pela frente uma outra cruzada, mais legitima, que visa firmar o homem ao solo, adaptando-o à nacionalidade que lhe accenou com suas riquezas e vantagens, de modo que os seus filhos sejam legitimos productos do meio em que se formarem, com a mesma lingua e as mesmas idéas de que resultou a formação de uma nacionalidade desdobrada na maior porção da America do Sul, e cujo futuro, em dias proximos, corresponderá a grandeza do seu territorio.66 Construcção moderna, segundo todos os preceitos de hygiene e pedagogia, com vinte salas de aula, quatro gabinetes para o director e professores distribuídos em dois espaçosos pavimentos.67
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Alunos da Escola Normal de Ponta Grossa - 1924. Alunos do Jardim de Infância anexo á Escola Normal de Ponta Grossa - 1924.
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Fachada frontal - 2010.
Detalhe da fachada lateral - 2010.
Vista parcial do pátio interno e galerias laterais - 2010.
Escadaria principal - 2010.
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Escola Normal de Ponta Grossa O edificio se acha explendidamente situado na praça Barão do Rio Branco, entre as ruas Pinheiro Machado, Commendador Miró e Avenida Bonifacio Villela. Está orientado com sua fachada principal voltada para o Sul. É um predio de alvenaria com dois andares, de construcção simples, leve e elegante, satisfazendo plenamente as condições necessárias para o fim a que se destina. Bastante espaçoso compõe-se das salas do Director, Professores, Bibliotheca, Gabinetes sanitários e 18 amplas salas de aula, com capacidade para 720 alumnos, todas bem arejadas e illuminadas. Compõe-se o edifício que mede 40 metros de frente por 33 de fundos, de um corpo principal e duas alas posteriores. O terreno será todo murado, sendo que na frente das 3 fachadas principaes será cercado por um gradil de ferro n’uma extensão proximamente de 160 metros. Estão orçadas em Rs. 319:933$244, as despesas com as obras desse estabelecimento, não incluindo os serviços de installações electrica e água e esgotos.68
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Foto 35
Escola Normal de Paranaguá - 1927.
Escola Normal de Paranaguá É destinada a formar educadores para os filhos do littoral, terá a missão de reerguer o nosso caboclo, ensinando-o a defender-se e curar-se das doenças que o anniquilam roubando-lhe a coragem para o trabalho e armando-o de conhecimentos para melhores proveitos tirar da rendosa industria da pesca e da lavoura que ahi são tão promissoras, mas que permanecem incipientes, com grave prejuizo para a nossa fortuna publica e privada.69 Sumptuoso e vasto edifício com vinte e quatro salas de aula, gabinetes dos directores, secretaria, gabinete dentário etc. dispondo de espaçosos parques para recreio e pavilhão de gymnastica.70
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Escola Normal de Paranaguá, em construção - 1926. Escadaria principal - 1926.
Ginásio de Esportes da Escola Normal de Paranaguá - s. d.
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Detalhe dos vitrais que iluminam a escadaria principal - 2010.
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Foto 41
Janela do pavimento térreo - 2010.
Escola Normal de Paranaguá - s. d.
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Figura 5
Figura 6
Figura 7
Fachadas frontal e lateral da Escola Normal de Paranaguá - 1924. Plantas dos pavimentos térreo e superior da Escola Normal de Paranaguá - 1924.
Fachada frontal da antiga Escola Normal de Paranaguá - 1997.
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Como forma de contrapor o ecletismo característico da Primeira República, a produção escolar pública na década de 1930 teve orientação formal filiada às linhas geometrizantes do movimento Art-déco onde “os conceitos funcionalidade, eficiência e economia na arquitetura – termos próprios de equações racionalistas – tiveram firme aplicação em obras públicas”.71 Por todo o território nacional, foram construídas escolas que, simultaneamente, apresentavam soluções formais diferenciadas do período anterior, estavam filiadas pedagogicamente às doutrinas escolanovistas e representavam uma política governamental de disseminação e democratização da instrução pública. A ênfase foi dada ao ensino primário e profissional, com a edificação de grupos escolares e instituições voltadas para o ensino dos ofícios rurais e urbanos. A nova sede da Escola de Aprendizes Artífices de Curitiba é um marco desta política no Paraná. Concluído em fevereiro de 1936, o edifício representa o atendimento a uma antiga aspiração: a de instalações adequadas para a instituição que, desde sua inauguração em 16 de janeiro de 1910, formava mão-de-obra qualificada para a nascente indústria. Seus alunos, com idade entre 10 e 14 anos, além da formação profissional, cursavam o ensino primário.72 Outro melhoramento de grande importancia para a nossa Capital é a construção que está sendo feita do predio para a installação da Escola de Artes e Officios. (...) Dessa maneira lucrará a nossa Capital, que será embellezada com mais um edificio digno de figurar nos centros mais adiantados do Brasil e beneficios extraordinarios advirão para o ensino profissional, preparando homens uteis a si proprios e á comunhão em que irão exercer a sua actividade.73 A Escola de Aprendizes Artífices foi de todas a maior e a mais importante. O Governo do Estado levantou esta admiravel obra em terreno de sua propriedade, na esquina da Avenida Sete de Setembro com Desembargador Westphalen, adquirido em 1929, pela quantia de
Rs. 170:000$000. O edificio, hoje um dos mais belos e amplos desta Capital, tem a capacidade para ministrar instrução primaria e ensino profissional a 600 alunos semi-internos do sexo masculino. As salas de aulas, como as oficinas, o páteo de recreio, a residência do diretor, o refeitório e demais dependências, servem magnificamente aos fins objetivados.74
O terreno de esquina, de reduzidas dimensões, definiu uma implantação muito próxima do alinhamento predial, permitindo melhor aproveitamento do espaço para as atividades escolares. Com área construída de 2.250,74 m², o edifício configura-se simetricamente em “L”, com núcleo central (na esquina da Avenida Sete de Setembro com Rua Desembargador Westphalen) e alas laterais, abrigando os ambientes administrativos, de ensino, de apoio e de serviço. Este partido arquitetônico possibilita maior valorização formal no eixo de simetria do conjunto, onde se encontram a entrada principal, um grande hall de distribuição e a escadaria de acesso ao piso superior. São acomodações do pavimento térreo: hall, escadaria, portaria, almoxarifado, sala de impressão tipográfica, 2 salas de exposição, sala de encadernação, sala de pautação, sala para camara escura, sala para fototecnica, salão de conferencias, salão para mostruários, sala da secção de maquinas de sapataria, sala dos mestres, sala de sapataria, sala de alfaiataria, sala para material, salão para refeições, copa cozinha, vestíbulo e instalações sanitárias completas. Contem o pavimento superior: sala dos professores, biblioteca, gabinete das professoras, sala de espera, sala de reuniões, gabinete do diretor, museu, arquivo, 3 salas de desenho, gabinete dentario, sala de física e química, 7 salas de aula e todas as instalações sanitarias.75
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Foto 42
Segunda sede da Escola de Aprendizes ArtĂfices, em Curitiba - 1935.
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Aula de Desenho - 1942.
Foto 43
Detalhe do acesso principal - 1936.
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Pátio interno - 1936.
Refeitório - 1942.
Consultório médico - 1942.
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Figura 8
Plantas dos pavimentos térreo e superior da Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba.
Figura 9
Fachada da Rua Sete de Setembro da Escola de Aprendizes Artífices.
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A nova sede da Escola de Aprendizes Artífices, filiada ao art-déco, apresenta características típicas do movimento, como a composição de matriz clássica, simétrica, formada pela justaposição e articulação bem delimitadas de volumes geometrizados e simplificados. Também o revestimento de pó-de-pedra, as aberturas protegidas por prateleiras de luz, as superfícies curvas e as varandas embutidas marcam presença. A Companhia Construtora Nacional é responsável pela elaboração do projeto arquitetônico e execução da obra. A empresa teve extensa atuação no território nacional desde sua fundação em 1929, destacando-se nas grandes construções em concreto armado – a tecnologia em expansão daquele momento – e já executara o Edifício Moreira Garcez, o primeiro arranha-céu de Curitiba. A Escola de Aprendizes Artífices inaugura uma nova linguagem arquitetônica para os edifícios públicos, juntamente com o prédio da Agência Postal e do Departamento de Correios e Telégrafos, concluído em 1934. Sendo ambas instituições federais, as diretrizes formais da arquitetura oficial da década de 1930 são definidas, portanto, em âmbito nacional e seguidas nos estados. Outra edificação escolar de referência no Paraná é a atual sede do Colégio Estadual do Paraná, antigo Ginásio Paranaense, em Curitiba. Em 1944, o governo estadual inicia a obra em terreno de 43.137,63m² localizado nas proximidades do Passeio Público. Novamente, a Companhia
Construtora Nacional responde pela obra e o novo projeto é elaborado pelo arquiteto Francisco Basile. A construção foi longa, devido à limitação financeira, à falta de mãode-obra qualificada e de material construtivo reinante neste período de pós-guerra. A cerimônia de inauguração, em 29 de março de 1950, dia do aniversário da cidade de Curitiba, contou com a presença de diversas autoridades dos governos federal e estadual. O conjunto arquitetônico do Colégio Estadual do Paraná é marcado pela grandiosidade, também revelada no custo da obra Cr$ 48.653.925,10. Seu programa de necessidades – previsto para atender 1.950 alunos por turno – impressiona: são 20.000 m² de área construída, onde estão
Figura 10
Perspectiva do conjunto arquitetônico do Colégio Estadual do Paraná - década de 1940.
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43
Foto 48
Colégio Estadual do Paraná - década de 1950.
Foto 49
Foto 51
Conjunto arquitetônico do Colégio Estadual do Paraná - 1966. Conjunto arquitetônico do Colégio Estadual do Paraná década de 1950.
Foto 50
Colégio Estadual do Paraná - década de 1950.
Foto 52
Ginásio de esportes - década de 1950.
Foto 53
Piscina olímpica - década de 1950.
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implantados o edifício principal, o complexo esportivo (ginásio de esportes, piscina olímpica, piscina de aprendizagem, campo de esportes) e a casa do zelador. O edifício principal apresenta-se isolado dos limites do terreno e locado em seu nível mais alto, possibilitando ampla visibilidade. Com cinco pavimentos, o programa arquitetônico contempla plenamente as demandas ideais do ensino secundário, sendo constituído pelos seguintes ambientes: 1º pavimento [térreo] - Entrada. Tesouraria, com sala de espera. Inspetoria Federal, com sala de espera. Gabinete médico, com sala de espera e sanitários. Hall. Dois elevadores. Portaria. Dentista, com sala de espera. Recreio coberto. Palco. Vestiários. Teatro e platéia. Descida para o subsolo (...). Sanitários amplos. Secretaria geral, com sala de espera. Telefones. Sala para a cantina. Área e outros pontos complementares. 2º pavimento - Terraço. Hall (entrada). Diretoria-Geral, com sala de espera. Escadarias. Grande hall. Salas diversas. Salas de aula, de n° 1 a 16. Sanitários. Inspetoria-Geral, com sala de espera. Gabinetes
Foto 54
Detalhe da entrada principal - década de 1950.
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Foto 55
vários. Sanitários para os professores. Telefones. Dispensa. Portaria. Descida para a platéia do pavimento inferior. Cabine para operações cinematográficas. 3° pavimento - Varanda. Gabinetes. Salas para professores. Sanitários para professores. Salas diversas para depósito, bedel, etc. - Biblioteca. Salas de aulas, nº 17 a 32. Laboratório. Áreas. Anfiteatro. E várias outras instalações para fins diversos. 4º pavimento - Varanda. Gabinetes. Salas para professores. Sanitários para professores. Hall. Saletas para bedel, e outras finalidades. Salas de aula nº 33 a 40. Salão Nobre. Sanitários. Anfiteatro. Laboratório. 5º pavimento -[subsolo] Trata-se de um perfeito abrigo anti-aéreo, elaborado sob todas as exigências modernas. Amplo, com ótimas instalações, fácil acesso, sólido e seguro, podemos garantir que atenderá no futuro as finalidades a que se destina. Repetimos: é invulgar e notável. No mesmo nível do subsolo, localizar-se-á a sub-estação de eletricidade, fornecedora de energia para todo o prédio e adjacências.76
O moderno e sofisticado programa de necessidades é implantado em um partido arquitetônico tradicional, de tipologia em “U”, cujo corpo
Vista posterior do edifício principal, destacando os pilotis que definem o recreio coberto nas duas alas laterais - década de 1950.
Foto 56
Pátio interno integrado ao recreio coberto nas duas alas laterais - década de 1950.
Figura 11
Plantas dos pavimentos térreo, primeiro, segundo e terceiro do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba.
46
Figura 12
Fachada frontal do Colégio Estadual do Paraná.
Figura 13
Fachada lateral do Colégio Estadual do Paraná.
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Foto 59
Sala de aula - década de 1950.
Foto 57
Foto 58
No primeiro plano, a portaria e, em seguida, o hall principal - década de 1950.
Laboratório de Química - década de 1950.
Foto 60 Biblioteca - década de 1950.
Foto 61
Sala de aula - década de 1950.
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proporciona leveza à construção e garante a continuidade espacial com o pátio central é característica das escolas modernistas.
central abriga espaços administrativos e de apoio ao ensino e alas laterais, com as salas de aula. A composição apresenta volumes justapostos, cada qual correspondendo a uma atividade específica, organizados segundo um eixo de simetria. O corpo principal é tripartido horizontal e verticalmente, seguindo a matriz clássica, com ênfase na centralidade que recebe o eixo de simetria, os espaços nobres e o tratamento formal mais elaborado. O “motif milieu” está avançado e dividido em base, corpo e coroamento, abrigando o acesso principal. Um volume alongado é inserido transversalmente na composição e recebe as duas alas laterais, conforme esquema ao lado. O tratamento distinto dos volumes marcou as diferentes atividades: na ala central, os ambientes nobres (salão, auditório e biblioteca), ladeados por salas de apoio administrativo e pedagógico e nas duas alas laterais, uma destinada às meninas e outra aos meninos, as salas de aula foram distribuídas ao longo de uma circulação.
49
A utilização estrutural do concreto, liberando as paredes da sustentação do edifício, possibilitou a modulação dos espaços internos; a abundância de aberturas garantindo iluminação e ventilação adequadas aos ambientes internos; e a presença de áreas cobertas nas alas laterais para a circulação e recreio dos estudantes. Esta solução, assim como a presença de pilotis que
A beleza, a imponência, a adequação, a modernidade, o completo programa arquitetônico e o aparelhamento técnico - com requintes de um cinema e um observatório astronômico - fazem parte do caráter do edifício que materializa e valoriza a instrução secundária no Estado. O Paraná, em 1950, já possuía escolas de referência para a instrução pública primária, normal e profissional (rural e urbana) e o Colégio Estadual do Paraná complementa esta relação definindo o marco estadual para o ensino secundário. Sua importância pode ser medida pelo regime próprio e estrutura independente que possui na administração da Secretaria Estadual do Paraná. O conjunto de escolas apresentado materializa, no âmbito estadual, as ações políticas voltadas para a instrução pública e define marcos e parâmetros construtivos e pedagógicos. Os demais Ginásios, Escolas Normais e Profissionais serão projetados e construídos com tal referência. Nem sempre reproduzirão plenamente seus modelos, mas mantém a vinculação dos princípios higienistas com a modernidade construtiva e pedagógica, adaptados as condições específicas em que serão edificados.
NOTAS E REFERÊNCIAS
15
Idem. p. 262.
OLIVEIRA, Beatriz S. de. Espaço e Estratégia. Rio de Janeiro: José Olympio; Uberlândia: Prefeitura Municipal, 1988. p.3.
16
TUBEUF, G. op. cit. p.2.
17
REIS, J. T. op. cit. p.263.
1
CLOQUET, Louis. Traité d’architecture. Éléments de L’Architecture, Types d’Édifices - Esthétique, Composition et Pratique de L’Architecture. Tome Quatrième. Paris: Beranger, s. d. 12ª ed. p.2.
2
CUNHA, Balbino C. Esboço de uma higiêne dos colégios aplicável aos nossos; regras principais tendentes a conservação da saúde e ao desenvolvimento das forças físicas e intelectuais segundo os quais se devem regular os nossos colégios. Tese. Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1854 p.22. In: COSTA, Jurandir F. Ordem Médica e Norma Familiar. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1989. p.181-182. 3
Relatorio do Presidente da Provincia Joaquim A. Faria Sobrinho à Assembleia Legislativa do Paraná. Curityba: Typ. da Gazeta Paranaense, 1888. p.108. 4
5
CLOQUET, L. op. cit. p. 244.
GUADET, Julien. Éléments et théorie de l’architecture. Les Éléments de la composition dans les édificies d’enseigment et instruction publique. Paris: Librairie de la Construction Moderne, 1909. Tome II. Livre VII. 1ª ed. 1901. p.196. 6
CASTRO, Elizabeth A. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná (1853 - 1955). Curitiba: 2010. Tese. Doutorado em História da Universidade Federal do Paraná. p.116-117. 7
CLOQUET, L. op. cit.; GUADET, J. op. cit.; TUBEUF, Georges. Traité d’architecture théorique et pratique. Types de constructions diverses. Paris: H. Chairgrasse fils, [s.d]. v. IV ; e GUILLOT, Émile. Édifices Publics pour villes et villages. Paris: H. Dunod et E. Pinat. Éditeurs, 1912. 8
9
GUADET, J. op. cit. p.196.
10
TUBEUF, G. op. cit. p.78.
11
BURGERSTEIN, Leo. Higiene Escolar. Rio de Janeiro: Atlantida Editora, 1934. p.128-129.
Relatorio do Presidente da Provincia Carlos A. de Carvalho à Assembleia Legislativa do Paraná em 1º de outubro de 1882. Curityba: Typ. Perseverança, 1882. p.90. 12
13
14
GUADET, J. op. cit. p.310. REIS, Joaquim T. dos. Elementos de Hygiene Social. Curitiba: Impressora Paranaense, 1894. 1ª ed. p. 261.
Ato n.° 287, de 1884: Regulamento para a construção de casas escolares. p.401-402. In: MIGUEL, Maria E. B. e MARTIN, Sonia D. (org). Coletânea da Documentação Educacional Paranaense no período de 1854 a 1889. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2004. Disponível: http://www.publicacoes.inep.gov.br/detalhes.asp?pub=4138. Acesso: 12/06/2008.
18
Artigo n.° 102 do Código de Posturas de Curitiba de 1895. In: PEREIRA, Magnus R. M. (org.) Posturas Municipais - Paraná, 1829 a 1895. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003. p.114. 19
20
Artigo n.° 115 do Código de Posturas de Curitiba de 1895. Idem. p.116.
Artigo n.° 11, §.1° da Lei Municipal n.° 717, de 1927. In: Leis, Decretos e Actos de Curitiba - 1927. Curitiba: Impressora Paranaense, 1927. p.33.
21
Ato n.° 287, de 1884: Regulamento para a construção de casas escolares. p.401-402. In: MIGUEL, M. E. B. op. cit. p.401.
22
23
GUADET, J. op. cit. p.35-39.
São Paulo foi o estado pioneiro em 1893, com a Lei Estadual n.° 169. No Paraná ocorreu em 1901, com o Decreto Estadual n.° 93. In: Regulamento da Instrucção Pública do Estado do Paraná. Curityba: Typ. d’A Republica, 1910. p.74. 24
Lei Estadual n.° 734, de 1883: Determina a construção de casas escolares. In: MIGUEL, M. E. B. op. cit. p. 366-367.
25
DURAND, Jean N. L. Précis des leçons d’architecture donnés a l’Ecole Royale Polythecnique suivi le La Partie graphique des cours d’architecture faits a l’Ecole Royale Polythecnique depuis sa réorganisation. Liége: Dominique Avanzo et Compagnie Éditeurs, 1841. A 1ª publicação, em 1821, estruturou a prática projetual da arquitetura.
26
BANHAM, Reyner. Teoria e projeto na Primeira Era da Máquina. São Paulo: Perspectiva, 2006. 3ª ed. p.26-36.
27
28
Idem. p. 36
29
GUADET, J. op. cit. p.35-39.
50
Diretrizes gerais adotadas no projeto arquitetônico e expressas na concepção formal da obra a ser construída, resultantes de uma série de condicionantes ou determinantes, tais como: requisitos técnicos, construtivos, legais, econômicos e funcionais; geográficos (terreno, clima, condições físicas e topográficas, etc.); beleza e comodidade. 30
46
GUADET, J. op. cit. p.196-213.
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez ao Secretario de Estado do Paraná. Curityba: Typ. da Penitenciária do Estado, 1924. p.42. 47
STRЦHER, Ronaldo A. Quatrèmère de Quincy e Durand, J. N. L. Algumas considerações sobre a interpretação do conceito de tipo em arquitetura. p. 9-24. In: STRЦHER, Eneida R. (org.). O Tipo na Arquitetura: da teoria ao projeto. São Leopoldo: Unisinos, 2001. p.13.
BRANDÃO, Carlos A. L. A formação do homem moderno vista através da arquitetura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999. p.24.
32
PEREIRA, Renata B. Quatrèmère de Quincy e a idéia de tipo. p. 55-77. In: Revista de História da Arte e Arqueologia. N° 13. Campinas: Unicamp, jan.-jul., 2010. Disponível: http://www.unicamp.br/ chaa/rhaa/ revista13.htm. Acesso: 28/02/2010. p.68.
WOLFF, Silvia F. S. Espaço e Educação. Os primeiros passos da arquitetura das escolas públicas paulistas. São Paulo: 1992. Dissertação em Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. p. 48.
Propriedade geométrica de um volume, uma fachada ou uma planta que admite o exato rebatimento de si mesmo em relação a pelo menos um plano.
50
31
33
34
CASTRO, E. A. 2010. op. cit.
35
GUADET, J. op. cit. Tome IV, Chapitre XII, Les Façades. p.511-512.
36
Idem. p.511-515.
WOLFF, Silvia F. S. Escolas para a República. Os Primeiros Passos da Arquitetura das Escolas Públicas Paulistas. São Paulo: Edusp, 2010. p.163.
37
38
BURGERSTEIN, Leo. Higiene Escolar. Rio de Janeiro: Atlantida Editora, 1934. p.119-121.
39
CLOQUET, L. op. cit. p.244.
40
Idem.
41
GUADET, J. op. cit. p.193.
42
Idem. p.196-199.
Capítulo III - Do material das escolas, Artigo 42. Regulamento de ordem geral para as escolas da instrução primaria, preparação, organização do professorado, condições e normas para o ensino particular, primario e secundario, de 8 de abril de 1857. In: MIGUEL, M. E. B. op. cit. p.52-74. 43
51
Estado de São Paulo, nº 18. São Paulo: Casa Espindola, 1920. p.6.
48
49
COSTA, Lucio. A Arquitetura dos Jesuítas no Brasil. p. 9-98. In: Arquitetura Religiosa. Textos escolhidos da Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. São Paulo: FAUUSP; MEC-IPHAN, 1978. p. 17.
OLIVEIRA, Beatriz S. A Construção de um Método para a Arquitetura. Procedimentos e Princípios em Vitruvio, Alberti e Durand. São Paulo: 2002. p. 5. 1ª ed. 51
Relatorio do Director Geral da Instrucção Publica do Estado. In: Relatorio do Secretario de Estado dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Pública Victor F. Amaral e Silva ao Governador do Paraná Francisco Xavier da Silva. Curytiba: Typ. d’A República, 1903. p.40; e Relatorio do Director Geral da Instrucção Publica do Estado. In: Relatorio da Secretaria de Estado dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Pública do Paraná e annexos - 1903. Curytiba: Typ. d’A Republica, 1904. p.15-16. 52
Relatorio do Director Geral da Instrucção Publica do Estado Reinaldo Machado. In: Relatorio da Secretaria d’Estado dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Publica do Paraná e Annexos - 1904. Curityba: Typ. e Lith. Impressora Paranaense, 1905. p.49. 53
Equipamentos cuja ausência impedia a equiparação do Ginásio Paranaense ao Ginásio Nacional do Rio de Janeiro. Idem. p.49.
54
55
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1924. op. cit. p.45.
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez ao Secretario de Estado do Paraná. Curityba: Typ. da Penitenciaria do Estado, 1920. p.16-17. 56
57
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1924. op. cit. p.24-27.
44
Ato n.º 287, de 1884: Regulamento para a construção de casas escolares. Idem. p.401-402.
58
Idem. p.26.
45
CAMARGO, Mauro A. S. Projectos de Grupos, Escolas Reunidas e Ruraes. Serviço Sanitário do
59
As escolas localizavam-se nos seguintes municípios: capital, Itapetininga, Pirassununga, São Carlos,
Piracicaba, Botucatu, Guaratinguetá, Campinas e Casa Branca. A décima escola situava-se na mesma sede do Grupo Escolar do Brás, na Capital. CORRÊA, Maria E. P; MELLO, Mirela G. de; NEVES, Helia M. V. Arquitetura Escolar Paulista 1890-1920. São Paulo: FDE. Diretoria de Obras e Serviços, 1991. p.120. 60
61
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1920. op. cit. p.16-17. Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1924. op. cit. p.45.
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez ao Secretario de Estado do Paraná. Curityba: Typ. da Penitenciaria do Estado, 1921. p.15-16. 62
Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 1922- 1923. Curityba: Typ. d’A Republica, 1923. p.112-113.
75
Relatório de Obras Públicas do Paraná, 1932-1942. Curitiba: 1942. [s.n.t]
O NOVO EDIFÍCIO do Colégio Estadual do Paraná. In: Jornal Estudantil Colégio Estadual do Paraná. Ano 7, nº 35. Curitiba: junho de 1945. p.1-5. 76
Decreto Estadual n.º 1818, de 09 de julho de 1955, aprova o Regime Interno dos Ginásios e Colégios do Estado, determinando, no Artigo 86, que “O Colégio Estadual do Paraná, pelas suas características de instalação e longevidade funcional, terá o seu regime próprio”. 77
63
64
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1920. op. cit. p.27-28.
65
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1924. op. cit. p.45.
66
Idem. p.24-27.
Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 1923- 1924. Curityba: Livraria Mundial, 1924. p.113.
67
68
Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez. 1924. op. cit. p. 24-27.
69
Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz. 1924. op. cit. p.83.
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha ao Congresso Legislativo do Paraná. Curityba, 1928. [s.n.t] p.110. 70
SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil 1900-1990. São Paulo: Edusp, 2002. 2ª edição - 1ª reimpressão. p.66. 71
QUELUZ, Gilson L. História do CEFET. Escola de Aprendizes Artífices do Paraná (1909-1935). Curitiba: CEFET, 1996. 72
Mensagem do Interventor Federal Manoel Ribas à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1935. p.23. 73
Mensagem do Interventor Federal Manoel Ribas à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1936. p.96-97. 74
RELAÇÃO DE FIGURAS, FOTOS, MAPA e TABELA Figura 1 Tipologia dos Edifícios Escolares Paranaenses entre 1857 e 1955. Fonte: CASTRO, Elizabeth A. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná (1853 - 1955). Curitiba: 2010. Tese. Doutorado em História da Universidade Federal do Paraná. Figura 2 Plantas Ginásio Paranaense e Escola Normal. Fontes: STRAUBE, Ernani C. Do Liceu de Coritiba ao Colégio Estadual do Paraná 1846-1993. Curitiba: Fundepar, 1993. p.5253; e Antigo Ginásio Paranaense. Curitiba: maio de 1998. Plantas do subsolo e dos pavimentos térreo e superior em três pranchas. Levantamento arquitetônico. Figura 3 Plantas das Escolas Normais de Curitiba, Ponta Grossa e Paranaguá. Fontes: 1- Depto. de Obras e Viação do Paraná. Escola Normal de Curitiba. Curitiba: s. d. Plantas dos pavimentos térreo e superior e fachadas principal e lateral em quatro pranchas. Levantamento arquitetônico; 2- Depto. de Obras e Viação do Paraná. Escola Normal de Paranaguá. Curitiba, s.d. Plantas de situação e dos pavimentos térreo e superior em três pranchas. Levantamento arquitetônico; 3 - Depto. de Obras e Viação do Paraná. Ginásio Regente Feijó. Curitiba, setembro de 1942. Plantas dos pavimentos térreo e superior e do Pavilhão de Ginástica em três pranchas. Levantamento arquitetônico. Figura 4 Fachada frontal da Escola Normal de Curitiba. Fonte: Depto. de Obras e Viação do Paraná. Escola Normal de Curitiba. op. cit. Figura 5 Fachadas frontal e lateral da Escola Normal de Paranaguá. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 1923- 1924. Curityba: Livraria Mundial, 1924. Figura 6 Plantas da Escola Normal de Paranaguá. Idem. Figura 7 Fachada frontal da antiga Escola Normal de Paranaguá. Fonte: Secretaria Estadual de Obras Públicas do Paraná. Curitiba: 1997. Instituto de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha - Elevação 1 e 2 em uma prancha. Levantamento arquitetônico.
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Figura 8
Figura 9 Figura 10 Figura 11
Figura 12
Figura 13 Página 6 Página 8 Página 10 Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Foto 6 Foto 7 Foto 8 Foto 9 Foto 10 Foto 11 Foto 12 Foto 13 Foto 14
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Plantas dos pavimentos térreo e superior da Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba. Fonte: Companhia Construtora Nacional S.A. Escola de Aprendizes Artífices. Curitiba: março de 1935. Plantas do pavimento térreo e superior em duas pranchas. Projeto arquitetônico. Fachada da Rua Sete de Setembro da Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba. Idem. Perspectiva do Colégio Estadual do Paraná. Acervo: Colégio Estadual do Paraná. Plantas dos pavimentos térreo, primeiro, segundo e terceiro do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Fonte: CASTRO, Elizabeth A. de, IMAGUIRE, Marialba R. G. Ensaios sobre a Arquitetura em Curitiba - 2. Colégios e Educandários. Curitiba: Edição das Autoras, 2006. p.92. Fachada frontal do Colégio Estadual do Paraná. Fonte: Depto. de Edificações e Obras Especiais do Paraná. Curitiba: s. d. Colégio Estadual do Paraná. Fachadas em uma prancha. Levantamento arquitetônico. Fachada lateral do Colégio Estadual do Paraná. Idem. Professores normalistas da Casa Escolar Cruz Machado, em Curitiba - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Professores normalistas da Casa Escolar Cruz Machado, em Curitiba - década de 1920. Idem. Professores normalistas do Grupo Escolar Modelo, em Curitiba - década de 1920. Idem. Escola Tiradentes. Acervo: Colégio Estadual Tiradentes. Ginásio Paranaense. Coleção Julia Wanderley - Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Ginásio Paranaense. Acervo: Museu Paranaense. Detalhe da torre central. Fotografia: Elizabeth A. de Castro. Vista geral. Idem. Fachada lateral. Idem. Detalhe fachada lateral. Idem. Átrio. Acervo: Ernani C. Straube. Sala de Desenho. Idem. Sala de Química. Acervo: Colégio Estadual do Paraná. Sala de Geografia. Acervo: Ernani C. Straube. Sala do Diretor. Idem. Secretaria. Idem. Biblioteca. Idem.
Foto 15 Foto 16 Foto 17 Foto 18 Foto 19 Foto 20 Foto 21 Foto 22 Foto 23 Foto 24 Foto 25 Foto 26 Foto 27 Foto 28
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Auditório. Acervo: Colégio Estadual do Paraná. Escola Normal de Curitiba. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Idem. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Idem. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Idem. Fotografia: Elizabeth A. de Castro. Idem. Idem. Sala de Aula. Acervo: Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto. Museu de História Natural. Idem. Anfiteatro. Idem. Laboratório de Química. Idem. Biblioteca. Idem. Ginásio. Idem. Escola Normal de Ponta Grossa. Fonte: Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez ao Secretario de Estado do Paraná. Curityba: Typ. da Penitenciaria do Estado, 1924. Alunos da Escola Normal de Ponta Grossa. Idem. Alunos do Jardim de Infância anexo à Escola Normal de Ponta Grossa. Idem. Colégio Estadual Regente Feijó. Fotografia: Athon N. Gallera. Detalhe ornamental. Idem. Idem. Escadaria principal. Idem. Escola Normal de Paranaguá. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Escola Normal de Paranaguá em construção. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 1925- 1926. Curityba: Livraria Mundial, 1926. Escadaria principal - 1926. Fonte: Relatorio da Secretaria Geral de Estado. 1926. op. cit. Ginásio da Escola Normal de Paranaguá. Acervo: Elizabeth A. de Castro. Detalhe dos vitrais. Idem. Escola Normal de Paranaguá. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Janela do pavimento térreo. Acervo: Elizabeth A. de Castro.
Foto 42
Segunda sede da Escola de Aprendizes e Artífices, em Curitiba - 1935. Fonte: Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder ao Interventor Federal no Paraná, Manoel Ribas, Exercício de 1934. Curitiba: junho de 1935. [s.n.t] Foto 43 Detalhe do acesso principal. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Foto 44 Vista do pátio interno. Idem. Foto 45 Aula de Desenho. Fonte: Escola Técnica de Curitiba. Revista Labor. Ano III, n.° 9. Curitiba: 1942. Foto 46 Refeitório. Idem. Foto 47 Consultório médico. Idem. Foto 48 Conjunto arquitetônico do Colégio Estadual do Paraná. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Foto 49 Edifício principal e ginásio.Idem. Foto 50 Conjunto arquitetônico do Colégio Estadual do Paraná - década de 1950. Acervo: Colégio Estadual do Paraná. Foto 51 Ginásio de Esportes. Idem. Foto 52 Piscina olímpica. Idem. Foto 53 Cartão postal do Colégio Estadual do Paraná. Idem. Foto 54 Detalhe da entrada principal. Idem. Foto 55 Vista posterior do edifício principal. Idem. Foto 56 Pátio interno. Idem. Foto 57 Portaria e hall principal. Idem. Foto 58 Laboratório de Química. Idem. Foto 59 Sala de aula. Idem. Foto 60 Biblioteca. Idem. Foto 61 Sala de aula. Idem. Página 55 Professores normalistas do Grupo Escolar 19 de Dezembro, em Curitiba - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Mapa 1 Escolas Normais construídas na década de 1920 e suas regiões de influência. Fonte: CASTRO, Elizabeth A. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná (1853 - 1955). Curitiba: 2010. 355 f. Tese. Doutorado em História da Universidade Federal do Paraná. Tabela 1 Índices da sala de aula nos Códigos Sanitários do Paraná. Fontes: 1 - Artigo 12, § 12° do Decreto Estadual n.° 1, de 1° de julho de 1892, Regulamento do Serviço Sanitario Terrestre do Estado do Paraná. In: REIS. Trajano J. Elementos de Hygiene Social. Curityba: Typ. e Lith. Da Companhia Impressora Paranaense, 1894. Anexo. p.21; 2 - Capítulo II, Das
Escolas, artigos 69 e 70. Regulamento do Serviço Sanitário do Estado do Paraná a que se refere a Lei n.° 1791 de 8 de abril de 1918. Coritiba: Typ. d’A Republica, 1918; 3 - Artigo 853, alíneas a, b e e. Decreto Estadual n.° 1290, de 4 de julho de 1930. Regulamento da Directoria Geral de Saúde Pública do Estado do Paraná. Curitiba: 1930. [s.n.t] p. 132; 4 - Artigo 214. Decreto Estadual n.° 6.155, de 12 de janeiro, e Regulamento sanitário que dá nova organização á Diretoria Geral de Saúde Pública. Curitiba: Empreza Gráfica Paranaense, 1938.
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O ideรกrio e a materialidade do ensino secundรกrio: Ginรกsios e Escolas Normais
A escola [no Império] era uma unidade de ensino com um professor. O termo escola era utilizado com o mesmo sentido de cadeira, ou seja, uma aula régia de gramática latina ou uma aula de primeiras letras correspondia, cada uma, a uma cadeira específica, o que representava uma unidade escolar, uma escola. Cada aluno frequentava as aulas que quisesse, não havendo articulação entre as mesmas.1
A escola no período imperial era frequentemente instalada em prédios existentes, que serviam precariamente como local de ensino e residência do professor. No entanto, a falta de edifícios escolares apropriados foi apenas um entre tantos problemas encontrados na instrução pública. A sala de aula ressentia-se de mobiliário, não havia material escolar e o método de ensino não garantia um aprendizado satisfatório. A alta evasão escolar, a falta de preparo dos mestres e a pouca assiduidade de professores e alunos completavam o quadro, juntamente com a falta de higiene e a insalubridade.2 A situação precária era apontada por autoridades na década de 1840 que insistiam na necessidade de instalações adequadas para as escolas públicas. A instrução, vinculada às orientações higienistas era amplamente discutida e associada diretamente aos conceitos e valores da civilização e da modernidade. Procurando normatizar o ensino secundário, normal e profissional uma série de decretos e leis do governo central é editada a partir de 1837 e estendendo-se até meados do século XX. O modelo seguido para o ensino secundário remete à estrutura curricular, seriação e normas de funcionamento do Colégio D.Pedro II, organizado naquele ano. Tal equiparação permitia que
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O aluno que houver feito os estudos declarados nestes estatutos obterá o diploma de bacharel em letras quando em todas as matérias ensinadas for aprovado. O bacharel em letras não será obrigado a fazer exames de preparatórios para entrar nas Academias do Império, bastando apresentação do seu diploma. Esta determinação fica dependendo de aprovação do Poder Legislativo.3
Em 1847, o governo é autorizado a reformar a instrução pública primária e secundária no município da Corte e a “prescrever as condições que devem regular o exercício da liberdade do ensino nos estabelecimentos particulares”. Assim como a criar o Liceu Nacional, uma escola pública para a “máxima parte da população que é a menos favorecida”, em regime de externato, com a duração de sete anos, que se diferencia do Colégio D.Pedro II, um internato particular, destinado “a filhos da classe abastada da sociedade”.4 Dez anos depois, o Decreto n.º 2.006 aprova o “Regulamento para os collegios publicos de instrução secundaria do municipio da Côrte”, no qual consta: Art. 3º - Logo que for criado este collegio ficarão cessando as aulas avulsas das cadeiras de instrução publica secundaria actualmente existentes. Art. 6º - Além do curso de sete anos havera um curso especial o qual sera de cinco annos. Art. 9º - Aos alunos que tiverem o curso completo se conferira o gráo de bacharel em letras, e aos que tiverem sommente o curso especial de cinco annos hum titulo proprio destes estudos.5
Deste modo, as províncias mantêm, com pequenas alterações sobre o ensino secundário, as disposições establecidas pelo governo central durante todo o Império. Em 13 de março de 1846, a Lei n.° 33, institui o Liceu de Curitiba, na 5ª Comarca da Província de São Paulo, que funciona inicialmente na sede da Camara Municipal. “A vida do liceu não era efetiva, restringindo-se às aulas avulsas de Latim, Francês e Filosofia Racional e Moral”.6
Em 29 de agosto de 1853, com a Lei n.° 704, a 5ª Comarca foi desmembrada de São Paulo e elevada à condição de Província do Paraná. Inicia-se o processo de estruturação política, urbana, administrativa e econômica, tendo como principal foco a capital e sua ligação viária ao interior. A instrução pública, dividida nos ensinos primário e secundário, é tema constante desde os primeiros anos da recém-criada Província do Paraná e, entre 1854 e 1857, define-se os instrumentos legais para sua implantação. A Lei n.° 17, de setembro de 1854, determina a obrigatoriedade do ensino primário; cria cadeiras de primeiras letras em várias vilas e cidades e de latim, francês e inglês para o ensino secundário; e, ainda, estabelece, no art. 6º, que tais cadeiras formarão futuramente um Liceu. Quatro dias após, pela Lei n.° 19, a instrução pública passa a constar do orçamento provincial e, no mês seguinte, a Portaria n.° 5 eleva o número de distritos existentes. Em 1856, promulga-se as “Instruções contendo o plano e divisão do ensino nas escolas de primeira ordem”.7 A Lei n.° 21, de 1857, define a estrutura administrativa, com a criação do cargo de Secretário da Inspetoria de Instrução Pública e de três Inspetorias de Distrito, além do “Regulamento de Ordem Geral para as Escolas da Instrução Primária, Preparação, Organização do Professorado, condições e Normas para o Ensino Particular, Primário e Secundário”. Esta norma define e organiza os níveis, programa e método de ensino, horário de funcionamento da escola, número de alunos em cada sala, edifício escolar, móveis e utensílios e “condições para o magistério”. No mesmo ano, é definido o “Regulamento da Secretaria da Inspetoria Geral da Instrução Pública” e, pela Lei n.° 27, art. 1°, instalada a biblioteca pública anexa ao liceu, “a qual será encarregada ao empregado incumbido da direção daquele estabelecimento”.8 Ainda em 1854, determina-se a reorganização do liceu de forma
“conveniente à capital da Província”9, seguindo os padrões ditados pelo município da Côrte. O então Presidente, Góes de Vasconcellos, manifesta-se contra a criação de cadeiras avulsas de latim e francês em Castro e Principe, argumentando que a capital não possui “um curso regular de humanidades” e “espalhar cadeiras” seria “professar em matteria de ensino a mais formal desorganização”.10 Attento à necessidade de hum edificio proprio para as aulas do ensino secundario já creadas e que para o futuro se hão de crear, o Conselheiro Presidente da Provincia resolve mandar construir, pela planta levantada pelo engenheiro Emilio Gengembre, na rua da Assemblea, em o logar da cadeia velha, huma casa com as accomodações necessarias aquelle mister.11 Prevendo o estado completo de um lycêo nesta cidade, e como indispensavel mesmo ás aulas, já creadas, mandei organisar a planta e dar principio a um edificio, onde não só as actuaes, mas as cadeiras, que de futuro se crearem, possão ter as precisas accomodações. O laço, que une entre si os diversos ramos de humanidades, e os põe em manifesta dependencia uns dos outros, a nobreza inherente ao ensino, de certo modo, aconselhão que não se ensinem uns aqui, outros ali, uns nesta, outros naquella rua, em casas sem commodos e as vezes arruinadas e indecentes; porem em um edificio sufficientemente vasto, e com capacidade precisa, para receber em si os alumnos, que frequentão aulas, os quaes da circunstancia de estarem todas ellas reunidas em uma só casa, terão a vantagem de não perderem tempo, indo de uma parte para outra parte, de estimularem-se reciprocamente, relacionando-se uns com outros, e estabelecendo certa permuta de ideas, e esse contacto, que faz polir os estudantes e adiantar os seus conhecimentos. Foi nesse presupposto que mandei dar principio á construcção do edificio, e conto com a vossa approvação.12
O pressuposto consiste em criar uma escola, projetada e construída para reunir todas as aulas secundárias, com precisas “acomodações e suficientemente vasto”. Sua convicção, apoiada no higienismo, presume que o ensino deve ocorrer em espaços amplos, arejados e iluminados
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adequadamente. Condena a utilização da residência do professor como escola e pede sua instalação em edifícios públicos ou em prédios alugados exclusivamente para tal finalidade13 – orientações transformadas em lei no ano de 1857, juntamente com a determinação do governo provincial que obriga as municipalidades a fornecerem casas para o funcionamento das escolas primárias e proíbe a habitação no mesmo edifício.14 A obra do Liceu de Curitiba inicia-se em 1854 e é interrompida no ano seguinte, devido à falta de recursos.15 Em 1856, Manoel J. da C. Bittencourt responsabiliza-se pela conclusão do edifício, que, em virtude do art. 33 da Lei n.° 12, de 1856, ganha uma ampliação projetada pelo engenheiro Hégréville.16 Nesse mesmo ano, o Presidente da Província ressalta que em suas “romarias pelo interior da provincia”: o desejo de instrucção, que domina a generalidade dos incolas, sem exceptuar aquelles que pertencem ás classes menos abastadas; mas o estado de pobreza, em que ordinariamente vivem, difficulta essas deslocações a que os condemna a distancia que os separa das escolas. Outro meio não vejo, para remediar este mal, senão a creação de internatos de tal modo constituidos, que pudesse o menino, a par da instrucção que recebe, entregar-se a um trabalho productivo, que salvasse, de alguma sorte, as despezas do estabelecimento, e tivesse ainda mais a vantagem de o dispor para qualquer ramo da industria.17
Discute-se na cidade a relevância do ensino secundário e a necessidade de uma sede para o liceu: o Presidente da Província considera as cadeiras secundárias – latim, francês, inglês e música – “literárias”, vocações que ocupam um “numero insignificante frente às industriais”, defende o ensino prático das ciências exatas aplicado “ao comércio, arte, agricultura, botânica, mineralogia, zoologia” que, “aumentaria a estatística dos homens úteis”.18 A geometria, a physica e a chimica tambem aperfeiçoão a linguagem, como qualquer tratado de rethorica, rectificão o entendimento, como
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o poderia fazer a logica, inspirão o amor das investigações scientificas e, ainda neste caso, tem vantagens superiores sobre a educação puramente metaphysica.19
Por outro lado, a estruturação e a centralização da instrução secundária tornam-se indispensáveis: A instrucção secundaria publica com o systhema adoptado, que não é um systhema, e que consiste em disseminar cadeiras avulsas por diversas localidades da provincia effectua-se ao menos com methodo e regularidade de modo a garantir esse ensino aos alumnos que a procuram; porem se as cousas ainda se conservam assim, não é por falta de esforços que V. Ex. tenha empregado para por em funcções nesta capital o lyceo com um systhema completo de estudos, que prepare a mocidade no curso de bellas letras. Foi já para alli transferida a cadeira avulsa de latim desta capital, e fora nomeado professor interino de geometria o Snr. Sebastião José Cavalcanti que até agora não pode installar a sua aula por falta de alumnos. Já foi aberto concurso para as diversas cadeiras, porem, tendo-se apenas inscripto um pretendente, V. Ex. resolveo não admittil-lo a exame sem outro praso para segundo concurso. Por portaria de 2 de julho do corrente anno ordenou-me V. Ex. que organisasse um projecto de regulamento para o lyceo, tendo em vista todas as disposições legislativas em vigor relativas ao mesmo lyceo, cumprindo com o ordenado por V. Ex. submetti a approvação em 23 do corrente mez.20
O Liceu de Curitiba, inaugurado no dia 3 de maio de 1857, foi primeiro edifício escolar, destinado ao ensino secundário, projetado e construído para este fim no Paraná. Seu curso – com “caracter de externato, destinado a preparar nas matérias exigidas para a matricula das academias do Imperio, ou a proporcionar a formatura no curso de bellas lettras”21 – estendia-se por cinco anos, possuindo um programa de dez matérias.22 A instituição contava com poucos alunos e docentes, altos índices de reprovação e limitações financeiras.23 “As aulas de latim, por exemplo,
Foto 1
Vista panorâmica de Curitiba - 1903. No centro da imagem e destacado no detalhe encontra-se o primeiro edifício escolar construído no Paraná, destinado ao Liceu de Curitiba, que ali funcionou entre 1857 e 1869. Hoje, a Casa Andrade Muricy ocupa este terreno, localizado na Rua Dr. Muricy, 915.
Figura 1
Planta do pavimento térreo do antigo Liceu de Curitiba.
Figura 2
Planta do pavimento térreo do antigo Paço da Assembleia.
Foto 2
Antigo Paço da Assembleia, em Curitiba - s. d.
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eram frequentadas por 10 estudantes e “alem desses professores e do secretario desta repartição, que também é do lyceo, existe o porteiro de que já dei noticia”.
ocupando provisoriamente uma sala do prédio da Assembleia Provincial. Em janeiro de 1872, transfere-se para a Rua Aquidaban26 e, quatro anos depois, passa a denominar-se Instituto Paranaense.
A sede do liceu é concebida dentro dos parâmetros da arquitetura brasileira do período, sem especificidades de uma arquitetura escolar: um pavimento, volume contido, implantado no alinhamento predial, cobertura de quatro águas encoberta por platibanda, acesso centralizado e voltado para a Rua da Assembleia (atual Rua Dr. Muricy). As salas estão distribuídas ao longo de uma circulação central, perpendicular à face frontal. A composição, marcada pela sequencia de aberturas, destaca a porta de entrada encimada por singelo frontão triangular, principal ornamentação do conjunto. A solução espacial e formal aproxima-se da encontrada no Paço da Assembleia, construído, em 1854, para abrigar o legislativo provincial, demonstrando que a adequação funcional limita-se, naquele momento, a “accomodações precisas” que podem ser utilizadas em diferentes atividades, como as reuniões de deputados, as aulas do liceu, os trabalhos administrativos da Inspetoria de Instrução Pública ou do Tesouro Provincial. O Paço da Assembleia e o Liceu de Curitiba foram os primeiros edifícios construídos pelo governo provincial paranaense.
Algumas cadeiras disseminadas por differentes localidades e o internato subvencionado nesta capital representam o ensino secundario na provincia. À vossa observação não terão escapado as lacunas e vicios de que se ressente este estabelecimento, a que ainda falta o caracter de permanência. Três lyceus successivamente creados e supprimidos parece que protestam contra outras tentativas do mesmo gênero. Mas presentemente estão aplainadas todas as difficuldades que se oppunham á conservação e incremento da instrucção secundaria nas províncias. A falta de proveito immediato para os alumnos que cursavam as differentes aulas do lyceu; a invalidade dos exames para os cursos superiores do imperio; e, como natural corollario, a pouca assiduidade e desgosto dos discipulos, a neglicencia e nenhum estimulo dos professores; eram as causas promotoras do decahimento e imprestabilidade dos estabelecimentos de ensino secundario. O decreto n. 5429, de 2 de Outubro de 1873, veio abrir ás provincias mais largos horisontes, e assignalou a epoca de desenvolvimento e pujança dos estudos secundarios. Pelos relatorios de differentes províncias, tenho observado o progresso, a vitalidade que imprimiu nos cursos de preparatorios o citado decreto. Medida sabia, previdente e fecunda deve ser aproveitada por todos que aspiram ás carreiras superiores. E seria de lamentar que o Paraná, onde o interesse e alvoroço pelos progressos literarios attestam a intelligencia de seus filhos, occupe o ultimo plano entre todas as suas irmãs. Creio que a instituição de um curso de preparatorios nesta capital será dentro em breve um facto realizado e que estabelecidas na provincia as mesas de exames, a que se refere o alludido decreto de 1873, possamos ver elevado á altura desejada o lyceu provincial.27
Com espaço ocioso, o prédio recebe a Tesouraria Provincial, a InspetoriaGeral de Instrução Pública e a Biblioteca Pública.24 O pequeno quadro de funcionários conduz à acumulação de funções e à reunião de diferentes atividades em um mesmo espaço físico: o bibliotecário responde pela subinspetoria do liceu e o Inspetor-geral de Instrução Pública, pela sua administração e direção.25
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Tais dificuldades culminam na extinção da escola em 7 de junho de 1869 (Lei nº 204). Os alunos e professores são transferidos para o colégio dirigido por Jacob Müller, subvencionado pelo governo. Dois anos após (Lei nº 290), o Liceu é restabelecido e, em 3 de julho, inicia as atividades letivas,
O aludido decreto cria a possibilidade dos exames gerais preparatórios para os cursos superiores do Império serem realizados nas províncias, fato que obriga a estruturação do ensino secundário.28 A presença do
“curso de preparatórios” indica a estreita relação com o “progresso” e a sua equiparação ao estágio cultural do município da corte. Na concepção vigente, a falta de instrução apresenta-se como o grande entrave da evolução da Província, sendo, portanto, merecedora de constantes regulamentações baseadas nas iniciativas tomadas pelo governo central. A instrução pública abordada constantemente nos relatorios à Assembleia Legislativa Provincial – considerada uma “santa cruzada” e relacionada diretamente ao estágio de desenvolvimento de uma nação – tem como modelos a Europa e a América do Norte, percebidos como “paízes cultos”.29 Em 1874, o relatório do Presidente da Província, Frederico J. C. de Araújo Abranches, afirma ser a instrução pública “uma das mais palpitantes necessidades do paiz” e “instruir o povo é não só um rigoroso dever daquelles que governam, como de todos os cidadãos que votam sincero amor à pátria”. Faz, todavia, uma avaliação negativa da instrução pública paranaense, reconhecendo a falta de preparo do professor, a ineficiência da inspeção e a necessidade de edifícios escolares para a população da Capital.30 Retoma o problema no ano seguinte, informando à Assembleia Provincial que a população escolar é de 4.185 crianças, sendo que apenas 1.230 frequentam estabelecimentos de ensino (29% do total). Segundo Abranches, os resultados da instrução pública não correspondem aos “sacrifícios feitos” devido: - à “falta de instrucção profissional, por meio das escolas normaes, onde se habilitem os candidatos ao magistério”; - ao “desconhecimento, quase geral, das vantagens inherentes á instrucção e consequentemente a apathia dos paes e a ausência dos alumnos”; - ao “pouco estimulo dos professores, que não correspondem ao sacerdócio de que se acham investidos”; - à “insufficiencia dos meios de subsistência, apprehensão constante de todos os funccionarios publicos”;
- à “inutilidade, bastantemente provada, dos concursos a que se submettem os aspirantes ao magistErio”; e - à “fiscalização incompleta ou descurada nos logares onde não se pode fazer sentir a inspecção geral”. Necessaria se torna a creação de cadeiras de instrucção primaria superior, preparação indispensavel aos que se consagram ao magisterio. Para não accumular despezas, podereis decretar a creação de uma cadeira desta especie nesta capital, onde se doutrinem os rudimentos das sciencias, preliminares necessarios aos estudos pedagogicos. É incontestavel, vós todos reconheceis, a utilidade de uma escola normal convenientemente organisada, e com um pessoal que se recomende pelas habilitações. Alguns professores possuimos que podem ser aproveitados n’um estabelecimento desta natureza, pois dispõem de pratica não interrompida de muitos anos no magisterio. Não podemos crear muitas cadeiras, de modo a constituir o tirocinio complexo e variado dos estudos pedagogicos. Nem dispomos de lentes habilitados em todas as especialidades, nem o permittem as condições financeiras da provIncia. Lembrei-me, como expediente economico, e mesmo por ter dado bons resultados em differentes provincias, unir os dous cursos, secundario e profissional, de modo que ambos disponham do mesmo pessoal, e possam ser aproveitados igualmente pelos que aspiram ás cadeiras superiores e pelos normalistas. Sobre estas bases, creio que sem accrescimo de despeza, e com probabilidade de frequencia, poderíamos sanar a falta tão sensivel de um lyceo e de uma escola normal. Aproveitadas as cadeiras do internato existente nesta capital, precisariamos somente de três ou quatro cadeiras e assim poderíamos dispor de dous estabelecimentos importantes e pouco dispendiosos. Creado o curso secundario, podereis supprimir as cadeiras dessa especie existentes em algumas parochias; pois assim centralisareis o ensino preparatorio na capital, fazendo para ella affluirem os alumnos de outras procedências e economizando uma verba que não tem sido empregada convenientemente.31
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Os administradores públicos consideram complexo o desenvolvimento de um sistema de instrução pública satisfatório, uma vez que se relaciona diretamente com a formação do professor.
Figura 3
Planta do pavimento térreo do antigo Instituto Paranaense e Escola Normal.
Em 1876, são criadas “no Município da Corte duas escolas normais primárias, uma para professores e outra para professoras de instrução primária”, com ensino gratuito.32 O governo provincial – reproduzindo o modelo definido na esfera do Império e adaptando-o às necessidades locais – cria o Instituto de Preparatórios e a Escola Normal (Lei n.° 456). As instituições compartilham o espaço físico, professores e parte do programa pedagógico. Em seguida, o “Regulamento Orgânico da Instrução Pública da Província do Paraná” é promulgado detalhando, entre outras questões, a estrutura, o programa e o funcionamento das duas escolas. Capítulo I - da instrução em geral Art. 1° - Divide a instrução da provincia em três graus (primaria, normal e secundaria); Art. 2° - Cada qual podendo ser publica ou particular; (...) Art. 4° - É obrigatorio o ensino primario nas cidades e localidades em que for exequivel este sistema; Art. 5° - A instrução primaria e secundaria será dada gratuitamente; Art. 6° - A instrução primaria e secundaria será difundida: 1° pelas escolas publicas dos três graus; 2° por colegios e escolas particulares subvencionados, ou por colegios e escolas particulares não subvencionados;
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Foto 3
Instituto Paranaense e Escola Normal - s. d.
Foto 4
Mesmo edifício após a reforma realizada em 1883 - s. d.
Capítulo III - da instrução publica secundaria Art. 11 - A instrução publica secundaria será dada: § 1° Em um estabelecimento publico de linguas e ciencias preparatorias, o qual fica já criado nesta capital com a denominação de Instituto Paranaense. § 2° Em aulas avulsas nas cidades que mais as exigirem a juizo do conselho literario. (...) Art . 14 - O governo, julgando conveniente, poderá criar aulas de comercio, de agricultura ou quaisquer outras de ensino profissional no Instituto, submetendo o seu ato à aprovação do corpo legislativo provincial. Capítulo IV - da instrução normal
Art. 15 - A instrução normal será dada no Instituto Paranaense e seu curso se dividirá em dois anos. (...) Art. 17 - Os professores do Instituto Paranaense serão os mesmos do curso normal.33
As atividades do Instituto Paranaense e da Escola Normal são iniciadas em 31 de julho de 1876. Os arrazoados do Presidente da Província no encaminhamento do projeto de lei evidenciam o ideário sobre a instrução pública dos administradores no período do Império. A fundação de uma escola normal assegura em futuro mais ou menos proximo a regeneração do professorado. Aggregado como se acha esse estabelecimento ao curso de preparatorios, mais facilidade encontram os respectivos alumnos em se habilitarem nas disciplinas secundarias. A economia que resulta da associação dos dois estabelecimentos, que são regidos pelos mesmos professores, e inspeccionado gratuitamente pelo director dos estudos, é secundada por uma outra conveniencia, qual a do augmento de frequencia nas respectivas aulas. Organisei um conselho litterario com os professores dos dois cursos, a quem incumbe importantes attribuições. Conhecendo os excellentes resultados que tem produzido nos paizes cultos as conferencias publicas, procurei accomodal-as aos negocios do ensino, visando o aperfeiçoamento dos methodos pedagogicos, e a utilidade immediata dos professores públicos.33
A qualidade do ensino é uma preocupação contínua, observada também nos relatórios mensais dos professores que apresentam “o aproveitamento de seus alumnos, mencionando especialmente os nomes daquelles que não revelassem tendencia ao professorado”. Para arregimentar mais candidatos, cria-se uma “aula nocturna, que vae tendo bastante concurrencia de discipulos e que funcciona provisoriamente no predio da 3ª cadeira”. Mas, os problemas são numerosos: “a indigência é uma das causas da deserção nos estabelecimentos de instrucção primaria; e,
os poucos meninos pobres que frequentam as escolas, apresentam-se quase em estado de nudez e desprovidos dos objetos necessarios para a sua educação intellectual”, como os livros didáticos que são escassos no interior.35 Animar o professorado particular, ja com a promessa de uma subvenção razoavel, ja com a completa liberdade, que lhe está assegurada; garantir o magisterio official pela vitaliciedade, prudentemente conferida; regenerar o respectivo pessoal pelos estudos normaes; estabelecer, para estimulo, uma graduação entre as cadeiras occupadas; facilitar a creação de cadeiras nos logares que as necessitassem; multiplicar os meios de inspecção; fazer obrigatorio o ensino primario; fornecer gratuitamente os conhecimentos secundarios e dal-os completos aos que se proponham ás carreiras superiores; alargar as attribuições das autoridades encarregadas da fiscalisação; fazer participantes das vantagens da instrucção aos adultos, por meio de aulas nocturnas; instituir conferencias para a discussão dos assumptos pedagogicos; melhorar o futuro dos perceptores que se distinguirem, proporcionando-lhes vencimentos em relação ao tempo que bem servirem; methodisar as formas do processo para os mestres; crear um conselho d’instrucção com attribuições especiaes; attrahir as municipalidades a concorrerem na grande obra da diffusão das luzes, para que a indigência não seja barreira insobrepujavel contra a educação intellectual; - eis as medidas que julgo salubres e dignas de figurar em qualquer regulamento orgânico de tão poderoso ramo do serviço publico.36
Em 1880, o Regulamento expedido pela Portaria Ministerial n.° 238 define que a Escola Normal tem por fim preparar professores primários do 1º e 2º grau, com ensino gratuito e destinado a ambos os sexos. O curso é dividido em duas seções – a de ciências e letras e a de artes37 – o que permite ao aluno estudar um maior número de matérias simultâneamente, concluindo-o em menor tempo. A formação de professores normalistas torna-se uma prioridade dos governos central e provinciais. No Paraná, em 1878, calcula-se uma população de 26.000 crianças, das quais apenas 3.062 estão matriculados e destes apenas 1.886 frequentam de fato as
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59 escolas provinciais e as 23 particulares, logo “24.114 individuos mais ou menos analphabetos existem, pois, nesta provincia”.38
Foto 5
Escola Oliveira Bello, em Curitiba - 1911.
Foto 6
Escola Manoel Pedro, na Lapa - 1926.
A partir da visita do Imperador ao Paraná em 1880 – e seus donativos para a construção de casas escolares – o Presidente da Província nomeia comissões que irão arrecadar recursos visando a edificação de escolas para ambos os sexos, em diversas localidades” e o “bem da instrucção que merece e desafia, na era presente, os mais incessantes desvelos dos povos livres”.39 A iniciativa baseia-se no entendimento de que o prédio projetado especialmente para atividades escolares melhora a qualidade e a eficiência do aprendizado, pois proporciona a higiene, o conforto, a qualidade e os ambientes necessários. A criança aprende na escola – adequada, científica e moderna – o conteúdo pedagógico, a disciplina, a moral, o gosto pelo estudo, a importância do trabalho e, sobretudo, uma nova conduta, um novo modo de vida. Resulta destas ações a inauguração de duas escolas primárias em Curitiba: a Carvalho (para meninos) e a Oliveira Bello (para meninas). Os projetos arquitetônicos foram elaborados pelo Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, assim como os “desenhos dos móveis e utensílios mais apropriados”.40 Outros edifícios serão construídas nas cidades de Paranaguá, Antonina, Morretes e Lapa, até o final do século, orientados pelo Ato Estadual n.° 287, de 1884, que estabelece o Regulamento para a construção de casas escolares , a primeira normatização paranaense sobre o assunto. Tendo observado a imprestabilidade das casas alugadas em que geralmente funccionão as escolas, e notado quanto são prejudiciaes á saude as praticas até hoje seguidas, tanto que em muitas occasiões nas minhas visitas ás escolas me vi obrigado a sahir da sala dos exercicios escolares para receber um pouco de ar respiravel, deliberei desenvolver todo o esforço possivel para levantar n’esta capital e em outras localidades algumas casas escolares, protesto contra o regimen do ensino na
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Provincia do Paraná. Até o fim do corrente mez deve estar concluído em um terreno á rua Aquidaban n’esta cidade e que me foi generosamente cedido pelo distincto cavalheiro o Commendador Antonio Martins Franco e sua Exma. Snra. Começada a construcção em 6 de Maio deste anno, tem estado sob a direcção do Capitão Evaristo Cícero de Moraes, que a isso se presta gratuitamente. Tem sido construído com donativos, que se elevão já á Rs. 7:550$000 e que hão de chegar á somma que deve ser despendida.42
A importância de sedes próprias para as escolas públicas continua sendo ressaltada nos relatórios dos presidentes provinciais: “entre as necessidades da instrucção publica na provincia essa, a de predios apropriados à funcção do ensino, é uma das mais urgentes”.43 Aconselhado pela hygiene e prescripto pelos salutares principios da pedagogia moderna, o edificio apropriado para a escola, com especial e exclusivo destino a ella, constitue uma necessidade do ensino, é uma condição essencial para a marcha regular da instrucção e educação da infancia.44
No entanto, a solução para tal problema depende de recursos financeiros. Uma das medidas tomadas foi a Lei n.° 734, de 22 de outubro de 1883: Art. 1° - As câmaras municipais da Provincia farão construir nas sedes dos municipios casas escolares, segundo o plano que for ministrado pelo Presidente da Provincia com os seguintes meios: a) Produto do imposto predial estabelecido pela lei n.° 699 de 18 de novembro de 1882, art. 8° b; b) Produto das cotas precisamente consignadas em seus orçamentos para ocorrer a estas despesas; c) Produto dos donativos espontâneos, incluídos os que S.M. o Imperador se dignou fazer à diversas municipalidades e comissões nomeadas para esse fim; ou d) Com empréstimos contraídos com a anuência do Presidente da Privincia sob garantia da Provincia
Art. 2º - Em cada uma das localidades de que trata o art. antecedente, serão edificadas sucessivamente duas casas escolares para cada sexo, salvo se forem ambas edificadas com entradas em frentes diversas e incomunicaveis. Art. 3º - A capacidade do edificio será regulada: pela categoria do povoado, pelo desenvolvimento local e pela frequencia escolar. Art. 4º - As construções dos edificios menores serão executadas de modo que possam ser estas ampliadas sem inconveniente, quando o aumento de alunos o exigir.45
A determinação da construção dos edifíciosfaz-se acompanhada pela indicação dos recursos para a empreitada e explicita a determinação do governo provincial em criar uma rede de escolas públicas e sua intenção de comandar tal processo. A “capacidade do edifício” é condicionada à categoria do povoado, ao desenvolvimento local e à frequência escolar (art. 2°); e outra disposição (art. 4°), preve a possibilidade de ampliação das instalações físicas. A legislação normatiza a edificação de casas escolares, a forma de obtenção da verba, a execução, a localização e o partido arquitetônico, buscando padronizar e viabilizar as ações referentes à instrução pública. Procura-se estabelecer um arcabouço para seu desenvolvimento: edifícios adequados, disponibilização de materiais pedagógicos, inspeção eficiente e formação do professor. O meio pratico de se dar desenvolvimento ao ensino consiste em crear em todas as localidades em que o recenseamento demonstrar determinado numero de meninos no caso de aprenderem; em prover as escolas de todo o material necessario, livros, etc; em admittir no magisterio, primeiramente os alumnos da escola normal, e, na sua falta, quem se habilitar em rigoroso exame, e finalmente, em confiar a inspecção do ensino á pessoal idôneo e capaz. Já vos disse que escolas há por toda a parte: falta provel-as de mobília, e do material necessário. Em materia de ensino, a inspecção é tudo. Sem ella, os mestres não cumprem os seus deveres, ou cumprem porque querem, como e quando querem.46
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Instalada a República, é estabelecida a obrigatoriedade do ensino público. A legislação federal mantém as determinações imperiais: a sua organização e execução são responsabilidades estaduais, dependendo, portanto, dos seus orçamentos. Decorrente de tais diretrizes, em 1894, a Lei n.° 436 cria escolas em todas as localidades paranaenses, inclusive povoados, onde se constatarem 20 ou mais meninos; concede remuneração aos professores e determina a fiscalização em cada distrito. Existem, neste momento, 220 escolas – das quais 196 estão “providas” e 24, “vagas” – mas o ensino não se generalisa e depende, também, da “habilitação do mestre”: O bom mestre é o que sabe o que ensina e que, esforçadamente, ensina o que sabe. Digamos a verdade: na sua maxima parte os professores de cidades e villas, e todos os de povoados, apenas poderão ensinar a ler e escrever, as quatro operações arithmeticas e algumas cousas mais. É pouco, por certo, mas antes pouco do que nada, pois, se fôramos exigir que o magisterio se compusesse tão somente de professores preparados em todas as materias do programma de ensino, as escolas se conservariam fechadas. A Lei 436 dá preferencia aos professores normalistas mas o quadro docente apresenta apenas 10 com tal qualificação e acham-se matriculados na escola normal naquele ano 14 alunos, sendo 13 do sexo feminino. De tudo o que fica dito ressalta uma verdade, que é que só os poderes públicos se esforçam á bem da instrucção, sem que venha em seu auxilio a cooperação particular, nem sequer a consistente no serviço pessoal quanto á fiscalização das escolas, limitando-se os inspectores de districtos, em geral, a darem attestados aos professores para receberem os seus ordenados, muitas vezes mal ganhos, porque não representam a remuneração do trabalho, que se obrigam a prestar, mas que não prestam.47 As escolas que temos são insufficientes; mas, antes de augmentar o seu numero, tratemos de preparar mestres, dando-lhes a instrucção necessaria, cercando-lhes de todas as garantias adequadas a sua nobre missão e collocando, ao lado do estimulo e da recompensa para os bons, o latego do castigo e da expulsão para os dyscolos que quizerem profanar
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a magestade do templo sagrado da escola, que é crysol onde se fundem as intelligencias infantis, para d’ahi surgirem limpidas e ascenderem as altas cogitações de mais elevados conhecimentos.48
No início do período republicano, o “ensino secundário era o nível de escolarização entre o curso primário e o ensino superior”49 e o Paraná, em 1892, realiza nova reforma do ensino procurando adequar-se às disposições federais com a Lei n.º 42. O Instituto Paranaense que, desde 1872, funcionava na Rua Aquidaban, uma antiga residência, tornase “Gymnasio Paranaense”. A instituição – “organizada pelo molde do Gymnasio Nacional, preparatório para os cursos superiores, não conta com a frequencia em numero correspondente nem mesmo á população da Capital”, com poucos alunos e sem diretor, dividia seu espaço com a Escola Normal.50 No final do século XIX, o ensino secundário paranaense padecia dos mesmos problemas encontrados na sua fundação, os quais eram estendidos à instrução pública de forma geral. Pesa-me dizer que, a despeito de tudo, os meus melhores esforços poucos resultados teem produzido e tem-se-me reservado a sorte dos meus antecessores, todos sinceramente empenhados em elevar a instrucção publica. De tão longa data vem a anarchia desse serviço; tantos abusos em torno d’elle se tem enraizado, que só extremas medidas podem colher resultado apreciavel. O grande numero de escolas publicas representa ônus pesadissimo para o Thesouro, mas com ele não tem lucrado, de modo sensivel, a causa do ensino popular. As causas são varias e não preciso expol-as, porque as advinha o vosso espirito atilado.51
Simultaneamente, havia a convicção da precariedade do espaço físico ocupado pela instituição e necessidade de melhoramentos para o atendimento ao programa exigido pelo governo federal. O ensino secundario realizado no Gymnasio Paranaense, regularmente
frequentado, vai preparando convenientemente os alumnos que se destinam á matricula nos cursos do Ensino Superior da Republica. O seu corpo docente, perfeitamente habilitado, esforça-se para cumprir a elevada missão que lhe foi confiada. (...) O edifício em que funcionam o Gymnasio Paranaense e a Escola Normal necessita de ser urgentemente melhorado, por ser de acanhadissimas proporções.52
Foto 7
Ginásio Paranaense, em Curitiba - s. d. Inaugurado em 24 de fevereiro de 1904.
Foto 8
Grupo Escolar Dr. Xavier da Silva, em Curitiba - s. d. Inaugurado em 19 de dezembro de 1903.
O Gymnasio Paranaense com a Escola Normal annexa continuão a funccionar no primitivo predio da rua do Aquidabam, excessivamente acanhado e insufficiente para os altos misteres a que se destina, se prestou bons serviços no tempo de Lyceo provincial, não se coaduna mais esse vetusto edificio com o actual desenvolvimento d’este Estado; por isso é urgente reformal-o ou substituil-o. O plano de aproveitar as paredes para a construcção de um sobrado foi posto à margem, porque ellas, para isso não apresentavam a solidez necessaria, segundo a opinião de profissionaes, que, a meu pedido, as inspeccionarão attentamente. É, pois, de urgente necessidade a construcção de um edificio apropriado em outro local mais amplo, podendo-se aproveitar o actual predio para uma outra repartição publica ou para um pequeno grupo escolar. A planta, a meu pedido, feita obsequiosamente pelo distincto engenheiro Dr. Affonso Teixeira de Freitas e já submettida a approvação do Governo, é de facil execução. É de um bello e elegante palacete de vastas accomodações para os cursos do Gymnasio e da Escola Normal, podendo mais tarde servir até para uma academia. Só depois de mudado o Gymnasio Paranaense para uma casa mais espaçosa é que se poderá cogitar de montar um laboratorio de physica, chimica e historia natural, auxiliar indispensavel para o estudo proficuo dessas sciencias, que não pôde continuar a ser feito de um modo abstracto como actualmente.53
A construção da sede do Ginásio Paranaense e do primeiro grupo escolar, o Dr. Xavier da Silva, marcam uma nova fase da instrução pública, que introduz o ensino seriado e valoriza a contribuição do edifício – apropriado, higiênico e moderno – no processo de formação
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e consolidação do ensino e da rede pública escolar no Paraná. As dificuldades são as mesmas encontradas no Império – faltam instalações físicas, professores, inspetores e, sobretudo, recursos – mas as escolas projetadas aumentam cada vez mais. No Paraná, durante a Primeira República, foram construídos 43 edifícios escolares urbanos, dos quais 37 destinados à instrução primária. Dos seis exemplares restantes três são elaborados para escolas normais, um para ginásio, um para jardim de infância e um para universidade. É significativo que tal processo esteja sempre marcado por sedes monumentais.54 Em 1912, o Regulamento de Ensino do Estado, no Titulo IV refere-se ao Ensino Público secundário e normal dispondo no Capítulo I: Art. 290 - O ensino secundario será ministrado no Gymnasio Paranaense, de conformidade com o plano do ensino do collegio D. Pedro II, modificado convenientemente e acrescido das materias que nesse plano faltarem para completar o ensino encyclopedico. Art. 291 - As disciplinas serão lecionadas em seis series, de acordo com o estabelecido para o collegio D. Pedro II pelo respectivo regulamento federal, acrescentando-se na 4ª serie o estudo da mecânica racional, na 5ª o estudo de biologia e na 6ª serie o estudo de socilogia e da moral. § 2º As disciplinas de que trata este artigo serão leccionadas pelo actual corpo docente do Gynasio Paranaense e da Escola Normal. § 3º A matricula, o regimen das aulas e tudo mais que se referir ao Gymnasio Paranaense serão reguladas de forma idêntica na escola normal. Art. 293 - O curso da Escola Normal será dividido em quatro anos. Art. 300 - Os alunos da Escola Normal farão exercicios praticos de pedagogia e de agronomia, durante o ultimo ano do curso. Art. 302 - Os exercícios praticos de pedagogia serão realisados nas escolas ou grupos escolares da capital.55
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Três anos depois, é elaborado o “Código de Ensino do Estado” criando a estrutura curricular que irá vigorar no Paraná até a Reforma Francisco Campos, organizada pelo Governo Federal em 1931.
TITULO VI Do curso secundario e do normal. Cap. I Art. 185 - Destinado a ministrar aos estudantes solida instrucção fundamental habilitando-os a prestar, em qualquer escola superior, rigoroso exame vestibular, o curso do Gymnasio Paranaense será de cinco anos. (...) Art. 192 - O curso da Escola Normal, destinado á formação de professores para as escolas infantis, primarias e intermediarias do Estado é dividido em quatro annos. (...) Cap. III Art. 197 - As aulas do Gymnasio Paranaense e da Escola Normal, funccionarão diariamente; e durarão munca menos de três quartos de hora, nem mais de uma hora, salvo a de desenho. Art. 198 - De cada materia haverá para cada anno do curso, três aulas por semana. (...) Cap. XIV Art. 300 - O cargo de Diretor do Gymnasio Paranaense e da Escola Normal, será exercido cumulativamente por um dos lentes nomeados pelo governo.56
Desde a década de 1920, Anísio Teixeira, Fernando Azevedo, Carneiro Leão e Lourenço Filho trabalhavam na chamada “reconstrução educacional” do país e, em 1924, fundaram a Associação Brasileira de Educação. A partir de 1927, promoveram as Conferências Nacionais de Educação, fóruns de discussão e elaboração de propostas, estruturados nos novos conhecimentos da pedagogia infantil. A criança passou a ser o “centro da educação e da atividade escolar”, seguindo o direcionamento pedagógico do final do século XIX, existente na Europa e Estados Unidos.57 A educação precisava integrar o indivíduo à sociedade e ao mesmo tempo, ampliar o acesso de todos à escola. Há, neste momento, um esforço do governo em ampliar a rede de escolas públicas no Paraná. A instrução primária é o principal foco, no entanto
ginásios, escolas normais e profissionais, além de jardins de infância e a universidade estão indicados no Mapa discriminativo das escolas do Paraná (Mapa 1). Curitiba ainda concentra o maior e mais diversificado número de escolas, porém Ponta Grossa e Paranaguá despontam como cidades estratégicas. No início do século XX, as sedes do Ginásio Paranaense e do Grupo Escolar Dr. Xavier da Silva simbolizaram a ação e a valorização da instrução pública pelo governo estadual e agora, na década de 1920, este papel é desempenhado pelas três escolas normais e o Grupo Escolar D. Pedro II. Os quatro edifícios escolares representam a consolidação da seriação no ensino primário e um novo impulso para a formação do professor paranaense. O compartilhamento das instalações físicas da Escola Normal com o Ginásio Paranaense fora uma medida econômica que no decorrer da Primeira República, já se tornaria inadmissível.
Figura 4
Quadro comparativo de docentes e alunos matriculados nas escolas isoladas subvencionadas do Paraná 1900-1924.
O Paraná insere-se no processo de reestruturação da instrução pública com a inauguração da nova sede da Escola Normal de Curitiba, em 7 de setembro de 1922, marco inicial da rede de escolas normais, com mais dois exemplares construídos nas cidades de Ponta Grossa (1924) e Paranaguá (1927). Simultaneamente, instala em 1927 na cidade de Ponta Grossa, o Ginásio Regente Feijó, impulsionando a implantação do ensino secundário no interior. A instituição, em 5 de janeiro de 1928, transfere-se para sede própria: “edificio adquirido e perfeitamente adaptado aos seus novos destinos, com excellentes mobiliario de embuia e todo o material de ensino, installação que colloca o estabelecimento, por seu aspecto material, em primeiro plano entre os seus congêneres”. Com “seis espaços as salas de aula, salão da congregação, gabinete do director, bibliotheca etc.” ao custo de: aquisição do prédio 182:000$000 e adaptação 60:000$000 - total 242:000$000.59 O ensino secundário foi beneficiado com a creação do Gymnasio “Regente Feijó”, em Ponta Grossa, installado em magnífico edifício que o Governo adquiriu e fez adaptar especialmente para este estabelecimento, perfeitamente apparelhado, de modo a realizar com toda a efficiencia o seu destino educativo, sob a fiscalização do Departamento Nacional de Ensino.60
Também o Paraná adota um novo modelo de edifício escolar que introduz e consolida uma tipologia empregada nos próximos trinta anos no Estado: o edifício em “U”. Utilizado nas escolas normais e nos diversos grupos escolares do período, este partido arquitetônico define-se por dois pavilhões laterais formados por salas de aula – seções feminina e masculina – interligados por um central (eixo de simetria da composição), onde se localizam os ambientes administrativos. A solução materializa conceitos e virtudes importantes do edifício escolar naquele momento: a separação de meninos e meninas, a setorização e hierarquização do espaço (com a definição de atividades de ensino, administrativas e de recreação),
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Mapa 1
Mapa discriminativo das escolas do ParanĂĄ - 1925.
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Foto 9
Inauguração da Escola Normal de Curitiba - 1922.
Foto 10
Escola Normal de Ponta Grossa - 1924.
Foto 11
Escola Normal de Paranaguá - s. d.
Foto 12
Grupo Escolar D. Pedro II, em Curitiba - final da década de 1920.
a incorporação de ambientes orientados pelas determinações higienistas e a consolidação do pátio interno, entre outros. O modelo possibilita a ampliação das instalações escolares, sem comprometimento da área construída, objetivo já previsto na legislação paranaense em 188361, mas que em virtude do predomínio da construção em bloco único, ainda não fora cumprido. Além das três escolas normais, foram construídos no interior do Estado dez grupos escolares com quatro ou seis salas de aula e um ou dois pavimentos, todos pertencentes a uma “família de projetos arquitetônicos”. As três escolas normais até então ofereciam dois cursos, “o geral e o especial. O primeiro, com três anos, em que eram estudadas as disciplinas
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A década de 1920 protagonizou a primeira ação de interiorização do ensino secundário e normal do Paraná, com a inauguração da Escola Normal e do Ginásio Regente Feijó na cidade de Ponta Grossa:
Exemplos dos projetos padronizados para grupos escolares do interior do Paraná na década de 1920:
Foto 13
Aula de ginática em frente à antiga Escola Normal de Ponta Grossa - 1953.
Foto 15
Grupo Escolar de Foz do Iguaçu - década de 1920.
Foto 16
Grupo Escolar de Cambará - década de 1920.
Foto 14
Ginásio Regente Feijó, em Ponta Grossa - década de 1920.
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propedêuticas, e o segundo, com dois anos, destinado ao estudo das disciplinas especializadas de formação profissional” (Decreto Estadual n.° 274, de 1923).62 Entre 19 e 22 de dezembro de 1926, promovido pelo governo estadual, realiza-se em Curitiba, o “Primeiro Congresso de Ensino Primário e Normal, com “o objetivo de tratar de assuntos pedagógicos que interessam à unidade e ao melhoramento do ensino público e particular do Paraná”.63 No ano seguinte, a cidade sedia a “Primeira Conferência Nacional de Educação”, entre 19 e 26 de dezembro, sob os auspícios
Foto 17 Foto 18
Parada escolar na Praça Santos Andrade, em Curitiba - dezembro de 1926.
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A primeira das festas inúmeras que ontem se realizaram nesta Capital foi a imponente e grandiosa parada escolar havida na Praça Santos Andrade, em frente à Universidade do Paraná. Às 8 horas, chegaram àquele logradouro as crianças de todos os grupos escolares da Capital, acompanhadas de seus professores, que as foram dispondo com muita arte e gosto em filas laterais aos canteiros da praça, de modo a formar, com a petizada um traçado geométrico, igual daquele lindo jardim. É fácil de imaginar, portanto, a magnífica impressão que se tinha, olhando para aquela enormidade de crianças, todas de branco e igualmente uniformizadas, distendidas em simétricos contornos, através de toda a praça da Universidade, de extremo a extremo.64
da recém-fundada Associação Brasileira de Educação. O evento busca “a congregação de todos os professores brasileiros em torno dos mais elevados ideiais de civismo e de moral”.65 Em 1925, com o Decreto Federal n.° 16.782, é criado o Departamento Nacional de Ensino, subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, para tratar dos “assumptos que se refiram ao ensino, assim como o estudo e a applicação dos meios tendentes á diffusão e ao progresso das sciencias, letras e artes no paiz”. A norma define, no art. 47°, “o ensino secundário, como prolongamento do ensino primário, para fornecer a cultura média geral do paiz”, compreendendo “um conjuncto de estudos com a duração de seis annos”.66 A década de 1930 é marcada por intensa legislação federal sobre a instrução pública. Em 1931, por intermédio do Decreto Federal nº 1.890 da “Reforma Francisco Campos”, o curso secundário estrutura-se em sete anos e dois ciclos.67 O primeiro, fundamental, com um período
de cinco anos, destina-se a todos os estudantes secundaristas e confere uma formação geral. O segundo, o ciclo complementar, formado por dois anos, é propedêutico para o curso superior e apresenta três opções: para os candidatos à matrícula no curso jurídico, nos de medicina, farmácia e odontologia e nos de engenharia ou arquitetura. A criação de dois ciclos, a frequência obrigatória às aulas (art. 33) e o sistema regular de avaliação (art. 34 e 38) estão articulados à seriação anual das disciplinas do curso. Tomando o Colégio D. Pedro II como modelo, o decreto estabelece equiparação aos “estabelecimentos de ensino secundário mantidos por governo estadual, municipalidade, associação ou particular” (art. 44 e 45), desde que respeitadas algumas condições entre as quais “dispor de instalações, de edifícios e material didático, que preencham os requisitos mínimos prescritos pelo Departamento Nacional do Ensino” (art. 45). Esta é a única referência ao espaço físico da escola secundária, mas a análise do currículo indica a necessidade de instalações especiais para as aulas de desenho e “os exercícios e trabalhos práticos individuais” de química
Foto 19
Grupo Escolar de Irati - década de 1940.
Edifícios escolares construídos na década de 1930 com projeto arquitetônico padronizado.
Foto 20
Grupo Escolar de Rio Negro - década de 1940.
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e física, por exemplo. Igualmente, a História Natural, tradicionalmente, tem como demanda um museu. Há também a determinação federal de expansão da rede escolar, a qual os estados deveriam atender. Contabiliza-se no Paraná, durante a década de 1930, a construção de 22 grupos escolares nos municípios do interior, todos com projetos arquitetônicos padronizados. São edifícios de um ou dois pavimentos, com o número de salas de aula variando entre duas e doze, pertencentes a duas famílias de projetos arquitetônicos de vocabulário Art Déco. As duas tipologias adotadas – em “U” e em “T” – apresentam como característica comum a possibilidade de ampliação e o programa arquitetônico, o qual é relacionado à quantidade de salas de aula. As escolas com duas salas possuem outros dois ambientes de apoio; e as com doze contam com diretoria, secretaria, portaria, além de um auditório. Os grupos escolares Duque de Caxias (Rio Negro) e Barão de Antonina (Irati) são exemplos destes edifícios de maior porte e, consequentemente, um programa arquitetônico mais complexo.
Foto 21
Grupo Escolar de Araucária - década de 1940.
Figura 5
Plantas das escolas públicas paranaenses construídas na década de 1930, pertencentes à família de projetos padronizados.
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Foto 22
Grupo Escolar de Pinhalão - década de 1940.
Simultaneamente aos investimentos com a instrução primária e a construção de edifícios escolares, o governo trata de ampliar a rede de escolas normais do Estado. As três instituições existentes são consideradas “de real valor”68, mas é imprescindível formar mais professores. Seguindo tal direcionamento, é projetado, em 1935, “o mais moderno e aperfeiçoado estabelecimento de ensino secundario do Estado”69, a Escola Normal de Jacarezinho, município da Região Norte do Paraná que se encontrava em pleno desenvolvimento impulsionado pela produção de café. O edifício, com dois pavimentos e 1.447,00 m² de área construída, apresenta a tipologia em “U” e programa arquitetônico mais elaborado, como convinha a uma escola normal. São mantidas as principais características dos prédios escolares até então produzidos: a tripartição da fachada, o tratamento mais elaborado no núcleo central com o acesso principal ao edifício, a setorização e a hierarquização bem delimitadas. O auditório-ginásio foi separado do edifício principal, solução adotada nas escolas normais da década de 1920. O projeto – “executado com obediência ás mais modernas conquistas da pedagogia e da arte de construir”70 – tem solução semelhante a do edifício da Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti, construído em Curitiba, e dos grupos escolares do interior. Segue, portanto, o padrão estabelecido pelo governo para as escolas públicas, destacando-se pelo maior porte e não mais pela originalidade de suas formas.
que “os cursos ginasiais seriam parte integrante das respectivas escolas de professores”.71 Por fim, o Decreto Estadual n° 6.150, de 1938, determina que sejam reunidos neste edifício o Ginásio de Jacarezinho e a Escola Normal. Ginásio Rui Barbosa, Jacarezinho Edifício de amplas proporções, construído em alvenaria de tijolos e concreto armado, ocupando uma área de 1.447 m². São acomodações da parte térrea: hall, biblioteca infantil, gabinete para a diretora, sala das professoras, almoxarifado, museu, salas de aula, gabinete dentário, cantina e sanitarios para ambos os sexos. Constam da parte superior: gabinete para o diretor, secretario, gabinete medico, biblioteca, salão nobre, salas para trabalhos manuais, para historia natural, de física e química, de aula e sanitários para meninos e meninas. Conta ainda com um grande pavilhão de ginástica, teatro e demais instalações sanitárias. Custo: 972:237$200.72
Foto 23
Ginásio Rui Barbosa, em Jacarezinho - s. d.
A obra estendeu-se até 1938, quando a escola inicia as atividades como “Ginásio Rui Barbosa”. A mudança de nome ocorre por uma série de medidas que visam a “formação de educadores com nível cultural mais elevado”. O governo estadual estabelece que “o curso geral [do ensino normal] obedeceria ao regulamento e aos programas do curso fundamental dos ginásios equiparados ao Colégio D. Pedro II” (Decreto n.° 1.929 de 1936). No ano seguinte, o Decreto Estadual n.° 6.150, determina
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Foto 24
Ginásio Rui Barbosa, em Jacarezinho - década de 1940.
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Figura 6
Plantas dos pavimentos térreo e superior da Escola Normal de Jacarezinho, depois Ginásio Rui Barbosa.
Foto 25
Vista posterior do Ginásio Rui Barbosa - década de 1940.
Foto 26
Auditório do Ginásio Rui Barbosa - década de 1940.
Foto 27
Pátio interno do Ginásio Rui Barbosa - s. d.
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A reforma de 1931 será alterada em 1942, que estabelece o ciclo ginasial de quatro anos e o colegial com três. Esta estrutura permanece até a década de 1970, quando é criado o 1º grau – fusão do curso primário com o ciclo ginasial – e o 2º grau, formado pelo colegial. A seriação definida plo governo federal articulava-se a uma rígida distribuição do tempo escolar, com avaliação regular e sistemática. Organiza-se o serviço “de inspeção aos estabelecimentos de ensino secundário” – subordinado ao Departamento Nacional de Ensino – que passa a operacionalizar a fiscalização nesse nível de escolarização no território nacional.73 No Paraná, em 13 de maio de 1947, estrutura-se a Secretaria de Educação e Cultura74, ocorrem investimentos na formação e no aperfeiçoamento de professores, na melhoria da inspeção, em equipamentos e material educativo, na implantação de ginásios, jardins de infância, grupos e casas escolares na capital e no interior e em regiões urbanas e rurais.75 No final da década de 1940, a política de ampliação do ensino secundário e normal organiza, em vários municípios, escolas normais secundárias, cursos normais regionais, além de ginásios estaduais e municipais, conforme mostra o Quadro 1. A maioria destes estabelecimentos inicia as atividades compartilhando espaço físico e professores. Além da rede própria, o governo estadual presta auxílio financeiro aos ginásios municipais e particulares, que “pela sua localização no interior do Estado, estão prestando valiosa contribuição à educação do povo”. Paralelamente, realiza a “estadualização da maioria dos ginásios municipais, aliviando assim as administrações locais de responsabilidades pesadas que não poderiam mesmo suportar sem o auxilio do estado”.76 A simples educação primária, nos nossos centros mais desenvolvidos de população, já não é considerada bastante na formação comum do homem. E a administração pública do Estado precisa colocar-se à altura dessa exigência nova. Nesse sentido, temos desenvolvido uma campanha
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persistente e intensa, criando todas as facilidades para a iniciativa privada e municipal e fazendo, nós mesmos, o máximo possível para a constituição de ginásios do Estado.77 A criação de 36 ginásios no interior do Estado e 32 cursos normais regionais; A gratuidade do ensino secundário e normal;78
No final de 1950, existem 34 ginásios estaduais, dos quais apenas alguns possuem, ou estão em vias de possuir, um edifício com “dependências de acordo com a natureza do prédio”.79 Neste seleto grupo de escolas, são identificadas situações distintas: prédios projetados e construídos para ginásios, de grande e médio porte, e aqueles inicialmente destinados a grupos escolares que tiveram sua finalidade alterada para o ensino secundário. O primeiro exemplo é o Ginásio Estadual de Ponta Grossa, com 4.500 m² de área construída, três pavimentos, 24 salas de aula, laboratórios, museu, biblioteca, diversos ambientes administrativos e de apoio e gabinetes médico e odontológico. Projeto singular, com programa de necessidades extenso e ainda inédito no interior do Estado, apresenta um partido arquitetônico tradicional, em “E”, concentrando, na parte frontal, as atividades administrativas, de apoio e de atenção ao aluno; as salas de aula e laboratórios, nas laterais; e, ao fundo, o auditório. Mantém a simetria e a setorização de ambientes encontrada na Escola Normal de São Paulo, do final do século XIX, mas, formalmente, busca a composição geométrica, marcada pelo uso do concreto armado, elementos pré-fabricados, grandes vãos e pilotis, referências da arquitetura modernista. A fachada frontal, dividida em cinco partes, destaca o acesso principal – “motif milieu” – com um pórtico monumental sustentado por uma sequencia de delgados pilares. A solução formal de estética racionalista filia-se à produção escolar daquele momento no Brasil, como pode ser visto na comparação entre
Quadro 1 Relação de escolas secundárias e normais criadas no Paraná entre 1944 e 1950. Município
Legislação
Data
Município
Legislação
Data
Cursos Normais Regionais
Escolas Normais Secundárias Palmas Rio Negro Apucarana Rolândia Mandaguari Assaí
Decreto Estadual n.° 6.165 Decreto Estadual n.° 6.165 Decreto Estadual n.° 6.165 Decreto Estadual n.° 6.313 Decreto Estadual n.° 6.243 Decreto Estadual n.° 9.142
12/02/1949 12/02/1949 12/02/1949 24/03/1949 13/09/1949 02/12/1949
Guarapuava Rio Negro União da Vitória Cambará Antonina
Andirá Foz do Iguaçu Jaguariaíva Piraí do Sul Rebouças Ribeirão Claro Sertanópolis Siqueira Campos Tibagi Pitanga Bandeirantes Cerro Azul Cornélio Procópio Prudentópolis Campo Mourão Arapongas Quatiguá Tomazina Antonina
Decreto Estadual n.° 9.143 Decreto Estadual n.° 9.144 Decreto Estadual n.° 9.145 Decreto Estadual n.° 9.146 Decreto Estadual n.° 9.147 Decreto Estadual n.° 9.148 Decreto Estadual n.° 9.149 Decreto Estadual n.° 9.150 Decreto Estadual n.° 9.151 Decreto Estadual n.° 9.152 Decreto Estadual n.° 9.153 Decreto Estadual n.° 9.154 Decreto Estadual n.° 11.199 Decreto Estadual n.° 11.283 Decreto Estadual n.° 11.972 Decreto Estadual n.° 12.330 Decreto Estadual n.° 12.072 Decreto Estadual n.° 12.073 Decreto Estadual n.° 21.081
03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 22/06/1950 05/07/1950 12/09/1950 15/09/1950 26/09/1950 27/09/1950 29/09/1950
Jaguariaíva Palmas Rio Negro Mandaguari Tibagi Sertanópolis Tomazina Joaquim Távora Mallet Cornélio Procópio Foz do Iguaçu Ipiranga Laranjeiras do Sul Cambé Sengés Maringá Santa Mariana Castro Irati
Lei Estadual n.° 177 Decreto Estadual n.° 6165 Decreto Estadual n.° 6165 Decreto Estadual n.° 10863 Decreto Estadual n.° 13.041
16/12/1948 12/03/1949 12/03/1949 13/05/1950 16/12/1950
Ginásios Estaduais Decreto Estadual n.° 6.165 Decreto Estadual n.° 9.135 Decreto Estadual n.° 9.136 Decreto Estadual n.° 9.137 Decreto Estadual n.° 9.138 Decreto Estadual n.° 9.139 Decreto Estadual n.° 9.140 Decreto Estadual n.° 9.140 Decreto Estadual n.° 10.803 Decreto Estadual n.° 11.198 Decreto Estadual n.° 11.202 Decreto Estadual n.° 11.937 Decreto Estadual n.° 12.003 Decreto Estadual n.° 12.044 Decreto Estadual n.° 12.073 Decreto Estadual n.° 12.304 Decreto Estadual n.° 12.305 Decreto Estadual n.° 12.589 Decreto Estadual n.° 12.587
11/03/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 10/05/1950 22/06/1950 05/07/1950 12/09/1950 13/09/1950 23/09/1950 27/09/1950 12/10/1950 12/10/1950 08/11/1950 08/11/1950
82
Foto 28
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa - s. d.
Foto 29
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa - 2012.
Município
83
Legislação
Data
Ginásios Estaduais Estadualizados Jaguariaíva Decreto Estadual n.° 6.165 Palmas Decreto Estadual n.° 9.135 Rio Negro Decreto Estadual n.° 9.136 Mandaguari Decreto Estadual n.° 9.137 Tibagi Decreto Estadual n.° 9.138 Sertanópolis Decreto Estadual n.° 9.139 Tomazina Decreto Estadual n.° 9.140 Joaquim Távora Decreto Estadual n.° 9.140 Mallet Decreto Estadual n.° 10.803 Cornélio Procópio Decreto Estadual n.° 11.198 Foz do Iguaçu Decreto Estadual n.° 11.202 Ipiranga Decreto Estadual n.° 11.937 Laranjeiras do Sul Decreto Estadual n.° 12.003
11/03/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 03/12/1949 10/05/1950 22/06/1950 05/07/1950 12/09/1950 13/09/1950
Cambé Sengés Maringá Santa Mariana Castro Irati
Decreto Estadual n.° 12.044 Decreto Estadual n.° 12.073 Decreto Estadual n.° 12.304 Decreto Estadual n.° 12.305 Decreto Estadual n.° 12.589 Decreto Estadual n.° 12.587 Colégios
23/09/1950 27/09/1950 12/10/1950 12/10/1950 08/11/1950 08/11/1950
Curitiba Ponta Grossa Paranaguá União da Vitória Londrina
Decreto-Lei Estadual n.° 282 Decreto-Lei Estadual n.° 282 Decreto-Lei Estadual n.° 282 Decreto Estadual n.° 5.112 Decreto Estadual n.° 9.821
21/12/1944 21/12/1944 21/12/1944 12/12/1949 06/02/1950
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Foto 30
Faculdade de FarmĂĄcia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa - 1962.
84
Figura 7
Plantas dos pavimentos térreo, primeiro e segundo do Ginásio Estadual de Ponta Grossa, depois Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa.
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Figura 8
Fachada frontal do Ginásio Estadual de Ponta Grossa, depois Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa.
Figura 8
Fachada frontal do Colégio Estadual de Itu, em São Paulo.
Foto 31
Grupo Escolar do Boqueirão, em Curitiba - projeto-padrão da rede pública estadual no final da década de 1940.
Figura 10
Fachada frontal de projeto padrão de grupo escolar com quatro e seis salas de aula final da década de 1940.
as fachadas do Ginásio Estadual de Ponta Grossa e Colégio Estadual de Itu. Igualmente, distancia-se dos numerosos grupos escolares que estão sendo edificados no Paraná, segundo um projeto arquitetônico padronizado, marcando posição diferenciada na hierarquia da rede de escolas públicas. A obra estendeu-se pela década de 1950, com algumas interrupções. O longo tempo de construção possibilitou a alteração de sua destinação: em 1953, já constava nos relatórios oficiais como Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa.80 Os ginásios estaduais de Antonina, Palmeira (ambos com o mesmo projeto arquitetônico) e Santo Antonio da Platina representam a segunda situação (de prédios de médio porte projetados para o ensino secundério). Com 2.100,00 m² de área construída, adotam partido arquitetônico, programa de necessidades e solução formal muito próximos. Novamente é encontrada a tipologia em “E” e a linguagem formal geometrizante nestas edificações projetadas especialmente para o ensino secundário. As sedes dos ginásios estaduais de Londrina, Jaguariaíva, Ribeirão Claro e Bandeirantes, entre outras, foram construídas para abrigar um grupo escolar, adotando projeto arquitetônico padronizado. Durante a obra, tornaram-se ginásios, ou ainda, após sua conclusão, abrigaram simultaneamente escolas secundárias, primárias e normais.
86
Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina
14
08
acesso secundário
acesso secundário
06 07
13
13
07
pavimento térreo
02
01
03
acesso principal
Figura 12
Fachada frontal do Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina.
87
06
06
07
07
06 13
13 12
05
04
07
Figura 11
Plantas dos pavimentos térreo e superior do Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina.
06
06
14
07
07
07
07
09
07
05
10
11
pavimento superior
07
07
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14
hall diretoria secretaria inspetoria sala de professores instalações sanitárias sala de aula auditório gabinete médico museu almoxarifado biblioteca galeria pátio
Foto 32
Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina - s. d.
Foto 33
Antigo Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina, hoje Colégio Estadual Rio Branco - s. d.
Foto 34
Antigo Ginásio Estadual de Antonina, atual Colégio Estadual Moysés Lupion - s. d.
Figura 13
Plantas dos pavimentos térreo e superior dos Ginásios Estaduais de Antonina e Palmeira.
Figura 15 Figura 16
Fotografias e plantas do Grupo Escolar Eduardo Carlos Pereira, construído na cidade de São Paulo e apresentado na Revista Acrópole em 1946. A solução formal desta escola assemelha-se à adotada, posteriormente, nos Ginásios Estaduais de Antonina e Palmeira.
Figura 14
Fachada frontal dos Ginásios Estaduais de Antonina e de Palmeira.
Foto 33
Antigo Ginásio Estadual de Palmeira, atual Colégio Estadual Alberto Gonçalves - s. d.
88
89
Em 1944, pelo Decreto Estadual n.° 209, é instalada a Escola de Professores de Londrina, iniciando suas atividades no ano seguinte. Logo em seguida, em 1946, inaugura-se o Ginásio Estadual de Londrina82, que ocupa as instalações do Grupo Escolar “Ministro Osvaldo Aranha”, sito à Rua São Salvador.83 Neste momento, a Escola de Professores de Londrina transfere-se para o mesmo local, passando a dividir as instalações físicas com o ginásio. Com evidente objetivo de organizar uma rede escolar melhor aparelhada no chamado Norte Novo – região em expansão – o governo estadual reúne o ensino normal e o secundário em um único edifício, construído originalmente para abrigar um grupo escolar de grande porte, com doze salas de aula. O projeto arquitetônico foi utilizado também no Grupo Escolar Lysimaco Ferreira da Costa – inaugurado em dezembro de 1946, na cidade de Curitiba – e no Grupo Escolar de Jaguariaíva, inaugurado em março de 1949, como Ginásio Estadual.84 Exemplar de maior representatividade da produção neocolonial de edifícios escolares públicos, apresenta composição assimétrica, formado por uma justaposição de volumes (que mantêm a tipologia em “U”) com elementos típicos do repertório colonial: cobertura acentuada, largos beirais, pedras em faixa que aludem à cantaria, óculos, sobrevergas e suportes de varanda que se assemelharam aos cachorros (consolos). Uma torre situada na fachada frontal e correspondente à circulação vertical é o elemento focal mais importante do conjunto e encontrando-se ao lado do corpo avançado que marca o acesso principal à escola.
Este projeto arquitetônico utilizado simultaneamente em grupos escolares e ginásios, demonstra que a os ambientes especiais – destinados ao ensino prático de desenho, química, física, história natural, etc. – eram locados em salas de aulas comuns. Os ginásios estaduais de Ribeirão Claro e de Bandeirantes também adotam projetos padronizados para grupos escolares com oito e doze salas de aula, respectivamente. Até a década de 1950, o ginásio era a única opção pós-primária que preparava e habilitava os estudantes para o ingresso na faculdade, diferenciando-se dos cursos profissionalizantes e normal. Tal característica não impedia o compartilhamento de espaço físico destas modalidades de ensino. Na primeira metade do século XX, os ginásios e escolas normais instalados em edifícios especialmente destinados à atividade de ensino eram em número reduzido, concentrando-se nas regiões de ocupação consolidada, como o litoral, os primeiro e segundo planaltos e o norte do Paraná (Tabela 1 e Mapa 2).
O programa arquitetônico corresponde plenamente à demanda escolanovista: além de 12 salas de aula, possui auditório-ginásio, gabinetes médico e odontológico, cantina, almoxarifado, ambientes administrativos, museu e biblioteca. A setorização define-se com o administrativo à frente, o auditório à esquerda e duas áreas de salas de aula.
90
Figura 17
Plantas dos grupos escolares de Jaguariaíva e Londrina, depois ginásios estaduais.
Foto 36
Ginásio Estadual de Jaguariaíva - s. d.
Foto 37
Antigo Ginásio Estadual de Jaguariaíva, atual Colégio Estadual Rodrigues Alves - s. d.
Foto 38 Foto 39
Antigo Ginásio Estadual de Londrina, atual Colégio Estadual Marcelino Champagnat - s. d.
91
Figura 18
Fachada frontal dos grupos escolares de Jaguariaíva e Londrina, depois ginásios estaduais.
Ginásio Estadual de Ribeirão Claro 10
10
09 acesso secundário
06
09
15
16
09
05
03
04
01
09
09 07
02
08
09
14
acesso secundário
15
09
09
11
acesso principal
pavimento superior
pavimento térreo
0 2
5m
13
12
14
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16
hall diretoria secretaria gabinete médico sala de professores cantina gabinete odontológico depósito sala de aula instalações sanitárias biblioteca museu almoxarifado administração galeria pátio
Figura 19
Plantas dos pavimentos térreo e superior do Ginásio Estadual de Ribeirão Claro.
Figura 20
Fachada frontal do Ginásio Estadual de Ribeirão Claro, depois Ginásio Estadual.
Foto 40
Antigo Ginásio Estadual de Ribeirão Claro, atual Escola Estadual Dr. João Rocha Chueiri - s. d.
92
Ginásio Estadual de Bandeirantes 08
08
14
08
14 05
07
08
07
07
07
03
01
02
12
acesso secundário
acesso secundário
07
08
06
04
07
08
07
07
07
07
12
13
09
11
10
07
07
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14
hall diretoria secretaria cantina auditório sala de professores sala de aula instalações sanitárias biblioteca gabinete médico museu almoxarifado galeria do auditório pátio
acesso principal
pavimento superior
pavimento térreo 0 2
5m
Figura 21
Plantas dos pavimentos térreo e superior do Ginásio Estadual de Bandeirantes.
Figura 22
Fachada frontal do Ginásio Estadual de Bandeirantes. depois Ginásio Estadual.
Foto 41
Ginásio Estadual de Bandeirantes - 1953.
93
94
Mapa 2
Edifícios projetados e construidos para Ginásios e Escolas Normais no Paraná entre 1903 e 1960.
95
NOTAS E REFERÊNCIAS
Paraná, em 15 de julho de 1854. Curityba: Typ. Paranaense de Candido Martins Lopes, 1854. p.13.
CARDOSO, T. F. Levy. A construção da escola pública no Rio de Janeiro Imperial. In: Revista Brasileira de História da Educação. Nº 5. Campinas: Editora Autores Associados, jan/jun 2003. p. 201.
Regulamento de ordem geral para as escolas da instrução primaria, preparação, organização do professorado, condições e normas para o ensino particular, primario e secundario, de 1857. p. 52-74. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. p.66-67.
1
MARCÍLIO, Maria L. O bê-a-bá no caos. In: Revista de História. Ano 1, nº 4. Rio de Janeiro: Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, outubro de 2005. p. 82-85 e SCHUELLER, Alessandra Frota Martinez de. No tempo da palmatória. In: Revista de História. Ano 2, nº 23. Rio de Janeiro: Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, agosto de 2007. p. 67. 2
PRIMITIVO, Moacyr. A instrução e o Império. Subsídios para a História da Educação no Brasil. 1° v. São Paulo: Cia Editora Nacional, 1938. p.261, 265 e 288. Disponível: BRASILIANA Eletrônica. http://www. brasiliana.com.br/brasiliana/colecao/obras/42/A-instrucao-e-o-Imperio-3-vol. Acesso: 17/07/2012. 3
4
Idem.
BRASIL. Decreto n.° 2.006 de 24 de outubro de 1857. Approva o Regulamento para os collegios públicos de instrução secundaria do Municipio da Côrte. Disponível: www2.camara.gov.br/legislação/ publicações/doimperio. Acesso: 18/09/2012. 5
STRAUBE, Ernani C. Do Liceu de Coritiba ao Colégio Estadual do Paraná. Curitiba: Fundepar, 1993. p. 12.
14
Relatorio do Vice-Presidente Henrique de Beaurepaire Rohan á Assembléa Legislativa do Paraná, em 1° de março de 1856. Curityba: Typ. Paranaense de Candido Martins Lopes, 1856. p.38 15
“Artigo 33: O governo fica autorizado a converter o liceu criado pela lei n.° 33 de 1846, em um internato, no qual além das matérias declaradas no art. 1° daquela lei, haverá uma cadeira de instrução primaria elementar, e outra superior, devendo também contemplar o ensino dos preparatórios exigidos para as academias do Império, adicionar-se de princípios gerais de física e química. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. p.43-44; e Relatorio do Vice-Presidente José A. Vaz de Carvalhaes á Assembléa Legislativa do Paraná, em 7 de janeiro de 1857. Curityba: Typ. Paranaense de Candido Martins Lopes, 1857. p.133. 16
17
Relatorio do Vice-Presidente da Província Henrique de Beaurepaire Rohan. 1856. op. cit. p.32.
18
Idem. p.35-36.
19
Idem. p. 36.
6
MIGUEL, Maria E. B. e MARTIN, Sonia D. (org). Coletânea da Documentação Educacional Paranaense no período de 1854 a 1889. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2004. Disponível: http://www.publicacoes.inep.gov.br/detalhes.asp?pub=4138. Acesso: 12/06/2008. 7
8
Idem.
Relatorio do Presidente da Província Zacarias de Góes e Vasconcellos à Assemblea Legislativa do Paraná, em 8 de fevereiro de 1855. Curityba: Typ. Paranaense de Candido Martins Lopes, 1855. p.57. 9
10
Idem.
Ato nº 123, de 31 de outubro de 1854. In: STRAUBE, Ernani C. 1993. op.cit. p.13; e Correspondência do Inspetor interino da Thezouraria de Fazenda ao Presidente da Província do Paraná Zacarias Goes e Vasconcellos, em 15 de dezembro de 1954. In: Boletim da PMC. Prefeitura Municipal de Curitiba. Ano II, Número 8. Curitiba: mar.-abr. 1943. p.63. 11
12
Relatorio do Presidente da Província Zacarias de Góes e Vasconcellos. 1855. op. cit. p.57-58.
13
Relatorio do Presidente da Província Zacarias de Góes e Vasconcellos á Assemblea Legislativa do
Relatorio do 2° Vice-Presidente José A. Vaz de Carvalhaes ao Presidente da Provincia do Paraná Francisco Liberato de Mattos, em 1857. Curityba: Typ. Paranaense de Candido Martins Lopes, 1858. p.43-44. 20
21
Idem. p.54.
Art. 2º e 3º do Regulamento nº 3, de 10 de junho de 1858, sobre a Instrução Primária. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. p. 89. 22
23
STRAUBE, Ernani C. 1993. op. cit. p.14-19.
CASTRO, Elizabeth A; IMAGUIRE, Marialba R. G. Ensaios sobre a Arquitetura em Curitiba - 2. Colégios e Educandários. Curitiba: Edição das Autoras, 2006. p. 44. 24
Regulamento nº 3, de 10 de junho de 1858, sobre a Instrução Primária. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. 25
26
Antiga residência do Visconde de Nacar, adquirida pelo Governo Provincial na década de 1870.
27
Relatorio do 2° Vice-Presidente José A. Vaz de Carvalhaes. 1858. op. cit. p.51-52.
96
Decreto n.° 5429, de 2 de outubros de 1873, “Crêa Commissões de exames geraes de preparatorios nas Provincias onde não ha Faculdades”. Disponível: Senado Federal. http://www6.senado.gov.br/legislacao/ ListaPublicacoes.action?id=83350&tipoDocumento=DEC&tipoTexto=PUB. Acesso: 09/09/2012. 28
Relatorio do Presidente da Província João J. Pedrosa á Assembléia Legislativa do Paraná, em 16 de fevereiro de 1881. Curityba: Typ. Perseverança, 1881. p.105. 29
Relatorio do presidente da Província Frederico J. C. A. Abranches à Assembléa Legislativa do Paraná, em 15 de fevereiro de 1874. Curityba: Typ. da Viuva Lopes, 1874. p.22-23. 30
31
Idem. p.42-43 e 47.
32
PRIMITIVO, M. 1938. op. cit. p. 301.
Lei Provincial n.° 456, de 12 de abril de 1876. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. p.265-288. 33
Relatorio do Presidente da Provincia Adolpho Lamenha Lins à Assemblea Legislativa do Paraná, em 15 de fevereiro de 1876. Curityba: Typ. da Viuva Lopes, 1876. p.52. 34
35
Idem. p.53.
36
Idem. p.54-55.
37
PRIMITIVO, M. 1938. op. cit. p. 312.
Relatorio do Presidente da Provincia Joaquim B. de Oliveira Junior, ao passar a administração ao Vice-Presidente, Jesuino Marcondes de Oliveira e Sá, em 7 de fevereiro de 1878. Curityba: Typ. da Viuva Lopes, 1878. p.34-35. 38
Relatorio do Presidente Manuel P. S. Dantas Filho ao passar a administração ao Presidente da Província João José Pedrosa, em 4 de agosto de 1880. Curityba: Typ. Perseverança, 1880. p.12. 39
40
Idem. p.12.
Ato n.º 287, de 1884: Regulamento para a construção de casas escolares. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. p.401-402. 41
Relatorio do Presidente da Província Carlos Augusto de Carvalho á Assembleia Legislativa do Paraná, em outubro de 1882. Curityba: Typ. Perseverança, 1882. p.89.
Paraná. Curytiba: 1892. p.16. [s.n.t.] Relatorio do Presidente da Provincia Joaquim d’Almeida Faria Sobrinho á Assembléia Legislativa do Paraná. Curityba: Typ. Da Gazeta Paranaense, 1888. p.108. 44
45
Mensagem do 1º Vice-Governador do Estado Vicente M. da Silva Lima ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1º de maio de 1894. Curytiba: Impressora Paranaense, 1894. p.7-9. 46
Mensagem do Governador do Estado ao Congresso Legislativo do Paraná, em 13 de novembro de 1895. Curityba: Impressora Paranaense, 1894. p.7.
47
Relatorio do Superintendente Geral do Ensino Publico do Estado Victor F. do Amaral e Silva ao Secretario do Interior, Justiça e Instrucção Publica do Paraná Caetano Alberto Munhoz, em 29 de novembro de 1894. Curityba: Typ. Lith Companhia Impressora Paranaense, 1894. p.4. 48
DALLABRIDA. Norberto. A reforma Francisco Campos e a modernização nacionalizada do ensino secundário. Revista EDUCAÇÃO. v.32, n.2. Porto Alegre: 2009. p. 185 49
Mensagem do Governador do Estado José P. Santos Andrade ao Congresso Legislativo do Paraná, em 31 de outubro de 1896. Curityba: Typographia Modelo, 1896. p.5. 50
Mensagem do Governador do Estado José P. Santos Andrade ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1º de fevereiro de 1899. Curytiba: Typ. d’A Republica, 1899. p.11-12. 51
Relatorio do Superintendente Geral do Ensino Publico do Estado Victor F. do Amaral e Silva. 1894. op. cit. p.4. 52
Relatorio do Superintendente Geral Ensino Publico do Estado Victor F. do Amaral e Silva ao Secretário do Interior, Justiça e Instrucção Publica do Paraná, em 31 de dezembro de 1902. In: Relatorio do Secretario de Estado dos Negócios do Interior, Justiça e Instrucção Pública e annexos Octavio F. do Amaral e Silva ao Governador do Paraná Francisco Xavier da Silva, em 31 de dezembro de 1902. Curytiba: Typ. d’A Republica, 1903. p.39-40. 53
CASTRO, Elizabeth A. de. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná (1853 - 1955). Curitiba:2010. Tese. Doutorado em História da Universidade Federal do Paraná. Anexos. 54
55
Regulamento Organico do Ensino Publico do Paraná. Curytiba: Typ. do Diario Official, 1912. p. 40-44.
56
Codigo de Ensino do Estado do Paraná. Decreto nº 17, de 1917. Coritiba: Typ. d’A Republica, 1917.
57
CASTRO, E. A. 2010. op. cit. p.57-58.
42
43
97
Mensagem do Governador do Estado Francisco Xavier da Silva ao Congresso Legislativo do
Lei n.°734, de 22 de outubro de 1883. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op. cit. p.366-367.
Em 1917, a reforma do Curso Normal, definiu normas próprias e a separação das aulas com o Ginásio Paranaense, embora as duas instituições utilizassem os mesmos professores e sede. O Curso Normal que tinha três anos de duração, passou a ter quatro. IWAYA. Marilda. Cenário e palco para a Instrução. In: BENCOSTTA, M. L. (Org.) História da Educação, arquitetura e espaço escolar. São Paulo: Cortez, 2005. p.174.
71
Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas. op.cit. 1945. p.7.
72
Relatório do Diretor do Depto. de Obras Públicas do Paraná, decênio 1932-1942. Curitiba: 1942. [s.n.t.]
73
DALLABRIDA, N. 2009. op. cit. p. 188.
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1º de fevereiro de 1928. Curityba, 1928. [s.n.t.] p.250-252 e 110.
Lei Estadual n.° 170, de 14 de dezembro de 1948, Dispõe sobre a organização e atribuições da Secretaria de Educação e Cultura, composta pelos Depto. de Administração, da Cultura, do Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais, Instituto de Educação, Colégio Estadual, Museu Paranaense e Conselho de Educação e Cultura. In: Diário Oficial. 23 de dezembro de 1948. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado, 1948. p. 1-2.
58
59
60
Idem. p.211-212.
O art. 4° da Lei n.º 734, de 1883, determina que “as construções dos edificios menores serão executadas de modo que possam ser estas ampliadas sem inconveniente, quando o aumento de alunos o exigir. In: MIGUEL, M. E. B; MARTIN, S. D. 2004. op.cit. p.366-367. 61
Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas ao Presidente da Republica Getulio Vargas, exercício de 1932 a 1944. Curitiba: 1945. Mimeo. p.7. 62
Congresso de Ensino. Jornal Gazeta do Povo. Curytiba, 11 de novembro de 1926. In: COSTA, Maria J. F. F. da. Lysimaco Ferreia da Costa. A dimensão de um homem. Curitiba: Imprensa da UFPR, 1995. p.234. 63
A Grande Parada Escolar da Praça da Universidade. Jornal Gazeta do Povo. Curytiba: 19 de dezembro de 1926. Idem. p.238.
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65
Primeira Conferência Nacional da Educação. Cursos e conferências. Idem. p.293.
74
RATACHESKI, Alir. Cem anos de ensino no Estado do Paraná. In: Álbum Comemorativo do 1º Centenário da Emancipação Política do Paraná. Curitiba: Governo do Paraná: Câmara de Expansão Econômica do Paraná, 1953. p. 35. 75
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1950. [s.n.t.] p.157. 76
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1949. [s.n.t.] p. 113. 77
78
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion ao povo do Paraná. Curitiba: 1950. [s.n.t.] p.16
79
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion. 1950. op. cit. p.186.
66
Decreto Federal n.° 16.782 A, de 1925: Estabelece o concurso da União para a difusão do ensino primário, organiza o Depto Nacional de Ensino, reforma o ensino secundário e o superior e dá outras providências. Disponível: CAMARA DOS DEPUTADOS. http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decret/19201929/decreto-16782-a-13-janeiro-1925-517461-norma-pe.html. Acesso: 27/09/2012.
Depto. de Edificações do Paraná. Carta convite nº 9 para a conclusão do edifício destinado a Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia, em Ponta Grossa - ex-Ginásio Estadual. In: Diário Oficial. Curitiba: Imprensa Oficial, 21 de maio de 1953 - p. 4-5. Edifício que permanece abrigando um campus da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
67
Decreto Federal n.° 19.890, de 1931: Dispõe sobre a organização do ensino secundário. Disponível: SENADO FEDERAL. http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=40440&tipoDocum ento=DEC&tipoTexto=PUB. Acesso: 27/09/2012.
81
Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas ao Presidente da Republica Getulio Vargas, exercício de 1932 a 1939. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1939. p.8
A escola foi criada por intermédio do Decreto Estadual n.° 336, de 1945. SEED. Colégio Estadual Vicente Rijo - histórico. Disponível: http://www.ldavicenterijo.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo. php?conteudo=1. Acesso: 27/09/2012.
68
Mensagem do Interventor Federal do Estado Manoel Ribas à Assembléia Legislativa do Paraná, em 1º de setembro de 1937. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1937. p.78. 69
70
Idem. p.78.
80
SEED. Instituto de Educação Estadual de Londrina - histórico. Disponível: http://www.ldaieelondrina. seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1. Acesso: 27/08/2012.
82
A escola, já denominada Colégio Estadual Vicente Rijo, transfere sua sede em 1983. O edifício antigo foi ocupado pelo Colégio Estadual Marcelino Champagnat. Disponível: http://marcelinochampagnat.com. br/historia.php. Acesso: 27/09/2012. 83
98
Atualmente tem a denominação de Colégio Estadual Rodrigues Alves. SEED. Colégio Estadual Rodrigues Alves - histórico. Disponível: http://www.jivrodrigues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo. php?conteudo=1#ancora%202. Acesso: 27/08/2012. 84
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DALLABRIDA. N. 2009. op.cit. p. 186.
RELAÇÃO DE FIGURAS, FOTOS, MAPA, QUADRO e TABELA Figura 1 Planta do antigo Liceu de Curitiba. Fonte: Estado do Paraná. Curityba: 1905. Plantas dos edifícios públicos - Escola Tiradentes, Escola Carvalho, Escola Oliveira Bello e Secretaria de Finanças - apresentadas em uma prancha. Levantamento arquitetônico. Figura 2 Planta do antigo Paço da Assembleia. Idem. Figura 3 Planta do Instituto Paranaense e Escola Normal. Fonte: STRAUBE, Ernani C. Do Liceu de Coritiba ao Colégio Estadual do Paraná 1846-1993. Curitiba: Fundepar, 1993. Figura 4 Quadro Comparativo de docentes e alunos matriculados nas escolas isoladas subvencionadas do Paraná 1900-1924. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 1924- 1925. Curityba: Livraria Mundial, 1925. Figura 5 Plantas das escolas públicas paranaenses construídas na década de 1930, pertencentes à família de projetos padronizados. Fonte: CASTRO, Elizabeth A. de. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná (1853 - 1955). Curitiba: 2010. Tese Doutorado em História da Universidade Federal do Paraná. Figura 6 Plantas da Escola Normal de Jacarezinho. Fonte: Relatório do Diretor do Depto. de Obras e Viação Ângelo Lopes ao Secretario da Fazenda e Obras Publicas Othon Mader. Curitiba: 1935. [s.n.t.] Figura 7 Plantas do Ginásio Estadual de Ponta Grossa, depois Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Ginásio Estadual de Ponta Grossa. Curitiba: 22 de outubro de 1949. Plantas dos pavimentos térreo, primeiro e segundo, apresentadas em três pranchas. Projeto arquitetônico. Figura 8 Fachada frontal do Ginásio Estadual de Ponta Grossa. Fonte: Universidade do Paraná. São Paulo: Serviço dos Países. s/d. Figura 9 Fachada frontal do Colégio Estadual de Itu. Fonte: Revista Acrópole. Arquitetura, Urbanismo e Decoração. Ano IX, n.° 98. São Paulo: junho de 1946. p.55.
Figura 10 Fachada principal do projeto-tipo de grupo escolar com quatro e seis salas de aula. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Grupo Escolar do Boqueirão. Curitiba: 18 de abril de 1947. Plantas de implantação e do pavimento térreo e elevação em uma prancha. Projeto arquitetônico. Figura 11 Plantas do Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina. Curitiba: 11 de agosto de 1948. Plantas dos pavimentos térreo e superior e fachada, em duas pranchas. Projeto arquitetônico. Figura 12 Fachada frontal do Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina. Idem. Figura 13 Plantas dos Ginásios Estaduais de Antonina e Palmeira. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Ginásio Estadual de Antonina e de Palmeira. Curitiba: 06 de julho de 1948. Plantas dos pavimentos térreo e superior e fachada, em duas pranchas. Projeto arquitetônico. Figura 14 Fachada frontal dos Ginásios Estaduais de Antonina e de Palmeira. Idem. Figura 15 Fotografias do Grupo Escolar Eduardo Carlos Pereira, São Paulo - 1946. Fonte: Revista Acrópole. Arquitetura, Urbanismo e Decoração. Ano IX, n.° 97. São Paulo: maio de 1946. p.33. Figura 16 Plantas do Grupo Escolar Eduardo Carlos Pereira, São Paulo - 1946. Idem. Figura 17 Plantas dos grupos escolares de Jaguariaíva e Londrina, depois ginásios estaduais. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Grupo Escolar de Jaguariaíva. Curitiba: 18 de junho de 1947. Plantas dos pavimentos térreo e superior e fachada principal apresentadas em três pranchas. Projeto arquitetônico. Figura 18 Fachada frontal dos grupos escolares de Jaguariaíva e Londrina, depois ginásios estaduais. Idem. Figura 19 Plantas do Ginásio Estadual de Ribeirão Claro. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Grupo Escolar com 8 salas - projeto tipo. Curitiba: 23 de agosto de 1948. Plantas do pavimento Figura 20 Fachada frontal do Ginásio Estadual de Ribeirão Claro. Idem. Figura 21 Plantas do Grupo Escolar de Bandeirantes, depois Ginásio Estadual. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Grupo Escolar com 12 salas - projeto tipo. Curitiba: 22 de setembro de 1948. Plantas e fachada em duas prancha. Projeto arquitetônico. Figura 22 Fachada frontal do Grupo Escolar de Bandeirantes, depois Ginásio Estadual. Idem. Página 56 Professores normalistas do Grupo Escolar Presidente Pedrosa, em Curitiba - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Foto 1 Vista panorâmica de Curitiba - 1903. Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Foto 2 Antigo Paço da Assembleia, Curitiba - s. d. Acervo: Museu Paranaense. Foto 3 Instituto Paranaense e Escola Normal, Curitiba - s. d. Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
Foto 4 Foto 5 Foto 6 Foto 7 Foto 8 Foto 9 Foto 10 Foto 11 Foto 12 Foto 13
Foto 14 Foto 15 Foto 16 Foto 17 Foto 18 Foto 19 Foto 20 Foto 21 Foto 22 Foto 23 Foto 24 Foto 25 Foto 26 Foto 27
Idem. Acervo: Colégio Estadual do Paraná. Escola Oliveira Bello, Curitiba. Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Escola Manoel Pedro, Lapa - 1926. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Ginásio Paranaense, Curitiba - s. d. Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Grupo Escolar Dr. Xavier da Silva, Curitiba - s. d. Acervo: Colégio Estadual Xavier da Silva. Escola Normal de Curitiba - 1922. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Escola Normal de Ponta Grossa - 1924. Fonte: Relatorio do Inspector Geral do Ensino Cesar P. Martinez ao Secretario Geral do Paraná. Curityba: Typ. da Penitenciaria do Estado, 1924. Escola Normal de Paranaguá - s. d. Acervo: Instituto de Educação Caetano Munhoz da Rocha. Grupo Escolar D. Pedro II, Curitiba - final da década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Antiga Escola Normal de Ponta Grossa - 1953. Fonte: RATASCHESKI, Alir. Cem anos de ensino no Estado do Paraná. In: Álbum Comemorativo do 1º Centenário da Emancipação Política do Paraná. Curitiba: Governo do Paraná: Câmara de Expansão Econômica do Paraná, 1953. Ginásio Regente Feijó, Ponta Grossa - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Grupo Escolar de Foz do Iguaçu - década de 1920. Idem. Grupo Escolar de Cambará - década de 1920. Idem. Parada escolar na Praça Santos Andrade, Curitiba - dezembro de 1926. Idem. Idem. Grupo Escolar de Irati. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Grupo Escolar de Rio Negro - década de 1940. Idem. Grupo Escolar de Araucária - década de 1940. Idem. Grupo Escolar de Pinhalão - década de 1940. Idem. Vista geral do Ginásio Rui Barbosa, em Jacarezinho - década de 1940. Acervo: Depto. de Estradas e Rodagem. Vista geral do Ginásio Rui Barbosa, em Jacarezinho - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Vista posterior do Ginásio Rui Barbosa, em Jacarezinho - década de 1940. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Auditório do Ginásio Rui Barbosa, Jacarezinho - década de 1940. Idem. Vista do pátio interno do Ginásio Rui Barbosa, Jacarezinho - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado.
Foto 28
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa - s. d. Acervo: Biblioteca Pública do Paraná. Foto 29 Faculdade de Farmácia, Odontologia e Filosofia de Ponta Grossa - 2012. Fotografia: Athon Namur Gallera. Foto 30 Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa - 1962. Acervo: Museu da Imagem e do Som. Foto 31 Grupo Escolar do Boqueirão, Curitiba - 1950. Fonte: A concretização do Plano de Obras do Governador do Paraná Moysés Lupion. 1947-1950. Curitiba: 1950. Foto 32 Ginásio Estadual de Santo Antônio da Platina - s. d. Acervo: Colégio Estadual Rio Branco. Foto 33 Colégio Estadual Rio Branco - s. d. Idem. Foto 34 Antigo Ginásio Estadual de Palmeira - s. d. Acervo: Colégio Estadual Alberto Gonçalves. Foto 35 Ginásio Estadual de Antonina - s. d. Acervo: Colégio Estadual Moysés Lupion. Foto 36 Ginásio Estadual de Jaguariaíva - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Foto 37 Colégio Estadual Rodrigues Alves, Jaguariaíva - s. d. Acervo: Colégio Estadual Rodrigues Alves. Foto 38 Colégio Estadual Marcelino Champagnat, Londrina - s. d. Acervo: Colégio Estadual Marcelino Champagnat. Foto 39 Idem. Foto 40 Antigo Ginásio Estadual de Ribeirão Claro - s. d. Acervo: Escola Estadual Dr. João Rocha Chueiri. Foto 41 Ginásio Estadual de Bandeirantes - 1953. Acervo: Biblioteca Pública do Paraná. Mapa 1 Mapa discriminativo das escolas do Paraná - 1925. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 19241925. Curityba: Livraria Mundial, 1925. Mapa 2 Edifícios projetados e construidos para Ginásios e Escolas Normais no Paraná entre 1903 e 1960. Base cartográfica: Max Gaia Consultoria em Gestão Ambiental e do Território. Quadro 1 Escolas Normais Secundárias, Cursos Normais Regionais, Ginásios, Colégios criados no Paraná entre 1944 e 1950. Fonte: Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion à Assembléia Legislativa do Paraná em 1957. Curitiba: 1957. p.130-134. Tabela 1 Ginásios, Escolas Normais e Colégios Públicos projetados e construídos no Paraná entre 1850 e 1954. Fontes: Mensagens e Relatórios Secretariais do Governo do Paraná. Página 101 Professores normalistas do Grupo Escolar Professor Cleto, em Curitiba - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa.
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A formação do trabalhador e o cuidado aos desvalidos: Escolas Profissionais
A preocupação com a formação de mão de obra no Brasil torna-se, em 1808, um assunto de Estado quando D. João VI, organiza o Colégio das Fábricas, considerado o primeiro estabelecimento instalado pelo poder público, com o objetivo de atender à educação dos artistas e aprendizes vindos de Portugal.1 Contudo, o ensino de ofícios no país desenvolveu-se especialmente em estabelecimentos militares, nos arsenais da Marinha e do Exército, e nas instituições assistenciais voltadas para crianças órfãs e abandonadas. O orfanato Casa Pia de São José, em Salvador, já no ano de 1819 enviava seus internos para o aprendizado no trem da Capitania, em cujas oficinas fabricavam e consertavam os armamentos do Exército. Em seguida, entre 1840 e 1865, foram instituídas dez casas de Educandos Artífices, sendo que a primeira, no Pará, estabeleceu o modelo para as demais: a instituição, sem oficinas, enviava seus alunos “em formação militar”, para locais de produção. Esta tendência do ensino de ofícios para os desvalidos teria continuidade com a criação, por D. Pedro II, em 1854, do Instituto dos Meninos Cegos, com oficinas para o aprendizado de tipografia e encadernação e o Instituto de Surdos Mudos, em 1856, voltado para a sapataria, encadernação, pautação e douração. Em 1857, seria inaugurado o Asilo dos Meninos Desvalidos (abandonados, vadios e mendigos), no Rio de Janeiro, orientado para o ensino de encadernador, alfaiate, funileiro, carpinteiro, marceneiro, ferreiro, serralheiro e sapateiro entre outros.2 No Paraná, em 1857, há referência a um “Asilo de Educação para a infancia desvalida”, dedicado aos dois sexos, gratuito, com ensino primário e de “alguma arte ou officio”, onde a “orfandade desvalida ache na educação, instrucção e aprendizagem de officios úteis, infalível preservativo contra males da alma” e se “torne, em vez de indivíduos perigosos e predispostos ao crime, cidadãos úteis a si e á sociedade”.3
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Neste ano, A Lei Provincial n.° 21, estabelece a “Inspectoria Geral da Instrucção Publica”, e autoriza no Art. 6° a organização “para ambos os sexos, de asilos de indigentes ou mistos; aos primeiros do sexo masculino poderá adicionar o ensino de oficios mecânicos”.4 Ainda o Regulamento Orgânico da Instrução Pública, de 1876, no Cap. III, art. 14, determina que o governo, julgando conveniente poderá criar aulas de comércio, de agricultura ou quaisquer outras de ensino profissional no Instituto, submetendo o seu ato à aprovação do corpo legislativo Provincial.5 Todas as instituições a serem instaladas no início do século XX – destinadas a acolher menores carentes ou abandonados e a incutir, pela educação, o hábito do trabalho – atendem às propostas do alfabetismo técnico, realizado nas escolas profissionais, sob orientação direta do governo central. Em tal perspectiva, o Instituto Disciplinar de São Paulo, de 1902, para menores delinquentes, compartilhava a crença da regeneração pelo trabalho, tendo em seu regulamento o objetivo de incutir “hábitos de trabalho e educar, fornecendo instrução literária, profissional e industrial de preferência agrícola”.6 Eram instituições profissionais que realizavam, de forma geral, uma aprendizagem assistemática do conhecimento técnico, transmitido nas oficinas de maneira empírica e constituído pela notação alfabética e matemática básica. Destinadas aos desvalidos, representam uma das tendências para o desenvolvimento do ensino técnico profissional. Outra vertente encontra-se nos Liceus de Artes e Ofícios, a partir da segunda metade do século XIX, inspirados nos Liceus de Artes franceses – criados a partir da Revolução Francesa – com objetivo de promover o ensino de desenho aplicado aos ofícios industriais. O Liceu do Rio de Janeiro foi organizado em 1858 pela Sociedade Propagadora, formada por industriais, visando “formar artífices da indústria nacional e os operários aperfeiçoados de que ela tanto
assistencial; as que seguiam o modelo do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, com ênfase nas belas artes; as que tinham como referência o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, voltado para a instrução; as Escolas de Aprendizes Artífices, da década de 1910; e as Escolas de Trabalhadores Rurais, a partir de 1930.
Foto 1
Interno na oficina de marcenaria da Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido, em Curitiba - s. d.
necessitava para o progresso próprio e do país”. Por sua vez, a Sociedade Propagadora da Instrução Popular de São Paulo, em 1872, organiza o Liceu de Artes e Ofícios, com o objetivo de “ministrar gratuitamente ao povo os conhecimentos necessários às artes e ofícios, ao comércio, à lavoura e às indústrias. De 1884 em diante, receberia auxílio financeiro do Governo do Estado, da Princesa Isabel e do Imperador D. Pedro II, entre outros”. Em prédio próprio, já em 1900, abrigava os cursos de instrução primária e artística e, em 1901, o Ginásio.7 Os liceus, portanto, tinham como objetivo preparar a mão de obra operária urbana e rural. As escolas profissionais iniciadas no século XIX permaneceram, até meados do XX, ministrando o alfabetismo técnico e compreendendo cinco vertentes: as destinadas aos menores desvalidos e de caráter
Em 1906, ocorre a consolidação do ensino técnico industrial no Brasil. O Presidente do Rio de Janeiro, Nilo Peçanha, pelo Decreto n,° 787, instala quatro escolas profissionais naquela unidade federativa: Campos, Petrópolis, Niterói e Paraíba do Sul, sendo as três primeiras, para o ensino de ofícios, e a última, para a aprendizagem agrícola. Neste mesmo ano, ocorre o “Congresso de Instrução”, que encaminha ao Congresso Nacional o “projeto de promoção do ensino prático industrial, agrícola e comercial”, a ser mantido com o apoio conjunto do Governo da União e dos Estados, para a instalação de campos e oficinas escolares, onde os alunos dos ginásios seriam habilitados, como aprendizes, no manuseio de instrumentos de trabalho. Ainda em 1906, Afonso Pena, Presidente da República, no discurso de posse, em 15 de novembro, afirma que “a criação e multiplicação de institutos de ensino técnico e profissional muito podem contribuir também para o progresso das indústrias, proporcionando-lhes mestres e operários instruídos e hábeis”.8 Até 1934, são instituídos os mecanismos legais para expansão do ensino industrial, e a Constituição brasileira de 1937 será a primeira a tratar especificamente do ensino técnico, profissional e industrial, estabelecendo no Art.129: A infância e à juventude, a que faltarem os recursos necessários à educação em instituições particulares, é dever da Nação, dos Estados e dos Municípios assegurar, pela fundação de instituições públicas de ensino em todos os seus graus, a possibilidade de receber uma educação adequada às suas faculdades, aptidões e tendências vocacionais. O ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos
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favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público.9
Pela Lei Federal n.° 378 do mesmo ano, as Escolas de Aprendizes e Artífices transformam-se em Liceus Profissionais, orientados para o ensino profissional, de todos os ramos e graus” que, com a Reforma Capanema de 1941, passou a ser considerado de nível médio. Estabeleceuse o exame de admissão para ingressar nas escolas industriais e os cursos foram divididos em dois níveis, correspondentes aos dois ciclos do novo ensino médio. O primeiro compreendia os cursos básico industrial, artesanal, de aprendizagem e de mestria e o segundo, correspondia ao curso técnico industrial, com três anos de duração e mais um de estágio supervisionado na indústria, e várias especialidades.
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O Decreto nº 4.127, de 1942, irá transformar as Escolas de Aprendizes e Artífices em Escolas Industriais e Técnicas, passando a oferecer a formação profissional em nível equivalente ao do secundário. Inicia-se, formalmente, o processo de vinculação do ensino industrial à estrutura da educação nacional permitindo aos alunos formados nos cursos técnicos ingressar no ensino superior em área equivalente à da sua formação.10 Seguindo as diversas tendências, são organizadas no Paraná várias instituições de ensino profissional durante a primeira metade do século XX. As primeiras iniciativas utilizam como sede, edifícios existentes, mas a partir da década de 1920, tais atividades passam a ocupar prédios projetados e construídos especialmente para estas finalidades.
Foto 2 Foto 3
Internos na oficina da Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido, em Curitiba - s. d.
Paraná, contando com 61 alunos e 38 alunas. Mantinha especialização em desenho artístico, arquitetura, escultura, pintura, gravura, mecânica, tipografia, litografia, fotografia, desenho aplicado, encadernação, marcenaria e funilaria. No ano seguinte, a Câmara Municipal de Curitiba concede um “vasto terreno”, na Praça Eufrásio Correia, para a construção do “edifício modelo”, o Palácio da Cultura, que abrigaria a nova sede da Escola de Artes e Indústrias do Paraná. Contudo, o Governo do Estado destina o local para o Congresso Estadual e a Usina de Luz Elétrica. Em 1892, solicita a Assembleia Legislativa um novo terreno, isenção de impostos e subvenção anual para a concretização da proposta de Mariano de Lima.12 Apesar de todos os esforços, a obra não é executada.
Foto 4
Fachada frontal da Escola de Artes e Indústrias do Paraná instalada nas dependências da Escola Carvalho, em Curitiba - final do século XIX.
Escola de Desenho e Pintura e Escola Profissional Feminina
O projeto arquitetônico, de 12 de setembro de 1890, foi premiado com medalha de ouro na Exposição Universal de Chicago, em 1893. Tratase de edifício de três pavimentos, de base quadrada, com um amplo
Foto 5
Secretaria e Arquivo da Escola de Artes e Indústrias do Paraná - final do século XIX.
Seguindo a orientação do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, em 22 de julho de 1886, Antonio Mariano de Lima inicia as aulas de desenho e pintura em uma das salas do Instituto Paranaense, com subvenção do governo provincial. Voltada para o ensino artístico e profissional, em 30 de julho de 1889, a aula de desenho e pintura passou a funcionar como Escola de Desenho e Pintura nas dependências da “Escola Carvalho”.11 Estava organizada com cursos gratuitos, horário favorável aos operários, para ambos os sexos e todas as idades, baseada na convicção do ensino profissional desde a formação primária. Ainda em 1889, a Escola de Desenho e Pintura passa a denominar-se Escola de Artes e Indústrias do
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saguão. Este elemento central da composição apresenta o pé-direito total do edifício sendo finalizado por uma imponente cúpula, acentuando a verticalidade do conjunto. O partido – com caráter monumental que enfatiza a importância da instituição – é propagado pelos manuais e tratados de arquitetura, sendo muito frequente em edificações públicas de finalidade cultural, como museus e bibliotecas. Nos fundos, foi justaposto um prisma de base semicircular com dois pisos e possibilidade de colocação de mais um. O programa arquitetônico atenderia às
em laboratorios e observatorios, devidamente montados, de desenho, architectura, gravura, lithografia, esculptura, pintura, muzica, sendo cada um destes dividido em, pelo menos, quatro materias ou cadeiras, mais ou menos uns pelos outros. E as officinas de marcenaria, calderaria, machinaria, serralheria, fundição, alfaiataria, sapataria, typographia e outras que o proponente ou empreza julgue conveniente, cujas proporções em tamanho de officina e respectivo pessoal serão dadas a entendimento dos mesmos, desde que não seja para menos de forma a prejudicar o ensinamento dos alumnos. Bem como bibliotheca e muzeo correspondentes, que, por sua vez, serão divididos em seis ou mais secções. Não esquecendo todo o pessoal preciso a um tal Estabelecimento, como directoria, etc.13
aulas theoricas, theoricas-praticas e praticas divididas nos seguintes grupos: linguas, mathematicas, sciencias naturaes e physicas, leccionadas
Projeto arquitetônico da nova sede da Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná, elaborado por Antônio Mariano de Lima, em 1890
Figura 1
Planta do pavimento térreo.
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Figura 2
Planta do primeiro pavimento.
Figura 3
Planta do segundo pavimento.
Figura 4
Figura 5
Fachada frontal.
Fachada lateral.
Em 1899, na sede inicial, já havia frequentado a escola 2.448 alunos, dos quais 1.482 homens e 966 mulheres. Em 1900, passa denominarse Escola de Belas Artes e Indústria do Paraná e, dois anos após, a Pinacoteca Paranaense é anexada à Instituição.14
Estado dos Negócios do Interior, Justiça e Instrução Pública informa que a instituição dirigida por Maria Aguiar de Lima tem “um número excessivo de matriculas”, constituído de “filhas de abastados assim como dos de menores recursos”.16 Desde1912, os cursos foram autorizados a serem “desdobrados de modo a transformar-se opportunamente em Escola Profissional Feminina17, mas somente em 1917 será efetivado.
Com a saída de Mariano de Lima em 1902, sua esposa, Maria da Conceição Aguiar Lima, assumiu a direção da escola, que então teve sua orientação alterada para dar maior ênfase à educação de artes e ofícios para mulheres – tanto que, a partir de 1917, ganhou a denominação de “Escola Profissional Feminina”.15
A Escola de Belas Artes e Indústria do Paraná registrou, em 1910, 302 alunos, sendo “191 moços e 111 moças” e, em 1914, o Secretário de
Decreto n. 548, de 8 de agosto de 1917, officializou a Escola Profissional Feminina, que até então era subvencionada pelos cofres estadoaes, continuando a ser dirigida pela sua antiga e competente directora, D. Maria de Aguiar Lima.18 E assim é que, actualmente reorganizada, dirigida pela provecta professora D. Maria Aguiar de Lima, orientada e fiscalisada pelo Estado, a Escola
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Figura 6
Corte transversal e detalhe.
Profissional tornou-se uma das primeiras do Brazil, no seu gênero. A matricula elevou-se a 106 alumnas, numero que augmentará no próximo anno desde que seja aproveitado para a Escola todo o prédio, onde funcciona actualmente em parte, removendo-se a Collectoria Estadual para outro edifício.19
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Em 1929, a escola estava funcionando no prédio da Rua Aquidaban – anteriormente ocupado pela seção feminina do Abrigo de Menores – oferecendo, às 252 alunas matriculadas, aulas de desenho e pintura, flores, bordados, costuras brancas e costuras em geral. As instalações contavam com quatro salas de aula, diretoria e almoxarifado. As secções de datilografia e arte culinária não funcionavam por falta de espaço e de mestres.20
No início do século XX, a Escola de Belas Artes e Indústria do Paraná é transferida para a antiga sede do Ginásio Paranaense e Escola Normal da Rua Aquidaban.
Foto 6
Fachada frontal - s. d.
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Acesso principal - s. d.
Foto 8 Foto 7
Sala de aula - s. d.
Foto 10 Foto 11 Foto 12 Foto 13
Alunas da Escola de Belas Artes e Indústria do Paraná - década de 1910.
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Foto 15
Aula de pintura - 1929.
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Aula de costura e bordado - 1929.
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Edifício que abrigou a Escola Profissional Feminina a partir de 1929. Atualmente, é sede da Escola de Música e Belas Artes do Paraná - s. d.
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Foto 17
Recreio - 1929.
Foto 18
Aula de flores - 1929.
Institutos Comercial e Agronômico, Escola Agronômica e Patronato Agrícola Em 1905, pela Lei nº 586, o governo do Estado cria o Instituto Comercial Paranaense, seguindo a orientação do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Para os 50 alunos matriculados em março de 1906, seriam ministradas as matérias de escrituração mercantil, redação comercial e noções de legislação comercial, além de inglês, alemão, francês e italiano. No mesmo ano, a Lei Estadual n.º 632 estabelece, anexo ao Instituto, um curso agronômico que, além do curso prático dos idiomas já existente, ministraria matéria sobre agronomia com exercícios práticos. Em 1907, por intermédio da Lei Estadual n.º 686, as duas escolas foram separadas. O Instituto Commercial, apesar do número de vagas que quase nunca era preenchido, e dos bons professores, sofreu continuamente com a falta sistemática dos alunos às aulas, bem como abandono do curso, gerando continuadas queixas dos professores e autoridades educacionais.21
Outro grave problema era a falta de espaço, pois ocupava somente uma sala no edifício do Ginásio Paranaense. Em 1926, a instituição muda de endereço instalando-se no piso superior do “magnífico edifício” para a nova sede da “Coletoria, Junta e Instituto Comercial e Diretoria de Águas e Esgotos”, situado à Alameda Dr. Muricy. Instituto Commercial - Nova sede A nova sede do Instituto Commercial, inaugurada em 21 de Setembro do corrente anno, no grande suptuoso edificio das Collectorias, está com todo o conforto e com capacidade para abrigar grande numero de alumnos. Mobiliadas com todo o capricho e gosto artistico, as salas de aula têm a commodidade precisa e assim também todo o material exigido para uma escola dessa natureza, que se destina a ensinar á mocidade as línguas extrangeiras e a sciencia da contabilidade, como também a stenografia e dactylografia e outros serviços praticos de escriptorio. Como escola de ensino commercial é a mais completa do Estado e se acha agora com uma installação perfeita, rivalizando mesmo com as melhores escolas congeneres do paiz. No dia seguinte ao da inauguração do edificio foi feita
Foto 19
Coletoria, Junta e Instituto Comercial e Diretoria de Águas e Esgotos, em Curitiba - 1926.
Foto 20
Detalhe do motif milieu. No pavimento superior, onde funcionava o Instituto Comercial, encontra-se a alegoria do Deus do Comércio - 2010.
mudança do material do Instituto. Que podia ser aproveitado ali, sendo enviado ao Almoxarifado restante na antiga sede, proseguindo-se as aulas em sua ordem normal e sob contentamento dos professores e alumnos.22 Apesar das optimas installações e do apparelhamento que possue e a despeito da competência do seu corpo docente, alem de tudo assiduo e trabalhador, ainda não logrou este Instituto alcançar no espirito publico a preferencia que seria para desejar. Nenhum outro estabelecimento congênere existe no Estado com um programma tão bem organizado e que se póde dizer completo. Este instituto ministra o ensino de contabilidade, calligraphia, direito e legislação commercial, Frances, inglez, allemão, stenographia e dactylographia em dois annos, divididos em 4 semestres.23
Em 1929, com 241 alunos matriculados, o Instituto Comercial passa a funcionar, “no 1° andar do prédio da Rua Pedro Ivo, n.° 70, em salas adaptadas para o funccionamento das aulas, tendo sido apparelhado com todo o mobiliario preciso”.24
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No ano de 1906, por intermédio do Decreto n.° 88, organiza-se o Instituto Agronômico subordinado à Secretaria de Estado dos Negócios de Obras Públicas e Colonização. Em 17 de julho do mesmo ano, o estabelecimento é inaugurado no Campo de Experiências do Bacacheri, situado a quatro quilômetros de Curitiba, com a proposta de realizar, juntamente com o Posto Agrícola de Ponta Grossa, “experiencias agricolas e demonstrações praticas dos methodos e processos agricolas conhecidos”. Consistia em uma instituição de pesquisa que deveria ser acompanhada de uma escola agrícola, de acordo com o Decreto Estadual n.° 359, de 1906, o qual não será executado. O diretor do Instituto Agronomico, registra a intenção de abrir, em janeiro de 1908, “uma aula pratica de tudo que abrange a Agricultura, horticultura e silvicultura” e, mais tarde, “um curso zootechnico que comprehenderá o ensino do conhecimento dos animais, de sua exploração, hygiene e alimentação”.25 Contudo, não há notícias sobre a implantação da escola. As atividades dos “estabelecimentos agrícolas do Estado”, em 1909, passam a integrar os relatórios da Secretaria de Finanças, Comércio e Indústrias.26 Três anos após, é criada a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, a qual, entre seus diversos objetivos, deverá estabelecer e superintender “o ensino profissional correlativo em seus diversos gráos, por meio de escolas especiaes, de professores ambulantes, em campos de experiências e demonstração, especializados conforme a peculiaridade de cada zona agrícola, que attenda o commercio em suas multiplas relações e necessidades”. Uma das primeiras propostas consiste na instalação, “nas vizinhanças de Coritiba, de uma escola pratica de agricultura e pecuária, annexa a uma fazenda modelo onde se plante o trigo, o feijão e o linho e onde se cuide da avicultura, da creação de gado vaccum, cavallar, ovino e suíno”.27 No início de 1917, o Governo Estadual comunica a Assembleia Legislativa sua intenção em converter o Instituto
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Agronômico do Bacacheri em “escola pratica, prestando inestimaveis serviços á cultura racional dos diversos productos agricolas”.28
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Residência do Diretor do Instituto Agronômico, no Bacacheri - 1912.
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Estrebaria - 1912.
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Posto Agrícola - 1912.
No ano de 1920, forma-se na Universidade do Paraná a primeira turma de engenheiros agrônomos. O curso, com 44 alunos, passa a contar com o Campo de Experiências do Bacacheri para as suas atividades práticas.29 Ainda no mesmo ano, são inauguradas, naquele Campo e de acordo com decreto Federal n.° 12.893, de 1918, as instalações do Patronato Agrícola, com o objetivo de disciplinar e profissionalizar menores abandonados e delinquentes do meio urbano. Subordinados ao Ministério de Agricultura Indústria e Comercio, os patronatos agrícolas, inicialmente em número de 10, deveriam se expandir e ser instalados em todas as capitais do pais. Art. 1° - O Patronato Agricola, criado pela Escola Agronomica do Paraná, com sede no Instituto Agronomico do Bacacheri, é exclusivamente destinado às classes pobres e visa a educação moral, civica, fisica e profissional de menores desvalidos e daqueles que, por insuficiencia da capacidade de educação na família, foram postos, por quem de direito, à disposição da Escola Agronomica. Art. 2° - Este Patronato constitui, em seu conjunto, um instituto de assistencia, proteção e tutela moral dos menores compreendidos no artigo 1º do presente Regulamento, recorrendo para esse efeito ao trabalho agricola, sem outro intuito que não o de utilizar sua ação educativa e regeneradora com o fim de os dirigir e orientar até incorporálos no meio rural.30 Creado e regulamentado pelo Decreto n. 946 de 17 de Agosto inaugurou-se a 3 de Outubro do anno findo [1920], este tão útil quão humanitario estabelecimento que funcciona junto ao Campo do Bacachery e vem, desde o seu inicio, prestando inestimaveis serviços aos menores desvalidos, contribuindo para affastal-os da vereda do mal, e encaminhal-os ao trabalho, tornando-os uteis a si mesmo e a sociedade. Recebem ahi esses menores, gratuittamente, alimentação, vestuario, calçado, cuidados medicos, instrucção primaria, ensinamentos de moral e religião, sendo ainda sujeitos ao ensino profissional agricola, em que se applicam a maior parte do dia.
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Foto 24
Patronato Agrícola da Escola Agronômica do Bacacheri - década de 1920.
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A Escola Agronômica do Paraná tem mantido com toda a regularidade o funccionamento do Patronato Agrícola do Paraná. Com uma frequência media de 20 menores, este estabelecimento de ensino agricola pratico tem prestado relevantes serviços ao Governo do Estado e á sociedade em geral, acolhendo os menores desprotegidos da sorte, para ahi encaminhados por intermedio do departamento de policia. Com os recursos actuaes e com acanhadas installações de que dispõe a Escola, para manter os menores abandonados, impossivel se torna matriculal-os em numero superior a 20. Mesmo assim, o Patronato já abrigou e prestou carinhosa assistência moral e material e instrucção primaria a 190 menores, desvalidos na sua maior parte, desde a sua fundação em setembro de 1920. Os menores matriculados comparecem ás aulas das 8 ás 10 horas, ficando reservado o periodo da tarde para os diversos trabalhos practicos no campo da cultura, no estábulo, nas estrebarias, nos viveiros, na horta e nas outras dependências do Campo Experimental do Bacachery.32
Durante boa parte da década de 1920, o Patronato Agrícola funcionou ininterruptamente e data de 1928 a última informação sobre a instituição. Em seguida, suas instalações passam a ser ocupadas pela seção masculina da Escola de Reforma cujos menores internados dividem o tempo com trabalhos agrícolas e nas oficinas de alfaiataria e sapataria.33
Figura 7
A inauguração do Patronato Agrícola é notícia de jornal - 1920. “O Patronato Agricola da Escola Agronômica do Bacachery”.
São já 23 os beneficiados pelo Patronato, dos quaes existem presentemente 20, por se terem retirados 3, devido a motivos particulares. É pensamento meu ampliar o estabelecimento, conforme indicarei quando se tratar da assistencia á infancia e aos menores desamparados.31
O terreno do Campo de Experiências do Bacacheri, na década de 1930, é desmembrado. Em parte da área instala-se uma linha de tiro e um quartel (atualmente, o 20° Batalhão de Infantaria Blindada) e na área de cultivo e pesquisa, doada ao Aeroclube, constrói-se o campo de aviação. O Governo Estadual ainda edifica no local, a Escola de Capatazes Rurais que antes de seu funcionamento é doada ao 5° Regimento de Aviação (depois, CINDACTA II).34 Em 29 de novembro de 1927, a Escola Agronômica do Paraná transfere-se para a Praça Santos Andrade, sede das Faculdades de Engenharia, Medicina e Direito da UPR e, em 1932, retira-se do Bacacheri.
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Em 1940, ocorre nova mudança, desta vez para uma sede própria: o antigo edifício da Escola de Trabalhadores Rurais, na Vila dos Funcionários.35
Escola de Aprendizes Artífices O Decreto Federal n.° 7.566, de 29 de dezembro de 1909, determinou no primeiro artigo que “em cada uma das capitaes dos Estados da Republica o Governo Federal manterá, por intermédio do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio, uma Escola de Aprendizes Artífices, destinada ao ensino profissional primário gratuito”. A instituição deveria ministrar um “ensino prático e os conhecimentos técnicos necessários aos menores que pretendem aprender um ofício” (art. 2°). A escola era definida como de nível elementar e “o alfabetismo técnico considerado necessário consistia na transmissão de noções básicas para “ler, escrever e contar” e de desenho (art. 8°). O regime adotado seria o de externato, com 6 horas
Figura 8
Decreto Federal n.° 7.566, de 23 de setembro de 1909, estabelecendo as Escolas de Aprendizes Artífices.
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de funcionamento das oficinas (art. 3°). Deveriam ser admitidos na escola preferencialmente os menores desfavorecidos da fortuna, de idade entre 10 a 13 anos, com condição de pobreza atestada por pessoas idônea (art. 6°). Até o final de 1910, foram estabelecidas 19 Escolas de Artífices nos Estados, além das de Campos e Porto Alegre, já existentes. Em 1911, o regulamento define como obrigatórios os cursos primário e de desenho, então organizados em 4 anos. Para aumentar a frequência escolar, estabelece-se o pagamento de diárias aos alunos e a caixa de mutualidade, mantida com parte das diárias e da renda líquida das oficinas, que depositadas forneceriam os uniformes, a assistência médica, ferramentas aos formandos e auxílio funerário. As escolas em todo Brasil deveriam possuir, no máximo, cinco oficinas.
Foto 26
Escola de Aprendizes Artífices - s. d.
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Escola de Aprendizes Artífices - 1912.
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No Paraná, a Escola de Aprendizes Artífices foi inaugurada em 16 de janeiro de 1910. Instalara-se em “um vasto palacete” – localizado à Praça Carlos Gomes, anteriormente ocupado pelo Conservatório de Belas Artes – alugado pelo governo estadual e colocado à disposição da União.36 Iniciou as atividades com 45 alunos, distribuídos nas oficinas de alfaiataria, serralheria, marcenaria, sapataria, seleiro e tapeceiro. No dia 16 do mez anterior foi installada n’esta capital, em prédio cedido pelo governo do Estado ao da União, a escola de Aprendizes Artifices para o ensino profissional primario e gratuito, nos termos do Decreto n° 7.566 de 23 de setembro de 1909.37 [Em janeiro de 1911, a Escola de Aprendizes Artífices matriculou] 250 alumnos, distribuidos pelas officinas de alfaiate, serralheiro, mechanico, havendo ainda uma escola de pintura decorativa.38
Em 1912, ocorre a construção de um pavilhão de madeira, com 280 m², destinado às salas de aula e oficinas. As máquinas são adquiridas entre 1909 e 1914. Desde então, a escola funciona sem investimentos. Com caráter primário e quatro anos de duração, o curso - para alunos entre 12 e 16 anos - oferecia aprendizado nas oficinas (diurno), além de instrução elementar e de desenho (noturno). A partir de 1912, todas as aulas ocorriam no período da manhã. Um novo regulamento, de 1918, altera a faixa etária (10 a 16 anos) e o curso primário passa a ter quatro anos, seguido de um complementar de dois.39 Os alunos eram, majoritariamente, carentes – sendo que os descendentes de imigrantes correspondiam a um terço do total – habitavam na periferia e voltavam para casa no horário do almoço. Neste ano, realiza-se uma reforma no ensino técnico federal. Segundo o Ministro da Agricultura Indústria e Comércio, João Gonçalves P. de Lima, “a Guerra Mundial havia alertado o país para a necessidade de
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Alunos e professores no pátio interno da Escola de Artes e Indústrias do Paraná - s. d.
Foto 28
Fonte no pátio interno e, ao fundo, pavilhões da Escola de Aprendizes Artífices - s. d.
aumentar a eficiência de nossa mão-de-obra tanto na lavoura como nas indústrias”. Para ele, o ensino técnico seria “a solução do problema operário ligado em grande parte à valorização do capital-homem pela proteção legal a infância desvalida”. Ressalta, ainda, que “a falta de um sistema generalizado e compreensivo de educação escolar gerou no seio da nossa nacionalidade estas três chagas até agora inextirpáveis, o analfabetismo, a indigência e a vagabundagem – causas de males e crimes”.40
Foto 29 Foto 30
Sala de aula - s. d.
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Internos trabalhando na oficina - s. d.
Foto 31
Sala de aula - s. d.
Foto 34
Oficina - s. d.
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Internos trabalhando na oficina de sapataria - s. d.
No Paraná, as dificuldades apontadas na Escola de Aprendizes e Artífices eram comuns as que ocorriam em todo Brasil: - prédios inadequados para uma escola profissional, - falta de mestres qualificados para o ensino industrial, - baixos salários dos empregados na escola, - grande índice de desistência dos alunos, - ausência de um programa comum, - falta de instrumentos e máquinas. Com a intenção de reorganizar o ensino ministrado nas Escolas de Aprendizes Artífices em todo pais, é criado em 1920, na esfera federal, o Serviço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico, subordinado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. As reestruturações acompanham o movimento reformista brasileiro, implantado no Paraná por Cesar Pietro Martinez. A partir da Reforma Ministerial, “a Escola de Aprendizes Artífices abandona a vertente assistencialista e dirige-se para a industrialização das escolas”. Em 1921, o diagnóstico realizado pelo novo órgão informa que “os edifícios em que funcionam as escolas [de Aprendizes Artífices] de quase todas as capitais dos estados, não se adaptam ao fim proposto; são, muitas vezes, velhos casarões do tempo colonial ou antigos armazéns ou depósitos de estradas de ferro. Com má distribuição de luz e sem acomodações próprias para aulas e oficinas”.41 A falta de recursos, de docentes e de instalações apropriadas foram
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problemas na sede de Curitiba, em toda a década de 1920. “Comunico as precárias condições do prédio já construído 18 anos atrás e que sofre pela umidade produzida pelas muitas e enormes árvores conservadas em um pequeno pátio interno”, escreve o diretor em correspondência oficial de 1928. O final dos anos de 1920 caracteriza-se pelo esforço da instituição em melhorar suas instalações físicas. Em 1928, a instituição recebe do Estado um terreno de 9.000,00m², na Avenida Sete de Setembro esquina com a Rua Desembargador Motta, onde inaugura em 1936 a sede própria. Desde o início de seu funcionamento a Escola de Aprendizes Artífices do Paraná passou por cinco alterações na sua denominação:
Foto 35
Pelotão escolar - 1932.
Foto 36
Alunos com os diferentes tipos de uniformes: formatura, passeio e trabalho - 1932.
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1909 1937 1942 1959 1978 2005
Escola de Aprendizes Artífices do Paraná; Liceu Industrial do Paraná; Escola Técnica de Curitiba; Escola Técnica Federal do Paraná; Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - Cefet-PR; Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.42
Foto 37
Nova sede da Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba - s. d.
Foto 38
Nova sede da Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba - s. d.
O conjunto arquitetônico, a partir da década de 1940, é ampliado, ocupando os terrenos em torno do edifício principal.
Figura 9
Perspectiva do projeto de ampliação da antiga Escola de aprendizes Artífices - 1947.
Foto 39 Foto 40
Novas construções da antiga Escola de Aprendizes Artífices - década de 1940.
Foto 41
Ampliação da oficina - década de 1940.
Foto 42
Refeitório - década de 1940.
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Abrigo de Menores, Escola de Preservação e Escola de Reforma
Foto 43
Parque gráfico do Liceu Industrial do Paraná- s. d.
Foto 44
Aluno da Oficina de Artes Gráficas executa tarefa em máquina de linotipia - s. d.
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Foto 45
Desfile de professores e alunos do Liceu Industrial de Curitiba na Rua Desembargador Westphalen, esquina com a Avenida Sete de Setembro - s. d.
Os poderes do Estado necessitam estudar o problema ja agora inadiavel da protecção á infancia desvalida e moralmente abandonada. A funcção tutelar, consolidada nos seus proprios fundamentos e constituindo uma grande força de cohesão, evita a morte prematura, a enfermidade e a corrupção moral, salvando existências uteis e augmentando a cooperação poderosa dos fatores econômicos. Em que pese a opinião daquelles para quem a iniciativa particular neste assumpto não tenha ainda programma definido e vontade firme, parece-me que será conveniente estimularmos essa iniciativa, prestandolhe toda a sorte de auxilio official na organisação da assistência á infancia desprotegida. Com isso conseguiremos proteger a infancia e a adolescência, que o abandono material e moral atira para o terreno do crime e da degradação, e desenvolver entre nós o nobre e elevado sentimento de solidariedade humana.43
Em 20 de dezembro de 1923, o Decreto Federal n.º 16.272 regulamenta a “Assistencia e Protecção aos menores abandonados ou delinqüentes” e determina a criação de diferentes locais de abrigo e recolhimento de menores: ABRIGO DE MENORES Cap. III, Parte Especial, Decreto Federal nº 16.272 Art. 62 - Subordinado ao Juizo de Menores, haverá um Abrigo, destinado a receber provisoriamente, até que se tenham destino definitivo, os menores abandonados e delinquentes. Art. 63 - O Abrigo compor-se-há de duas divisões, uma masculina e outra feminina, ambas subdividir-se-hão em secções de abandonados e delinquentes; e os menores serão distribuidos em turmas, conforme o gráo de perversão. Art. 64 - Os menores se occuparão em exercicio de leituras, escripta e contas, lições de cousas e desenhos, em trabalhos manuaes, gymnastica e jogos desportivos. Art. 65 - Qualquer menor que dê entrada no Abrigo, será recolhido a um pavilhão de observação, com aposentos de isolamento, depois inscriptos na secretaria, photographado, submetido á identificação e examinado pelo medico e por um professor; e ahi será conservado em observação durante o tempo necessario.
ESCOLA DE PRESERVAÇÃO Cap. IV - Dos Institutos Disciplinares, Decreto Federal nº 16.272 Art. 69 a 71 - Para menores (entre 7 e 18 anos) que estejam sob a protecção da autoridade publica e destinada a dar educação física, moral, profissional e literaria aos menores, que ali estejam recolhidos por ordem do juiz competente. ESCOLA DE REFORMA Cap. IV - Dos Institutos Disciplinares, Decreto Federal nº 16.272 Art. 74, §2°: Destina-se a receber, para regenerar pelo trabalho, educação e instrucção, os menores de mais de 14 annos e menos de 18 que forem julgados pelo Juiz de Menores e por este mandado internar.44
No Paraná, a Lei Estadual nº 2.295, de 1924 , dá cumprimento a disposição federal e, em 02 de abril de 1925, cria o cargo de Juiz Privativo dos Menores Abandonados e Delinquentes46 subordinando a esta instância as três instituições para menores.47 Neste ano, compra dois imóveis e inicia as obras de adaptação dos prédios.48 Enquanto não funccionarem em predio proprio as escolas de preservação e reforma, ficarão annexas ao “Abrigo”, assegurando-se, assim, do melhor modo a applicação dos methodos mais adequados a cada classe de menores.49
Em 25 de janeiro de 1926, o Governo do Estado inaugura os dois Abrigos para Menores - seção feminina e masculina - e o Juízo de Menores. As meninas ficam em uma casa na Rua Aquidaban e os meninos, juntamente com o Juiz, na Rua Marechal Floriano Peixoto. Realizou-se hontem a ceremonia da installação de dois Abrigos de Menores e Escolas de Preservação, benemerita instituição creada em virtude da lei n. 2380, de 2 de Abril de 1925. O Abrigo de Menores está installado á rua Marechal Floriano Peixoto n. 134, occupando o palacete Loureiro, para esse fim adquirido pelo governo do Estado e adaptado convenientemente para funccionamento do Juizo de Menores, aos alojamentos especiais do internato e ás salas de aula para meninos. (...)
O Abrigo está sob a direcção do padre Emilio Martinetto . (...) O sr. dr. Munhoz da Rocha, digno presidente do Estado, após proferir um eloquente discurso na sala de espera do edificio, sobre a creação do Instituto destinado a proteger os menores, fez entrega da chave ao dr. Pereira da Cunha, Juiz de Menores. Aberto o edificio, as autoridades presentes entraram para a sala do Tribunal, e ahi o dr. Pereira da Cunha proferiu brilhante discurso sobre a funcção do seu juizado e a creação dos abrigos e escolas, sendo muito applaudido.50
Em 1927, o Abrigo de Menores e a Escola de Preservação, seção masculina, permanecem no Palacete Loureiro: O Abrigo de Menores e a Escola de Preservação, além de furtar os menores aos vicios e desregramentos das ruas e do desamparo, incute-lhes preciosos ensinamentos de moral prepara-os para a vida em sociedade, para onde são reconduzidos na edade adulta, com conhecimentos profissionais que lhes asseguram trabalho e bem estar e ali existiam oficinas “de sapateiro, de marcineiro, de serralheiro e de alfaiate” e que naquele ano eram atendidos 175 internos.51 Os dormitorios e refeitorios são vastos e bem ordenados. Uma capella, sob a invocação de S. José, lembra aos desventurados a protecção divina, os auspícios Moraes e religiosos que os dirigirá na vida. (...) A parte terrea do edificio está destinada a primeira sala para a portaria, a segunda para o escrivão, a sala lateral esquerda para o Tribunal, o centro para refeitorio e outras salas para administração, tendo corredores, dispensa e cosinha e banheiros. Na parte superior estão installadas cem camas, cinco banheiros e as salas de aulas, departamentos amplos e tudo com rigor hygienico. Possue também um departamento para enfermarias, uma farmacia e consultorio para o medico.52
Em 1927, a Escola de Reforma, seção masculina, estava instalada provisoriamente em um imóvel alugado no Batel53 e no ano seguinte, transferiu-se para o Palacete Macedo, recentemente adquirido e adaptado, na rua Buenos Aires.54 Em 1929, a instituição muda-se para o Campo de
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Foto 46
Seção masculina do Abrigo de Menores e Escola de Preservação, em Curitiba - 1926.
Foto 47
Experiências do Bacacheri da Escola Agronômica do Paraná, ocupando as instalações do recém-extinto Patronato Agrícola.
Reforma do Canguiri, estabelecimentos que são algo mais que simples asilos de recolhimento, pois constituem educandarios completos.57
Na década de 1930, outra estrutura é montada para o atendimento ao menor e, em 1935, os meninos do Abrigo de Menores são transferidos para a Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti; e os da Escola de Reforma, para o Canguiri ou a Ilha das Cobras.55
A seção feminina do Abrigo de Menores e da Escola de Preservação foi inaugurada no mesmo dia que a masculina, 25 de janeiro de 1926.
A construcção do edificio onde se acha installada a Escola de Trabalhadores Ruraes “Dr. Carlos Cavalcanti”, typo moderno, com dois pavimentos e todas as accomodações necessárias tanto para 200 alumnos internos do Abrigo de Menores (secção masculina), os quaes farão curso de trabalhadores ruraes, como para 600 alumnos externos, que receberão instrucção igual á que é ministrada nos grupos escolares, foi iniciada e concluida em 1934.56 A assistência a menores abandonados e delinquentes do sexo masculino processa-se hoje de forma mais racional e eficiente que antes, através da Escola de Operarios Ruraes “Carlos Cavalcanti”, da Escola de Pescadores “Antonio Serafim Lopes” [Ilha das Cobras - Paranaguá] e da Escola de
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Palacete Macedo - sede da seção masculina da Escola de Reforma, em Curitiba - 1928.
O Abrigo destinado ás meninas está installado em predio espaçoso situado na rua Aquidaban, adaptado também aos fins a que se destina. Esse predio foi adquirido pelo benemerito governo do Estado e embora não possua a mesma sumptuosidade do outro destinado aos menores do sexo masculino, em todas as suas installações se nota o mesmo conforto e bom gosto. Após a entrega do Abrigo da rua Marechal Floriano, o sr. dr. Presidente do Estado com as demais autoridades e convidados, seguiram para o Abrigo da rua Aquidabam. As autoridades visitaram toda casas ficando bem impressionadas com o excellente aspecto do abrigo e escola de preservação para meninas. Esta secção está sob a direcção das Irmãs de S. Vicente. Falando nesta occasião o dr. Artur Santos, curador de menores se congratulou com o sr. dr. Presidente do Estado. Com a installação
dos serviços, destinados a prestar amparo á infancia abandonada e delinqüente, o Paraná conquistou mais uma brilhante victoria que ficará gravada nos annaes da historia do nosso Estado, como um dos maiores e mais relevantes serviços prestados pelo sr. Munhoz da Rocha, na Presidencia do Estado.58
Foto 48
Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti - 1935.
Com a installação dos Abrigos de Menores e das Escolas de Preservação e de Reforma para os dois sexos, realizada com toda solenidade no dia 25 de Janeiro preterito, resolve o Paraná satisfactoriamente o momentoso problema de assistencia aos menores abandonados e delinquentes, preparando-lhes com todos os requisitos de modelar estabelecimento de instrucção e de educação, um verdadeiro abrigo em que o Estado prodigalizará á creaturas desvalidas a protecção moral e o amparo material de que precisam.59
A instituição oferecia aulas de “costura, bordados, malharia, pintura e flores”. Após um ano de funcionamento, Munhoz da Rocha comunicou ao Congresso Legislativo a construção de um pavilhão no Abrigo, “cujo espaço já vae tornando deficiente”.60
Foto 49
Escola de Reforma, depois Escola de Trabalhadores Rurais - década de 1930.
Foto 50
Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes - 1942.
A Escola de Reforma para meninas foi alocada junto ao Asylo de Mendicidade, inaugurado em 30 de outubro de 1926, o qual tinha por objetivo “receber os indigentes do Estado, prestando-lhe assistência material e moral”. As duas instituições permanecem juntas até 1969, quando a antiga Escola de Reforma, agora denominada Nossa Senhora das Dores, instala-se no Lar-Escola Ivone Pimentel, no bairro do Tarumã.61 Em 30 de junho de 1928, a seção feminina do Abrigo de Menores e Escola de Preservação transfere-se para a nova sede, no arrabalde do Portão. O edifício principal, construído em madeira e com paredes externas duplas, apresentou dois pavimentos e parte do porão aproveitável. O terreno de grandes dimensões possibilitou sua implantação isolada e a existência de construções de apoio, como casa do guardião, galpão, pavilhão e galinheiro.
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O abrigo está funccionando em predio recentemente construído na Avenida Republica Argentina, satisfazendo as mais rigorosas exigências de hygiene. As suas dependências são amplas e confortaveis e as installações sanitarias e de luz electrica, completas. A direcção está confiada a Irmãs de Caridade que muito têm concorrido para o bom êxito de tão delicada missão. As menores recolhidas alem das aulas, frequentam ainda as officinas de costuras, bordado, pintura e dactyligraphia e aprendem a arte culinaria. Completando o ensinamento necessario ás menores recolhidas, são ministradas também aulas de instrucção moral e civica e de gymnastica. O Gabinete Dentario montado no estabelecimento, presta os seus serviços ás menores que delles necessitam.62
Eram 2.875,00 m² de área construída, sendo 2.235,50 m² no edifício principal, que abrigava as salas de aula, de música e de costura, refeitório, dormitórios, administração e demais dependências. Em 1953, no 25º aniversário, a instituição passou a chamar-se Educandário Dr. Caetano Munhoz da Rocha. No ano seguinte, as meninas internas foram enviadas ao Lar Hermínia Lupion, no Alto das Mercês, e a instituição passou a atender os meninos que vieram do Educandário de Santa Felicidade. Em 1998, foi desativada.63
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Foto 53
Internas da Escola de Reforma - s. d.
Foto 51
Seção feminina do Abrigo de Menores e Escola de Preservação, em Curitiba - 1926.
Foto 54
Sala de aula - s. d.
Foto 55
Dormitório das internas - 1952.
Foto 56
Consultório odontológico - 1952.
Foto 52
Asilo São Vicente de Paulo, sede da seção feminina da Escola de Reforma, em Curitiba - 1926.
Figura 10
Plantas dos pavimentos térreo, porão e superior do Abrigo de Menores, em Curitiba - 1940.
Foto 57
Seção feminina do Abrigo de Menores, no Portão - s. d.
Foto 58
Vista posterior - s. d.
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Lar Escola Hermínia Lupion A construção do Lar Escola Hermínia Lupion iniciou em 1950 e foi inaugurada em 1º de julho de 1954, com 60 internas e administração das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo.
Foto 59
Foto 60
Ala direita - s. d. Ala esquerda - s. d.
Esta obra, de grandes proporções, foi planejada e construída na administração vigente faltando apenas a construção das casas-lares. Tem por finalidade internar menores do sexo feminino de 7 a 17, órfãos e em estado de abandono, e uma seção de 16 casas-lares, com capacidade para 12 menores cada uma, destinada às jovens. Possuirá também uma secção de Semi-internato para a formação profissional de menores comprovadamente necessitadas de orientação. Sua capacidade total será de 300 internados.64 Destinava-se a dar atendimento integral e educação a 300 menores em regime de internato, carenciadas, provenientes do Juizado de Menores e Secretaria do Trabalho e Assistência Social, no que se referia às necessidades básicas, assistência médica e odontológica, serviço social, instrução escolar, preparação profissional, orientação religiosa.65
Foto 61
Internas do Abrigo de Menores e Irmãs Vicentinas - s. d.
Foto 62
Internos do antigo Abrigo de Menores denominado Educandário Caetano Munhoz da Rocha - 1957.
Inicialmente, atendeu meninas entre 7 e 18 anos e logo em seguida, a instituição contava com pupileira, para crianças entre 3 e 7 anos, e berçário, destinado a bebês entre 0 e três anos. As internas recebem aulas do curso primário, administradas por professoras designadas pela Secretaria de Educação. Funcionam, ainda, ali, cursos de datilografia, corte e costura e economia doméstica (artes culinárias), 20 meninas estão matriculadas no Curso de Artes Aplicadas Mabel Lacombe, onde se estão preparando no ofício de tecelagem.66 Êsse modelar estabelecimento conta atualmente 365 internas, de 0 a 18 anos. O estado geral das menores é bom. Quanto à parte material, tem o Depto de Serviço Social atendido a obra diariamente, fornecendolhe roupas, vestuários, calçados, alimentação, material de limpeza, medicamentos e todo o mais necessário ao seu melhor funcionamento. (...) Os serviços médico e dentário no Lar, têm atendido bem as crianças
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e estas apresentam geralmente, bom aspecto físico. Quanto ao Serviço de Ensino, a cargo da S.E.C., nos últimos exames não foi coroado de êxito: houve deficiências que ocasionaram a reprovação de várias alunas que se destinavam ao curso ginasial. Para o prédio estão planejadas pequenas reformas e consertos, inclusive instalação de moderna lavanderia, além da construção de um depósito de materiais e gêneros.67
O projeto arquitetônico deste conjunto é de autoria do engenheiro e arquiteto Ernesto Maximo, datado de 23 de julho de 1948. Sua estrutura física e de funcionamento estava concebida em pavilhões com funções distintas, a saber: - Casa Central: no pavimento térreo, com salas de aula e ambientes administrativos; e no superior, dormitórios das internas; - Pavilhão Médico, com internamento; - Casas-lares; - Capela; - Ginásio; e - Residência das Irmãs.
possuem um revestimento de pedra na parte frontal, que termina com arremate em relevo na alvenaria. O triângulo determinado pelas águas do telhado recebe frisos horizontais, também em relevo na alvenaria. O pórtico de entrada é avançado em relação ao conjunto, as aberturas são em arco ogival, encimadas por nichos e na Casa-Lar, no Ginásio e nas galerias de circulação as aberturas apresentam vãos em arco pleno. Há, portanto, uma clara intenção de conjunto no tratamento formal, evidenciando o apuro construtivo.
Foto 63
Internas e Filhas de Caridade no Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba - 1957.
O conjunto adota o sistema de pavilhões, cada qual desempenhando uma função diferente. A partir da Casa Central que agrega os ambientes educativos, administrativos e de dormitórios, diversos edifícios estão distribuídos de forma simétrica e hierárquica. Atrás desta, o Pavilhão Médico; nas suas laterais, o Ginásio e a Capela. Após o Pavilhão Médico, deveriam ser construídas seis salas de aula (o que não ocorreu), em seguida viria um pavilhão de serviços (refeitório, cozinha e lavanderia). Todos esses edifícios estariam interligados por passarelas cobertas. Contornando os pavilhões estariam as 16 casas-lares, das quais apenas uma foi efetivamente construída. A Casa Central apresenta na planta e na fachada, um jogo de volumes, formado pelo pórtico de entrada e pelo avanço dos blocos laterais. Estes
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Figura 11
Planta de situação do Lar Escola Hermínia Lupion em Curitiba - 1950.
Figura 12
Plantas dos pavimentos térreo e superior do Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba.
Figura 13
Fachada frontal do Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion.
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Foto 64
Antigo Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba - 2005.
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Figura 14
Fachada frontal do edifício de Assistência Médica.
Foto 65
Pórtico de entrada do antigo Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba - 2005.
Figura 17
Fachada frontal do Ginásio.
Figura 15
Fachada frontal do edifício do Centro de Aprendizagem Industrial.
Figura 16
Fachada frontal das Casas Lares para Meninas.
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Mapa 1
Escolas Profissionais de Curitiba entre 1889 e 1954.
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De forma geral, foram relacionadas 16 sedes de escolas profissionais em Curitiba, criadas entre o final do século XIX e a metade do XX (Mapa 1). Majoritariamente, as unidades localizam-se dentro do Quadro Urbano, que sofreu poucas alterações no período.68 Também é frequente a utilização de edificações existentes, adaptadas para a função educacional, e o compartilhamento com outras instituições. No universo estudado, apenas quatro educandários foram instalados em edifícios projetados e construídos para a atividade escolar (Tabela 1).
Escolas de Trabalhadores Rurais A preocupação com a infância e a juventude desamparada, além da formação de mão de obra para as atividades produtivas do país, está presente nos programas de governo, desde o século XIX. Com o objetivo de preparar o trabalhador do campo e da indústria, aproveitando a mão de obra ociosa, é organizado em São Paulo, pela Lei Estadual n.° 26, de 1892,
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o Ensino Agrícola Superior. “Junto às escolas foram instaladas estações agronômicas para as experiências. Nestas estações serão preferidos como aprendizes e operários os menores órfãos que os juízes designarem”.69 O mesmo princípio será mantido pelo Governo Central, no decorrer da década de 1930, com o estabelecimento das Escolas Profissionalizantes, voltadas para a área rural, que atendem às disposições federais para o alfabetismo técnico, instituídas pelo Conselho Nacional de Educação (1931). No Paraná, em 1933, é construída no antigo Campo Experimental do Bacacheri, em Curitiba, a Escola de Capatazes e Operários Rurais, para acolher as crianças oriundas da seção masculina do Abrigo de Menores. Contudo, a instituição não chegou a iniciar suas atividades, uma vez que as instalações foram doadas para o 5° Regimento de Aviação.70 Foi construído mais um grande edifício na Capital, que se destinava também a uma Escola Agricola, mas que por necessidade do serviço federal, foi cedida ao 5° Regimento de Aviação. Custou este prédio a importância de Rs. 247:873$200.71
Ainda na capital, em 1935, a Escola Rural Dr. Carlos Cavalcanti é edificada em terreno, de 20.323 m², na Vila dos Funcionários.
prédio moderno, situado no arrabalde do Bacacheri, destinado ao preparo intelectual e profissional-rural dos menores desamparados. Ali os internos do extinto Abrigo de Menores, recebem instrução primária e noções práticas de agricultura, familiarizam-se com o tratamento e a criação de animais domésticos, aprendem a trabalhar em indústrias caseiras e rurais e outros ofícios. Esta localizada em 20 hectares de terras cultiváveis, com cavalariças, pocilgas, silos e outras instalações para os animais, de serviço e aprendizagem. Ali se formarão os futuros condutores do trabalho rural ou os feitores agrícolas e pastoris. A capacidade é de 200 alunos internos e já esta esgotada. Poderão, entretanto, ser admitidos até 600 alunos externos.72
Foto 66
Escola de Capatazes Rurais - 1933.
Os prédios, em número de 21, são os seguintes:
Foto 67
Caixa d’água - 1933.
Foto 68
Dormitório - 1933.
Foto 67
Refeitório - 1933.
1 - prédio principal de alvenaria, com 2 pavimentos, área total de 1.252,62 m², em forma de U. No térreo, hall e 2 salas de aula; e nas laterais: à direita, a sala de história natural, 4 de aula, 1 de espera do dentista, do médico e sanitários; e, à esquerda, refeitório, copa, cozinha, refeitório de inspetores, almoxarifado, rouparia e sanitários. No pavimento superior: hall, sala de diretor, secretaria e sala de reunião; à direita e a esquerda: 9 quartos, um de isolamento e sanitários. Anexo um pequeno prédio de alvenaria, com área de 51,00 m², destinado aos chuveiros e lavatórios. 2 - prédio de madeira, área de 319,00 m²: para salão de festas, 2 quartos para armazém e 4 para funcionários; 3 - prédio de madeira, área de 329,00 m² e um anexo: para oficinas de marcenaria, selaria e ferraria; 4 - prédio de madeira, área de 51,00 m²: para lavanderia; 5 - prédio de madeira, área de 62,20 m²: para padaria; 6 - prédio de alvenaria, área de 271,00 m²: para estábulos e fabricação de manteiga; 7 - prédio de alvenaria, área de 177,50 m²: para pocilga e 6 banheiros para suínos;
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8 - prédio de madeira, área de 90,00 m²: para cereais; 9 - prédio de alvenaria e madeira, área de 92,00 m²: para cocheira; 10 - prédio de alvenaria e madeira, área de 103,00 m²: para estrebaria; 11 - prédio de madeira, área de 41,00 m²: para estábulo de touros; 12 - prédio de madeira, área de 5,00 m²: para bebedouro; 13 - prédio de alvenaria, área de 5,40 m²: para caixa d”água; 14 - prédio de madeira, área de 8,00 m²: para aquecedor das estufas; 15 - prédio de madeira, área de 68,00 m²: para casa do empregado; 16 - prédio de madeira, área de 92,00 m²: para casa do diretor; 17 - prédio de alvenaria, área de 6,60 m²: para galinheiro e depósito; 18 - prédio de alvenaria, área de 23,00 m²: para galinheiro e depósito; 19 - prédio de madeira, área de 48,00 m²: para casa do empregado; 20 - prédio de madeira, área de 72,00 m²: para coelheira; e 21 - prédio de alvenaria e madeira, área de 60,00 m²: para abrigo de suínos. Resumo: 8 prédios de alvenaria, área de 1.847,61m², 13 prédios em madeira, área de 1.401,15m². Total: 21 prédios, área de 3.248,76 m².73
Em 1939, o conjunto arquitetônico passa a ser ocupado pelo Instituto Técnico de Agronomia, Veterinária e Química do Paraná. No ano seguinte, é construído um edifício com 412,00 m², distribuídos em dois pavimentos, para o laboratório químico do Departamento do Estado, casa do gasômetro e pavilhão para o sacrifício de animais e biotério. Em 1941, o prédio recebe nova intervenção para adaptá-lo à Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Paraná, que inclui um pavilhão destinado ao Instituto de Biologia Agrícola e Animal. A edificação, em concreto armado e alvenaria, com dois pavimentos e área de 570,00 m², conta com salas de administração, laboratórios e sanitários. Em seguida, a escola passa para a administração da Universidade do Paraná, como Faculdade de Agronomia e Veterinária.
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Foto 70
Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti - s. d.
Foto 71
Vista posterior - década de 1940.
Escola de Trabalhadores Rurais Carlos Cavalcanti - Curitiba 09
09
09
10 11
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acesso principal
pavimento térreo
16
13
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01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17
hall sala de aula refeitório copa cozinha inspetoria almoxarifado rouparia instalações sanitárias gabinete odontológico gabinete médico dormitório dormitório dos vigilantes isolamento administração reunião pátio
pavimento superior
Figura 18
Plantas dos pavimentos térreo e superior da Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti, em Curitiba.
Figura 19
Fachada frontal da Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti.
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A Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti é a primeira de uma série de instituições – regulamentadas pelo Decreto Estadual n.º 234, de 22 de fevereiro de 1935 – que serão construídas nos próximos 20 anos e formarão uma rede estadual, com objetivo de “prestar assistência educativa à infância desvalida, amparando-a a fim de formar elementos conscientes dos seus deveres e sua formação profissional em agricultura, pecuária e pesca com todos os conhecimentos práticos para o exercício desses misteres”.74 Três tipos de cursos compunham as Escolas de Trabalhadores Rurais: o Primário, seguindo o mesmo programa das escolas estaduais; o Complementar e o Profissional, ambos em dois anos e dividido em quatro semestres.
Foto 72
Dormitório para alunos - 1935.
Foto 73
Estábulos - década de 1940.
139
O regime escolar era de internato, com frequência obrigatória às aulas teóricas e práticas – que se iniciavam em 15 de fevereiro e terminavam em 30 de novembro – interrompidas por dois períodos de férias, de 20 de junho a 10 de julho e de 1º de dezembro a 15 de fevereiro. Duas provas parciais, teórico-práticas, eram aplicadas em cada semestre, sendo 4,0 a média mínima de aprovação. Os repetentes que não a alcançassem seriam excluídos do curso.75 O plano de organização das escolas rurais consistia: na construção de campos de experimentação das culturas regionais e no desenvolvimento de animais de raça; na organização de um órgão de informação e de propaganda das possibilidades econômicas do Estado; na prestação de assistência educativa à infância desvalida; e na formação profissional em agricultura, pecuária e pesca com todos os conhecimentos práticos para o exercício desses misteres.76 Em 1939, pelo Decreto nº 7.782, o Governo do Estado aprova outro Regulamento para as Escolas Rurais que passam a se denominar Escolas de Trabalhadores Rurais.77
No novo Regulamento foram criados o Curso Primário Agrícola e o Curso Agrícola profissional, sendo o 1° com duração de quatro anos, constituído em duas partes: a primeira, idêntica ao ensino elementar dos grupos, e a segunda, paralela e simultânea à primeira, compreendia os trabalhos práticos de agricultura e pecuária. O Curso Agrícola Profissional contava com oito cadeiras ministradas durante três anos. Eram admitidos candidatos entre 14 e 18 anos com curso primário, frequência no último ano do Curso Primário Agrícola, e recomendação de autoridade competente. Ao final, o aluno recebia o título de Capataz Rural.78
emanadas da Diretoria de Educação Pública. Ao mesmo tempo, recebem os alunos ensinamentos práticos de agricultura, horticultura, jardineria, silvicultura, higiêne e trato dos animais, laticínios, avicultura e outros. (...) O regime que vigora nas Escolas de Trabalhadores Rurais é o de internato onde além da instrução, recebem os alunos, alimentação, vestuário e assistência médico-dentária. Em tôdas as Escolas são mantidas oficinas de carpintaria, selaria e ferraria, nas quais são ministrados especialmente, os conhecimentos necessários ao homem do campo, em tais mistéres, para aperfeiçoamento do seu trabalho.80
Desde 1935, vimos procurando resolver o problema da infância desprotegida, sob uma forma mais racional e proveitosa para a nossa economia, como seja a da formação de trabalhadores rurais. O Departamento de Agricultura, em sua Secção de Ensino Profissional, apresenta, atualmente, uma Inspetoria de Ensino, quatro Escolas de Trabalhadores Rurais e uma Escola de Pescadores. Nessas Escolas, é dada a preferência de matricula aos órfãos e menores desamparados pelos pais, procurando-se assim, solucionar esse importante problema social. Independente disso, são matriculados, ainda, filhos de lavradores, levando-se em consideração os recursos dos mesmos. As Escolas da Secção de Ensino Profissional possuem todas um curso primário, regido por professores normalistas e obedecendo às instruções emanadas da Diretoria de Educação Pública. Ao mesmo tempo, recebem os alunos ensinamentos práticos de agricultura, horticultura, jardineira, silvicultura, higiene e trato dos animais, lacticínios, avicultura e outros. A idade mínima de admissão é de nove anos e a máxima de dezoito anos. Após a realização do curso primário, nas diversas Escolas de Trabalhadores Rurais vão para a “Dr. Carlos Cavalcanti”, em Curitiba, onde são matriculados no curso profissional mantido pelo referido estabelecimento, que visa a formação de um Auxiliar Prático de Agrônomo, com conhecimentos gerais de agricultura e pecuária.79
A ênfase na formação profissional das crianças como trabalhadores rurais, enquadra as escolas no Departamento de Agricultura do Estado.
As Escolas da Secção de Ensino Profissional possuem todas, um curso primário, regido por professores normalistas e obedecendo às instruções
A construção de novos edifícios para a instalação de Escolas de Trabalhadores Rurais continua a ser uma das nossas maiores preocupações.81 Aos menores internados, cuja idade varia de 10 a 18 anos, ministrase não só o ensino primário, como também se fornece alimentação, vestuário e assistência medico-dentaria, inteiramente gratuitas, dandose preferência ás matriculas de órfãos e desamparados.82
As escolas de trabalhadores rurais construídas até 1942, em regiões distintas, não formam um conjunto de edifícios com arquitetura homogênea. Possuem como características comuns a austeridade formal e construtiva, a ausência de ornamentação e a singeleza própria de construções rurais. Em relação ao programa arquitetônico de ambientes, estruturado no atendimento integral do aluno que habita, estuda e aprende um ofício na escola, o grupo de edifícios escolares apresentou salas de aula para o ensino primário, oficinas para a profissionalização e estrutura de hospedagem e alimentação. As diferentes atividades foram, de maneira geral, alocadas em blocos independentes, tornando a escola uma reunião de edifícios. Os terrenos em que foram implantadas tinham dimensões generosas, em função da prática agrícola.
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Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes, de Paranaguá Construção em alvenaria de tijolos, área de 192,51 m². Dispõe das seguintes acomodações: refeitório, dormitório, pavilhão de oficinas, salas de aula e instalações higiênicas completas. Custo: Rs. 156:026$00.83
Foto 74
Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes - 1936.
Escola de Trabalhadores Rurais do Canguiri Construção em alvenaria de tijolos, área de 492 m². Dispõe das seguintes acomodações: varanda, gabinete do diretor, salas de aula, salão para refeitório, almoxarifado, cozinha e despensa. No pavimento superior: 3 dormitórios e as instalações higiênicas e sanitárias, 1 pavilhão para oficinas 1 pavilhão com instalações sanitárias Custo: 114:123$400.84
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Foto 74
Edifício da Escola de Reforma, depois Escola de Trabalhadores Rurais do Canguiri - década de 1930.
Escola de Trabalhadores Rurais Olegário Macedo, de Castro Construção em madeira, área de 872,48 m². Dispõe das seguintes acomodações: hall, gabinete médico, secretaria, refeitório, copa, cozinha, rouparia, dispensa, almoxarifado, 2 salas de aula, 2 dormitórios, isolamento, instalações higiênicas e sanitárias. Conta ainda com edifícios para as residências do diretor e dos empregados e pavilhão destinado às oficinas. Custo: 1.250:419$000.85
Foto 76
Escola de Trabalhadores Rurais Olegário Macedo - 1943.
Escola de Trabalhadores Rurais Augusto Ribas, de Ponta Grossa Construção em concreto armado e alvenaria de tijolos, área de 426,07 m². Dispõe das seguintes acomodações: refeitório, dormitórios, salas de aula, cozinha, copa, dispensa, rouparia, secretaria, gabinete do diretor e instalações sanitárias completas. Custo: 200:000$000.86
Foto 77
Escola de Trabalhadores Rurais Augusto Ribas - 1937.
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Escola de Pescadores de Guaratuba Construção em concreto armado e alvenaria de tijolos, área de 872,48 m². Dispõe das seguintes acomodações: pavilhão esquerdo - dormitório, isolamento, almoxarifado, corredor e instalações sanitárias; pavilhão do centro - gabinete do diretor, hall, secretaria; e pavilhão direito dormitório, salas de aula e instalações sanitárias. Custo: 190:387$000.87
Foto 78
Escola de Pescadores de Guaratuba - 1942.
Escola de Trabalhadores Rurais de Tijuco Preto, em Rio Negro Construção em concreto armado e alvenaria de tijolos, área de 706,90 m². Dispõe das seguintes acomodações: hall, gabinete para o diretor, gabinete médico, gabinete odontológico, enfermaria, roupeiro, vestiário, varanda, dormitórios, salas de aula, refeitório, copa, cozinha, dispensa e instalações sanitárias completas. Custo: 166:198$500.88
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Foto 79
Escola de Trabalhadores Rurais de Tijuco Preto - 1942.
Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido, em Curitiba Construções em madeira. Dispõe das seguintes acomodações: hall, refeitório, dormitório, copa, cozinha, dispensa, enfermaria, rouparia e instalações saintárias. Custo: Rs. 30:000$000.89
Foto 80
Pavilhão principal com salas de aula e administração da Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido - 1942.
Escola de Trabalhadores Rurais Franklin D. Roosevelt, em Santo Antonio da Platina
Foto 81
Escola de Trabalhadores Rurais Franklin D. Roosevelt - 1946.
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Foto 82
Internos em sala de aula da antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido - s. d.
Foto 83
Gráfica - s. d.
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Foto 85
Internos no dormitório - s. d.
Foto 84
Oficina - s. d.
Escola de Trabalhadores Rural Getúlio Vargas - Palmeira 06 07 18 08
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acesso principal
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
hall diretoria secretaria gabinete médico farmácia varanda/passagem coberta dormitório instalações sanitárias refeitório copa cozinha despensa rouparia isolamento enfermaria almoxarifado sala de aula pátio
pavimento térreo
Figura 20
Planta do pavimento térreo da Escola de Trabalhadores Rurais Getulio Vargas.
Foto 87
Escola de Trabalhadores Rurais Getúlio Vargas - s. d.
Foto 86
Entrada principal da Escola de Trabalhadores Rurais Getúlio Vargas - s. d.
Foto 88
Vista posterior - s. d.
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Escola de Trabalhadores Rurais Getulio Vargas, de Palmeira Construção em concreto armado e alvenaria de tijolos, área de 907,99 m². Dispõe das seguintes acomodações: hall, gabinete do diretor, secretario, farmácia, gabinete medico, refeitório, cozinha, copa, rouparia, dispensa, enfermaria, isolamento, banheiro, dormitórios, salas de aula, almoxarifado e instalações sanitárias completas. Custo: Rs 232:203$600.90
A Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Getúlio Vargas, na cidade de Palmeira, é um exemplar representativo do primeiro grupo de instituições construído até meados da década de 1940. O projeto arquitetônico é assinado por Ernesto Máximo, engenheiro-arquiteto do quadro do Departamento de Viação e Obras. O edifício principal apresenta três blocos paralelos entre si, interligados por passarelas cobertas e com funções diferenciadas: o bloco central abrigou os setores administrativos, de serviço e de atendimento médico e os laterais, os dormitórios e as salas de aula. Na segunda metade da década de 1940, verifica-se a ampliação da rede de escolas públicas na área rural, acompanhada de assistência técnica e material, promoção de cursos de aperfeiçoamento de professores e incremento da inspeção escolar.91
Foto 89
Construções anexas - s. d.
Foto 90
Estábulo - s. d.
147
O primeiro fato ponderável que desejamos citar é o plano de aumento e ampliação da rede de ensino primário rural, que pusemos em execução estabelecendo um regime de acordo com os municípios, mediante o qual o Estado assumiu a responsabilidade financeira pela abertura de escolas na zona rural, pagando os professores, dotando-os de material e assistindo-as tecnicamente. No ano de 1949 pudemos abrir perto de quinhentas novas escolas na zona rural do Estado e em 1950 esperamos atingir as 1200 unidades que estão previstas no plano. Saliente-se o fato de que o total das escolas da zona rural ao assumirmos o governo não atingia em seu conjunto a 1.100 unidades.92
Ainda relativamente à educação propriamente primária, já está em andamento de execução um esquema para a melhoria de nossa escola isolada primária rural. E ainda outra vez é o caso de apenas referir, sem maiores detalhes, que o problema do aumento do rendimento está preocupando seriamente as nossas atenções. Não é o momento de descermos a detalhes técnicos e esmiuçarmos os planos de trabalho, mas fique ao menos dito que não estamos cuidando tão só de ampliar a rede escolar e obter melhor rendimento quantitativo. Esperamos também de uma melhoria de ordem qualitativa. Para isso o ensino normal e os cursos de aperfeiçoamento para o magistério estão sendo objeto de nossa parte.93
A política estadual propicia a continuidade das construções de escolas de trabalhadores rurais: O Capítulo da formação profissional não é para nós muito animador. As nossas instituições estaduais neste sentido carecem por completo de ser ordenadas em um sistema. São simples unidades isoladas, sem articulação entre si e muitas vezes, sem correspondência com as necessidades do ambiente e a feição psicológica de cada uma das idades dos escolares que a frequentam, além de terem algumas delas uma estrutura bem apartada dos atuais conhecimentos sobre formação profissional da juventude.94 Prevê ainda o aperfeiçoamento e ampliação do sistema do ensino profissional rural, com a reforma, ampliação e reaparelhamento das atuais Escolas de Trabalhadores Rurais e a instalação de mais 13, em todo o Estado.95
Obra de alvenaria de tijolos, com quatro corpos, dois dormitórios com cinquenta leitos cada, refeitório, gabinetes médico e dentário, biblioteca, diretoria, secretaria, salas de aula, copa, cozinha, rouparia, dispensa, lavanderia, enfermaria, vários grupos de instalações sanitárias.96
O projeto arquitetônico é assinado pelo engenheiro Geraldo Campelo e consiste em dois pavilhões interligados por galeria coberta. O frontal, de formato retangular, abriga as atividades administrativas de ensino e de atendimento ao aluno; e o posterior, em “U”, os dormitórios e ambientes de apoio. Em 1950, é apresentada uma ampliação desta estrutura: um terceiro bloco com oficinas de mecânica, eletro-técnica, marcenaria e artefatos de couro e pele.97 Entre 1930 e 1960, foram projetadas e construidas 20 Escolas de Trabalhadores Rurais no Paraná (Tabela 2 e Mapa 2 - páginas 151 e 152, respectivamente). Em seguida, a partir de 1962, estes educandários tornam-se Colégios Agrícolas.
Foto 90
Antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Santa Mariana - s. d.
Para viabilizar a ampliação da rede de ensino rural em todo o território, o governo paranaense elabora e disponibiliza projetos arquitetônicos padronizados para as casas escolares. Apresentando uma única solução, são construídas sete unidades de escolas de trabalhadores, nos municípios de Guarapuava, Piraí do Sul, Clevelândia, Apucarana, Foz do Iguaçu, Santa Mariana e Tibagi. Município de Clevelândia Escola de Trabalhadores Rurais
148
Figura 21
Planta do projeto-tipo para Escola Profissional de Menores, apresentado em 1950.
149
Figura 22
Planta do pavimento térreo do projeto-tipo da Escola de Trabalhadores Rurais.
Figura 23
Fachada frontal do projeto-tipo da Escola de Trabalhadores Rurais.
Foto 93
Vista aérea da antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Guarapuava - s. d.
Foto 92
Antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Piraí do Sul - s. d.
150
151
Mapa 2
Escolas de Trabalhadores Rurais projetadas e construídas no Paraná entre 1930 e 1960.
152
NOTAS E REFERÊNCIAS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Centenário da Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica. Disponível: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13175. Acesso: 4/10/2012. 1
QUELUZ, Gilson L. Concepções de Ensino Técnico na República Velha (1909-1930). Curitiba: CEFET-PR, 2000. p.25. 2
Lei Estadual n.° 22, de 1° de junho de 1892. Relatorio do Secretario dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Publica Caetano A. Munhoz ao Presidente do Paraná Francisco Xavier da Silva. Curityba: Typ. d’A Republica, 1895. p.16. 14
SANTANA, Luciana W. A. Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná: O projeto de ensino de artes e ofícios de Antonio Mariano de Lima. Curitiba, 1886-1902. Dissertação em História e Historiografia da Educação. Setor de Educação da UFPR. Curitiba: 2004. p.9. 15
3
Relatorio do Vice-Presidente José Antonio Vaz de Carvalhaes á Assembléa Legislativa do Paraná, em 7 de janeiro de 1857. Curityba: Typ. Paranaense de Candido Martins Lopes, 1857. p.41.
16
MIGUEL, Maria E. B.; MARTIN, Sonia D. (org). Coletânea da Documentação Educacional Paranaense no período de 1854 a 1889. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2004. Disponível: http://www.publicacoes.inep.gov.br/detalhes.asp? pub =4138. Acesso: 12/06/2008. p.48.
Relatorio do Secretario dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Publica Claudino R. F. dos Santos ao Presidente do Paraná, Carlos Cavalcanti. Curityba: Typ. do Diario Official, 1914. p.18.
4
5
Idem. p.267.
6
Idem. p.26.
FICHER, Sylvia. Os Arquitetos da POLI. Ensino e profissão em São Paulo. São Paulo: EDUSP, 2005. p.59-60. 7
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Centenário da Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica. 2012. op. cit. 8
BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 10 de novembro de 1937. Disponível: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao37.htm. Acesso: 22/11/2012. 9
10
Idem.
Mensagem do Presidente do Estado Francisco Xavier da Silva ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1911. Curityba: Typ. d’A Republica, 1911. p.9.
17
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1918. Curityba: Typ. d’A Republica, 1918. p.19. 18
Relatorio do Secretario dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Publica Enéas Marques ao Presidente do Paraná Affonso Camargo. Curityba: Typ. d’A Republica, 1917. p.13.
19
20
Relatório da Escola Profissional Feminina do Paraná 1928-1929. Curityba: 1929. Mimeo.
DE BONI, Maria I. Escolas profissionalizantes no contexto das políticas do início do Século XX. www.sbhe.org.br/novo/congresso. Acesso: 29/7/2012. p. 2-3. 21
Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercício de 1925-1926. Curityba: Livraria Mundial, 1926. 22
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo ao Congresso Legislativo Paraná, em 1° de fevereiro de 1928. Curityba: Typ. d’A Republica, 1928. p.254. 23
11
Escola de Artes e Industrias do Paraná. Datas e conquistas principaes do estabelecimento. Quadro comemorativo. Curitiba: 31 de dezembro de 1891.
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1929. Curityba: Typ. d’A Republica, 1929. p.154.
12
Relatorio do Director da Escola de Bellas Artes e Industrias do Paraná e Pinacoteca Paranaense Antonio Mariano de Lima ao Secretario dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Publica. Curytiba: 11 de outubro de 1895. p.14 e 45.
Relatorio do Secretario dos Negocios de Obras Publicas e Colonização Francisco Gutierrez Beltrão ao Vice-Presidente do Paraná, Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva - ano de 1907. Curytiba: Officina de Artes Graphicas de Adolpho Guimarães, 1908. p.206-211.
Ofício do Director da Escola de Bellas Artes, Mariano de Lima ao Congresso Estadual, em 11 de junho de 1892. In: Relatorio do Director da Escola de Bellas Artes e Industrias do Paraná e Pinacoteca
Relatorios do Secretario de Finanças, Commercio e Industrias Joaquim. P. Chichorro Jr ao Presidente do Paraná Francisco Xavier da Silva, em 1908, 1909 e 1910; e DONI FILHO, Luiz. História da
13
153
Paranaense Antonio Mariano de Lima. op. cit. p.14 e 45.
24
25
26
Escola Agronômica do Paraná. 1918-1993. Curitiba: Editora da UFPR, 1995. Relatorio do Secretario dos Negocios da Agricultura, Commercio e Industria Ernesto L. de Oliveira ao Presidente do Paraná, Carlos Cavalcanti. Coritiba: Typ. do Diario Official, 1913. p.5-7. 27
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1917. Curityba: Typ. d’A Republica, 1917. p.25. 28
29
DONI FILHO, L. 1995. op. cit.
Regulamento do Patronato Agrícola. In: COSTA, M. J. F. F. Lysimaco Ferreira da Costa (a dimensão de um homem). Curitiba: Imprensa Universitária, 1995. 1º reimpressão. (Coleção Mestres da Universidade do Paraná). p.448.
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1920. Curityba: Typ. d’A Republica, 1920. p.35. 43
Disponível: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=31256&norma=46862. Acesso: 4 /10/2012. 44
Relatorio do Chefe de Polícia Luiz de Albuquerque Maranhão ao Secretario Geral Alcides Munhoz, em 31 de dezembro de 1924. Curityba: Typ. da Penitenciara do Estado, 1924. 45
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1920. Curityba: Typ. d’A Republica, 1920. p.51.
Cap. I, Art. 1º: “Fica creado na sede da comarca da Capital o cargo de Juiz privativo de menores para assistência, protecção, defesa, processo e julgamento de menores abandonados e delinqüentes.” O Juizado de Curitiba foi o terceiro do gênero do país, precedido pelo do Rio de Janeiro (1922) e pelo de São Paulo (1924) - In: TRINDADE, J. M. B. Metamorfose: de criança para menor. Curitiba – início do séc. XX. Curitiba: 1998. Tese (Doutorado em História). Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná. p.176.
Relatorio do Director da Escola Agronômica João C. Ferreira Filho ao Secretario dos Negocios da Agricultura, Viação e Obras Públicas Francisco Gutierrez Beltrão. Curitiba: 1928. Mimeo.
GOMES, V. Pequena História da Assistência Pública do Paraná - 1900-1986. Curitiba, Sub-Chefia da Casa Civil para Asuntos de Bem-estar Social; Fundação de Promoção Social do Paraná. 1987. p.17.
30
31
32
33
DONI FILHO, L. 1995. op. cit. p.51.
34
Idem.
35
Idem.
36
Idem. p. 45.
Mensagem do Presidente do Estado Francisco Xavier da Silva ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1° de fevereiro de 1910. Curityba: Typ. d’A Republica, 1910. p.12. 37
38
Mensagem do Presidente do Estado Francisco Xavier. 1911. op. cit. p.9.
Na estrutura do ensino republicano o curso complementar ocorria após a alfabetização e tinha o currículo formado por matérias da escola primária acrescido de uma ou duas línguas estrangeiras, sendo preparatório para o curso normal. QUELUZ, Gilson L. 2000. op. cit. p.31; 49 e 54. 39
46
47
Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz para o Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercicio de 1924-1925. Em 31 de dezembro de 1925. Curityba: Livraria Mundial França e Cia., 1925. p.40.
48
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1º de fevereiro de 1925. Curityba: 1925. [s.n.t.] p.87. 49
Abrigo de Menores e Escolas de Preservação. Uma conquista do direito e da bondade. Jornal O Estado do Paraná. Curityba: 26 de janeiro de 1926. p.1 e 8. 50
Pelo Paraná Maior. Direção de Fr. M. MUCHA. Curitiba: Botelho Film, 1927. 1 cassete [90 mim.]: mudo: p&b. VHS NTSC. Documentário.
51
Abrigo de Menores e Escolas de Preservação. Uma conquista do direito e da bondade. 1926. op. cit. p.1 e 8.
52
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1º de fevereiro de 1927. Curityba: 1927. [s.n.t.] p.171-172. 53
40
Relatorio do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio. 1918. Idem. p.154.
41
Idem. p.159.
54
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo. 1928. op. cit. p.185.
42
UTFPR. Disponível: http://www.utfpr.edu.br/a-instituicao/historico. Acesso: 4/10/2012.
55
DONI FILHO, L. 1995. op. cit. p.51.
154
56
Mensagem do Governador do Estado Manoel Ribas à Assembleia Legislativa do Paraná, em 16 de maio de 1935. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1935. p.23.
Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas ao Presidente da Republica Getulio Vargas. Exercício de 1932 a 1939. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1939. p.8.
Mensagem do Governador do Estado Manoel Ribas à Assembleia Legislativa Paraná, em 1° de setembro de 1937. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1937. p.40.
Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder ao Interventor Federal no Paraná, Manoel Ribas. Exercício de 1934. Curitiba: junho de 1935. [s.n.t]
57
58
Abrigo de Menores e Escolas de Preservação. 1926. op. cit. p.1 e 8.
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha ao Congresso Legislativo do Paraná, em 1º de fevereiro de 1926. Curityba: 1926. [s.n.t.] p.109. 59
60
Mensagem do Presidente do Estado Caetano Munhoz da Rocha. 1927. op. cit. p.171.
61
ARQUIVO DO ASILO SÃO VICENTE DE PAULO.
62
Mensagem do Presidente do Estado Affonso Camargo. 1929. op. cit. p.109.
SILVA, M. A. Comprometimento e compromisso, proposta de um novo direcionamento do abrigo “Educandário Caetano Munhoz da Rocha”. Curitiba: 2000, mimeo [s. p.]; e VIALLE, S. A.; ZANOTTA, L. M. L. Histórico da Unidade Dr. Caetano Munhoz da Rocha. Curitiba: 8 de março de 1998, mimeo [s. p.] 63
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion à Assembleia Legislativa do Paraná. Curitiba, 1960. [s.n.t] p.265. 64
65
LAR ESCOLA HERMÍNIA LUPION. Histórico 1954-1979. Curitiba: 1979. [s.n.t] p.2.
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion à Assembleia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1956. [s.n.t] p.178.
71
72
Relatório do Diretor do Departamento de Obras e Viação referente aos anos 1940-41. p.119-120. [s.n.t.]
73
Lei nº 33, de 29 de outubro de 1935. Autoriza a disseminação do ensino primário através das escolas rurais. Leis e Decretos-Leis do Estado do Paraná de 1930 a 1937. Curitiba: Imprensa Oficial, 1954. 74
Relatório do Secretário da Fazenda e Obras Públicas ao Interventor Federal no Paraná Manoel Ribas. 1935. [s.n.t.] p.106. 75
Lei Estadual nº 33, de 29 de outubro de 1935. Autoriza a disseminação do ensino primário através das escolas rurais. Leis e Decretos-Leis do Estado do Paraná de 1930 a 1937. 1954. op. cit. 76
Decreto Estadual nº 7.782, de 6 de janeiro de 1939. Aprova o Regulamento das Escolas de Trabalhadores Rurais. Diário Oficial do Estado do Paraná. Curitiba, 6 de janeiro de 1939. 77
OLIVEIRA. Maria C. M. de. No contexto da realidade educacional brasileira: as escolas rurais paranaenses. Revista HISTEDBR On- Line, Campinas, n.31, 2008. p.48. 78
79
Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas. 1939. op. cit. p.39.
80
Idem.
66
Mensagem do Governador do Estado Moysés Lupion à Assembleia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1958. [s.n.t] p.170-171. 67
Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas ao Presidente da Republica Getulio Vargas. Exercício de 1940 a 1941. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1941. p.8. 81
82
68
POSSE, Zulmara C.; CASTRO, Elizabeth A. de. As virtudes do bem-morar. Curitiba: Edição das Autoras, 2012.
83
MOACYR, Primitivo. A instrução pública e o Estado de São Paulo. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1942. v.1º. p. 301. Brasiliana Eletrônica.
84
Idem.
85
Idem.
86
Idem.
69
Relatorio do Secretario dos Negocios da Fazenda e Obras Publicas Rivadavia de Macedo ao Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas. Exercícios de 1931, 1932 e 1° semestre de 1933. Curitiba: 1933. p. 158.
Relatório do Diretor do Depto. de Obras Públicas do Paraná referente ao decênio 1932-1942. Curitiba: 1942. [s.n.t]
70
155
Idem. p.28-29.
87
Idem.
88
Idem.
89
Idem.
90
Idem.
91
Mensagem do Governador Moysés Lupion ao povo. Curitiba: 1950. [s.n.t] p.268-269.
Figura 7 Figura 8
Figura 9
Figura 10
Mensagem do Governador Moysés Lupion à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1950. [s.n.t] p. 29-30. 92
Mensagem do Governador Moysés Lupion à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1949. [s.n.t] p.25. 93
Mensagem do Governador Moysés Lupion à Assembléia Legislativa do Paraná. Curitiba: 1948. [s.n.t] p.86. 94
95
Mensagem do Governador Moysés Lupion ao povo. 1950. op. cit. p.37.
96
Mensagem do Governador Moysés Lupion.1950. op. cit. p.190.
A concretização do Plano de Obras do Governador do Paraná Moysés Lupion. 1947-1950. Curitiba: 1950. [s.n.t]
97
RELAÇÃO DE FIGURAS, FOTOS, MAPA e TABELA Figura 1 Planta do pavimento térreo - projeto arquitetônico da Escola de Belas Artes e Industrias do Paraná, elaborado por Antônio Mariano de Lima. Fonte: Relatorio Illustrado do Director da Escola de Bellas Artes e Industrias para o Secretario d’Estado dos Negocios do Interior, Justiça e Instrucção Publica do Paraná. Curitiba: Impressora Paranaense, 1895. Figura 2 Planta do primeiro pavimento. Idem. Figura 3 Planta do segundo pavimento. Idem. Figura 4 Fachada frontal. Idem. Figura 5 Fachada lateral. Idem. Figura 6 Corte transversal. Idem.
Figura 11
Figura 12
Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18
Figura 19 Figura 20
Figura 21
Figura 22
O Patronato Agricola da Escola Agronômica do Bacachery. Fonte: Jornal A Republica. Curityba, 4 de outubro de 1920. p.1. Decreto Federal n.° 7.566, de 23 de setembro de 1909, estabelecendo as Escolas de Aprendizes Artífices. Fonte: SERVIÇO DOS PAÍSES. Universidade do Paraná. São Paulo: Serviço dos Países. s/d. Perspectiva do projeto de ampliação da antiga Escola de aprendizes Artífices - 1947. Fonte: ESCOLA TÉCNICA DE CURITIBA. Revista Labor. Ano VIII, n.° 18. Curitiba, setembro de 1947. Plantas do Abrigo de Menores em Curitiba -1940. Fonte: Abrigo de Menores. Curitiba, 1940. Plantas do subsolo e dos pavimentos térreo e superior em uma prancha. Levantamento arquitetônico. Planta de situação do Lar Escola Hermínia Lupion em Curitiba - 1950. Fonte: A concretização do Plano de Obras do Governador do Paraná Moysés Lupion. 1947-1950. Curitiba: 1950. Plantas do Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Lar Escola Hermínia Lupion. Curitiba, 23 de julho de 1948. Plantas e fachadas da Casa Central, Pavilhão Médico, Ginásio, Capela e Clausura das Irmãs, em dez pranchas. Projeto arquitetônico. Fachada frontal do Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba. Idem. Fachada frontal do edifício de Assistência Médica. Idem. Fachada frontal do edifício do Centro de Aprendizagem Industrial. Idem. Fachada frontal das Casas Lares para Meninas. Idem. Fachada frontal do Ginásio. Idem. Plantas da Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti, em Curitiba. Fonte: Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder ao Interventor Federal no Paraná, Manoel Ribas. Exercício de 1934. Curitiba: junho de 1935. [s.n.t] Fachada frontal da Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti, em Curitiba. Idem. Planta da Escola de Trabalhadores Rurais Getulio Vargas. Fonte: Depto. de Obras e Viação do Paraná. Escola Rural de Palmeira. Curitiba, s. d. Planta do pavimento térreo em uma prancha. Projeto arquitetônico. Planta do projeto-tipo para Escola Profissional de Menores, apresentado em 1950. Fonte: A concretização do Plano de Obras do Governador do Paraná Moysés Lupion. 1950. op. cit. Planta do pavimento térreo do projeto-tipo da Escola de Trabalhadores Rurais. Fonte: Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná. Escola rural projeto-tipo. Implantação, Planta do pavimento térreo, cortes e elevação em duas pranchas. Curitiba:18 de dezembro de 1948.
156
Figura 23 Fachada frontal do projeto-tipo da Escola de Trabalhadores Rurais. Idem. Página 102 Professores normalistas do Grupo Escolar Xavier da Silva, em Curitiba - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Foto 1 Interno da Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido - s. d. Acervo: Instituto de Assistência Social do Paraná. Foto 2 Idem. Foto 3 Idem. Foto 4 Fachada da Escola de Artes e Indústrias do Paraná - final de século XIX. Acervo: ESCOLA DE ARTES e Industrias do Paraná. Datas e conquistas principaes do estabelecimento. Quadro comemorativo. Curitiba: 31 de dezembro de 1891. Foto 5 Secretaria e arquivo da Escola de Artes e Indústrias do Paraná - final de século XIX. Idem. Foto 6 Fachada frontal da Escola de Belas Artes e Indústria do Paraná na sede da Rua Aquidaban - s. d. Acervo: Museu Paranaense. Foto 7 Acesso principal - s. d. Idem. Foto 8 Sala de aula - s. d. Idem. Foto 9 Idem. Foto 10 Alunas da Escola de Belas Artes e Indústria do Paraná - década de 1910. Idem. Foto 11 Idem. Foto 12 Idem. Foto 13 Idem. Foto 14 Antiga sede da Escola Profissional Feminina do Paraná - 2012. Fotografia: Elizabeth A. de Castro. Foto 15 Aula de pintura na Escola Profissional Feminina do Paraná - 1929. Fonte: Relatório da Escola Profissional Feminina do Paraná 1928-1929. Curitiba: 1929. Mimeo. Foto 16 Aula de costura e bordado. Idem. Foto 17 Recreio. Idem. Foto 18 Aula de flores. Idem. Foto 19 Coletoria, Junta e Instituto Comercial e Diretoria de Águas e Esgotos - 1926. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz ao Presidente do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, exercicio de 1925-1926. Em 31 de dezembro de 1926. Curityba: Livraria Mundial França e Cia., 1926. Foto 20 Detalhe do edifício da Coletoria, Junta e Instituto Comercial e Diretoria de Águas e Esgotos 2010. Fotografia: Elizabeth A. de Castro.
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Foto 21
Foto 22 Foto 23 Foto 24 Foto 25 Foto 26 Foto 27 Foto 28 Foto 29 Foto 30 Foto 31 Foto 32 Foto 33 Foto 34 Foto 35 Foto 36 Foto 37 Foto 38 Foto 39 Foto 40 Foto 41 Foto 42 Foto 43 Foto 44 Foto 45
Residência do diretor do Instituto Agronômico, no Bacacheri - 1912. Fonte: Relatorio do Secretario dos Negocios da Agricultura, Commercio e Industria Ernesto L. de Oliveira ao Presidente do Estado do Paraná, Carlos Cavalcanti. Coritiba: Typ. do Diario Official, 1913. Estrebaria Idem. Posto agrícola. Idem. Patronato Agrícola da Escola Agronômica do Bacacheri - década de 1920. Acervo: Memorial Lysimaco Ferreira da Costa. Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba - s. d. Acervo: Universidade Tecnológica Federal do Paraná.- 1912. Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba - 1912. Coleção Julia Wanderley - Acervo: Instituto Histórico. Pátio interno da Escola de Aprendizes Artífices - s. d. Idem. Fonte no pátio interno e, ao fundo, pavilhões da Escola de Aprendizes Artífices - s. d. Idem. Sala de aula - s. d. Idem. Sala de aula - s. d. Idem. Oficina de Marcenaria - s. d. Idem. Sala de aula - s. d. Idem. Internos trabalhando na oficina de sapataria - s. d. Idem. Oficina - s. d. Idem. Pelotão escolar - 1932. Fonte: ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES. Relatório para o Inspector Geral do Ensino Profissional técnico. Curitib: 1932. Alunos com os diferentes tipos de uniformes: formatura, passeio e trabalho - 1932. Idem. Nova sede da Escola de Aprendizes Artífices, em Curitiba - s. d. Idem. Idem. Novas construções da antiga Escola de Aprendizes Artífices - década de 1940. Idem. Idem. Ampliação da oficina da antiga Escola de Aprendizes Artífices - década de 1940. Idem. Refeitório da antiga Escola de Aprendizes Artífices - 9 de maio de 1940. Fonte: ESCOLA TÉCNICA DE CURITIBA. Revista Labor. Ano III, n.° 9. Curitiba: 1942. Parque gráfico do Liceu Industrial do Paraná, em Curitiba - s. d. Acervo: Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Aluno da Oficina de Artes Gráficas - s. d. Idem. Desfile de professores e alunos - s. d. Idem.
Foto 46 Foto 47 Foto 48
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Seção masculina do Abrigo de Menores e Escola de Preservação, em Curitiba - 1926. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz. 1926. op. cit. Palacete Macedo - sede da seção masculina da Escola de Reforma em 1928. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti - 1935. Fonte: Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder ao Interventor Federal no Paraná Manoel Ribas, Exercício de 1934. Curitiba: junho de 1935. [s.n.t] Escola de Reforma, depois Escola de Trabalhadores Rurais - década de 1930. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes - 1942. Fonte: Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder ao Interventor Federal no Paraná, Manoel Ribas. Curitiba: 1936. [s.n.t] Seção feminina do Abrigo de Menores e Escola de Preservação, em Curitiba - 1926. Fonte: Relatorio do Secretario Geral Alcides Munhoz. 1926. op. cit. Asilo São Vicente de Paulo, sede da seção feminina da Escola de Reforma, em Curitiba 1926. Idem. Internas da Escola de Reforma - s. d. Acervo: Asilo São Vicente de Paulo. Sala de aula - s.d. Idem. Dormitório das internas - 1952. Idem. Consultório odontológico - 1952. Idem. Abrigo de Menores, seção feminina, no Portão - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Vista posterior - s. d. Idem. Ala direita - s. d. Idem. Ala esquerda - s. d. Idem. Internas do Abrigo de Menores e Irmãs Vicentinas - s. d. Acervo: Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo. Internos do antigo Abrigo de Menores denominado Educandário Caetano Munhoz da Rocha - 1957. Idem. Meninas internas e Filhas de Caridade no Lar Escola Hermínia Lupion - 1957. Fonte: Acervo: Congregação das Filhas de Caridade. Antigo Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba - 2005. Fonte: CASTRO, Elizabeth A. de; IMAGUIRE, Marialba R. G. Ensaios sobre a Arquitetura em Curitiba - 2. Colégios e Educandários. Curitiba: Edição das Autoras, 2006.
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Pórtico de entrada do antigo Pavilhão Principal do Lar Escola Hermínia Lupion, em Curitiba - 2005. Idem. Escola de Capatazes Rurais - 1933. Fonte: Relatorio do Secretario dos Negocios da Fazenda e Obras Publicas Rivadavia de Macedo ao Interventor Federal no Paraná Manoel Ribas. Curitiba: 1933. [s.n.t.] Caixa d’água - 1933. Idem. Dormitório - 1933. Idem. Refeitório - 1933. Idem. Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Vista posterior - década de 1940. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Dormitório para alunos - 1935. Fonte: Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder. 1935. op. cit. Estábulos - década de 1940. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes - 1936. Fonte: Relatório do Secretario dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas Othon Mäder. 1936. op. cit. Edifício da Escola de Reforma, depois Escola de Trabalhadores Rurais do Canguiri - década de 1930. Acervo: Depto. de Estradas de Rodagem. Escola de Trabalhadores Rurais Olegário Macedo, Castro - 1943. Idem. Escola de Trabalhadores Rurais Augusto Ribas - 1937. Idem. Escola de Pescadores de Guaratuba - 1941. Fonte: Relatório do Interventor Federal do Paraná Manoel Ribas ao Presidente da República, exercício de 1940 a 1941. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1941. Escola de Trabalhadores Rurais de Tijuco Preto - 1942. Fonte: Relatório do Diretor do Depto. de Obras Públicas do Paraná referente ao decênio 1932-1942. Curitiba: 1942. [s.n.t] Pavilhão principal com salas de aula e administração da Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido - 1942. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Escola de Trabalhadores Rurais Franklin D. Roosevelt, Santo Antonio da Platina - 1946. Acervo: Museu da Imagem e do Som. Internos em sala de aula da antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Campo Comprido - s. d. Acervo: Instituto de Assistência Social do Paraná. Gráfica - s. d. Idem. Oficina - s. d. Idem. Internos no dormitório - s. d. Idem.
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Entrada principal da Escola de Trabalhadores Rurais Getúlio Vargas - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado. Escola de Trabalhadores Rurais Getúlio Vargas - s. d. Idem. Vista posterior - s. d. Idem. Construções anexas - s. d. Idem. Estábulo - s. d. Idem. Antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Santa Mariana - s. d. Acervo: Colégio Agrícola Estadual Fernando Costa. Antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Piraí do Sul - s. d. Acervo: Coordenadoria do Patrimônio do Estado.
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Vista aérea da antiga Escola de Trabalhadores Rurais de Guarapuava - s. d. Acervo: Centro Estadual de Educação Profissional Arlindo Ribeiro. página 159 Pelotão escolar - 1932. Fonte: ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES. Relatório para o Inspector Geral do Ensino Profissional técnico. Curitiba: 1932. página 160 Idem. Mapa 1 Escolas Profissionais de Curitiba entre 1889 e 1954. Base cartográfica: Max Gaia Consultoria em Gestão Ambiental e do Território. Mapa 2 Escolas de Trabalhadores Rurais projetadas e construídas no Paraná entre 1930 e 1960. Idem. Tabela 1 Escolas Profissionais projetadas e construídas em Curitiba entre 1920 e 1954. Tabela 2 Escolas de Trabalhadores Rurais projetadas e construídas no Paraná entre 1930 e 1960.
Este livro foi composto em Garamond Premier Pro, Abadi MT Condensed Light, Franklin Gothic Demi Condensed e Tw Cen MT Condensed. Impresso em papel Couché Fosco LD Sappi 150g/m² e capa em Couché Fosco LD 150g/m², na Maxi Gráfica e Editora Ltda. Editado em novembro e dezembro de 2012. Tiragem de 1000 exemplares.